Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 02.03.2015
Vezes sem conta me questiono: qual é o mal que infesta a nossa sociedade? E quais são as causas desse mal? Será que tal mal deriva da falta de educação? Ou será que deriva ausência de valores na família? Ou deriva das más influências dos amigos?
Volta e meia a comunicação social mostra-nos o comportamento louco de alguns dos nossos jovens. Por exemplo, aos fins-de-semana, jovens, alguns de entre eles sob influência de álcool ou de estupefacientes, põem-se a fazer corridas e gincanas de carros na via pública, criando dificuldades ao tráfego normal e colocando em risco as suas vidas e também as dos transeuntes. Outros jovens, montados em bicicletas ou motociclos, fazem acelerações ruidosas perturbando o descanso das pessoas, fazem manobras acrobáticas transitando com a roda dianteira no ar, tudo isto na via pública, onde veículos e peões disputam espaço.
Este tipo de comportamento que caracteriza hoje muitos dos nossos jovens, deixa não só a muitos de entre nós preocupados, como também deixa preocupadas muitas outras pessoas por esse Mundo fora.
E infelizmente, as nossas autoridades fazem vista grossa a este tipo de comportamento por parte dos nossos jovens, pois pouco ou nada fazem para inverter o cenário. E ninguém em consciência sã pode estar satisfeito com o mau comportamento destes jovens.
Qual é a motivação para este tipo de práticas anormais que corroem a nossa imagem?
A sociedade não se deve apenas limitar a condenar este tipo de atitudes. Deve sim, fazer algo para extirpar este tipo de males.
Infelizmente, com este tipo de comportamento irresponsável, alguns dos nossos jovens não só põem em saldo as suas vidas, como expõem à insegurança social as suas famílias, os seus filhos, os seus pais, etc.
Devemos parar e pensar nisto. É imperioso que reativemos o papel da família, da educação em todos os níveis, e também dos fóruns religiosos para travar e extirpar este tipo de comportamento, para todos os efeitos inaceitável.
É imperioso que se introduzam leis que tenham em vista eliminar as causas que concorrem para os elevados níveis de mortalidade no seio dos nossos jovens, causadas por condução irresponsável e quiçá criminosa, que não só mata os próprios jovens como mata também pessoas inocentes.
Segundo o matutino “Notícias”, estatísticas indicam que o suicídio em Moçambique é o mais alto na Região Austral de África. Vemos jovens a matarem-se a si mesmos, seja sufocando-se, enforcando-se, imolando-se, envenenando-se, atirando-se do cimo de edifícios, etc. Mas o que é que leva as pessoas ao extremo de se matar? Encontramos esta tendência para o suicídio, não só em Moçambique mas também na Europa e em muitos outros países por esse Mundo fora. Muitos jovens põem fim às suas vidas ainda na flor da idade.
Na Europa, que aparentemente é um “paraíso” onde se diz haver de tudo, e para onde muitos jovens do chamado Terceiro Mundo tentam a todo o custo emigrar usando frágeis barcaças que não raras vezes naufragam no Mediterrâneo matando milhares de entre eles, os níveis de suicídio também são bastante elevados.
Segundo a revista “Newsweek”, edição de 20.02.2015, números recentes da secretaria do “National Statistics”, o suicídio na Europa está a matar três vezes mais pessoas do que acidentes, mais do que a leucemia, mais do que todas as doenças infecciosas ou de parasitose juntas. Só no Reino Unido, mais do que 6.000 pessoas morreram de suicídio em 2013.
Estes são os números oficiais, registados, pois decerto que se lhes acrescermos os números não registados a cifra sobe substancialmente. E 78% desses mortos por suicídio são homens. Consta que na Europa a probabilidade de os homens se suicidarem é quatro vezes maior relativamente à das mulheres. Ainda no Reino Unido, no ano passado morreram por suicídio mais homens do que soldados britânicos em combate em todas as guerras desde 1945.
E os que estão a cometer suicídio não o fazem devido à pobreza. Por sinal, até são os que têm tudo, desde fama, riqueza, prestígio e tudo o mais, sendo muitos deles jovens na flor da idade, mas mesmo assim sentem que algo lhes falta, o que os leva portanto a pensar que não vale a pena continuar a viver, pelo que decidem pôr termo às suas vidas. E diz-se que a tendência nos próximos anos é de o número de suicídios subir.
A fé desempenha um papel muto importante na vida de um crente, pois só o fato de este acreditar que no Outro Mundo será abundantemente recompensado por todas as doenças, por todos os sofrimentos, por todas as preocupações que durante a vida neste Mundo enfrentou, é uma grande consolação, pois ele acredita de forma convicta na promessa de Deus, e sabe que depois da dificuldade virá a facilidade.
Em contrapartida, o descrente quando encara alguma preocupação, doença, desemprego, quebra de relações, isolamento social, etc., não tem nenhum meio de consolação, entrega-se ao desespero, perde a cabeça e daí para o subsídio é um passo. Mesmo quando tem muito dinheiro, a ganância de ter mais e mais, não lhe deixa em paz, perturba-o. Quando é milionário, deseja ser bilionário. Quando é bilionário deseja ser multi-bilionário, e essa preocupação corrói a sua estrutura emocional.
Mas o crente, quando está preocupado ou quando sente que a vida lhe corre mal, sempre acalenta esperança em Deus, em dias melhores, pois tem a certeza de que depois dessa fase menos boa, suceder-se-á uma fase melhor, de alívio. Ele é como o agricultor no momento da sementeira e preparação do solo. Ainda que enfrente múltiplas dificuldades, ele fica tranquilo, pois sabe que depois de alguns dias colherá o bom fruto do seu esforço.
Há muitos outros jovens que não se suicidam, mas recorrem ao álcool e às drogas, tudo isso à procura de tranquilidade e sossego, como forma de fugir aos problemas. Mas com isso agrava ainda mais a sua situação.
Recorrer à fé em Deus é a única forma de alcançar o sossego, a consolação e a tranquilidade.
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