sábado, junho 02, 2018

Jesus Nas Tradições Muçulmanas

O Hadith é uma das fontes de conhecimento que os estudiosos do Cristianismo têm tentado esconder, pois contém um conjunto de narrativas de testemunhas oculares, sobre aquilo que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse e fez ao longo da sua vida.

A Igreja Romana e os missionários Cristãos criaram uma sofisticada pseudo-sabedoria para desacreditar o Hadith muçulmano, apesar de esta já ter sido submetida ao mais escrupuloso e rigoroso exame da história e da sabedoria.

Ao contrário dos Evangelhos do Novo Testamento, o Hadith só foi aceito, depois de se verificar que a pessoa que está na origem da cadeia de transmissão é de confiança, ou seja, foi companheiro do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), testemunhou diretamente o acontecimento ou ouviu realmente as palavras que o Hadith contém.

Portanto, as pessoas que mais amaram e temeram Deus são os que maior confiança merecem. As coleções mais importantes do Hadith, as do Imam al-Bukhari e de Sahih Muslim, foram reunidas cerca de cento e vinte anos depois da morte do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

E cobrem todos os aspectos da sua vida e doutrina, constituindo uma parte essencial dos ensinamentos do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). Aliás, foi a partir das narrativas de testemunhas oculares contemporâneas do Profeta, que se compilaram as coleções de Imam Al Bukhari e Sahih Muslim.

Além do Hadith, também há muitas tradições Muçulmanas que contam o que Jesus (que a Paz esteja sobre ele) disse e fez, a partir do testemunho original dos primeiros seguidores de Jesus (que a Paz esteja sobre ele), especialmente daqueles que se espalharam pela Arábia e pelo Norte de África.

Quando o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam com ele), apareceu, muitos dos seguidores destes seguidores abraçaram o Islam, transmitindo tudo o que sabiam acerca de Jesus (que a Paz esteja sobre ele), inclusive que tinha anunciado a chegada do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

Assim, as tradições foram transmitidas de geração em geração pêlos Muçulmanos, tendo muitas delas sido reunidas em Histórias dos Profetas (Stories of the Prophets), de Tha'labís e em Renovação das Ciências Religiosas (Revival of the Life-Transaction Sciences) de Al-Ghazzali.

É interessante notar como as tradições dão uma imagem clara e unânime do ascético Profeta que preparou o caminho para o Último Mensageiro.

Ka'b al-Akbar disse:

''Jesus, que a Paz esteja com ele, filho de Maria, era um homem ruivo, quase branco; não usava cabelo comprido, nunca curvava a cabeça e costumava caminhar descalço. Não tinha casa, adornos, bens, roupas, nem sequer provisões, para além dos alimentos desse dia. Onde quer que estivesse, quando o sol se punha, rezava, preparando-se para o nascer do novo dia. Curava os cegos de nascença, os leprosos, ressuscitava os mortos com a permissão de Deus e dizia às pessoas o que estavam a comer em suas casas e o que armazenavam para os dias seguintes, e caminhava à superfície da água do mar. Os seus cabelos estavam em desordem e a sua cara era pequena; era um ascético, que só desejava entrar no outro mundo e adorar Deus. Peregrino, andava de terra em terra, até os Judeus o perseguirem e quererem matar. Então, Deus levou-o para o céu. Deus sabe melhor.''

Malik disse:

Jesus, que a Paz esteja com ele, disse certa vez:

''A minha preparação é a fome, a minha vestimenta interior é o temor a Deus, a minha vestimenta exterior é a lã, o meu fogo no inverno são os raios do sol, a minha luz na escuridão é a Lua, a montaria que me que me conduz são os meu pés e os meus alimentos e frutos são os que a terra produz (sem cultivo). À noite não tenho nada e de manhã não tenho nada; no entanto, não há na terra homem mais rico do que eu.''

Jesus, que a Paz esteja com ele, disse certa vez:

''Aquele que anda à procura do mundo é como alguém que bebe a água do mar; quanto mais bebe; mais a sede lhe aumenta, até o matar.''

Jesus, que a Paz esteja com ele, disse certa vez:
''Conta-se que o Messias, que a Paz esteja com ele, em uma de suas caminhadas, passou pôr um homem a dormir, enrolado em seu casaco, então, Jesus acordando-o, disse-lhe: Ó homem que dormes, levanta-te e glorifica Deus! Louvado seja Ele! Ao que o homem respondeu: o que queres de mim? Na verdade deixei o mundo e as suas gentes. Jesus lhe disse: Dorme então meu amigo.''

Obaid filho de Umar nos relata o seguinte:

'' Jesus filho de Maria, que a Paz esteja com ele, disse certa vez, não costumava andar com nada mais de que um pente e um púcaro. Um dia, viu um homem a pentear a barba com os dedos, e vendo aquilo ele jogou o seu pente fora; e viu um outro homem bebendo água do rio com as palmas de suas mãos e logo abandonou o seu púcaro.''

Janir nos relata o seguinte:'' Jesus, que a Paz esteja com ele, passou pôr três pessoas que tinham um ar abatido e pálido e disse:Porque estais assim ?Eles responderam temos medo do fogo.Jesus disse: É dever de Deus proteger os que temem.Depois de deixar esta pessoas, passou pôr outras três, e viu.Estavam ainda mais magras e pálidas, e pôr isso disse:Porque estais assim?Elas responderam: Queremos o Paraíso.Jesus disse: É dever de Deus dar-vos aquilo pôr que asseiam.Depois de passar pôr estas pessoas, chegou a outras três, o olhou.Estavam ainda mais magras e pálidas, como se seus rostos estivessem estado escondidos atrás de espelhos de luz.Pôr isso disse: Porque estais assim?Eles responderam: Nós amamos Deus, Ele é Grande e Glorioso.Jesus então disse: Vós sois aqueles que estão mais próximos de Deus; vós sois aqueles que estão mais próximos de Deus; vós sois aqueles que estão mais próximos de Deus.''

E disse também:''Certa vez, Jesus, que a Paz esteja com ele, passando um dia pôr uma colina, viu uma gruta, ao passar perto dela, observou um homem devoto, com as costas dobradas e o corpo cansado de tanta adoração, parecendo que tinha atingido o limite de suas forças.Jesus comprimentou-o e pensou na prova de devoção que viu.Então disse-lhe: Há quanto tempo estas neste sítio?O homem respondeu: Durante setenta anos estive a pedir-Lhe uma coisa, mas Ele ainda não me concedeu, talvez tu ó Espírito de Deus, possa interceder pôr mim, e fazer com que me seja concedida a graça que procuro.Jesus disse: O que é que pretendes?E o homem respondeu: pedi-lhe que me deixasse provar um pouco de Seu amor puro, do tamanho de um átomo.Jesus disse-lhe: Rezarei pôr ti.E nessa noite, Jesus, que a Paz esteja com ele, rezou pôr ele, e Deus, Louvado seja Ele!Revelou-lhe o seguinte: Aceitei a tua oração e concedi o teu desejo.Passado alguns dias, Jesus, que a Paz esteja com ele, regressou para ver como estava o devoto e viu que a gruta tinha desmoronado e que no chão se abriu uma grande fenda.Jesus, que a Paz esteja com ele, desceu pôr essa fenda profunda e descobriu o devoto numa gruta subterrânea, com os olhos esbugalhados e a boca aberta.Então, Jesus, que a Paz esteja com ele, saudou-o, mas não recebeu resposta.Enquanto Jesus, que a Paz esteja com ele, pensava no que acontecerá, uma vós disse:Ó Jesus, ele pediu-nos um átomo de Nosso puro amor, e como Nós sabíamos que não estava preparado para isso, demo-lhes a centésima parte de um átomo e ele ficou desnorteado.Como teria sido se lhes tivéssemos dado mais do que isso?''

Abu Huraira contou que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

''Em nome daquele em cujas mãos está a minha alma, o filho de Maria, em breve descerá entre vós como um juiz justo. Quebrará cruzes, exterminará os porcos e abolirá a Jizya, e a riqueza derramará de tal forma que ninguém a aceitará, pois uma Sajda, será melhor do que todas as riquezas do mundo.''

Abd'Allah Bin Amr contou que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

''Jesus, filho de Maria, descerá à terra, casará, terá filhos e permanecerá na terra durante quarenta e cinco anos, findos os quais morrerá e será enterrado junto de mim, na minha sepultura. Então Jesus, filho de Maria, e eu, levantar-nos-emos de uma sepultura entre Abu Bakr e Umar.'' (Isto foi transmitido pôr Ibn al-Jauzi no Kitab al-Wafa')

Abu Huraira contou que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:''Eu sou o parente mais próximo de Jesus, filho de Maria, neste mundo e no outro. Os Profetas são irmãos, filhos do mesmo pai. As suas mães são diferentes, mas a sua religião é só uma. Não houve mais nenhum Profeta entre nós''.(Transmitido pôr, Bukhari e Muslim)

Neste famoso testemunho, o último dos Profetas e Mensageiros, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), resumiu toda a questão da seguinte forma:

Os profetas são irmãos, portanto, são todos iguais; entre eles não há qualquer diferença. Filhos de um só pai, todos proclamam uma única doutrina a de que ''Não há outra divindade além de Deus''.

As suas mães são diferentes, pois cada Profeta foi enviado a um povo em particular, numa época específica, tendo-lhe sido revelado uma Sunnah, ou estilo de vida, uma prática, um modelo segundo o qual a sua comunidade deveria viver.

Quando um novo Profeta chegava a um povo, revelava uma nova Sunna, de acordo com a nova época. Esta é a Chari'ah ou Estrada dos Profetas.

Assim, com a chegada do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), a Transmissão Divina fica completa. A Mensagem é selada no último Livro revelado, o Alcorão Sagrado.

A Mensagem é selada com a Chari'ah e a Sunnah do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

A passagem seguinte do Alcorão Sagrado dá conta deste importante fato:

''Aperfeiçoei hoje a vossa Religião para vós, completei o Meu favor para vós, e escolhi o Islam para vós como vossa Religião.'' (5ª Surata Al Máida, versículo 3)

Fonte: islam.org.br

quinta-feira, maio 31, 2018

Quando os muçulmanos roubam

Alguns muçulmanos hoje em dia, mostram um cuidado admirável na aplicação de algumas partes que até nem são obrigatórias, enquanto assumem uma atitude complacente, presunçosa em relação aos preceitos essenciais do Din. Sob certo aspecto, isto acarreta nos muçulmanos o roubo.

O Profeta (SAW) disse: "O pior ladrão entre os homens é aquele que rouba de sua oração." Quando seus companheiros lhe perguntaram "Ó Mensageiro de Deus, como é que ele rouba a oração" respondeu: "Ele não completa o ruku (inclinação) e os sujud (prostração)." Foi narrado que o Profeta, observando um homem que não tinha completado seu ruku adequadamente e nem seu sujud, avisou que, se o homem morresse naquele estado, ele morreria com uma outra crença que não o Islam.

Em todas as mesquitas, podemos observar muçulmanos se desequilibrando, balançando e rapidamente se levantando do ruku e sujud. Alguns de nós nos movemos de forma tão impaciente em nossas prostrações que pode-se imaginar como é humanamente possível para um indivíduo dizer "subhana rabbiyal a'laa" três vezes no mínimo. E se conseguir, qual a sua importância? Podemos realmente refletir sobre nossa relação com o Criador se fazemos nossas orações tão rapidamente? Será que compreendemos e meditamos sobre o que foi dito durante qualquer parte de nossa Salat?

Diz Allah subhanahu wa ta'aala no Alcorão: "É certo que prosperão os fiéis que são humildes em suas orações (khushu)" (23:1-2). O que conseguiremos se nos apressamos em nosso ruku e sujud e gastamos longas horas em conversas inúteis ou até em encontros relativos a alguma atividade que exercemos normalmente? O Profeta (SAW) disse: "A primeira coisa que o escravo terá que prestar contas no Dia do Juízo é a oração. Se ela for válida o resto de seus atos também o serão. E se imperfeita, então o resto de seus atos também serão imperfeitos." Se a nossa oração não passar de um exercício aeróbico de baixo impacto, suave, podemos duvidar que o resto de nossos atos, individuais ou coletivos, também serão ineficazes? Ruku e Sujud são sintomas dos problemas que temos com a nossa salat como um todo. A coisa importante a ter em mente é que cada um de nós, exegeta ou estudante, imam experiente ou recém-chegado ao Islam, homem ou mulher, podemos e devemos melhorar nossa oração a partir do momento em que a aprendemos até o dia em que morrermos. Assim, da próxima vez que nos prepararmos para a prostração, estejamos certos de que não seremos apanhados roubando.

AB Khan Al Jumuah Vol 9, Issues 4 & 5, 1418 H

Fonte: sbmrj.org.br

Um Diálogo Entre Cristãos e Muçulmanos

Com bilhões de seguidores, o Islam e o Cristianismo são as principais religiões que influenciam o pensamento e valores de mais de 40% da população mundial.

Embora existam diferenças teológicas, algumas das quais podem ser significativas, há, no entanto, outras áreas importantes da crença que são partilhadas por ambas as comunidades: crença em Deus; crença na revelação, nos profetas, nos Livros Sagrados de Deus; na vida após a morte e num código moral divinamente inspirado, que organiza e regula a vida humana durante nossa passagem pela terra em direção à eternidade.

Para o muçulmano, um diálogo construtivo não só é permitido como, também, é recomendável. No Alcorão lemos:

"Dize-lhes: Ó adeptos do Livro (um termo que particularmente se refere a judeus e cristãos), vinde, para chegarmos a um termo comum, entre nós e vós: Comprometamo-nos, formalmente, a não adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros por senhores, em vez de Deus. Porém, caso se recusem, dize-lhes: Testemunhai que somos muçulmanos." (Alcorão Sagrado, surata Al Imran 3:64)

A metodologia desse diálogo também está explicada no Alcorão:

"Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente." (Alcorão Sagrado, surata An Nahl 16:125).

Um requisito indispensável para um diálogo construtivo, é que ambas as comunidades não se conheçam através de fontes que sejam parciais, críticas ou até hostis; pelo contrário, elas devem formular uma idéia honesta de como a outra fé é vista em suas próprias escrituras, e como é praticada por aqueles que verdadeiramente estão comprometidos com ela.

Esta necessidade é até mais importante no caso do diálogo Muçulmano x Cristão, o cristão comum ouviu ou leu sobre o Islam, principalmente através de escritores que tinham motivos coloniais ou missionários que podem ter conferido uma certa parcialidade em sua interpretação do Islam na mente ocidental.

Conquanto eu admita que minha própria prática do Islam está longe de ser perfeita, pelo menos eu falo como alguém que quer pensar por si mesmo, com um muçulmano praticante e comprometido.

Agora, gostaria de partilhar com vocês cinco áreas básicas, que são fundamentais para qualquer entendimento entre cristãos e muçulmanos: o significado do termo "Islam", o significado do termo "Deus"; a natureza do ser humano; a relação entre o ser humano e Deus; a questão do acerto de contas, e, finalmente, algumas conclusões pertinentes à construção da ponte entre muçulmanos e cristãos.

O Significado Do Islam

É importante assinalar que o termo "Islam" não é derivado de qualquer nome de pessoa, raça ou localidade em particular. Um muçulmano considera o termo usado por alguns escritores, "maometismo" ,com sendo uma violação ofensiva do verdadeiro espírito dos ensinamentos islâmicos.

O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), não é adorado, ou respeitado, por ser o fundador do Islam, ou o autor do Livro Sagrado, o Alcorão. O termo "Islam" aparece em mais de um lugar no próprio Alcorão. Ele é derivado da raiz árabe (salam), que tem a conotação de "paz" ou "submissão".

Na verdade, o próprio significado de "Islam" é a realização da paz, tanto a interna como a externa, pela submissão de alguém à vontade de Deus. E quando nos submetemos, estamos falando de consciência, amor e submissão verdadeira à vontade de Allah, de aceitação de Sua graça e de seguir Seu caminho.

Neste sentido, o muçulmano respeita o termo Islam, não como uma inovação que chegou no século VII da era cristã, com o advento do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), mas como a missão básica de todos os profetas através da história. Aquela missão universal finalmente culminou e se aperfeiçoou no último desses Profetas, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele).

Monoteísmo Islâmico

O próximo conceito que necessita de ser esclarecido é o termo "Allah", qual o seu significado? Primeiramente, deve ser enfatizado que o termo "Allah" , em absoluto, significa um deus tribal, ou árabe, ou até mesmo um deus muçulmano.

O termo "Allah" em árabe quer dizer o Deus Universal Único e Verdadeiro de todos. Achar que Allah é diferente de Deus, com letra maiúscula, seria o mesmo que dizer, por exemplo, que a adoração a Deus dos cristãos franceses é diferente porque eles O chamam de "Dieu".

Quais são os atributos básicos de Deus? O Alcorão menciona os "mais belos nomes" (ou atributos) de Deus. Ao invés de enumerá-los todos, vamos examinar uns poucos. Alguns atributos salientam a transcendência de Deus. O Alcorão, repetidamente, torna claro que Deus está além de nossa percepção limitada.

"Nada se assemelha a Ele" (Alcorão Sagrado, surata Ach Chura 42:11)

"Os olhares não podem percebê-Lo, não obstante Ele Se aperceber de todos os olhares."

Um muçulmano jamais pensa em Deus como possuindo uma imagem em particular, seja física, humana, material ou qualquer outra. Tais atributos como, "O Perfeitamente Conhecedor", "O Eterno", "O Onipotente", "O Onipresente", "O Justo" e "O Soberano" também realçam essa transcendência.

Mas, isto não quer dizer que, para o muçulmano, Deus seja um simples conceito filosófico ou uma divindade afastada. Na verdade, juntamente com esta ênfase sobre a transcendência de Deus, o Alcorão também fala sobre Deus como sendo um Deus "pessoal", que está perto, facilmente acessível, Amoroso, Perdoador e Misericordioso. As muitas passagens no Alcorão, e repetidas inúmeras vezes são o "Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso ! " O Alcorão nos diz que quando Deus criou o primeiro ser humano:

"então, alentou-o com o Seu Espírito," (Alcorão Sagrado, surata As-Sajda 32:9)

E que:

"Deus está mais próximo do homem do que sua veia jugular."

Em outra bela e comovente passagem, Deus nos diz :

"Quando meus servos te perguntarem de Mim, dize-lhes que estou próximo e ouvirei suas preces quando a Mim se dirigirem. Que eles respondam ao Meu chamado e obedeçam às Minhas ordens e eles serão encaminhados acertadamente."

Para o muçulmano, o monoteísmo não significa somente a unidade de Deus, pelo simples fato de que pode haver muitas pessoas diferentes em uma unidade. O Monoteísmo no Islam é a Unidade e a Unicidade Absolutas de Deus, o que torna impossível a noção de outras pessoas partilhando a divindade.

O oposto ao monoteísmo no Islam é chamado em árabe de "shirk", que significa associação de Deus com outros. Esta noção inclui, não somente o politeísmo mas, também, o dualismo (crença na existência de um deus para o bem e a luz, e de outro para o mau ou a escuridão).

O conceito de "shirk" também inclui o panteísmo, a idéia de que Deus está em tudo. Todas as formas de filosofias sobre um deus encarnado estão excluídas do monoteísmo islâmico, tais como obediência cega a ditadores, a clérigos ou aos caprichos e desejos de quem quer que seja.

Todas são consideradas como formas de "associação" com Deus (shirk), seja pela crença de que tais criaturas de Deus possuem divindade, seja pela crença de que elas partilham os Atributos Divinos de Deus.

Deve-se acrescentar que, para o muçulmano, o monoteísmo não é simplesmente um dogma. O monoteísmo puro e estrito do Islam é muito mais do um pensamento ou uma crença; é alguma coisa que influencia profundamente toda a perspectiva de vida do muçulmano.

A Natureza do Ser Humano

Falamos sobre Deus. Que tal agora falarmos sobre nós? Quem é o ser humano? Quem é você? Quem sou eu? Por que estamos aqui na terra? O Alcorão ensina que nós, humanos, somos criados de três elementos.

Fomos criados do barro, representando o elemento material ou carnal. Fomos dotados de inteligência, que foi dada por Deus para ser usada e não para ser posta em uma estante. A razão pode ser insuficiente, mas, por outro lado, não é a antítese da fé. E, fomos dotados do espírito com que Deus nos alentou.

''Que aperfeiçoou tudo o que criou e iniciou a criação do primeiro homem, de barro. Então, formou-lhe uma prole da essência de sêmen sutil. Depois o modelou; então, alentou-o com Seu Espírito. Dotou a todos vós da audição, da visão e das vísceras. Quão pouco Lhe agradeceis!'' (Alcorão Sagrado, surata as-Sajdah 32:7-9)

''(Recorda-te ó Profeta) de quando teu Senhor disse aos anjos: Vou instituir um legatário na terra! Perguntaram-Lhe: Estabelecerás nela quem alí fará corrupção, derramando sangue, enquanto nós celebramos Teus louvores, glorificando-Te? Disse (o Senhor): Eu sei o que vós ignorais. Ele ensinou a Adão todos os nomes e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim e estiverdes certos.'' (Alcorão Sagrado, surata al-Bacara 2:30-31)

''Recorda-te de quando o teu Senhor disse aos anjos: Criarei um ser humano de argila, de barro modelável. E ao tê-lo terminado e alentado com o Meu Espírito.'' (Alcorão Sagrado, surata al-Hijr 15:28-29).

O muçulmano não vê a existência humana sobre a terra como uma punição por ter comido do fruto da árvore proibida. Tal acontecimento é respeitado como uma lição para Adão e Eva, antes de eles virem para a terra.

O Alcorão ensina que, mesmo antes da criação do primeiro ser humano, já era plano de Deus estabelecer a vida humana e a civilização sobre a terra. Portanto, o muçulmano não vê o ser humano como totalmente mau ou totalmente bom, mas sim como responsável. O Alcorão afirma, em diversos lugares, que Deus criou o homem para ser Seu "khalifah", Seu administrador ou vice-gerente na terra.

A responsabilidade básica da espécie humana, nossa responsabilidade, é adorar a Deus. Adorar, para o muçulmano, não é apenas se comprometer com os rituais formais da religião, mas é, também, qualquer atividade que esteja de acordo com a vontade de Deus e que beneficie uma pessoa ou a humanidade inteira. Assim, o muçulmano vê a terra, seus recursos e ecologia, como um presente de Deus, para os humanos submeterem e usarem em cumprimento à responsabilidade pela qual nós responsabilizados.

Por isso, o Alcorão fala tanto sobre o conhecimento. A primeira palavra revelada do Alcorão foi "Recite", ou "leia". Já que eles eram sinceros em sua fé e nas injunções alcorânicas sobre o conhecimento, os muçulmanos estabeleceram uma civilização que via grandes avanços nas ciências e no humanismo.

Eles não só preservaram as primeiras heranças culturais como também contribuíram e prepararam o caminho para o renascimento europeu. Quando os muçulmanos se tornarem de novo sinceros em sua fé, tal história se repetirá por si mesma.

A Relação Entre Deus e a Humanidade

Falamos sobre Deus e sobre a humanidade. Agora devemos perguntar qual é sua relação básica? O Alcorão nos ensina que a raça humana recebeu uma natureza pura, inata, chamada de "fitrah".

O conhecimento de Deus e a espiritualidade inata são inerentes à existência humana, mas essa espiritualidade pode nos trair se não for encaminhada para o direção correta. É perigoso depender de um simples sentimento humano de que somos guiados pelo Espírito. Muitos grupos, até cultos, afirmam que são guiados pelo espírito, ou por Deus, ou pela revelação, embora estes grupos tenham crenças divergentes, e até mesmo contraditórias.

Encontramos pessoas se comportando de formas contraditórias , que afirmam, no entanto, que cada um está cumprindo a vontade de Deus. "Eu sinto", dizem eles, "que o espírito me guia e me direciona. "Torna-se imperativo uma fonte de revelação fidedigna. Através da história, Deus selecionou indivíduos especiais para transmitirem Sua mensagem, receberem Sua revelação e para servirem de exemplo para a humanidade.

Por isso, alguns desses profetas receberam de Deus livros santos ou escrituras, onde Suas ordens e orientação foram reveladas. Para muitos de vocês, os nomes desses profetas que são encontrados no Alcorão, soam familiar: Noé, Abraão, Ismael, Isaac, Jacó, José, Moisés, David, Salomão, João Batista, Jesus e, finalmente, o último profeta, Muhammad, que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre eles. Esses profetas levavam a mesma mensagem básica:

"Jamais enviamos mensageiro algum antes de ti, sem que lhe tivéssemos revelado que: Não há outra divindade além de Mim. Adora-Me e serve-Me!"(Alcorão Sagrado, surata Al Anbiyá 21:25).

Além disso, o Alcorão insiste em chamar todos esse profetas de muçulmanos, porque o muçulmano é aquele que se submete à vontade de Deus. Seus seguidores são chamados de muçulmanos também.

Assim, é um artigo de fé para um muçulmano acreditar em todos esses profetas. De fato, os muçulmanos sabem que, aquele que aceita alguns profetas e rejeita outros, na verdade está rejeitando todos. Para um muçulmano, acreditar em Moisés e rejeitar Jesus ou Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) significa refutar os verdadeiros ensinamentos de Moisés (que a Paz esteja sobre ele).

E acreditar em Jesus, mas não aceitar Moisés ou Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre elee), é violar o que Moisés, Jesus e Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) significaram. Para um muçulmano, acreditar em Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) e rejeitar tanto Moisés como Jesus (que a Paz esteja sobre eles) é violar o seu próprio Livro Sagrado. "Aqueles que negam Deus e Seus apóstolos, e (aqueles que) querem separar Deus de Seus apóstolos, dizendo:

"Acreditamos em alguns mas rejeitamos outros' intentando com isso achar uma saída, são os verdadeiros incrédulos; porém, preparamos para eles um castigo ignominioso." (Alcorão Sagrado, surata An Nissá 4:150-151)

Portanto, o reconhecimento de todos os profetas é um artigo de fé e não uma simples cortesia social ou uma afirmação diplomática. Espero que, com mentes e corações abertos e, além disso, um estudo honesto e cuidadoso, seja possível um reconhecimento mútuo maior.

O Papel Especial do Profeta Muhammad

Mas, por que os muçulmanos em seu testemunho de fé dizem "Eu testemunho que não há outra divindade além de Deus e que Muhammad é Seu mensageiro"? Isto quer dizer que eles, na verdade, rejeitam os outros profetas? De fato, o papel especial desempenhado por Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), como a confirmação e o último de todos os profetas, coloca os muçulmano na posição, através da qual, honrar Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), implica honrar todos aqueles que vieram antes dele também.

Os muçulmanos sabem que não podem fazer distinções paroquiais ou fanáticas entre os profetas.

''O Mensageiro crê no que foi revelado por seu Senhor e todos os fiéis crêem em Deus, em Seus anjos, em Seus Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus mensageiros. Disseram: Escutamos e obedecemos. Só anelamos a Tua indulgência, ó Senhor nosso! A Ti será o retorno!'' (Alcorão Sagrado, surata al-Bacara 2:285).

Mas, o Alcorão também diz que Deus favoreceu mais alguns profetas, em talento e desempenho, do que outros. Todos são irmãos, embora o único profeta com a missão universal para toda a humanidade seja Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), que a paz esteja sobre ele.

O muçulmano acredita que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) é um irmão para Jesus, Moisés, Abraão e outros profetas (que a Paz esteja sobre eles), mas o Alcorão afirma, com todas as letras, que o advento de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) foi predito pelos profetas anteriores a ele, inclusive Moisés e Jesus (que a paz esteja com eles). Mesmo a Bíblia, em sua forma atual, profetiza o advento do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) .

Para o muçulmano, o Alcorão contém as palavras de Deus, reveladas direta e literalmente ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele). Muitas pessoas confundem o Alcorão com o "Hadith", ou ditos, do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele) o Hadith e Alcorão são bem distintos.

Este último foi ditado a Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), palavra por palavra, pelo Anjo Gabriel e imediatamente memorizada e registrada por escrito. É importante assinalar que o Alcorão não foi escrito ou composto por Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele). Defender o contrário seria contradizer o que Alcorão fala sobre si mesmo e sobre Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele); que o profeta não fala por si e sim que transmite a revelação ditada a ele pelo Anjo Gabriel.

Sugerir que o Alcorão tomou emprestado ou copiou revelações anteriores, seja a Bíblia ou qualquer outra escritura, é, para o muçulmano, uma acusação de "plágio profético", uma contradição. O fato de existirem algumas semelhanças entre o Alcorão e as escrituras anteriores explica-se pelo fato de que Aquele que falou por intermédio daqueles primeiros profetas é Aquele que revelou o Alcorão a Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), ou seja, Deus, o único e verdadeiro Deus.

Contudo, o Alcorão é o último Livro Sagrado revelado que suplanta as escrituras anteriores, e o único ainda disponível, cujas palavras e língua são as mesmas proferidas pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele).

O Julgamento e a Salvação

Falamos sobre Deus, sobre os humanos e sobre as relações entre eles. O que dizer sobre o julgamento? Como podemos nós, humanos, de uma perspectiva islâmica, dominar o "pecado"? O Alcorão ensina que a vida é um teste, que a vida terrena é temporária.

"Que criou a vida e a morte, para testar quem de vós melhor se comporta, porque é Poderoso, o Indulgentíssimo.'' (Alcorão Sagrado, surata Al Mulk 67:2).

O muçulmano acredita que há uma recompensa e uma punição, que existe vida depois da morte e que a recompensa ou a punição não precisa, necessariamente, esperar pelo dia do Julgamento, mas começa imediatamente após o enterro. O muçulmano crê na ressurreição, na prestação de contas e no dia do Julgamento.

Para o muçulmano, exigir a perfeição, a fim de ganhar a salvação, não é prático. Não só é exigir o impossível como, também, é injusto.

O Islam ensina uma pessoa a ser humilde e a saber que nós não alcançamos a salvação por nossa própria conta. A reconciliação do ser humano "pecaminoso" com Deus é uma contingência de três elementos: o mais importante é a Graça, Misericórdia e Generosidade de Deus. Depois, são as boas ações e uma crença correta.

Crença correta e boas ações são requisitos indispensáveis para a Graça e Perdão de Deus e para nos elevarmos acima de nossos erros. Como podemos nos purificar do pecado? O Alcorão prescreve:

"E quem cometer uma má ação ou se condenar e, em seguida (arrependido), implorar o perdão de Deus, sem dúvida achá-Lo-á Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão Sagrado, surata An Nissá 4:110)

Em outra passagem comovente, lemos:

"Porque as boas ações anulam as más" (Alcorão Sagrado, surata Hud 11:114)

O Islam nos ensina o arrependimento, a interrompermos os caminhos do mal, a sermos solidários com o que alguém fez e a aconselharmos o caminho de Deus, tanto quanto seja humanamente possível.

O muçulmano não crê na necessidade do derramamento de sangue, muito menos do sangue do inocente, para purificar os pecados. Ele acredita que Deus não está interessado no sangue ou no sacrifício de ninguém, mas, sim, no arrependimento sincero. O Alcorão coloca isto muito claramente:

"Mas, Minha Misericórdia se extende a todas as coisas." (Alcorão Sagrado, surata Al A'raf 7:156).

Os Aspectos Aplicados

Que tal falarmos sobre a aplicação? Estamos apenas falando sobre teologia? Uma vez que o ser humano é o procurador de Deus na terra, seria inconsistente para um muçulmano separar os vários aspectos da vida, o espiritual e o material, estado e religião.

Sabemos bastante sobre os "cinco pilares do Islam", mas, muitas vezes, eles são apresentados de uma forma superficial, como sendo todo o conjunto do Islam. Eles não são o conjunto do Islam, da mesma forma que ninguém pode alegar que tem uma casa funcional composta exclusivamente de cinco pilares de concreto. Serão necessários, telhado, paredes, janelas, portas e outras coisas.

Conforme os construtores dizem, os pilares são condições necessárias, mas não o suficiente. Os cinco pilares do Islam (o testemunho, as cinco preces diárias, o jejum, a caridade, a peregrinação) são apresentados por muitos escritores como questão de ritual formal. Mesmo o pilar que é passível de parecer ritualístico, as preces diárias, nada mais é do que um ato espiritual que envolve muito mais do que simplesmente prostrar ou levantar.

Na verdade, são lições políticas e sociais que ensinam o muçulmano. O que pode parecer como compartimentos separados da vida não existem para o muçulmano. Um muçulmano não diz "Isto é um negócio e aquilo é moral". Moral, espiritual, econômico, social e governamental estão inter relacionados, por que tudo, inclusive César, pertence a Deus e a Deus tão-somente.

As Relações Entre os Muçulmanos e os Não-Muçulmanos

Concluindo, qual a atitude de um muçulmano em relação a um não muçulmano? Para começar, e precisamos ser francos sobre isto, o Alcorão nos incumbe de transmitir a mensagem de Deus, em sua forma final, o Alcorão, a toda a humanidade.

Não estamos falando aqui de conversão. Não gosto desta palavra. Na verdade, vir para o Islam, a religião de todos os profetas em sua forma final, não significa abandonar os profetas anteriores.

É muito mais um acréscimo do que uma conversão, porque não envolve mudanças de natureza espiritual. No Alcorão, a natureza humana genuína é uma "natureza muçulmana", que conhece seu Senhor e deseja se submeter a Ele. O Alcorão afirma que:

"Não há compulsão na religião" (Alcorão Sagrado, surata Al Bacara 2:256)

Costumo usar o termo "reversão" para substituir a palavra "conversão", no sentido de um retorno ao monoteísmo autêntico, dentro do qual todos fomos criados. Assim, o muçulmano aprende a ser tolerante em relação aos outros. De fato, o Alcorão não só proíbe a compulsão na religião, como, também, proíbe a agressão, embora a defesa seja permitida:

"Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem, porém não pratiqueis a agressão, porque Deus não estima os agressores." (Alcorão Sagrado, surata Al Bacara 2:190).

Além disso, achamos que, dentro desta regra geral de lidar com não muçulmanos, o "povo do Livro" é um termo especial que o Alcorão concedeu a judeus e cristãos.

Por que "povo do Livro"? Porque o muçulmano faz uma nítida distinção entre o politeísta, ou ateu, e aqueles que seguem os profetas que originalmente receberam revelações de Deus. Ainda que um muçulmano possa assinalar pontos de diferenças teológicas, ainda assim acreditamos na origem divina daquelas revelações em suas formas "originais".

Como um muçulmano deve tratar o "povo do Livro"? Diz o Alcorão:

"Deus nada vos proíbe, quanto aqueles que não vos combateram pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Deus aprecia os equitativos. Deus vos proíbe tão-somente de entrar em privacidade com aqueles que vos combateram na religião, vos expulsaram de vossos lares ou que cooperaram na vossa expulsão. Em verdade, aqueles que entrarem em privacidade com eles serão iníquos." (Alcorão Sagrado, surata Al Mumtahana 60:8-9)

No mundo de hoje, todos os crentes em Deus estão encarando perigos comuns: ateísmo, materialismo, secularismo e decadência moral. Devemos trabalhar juntos. Deus diz no Alcorão:

"... se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências." (Alcorão Sagrado, surata Al Máida 5:48)

Fonte: islam.org.br