sexta-feira, setembro 20, 2013

"Lê" (Iqra’),"“Lê, em nome do teu Senhor, Que Criou; Criou o homem (...)”. (96ª Surata, versículos 1-2)"

por: M. Yiossuf Adamgy

Algumas pessoas leem muitos livros, mas não podem compreender o que leem, e alguns são incapazes de assimilar o que têm vindo a saber. 

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Como seres humanos conscientes, o nosso compromisso primário tem de ser ler e estudar, uma vez que não há comparação entre quem sabe e quem não sabe. Tal como o Glorioso Único diz no Alcorão Sagrado:

"São iguais, aqueles que sabem e aqueles que não?" (39:9).

Este nobre versículo foi revelado para aqueles que nunca ponderam, digerem ou põem em prática o que lêem.

Algumas pessoas leem muitos livros, mas não podem compreender o que lêem, e algumas são incapazes de assimilar o que têm vindo a saber. Allah, o Exaltado e Glorioso, diz:

"O exemplo daqueles que estão encarregados da Tora, e não a observam, é semelhante ao do asno que carrega grandes livros". (Alcorão, 62:5).

Não há nenhuma diferença entre aqueles que leem sem apreensão e não praticam o que aprenderam, e o asno carregado de livros. Pôr à prova a nossa compreensão não é tarefa fácil. O nosso abençoado Mestre disse que uma hora de contemplação é mais amada por Deus que sessenta anos de adoração...

O turco místico Yunus Emre, escreve: conhecer é compreender o conhecimento, conhecer é compreender a si mesmo; se não te compreendes a ti mesmo, de que serve ler?

O conhecimento sem contemplação causa sofrimento igual que o alimento não digerido. Ler pode ser enten-dido simplesmente como virar as páginas, mas a reflexão e a meditação requerem que o leitor aplique os seus poderes de apreensão. Ler é a habilidade prática para saber os valores simbólicos das letras, enquanto a verdadeira compreensão requer o conhecimento daquilo que estes símbolos se referem. O mais nobre Mensageiro recebeu a ordem de meditar na solidão do Monte Hira (Caverna), antes que lhe fosse dada a sua missão Profética.

As Fontes Islâmicas estão de acordo em que foi após este longo período de meditação que o Anjo Gabriel lhe trouxe a inspiração Divina. O ser humano é, na verdade, a coroa da criação. Tudo o que vemos neste universo foi criado para a humanidade.

O Sufismo, Tasawwuf em árabe, é a ciência do caminho místico que ensina ao ser humano o seu próprio e verdadeiro valor. "Aquele que conhece a si mesmo, conhece o seu Senhor". Essa tradição nobre torna-nos conscientes de que se, na verdade, um ser humano conhecer a sua própria impotência e mortalidade, compreenderá o poder e força, o esplendor e a majestade do seu Senhor e experimentará o que é o amor e o que é temer a esse exaltado Ser. O ser humano se torna verdadeiramente humano quando ele vê que foi criado com amor, e que o temor reverente da Verdade Divina é o princípio da sabedoria.

Ó amante buscador da Verdade! Os servos fiéis dos amigos de Deus, não são abandonados na necessidade. Se Qitmir foi admitido ao Paraíso porque era o cão dos Companheiros da Caverna, será desapropriado o servo de um Santo? Deus o proíba! Por certo que não será despojado e entrará no Paraíso com o ser que serviu. Acaso não nos disse o mais nobre Mensageiro (s.a.w.): "Estamos com aqueles que amamos".

O discípulo é o filho ou a filha espiritual do guia. Seria uma mãe ou um pai capaz de abandonar os seus descendentes, sem importar que as crianças fossem boas ou más? Os verdadeiros guias estão ainda mais compassivos para com seus filhos espirituais. Através do excesso de indulgência, ignorância ou falta de experiência, muitas vezes os pais levam os seus filhos para uma posição inferior a que eles poderiam ter obtido.

No entanto, como pais espirituais, os verdadeiros guias são inteiramente dedicados à elevação de seus filhos espirituais para posições mais elevadas, para guiá-los para a segurança e a felicidade neste mundo e na Vida Futura e para garantir o seu bem estar. Eles não abandonam nem mesmo os filhos de espírito maligno. Não duvidais disso. A aprovação do verdadeiro guia é a aprovação do nobre Mensageiro, e a aprovação de nobre Mensageiro é a aprovação de Deus, o Todo-Glorioso.

“Wa salamu aleikum wa ráhmatullahi wa barakatuh.

E a paz de Deus esteja convosco... ."

quinta-feira, setembro 19, 2013

VIVER E MORRER MUÇULMANO (SUBMISSO A DEUS).

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - 
JUMA MUBARAK

Tawaffani musliman wa alhiqni bi sualihin” - “…Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Cur’ane 12.101

 “Rabbaná af-rig ãleiná sab-ran wa ta wa fana muslimin” - “…Senhor nosso, concede-nos a paciência e faz com que morramos submissos a Ti (como muçulmanos)!” . Cur’ane 7:126

Abdullah Ibn Massude (Radyialahu an-hu), referiu que O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) jurou por Deus e disse: “acontece que um de vós praticar acções próprias da gente do paraíso até não faltar senão um palmo para chegar a este (paraíso) e aí ele ser antecipado pelo livro e começar a praticar ações da gente do inferno e assim ele entrar no inferno. E acontece que um de vós praticar ações da gente do inferno até não faltar senão um palmo para chegar ao inferno e começar a praticar ações da gente do paraíso e entrar no paraíso. (Bukari e Muslim).

Deus deu a cada um de nós a faculdade de distinguirmos o bem e o mal. Este mundo passageiro, é um autêntico teste para determinação do nosso destino na vida futura. No momento da nossa morte, a nossa crença, ou não, no Deus Único e nos Seus Profetas, é crucial para a determinação do nosso futuro. Há certos crentes que passam a sua vida felizes e com estabilidade financeira, agradecidos e cumpridores das orientações de Deus e do Seu Profeta. Quando lhes acontece alguma desgraça, por exemplo, perda de um ente querido, ficam revoltados, culpando tudo e todos. Mais grave do que isso, acabam por perder a fé, culpando a Deus pelos seus infortúnios. E ainda outros que passam a sua vida com o suficiente para a subsistência e submissos a Deus. Quando a sorte bate-lhes à porta, não saberão utilizar a riqueza, perdendo-se na luxúria, nos jogos de azar e no adultério. Morrerão desgraçados!

Outros passam a maior parte das suas vidas praticando maldades e prejudicando o próximo, esquecendo as orientações divinas. Mas perto do final das suas vidas arrependem-se e pedem perdão a Deus. “Todos os filhos de Adão são pecadores. Mas o melhor dos pecadores, é aquele que se arrepende e pede perdão”. Tirmidi. Tentam remediar todo o mal causado aos outros, reconciliando-se com eles e no momento da morte, morrem submissos a Deus (muçulmanos). “E diz (Ó Muhammad); “Ó meus servos que se excederam contra si próprios, não desespereis da Misericórdia de Deus; certamente Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo”. Cur’ane 39.53.

A fé do ser humano tem sempre altos e baixos. Tudo o que lhe rodeia, condiciona ou lhe aumenta a fé. Embalado pelos bons momentos da sua vida esquece o Sustentador. As dificuldades que devem ser aproveitadas para nos reconciliarmos com o nosso Criador, podem também provocar desânimo e afastamento Dele. O ser humano deve preocupar-se em todos os momentos da sua vida, em manter acesa a chama da fé. O muçulmano deve pedir a Allah, o Criador e o Sustentador, para que lhe permita viver e morrer com fé e como muçulmano (submisso a Deus). Que lhe conceda a tranquilidade na sua sepultura e a facilidade na entrada no paraíso. O crente não deve limitar-se a pedir, mas deve demonstrar essa preocupação praticando boas acções e cumprindo com as obrigações religiosas. “Salvo aqueles que se arrependem crerem e praticarem o bem; a estes Deus computará as más acções como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo”. Cur’ane 25:70.

Para um crente, é melhor uma longa vida, porque lhe permitirá continuar a praticar boas acções, que lhe facilitarão a vida no Akhirat (vida do além). Quando uma doença grave nos atinge, não podemos pedir a Deus para nos levar depressa, mas devemos ter a paciência e pedirmos o alívio da dor. A dor e o sofrimento são uma espécie de purificação dos nossos pecados. Também servem de alertas para nos voltarmos para Deus, suplicantes e arrependidos. A dor é um “presente” e não um “castigo”. No Dia do Juízo Final, o fardo dos nossos pecados será menor. Procuremos em Deus, o bálsamo necessário para que a tranquilidade da alma atenue a dor do corpo. “Procurai o auxílio (de Deus) na paciência (Sabr) e na oração: na verdade isto é difícil, excepto para os que têm um espírito humilde”. Cur’ane 2: 45.

Ó Criador dos céus e da terra. Tu és o meu Protector neste mundo e no outro. Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Surat Yussuf: 101.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos