Prezados Irmãos,
Assalamu Alaikum:
Aquele ou aquela pessoa que se submete, voluntariamente, à Vontade a Deus, é chamado Muçulmano. Não foi o Profeta Muhammad (paz esteja com ele) mas sim Abraão (paz esteja com ele), quem primeiro transmitiu o Islão (submissão à Vontade de Deus) à Humanidade. Posteriormente, cada um dos Profetas e Mensageiros que se lhe seguiu, exortou o povo a compreender de forma inequívoca os mandamentos de Deus. Para o conseguirem, usaram ensinamentos relevantes, adequados à época em que viviam, até que Deus escolheu o último dos Profetas, Muhammad (p.e.c.e.), que trouxe consigo o Último Testamento, conhecido pelo nome de “o Alcorão”.
Existem ovelhas negras em todas as comunidades. Por isso, não se pode julgar a qualidade do Islão pelos seus seguidores. Se quisermos julgar a qualidade do Islão, então julguem-o pelas suas fontes autênticas, ou seja, o glorioso Alcorão e os Sahi Ahadith (Ditos idôneos do Profeta Muhammad (p.e.c.e.).
Ser muçulmano significa sobretudo crer em Deus, que é «Rab-bil-alamin», Criador e Sustentador de todos os povos e universos. O Alcorão, que é a fonte primária do Islão normativo, diz que a Criação de Deus “tem como finalidade a justiça” e não uma “simples diversão”. A humanidade, formada “no melhor dos moldes” tem sido criada para servir Deus. Segundo o ensinamento Alcorânico, servir a Deus não pode ser diferente de servir a humanidade, ou, em termos islâmicos, aqueles que crêem em Deus devem respeitar ao mesmo tempo os “Haquq Allah” (Direitos de Allah) e os “Haquq al-ibad” (Direitos das criaturas). Cumprir as suas obrigações para com Deus e a humanidade faz parte da virtude, conforme estabelecido no Alcorão, que diz assim:
"A virtude não consiste só em que orientais os vossos rostos até ao Levante ou ao Poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu os seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de escravos; e a dos que observam a oração, pagam zakat, cumprem os com-promissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade, e em tempo de guerra; esses são os verazes e esses são os piedosos". (Alcorão, 2:177).
Ser muçulmano, hoje em dia, significa ter em conta o imperativo do Alcorão que é o seguinte: “Que não haja nenhuma coerção no Islão”, sabendo que o direito de exercer a livre escolha no âmbito da crença está assumido, sem nenhuma ambiguidade, pelo Alcorão.
Ser muçulmano, hoje em dia, significa, também, dar-se conta de que não alcançamos o Paraíso com a simples profissão do Islão, e que os muçulmanos não têm a exclusividade da graça de Deus, pois o Alcorão nos diz, textualmente:
“Os crentes, os judeus, os cristãos e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor; e não serão presas do temor, nem se entristecerão”. (Alcorão, 2:62 e 5:69).
Por último, ser muçulmano, hoje em dia, — e sempre — significa fazer uma reflexão, interna e externa, tendo como finalidade encontrar um estado de paz, que seja o objectivo do Islão. Todavia, a paz não é a ausência de conflitos simplesmente, tal como a saúde não é a ausência de doenças simplesmente. De acordo com a perspectiva Alcorânica, a paz é um estado positivo da segurança em que o indivíduo está livre de toda ansiedade e de qualquer medo. Este estado aparece quando os seres humanos cumprem a ordem divina, que consiste em viver de maneira justa, aprendendo a ser justos consigo mesmos e com os demais. Requer-se um esforço constante para superar o estado de fragmentação a que a maioria dos seres humanos estão sujeitos nesta era tecnológica.
Que a Paz de Allah esteja com todos nós. Obrigado. Wassalam. - M. Yiossuf Adamgy - 28/08/2014.