INTRODUÇÃO
A priori, não se compreende o Islã sem considerar as suas práticas religiosas diária, cuja aplicação corresponde à verdade de Allah e a Sua Lei.
Então, aquilo que parece estranho ao entendimento de outros credos, o sistema islâmico vê com prescrições divinas, claramente estabelecidas para serem usadas. Em tese o muçulmano não pode ignorá-las, porque foram ordenadas aos nossos antepassados, e se hoje, são mal interpretadas pelos não muçulmanos, devemos sem arrogância manter vivos os preceitos da inteligência divina alimentando-se dos fundamentos alcorânico como nos ensina a Surata 2, versículos 83 /183:
“E lembra-lhes de quando firmamos a aliança com os filhos de Israel: Não adorareis senão a Allah...”.
“Ó vos que credes! É vos prescrito o jejum, como foi prescrito aos que foram antes de vós, para serdes piedosos”.
E a Surata 3, versículos 96/97:
“Por certo, a primeira Casa de Allah, edificada para os homens é a que está em Bakkah, é abençoada e serve de orientação para os mundos”.
“Nela há sinais evidentes, entre os quais o maqãm de Abraão”. E quem nela entre estará em segurança. E, por Allah, impende aos homens a peregrinação à Casa, a quem até ela possa chegar. E quem renega isso saiba que, por certo, Allah é bastante a Si mesmo, prescindindo-se dos mundos ““.
Precisamente, os sinais de Allah são fartos e concretos. É inconcebível que um muçulmano não os perceba ou demonstre infidelidade aos mandamentos retidos no Alcorão, como expressa a Surata 42, versículo 13:
“Da religião, Ele legislou, par vós o que recomendara a Noé, e o que te revelamos, e o que recomendáramos a Abraão e a Moisés e a Jesus:” Observai a religião e, nela não vos separeis “. È grave para os idólatras aquilo a que os convocas. Allah atrai, para Ele, quem ele quer e guia, para Ele, quem se lhe volta contrito”.
O SIGNIFICADO DO JEJUM
Allah, em sua infinita bondade ordenou para a humanidade algumas regras para serem postas em práticas facilitando a comunhão do servo com o seu Criador. Interessa para se ter essa aproximação e a misericórdia de Allah, a assiduidade no cumprimento dessas regras e esteja o indivíduo concentrado externa e interiormente se empenhar em realizá-las de forma perfeita, com alegria, sem hesitações devendo estar firme no propósito de submeter-se completamente aos preceitos expostos no caminho espiritual.
Esse movimento magnífico da doutrina islâmica chama seu crente aos deveres e ao aprofundamento espiritual do Jejum, despindo-se das afeições terrenas, durante vinte e nove (29) ou trinta (30) dias, do Mês Sagrado do Ramadã, o nono mês do Calendário Lunar Islâmico.
O Jejum é prescrito para todas as pessoas adultas, a partir da puberdade caracterizada pelas mudanças corporais tanto no elemento masculino quanto no feminino; em caso de retardamento desse período, obrigatoriamente, deve ser observada a idade de doze (12) anos cumprindo o adolescente a determinação divina.
O Jejum expressa abstinência de comer, beber, do relacionamento sexual, do período da madrugada ao por do sol, de forma a refrear os mais variados desejos e necessidades humanas, afastando a inveja, a mentira, os sentimentos maldosos, as más palavras etc. Tudo foi condenado pela ordem divina.
Mais ainda, o caráter universal dessa prescrição fundamenta-se em duas fases. Uma para ser cumprida no horário estabelecido pelo Criador, que contempla, principalmente à disciplina do espírito humano no desenvolvimento de força perante os obstáculos da vida, em quaisquer circunstâncias.
Outra, relativa às condições físicas, melhorando a saúde e a mente, contribuindo para proteger o corpo e preservá-lo de danos causados pelo excesso de alimentação diária, durante onze meses do ano.
Com isso, tenho a considerar no princípio do Jejum, o muçulmano expressar inequívoca submissão a Allah, mudando todo sistema alimentar, de trabalho, pois, ao contrário do que se fala, durante esse tempo come-se pouco, conservando o conceito alcorânico com paciência e vigor.
Com o Jejum muçulmano fica limpo externo e interiormente, porque, vivencia a fome e a sede, na mesma proporção do pobre, nesse caso, sente de perto a dificuldade numa dimensão mais elevada de entendimento, acentuando dali por diante, a convivência com o desfavorecido.
De forma que o Jejum implica na obrigação da caridade aos carentes, firma maior integração da comunidade e manifesta extrema liberdade pelo relacionamento com a sabedoria divina trazendo satisfação à prática do princípio ordenado.
Desta forma, o significado interior do Jejum aprofunda a relação do muçulmano com Allah, em qualquer lugar em que a pessoa esteja, desde é claro, que não viole a natureza plena da regra que integralmente é mantida nas comunidades muçulmanas pelas famílias.
O JEJUM NA FAMÍLIA MUÇULMANA
Em um hadith, o Profeta e Mensageiro de Allah (SAAS), disse: “Há muitos que jejuando, só ganham do Jejum a fome e a sede”. Isso significa que há pessoas que não preenchem sinceramente as obrigações impostas por Allah, transgredindo espontaneamente o que foi ordenado.
Para não atingir esse estágio e completar com firmeza de intenção e confiança o Jejum, a família deve ajudar o indivíduo nos primórdios da infância. Esse é um costume bastante apreciado pela família muçulmana que prepara os filhos para esta vida terrena e para a outra vida, sem constrangimentos.
Para auxiliar a índole infantil a manter o controle do menor ao atingir a idade de sete anos, os pais começam a treiná-lo para o Jejum. Ensinam a praticar o Jejum e exercitá-lo nas orações. Em horários específicos, disciplina-o comer e beber, a fim de em um futuro próximo prosseguir sem dificuldades na jornada espiritual.
Entre milhares de hadith, o Profeta Muhammad (SAAS) ensinou: “Ordene seus filhos orarem quando atingirem a idade de sete (7) anos castigue-os, se eles não obedecerem quando estiverem com dez (10) anos, que as crianças durmam separadamente”.
Esses simples ensinamentos são de grande valor por que, a criança vai sendo treinada por etapas, paulatinamente prosseguindo de modo a situá-la concisa na tarefa que tem a desempenhar como cidadão na comunidade muçulmana, e, servo de Allah.
De modo, no Jejum, o café da manhã lhe deve ser servido atrasado, num espaço que varia de uma a duas horas depois da primeira refeição comumente servida. Espaço de tempo que deve ser repetido em todos os repastos, que proporcionará a transformação do horário alimentar. Interligado a esta vivificante modificação de hábito, os familiares devem encorajá-lo a dar continuidade ao grande esforço positivando toda superação que possa alcançar.
Essa viva participação familiar traz muitos aspectos de manifestações e regozijos dirigidos a mostrar à comunidade o bom desempenho do Jejum. Esse clima de euforia domina em todos os países muçulmanos, as crianças que conseguem (maioria) dominar sem empecilho o Jejum (assistidas de perto pelos seus pais) são festejadas a título de intensa alegria pelos parentes que costumam presenteá-las com troféus pela grande vitória.
Portanto, uma superforça familiar trabalha sendo comum criança de sete (7) anos jejuar igual a um adulto no mês de Ramadã.
A cada ano, a tradição é mantida dentro do mesmo sentido, crescendo a criança dentro da norma religiosa, ciente das suas obrigações de futuros homens e mulheres perante o Absoluto.
A criança muçulmana é mantida numa vida simples e ambiente limpo. Moldada ao conjunto dos princípios do Alcorão e da Sunnat, sendo recompensada nesta e na outra vida. Os pais que incentivaram a fé islâmica aos filhos estreitaram o amor por ele e serão recompensados com o Paraíso! Inshallah!
O JEJUM NO ALCORÃO E NA SUNNAT
Diz Allah no Alcorão Sagrado, na Surata 2 versículo 185:
“Ramadã é o mês em que foi revelado o alcorão, como orientação para a humanidade e como evidências da orientação do critério de julgar. Então, quem de vós presenciar esse mês, que nele jejue: e quem estiver enfermo ou em viagem, que jejue o mesmo número de outros dias. Allah vos deseja a facilidade, e não vos deseja a dificuldade. E fê-lo para que inteires o número prescrito, e para que magnifiqueis a Allah, porque vos guiou, e para serdes agradecidos”.
Adequadamente, o versículo mostra quando se faz o Jejum, observando aparecimento da lua nova, que indica a chegada de cada novo mês, o mês de Ramadã e o início do Jejum. O Profeta Muhammad (SAAS) disse: “Jejuem quando verem a Lua Nova, também terminem o Jejum também quando verem a Lua Nova. Se não olharem a Lua Nova, completa o mês de Chaaban trinta (30) dias”.
Expressa com clareza que, no dia vinte e nove (29) do mês de Chaaban , antes do por do sol e depois do por do sol, o muçulmano olha o céu procurando a Lua Nova. Se ela aparece o outro dia é início do mês de Ramadã. No caso de não aparecer, indica que o outro dia é final do mês de Chaaban.
Extremamente cuidadoso e ciente da sua missão, o nobre Profeta, ensinou aos muçulmanos que o mês lunar é de vinte e nove (29) ou trinta (30) dias, não chegando a vinte oito (28) tampouco a trinta e um (31) dias, como no calendário gregoriano.
Por conseguinte o muçulmano deve observar miudamente, o horário do surgimento da lua nova. Caso expor-se avista depois de “zero hora” ou até as doze (12) horas, não é considerada Lua Nova. Ela é nova para o dia mesmo, não conta.
No Islã a Lua Nova tem sentido de inicio de um novo mês. Aparece durante à tarde ou até a noite, sendo bastante prazeroso acompanhar os movimentos lunares que transcrevem no céu o anuncio do término do tempo decorrido entre uma Lua Nova e outra.
Detalhe muito importante que o muçulmano não deve perder, e se esforçar em seu caminho espiritual, por que, o Alcorão responde todas as coisas que se necessite nesta vida colocando nitidamente as regras do Jejum. O Profeta e Mensageiro de Allah, explicou por inspiração divina, detalhadamente como jejuar e praticar corretamente o rito islâmico.
Por ser uma prescrição divina o muçulmano deve utilizar os princípios fundamentais que compreendem a revelação e a tradição profética, para alcançar a essência da abstinência total. Nesta visão prevalece que o Jejum centra a mente, o organismo físico, ao autocontrole e a alma a elevação espiritual. É sem dúvida um processo de libertação espiritual, no qual o servo de Allah se identifica com o preceito e consegue primordialmente polarizar grande satisfação na continuidade da regra religiosa.
Allah diz na Surata 2 versículos 183 e 187:
“Ó vos que credes! É vos prescrito o Jejum, como foi prescrito aos que foram antes de vós, para serdes piedosos”.
“Durante dias contados. E quem de vós estiver enfermo ou em viagem, que jejue o mesmo número de dias. E impende aos que podem fazê-lo, mas com muita dificuldade, um resgate: alimentar um necessitado. E quem mais o faz voluntariamente, visando ao bem, ser-lhe-á melhor. E jejuardes vos é melhor. Se soubésseis!”.
“Ramadã é o mês em que foi revelado o alcorão, como orientação para a humanidade e como evidências da orientação do critério de julgar. Então, quem de vós presenciar esse mês, que nele jejue: e quem estiver enfermo ou em viagem, que jejue o mesmo número de outros dias. Allah vos deseja a facilidade, e não vos deseja a dificuldade. E fê-lo para que inteires o número prescrito, e para que magnifiqueis a Allah, porque vos guiou, e para serdes agradecidos”.
“E quando meus servos te perguntarem por Mim, por certo, estou próximo, atendo a súplica do suplicante, quando Me suplica. Que eles Me atendam, então, e creiam em Mim, na esperança de serem assisados”.
“É vos lícita, na noite do Jejum, a união carnal com vossas mulheres. Elas são para vós vestimentas, e vós sois para elas vestimentas. Allah sabia que vos traíeis a vós mesmos a esse respeito, e Ele voltou-Se para vós e indultou-vos. Então, agora, juntai-vos a elas e buscai o que vós, o fio branco do fio negro da aurora. Em seguida, completai o Jejum até o anoitecer. E não vos junteis a elas, enquanto estiverdes em retiro nas Mesquitas Esses são os limites de Allah: então, não vos aproximeis deles. Assim, Allah torna evidentes Seus Sinais, para os homens, a fim de serem piedosos”.
Para que não haja equívocos, a doutrina islâmica ressalta a questão de quem pode ou não jejuar. É um critério religioso que provém da consideração da força e da saúde do ser humano, não sendo estranho para os muçulmanos, que algumas pessoas não possam efetivar a regra divina.
Pode-se dizer, que não é um descumprimento à ordem de Allah, nem uma aquisição de emancipação do Jejum. Necessariamente, a concepção religiosa islâmica mostrar a bondade do Absoluto em relação às situações que implicarão em transtornos para os seus Servos, já que o objetivo maior é o de proporcionar um aspecto espiritual positivo, ou seja, a identificação maior com a ordem divina.
Daí, o Jejum do Ramadã é obrigatório à intenção (anniya), que é o propósito formalizado a cada noite para o Jejum do dia seguinte. Pode-se fazer a intenção na primeira noite do mês de Ramadã que valerá por todos o mês, expressando-se: ”Nauaitu Siamu Charu Ramadã, Lillahi Al Azim”.(Intenciono jejuar durante o mês de Ramadã para Allah o Poderosíssimo).
Diz Allah na Surata 2, versículo 184:
“Durante dias contados. E quem de vós estiver enfermo ou em viagem, que jejue o mesmo número de dias. E impende aos que podem fazê-lo, mas com muita dificuldade, um resgate: alimentar um necessitado. E quem mais o faz voluntariamente, visando ao bem, ser-lhe-á melhor. E jejuardes vos é melhor. Se soubésseis!”.
Quando o versículo fala em “em dificuldade de jejuar”, subentende-se às pessoas idosas que não podem fazê-lo como antes ou o doente proibido de realizá-lo por recomendação médica. Para evitar uma situação penosa para os Seus Servos, Allah recomendou o pagamento da “Al Fidiah”, durante o mês de Ramadã.
Al Fidiah é a alimentação obrigatória que o muçulmano impedido de jejuar faz a um pobre muçulmano. O Islã não ordenou quantidade ou qualidade, a comida a ser dada é a que a pessoa normalmente se alimenta.
O rico deve alimentar o necessitado com a comida que geralmente come, e o de menor posse idem. Allah prescreveu a obrigatoriedade do jejum do Ramadã, no segundo ano da hegira, que foi a migração do Profeta Muhammad (SAAS) de Makka para Al Madina. Daquele momento em diante, com bem diz o Alcorão deve-se observar todo o ritual.
Assim, o horário a ser acompanhado é de suma importância devendo nele o muçulmano cumprir as determinações impostas pelo Criador para purificar-se dos pecados e implorar a Allah, que o perdoe, dos registros de ações negativas no livro da vida e o coloque entre os justos guiando-o para um caminho de retidão. Ensinou o Profeta (SAAS): “Há uma porção de carne dentro do corpo do homem, quando ela está purificada, todo o corpo fica purificado; quando está impuro todo o corpo permanece impuro. Essa porção é o coração”.
Nessa compreensão, quando o dia de Jejum começa com o Salat ( Oração) Al Sobh ( Oração da Madrugada), e termina com o por do sol, o muçulmano deve estar contrito na disciplina de purificação interior, longe da mentira, da inveja, da vaidade, do orgulho, da malícia, da intenção maldosa ou jocosa, entre outras faltas. Bem como, se abster de comer, beber, fumar, fazer sexo, colocar na boca qualquer coisa que possa salivar e engolir, e durante as abluções ter o cuidado para não bochechar com muita água, a fim de não engoli-la, se o fizer intencionalmente, perde o Jejum desse dia.
O muçulmano que completa estágios da abstinência, é abençoado na quebra do Jejum (Iftar) no por do sol podendo comer e beber até um pouco antes da madrugada seguinte, tempo suficiente para escovar os dentes, abluir, preparar para o Salat Sobh e reiniciar o Jejum.
O Profeta Muhammad (SAAS) recomendou aos muçulmanos quebrarem o Jejum quando chegar o horário do Salat Maghrib, antes mesmo de realizá-la.
Como o ser humano é imperfeito passível de esquecimento, pode ocorrer durante o Jejum comer ou beber; devendo a pessoa suspender o ato de imediato para não perder o Jejum.
O Profeta (SAAS) falou sobre o Assahur, que é a comida abençoada antes do Salat Al Sobh, com a finalidade de fortificá-lo na jornada espiritual.
Constituindo o Jejum uma obrigação para todos os muçulmanos, allah, em sua infinita misericórdia e bondade contemplou a mulher com caráter distinto do homem protegendo-a na capacitação espiritual determinando que:
a) A mulher que está menstruada ou que gerou, não pode jejuar;
b) A mulher que amamente não pode jejuar;
c) Depois do Ramadã a mulher pode jejuar o mesmo número de dias perdidos, durante os onze meses do ano escolhendo a melhor época para praticá-lo.
d) A mulher não paga a oração que perdeu durante o período menstrual ou após o parto, mas, ela não deixa de realizar a oração, tanto no período da gravidez como no aleitamento materno. No período mais avançado da gravidez, a mulher pode rezar sentada, para tanto precisa aprender regras simples para realizar bem as orações, seguindo é claro, os horários determinados.
A pessoa que não pode cumprir plenamente o Jejum, por ser idosa ou estar doente, ou por recomendação médica está proibida de realizá-lo durante determinado período ou pelo resto da vida. Deve, no entanto pagar Al Fidiah, todos os dias do mês de Ramadã. Se o doente, pela graça de Allah, vier a ser curado deverá seguir o curso do Jejum normalmente.
A contemplação da Al Fidiah compreende a ordem de Allah para o muçulmano que não passa pela abstinência física da comida da qual se alimenta ou o valor da mesma ao muçulmano necessitado.
O Poderoso também recomendou ao viajante, cujo percurso é de mais de oitenta quilômetros, não jejuar e recompensar os dias perdidos após o mês de Ramadã, ou quando considerar o momento oportuno conduzindo à mesma concentração, intenção (Anniya) de todas as normas prescritas. É admitido repor os dias de Jejum antes do inicio de um novo mês do Ramadã.
Durante todo o mês de Ramadã, os muçulmanos acompanham com espírito de confiança e alegria o Salat Icha e a Salat At Tarawih. A Salat Tarawih é Sunnat. Cada Salat começa para o muçulmano um novo estímulo dentro de si para continuar a oferecer a Allah o Jejum e obter Dele misericórdia e elevação do potencial de submissão e obediência às suas ordens.
O Salat At Tarawih consiste de oito (8) a vinte (20) Rakas e é realizada de duas em duas Rakas, isto é, cada oração compõe-se de duas Rakas. Ela é realizada após o Salat Icha e antes do With, desde a primeira noite de Ramadã.
Assim o Salat Tarawih termina na última noite do mês de Ramadã. No dia vinte e nove do mês de Ramadã os muçulmanos procuram a Lua Nova antes da oração do Icha. Se a Lua Nova aparecer os muçulmanos estão dispensados de rezarem o Salat Tarawih, por que, no outro dia é a Festa do Eid Al Fitr (Festa do Quebra Jejum), primeiro dia do mês de Chaual. Não encontrando a Lua Nova reza-se a Salat Tarawih ficando esta com a última noite do Ramadã do ano em curso. No dia trinta (30) do mês de Ramadã, não tem Salat At Tarawih.
AÇÕES DE DESTAQUES DURANTE O MÊS DE RAMADÃ
ZAKAT AL FITR: Deve ser observado o pagamento desse Zakat estando o muçulmano jejuando ou não. Deve ser dirigido ao muçulmano pobre e corresponde a 2,175 kg de alimento. (Arroz, macarrão, Feijão, açúcar, qualquer outro produto ou seu valor em dinheiro). O pagamento deve ocorrer antes do Salat Eid al Fitr.
O ZAKAT AL FITR é “uajeb sabata bessonat”, isto é, o Profeta (SAAS) estabeleceu para todos os muçulmanos maior ou menor, um “saâ” de tâmara ou cevada. “Saâ” era uma medida antiga, cujo peso equivale a 2.175 kg. Assim quem nasceu antes da madrugada do dia de festa perante a Sharia’ah Al Islamia, o pai deve pagar Zakat Al Fitr do recém -nascido.
AL ERTIKAF: Prática utilizada durante o mês de Ramadã para os muçulmanos que querem se afastar totalmente das coisas mundanas. Consiste em o muçulmano recolher-se dentro de uma Mesquita nos últimos doze (12) dias do Ramadã. Deve-se fazer a intenção (Anniya) para orar e adorar a Allah; “Nauaitu Al Ertikaf Lillehi Al Azim”. Depois dessa intenção o muçulmano só poderá ausentar-se da Mesquita para prestar socorros em emergência, buscar comida, acompanhar funeral ou visitar um muçulmano doente.
A mulher pode praticar o Al Ertikaf em sua residência, observando todos os passos de quem o pratica na Mesquita.
Pode ainda o muçulmano praticar o Al Ertikaf com a mesma intenção durante o mês do Ramadã por um (1) ou dois (2) dias seguindo de maneira igual o Jejum e demais regras estabelecidas pelo Criador.
Pode, ainda, fazer o Al Ertikaf sem o Jejum uma parte do dia, isto é, o muçulmano entra na Mesquita com a intenção (anniya) de Al Ertikaf, durante o tempo em que ele está na Mesquita. Esse tempo deve ser dedicado exclusivamente à adoração de Allah. Recita-se o Alcorão, escuta-se uma lição religiosa ou ensina aos muçulmanos. Não dorme na Mesquita, por que, Al Ertikaf não é para dormir, e, sim, para adoração ao Absoluto.
A NOITE DO DECRETO
A Surata Al Qadr – 97, explicou a importância da Noite do Decreto:
1. Por certo, fizemo-lo descer, na noite do Decreto.
2. E o que te faz inteirar-te do que é à noite do Decreto?
3. À noite do Decreto é melhor que mil meses.
4. Nela, descem os anjos e o Espírito, (Anjo Gabriel), com a permissão do Seu Senhor, encarregados de toda ordem.
5. Paz é Ela, até o nascer da aurora.
Na Noite do Decreto (Lail Al Qadr), começou a revelação do Alcorão. Quando o Profeta Muhammad (SAAS), aos quarenta (40) anos de idade, na Caverna de “Heraá” recebeu por intermédio do Anjo Gibril (Gabriel) (AS), os cinco (5) primeiros versículos da Surata Al Alaq 96:
1. Lê, em nome do teu Senhor, que criou.
2. Que criou o ser humano de uma aderência.
3. Lê, e teu Senhor é O mais Generoso,
4. Que ensinou a escrever com o cálamo.
5. Ensinou ao ser humano o que ele não sabia.
Essa revelação durou vinte e três (23) anos ininterruptos.
Os companheiros do Profeta (SAAS) na necessidade de saber exatamente em que dia do mês de Ramadã ocorre a Noite do Decreto indagaram ao Profeta (SAAS) a esse respeito. Respondendo-lhes, que procurassem nas últimas dez noites impares do mês de Ramadã, sem, contudo frisar uma data específica. Contudo entenderam tratar-se dos dias, 21, 23,25,27 e 29. O Profeta (SAAS) ainda deu uma outra dica ao grupo de companheiros ao revelar que a Lail Al Qadr (Noite do Decreto) ocorreu quando na noite em que prostaram em cima da terra molhada pela chuva. Nesse momento, o companheiro lembrou-se que foi à noite de 27 de Ramadã.
Por isso, na noite de 27 do mês de Ramadã, os muçulmanos juntam-se nas Mesquitas para recitarem o Alcorão. Fazem Mussabaka, prova alcorânicas, e os que sabem mais, se apresentam como candidatos, sendo grande a quantidade de jovens que mostram um profundo conhecimento do Livro Sagrado. E assim varam-se à noite até o Salat Sobh, (oração da madrugada).
AL CAFFARA
No processo espiritual do Jejum, o casal muçulmano que tiver ralação sexual no horário da abstinência, quebra o Jejum perdendo o dia. Em relação à conduta fora dos preceitos estabelecidos, depois do Ramadã, para que Allah perdoe esse pecado deve Jejuar o dia perdido e pagar Al Caffara, que corresponde a doação de comida a sessenta (60) pobres muçulmanos ou jejuar durante sessenta (60) dias de maneira igual ao do Ramadã.
A distribuição da alimentação pode ser realizada em um só dia, ou, alimentar uma pessoa durante a quantidade de dias estipulados pelo Criador. É muito significativo lembrar, que o casal faz tudo individualmente.
A comida deve corresponder a uma refeição normal completa, jamais distribuir merenda. Logo, a quantidade não deve ser inferior à comida habitual doador. Caso não tenha o casal posse suficiente para realizar Al Caffara deve jejuar sessenta dias (60) dias.
AL AY’YAM ALBIID
A forma espiritual islâmica proclama através da Sunnat – Al Ay’Yam Albiid (Dias Brancos), isto é após a Eid Fitr (Festa do Quebra Jejum). O muçulmano ou a muçulmana, dentro de suas próprias limitações pode jejuar os seis (6) primeiros dias do mês de Chaual.
Começa no dia dois (2) do mês, porque, o primeiro dia de Chaual é festa, sendo proibido jejuar nesse dia. Se o mês passou, não há nenhuma recomendação para realizar Al Ya!Yam Albiid em outro tempo. O Profeta Muhammad (SAAS) dizia: “Quem jejuou depois do Ramadã durante seis(6) dias do mês de Chaual, é como quem jejuou a vida toda.”
Isso significa, que quando o muçulmano jejua no mês de Ramadã ganha recompensa dez (10) vezes exprimindo que o Ramadã cobre dez (10) meses, isto por que, quando o muçulmano pratica uma boa ação, Allah dá para ele dez (10) recompensas. Nesse sentido, quando o muçulmano jejua seis (6) dias do mês de Chaual, ganha recompensa traduzida em dois meses, isto é, o mês de Ramadã mais seis dias do mês de Chaual cobrindo o ano inteiro de graças.
O Profeta Muhammad (SAAS) proibiu o muçulmano jejuar cinco (5) dias durante o ano: No dia do Eid Fitr(Festa da Quebra do Jejum) e os quatro (4) dias do Eid Al Adha (Festa do Sacrifício), que corresponde aos dias 10,11,12 e 13 do mês de Dhuz Al Hijja.
COMO JEJUAR EM UM PAÍS NÃO MUÇULMANO
O muçulmano que mora fora de um país islâmico, deve olhar com atenção a linha vertical geográfica do mapa terrestre. Com luma régua traça a linha vertical começando do país em que mora, seguindo o traço contínuo para cima. Se nessa linha tiver um país islâmico o muçulmano pode seguir esse país no Jejum. Pode inclusive seguir Makka, por ser considerada a mãe das cidades.
Se o muçulmano, mora num país em que a maior parte do tempo é noite (em que o céu está sempre escuro), ou mesmo dia (o céu está claro com a luz do sol), e que comumente não se sabe precisar o período que reúne um dia e uma noite, por ter a região meses em noites ou dias. Deve fazer Jejum baseado em horas, ou seguir um país muçulmano mais perto dele, na linha vertical.
Se o muçulmano mora num país que tem dia e noite distintos, o jejum é normal. Inicia à madrugada e termina ao por do sol, não olha se o dia é mais longo no verão e à noite mais longa no inverno, pois, é importante o período que reúne um dia e uma noite, que corresponde ao tempo em que à terra completa uma rotação sobre si mesma.
Mas, a produção divina para os humanos domina também, a ordem do pagamento do Zakat e a sua função dirigida ao pobre muçulmano.
Todos Louvores para Allah o Senhor dos Mundos! Paz, bênçãos e misericórdias de Allah sobre o Profeta Muhammad e seus companheiros e familiares até o dia do Juízo Final. Agradecimentos especiais a sua Eminência Sheikh Mabrouk El Sawi Said autor original dessa obra e que nos autorizou a publicá-la em nosso Blogger Islam. Com
Fonte: Jejum, Zakat e Peregrinação no Islã / Sheikh Mabrouk El Sawy Said – Recife (PE) 2008.