quinta-feira, agosto 31, 2017

A Peregrinação a Meca (Hajj) e o Eid-al-Adha

A Peregrinação a Meca (Hajj) e o Eid-al-Adha Por todo o mundo, os muçulmanos celebram a festa mais importante da religião. No dia de Eid al-Adha, os crentes na fé islâmica sacrificam animais para partilharem com familiares, amigos e com os mais pobres. Coord. e adaptado por: Yiossuf Adamgy Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Mais de Dois milhões de Peregrinos em Meca A cidade saudita recebe, esta semana, mais de dois milhões de peregrinos, procedentes de todo o mundo, numa travessia que, para muitos, será única. A Peregrinação a Meca, que acontece uma vez por ano, é um dos cinco pilares da religião islâmica e um dever para todo o muçulmano que tenha condições financeiras e físicas para fazer a viagem. A palavra “Hajj” significa a intenção de visitar. O Alcorão Sagrado mudou o seu significado linguístico geral para um significado específico, denominando um ritual islâmico em particular, um dos pilares do Islão. A Peregrinação (Hajj) no Islão constitui-se de um conjunto de atividades que o muçulmano cumpre, entre 96 46 o 8º e 12º dia do 12º mês do calendário lunar islâmico, o mês de “Zu-al-Hijjah”, na cidade sagrada de Meca (ár. Makkah), situada, atualmente, no Reino da Arábia Saudita, da forma que o último Mensageiro de Deus, Muhammad (s.a.w.) cumpriu. Todo o muçulmano, em condições financeiras e físicas, deve praticar Hajj, pelo menos uma vez na vida. Foi denominado de Hajj porque o muçulmano, que cumpre os rituais, se dirige para a Caaba (templo em formato cúbico, coberto por um pano da cor preta, erguido no centro da Grande Mesquita de Meca) e para outros locais sagrados, como Arafat, Mina e Muzdalifa, para cumprir os seus rituais. Rituais da Peregrinação (Hajj) Ihram: Antes de iniciar a jornada os fieis devem ingressar ao estado de autocontrole chamado de ihram, durante o qual o peregrino fica proibido de causar dano a criaturas vivas, mesmo insectos e plantas, ou elevar a voz em zanga. O estado de Ihram é determinado com o uso de duas peças não costuradas de tecido branco. O traje significa a igualdade de todos perante Deus. Não há especificação de trajes para as mulheres peregrinas. Desde o início do Ihram até o final da peregrinação o muçulmano não mais se barbeia, ou corta o cabelo, ou tem relações sexuais ou usa perfumes. Tawaf: Significa circungirar, no sentido anti-horário, sete vezes a Caaba que foi construída inicialmente pelo Profeta Abraão e seu filho Ismael (a.s.). A Caaba é considerada o primeiro santuário na terra dedicado à adoração de Deus Único. É um símbolo da unidade dos muçulmanos porque todas as orações, onde quer que sejam cumpridas, são orientadas na direcção da Caaba. Na Caaba também está presente a sagrada pedra negra, considerada uma prova material vinda dos céus. Sa’i: Consiste em percorrer sete vezes a distância entre dois pequenos montes, Safa e Marwa, perto da Caaba, em ritmo acelerado, para lembrar o desespero de Agar (mulher de Abraão) na procura de água para dar ao seu filho Ismael. Os fieis também bebem a água do poço de Zamzam, criada por Deus nas areias do deserto para salvar Agar e Ismael. A água de Zamzam, supostamente, tem poderes miraculosos. A chegada na fonte também marca o fim da jornada individual e o início da jornada colectiva. Depois do pôr-do-sol, os peregrinos dirigem-se para Mina, um local perto de Meca, onde acampam, passam a noite e devem realizar as suas orações. Termina aqui o primeiro dia do Hajj. Wucuf: Ocorre no 9º dia do mês Zu-al-Hijjah, é o ponto máximo da peregrinação. Os peregrinos deixam Mina em direção ao Monte de Arafat, um elevado cercado por um vale vazio ha 25km de Meca. Nesse dia os peregrinos se reúnem em assembleia no monte para meditar e suplicar perdão a Deus, rezando do nascer ao por do sol. Rendendo-se inteiramente à Onipotência de Deus. Após o pôr-do-sol os peregrinos dispersam, abandonando Arafat em direção a Muzdalifah onde fazem a oração da noite e lá deverão passar a noite em tem das. Durante a noite os fieis recolhem pequenas pedras que serão usadas num ritual do dia seguinte. É o arremesso de sete pedras, recolhidas em Mina, feito contra três pilares (pedras que eram adoradas como divindades nos tempos pré-islâmicos) que representam a tentação de Satanás a Abraão para abandonar Deus por ter ordenado que sacrifique o seu filho Ismail. O arremesso das pedrinhas indica a rejeição dos atos maléficos pelo peregrino. De seguida, começam os sacrifícios dos dias do Tashriq, em memória ao sacrifício de uma ovelha por Abraão, quando os fieis sacrificam ovelhas e doam a carne para os pobres. Muçulmanos em todo o mundo participam desse ritual. Mabit: Pernoitar em Mina e Muzdalifa. Os ritos terminam com o início das festividades de três dias que celebram o fim de Hajj, o Eid al-Adha ("Festa do Sacrifício"). Por último, o peregrino pode efetuar um voluntário tawaf e um sa´i antes de se despedir de Meca. Todo homem ou mulher que efetuou Hajj é chamado de hajji ou hajja respectivamente, alcançado um estatuto de respeito na comunidade e na família. Hajj é uma viagem da alma e do corpo. É o abandono da pessoa para se dedicar a Deus e a Sua causa. É o abandono da família, dos bens e dos prazeres mundanos. É o suportar do cansaço, das dificuldades e do sono, por amor a Deus, saudade d’Ele e em atendimento ao Seu chamamento: “E proclama a peregrinação às pessoas; elas virão a ti a pé, e montando toda espécie de camelos, de todo o longínquo lugar” (Alcorão Sagrado, 22:27).  
Obrigado. Wassalam. M. Yiossuf Adamgy - Diretor da Revista Al Furqán.