domingo, dezembro 11, 2016

PODE UM RICO ENTRAR NO PARAÍSO? – Terceira e última parte parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK.
Deus, Criador e Sustentador, utiliza a parábola do elefante e do buraco da agulha, para advertir os descrentes e os provocadores: “Para aqueles que rejeitam os Nossos Versículos e as escarnecem, não se abrirão as portas do céu, nem tão pouco eles entrarão no Paraíso, enquanto o camelo não passar pelo buraco da agulha. Tal é a nossa retribuição para os pecadores. Cur’ane 7:40

Excepto para aqueles que acreditam em Deus, seguem os Seus mensageiros e praticaram boas ações, esses serão os moradores do Paraíso. Na verdade, Deus não vai admitir ninguém no Paraíso que tenha uma mancha na sua alma. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que os crentes salvos do inferno, estarão entre o Paraíso e o inferno, em espera, até que a transgressão que ocorreu entre eles neste mundo seja julgada. Depois de purificados, eles terão permissão para entrar no Paraíso. E referiu ainda: “um deles vai ser capaz de encontrar a sua morada no paraíso, ais do que ele fez na vida deste mundo (para o merecer)”. Bukhari. Tal é a Misericórdia e a Benevolência de Deus, porque a Deus tudo é possível. 

Voltando ao tema: Pode um rico entrar no paraíso? “Aqueles que gastam dos seus bens, anto de dia como à noite, quer secreta, quer abertamente, obterão do Senhor, a sua recompensa.” – 2 : 274. 

O crente rico, que tem por hábito distribuir caridade, terá neste mundo a “Baraka” (a abundância). Sentir-se-á espiritualmente realizado e a sua riqueza não diminuirá por causa disso. É como uma terra onde Deus providenciou a chuva necessária para que as pessoas e os animais possam beber e a terra possa produzir alimentos com abundância necessária para saciar a fome. “E há nos seus bens, uma parte para o mendigo e para o desafortunado”. Cur’ane 5:19.

Incentivar outros para praticarem a caridade, é também uma das formas para ganharmos a satisfação de Deus.

Mundhir Bin Jarir, relatou que ouviu do seu pai dizer que certa vez, nas primeiras horas da manhã, estavam na companhia do Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), quando entraram na Mesquita algumas pessoas da tribo de Mudar, descalças, quase em situação de nudez, com as espadas penduradas em torno dos seus pescoços. Ao vê-los naquela situação de extrema pobreza, o rosto do Profeta (Salalahu aleihi Wassalam) mudou de cor. Ele pediu ao muezin Bilal (Radiyalahu an-hu) para pronunciar o azan (chamamento para a oração). Depois de dirigir a oração em congregação, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dirigiu-se aos seus companheiros e recitou o seguinte versículo do Cur’ane, que é dirigido a toda a humanidade, independentemente da sua filiação religiosa: “Ó gente, temei o vosso Senhor que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos fez descender inúmeros homens e mulheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é Vosso Observador”. 4:1.

Depois recitou outro versículo, este dirigido aos crentes: “Ó crentes, temei a Deus! E que cada alma considere o que tiver oferecido, para o dia de amanhã: temei a Deus, porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis”. 59:18. Os presentes começaram a competir entre eles na concessão da caridade. Doaram moedas de ouro, moedas de prata e roupas. Um deles deu uma porção de trigo, outros entregaram porções de tâmaras, até que o Profeta disse para trazerem mesmo que seja meia tâmara. Um entre os Ansares veio com um saco de dinheiro, cujas mãos tinham dificuldades em transportar. Foram constituídos dois montes de roupas e de alimentos. Vendo este movimento de solidariedade, o rosto do Profeta brilhou como ouro, devido a alegria que sentia. Disse depois o Mensageiro (Salalahu Aleihi Wassalam): “Aquele que define um bom procedimento no Islam, será recompensado e quem por causa dele agiu de acordo, também terá recompensas sem que (qualquer um deles) veja diminuídas as recompensas. Quem define um mau procedimento no Islam, será responsável não só pelo seu acto como também pelos procedimentos consequentes de outros, sem qualquer dedução da sua responsabilidade. Muslim 5:2219.

A pobreza extrema é uma grande injustiça para a qual todos seremos chamados para prestar contas. No dia do Julgamento Final, ser-nos-á perguntado: “Como obtiveste a riqueza e como a gastastes?”. ser rico, é ter algo material ou intelectual, superior ao outro ser humano.

Abu Huraira, Que Deus esteja satisfeito com ele, relatou que os companheiros lamentaram ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “Ó apóstolo de Deus! Os ricos têm os altos graus de prestígio e prazeres permanentes (nesta vida e na vida futura), porque eles praticam as orações como nós as praticamos e se esforçam no caminho de Deus, como nós. E distribuem o excedente das suas riquezas na caridade e nós não temos nenhuma riqueza para gastar nesse sentido”. Ele disse: “Vou-lhes dizer algo que vos fará ultrapassar aqueles que se encontram à vossa frente (nesta acção) e também para os que virão no futuro e ninguém será capaz de vos igualar, a não ser aquele que fizer o mesmo que vocês. Essa acção é recitar depois de todas as orações: “Subhana Allah (Glorificado seja Deus) 10 vezes; Al-Hamdulillah (Louvado seja Deus) 10 vezes e Allahu Akbar (Deus é o Maior / Deus é Grande). Bhukari 75:341. O mesmo relato em Musslim refere que os pobres foram ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) queixando-se de que os ricos se inteiraram do que aprenderam e para além de continuaram com as obras de caridade, também passaram a fazer o mesmo. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “É, mas daí advirá um prémio da parte de Deus, que o concederá a quem Lhe aprouver”. “…e Deus dá a provisão a quem quer, sem medida”. Cur’ane 24:38.

Para terminar: Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Quando um homem morre, as suas acções chegam ao fim, com excepção de três actos: a caridade contínua (Sadaka jariya), o conhecimento que transmitiu, o qual as pessoas continuarão a beneficiar e um filho piedoso que rezará para ele”. Muslim. A caridade continua, pode ser constituída por exemplo: pela perfuração de um poço, onde as pessoas poderão utilizar a água, para saciarem a sede e para efectuarem abluções; construção duma mesquita, para os crentes recordarem a Deus e construção duma escola, para fins religiosos e ou técnicos, que permitam as pessoas melhorarem as suas condições de vida, espirituais e materiais. Assim, enquanto este tipo de obras perdurar, o defunto estará continuamente a receber recompensas de Deus. E isto só é possível, para aqueles que têm capacidade financeira.

Porque a Deus tudo é possível, com a Sua Misericórdia: Sim!, um rico pode entrar no Paraíso!... Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.  “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

11/04/2013

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