Prezados Irmãos, Assalamu Alaikum:
A PROFECIA É CUMPRIDA
Na Segunda-feira, 12 de Rabi-al-Awwal — 570 (Era Cristã) anos depois de Jesus (a.s.) ascender aos céus para esperar o seu regresso antes do fim do mundo – Hazrat Amina deu à luz o seu filho abençoado na casa de Abu Talib.
Ash-Shaffa, a mãe de Abdul Rahman bin Auf, assistiu o seu nascimento e quando Hazrat Amina estava a dar à luz o seu bebé abençoado, este nasce prostrado sobre as suas pequenas mãos e pés; depois espirrou e disse: "Al Hamdullilah" – Louvado seja Allah – enquanto uma voz vinda dos céus respondeu: "Que Allah tenha piedade de vós". Quando Ash-Shaffa olhou para o céu escuro, o horizonte tornou-se tão iluminado que até os distantes castelos da Grécia se tornaram perfeitamente visíveis para ela. Por acaso, "Al Hamdulillah" era a mes-ma prece que o Profeta Adão (a.s.) proferiu, quando espirrou após ter chegado a terra.
O belo bebé nasceu sem o menor traço de poeira sobre ele, e um suave aroma envolvia o seu pequeno e perfeito corpo. Hazrat Amina recordou-se das instruções que tinha recebido na sua visão e sobre elas su-plicou a Allah pelo seu pequeno menino e, em seguida, deu-o a Ash-Shaffa, a mãe de Abdul Rahman, para que o segurasse. Foram imediatamente enviadas notícias a Abdul Muttalib sobre Hazrat Amina ter dado à luz um rapaz. Logo que soube das boas notícias ele apressou- -se para ver o seu neto. Quando chegou a casa o seu coração estava cheio de alegria e grande amor. Emba-lou nos seus braços o doce bebé que estava embru-lhado num pano branco e em seguida levou-o à Caaba onde ofereceu uma prece de agradecimento pelo nasci-mento seguro do seu neto. Antes de devolver o seu neto a Hazrat Amina foi a casa para o mostrar à sua própria família. De pé, junto à porta, esperando pelo regresso de seu pai, estava o seu filho Abbas de três anos de idade. Amorosamente, Abdul Muttalib disse ao seu filho: "Ab-bas, este é o teu irmão, dá-lhe um beijo"; então Abbas, que na verdade era seu tio, dobrou-se e beijou o seu novo irmão bebé. Depois de toda a gente ter admirado o bebé, Abdul Muttalib regressou a casa de Hazrat Amina e de acordo com a visão dela e uma visão que Abdul Muttalib tinha tido, ao doce bebé foi dado o nome de Mu-hammad. Quando as pessoas perguntavam porque lhe tinham dado o nome de Muhammad, eles respondiam: "Para ser louvado nos céus e na terra". Até essa altura o nome Muhammad era desconhecido e nenhuma outra criança tinha jamais tido aquele nome especial.
ACONTECIMENTOS ESPECIAIS - DURANTE A NOITE SAGRADA
Ash-Shaffa não foi a única pessoa a testemunhar acontecimentos milagrosos nesta noite muito especial de nascimento do Profeta Muhammad (s.a.w.). No reino dos Chosroes, as fortificações abanaram, os varandins ruíram, enquanto as águas do Lago Tiberíades baixa-ram e a famosa chama da Pérsia, que não se apagava desde que tinha sido acesa mil anos antes, de repente e sem explicação possível, extinguiu-se. Nos céus, meteoros foram comandados para estarem de guarda como que para evitarem que os demónios ouvissem as notícias que os anjos traziam acerca dos acontecimen-tos desta muito abençoada noite.
O BEM INFORMADO JUDEU
Entre os cidadãos de Meca havia vários Judeus, um dos quais era bom conhecedor das escrituras. Ele sabia, através dos seus estudos e dos sinais do tempo, que o nascimento de um novo Profeta estava iminente e, ansiosamente, esperava a sua chegada. Na noite em que o Profeta Muhammad (Sallallahu alaihi wassallam) nasceu, um estranho sentimento apoderou-se dele que o impeliu a apressar-se para a porta de sua casa e a perguntar a alguns homens da tribo Coraixita, que pas-savam por ali, se eles tinham conhecimento de alguns nascimentos naquela noite. Os homens da tribo respon-deram que não tinham conhecimento de nenhum, por isso ele pediu-lhes que fossem e indagassem e em seguida que lhe mandassem dizer.
Ele sentia dentro de si a certeza que esta era a noite na qual o novo Profeta tinha nascido, e se os seus sen-timentos estivessem correctos, ele sabia que ele real-mente seria capaz de reconhecê-lo através de uma mar-ca especial e proeminente na sua pele e que se situava entre os seus ombros. Algum tempo mais tarde, os ho-mens da tribo regressaram junto do Judeu expectante e contaram-lhe que, na realidade, Hazrat Amina, viúva de Abdullah, filho de Abdul Muttalib, tinha tido um filho. O Judeu pediu-lhes que o levassem para ver o recém-nas-cido e sua mãe, por isso rapidamente se puseram a ca-minho da casa de Abu Talib. Quando ali chegaram, Haz-rat Amina apresentou-lhes o seu querido filho e quando o pano que o cobria foi delicadamente puxado para trás, o Judeu viu a inquestionável marca e desmaiou. Quando recuperou a consciência, ele anunciou que a Profecia tinha sido retirada aos Filhos de Israel e disse: "Ó povo de Coraixe, por Deus, ele conquistar-vos-á de tal modo que as notícias correrão de este a oeste". A marca a que o Judeu se referia era redonda e dizia: "Não há nenhu-ma outra divindade a não ser Allah e Muhammad é o Seu Profeta", e era a partir desta marca identificadora que se exalava o doce aroma de almíscar.
A DECISÃO DE HAZRAT AMINA - E ABDUL MUTTALIB
Abdullah era um homem jovem quando morreu e, portanto, tinha muito pouco para deixar a sua mulher e ao seu filho ainda não nascido. Tudo o que lhes pode deixar foi um criado abissínio chamado Barakah, que significa bênção, alguns camelos e algumas cabras. Barakah era também conhecido por Umm Ayman. Du-rante os primeiros dias de vida do nosso amado Pro-feta, Barakah ajudou a sua mãe a tomar conta dele e Shuwaybah, que assistiu ao seu nascimento, tornou-se a sua primeira ama-de-leite. Naqueles dias era comum a prática das famílias nobres e com posses entregar os seus bebés recém-nascidos ao cuidado de boas famí-lias que vivam longe de Meca, onde a criança estivesse menos sujeita a contrair as muitas doenças que dema-siadas vezes acompanhavam os peregrinos. Entre as muitas vantagens de mandar um recém-nascido para ser criado no deserto, era porque lá o árabe era falado na sua mais pura forma, e o facto de falar árabe puro era uma qualidade muito procurada.
Os jovens também aprendiam a arte essencial da sobrevivência através do amor e carinho mútuos de uns para os outros, o que por sua vez conduzia a excelen-tes modos e a uma natureza cavalheiresca. Tendo isto em mente, a sua mãe Hazrat Amina e seu avô Abdul Muttalib decidiram mandar Muhammad para ser criado no deserto.
HALIMA
Logo após o seu nascimento, várias famílias Beduínas fizeram a sua jornada bianual a Meca à procura de uma criança para criar. Não era necessário nenhum imposto por parte dos pais adoptivos como se poderia supor, mas antes, a intenção era fortificar os laços entre os nobres e as famílias ricas e talvez receber algum favor dos seus pais ou parentes. Entre as possíveis mães adoptivas estava uma senhora chamada Halima, filha de Abdullah Al Sadiyyah, da tribo de Banu Hawazin. A família de Halima sempre tinha sido pobre e esse ano tinha sido particularmente difícil para eles, devido à seca que devastou a área. Halima tinha um bebé seu. Um dia, ela, juntamente com o seu marido Abi Kabshah e o bebé viajou na companhia de outras famílias da sua tribo até Meca. Halima transportava o seu filho montada no burro deles, enquanto o seu marido caminhava ao seu lado e as ovelhas corriam ao lado deles. Quando viajavam, o leite das ovelhas tinha sido sempre uma fonte constante de alimentação, mas a dificuldade da jornada levou a melhor e o leite das ovelhas secou. O próprio leite de Halima era insuficiente para satisfazer o seu bebé que, muitas vezes, chorava de fome até adormecer. Ainda antes de alcançarem Meca, houve outro contratempo, o burro de Há-lima começou a mostrar sinais de coxear e, portanto, eles continuaram lentamente no seu próprio ritmo, enquanto os outros continuaram o seu caminho. Devido ao atraso, Halima e a sua família foram os últimos candidatos a pais adoptivos a chegarem a Meca. Quando chegaram, cada uma das outras candidatas a mães adoptivas tinha já visitado as casas dos pais que desejavam mandar os seus recém-nascidos para a segurança do deserto, e tinham já escolhido um bebé. Porém, o plano de Allah era que todos declinassem a oferta de levarem o bebé de Hazrat Amina por causa de ele ser órfão, e assim quando Halima chegou ele era o único disponível. Quando Halima entrou na casa de Hazrat Amina ela encontrou o pequeno bebé a dormir embrulhado num xaile de lã branca, debaixo do qual tinha sido colocada um pedaço de seda verde. Ins- tantaneamente, apenas com um olhar, da mesma ma-neira que o coração da mulher do Faraó se enchera de amor para com o bebé Moisés, Allah encheu o coração de Halima com um amor extremo. Halima ficou exta-siada com a beleza do bebé e, à medida que se dobrava para pegar nele, sentiu o cheiro da delicada fragrância do almíscar. Com medo de o perturbar, ela colocou a sua cabeça sobre o peito dela e, enquanto o fazia, ele sorriu, em seguida abriu os olhos e deles irradiava uma luz maravilhosa. Gentil e amorosamente ela beijou-o en-tre os olhos e ofereceu-lhe o seu seio direito e imediata-mente sentiu uma golfada de leite; ele aceitou o seu seio e avidamente mamou. Passado algum tempo ela ofere-ceu-lhe o seu seio esquerdo, mas mesmo nesta tenra idade a justiça era-lhe inerente à sua natureza, e ele recusou deixando o seio para o seu recém-irmão de leite. Mais tarde nesse dia, Halima regressou para junto do seu marido e contou-lhe que não tinha dúvida na sua mente que ela queria adoptar o bebé de Hazrat Amina – não importava para ela que o bebé fosse órfão, ou que futuros favores não pudessem ser possíveis. O bebé tinha cativado completamente o seu coração.
A LIGAÇÃO
É através do leite alimentício que uma mãe adoptiva transmite a força e que o bebé ganha uma família alar-gada, na qual o casamento entre filhos dos mesmos pais não é permitido. E foi assim que a criança adoptiva de Halima se referiria a ela, alguns anos mais tarde, como sua mãe, e aos seus filhos como seus irmãos e irmãs.
Logo desde o início que a ligação entre Halima e o seu filho adoptivo provou ser uma grande bênção não só para a sua família mas também para toda a tribo e, posteriormente, para todo o seu povo.
A NOITE DE PAZ
Enquanto Halima alimentava o bebé de Hazrat Amina, o seu marido, Abi Kabshah, foi vigiar as suas ovelhas e ficou muito surpreendido ao encontrar as suas tetas cheias de leite. Quando as mugiu havia tanto leite que foi mais que suficiente para alimentar toda a família, pois que nessa noite eles beberam a sua parte e dormiram calmamente. Quando acordaram, Abi Kabshah excla-mou: "Halima, eu vejo que escolheste um espírito aben-çoado; reparaste como passamos uma noite abençoada e estamos a desfrutar dos seus benefícios?"■
Obrigado. Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy - 25/12/2014.
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