A Al Furqán, órgão para a divulgação do Islamismo em Portugal, proclama la paz, a justiça e o respeito pela vida dos seres humanos, princípios básicos do nosso Estado de Direito e do Islão.
Por: M. Yiossuf Mohamed Adamgy - Director de Al Furqán
Prezados Irmãos,
Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco):
A Al Furqán lamenta profundamente o ato terrorista cometido ontem ao periódico francês “Charlie Hebdo”, causando a morte de doze pessoas e vários feridos graves.
Manifestamos a nossa mais firme repulsa por este vergonhoso acto de violência, o qual desperta sen-timentos de impotência e tristeza entre a comunidade islâmica e a cidadania em geral.
À luz deste horrível e injustificável acontecimento, nestes momentos é uma obrigação moral de toda a comunidade islâmica no mundo, assim também do Al Furqán, de expressar o seu mais veemente repúdio ao atentado e tornar público o seu mais profundo pesar pelas mortes, reproduzindo as devidas condolências aos familiares e próximos das vítimas.
Os meios de comunicação social estão de luto.
A educação, o debate, a reflexão e os distintos pontos de vista são os meios que devem ser usados para a liberdade de expressão, cabendo, nesse aspecto, aos membros da comunicação um papel fundamental para a construção de sociedades sãs e livres.
Os que cometem actos de terror como este, vulneram os princípios básicos da Mensagem do Islão e merecem que sobre eles se aplique todo o peso da lei e justiça.
Este atentado cometido na sede do semanário em questão, aparentemente em nome de Deus e em defesa da honra do Profeta Muhammad (paz esteja com ele), não vem senão a denigrir a sua essência e provocar o horror de todos os muçulmanos.
Por isso, a Al Furqán tem vindo a manifestar, quer através da sua revista, quer através das suas refle-xões islâmicas semanais, a sua mais contundente repulsa ao autoproclamado Estado Islâmico (que de islâmico não tem nada) e seus seguidores, por fazer uso de armas e violência para perpetrar o terror e por atentar contra la integridade dos po-vos e a unidade dos muçulmanos.
Nenhuma pessoa, nem nenhum grupo, qualquer que seja a sua condição, tem o direito de manchar e desfigurar a imagem e a dignidade do Islão e os Muçulmanos, pelo que um acto de terror desta natu-reza só pode ser cometido por indivíduos inimigos desta religião e alheios aos seus princípios e valores universais.
O Islão proíbe, terminantemente, o uso da força, o abuso e a agressão de seres humanos inocentes e não justifica sob nenhum conceito o crime e o assassinato.
Não é propósito principal desta reflexão/comunicado, mas serve para recordar também que a Al Furqán sempre tem defendido e continua a defender a liberdade de consciência e a liberdade de expressão, por ser parte central do credo e discurso islâmico, como o é também o respeito ao próximo e as suas crenças. Importante é, em contra-partida, que a liberdade de expressão encontre os seus limites no respeito e reconhecimento da diversi-dade cultural, religiosa e ideológica.
O terrível problema magno da situação política mundial é devido em grande parte àquela falta da nossa civilização. Sem «cultura ética», não há salvação para os seres humanos.
Por último, queremos mencionar estas palavras do Sagrado Alcorão, que declara textualmente:
«Quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assas-sinado toda a humanidade. E quem salvar una vida é como se tivesse salvado toda a huma-nidade». (5:32).
« …Não te esqueças da tua porção neste mundo, e sê amável, como Deus tem sido para contigo, e não semeies a corrupção na terra, porque Deus não aprecia os corruptores». (28:77).
Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Muhammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo!» (41-:34).
Que Deus ilumine toda a humanidade.
Wassalam (Paz)!■
Nenhum comentário:
Postar um comentário