quarta-feira, março 07, 2012

O ILM (A PROCURA DO CONHECIMENTO) – SEGUNDA PARTE

O ILM DOS PROFETAS E DOS PIEDOSOS.

Toda a ciência e o conhecimento, provém de Deus. Só Ele conhece o passado, o presente e o futuro. “…Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto.” – 20:7. Foi Ele que agraciou os Seus Profetas com sabedoria, para poderem falar aos seus povos. Os Profetas sempre foram os melhores da humanidade, no que se refere à aparência, personalidade e capacidades especiais, de modo a não serem alvo de troça ou desprezo. Mas mesmo assim, os Profetas foram maltratados por alguns, por não aceitarem a palavra de Deus. Abdullah (Radiyalahu an-hu), relatou: “Como se eu tivesse visto o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) falar de um Profeta, cuja nação o tinha agredido, ao ponto de sangrar e enquanto estava a limpar o sangue do seu rosto pediu: Ó Deus, perdoe a minha nação! Pois eles não têm conhecimento.” Bhukari.

Ao longo da história da humanidade, Deus enviou milhares de Profetas, para nos transmitirem e nos incentivarem a procura do conhecimento, para esta vida passageira e em especial para a outra que não terá fim. Outras personalidades também tiveram o privilégio de obterem o ilm, para o benefício da humanidade.

Quando Deus criou Adam (Aleihi Salam) – Adão (Que a Paz de Deus esteja com ele) e o colocou como seu Khalifa na terra (vice - regente), dotou-o de certos poderes e deu-lhe o dom da palavra. “Criou o homem e ensinou-lhe a expressar-se” Cur’ane 55.3,4. Deu-lhe a conhecer os nomes de todas as coisas. Transmitiu-lhe a sabedoria necessária, que aprendeu e os passou para os seus filhos, para estudarem as leis da natureza, reflectirem sobre eles e utiliza-los correctamente, em benefício da humanidade. “Na verdade, Nós honramos os filhos de Adam” (Isto é, demos-lhes superioridade em relação a todas as criaturas) Cur’ane 17:70. O ser humano tem assim a capacidade para aprender, aumentar os seus conhecimentos e perceber as leis do universo.

Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele), nasceu numa casa de idólatras. Mas ainda pequeno, Deus iluminou-o e guio-o, para o caminho do monoteísmo. No Cur’ane, é referido o diálogo entre o Profeta Ibrahim (Alei Salam) e o pai, adorador de ídolos: “Pai, porque adoras aquilo que não ouve nem vê e em nada te pode beneficiar? Pai, foi-me revelado algo de sabedoria que tu não recebeste. Segue-me pois, vou conduzir-te para o caminho recto.” 19:42,43.

Mussa (Aleihi Salam) – Moisés (Que a Paz de Deus esteja com ele) recebeu ordens de Deus para ir falar com o Faraó, que se encontrava extraviado, pensando, ser o rei dos reis. Moisés apercebeu-se da grande responsabilidade que tinha acabado de receber, sabendo de que era lento a falar e não era um bom orador. Com receio de não conseguir influenciar o faraó e o seu séquito, pediu a Deus para que o seu irmão Aarão, um bom orador, o acompanhasse. Recusada a pretensão, Moisés orou a Deus, pedindo: “ Ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala.”Curane 20:25 a 28. As dificuldades foram removidas e ele pode falar com o Faraó, sem qualquer situação de inferioridade. As palavras por ele proferidas, perante o tirano, são extraordinárias na eloquência e na retórica, conforme é referido na Bíblia e no Cur’ane. 

Issa (Aleihi Salam) – Jesus (Que a Paz de Deus esteja com ele), quando ainda era recém-nascido, recebeu de Deus, o dom da fala e falou às pessoas ainda no berço. Depois do parto e quando Mariam (Que a Paz de Deus esteja com ela) regressou com a criança algumas pessoas repreenderam-na, afirmando de que ela fizera algo detestável e que a família dela nunca fora adultera. Mariam colocou os dedos nos lábios e apontou para a criança. Admirados ouviram Issa dizer: “Sou o servo de Deus, que me concedeu o Livro e me designou Profeta. Fez-me abençoado onde quer que eu esteja e encomendou-me a oração e a esmola, enquanto eu viver….”

Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) – Que Deus derrame as suas bênçãos nele, era iletrado, e recebeu, através do Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel (Que a paz de Deus esteja com ele), a revelação da palavra de Deus. Na primeira revelação, Deus ordenou-lhe para recitar os seguintes versículos: “
1 – Iqra (Recita) em nome do teu Senhor que criou;
2 – Criou o homem de um coágulo;
3 –Recita e o teu Senhor é o mais generoso;
4 – Que ensinou com a caneta;
5 – Que ensinou ao homem aquilo que ele não sabia”. Cur’ane 96. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu ao anjo de que não sabia ler. Mas o anjo pressionou-o e ele acabou por recitar e reter as primeiras palavras da revelação.

Os que estiveram ao lado dos Profetas também foram agraciados por Deus, que lhes deu certas capacidades físicas, intelectuais e espirituais, para suportarem os enormes sacrifícios, necessários para ajudarem a divulgação da palavra Dele. Foi também o caso dosSahabas (Radiyalahu an-huma) – Que Deus esteja satisfeito com eles – Companheiros do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Especializaram-se nas diversas áreas religiosas. Muitos deixaram os seus bens e as suas famílias e deslocaram-se para terras distantes, para a divulgação do Isslam. Yahya Ibn Khatir (Radiyalahu an-hu), referiu: “A procura do ilm e o conforto, não podem estar juntos”. Eles reuniam-se num local, denominado de Ass-Hábus Suffa (Pavilhão dos Sahabas). Neste momento, o local encontra-se dentro da Mesquita do Profeta, em Madina, e de fácil reconhecimento, por ser um local saliente, acima do nível do chão e bem visível. Os Sahabas reuniam-se de dia e de noite, para aprendizagem e eram enviados para outros locais, para ensinarem a religião. Eles juraram manter-se junto do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Eram materialmente pobres, mas ricos em ilm religioso. O número deles era de cerca de 100 e neles estava incluído o Sahaba Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), muito conhecido pela transmissão de inúmeros hadices. Várias são as narrativas, referindo a bravura, a dedicação e o sacrifício dos Sahabas, perante Deus e Seu Profeta.

Uma prece muito utilizada pelos muçulmanos رَّبِّ زِدۡنِى عِلۡمً۬ا “Rabbi zidni ilm” – Ó meu Senhor, aumentai-me o conhecimento”. Surat TA HÁ. De acordo com Ibn Abbas (Radiyalahu an-hu), no início da revelação, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sentia uma grande ânsia e esforço para acompanhar e reter a revelação que o anjo lhe transmitia. Ele movia a língua e apressava-se a recitar o que lhe era transmitido. Foram então revelados alguns ayates: “…Não te apresses com o Alcorão, antes que a sua inspiração te seja concluída. Outrossim, diz: Ó Meu Senhor, aumentai-me o conhecimento”. 20:114 Também no capitulo 75, os versículos 16 a 19, referem-se à mesma advertência. Deus instruiu ao Profeta para seguir atentamente a recitação do anjo Jibrail e só depois é que deveria repetir as palavras. Deus deu ao Profeta, a capacidade de reter e transmitir as revelações. Segundo Ibn Uyaynah, o Profeta não deixou de melhorar os seus conhecimentos até que Deus, o Altíssimo, o levou.

Outra fonte de inspiração para a procura do ilm e do conhecimento em geral, é o exemplo de Luqman, negro e antigo escravo. Um verdadeiro sábio, que teve o privilégio de ser referido no Cur’ane, através de um capítulo com o seu próprio nome. Não era um Profeta, mas Deus agraciou-lhe com a sabedoria e com o conhecimento mundano e divino, conforme o seguinte versículo: “Agraciamos a Luqman com a sabedoria, (dizendo-lhe): Agradece a Deus, porque quem agradece, o faz em benefício próprio” Cur’ane 31:12 . Luqman colocava esses mesmos conhecimentos na prática, transmitindo-os aos ricos, necessitados, reis e juízes.

Um Bom Dia de Juma,

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

O ILM (A PROCURA DO CONHECIMENTO):


بِسۡمِ اللهِ الرَّحۡمٰنِ الرَّحِيۡمِ  - رَبِّ اشۡرَحۡ لِىۡ صَدۡرِىْ ۙ‏ ﴿۲۵﴾ وَيَسِّرۡ لِىۡۤ اَمۡرِىْ ۙ‏ ﴿۲۶﴾ وَاحۡلُلۡ عُقۡدَةً مِّنۡ لِّسَانِیْ ۙ‏ ﴿۲۷﴾ يَفۡقَهُوۡا قَوۡلِیْ
Bismilahir Rahmani Rahim “Rabbis sherah li sadrí; uias ssir li amrí; uahlul uqdatan min lissani; iáfkahú kauli”. - Ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala.” 20: 25 a 28.

A palavra árabe “ilm”, é por norma traduzida por “conhecimento” - “knowledge”. Mas “ilm”, tem um significado muito amplo, pois abrange, nomeadamente, a informação acerca de algo divino ou terreno, mais acção do que a teoria, a procura do conhecimento e a educação. Por isso a civilização islâmica dá a palavra “ilm”, uma forma distinta. Nenhuma outra religião deu tanta importância ao “ilm”. Porque o Islão é o caminho para o conhecimento, as palavras ilm, caneta, escrever, livro e seus derivados, são referidos centenas de vezes no Cur’ane e nas tradições do Profeta. “Nun. Pelo cálamo (caneta) e pelo que com ela escrevem”. Cur’ane 68:2. A caneta e o livro, são essenciais para a procura do conhecimento. A primeira revelação do Cur’ane, começa com a palavra “iqra” (leia - recite).

...Poderão equiparar-se os sábios com os ignorantes?”..” refere o Cur’ane, 39:9. Os pais têm a obrigação de criarem condições para que os seus filhos obtenham conhecimentos escolares e religiosos. Alguns pais preocupam-se que os seus filhos só aprendam os conhecimentos mundanos. Outros só com o ilm religioso. As duas componentes são importantes para formar um jovem para que no futuro, possa vir a ter uma contribuição para o desenvolvimento do seu país. Felizmente, já vemos muitos jovens formados em diversas áreas universitárias e simultaneamente, graduados em diversos ramos do ilm religioso (Hafez, Muftis, Alimos, etc..). É uma satisfação para os pais, pois é a melhor herança que podem deixar para os filhos. “Quando um homem morre, as suas acções chegam ao fim, com excepção de três actos: a caridade contínua, o conhecimento que transmitiu, o qual as pessoas continuarão a beneficiar e um filho piedoso que rezará para ele”. * (1).

Mesmo depois de terminada a época da escolarização obrigatória, devemos dedicar um pouco do nosso tempo, para relembrarmos e aumentarmos os nossos conhecimentos religiosos e de tudo o que nos rodeia. A mente humana tem uma capacidade extraordinária para armazenar informações, para recordarmos mais tarde. Errar, é próprio do ser humano e a perfeição só a encontramos em Deus, o verdadeiro Haquim (Sábio). Com o passar dos anos, a nossa memória acaba por falhar e esquecemos parte ou totalidade do que aprendemos. Por isso, devemos treinar a nossa mente, em especial relembrar os conhecimentos religiosos, para uma oração perfeita. A procura do conhecimento em geral, é uma obrigação das mulheres e dos homens. “Não é permita a inveja, excepto em 2 situações: A pessoa a quem Deus deu riqueza e ele a utiliza no bom caminho e a pessoa a quem Deus deu a sabedoria (por exemplo a religiosa) e que dá as suas decisões em conformidade e transmite aos outros”. *(2). O muçulmano deve preocupar-se em ensinar o seu semelhante, mas também deverá ter humildade em aprender com os outros. “Os sábios são herdeiros do Profeta” *(3).

Se não encontrarmos condições nas nossas localidades, para aumentar os nossos conhecimentos académicos ou religiosos, devemos procurar o ilm noutras paragens. “Procurai a sabedoria, mesmo se para isso tiverdes de viajar até à china” *(4). Encontramos no Islão, o incentivo para o combate à ignorância e ao analfabetismo. Só assim é que os muçulmano poderão contribuir com o desenvolvimento dos países onde se encontram a viver, de maioria muçulmana ou não. Temos a obrigação de contribuir para o desenvolvimento do mundo, como forma de erradicarmos a ignorância e a pobreza. Para efectuar a Oração, o pilar importante do Islão, o muçulmano deverá conhecer todas as regras, sem as quais a oração será considerada inválida. Nada obterá, senão o cansaço e a insatisfação de Deus. Não há oração sem o ilm, o conhecimento religioso. “Entre os Seus servos, somente os sábios temem verdadeiramente a Deus.” Cur’ane 35:28. 

Os muçulmanos viveram uma época de esplendor numa altura em que o resto da Europa e do mundo, viviam nas trevas. As pessoas de todo o mundo deslocavam-se a Bagdad, Cairo, Córdova, Damasco e outras cidades, à procura do ilm. “Quem viajar a procura doilm, Deus facilitar-lhe-á o caminho para o paraíso e os anjos estenderão as suas asas em honra do viajante.” *(5). Na altura, os muçulmanos preocuparam-se no desenvolvimento do conhecimento religioso e científico, vivendo em paz com outras culturas e religiões. Após o pôr do sol, a escuridão invadia as ruas da Europa, com a excepção de Córdova, onde as casas e as vias públicas eram iluminadas, não só pelas luzes artificiais, mas também pelas luzes do conhecimento e da sabedoria.

Apesar de todas as capacidades demonstradas pelo ser humano, para aumentar os seus conhecimentos, chegará o tempo das trevas. As más acções prevalecerão em relação às virtuosas, o adultério será dominante e o homem semeará a corrupção na terra. As religiões fragmentar-se-ão. A confusão ficará instalada. O homem piedoso terá dificuldades em reconhecer quem falará a verdade.“Perto da Hora estabelecida, haverá dias, nos quais o conhecimento religioso será retirado e a ignorância irá espalhar-se. Haverá em abundância, o assassinato de pessoas.” *(6). Será o aproximar da hora final, conforme está previsto no Cur’ane: :“Tudo o que existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo”. 55:26-27.

* Ditos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam); (1) Relato de Abu Huraira em Muslim; (2) Relato de Ibn Massud em Bhukari; (3) e (4) Relatos de Abú Daúd; (5) Relatos de Muslim, Abú Daúd e At-Tirmizi; (6) Relato de Abu Mussa em Bhukari.

Um bom dia de Juma

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

segunda-feira, março 05, 2012

AL SALAT ( A oração)

Em nome de Allah (SWT), o Clemente, o Misericordioso. Louvado seja Allah (SWT), criador do céu e da terra. Recordamos-nos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençoe e dê paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus queridos irmãos, nosso assunto desta sexta-feira é sobre a oração no islam AL SALAT. A oração é o contato entre o muçulmano e Allah (SWT). Na lei islâmica é a relação diária com o Criador, Allah (SWT) é o único pilar que foi escrito desde o sete céus, quando o profeta (SAAW), foi elevado aos céus com o anjo Gabriel e recebido esta ordem do SALAT. Quem deseja falar com Allah (SWT) é através das orações e quem deseja que Allah fale com ele, que faça a leitura do Livro Sagrado o Alcorão. A oração é mencionada no Alcorão mais de oitenta vezes.

Inúmeros ditos relatam que quando alguém se queixava da pobreza ao profeta, ele aconselhava a pratica regular da oração, e recita-se o versículo 132 da surat TAHA que diz:

« E ordena a teus familiares, com a oração e sê constante, tu também. Não te impomos ganhares o teu sustento, pois Nós te proveremos. A recompensa é dos devotos. »

A oração para o profeta, e seus companheiros era um refugio para qualquer coisa, mesmo que seja da vida, mesmo que seja relacionado a pequenas coisas, eles procuravam o refugio na oração. Sempre a oração é usada pelo muçulmano para ajudá-lo em varias situações como na hora de escolher entre dois assuntos, ele faz duas RAKAHS consultando Allah, está oração e conhecida como SALAT ALISTIKARA, também há orações de saudação na mesquita que é a casa de Allah (SWT), há oração de agradecimentos, oração de pedir chuva, oração da ZIKER, isto é, de lembrar do nome de Allah, oração de DUA (suplicar a Allah), outro exemplo é a história do profeta YUSUF (José), que quando estava na cadeia, ele pediu ajuda ao rei, e não pediu ajuda a Allah (SWT), foi motivo de ficar na cadeia alguns anos; também o profeta Jonas, quando recordava do nome de Allah, salvou-se do mar e da baleia.

Caros irmãos, quem abandona, a oração na lei islâmica é pior que roubar beber álcool, adulterar e merece o castigo de Allah nesta vida e após a morte. A oração é no islam como um pilar de uma casa, ou uma tenda, ela fortalece a fé e a religião. Na surat al calam vers 42 e 42 Allah disse:

« No dia em que a perna fica exposta (ou seja, na primeira hora do dia do QUIAMA) em que forem convocados á prostração e não o conseguirem. Seus olhares serão de humilhação, cobertos de ignomínia, porque foram convocados á prostração, enquanto podiam cumpri-la (e se recusaram). »

Também na surat MARIAM, versículo 59 e 60 disse Allah:

« Sucedeu-lhes, depois uma descendência que perdeu a oração, e se entregou ás concupiscências, porem, logo terão o seu merecido castigo. Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; esses entraram no paraíso e não serão injustiçados. »

A oração como todos os pilares islâmicos são aceitos quando são realizados, com total sinceridade, total humildade a Allah (SWT), e que não seja para mostrar e esperar recompensas de outros humanos. Faz parte da verdadeira religião se preocupar de saber, estudar bem o Alcorão, realizar o WUDU (ablução) antes de ficar perante Allah, e sabe as quantidades de RAKAS, seus horários e a direção da QUIBLA (Meca).

A oração ela nunca pode deixar de se realizar mesmo se estiver viajando ou doente. Há lugares no qual a oração tem valor maior como se for realizada na mesquita de Meca, Madina e Quds (Jerusalém) ou no campo de guerra. Como há alguns meses que também são mais importantes como o mês de Ramadan , as orações que são realizadas a noite ou no dia de Sexta-feira.

Irmãos vale lembrar que a oração de Sexta-feira (JUMAAH) são duas RAKAS e não quatro como na oração do ZOHR e que o Sermão do Cher equivale as outras duas Rakas, não pode falar, nem cumprimentar , quem faz isto é como se estivesse falando dentro da oração.

ASSALAMO ALEIKOM.
Samyr - Centro Islâmico de Brasília DF -02/03/2012

quinta-feira, março 01, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus - TERCEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua: 
1) – O Rei justiceiro;
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração de Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide;
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam;
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”;
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe;
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

3 ) – A pessoa cujo intimo está ligado ao Masjide (Mesquita)

O Masjide (Mesquita), é o local de adoração para os muçulmanos. “Sabeis que Almasjid são casas de Deus; não invoqueis, pois, ninguém, juntamente com Deus”. Cur’ane 72:18. Desde a antiguidade, é um lugar de muita importância espiritual para a humanidade. A primeira Casa de Deus (Caaba), foi construída pelo nosso pai Adam (Aleihi Salam), reconstruída pelo Profeta Ibrahim, com a ajuda do seu filho Esmael (Que a Paz de Deus esteja com eles). Mais tarde, purificada pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Quando Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), se retirou de Maka para Madina, por causa da perseguição movida pelos idólatras de Maka, ao chegar na cidade de acolhimento, a sua primeira preocupação foi edificar um Masjid, tendo participado na respectiva construção. Foi o primeiro Masjid edificado, depois da era do Isslam. A importância do Masjid foi referido pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), no seguinte hadice: “Quem construir um Masjid, com a intenção de obter recompensas por parte de Deus, Deus irá construir para ele, uma casa no Paraíso”. Bukhari e Muslim.

Um Masjid é um local de adoração a Deus, mas também de aprendizagem religiosa. 

Na Mesquita do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), havia um pequeno lugar, onde se reuniam os seus companheiros (Que Deus esteja satisfeito com eles), para receberem formação na interpretação do Cur’ane e de outros ensinamentos religiosos. A partir desta Mesquita, foram enviados para diversos locais, para transmitirem a mensagem do Deus Único. É meritório realizarem-se casamentos nos Masjids.

Todos os lugares limpos são locais dignos para adoração a Deus, No entanto, Deus conferiu às mesquitas um lugar de destaque para adoração. Várias são as exortações dadas pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), referindo as virtudes de frequentarmos as Casas de Deus. Quanto entrarmos na Mesquita, antes de nos sentarmos, devemos efetuar duas rakates (ciclos de orações), de “Tahiatul Masjid” – “Saudação” ao Masjid”. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quanto aquele que fizer a ablução correctamente em sua casa, em seguida for a uma Casa de Deus para realizar uma das orações obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á perdoada uma falta ou ele será elevado em um grau”. Muslim. Outra importância das Mesquita, é-nos transmitida pelo seguinte Hadice narrado por Abu Huraira (Radiyalahu an-hu): “Um cego (Ibn Ummu Mactum) (Radiyalahu an-hu) foi ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e pediu autorização para fazer as orações em casa, porque não tinha ninguém que o acompanhasse à mesquita. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acedeu ao pedido. Mas quando o cego se estava a retirar, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) o chamou e perguntou se conseguia ouvir o Adhan (chamamento para a oração). O homem respondeu afirmativamente. Então foi-lhe dito para responder à chamada (dirigir-se à Mesquita). Muslim.

Nas orações em congregação, as recompensas são superiores a 25 ou 27 vezes mais, em relação às realizadas em casa. Os crentes ficam perfilados ombro a ombro, não interessando quem está ao lado de quem. As atenções estão viradas somente para o Criador. O crente cujo coração está ligado à Mesquita, preocupa-se em permanecer na Casa de Deus, aguardando a oração seguinte. Enquanto espera, recita o Cur’ane, faz o Zikr (recorda e louva a Deus). O crente sente uma satisfação quando se encontra dentro da Mesquita ao contrário do hipócrita que sente-se incomodado e enclausurado. Aproveita para ouvir dos Álimos, baianes (explicações religiosas) sobre diversos temas. Assim, é como se estivesse permanentemente em oração e também em constante alerta. Que grande mérito para o crente que assim procede, na certeza de que no Dia do Juízo Final, Deus o acomodará na Sua sombra e o destinará ao Paraíso.

Encontramos no seguinte hadice, a importância da oração em congregação na Mesquita e de a efetuarmos na primeira fila: “Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Se as pessoas soubessem a recompensa de se pronunciar (ouvirem) o adhan (chamamento para a oração) e de (se preocuparem em) ocupar a primeira fila (na oração em congregação). 

E se não conseguissem outra maneira de a encontrar (a primeira fila), senão por sorteio, eles o fariam por sorteio, e se eles soubessem as recompensas da oração do Zuhr (efectuada no momento exato do seu tempo), eles se apressariam a executá-la, e se eles soubessem que a recompensa das orações de Isha e de Fajr feitas em congregação (na mesquita), as cumpririam, mesmo que tivessem que (ir a) rastejando”. Bukhari 11:589.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

01/03/2012

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

A L M A D I N A - A BONDADE INATA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 27.02.2012

Certa vez, um santo estava sentado a beira de um rio, onde queria fazer ablução (wudhu) para cumprir uma oração (salaat). 

Ao estender a sua mão em direção à água viu um escorpião que tentava sair do rio, mas as pequenas ondas que se formavam na margem não lhe permitiam. 

Ao ver isso, sentiu alguma pena e pensou em ajudá-lo, pois tratava-se de uma criatura de Deus. Ato contínuo, meteu a mão na água, e assim que pegou o escorpião para o retirar, este ferrou-lhe. A dor do ferrão cravado no seu dedo foi tão forte, que o santo imediatamente o largou, e na tentativa de minimizar a dor que sentia, começou a massajar o local afetado. Em seguida estendeu de novo a mão para a água para fazer ablução, mas de novo viu o mesmo escorpião lutando com as ondas na tentativa de sair do rio. O santo, julgando ser sua obrigação fazer o bem sem olhar a quem, estendeu de novo a mão em direção ao escorpião para salvá-lo. Assim que pegou nele, o bicho voltou a ferrar-lhe, obrigando-o assim a largá-lo. A segunda ferroada foi mais dolorosa que a primeira. 

Depois de algum tempo voltou a estender a mão em direção à água para iniciar a ablução, e viu outra vez o escorpião naquela situação aflitiva. Preocupado com o bicho, fez uma terceira tentativa para tirá-lo da água, mas pela terceira vez voltou a sentir a forte dor da ferroada do lacrau. 

Entretanto, sentado a uma curta distância e assistindo àquela cena, estava um jovem, que não resistiu e foi ter com o santo e perguntou: “O que se passa consigo, está maluco”? O santo respondeu: “Qual é o problema”? O jovem retorquiu: “Então deixa que o escorpião lhe ferre repetidamente e insiste em querer salvá-lo”? O santo disse: “Tem razão, mas pensei que sendo este um escorpião, Deus pôs no seu instinto e na sua natureza o cravar o seu ferrão em todo aquele que constitua ameaça. Todavia, eu sou seguidor do Profeta Muhammad, S.A.W., que foi enviado como misericórdia para o Mundo, e Deus colocou no meu instinto, o servir e ajudar a criatura de Deus. E continuo a pensar que, se o escorpião não pode abdicar do seu instinto maldoso, porque razão terei eu que renunciar do meu instinto bondoso”? 

De fato, todo o mal e todo o bem no Mundo são praticados na base do instinto. Há pessoas que são más por instinto, pois só sabem fazer mal. Mesmo que sejam presas, passando anos na prisão, quando saem voltam ao mundo do crime, pois o mal está no instinto dessas pessoas. 

Certa vez o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) estava caminhando na companhia dos seus discípulos, e passou por algumas pessoas que por sinal eram suas inimigas. Essas pessoas começaram a insultá-lo, a dizer mal dele. Mas em troca, Jesus começou a orar a seu favor. Os seus discípulos, estranhando esta atitude do seu Mestre, disseram: “Senhor! Eles estão a insultá-lo”! Então Jesus disse: “Cada um gasta o que tem. Eles só têm o mal, e eu só tenho o bem”. 

Infelizmente, na nossa era, quer parecer que os maus é que detêm o domínio de tudo. É difícil ver nas nossas sociedades gente que seja capaz de amparar os destituídos, de se levantar em defesa dos injustiçados, de ajudar os fracos, de consolar os órfãos, de estender a mão às viúvas, de confortar os corações entristecidos, de compartilhar a dor dos pobres, de proporcionar tecto aos desprovidos de casa. 

Ao invés de se manietarem as mãos dos opressores e injustos, o que vemos é gente a dar-lhes apoio e cobertura no cometimento de mais opressão e injustiça. 

O Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Ajude o seu irmão, seja ele opressor ou oprimido”. Então alguém observou: “Ó Mensageiro de Deus! Compreendemos que tenhamos que ajudar o oprimido. Mas como é que se pode ajudar o opressor”? O Profeta respondeu: “Ao impedi-lo de cometer opressão e injustiça. Isso é que é ajudá-lo”! (Al-Bukhari; Musslim) 

Hoje, no sistema ocidental, infelizmente destruiu-se o sistema familiar, criando-se no seu lugar uma barreira entre os velhos pais e seus filhos, degolando-se à luz do dia, o carinho paterno, e a ternura e afeto maternos. 

A sombra carinhosa dos velhos pais é uma grande bênção e um tesouro. É nela que os filhos angustiados se refugiam e resolvem muitos dos assuntos complicados com que se deparam, e onde as lanternas acesas encontram o caminho com os seus valiosos conselhos, e os nós complicados da vida se desfazem. 

Por outro lado, o pai e a mãe, quando ficam velhos, querem usufruir do fruto da árvore que plantaram. Precisam de companhia e os filhos são um escudo e apoio, para onde eles se podem inclinar. É claro que ninguém pode servir os pais melhor que os seus próprios filhos. 

Essa civilização ocidental eliminou e arrumou os pais velhos, fechando-os “enclausurando-os” em lares de idosos. Tudo isso atenta contra os ensinamentos islâmicos. 

No Al-Qur’án, em vários versículos, Deus ordena-nos a tratar com bondade os nossos pais, abstendo-nos de os maltratar. E considera a sua satisfação como se da satisfação de Deus se tratasse. Tomemos como exemplo o Cap. 23, Vers. 24: 

“O teu senhor decretou que não deveis adorar a ninguém, a não ser a Ele; E que deveis ser bondosos para com os vossos pais. Se a velhice atingir um deles ou ambos, em vossa companhia, não dizei ‘uff” por irritação. Nem os ralheis, mas falai-lhes com palavras generosas (com respeito). E, por misericórdia, submetei-vos perante eles com humildade e dizei: “Senhor meu! Tem pena deles, assim como eles tiveram pena de mim, ao me criarem quando eu era pequenino”. 

O Profeta Muhammad S.A.W. também nos ordenou a tratarmos bem os nossos pais, a falarmos com respeito com eles, abstendo-nos de lhes dirigir ofensas ou causar-lhes mágoa, nem desobedecer. Disse até, que o Paraíso está debaixo dos pés das mães. E mais. Ordenou-nos a tratar bem os nossos empregados (homens ou mulheres) alimentando-os com aquilo com que nos alimentamos, e vestindo-os daquilo com que nos vestimos. 

Quão bons são os ensinamentos que Deus e o Seu Mensageiro nos transmitem! 

Para onde, então, as pessoas se desviam? 

A prisão não são apenas as paredes, os cadeados, as portas e janelas gradeadas, e as restrições impostas ao recluso. A verdadeira prisão é envergonhar e humilhar o seu semelhante, e fazê-lo sentir que está a mais e que não tem nenhuma importância, esteja ele vivo ou morto, satisfeito ou zangado, perto ou longe

"A hereditariedade e a boa educação têm uma grande influência na bondade inata". 

domingo, fevereiro 26, 2012

O calendário islâmico

Os Árabes utilizam dois calendários: O islâmico: para o quotidiano e os propósitos religiosos; O gregoriano: para assuntos civis e comerciais.


Vejamos as diferenças e vamos conhecer o calendário islâmico.

O ano gregoriano, adotado também no Brasil, corresponde a um giro da Terra em torno do Sol, tem 365 ou 366 dias, divididos em 12 meses de 28 a 31 dias, e seu calendário tem início no ano de nascimento do Cristo.

O Calendário Islâmico, ou calendário da Hijra, ou Hégira, cujo significado é migração, é lunar, isto é, organizado com base na revolução da Lua em torno da Terra. Um mês equivale ao ciclo entre duas luas novas e realizado em 29 dias, 12 horas e 40 minutos. O calendário lunar tem 354 ou 355 dias, divididos em 12 meses, 6 de 29 dias e 6 de 30 dias e se inicia no dia em que o Profeta Muhammad (SAAS1) migrou da Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e continuar a proclamar as Revelações. O primeiro dia da Hijra corresponde ao dia 16 de julho de 622 DC no calendário gregoriano.

Assim, o ano islâmico é 11 dias mais curto do que o ano gregoriano, fazendo com que o calendário inicie mais cedo a cada ano, quando comparado ao gregoriano. Ele também precisa ser ajustado com um dia adicional nos anos “bissextos”. Nestes anos, chamados “anos abundantes”, o mês de Thu al-Hijjah, que normalmente tem 29 dias, passa para 30 dias no 2º, 5º, 7º, 10º, 13º, 16º, 18º, 21º, 24º, 26º e 29º ano a cada ciclo de 30 anos.



Os meses do calendário islâmico são:

Nome do mêsNº diasSignificado
Muharram30Mês sagrado
Safar29Mês da partida (viagem)
Rabi' al-Awwal301º mês da Primavera
Rabi' al-Thaani292º mês da Primavera
Jumada al-Awwal301º mês da seca
Jumada al-Thaani292º mês da seca
Rajab30Mês do respeito e da abstinência
Sha'bán29Mês da germinação
Ramadhán30Mês do grande calor
10ºShawwál29Mês do acasalamento dos animais
11ºThu al-Qa'dah30Mês do descanso
12ºThu al-Hijjah29Mês da peregrinação

O dia muçulmano começa no instante em que se distingue um fio de linha branca de um fio preto e termina com o pôr do Sol, no instante em que os dois fios se confundem. Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. A maioria dos países islâmicos adotou a semana de cinco dias, e, portanto, não se trabalha sexta e sábado, na maioria deles, ou quinta e sexta em alguns, como na Arábia Saudita.

Embora os conhecimentos de hoje permitam determinar com exatidão o movimento dos astros, os muçulmanos preservam suas tradições e as datas importantes, como o início do mês de Ramadhán, são definidas pela observação direta dos astros celestes. Todo mês lunar começa quando uma tênue lua nova é percebida no céu, depois do pôr-do-sol. O Qur'an (Al Corão, livro sagrado dos muçulmanos) determina que os fiéis iniciem o jejum do mês sagrado de Ramadhán após observação, a olho nu, da lua nova que marca o inicio do nono mês do calendário. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato às autoridades islâmicas que decretam, então, o início do jejum.

Cálculo aproximado

Para fazer um cálculo aproximado do ano da Hijra correspondente a um determinado ano gregoriano:

subtrai-se 622 (ano da Hijra) do ano gregoriano.

multiplica-se o resultado por 1,031, resultado do número de dias do ano gregoriano dividido pelo número de dias do ano lunar.

Por exemplo:

O ano de 2005 corresponde a 2005 - 622 = 1383 ? 1383 x 1,031 = 1425,873

Portanto o ano gregoriano de 2005 corresponde aos anos 1425 / 1426 islâmicos.

Principais feriados e suas datas no calendário gregoriano


Feriado (*)2007200820092010
Eid Ra’s as Sana (Ano novo)Jan 20Jan 1028 Dez (2008)17 Dez (2009)
Mawlid al-Nabi (Aniversário do Profeta)Mar 31Mar 20Mar 9Fev 26
Inicio do Ramadán (Início do mês de jejum)Set 13Set 2Ago 22Ago 11
Eid al-Fotr (Festa do desjejum)Out 13Out 2Set 21Set 10
Eid al-Adha (Festa do sacrifício)Dez 20Dez 8Nov 28Nov 17
*Nota: As datas listadas são projeções para efeito meramente ilustrativo. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se confirmá-las.

As datas mais importantes do ano islâmico 

Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb): Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Muhammad (SAAS1) efetuou, um ano antes da Hijra, montado em lendário animal trazido pelo Anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus. 

Mês do Ramadhán (1 a 30 de Ramadhán): Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais, do nascer ao pôr-do-sol, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis interrupções. 

Eíd Al-Fitr (1 a 3 de Shawwál): Feriados em que se comemora o término do mês de jejum. 

Período do Hajj (1 a 10 de Thu al-Hijjah): Período em que os muçulmanos, de todo o mundo, cumprem o dever de peregrinar à Meca. Obrigação a realizar, pelo menos uma vez na vida, como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj (peregrinação) dura uma semana, mas a movimentação, na Meca, começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todos os negócios com estrangeiros. 

Eid Al-Adha (10 de Thu Al-Hijjah): a mais importante data do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como os cristãos fazem entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahím (Abrahão), cumprindo a ordem de Deus de sacrificar seu próprio filho, em demonstração de sua fé. Deus impediu o Profeta de consumar o ato, no último momento, lhe enviando um cordeiro para tanto. A pedra negra, sobre a qual Ibrahím ia executar o sacrifício do próprio filho, está na Meca, no centro da Kaabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias. 

Eid Ra's As-Sana (1 de Muharram): O dia de Ano Novo muçulmano. Achura (10 de Muharram): Dia do martírio do Imán Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Muhammad (SAAS1), comemorado pelos Shiítas. 

Eid-Al-Maulid An-Nabawi (12 de Rabi´ al-Awwal): Data do nascimento do Profeta Muhammad (SAAS1). 

Lailat al Miraj (27 de Rajab): Noite em que o Profeta Muhammad (SAAS1) viajou (Isra) da Meca à "mesquita distante" (al-masjid al-aqsa) em Jerusalém, acompanhado pelo Anjo Gabriel. De Jerusalém, Ele ascendeu ao céu (Miraj) onde dialogou com profetas anteriores antes de encontrar-se com Deus. 

Lailat al Qadr (27 de Ramadhán): Noite da glória e poder em que o Qur’an (Livro Sagrado) foi revelado ao Profeta Muhammad (SAAS1), “é melhor que mil meses” durante esta noite os anjos, incluindo o Anjo Gabriel, descem com a permissão de Deus, Noite de paz até o romper do dia. Estas são as principais datas e comemorações entre os muçulmanos. Existem ainda outras datas. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se obter maiores informações sobre os feriados religiosos do país de interesse. 

Detalhes 

Considera-se o começo de um novo mês quando um observador vê, pela primeira vez e a olho nu, o crescente lunar, depois de uma Lua Nova. Apesar do cálculo da Lua Nova ser bastante preciso, a visibilidade do crescente é muito mais difícil de predizer. Depende de fatores como as condições do tempo, as propriedades óticas da atmosfera e a localização do observador. Portanto, as datas podem variar de acordo com a cidade – e, normalmente varia - e é muito difícil fazer a previsão de quando um novo mês terá início. Este fato gera problemas, no mínimo, curiosos. Um deles é a impossibilidade de se imprimir calendários antecipadamente. 

O segundo Califa, sucessor do Profeta, Omar (RAA) , que governou de 634 a 644, estabeleceu como norma o dia 1º de Muhharram como 1º dia do ano e a contagem dos anos começando pela Hijra, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 de Muhahham do ano 1 A.H (Anno Hegirae, ano da Hégira). 

Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês de Ramadhán, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Eid al-Adha). O calendário solar, que considera o tempo decorrido para que a Terra complete uma volta em torno do sol, está sintonizado com o ciclo das estações (primavera, verão, outono e inverno). Como o ano lunar é mais curto do que o ano solar, os meses acabam se deslocando em relação às estações do ano. Assim, há fases em que o Ramadhán cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os muçulmanos, em regiões onde a temperatura pode chegar aos 50ºC.1SAAS: Salaláhu Aleihi ua salam: que a paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam sobre ele. 

sábado, fevereiro 25, 2012

Suraca b. Málik - Mais um Sahaba do Rassulolah

Bismillah!
Suraca b. Málik

“Imagina-te, ó Suraca, usando os amuletos do Cosroé!’

Numa manhã, a tribo do Coraix despertou ao rumor de notícias que causou consternação a todos. Os chefes mal podiam acreditar no rumor de que Mohammad (SAAS) fugira de Makka sob o manto da noite. Primeiramente eles encetaram uma busca casa a casa, na vizinhança, ocupadas pelo clã dele, os Banu Háchim. Depois eles o procuraram nas casas de todos os companheiros dele. Quando chegaram a casa do Abu Bakr, a jovem Asmá b. Abi Bakr saiu para fora, e o Abu Jahl perguntou:

“Onde está teu pai, ó garota?”

“Não sei onde ele está neste momento”, foi a resposta dela. O Abu Jahl levantou a mão e deu-lhe um tamanho tapa no rosto, que arrancou-lhe o brinco da orelha.

Os líderes do Coraix ficaram fulos de raiva quando constataram que Mohammad (SAAS) deveras tinha deixado Makka. Escolheram, dentre os da tribo, os mais habilidosos rastreadores para pesquisarem que rota ele havia tomado, e se porem na perseguição dele. Quando chegaram à Caverna Çawr, os betedores disseram para os chefes:

“Aqui é onde a trilha termina. Eles não foram além daqui.” E eles não estavam errados, pois Mohammad (SAAS) e seu companheiro estavam na caverna, e os coraixitas estavam bem em cima deles(A maioria das cavernas, incluindo a de Çawr, são buracos subterrâneos, e não constituem cópias esteriotipadas de habitações domésticas com uma grande entrada). Abu Bakr Al Siddik podia ver os pés deles se mexendo, e ficou tão assustado, que quase chorou. O Profeta lançou-lhe um olhar de afetuosa e gentil desaprovação, e o Abu Bakr sussurrou para ele:

“Juro por Deus que não choro por mim, ó Mensageiro de Deus, mas temo que algo de ruim aconteça a ti!”

O Profeta (SAAS) disse, confortantemente:

“Não te entristeças, ó Abu Bakr; Deus está conosco!” E Deus fez com que a tranquilidade tomasse conta do Abu Bakr, que olhou para os pés dos perseguidores, e disse:

“Ó Mensageiro de Deus, se um deles olhar para baixo, para onde seus pés estão, ele poderá ver-nos!’

“Mas o que esperas, ó Abu Baker, sendo que há duas pessoas, e a Terceira, Que lhes faz companhia, é Deus?”

Então eles ouviram um dos jovens do Coraix dizer para os outros:

“Vamos descer até a caverna e ver o que há lá.”

Umayia b. Khalaf disse, zombeteiramente:

“Será que não vês que a entrada está coberta por teias de aranha, que são mais velhas que o próprio Mohammad?”

Então o Abu Jahl disse:

“Juro por Al Lat e Al Uzza que suspeito fortemente que ele está por perto, e pode ver tudo o que fazemos, e ouvir tudo o que dizemos, mas a mágica que ele pratica faz com que a nossa visão fique encoberta!”

No entanto, os coraixitas não abandonaram o empreendimento de procurarem por Mohammad (SAAS). Persistiram na sua determinação de o perseguirem, e anunciaram a todas as tribos localizadas nas áreas que se situavam nas estradas para Madina, que iriam dar cem dos mais finos cmelos a quem lhes levasse Mohammad, vivo ou morto.

Um dos mensageiros do Coraix foi à tribo dos Madlaj, que viviam numa área próxima a Makka, chamada Cudaid. O mensageiro foi para o local do encontro tribal e anunciou a notícia do prêmio oferecido pelo Coraix para a captura de Mohammad (SAAS), vivo ou morto. Na reunião estava um homem conhecido pelo nome de Suraca b. Málik.

Tão logo o Suraca soube dos cem camelos, seu coração se encheu de cobiça e ansiedade. Controlando-se, ele não disse uma palavra sequer que fosse aguçar semelhantes sentimentos de cupidez àqueles em torno dele. Antes que o Suraca pudesse levantar-se e deixar o local da reunião, um homem da sua tribo se acercou dele, e disse:

“Juro por Deus que três homens passaram por mim, há poucas horas, e eu suspeito que sejam Mohammad, Abu Bakr e o guia deles.”

“Não, eles são os filhos de fulano”, interrompeu o Suraca. “Eles estiveram fora todo o dia à procura de um dos seus camelos que se extraviou do seu rebanho.”

“Pode ser”, disse o homem, e ficou calado. Suraquah permaneceu sentado, para não levantar suspeita junto aos outros, no local da reunião. Logo que todos se envolveram em conversas sobre outros assuntos, o Suraca se desvencilhou deles. Rapida e silenciosamente, 

dirigiu-se para sua casa, e sussurrou para a sua criada que preparasseo cavalo para ele, sem que ningéum soubesse. Ela teria que amarrar o cavalo numa ravina por perto, onde ele o iria apanhar. Depois ordenou ao seu servo que tirasse sorrateiramente suas armas da casa, e as escondesse na ravina, perto do seu cavalo.

Suraca foi sozinho para a ravina, onde vestiu a sua cota de malha, amarrou as armas ao corpo, montou em seu cavalo, e se pôs, às pressas, à tarefa de apanhar a Mohammad (SAAS), antes que alguém mais pudesse capturá-lo e ganhar o prêmio oferecido pelo Coraix.

O Suraca era um dos mais notáveis cavaleiros dentre seu povo, e montava a mais fina égua árabe que podia ser encontrada. Era alto e atarracado, habilidoso no mister de restreamento, e possuía grande resistência ao enfrentar os rigores das viagens. Sobre tudo isso, era um aguçado e intuitivo poeta.

Suraca estava a ganhar terreno a grande velocidade, quando sua égua tropeçou e caiu ao chão.

“Caramba, que belo cavalo és!” ele explodiu, depois remontou, cheio de raiva. Não tinha ido muito longe, e sua égua tropeçou novamente. Sua apreensão pessimista aumentou, e estava a ponto de desistir da busca, quando se lembrou dos cem camelos, e foi esporeado pela sua ganância.

O Suraca tinha viajado uma curta distância, quando divisou a Mohammad (SAAS) e seu companheiro. Ia pegar o arco e a flecha, mas estancou ao ver que as patas da égua se estavam enterrando no chão. Na frente dela subia uma fumaça, obscurecendo a visão dele. Ele incitava a égua para a frente, mas sentiu que ela estava chumbada ao terreno, como se seus cascos estivessem pregados ao solo. Então ele olhou para o lugar onde havia divisado o Profete e seu companheiro, e gritou, suplicando:

“Ei, vós aí, orai para que o vosso Senhor liberte as patas da minha égua, e eu prometo que vos deixarei em paz!”

O Profeta (SAAS) orou, como lhe foi pedido, e Deus libertou as patas da égua. Porém, a ganância do Suraca falou mais alto. Ignorando a sua promessa, ele incitou a égua na perseguição do Profeta (SAAS). Imediatamente as patas dela mais uma vez se enterraram no chão, dessa vez, mais profundamente que entes. Suraca gritou em desespero:

“Dar-vos-ei a minha comida, bagagem e minhas armas. Pegai-as, e eu juro perante Deus que até evitarei que outros vos persigam!”

“Nós não precisamos das tuas provisões”, eles responderam, “mas vê se manténs os outros longe de nós.”

Assim, o Profeta (SAAS) fez uma oração, e a égua foi liberada. Quando o Suraca estava para voltar para casa, ocorreu-lhe chamar por eles:

“Espera, quero falar contigo; juro por Deus que nada farei que vos cause dano!”

“Que queres de mim?” perguntou o Profeta (SAAS).

“Ó Mohammad, juro por Deus que eu sei que a tua religião em breve irá prevalecer. Tu irás ser poderoso. Promete-me que quando eu for visitar-te no teu reinado, tu irás tratar-me com honra? e dá-me tua promessa por escrito!”

O Profeta (SAAS) disse para Al Siddik fazer o que o Suraca pedira; Al Siddik encontrou um osso chato no qual escreveu a promessa, e deu-o para o Suraca. Conforme este ia indo embora, o Profeta (SAAS) lhe disse:

“Imasgina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!”

“O imperador da Pérsia!?” exclamou o Suraca.

“Sim, Cosroé, o filho de Hurmuz”, respondeu o Profeta (SAAS).

Suraca partiu em direção a sua casa, e no caminho encontrou pessoas do seu povo que vinham na sua direção à procura do Mensageiro de Deus (SAAS). Disse a eles:

“Voltai! já percorri cada decímetro quadrado de terreno, e bem sabeis o quão habilidoso sou no tocante a localizar rastros.” Assim, eles desistiram da busca e voltaram para casa.

O Suraca guardou, do que havia-se passado entre ele e o Profeta (SAAS), segredo, até certificar-se de que o Mensageiro de Deus (SAAS) e seu companheiro haviam chegado a salvo a Madina, onde não poderiam ser injuriados pelos coraixitas. Então ele tornou pública a estória. O Abu Jahl foi um dos que ouviram o que se passou entre o Profeta (SAAS) e o Suraca, e como este permitira que o Profeta (SAAS) seguisse livremente. Abu Jahl se pôs a repreender o Suraca, que respondeu:

“Ó Abu Hakam, juro por Deus, se visses como o meu cavalo se enterrava no chão, irias saber, por certo, que Mohammad é um

Mensageiro, com provas cabais a apoiá-lo! Como poderia alguém resisti-lo?”

O tempo passou, grandes eventos tiveram lugar, e Mohammad (SAAS), que tinha deixado Makka como um exilado perseguido que, na fuga, procurara cobrir-se com o manto da escuridão, voltava então para aquela cidade como herói conquistador, rodeado por milhares de apoiadores que portavam suas espadas cintilantes e escuras lanças. Os chefes do Coraix, que andavam livremente por toda parte, cheios de arrogância e orgulhosos do poder, agora iam, humilde e temerosamente, ter com o Profeta (SAAS), suplicando-lhe que os tratasse com misericórdia. Com a clemência de todos os profetas, ele dissera:

“Podeis movimentar-vos em liberdade, pois nada quero de vós!”

Foi neste comenos que o Suraca preparou a sua montaria e viajou para encontrar-se com o Profeta (SAAS), com o fito de declarar a sua crença no Islam. Levou consigo a promessa por escrito que tinha recebido do Profeta (SAAS), havia vinte anos. Suraca relata a estória com as seguintes palavras:

“Soube que o Profeta estava em Jiranah; fui até lá, e tentei passar através das fileiras dos seus apoiadores, que o circundavam. Batiam em mim com as traseiras das suas lanças, dizendo:

“Para trás, para trás, que queres?” Contudo, eu os ignorei, mas continuei me esforçando no meio deles, até chegar perto do Profeta (SAAS), que estava montado em seu camelo. Ergui minha mão com a promessa escrita, e gritei:

“‘Ó Mensageiro de Deus, sou eu, o Suraca b. Málik. Eis o que escreveste para mim!’ O Profeta (SAAS) respondeu:

“‘Aproxima-te, ó Suraca b. Málik! Esta é a hora do cumprimento da promessa e para a benevolência!’ Assim eu fui até ele, declarei a minha crença no Islam, e fui tratado benévola e caritativamente pelo Profeta Mohammad (SAAS).’”

Apenas uns poucos meses depois daquele encontro entre o Profeta (SAAS) e Suraca b. Málik, Deus chamou o Seu Profeta, que deixou este mundo para passar a eternidade ao Seu lado. Suraca ficou profundamente entristecido com a morte do Profeta (SAAS). Tinha frqüentes retrospectos do tempo em que tentou matar o Profeta (SAAS) por causa de cem camelos, e se conscientizava de que todos os camelos do mundo tinham então menos valor do que uma simples apara de uma das unhas do Profeta (SAAS). Repetia para si mesmo o que ele lhe dissera:

“Imagina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!” e nunca lhe ocorreu duvidar de que iria deveras usá-los.

O tempo passou e, eventualmente, a liderança da comunidade muçulmana tornou-se o mister de Al Faruk Ômar b. al Khattab (que Deus esteja comprazido com ele). No abençoado tempo da sua liderança, os exércitos muçulmanos varreram o império persa feitos tornados. Os exércitos demoliram fortalezas, derrotaram forças inimigas, depuseram governantes despóticos, e tornaram-se donos do Estado e da riqueza da longa linha de imperadores, que chegara ao fim.

Um dia, durante os dias finais da liderança de Ômar, os mensageiros de Saad b. Abi Waccas chegaram a Madina portando a notícia da vitória do califa. Também levaram para o tesouro dos muçulmanos a quinta parte que lhe cabia da riqueza de que se haviam apossado aqueles que lutaram pela causa de Deus. Quando aqueles bens foram colocados à frente do Ômar, ele os olhou com espanto. Viu a coroa de ouro do Cosroé, juncada de pérolas, suas vestes, tecidas com tramas de ouro, sua precinta, com pedras preciosas como que tecidas nela, e seu par de amuletos, que não tinha comparação, juntamente com outros inúmeros objetos de valor.

O Ômar remecheu o monte das preciosiddades com uma vara que portava. Então voltou-se para aqueles que o acompanhavam, e argumentou:

“As pessoas que empunham preciosidades como estas e as entregam ao governo são verdadeiramente confiáveis!”

O Áli b. Abi Tálib calhou estar entre os presentes, e respondeu:

“Tu nunca demonstraste ganância por tais coisas; assim também as pessoas que tu comandas estão livres da ganância. Se tu te quisesses locupletar, eles, também, iriam querer locupletar-se.”

Lembrando-se da promessa do Profeta (SAAS), Al Faruk mandou chamar o Suraca b. Málik. Fez com que ele vestisse a roupa, as calças e a capa de Cosroé, até os seus chinelos. Depois Al Faruk abotoou o cinturão de espada de Cosroé no Suraca, e lhe pôs a coroa na cabeça. Por fim, enfiou os amuletos de Cosroé nos pulsos do Suraca, e o apresentou aos muçulmanos, que exclamaram:

“Allahu akbar! Allahu akbar!”(Allahu akbar! – Deus é o Maior!)

O Ômar perscrutou o Suraca com prazer, e disse:

“Eis que um dos nossos beduínos da tribo dos Madlaj usa agora a coroa e os amuletos do Cosroé!” Depois o Ômar ergueu os olhos para o céu, e continuou:

“Oh Deus, Tu não quiseste que o Teu Mensageiro recebesse esta riqueza, sendo que ele era mais digno do Teu amor e das Tuas benesses do que eu. Nem tampouco queiseste que o Abu Bakr os recebesse, sendo que ele, também, era mais merecedor do que eu. Rezo para que me protejas quanto a isso ser a causa do meu castigo!” E, antes de Ômar deixar o local, providenciou para que os bens fossem distribuídos entre os muçulmanos, nada restando para ele mesmo.
*********************************************************
"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

A L M A D I N A O CASAMENTO DAS VIÚVAS E DAS DIVORCIADAS

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 20.02.2012 

Casar é uma das necessidades básicas, e uma exigência do Ser Humano. E se se tenta travar essa exigência natural, ou se tenta evitá-la, a consequência daí resultante, em muitos casos será a propagação e envolvimento em muitos tipos de pecados e imoralidades. 

O casamento é o único meio legal de satisfazer, da melhor forma, uma exigência necessária da natureza humana. Se se criarem impedimentos na satisfação desse meio lícito, o resultado infalível será o surgimento de desvios, e da vontade de se procurarem meios ilícitos, o que contribuirá para a degradação da sociedade. Por isso o Isslam, sendo uma religião natural, tomou em consideração essa natureza humana e declarou o casamento um ato de adoração, defendendo que quem se casa, completa uma metade da sua fé. (Mishkát) 

Certa vez o Profeta Muhammad, S.A.W. estando numa congregação, disse: “É pobre aquele que não tem mulher”. Os seus discípulos perguntaram: “Ainda que ele seja rico”? O Profeta responde ”Sim, ainda que ele seja rico”! 

A seguir o Profeta disse: A mulher que não tem marido é pobre”. Os seus discípulos voltaram a perguntar: “Ainda que ela seja detentora de imensa riqueza”? O Profeta respondeu: “Sim, ela é pobre, ainda que seja detentora de imensa riqueza”! (Jam’ul Fawáia) 

Isso demonstra como o Isslam atribui importância ao casamento e proíbe que as pessoas adotem uma vida solitária, encorajando os laços matrimoniais para que na sociedade não haja qualquer desvio e desequilíbrio, e se consiga passar uma vida tranquila através do casamento, salvaguardando-se assim a castidade. 

Qualquer homem religioso quando pensa em casar-se, procura na mulher que deseja desposar, quatro coisas: beleza, riqueza, religiosidade e filiação familiar prestigiada. O Isslam aconselha-nos a dar prioridade à religiosidade na escolha da mulher. 

É desejável que seja uma donzela, e da mesma faixa etária do homem, mas por outro lado, o Isslam encoraja-nos a despojarmos as viúvas e as divorciadas, considerando essa prática um ato altamente virtuoso, sob o ponto de vista religioso. E encoraja a sociedade a promover casamentos de viúvas e divorciadas. 

Nenhuma mulher deseja ser viúva ou divorciada, mas as coisas na vida vão acontecendo independentemente da nossa vontade. E porque a vida não acaba aí, temos é que olhar para frente. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 2, Vers. 32: “E tratai do casamento dos solitários (viúvos/as, divorciados/as) de entre vós......Se são pobres, Deus os enriquecerá com a Sua graça, porque Deus tem imensos recursos, sabe tudo”. 

E, dirigindo-se aos tutores das mulheres divorciadas, Deus diz no Cap. 2, Vers. 232 do Al-Qur’án: 

E quando tiveres divorciado as (vossas) mulheres e elas tiverem completado o seu termo fixo (iddah), não as impeçais de casar com os seus (antigos) maridos, se ambos concordarem (mutuamente) de uma maneira honrável”. 

E o Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Quem se esforça em prestar apoio à viúva e ao pobre, é como aquele que está empenhado no caminho de Deus. É como aquele que jejua durante o dia e ora (faz swalaat) durante a noite”. (Al-Bukhari) 

É devido a esses motivos que o próprio Profeta e seus companheiros desposaram viúvas e divorciadas. Todas as esposas do Profeta, excepto uma, eram viúvas. 

Em algumas culturas por esse Mundo fora, por exemplo, na Índia, acha-se vergonhoso desposar viúvas, mas o Isslam é contrário a essa posição. 

Hoje em dia existem nas nossas sociedades isslâmicas muitas viúvas e divorciadas, que infelizmente são obrigadas a passar o resto das suas vidas na desgraça e solidão, tal como as mulheres não muçulmanas, pois apesar de se lhes fazerem boas propostas de casamento, já que há homens interessados em desposá-las, mas porque elas também foram influenciadas por outros costumes, recusam-se pensando ser vergonhoso e indigno para elas voltarem a casar-se. 

Isslamicamente não há diferença entre uma donzela e uma viúva ou divorciada, pois todas elas têm as mesmas necessidades aliás, em alguns aspectos há maior importância no casamento da viúva do que no da donzela. 

Por isso devemos encorajar as viúvas e as divorciadas a casarem-se, pois isso foi prática (sunnat) do nosso Profeta Muhammad S.A.W., sendo um meio de se alcançarem grandes recompensas da parte de Deus. É também um motivo para a viúva ou divorciada passar o resto da sua vida com honra e respeito. 

Todavia, nisso deve-se tomar em consideração tanto a sua idade como a dos homens. Por isso os juristas defendem que nunca se deve fazer casar uma menina jovem, mesmo que seja viúva ou divorciada, com um homem de idade já avançada, pois devido à diferença de idades, a relação é susceptível de conhecer derrapagens conjugais devido a alguns desequilíbrios de ordem sexual e até mesmo no companheirismo. 

Os homens que tenham ultrapassado os 50 anos de idade e que queiram casar-se, é recomendável que desposem viúvas ou divorciadas da mesma faixa etária, pois assim a relação fica mais facilitada e compatível, sendo um passo para o cultivo e desenvolvimento do amor e companheirismo. 

A mulher é mãe, esposa e irmã, pelo que deve ser valorizada e não explorada no prazer, recorrendo-se à imagens do seu corpo nu, tratando-as como simples objecto de prazer sexual. 

Há muitas mulheres viúvas e divorciadas que vivem abaixo do nível de pobreza, pois perderam o seu ganha pão. Porque razão as muitas organizações que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não assumem a responsabilidade do seu sustento, se de facto são verdadeiras nas suas reivindicações? 

Muitos dos que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não são sinceros, pois o que querem é usá-la para sua satisfação sexual, tirando assim proveito dessa bela criatura de Deus. 

Os casamentos devem ser facilitados, e quando se tratar de viúvas e divorciadas, deve-se dar ainda mais importância e facilidade. 

Infelizmente, por se criarem barreiras, existem hoje nas sociedades isslâmicas muitas mulheres viúvas e divorciadas, numa longa espera nas casas dos seus pais, reprimindo desejos e esperanças contidos nos seus peitos, passando dias e noites a relegar a sua vida ao destino, sem que ninguém tenha a coragem de resolver a principal questão da sua vida: arranjar parceiros de vida para elas. 

Nesses casos, se a mulher viúva ou divorciada não tiver uma educação moral sólida, é susceptível de se deixar cair na tentação satânica, e tornar-se em propriedade pública. 

A satisfação sexual também é uma necessidade, assim como o é a necessidade alimentar. 

Por isso o Isslam é contrário ao celibato, condenando todo aquele que na sociedade vive sem companheiro/a.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: SEGUNDA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua:
1) – O Rei justiceiro; 
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide; 
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe; 
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

2 ) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus:

Durante a juventude, temos forças físicas e intelectuais para estudar, trabalhar e cumprir com as nossas obrigações familiares e religiosas. No entanto, o ser humano, quando ainda está nessa fase da vida, preocupa-se mais com a vida terrena (haiet dúnia). Poucos se preocupam com as obrigações religiosas e até esquecem quase tudo o que aprenderam, quando pequenos. O jovem não se lembra de que todo o ser humano tem um tempo de vida limitado e que a morte está sempre à espreita. Por isso, o Profeta, demonstrando a misericórdia com o seu Umah, recomenda aos jovens para que desde novos, incluam nas suas tarefas diárias, a prática religiosa. “É de pequeno que se torce o pepino”. Quando somos mais novos, temos a capacidade de aprender e de armazenar todos os ensinamentos escolares e religiosos. 

Não é por acaso que os mais novos têm mais facilidade em decorar a totalidade do Cur’ane, tarefa muito difícil (mas não impossível), para os mais idosos.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que um homem perguntou ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “Ó Mensageiro de Deus, qual a caridade que merece maior recompensa?”. Respondeu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “É quando entregas a tua caridade no gozo de plena saúde, com poucos meios e temendo a pobreza, mas com esperanças de enriquecer. Que não deixes a entrega da caridade para o momento da morte, quando então dirás:

Isto é para fulano, e isto para beltrano”, quando na realidade, tuas posses já foram passadas para os outros!.” – Bukhari e Muslim. Uma só moeda dada em caridade por um jovem, tem mais valor, do que 100 moedas dadas por um idoso, que ao longo da sua vida, nunca se preocupou com os necessitados.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalamo) aconselhou-nos a tomar iniciativa de praticarmos boas ações, antes que ocorram 7 acontecimentos na nossa vida e para termos cuidado com eles. Entre as referidas 7 situações, recordou a velhice senil  (Tirmizi).

Não podemos deixar para a velhice, o cumprimento das nossas obrigações religiosas e o pedido de perdão a Deus, pelos nossos pecados, porque inesperadamente, a morte pode alcançar-nos. Outros, durante a vida nada fizeram para agradar a Deus e quando lhes bate a hora da despedida, se apressam e se multiplicam em orações obrigatórias e facultativas, começando a praticar muita caridade. Se durante a vida, um homem der um dirhram como sadaqah (caridade) é melhor do que dar cem dirhrams como sadaqah no momento da sua morte. O mais virtuoso, é aquele que duma forma regular e consistente, foi cumprindo com as suas orações e com o resto das obrigações religiosas. Disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “….O mais agradável para Allah, são as ações feitas de forma contínua, mesmo que sejam pequenas…” Bhukari 76:469 e Muslim 04:1710.

O Melhor dos homens é aquele que pratica o bem, convida os outros a Deus e proclama com firmeza de que ele é muçulmano (submisso a Deus).

Se um jovem, desde cedo, começar a cumprir com as suas obrigações religiosas,estará também moldando o seu carácter. Aprenderá a amar e a respeitar os seus pais, terá boas maneiras, será de trato afável e defensor da verdade. Entre outras ações generosas, auxiliará os mais necessitados e sentir-se-á disponível para o voluntariado.

Abdullah Bin Amr (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Alaihi Wassalam) disse: “O melhor entre vós, são aqueles que têm boas maneiras e um bom carácter”. Bukhari 56:759.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma 

Cumprimentos,

Abdul Rahmen Mangá

domingo, fevereiro 19, 2012

Os últimos dias de Vida do Rassulolah SAAS

Louvado seja Allah. Nós O louvamos, pedimos Sua ajuda e diretriz. Pedimos refúgio junto a Ele contra os malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Prestamos testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros. Prestamos testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah o abençoe e lhe dê paz, bem como a seus familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.

O Rassulullah (S) retornou da Peregrinação de Despedida, e antes de seu falecimento por nove dias foi revelado o versículo do Alcorão Sagrado: "E temei o dia em que retornareis a Allah, e em que cada alma receberá o seu merecido, sem ser injustiçada" (2:281).

A dor começou se manifestar no Rassulullah (S). Ele expressou o desejo de visitar os mártires de Uhud. Quando lá chegou, ele parou perante seus túmulos e disse: "Que a paz esteja com vocês ó mártires de Uhud. Vocês foram primeiro e nós, com a anuência de Allah, iremos segui-los". No caminho de volta, o Rassulullah (S) chorou. Perguntaram-lhe: "O que lhe fez chorar, ó Rassulullah?" Ele respondeu: "Fiquei com saudade dos meus irmãos". Perguntaram-lhe: "Não somos nós seus irmãos?" Ele respondeu: "Não, vocês são os meus companheiros. Os meus irmãos são pessoas que virão depois de mim, acreditarão em mim sem me verem."

Três dias antes de falecer, a dor começou a aumentar, enquanto estava na casa de Maimuna. Ele pediu: "Reunem as minhas esposas." Quando se reuniram, o Profeta (S) pediu: "Permitam-me que eu trate da minha enfermidade na casa de Aicha?" Responderam: "Todas nós permitimos, ó Rassulullah". Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. Ali Ibn Abi Tálib (R) e Al Fadhl Ibn Al Abbas (R) carregaram-no e o levaram do aposento de Maimuna para o aposento de Aicha. Os companheiros viram pela primeira vez o Profeta sendo carregado. Eles se reuniram e começaram se perguntar: "Que aconteceu ao Rassulullah?" As pessoas começaram lotar Mesquita. O Rassulullah (S) começou a suar cada vez mais. Aicha (R) disse: "Durante a minha vida nunca vi alguém suar tanto." Ele pegou a mão do Rassulullah (S) e esfregou o suor com a mão dele. (por que ela fez aquilo?

Aicha disse: "A mão do Rassulullah é mais suave e mais generosa do que a minha. Por isso a utilizei para remover o suor e não utilizei a minha (em respeito ao Profeta). Aicha continua: "Eu o ouvi dizer: 'Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias. Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias." As vozes na mesquita começaram a se elevar. O Profeta (S) perguntou: "O que é isso?" Aicha disse: "São as pessoas que estão preocupados consigo, ó Rassulullah." Ele disse: "Carregam-me." Ele tentou se levantar e não conseguiu. Eles derramaram sete vasilhas de água para o despertar. Eles carregaram o Profeta e o colocaram no púlpito.


Foi o último sermão do Rassulullah (S)


O último sermão do Rassulullah (S), as últimas palavras e a última prece dele foram: "Ó gente. Parece que estão preocupados comigo." Disseram: "Sim, ó Rassulullah." Ele continuou: "Ó gente, o seu encontro comigo não será nesse mundo. Será na cisterna, por Allah. É como se eu o estivesse vendo daqui. Ó gente, por Allah, não temo por vocês a pobreza, mas temo que se digladiem pelos atrativos do mundo, como fizeram os que antecederam a vocês, e perecem como eles pereceram." Então, disse: "Ó gente, devem cuidar da oração, devem cuidar da oração." Ele continuou repetindo a mesma frase muitas vezes. Então disse: "Ó gente, cuidem bem das mulheres, cuidem bem das mulheres." Disse. Ainda: "Ó gente, Allah deu a um servo o poder de escolha entre esse mundo e o que há com Allah. Ele escolheu o que há com Allah." Ninguém entendeu quem era o servo que ele citou. Era ele próprio. Allah lhe deu o poder de escolha. Ninguém entendeu a não ser Abu Bakr Assidik. Os companheiros costumavam fazer silêncio total quando o Rassulullah (S) estava falando. Quando Abu Bakr ouviu as palavras do Rassulullah, não conseguiu se segurar, e o seu choro se elevou. Do meio da mesquita ele cortou as palavras do Rassulullah e começou a dizer: "Nós o resgatamos com os nossos pais, ó Rassulullah, resgatamos com as nossas mães, com os nossos filhos, com as nossas esposas, com os nossos bens." Ele começou repetir aquilo. As pessoas ficaram olhando com censura para Abu Bakr por ter interrompido o sermão do Rassulullah. Ele disse: "Ó gente, eu retribui os favores que devia a todos vocês menos a Abu Bakr que não consegui fazê-lo. Deixei a sua retribuição a cargo de Allah, exaltado seja. Todas as portas da mesquita podem ser trancadas, menos a de Abu Bakr que nunca pode ser trancada."

Ele, então, começou a fazer prece por eles, dizendo: "Que Allah os observe, que Allah os proteja, que Allah os fortaleça, que Allah os apóie, que Allah os conserve." As suas palavras finais, antes de descer do púlpito, foram: "Ó gente, transmitam a minha saudação aos que me seguirão até o Dia da Ressurreição." Então, foi levado de volta para o seu aposento.

Abdel Rahman Ibn Abu Bakr foi visitá-lo e estava com um siwak na mão. O Profeta ficou olhando para ele sem poder lhe dizer que queria utilizar o siwak. Aicha disse: "Percebi, de seus olhares, que ele queria utilizar o siwak. Peguei-o da mão do homem e coloquei na minha boca para suavizá-lo e dei-o a ele. A minha saliva foi a última coisa que entrou na boca do Profeta." Ela continuou: "Foi da graça de meu Senhor para comigo que Ele reuniu a minha saliva e a saliva do Profeta antes dele falecer."

Então, a filha do Profeta, Fátima, entrou chorando. Ela chorou porque quando ela entrava no aposento do Rassulullah, ele se erguia e a beijava entre os olhos. Dessa vez, porém, ele não conseguiu se erguer. Ele lhe disse: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Ele, então, cochichou-lhe no ouvido, o que a fez chorar. O Rassulullah lhe disse novamente: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Então, cochichou-lhe novamente no ouvido. Ela, então, sorriu. Após o falecimento do Rassulullah (S) foi perguntado a Fátima o que o Profeta havia cochichado e ela chorou e o que ele cochichou que a fez rir? Ela respondeu: "A primeira vez ele me disse iria morrer naquela noite. Por isso, chorei. Quando me viu chorar, me disse que eu seria a primeira a segui-lo. Por isso, ri."

O Rassulullah pediu: "Me deixem sozinho." E disse: "Chega perto de mim, ó Aicha." Então, encostou-se no peito de sua esposa, Aicha. Ela disse: "Ele ergueu a mão para o alto e disse: "Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro. Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro." Ela compreendeu, pelas suas palavras, que estava sendo lhe dado o poder de escolha entre a vida terrena e a companhia do Elevadíssimo Companheiro.

O Anjo Gabriel foi ter com o Profeta e lhe disse: "O anjo da morte está à porta e pede licença para entrar. Ele não pede licença a ninguém antes de você." O Profeta deu autorização. O anjo da morte entrou e disse: "Que a paz esteja consigo, ó Rassulullah. Fui enviado por Allah para lhe dar o poder de escolha entre permanecer no mundo ou ir para junto de Allah." O Profeta respondeu: "Prefiro a companhia de Allah." O anjo da morte se postou perante a cabeça do Profeta (como fará em relação a todos nós) e disse: "Ó Alma pura, alma de Mohammad filho de Abdullah, saia para auferir a satisfação de Allah, de um Senhor satisfeito e não zangado."

Aicha conta: "A mão do Profeta caiu e a sua cabeça ficou mais pesada sobre o meu peito. Por isso, soube que ele havia morrido." Disse mais: "Não sabia o que fazer. Vi-me sair de meu aposento e entrar na mesquita onde estavam os companheiros. Disse que o Rassulullah havia morrido. A mesquita explodiu em choro. Ali Ibn Abi Tálib sentou pela terrível notícia. Osman esfregava as mãos como criança. Omar Ibn Al Khattab ameaçava matar quem dissesse que o Rassulullah havia morrido. Dizia que o Rassulullah havia ido encontrar-se com o seu Senhor, como o fez Moisés. A pessoa mais firme era Abu Bakr (R). Ele entrou no aposento do Profeta, abraçou-o e disse: "Ó meu amigo, ó meu irmão, ó meu pai", e beijou o Profeta, dizendo: "Puro durante a vida e puro mesmo morto." Abu Bakr saiu e disse para as pessoas: "Quem de vocês adorava a Mohammad, ele está morto. Quem adorava a Allah, que fique sabendo que Ele está Vivo e não morre." Então, saí à procura de um local para ficar sozinha e chorar.

Esse foi o final. Quem ouviu essa narrativa e sentiu o amor pelo Profeta, ele deve cumprir quatro exigências:

1. Evocar muita paz e graça de Allah para o Profeta. Que Allah o abençoe e lhe dê paz e bênção, bem como a seus familiares e seus companheiros.

2. Visitar a sua cidade

3. Seguir o seu método, sua sunna

4. Estudar a sua biografia

Faz as quatro coisas e sentirá que o amor ao Profeta transforma o seu coração. Ele passará a ser mais amado para você do que o seu filho, os seus bens, a sua família, a mais querida de todas as pessoas.

Peço a Allah, abençoado e exaltado seja que nos faça reunir aos companheiros do Profeta (S) no Jardim do Eden.

Wassalamu Alikom Warahmatullahi wabarakátoh. 

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak