terça-feira, abril 23, 2013

A DIFAMAÇÃO - Algo que desagrega profundamente a Comunidade Islâmica

Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah, criador do céu e da terra. Recordamos-nos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia. 

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Muhammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT). 

Que Allah (SWT) abençoe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final. 

Meus irmãos e irmãs muçulmanos, nosso assunto trata sobre uma Surat AL HUJURAT, essa Surat abençoada que veio para explicar sobre as regras e a abordagem que consistem como lidar com certas situações como o próprio mensageiro de Allah(SAAW) lidava, com base sólidas da sociedade verdadeira na crença Islâmica com sentimentos puros e com palavras cordiais, com educação e polidez e evitando os pecados e cuidando das nossas aparências recatadas. 

Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL HUJURAT vers 6 : « Ó vós que credes ! Se vos chega um perverso com um informe, certificai-vos disso para não lesar por ignorância, certas pessoas: então, tornar-vos-íeis arrependidos do que havíeis feito”. 

Devemos nos afastar da difamação, pois Allah(SWT) nos orienta para vivermos em paz e harmonia e fraternidade dentro do Islam, se isso desaparecer é como se estivéssemos vivendo em perigo e prejudicando as pessoas, fugindo da regra e base do Islam. Assim o princípio de verificarmos e identificarmos as informações, e não correr atrás dos falsos rumores que existem em qualquer lugar e em qualquer tempo. Devemos evitar em falar sobre terceiros, criando mentiras e fofocas e difamando-as prejudicando pessoas inocentes, esse tipo de ação deve ser evitado dentro do Islam. Quando alguém fala mal difamando outras pessoas, não sabem da consequência do que eles dizem. Meus irmãos se soubessem da consequência dessa difamação, o perigo dessas palavras, pois uma palavra você entra na religião de Deus e com uma palavra você sai da religião, que Allah nos livre! E também com uma palavra você pode purificar uma mulher ou prejudicá-la difamando-a, ou com uma palavra você pode deixar uma família feliz e uma palavra você pode destruí-la, da mesma forma uma palavra você pode unir ou desunir, e ainda uma palavra você pode unir ou separar um irmão. 

Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL AHZAB vers 70 : « Ó vós que credes ! Temei a Allah, e dizei, sempre, dito adequado. ». 

Com a chegada do Profeta Muhammad (SAAW), veio para purificar os muçulmanos desses difamadores e hipócritas como, por exemplo, o líder dos hipócritas Abdallah Bin Ubai Ibn Salul, que usava palavras podres, pecaminosas e maliciosas, para prejudicar as pessoas, esse tipo de pessoas existem em todos os lugares. 

Certa vez esse difamador Abdallah Bin Ubai Ibn Salul, falou contra Aicha, esposa do Profeta Muhammad (SAAW), tratando sobre rumores falsos lançados contra Aicha, mãe dos crentes, durante a viagem da campanha de Bani Mustalak, no último dia da viagem, quando a caravana parou no local de repouso, o Profeta(SAAW) ordenou à noite, que os muçulmanos que regressassem a Madina. No entanto, Aicha(R.A) tinha saído a fim de satisfazer suas necessidades naturais e ainda não havia regressado. Ela atrasou-se por que perdeu o colar que estava usando e este colar não lhe pertencia então ela se preocupou em recuperá-lo e isto provocou a demora. Sem dar conta de sua ausência a caravana seguiu sem ela, os guias dos camelos não notaram a sua ausência, pois as mulheres eram transportadas em tendas fechadas sobre o camelo. Após ter recuperado o colar, ela retornou para o acampamento, mas para sua surpresa, não encontrou ninguém no local e por isso ficou muito preocupada. Então, preferiu ficar no local e não se movimentar dali e, sentada, adormeceu. Já era noite, ela tinha convicção que os guias descobririam o seu erro e voltariam atrás, mas ninguém voltou. 

Profeta(SAAW) para escoltar na retaguarda, para apanhar as coisas que eventualmente ficassem para trás. Ao analisar o acampamento, em busca de objetos perdidos, ficou chocado ao ver a mãe dos crentes, Aicha . Safwan disse em voz alta: « LA ILLAH ILLA ALLAH. » Ao ouvir essa voz Aicha despertou e logo cobriu seu rosto com o véu. Safwan baixou o camelo, Aicha subiu-o e sentou-se no coche sozinha. Tudo isso se passou sem que se dirigissem uma palavra. Safwan conduziu o camelo a pé, até alcançarem o exercito dos muçulmanos. Quando chegaram, e os muçulmanos souberam do que tinha acontecido tiveram muita pena, mas ficaram descansados ao verem-nos chegar são e salvos. 

Todavia, os hipócritas aproveitam essa oportunidade para lançarem calunias contra Aicha. Quem lançou as calunias foi Abdallah Bin Ubai Ibn Salul, o chefe dos hipócritas. Falaram muitas palavras feias, e falsa alusão acusando-a de adultério, que criaram uma agitação curiosa na tropa dos muçulmanos. O Profeta Muhammad (SAAW) estava muito hesitante mas mantinha-se calado. 

Logo após a chegada em Madina Aicha adoeceu esse estado em que durou um mês e por fora as pessoas passavam os dias em comentários, sem ela saber do que estava acontecendo. Antes, sentia o carinho do Profeta (SAAW), mas esse carinho diminui bastante, passava a porta de seu quarto e limitava-se a perguntar, como ela estava. Estas atitudes criaram suspeitas e duvidas. Quando ela melhorou relativamente, saiu foi informada do que se passava. Ao ouvir isso Aicha sentiu-se mal, o que piorou a sua doença. Quando o Profeta foi vê-la em sua visita habitual, Aicha pediu-lhe para ir à casa de seu pai, Abu Bakir (R.A). O Profeta (SAAW) autorizou-a. Entretanto, o Profeta iniciava uma investigação minuciosa sobre o assunto, na presença de seus companheiros, ouvindo a suas opiniões, perguntando as mulheres se tinham notado algo duvidoso na pessoa de Aicha. E todas afirmavam a inocência de Aicha. 

Então o Profeta Muhammad (SAAW) subiu ao púlpito na mesquita e lamentou a atitude tomada por algumas pessoas na difamação de sua família. Depois, o Profeta, foi até a casa de Abu Bakir, entrou, cumprimentou os presentes, sentou-se e disse: « Aicha, ouvi a teu respeito tais rumores. Se és inocente, Allah confirmará a sua inocência, e se cometeste algum pecado, pede perdão a Allah, e volta-te a Ele arrependida porque um servo quando reconhece o pecado e se volta arrependido a Allah, Ele o perdoa. » Ela dirigiu-se aos pais dizendo : « Respondei ao Profeta » Os pais disseram : « Por Allah ! não sabemos o que responder. ». Aicha disse: « Realmente eu, por Allah, já sei que ouviste esta conversa a meu respeito e acreditastes nela. Por isso se vos disser que sou inocente, não me acreditarão, e se confessar perante vós qualquer pecado enquanto Allah sabe que sou inocente, acreditar-me-eis imediatamente. Portanto, eu não pedirei perdão por uma coisa que Allah sabe que não pratiquei. Aicha manteve-se firme e respondia a todos que Allah(SWT) não é injusto

Nesta ocasião Allah revelou o seguinte versículo confirmando a inocência de Aicha na Surat AN NUR vers 11: « Por certo, os que chegaram com a calúnia são um grupo coeso de vós. Não suponha que ela vos seja um mal. Mas vos é um bem. Para cada um deles, haverá o que cometeu de pecado. E aquele que, dentre eles, se empenhou em ampliá-la, terá formidável castigo. » 

Que Allah nos proteja contra os difamadores e nos oriente no caminho da senda reta. 

Ó fieis se arrependam, pois Allah(SWT) perdoa o pecado dos arrependidos. 

Salamo Aleikom 

Glossário: 
Surat AL HUJURAT = Surat do Alcorão Os Aposentos 

Surat AN NUR= Surat do Alcorão A Luz 

Surat AL AHZAB= Surat do Alcorão Os Partidos 

Aicha = esposa do Profeta Muhammad (SAAW) considerada a mãe dos fieis 

(R.A.) = Rady Allahu Aanho(que Allah esteja satisfeito com ele) 

(SWT) Subahana Wa TaAllah(Louvado seja Allah) 

(SAAW)= Sala Allahu Aleihem Wa Salam( que a paz de Allah esteja com ele) 

Abu Bakir(R.A)= pai de Aicha, e o primeiro Califa do Islam 

LA ILLAH ILLA ALLAH= Não há Deus a não ser Allah 

sexta-feira, abril 19, 2013

Reflexão Nº2: Nigéria homenageia a mais jovem criança a decorar o Alcorão

Rukkayatu Fatahu Umar com 3 anos
decorou o Alcorão, coisas de família
Sua mãe hoje com 29 decorou aos 12
Elas são nigerianas filha e neta do
 Sheik Dahiru Bauchi

É o orgulho dos seus pais e surpreendeu a assistência, havendo mesmo quem dissesse que era um génio: Rukkayatu Fatahu Umar, uma jovem nigeriana de apenas 3 anos de idade, conseguiu no passado dia 24 de Janeiro um feito incrível na presença de um areópago de eruditos muçulmanos, entrando nos anais da recitação do Alcorão.

O Estado de Bauchi, na Nigéria, homenageia hoje a mais jovem criança a decorar o Livro Sagrado, que deu mostras do seu talento incrível num concurso que reuniu 75 alunos de diversas escolas Alcorânicas sob a égide da Fundação do Sheik Usman Dahiru Bauchi, um sábio de renome que não é outro senão o avô desta menina.

“Filho de peixe sabe nadar”, pois Rukkayatu Fatahu Umar sai ao seus, embora a sua prodigiosa memória tenha surpreendido os seus familiares e calado os cépticos! Seguindo os passos do seu ilustre avô, esta jovem criança tem vivido num ambiente familiar particularmente estimulante já que os seus pais decoraram na íntegra o Alcorão, tendo a sua mãe conseguido esta proeza aos 12 anos.

Não poupando elogios, o director da escola islâmica do Sheik Dahiru, tornou oficial o seu record: “Rukkayatu Fatahu Umar, uma criança de 3 anos, é o orgulho da Nigéria por ser a criança mais jovem do país a ter decorado o sagrado Alcorão”, enquanto a sua mãe, de 29 anos, Sayyada Maimunatu, muito emocionada, ficou embevecida perante tamanha façanha, agradecendo a Deus por ter concedido à sua filha capacidades intelectuais extraordinárias.

“Sinceramente, não tenho muito que dizer, a não ser que estou muito grata a Allah por isto. É uma bênção de Allah. Estou-Lhe muito grata por me ter dado um pai como Sheik Dahiru Bauchi, que me guiou no caminho do Islão. Possa Allah dar-lhe uma longa vida para que possa continuar a servir Allah e ser útil ao Islão e à humanidade em geral”, disse ao Sunday Tribune.

Doravante famosa em toda a Nigéria, a pequena Rukkayatu Fatahu Umar regressará em breve à escola Alcorânica, aureolada pelo seu primeiro título de glória.■

Inglaterra: Os muçulmanos de Bradford mobilizam-se para salvar a sinagoga da cidade 09/03/2013 – Fonte: http://oumma.com /Tradução portuguesa: Al Furqán

A mão muçulmana estendida para a mão do seu próximo judeu e até mesmo no bolso para salvar do marasmo uma sinagoga em apuros, a imagem com forte carga simbólica é bela e impressionante, e afasta, pura e simplesmente, todas as ondas negativas que poluem a atmosfera.

É necessário atravessar o Canal da Mancha até Bradford, no condado de Yorkshire, para assistir a esta espontânea manifestação de solidariedade que fortalece os laços entre as comunidades de fé, perante estes fiéis muçulmanos que não poupam esforços para angariar fundos para que as portas do derradeiro local de culto judaico permaneçam abertas. 

Erguida em 1880, a sinagoga de Bradford é um belíssimo edifício, cuja arquitetura vitoriana faz dela uma pérola rara do património local, mas, devido ao desgaste do tempo, uma renovação dispendiosa afigura-se premente. Se a erosão corrói o edifício, ameaçado de encerramento, a comunidade judaica da região vê, por sua vez, o número dos seus seguidores diminuir ao longo dos anos. Face a esta situação crítica, os representantes da comunidade muçulmana mobilizaram-se, como se fos-sem um só, em conjunto com as autoridades da Cidade para angariar fundos para a pequena sinagoga em perigo.

“Em Bradford, trabalhamos arduamente para fortalecer os laços entre os crentes de diferentes confissões, para que se apoiem uns aos outros como bons vizinhos”, declarou Zulfi Karim, secretário do Conselho das Mesquitas de Bradford, ao Telegraph & Argus, congratulando-se pela formidável reação dos cidadãos e fiéis muçulmanos, que não se fizeram rogar para darem o seu contributo financeiro. 

“O apoio precioso da comunidade muçulmana foi extraordinário, e inscreve-se numa tradição de solida-riedade e harmonia comunitárias e cultuais, da qual a região se orgulha”, elogiou, por sua vez, Rudi Leavor, presidente da sinagoga. 

Este magnífico exemplo de entreajuda dado pelos muçulmanos de Bradford aquece não somente os cora-ções, mas constitui, certamente, uma das mais notáveis exibições contra todas as sombrias projeções fan-tasmáticas do Islão.

Mesquitas, Igrejas e Sinagogas são lugares especiais de oração, onde o nome de Deus é reverenciado.  No Alcorão, Deus diz que todos os Santuários devem ser respeitados e preservados.

quinta-feira, abril 18, 2013

A MISERICÓRDIA – Primeira parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Nesta mensagem serão referidos três tipos de misericórdias: 1) - a misericórdia dos nossos pais, em especial das nossas mães; 2) - a misericórdia dos Profetas que continua a orientar-nos, através dos seus legados; 3) - e a Misericórdia de Deus, nosso Criador e Sustentador.

Antes de nascermos, encontramo-nos protegidos nas barrigas das nossas mães. Apesar do lugar pequeno, apertado e escuro, “sentimo-nos” aconchegados e confortáveis. “…e (Deus) criou-vos no ventre das vossas mães, criação após criação em três véus de escuridão…(escuridão do ventre, escuridão do útero e escuridão da placenta com os seus líquidos)” Cur’ane 39:6. Milagrosamente, somos alimentados e assim vamos ganhando forma e vamos crescendo. A futura mãe, com todos os infortúnios que vai passando com a gravidez, carregando um peso que vai aumentando ao longo dos 9 meses e com enjoos constantes, espera ansiosamente pelo dia que o filho vai nascer, para o pegar ao colo e dar-lhe todos os mimos. Esta é a primeira Misericórdia que Deus dá aos seres humanos. Seguir-se-ão muitas mais misericórdias ao longo das suas vidas.

Ainda pequenos, somos amamentados e o leite materno torna-se suficiente nos primeiros tempos da nossa existência. Vamos crescendo e a nossa mãe continua a tratar-nos duma forma carinhosa e especial. Quando choramos ou ficamos doentes, é nos braços dela que encontramos a segurança, a tranquilidade e o conforto. Umar Ibn Khatab (Radiyalahu an-hu) referiu que certa vez ele chegou a Madina acompanhado de alguns cativos. Entre eles, estava uma mulher que angustiada procurava o seu pequeno filho. Quando o encontrou, abraçou-o e o amamentou. Foi quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) questionou: “Essa mulher seria capaz de arrastar o seu próprio filho para o inferno?” Responderam: “Não, por Deus!”. E continuou: “Pois sabeis que Deus é mais Misericordioso com os Seus servos do que essa mulher o é para com o seu próprio filho”. Bukhari. 

Quando nos portamos mal, carinhosamente, a nossa mãe dá-nos um “puxão de orelhas”, mas sempre duma forma educativa. Os nossos pais garantem-nos a subsistência, a educação e transmitem-nos a moral e os ensinamentos religiosos. “Ó Senhor meu, tem Misericórdia dos meus pais, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequeno”. Cur’ane 17:24. Esta é a misericórdia dos nossos pais, mas que nos esquecemos, quando as posições se invertem, quando eles mais velhos necessitam do nosso apoio e carinho. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Um filho não pode “pagar” ao seu pai, até que o encontre como escravo, o compre e o conceda a liberdade”. Bhukari. Por outro lado, o ser humano esquece-se de agradecer as dádivas que Deus vai concedendo. Mas Deus, com a Sua Misericórdia, vai enviando pequenos sinais para a Sua Criação, lembrando-lhes pacientemente da Sua existência. Mas o ser humano continua distraído com os prazeres da vida e só se lembra, quando algo de grave lhe acontece na vida.

O carinho e a misericórdia que os pais transmitem aos seus filhos, constituem momentos de alegria e de harmonia para toda a família. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que Al-Aqra B. Habis viu o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) beijar o seu neto Hassan. Ele disse: “Eu tenho 10 filhos, mas nunca beijei nenhum deles”. O Profeta disse: “Aquele que não mostra misericórdia para os seus filhos, nenhuma Misericórdia será mostrada a ele.” Muslim. Também referiu: Quem não mostra misericórdia para com o povo, Deus o Altíssimo, não mostrará Misericórdia para ele.” Muslim.

Outra manifestação de misericórdia dos pais que se encontram numa extrema pobreza, é o de reforçarem a alimentação dos seus filhos, em detrimento das suas próprias necessidades. Vejamos o amor e a preocupação que uma mãe tem para com os seus filhos, que nos foi relatada por Aisha (Radiyalahu an-ha): “uma mulher pobre veio pedir caridade, acompanhada de duas filhas. Não encontrei mais nada a não ser três tâmaras que entreguei à mãe. Ela deu uma tâmara a cada uma delas e em seguida quando pretendia meter a outra na boca, as suas filhas olharam para ela manifestando o desejo de comer a tâmara. Então ela dividiu a tâmara, em duas partes e deu a cada uma das filhas

Este tipo de tratamento por parte da mãe impressionou-me tanto que eu mencionei o facto ao Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), que disse: “Deus lhe concederá paraíso por esse acto, ou então a libertará do inferno”. Muslim 32:6363 e também em Bukhari. Quantas lágrimas não teriam sido derramadas por Aisha ao presenciar a misericórdia dessa mãe para com as suas duas filhas?

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!.

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá - 18/04/2013 - abdul.manga@gmail.com

segunda-feira, abril 15, 2013

Aisha (r.a) tinha 19 anos quando se casou com o Profeta (s.a.w.) A história do casamento de Aisha aos sete anos de idade é totalmente um mito

Prezado Irmão Abdul Rehman Manga

Ilustre Presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto 

Assalamu Alaikum W. W.: 

Na sequência do teu apelo e o do teu amigo do Brasil, que era cristão (Bispo Auxiliar da ICAB), e se converteu ao Islão em 15/02/2002, eis mais um esclarecimento, desta feita sobre a incorreta história do casamento de Hazrat Aisha (r.a.) aos sete anos com o Profeta Muhammad (s.a.w.) QUE É TOTALMENTE UM MITO, conforme se pode verificar, seguidamente: 

Uma das críticas mais frequentes e ataques contra o Islão é que o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Deus estejam com ele) se casou com Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) e começou a ter relações sexuais com ela, quando esta tinha apenas 9 anos de idade. 

No entanto, um erudito (1) islâmico desacreditou esse mito, argumentando que as evidências apontam para o fato de que Aisha tinha realmente 19 anos de idade quando se casou com o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele). No seu livro "A verdade sobre a idade de Aisha, a Veraz", Hakim Niyaz Ahmed teve em conta todas as informações e menções de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) nos Ahadith – ditos e atos do Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele) – assim como os textos históricos islâmicos para determinar a idade revista da menina.

"A informação de Hadith sobre o casamento de Aisha aos nove anos de idade não é confiável, porque todas as coleções de Ahadith reportam este hadith na autoridade solitária de Hisham Urwah," diz no seu volume. 

"Hisham é geralmente aceite como uma pessoa confiável, mas na sua velhice tinha perdido o seu prestígio entre os especialistas em Medina. Eles não aceitaram o seu hadith narrado neste período. Hisham narrou esta história por volta do ano 145 da Hégira, quando ele tinha 84 anos de idade. O casamento de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) teve lugar no ano 2 da Hégira, mais de 140 anos antes. Foi a época em que a maioria das pessoas, que poderiam comprovar os fatos de sua narração, tinha morrido ", disse Niyaz Ahmed. 

As novas descobertas poderiam lançar uma nova luz sobre o início da história do Islão e ajudar a levar por diante um novo comentário sobre o que aconteceu e como sucedeu. Para muitos não muçulmanos, a idade de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) revista, podem limitar os seus ataques contra o Islão, que muitas vezes recorrem para chamar o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele), de um "abusador de crianças" por ter casado com uma menina de 9 anos.

"O casamento de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) não foi um facto comum que apenas uma pessoa poderia narrá-lo". Ibn Ishaq, Ibn Saad e outros relatos históricos da vida do Profeta entre o primeiro grupo de pessoas que abraçaram o Islão, nunca deixam de mencionar a Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela). Se Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) era de nove anos de idade em 2 DH / 624 DC, ela seria de cinco anos de idade no ano 610 DC, quando Muhammad (paz esteja com ele) anunciou a sua missão profética. 

"É muito mais razoável supor que ela era adulta na-quela época, o que significa que ela tinha, sem dúvida mais de nove anos de idade no ano em que emigrou para Medina," continuou o perito. 

"Mishkat al-Masabih, Al-Bidaya wa'l Nihaya, Siyar A'lam al-Nubala e al Isti'ab, são as mais conhecidas fontes que, claramente, mencionam que Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) era 10 anos mais nova do que a sua irmã Asma (que Allah esteja satisfeito com ela) ". 

"A maioria das fontes, em particular Abu Na'im al-Asma Isfahani sugere que ela (Asma) tinha 27 anos de idade no momento da migração". Isto significa que Aisha tinha pelo menos 17 anos de idade naquela época", continuou a dar antecedentes históricos sobre Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela), uma das mulheres mais elogiadas no início do Islão, para desenvolver o seu argumento de que ela era mais velha do que muitos acreditam quando ela se casou com o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele). 

"Quando o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele) fez a proposta de casamento, Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) já estava comprometida para Jubayr bin Mut'im, cujo pai era o chefe dos coraixitas". A família de Jubayr não ficou feliz quando a família de Aisha abraçou o Islão. Ambas as famílias estavam em dificuldades para pôr fim ao compromisso. 

"O pai de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) teve que negociar o divórcio". Ele pediu à família de Jubayr que concluíssem o contrato de casamento e levassem a Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) para a casa de Jubayr, como era o costume. Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) sabia que a família de Jubayr não estaria de acordo com o contrato, e que então poderia negociar o divórcio ou a separação. Era depois da separação, que poderia ser comprometida para o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele), disse. 

O autor está afirmando que o fato de Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) puder negociar para a conclusão do contrato ou o divórcio é prova evidente de que Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) era adulta e na idade de se casar. No seu volume, Niyaz Ahmed detalha mais evidências sugerindo que Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) não era a menina de 9 anos de idade, como tem sido transmitido através da história, mas que era uma adulta em idade de se casar. ■

(1) - Há mais eruditos islâmicos, entre os quais Shaykh Dr. Ridhwan Saleem, Shayk Resit Haylamaz, Dr. T.O. Shanavas que, também, escreveram a respeito, graças a Deus, e que chegaram a mesma conclusão e têm alguns pontos adicionais que são interessantes. 

Eis alguns títulos do livro a respeito: 

- At What Age did Aisha Marry the Prophet?, por Reşit Haylamaz. 

- La edad de Aisha, - La historia del casamiento de Aisha a los siete años es totalmente un mito, (26/09/2011) - Autor: Dr. T. O. Shanavas.

APELO AOS IRMÃOS MUÇULMANOS 
A Editora Al Furqán, in cha Allah, vai publicar, brevemente, o livro, com cerca de 116 páginas, intitulado 

AISHA,  A ESPOSA DO PROFETA (S.A.W.) - De autoria de: Asma Lamrabet - Versão portuguesa de: M. Yiossuf Adamgy  

Os irmãos que queiram colaborar para a feitura deste importante livro com a aquisição de, pelo menos 50 exemplares, poderão contactar a Al Furqán, com brevidade possível. O preço de cada exemplar ficará, in cha Allah, aproximadamente por 3,75 euros (3,75 x 50 = 187,50 euros). 

Contacto: e-mail: alfurqan04@yahoo.com  - Telf.: 21 988 20 28 — tm.: 96 545 96 46 

Permita Allah S. T. que a recordação desta mulher, emblema de valor, piedade e ciência, possa renascer nos nossos corações de crentes e que nunca mais caia na penumbra da indiferença que mata. Aisha (r.a.) morreu há catorze séculos, mas a sua luta continua viva e é nossa, mais hoje que ontem. 

Permita Allah S. T. que a memória de uma mulher erudita como Aisha (r.a.) possa contribuir para dar às mulheres muçulmanas de hoje, a esperança e a convicção do triunfo nesta vida e no Além e ressuscitar este Islame de igualdade, de sabedoria e de justiça como nos foi legado pelo Profeta de Allah, que a paz e bênçãos estejam com ele. 

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

quinta-feira, abril 11, 2013

O Alcorão Sagrado


Em nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso!
''Se tivéssemos feito descer este Alcorão
sobre uma montanha, tê-las-ias visto
humilhar-se e fender-se, pôr temor a Deus.
Tais exemplos propomos aos humanos,
para que raciocinem."
( Alcorão Sagrado, 59ª Surata , versículo 21)

O Alcorão Sagrado O Alcorão é a maior dádiva de Deus à humanidade e a sua sabedoria é de uma espécie única, exposto, em termos breves, o propósito do Livro consiste em ser o receptor das revelações divinas, o qual restaura a eterna verdade de Deus, como guia da humanidade no caminho certo. O Alcorão é a palavra de Deus revelada ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através do Arcanjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), a qual ultapassa a imaginação humana para se produzir uma obra desta grandeza.Os contemporâneos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foram, sem dúvida, os maiores mestre da língua árabe com motivos para produzir um texto sem rival. Mas eles não poderiam produzir nada como o Alcorão, em conteúdo e estilo, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não tinha preparação escolar formal, mas não fez segredo disso, o seu maior crédito era que sendo iletrado, viveu entre povo iletrado para ensinar a humanidade inteira, a verdadeira Mensagem de Deus para toda à humanidade. Este é o primeiro fato acerca do Alcorão ou seja a palavra de Deus. O segundo fato acerca deste Livro é a autenticidade do seu conteúdo e a ordem em que estão distribuídas várias matérias, a autenticidade do Alcorão não deixa dúvidas pela sua pureza, originalidade e integridade do seu texto. Investigadores e estudiosos qualificados, muçulmanos e não muçulmanos, concluíram, já que o Alcorão de hoje é o mesmo Livro que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebeu, ensinou, por ele viveu, e o legou à humanidade há mais de 14 séculos. Algumas observações podem ilustrar a autenticidade do Alcorão: 

1º- O Alcorão foi revelado em fragmentos, a palavra Alcorão significa Livro por excelência. Diz Deus no Alcorão: ''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2). A composição do Alcorão e as revelações graduais das suas passagens foram os planos e desejos de Deus, desejos pelos quais Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros lutaram. Diz Deus no alcorão: ''Os incrédulos dizem: Por que não lhe foi revelado o Alcorão de uma só vez? Saibam que assim procedemos para firmar com ele o teu coração, e o te ditamos em versículos, paulatinamente.'' (25ª Surata, versículo 32)
E disse ainda: ''Não movas a língua com respeito ao Alcorão para te apressares para sua revelação. Porque a Nós incumbe a sua compilação e a sua recitação;'' (75ª Surata, versículo 16-17).

2º- Os árabes distinguiram-se pelo seu apurado gosto literário, pelo que conseguiram gozar e apreciar as boas peças de literatura, que o Alcorão lhes facultou. Sentiram-se movidos pelo seu tocante tom e atraídos pela sua extraordinária beleza, encontrando nele a maior satisfação e a mais profunda alegria, ao ponto de memorizar a maior parte do Livro. O seu estilo rítmico continua a ser admirado e acarinhado por todos os muçulmanos e por muitos não-muçulmanos. 

3º- Hoje, muitos muçulmanos, homens e mulheres, fazem a recitação diária de uma parte do Alcorão, em orações e vigílias noturnas. A recitação do Alcorão é para os muçulmanos uma forma elevada de adoração e uma prática diária. 

4º- Os árabes admiraram sempre bons poemas, distinguindo-se como autores de boa literatura, foram distinguidos pela sua sensibilizada memória em que a literatura ocupou sempre o lugar de relevo. O Alcorão foi reconhecido por todo povo árabe de gosto literário, como inimitável, por isso, eles apressaram-se a memorizá-lo, mas da mais notável e respeitosa maneira. 

5º- Durante a vida do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), houve escribas notáves e registradores nomeados para as revelações, quando o Mensageiro de Deus Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebia uma revelação um versículo ou uma mensagem de Deus através do Anjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), dava imediatamente instruções aos seus escribas para os registrar sob a sua supervisão. O que era registrado era verificado e autenticado pelo profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), todas as palavras eram revistas e cada passagem era posta na devida ordem. 

6º- Passado algum tempo, as revelações completaram-se e os muçulmanos estavam de posse de registros completos do Alcorão, foram recitados, memorizados, estudados e usados para todos os propósitos diários. Quando uma discrepância surgia, o assunto era levado ao próprio profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), para se decidir se estava de harmonia com o texto, significado e entoação. 

7º- Depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o Alcorão estava confiado à memória de muitos discípulos e em numerosas tábuas de registro. Mas isso ainda não satisfazia Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com Ele), o primeiro Califa que receou que a morte de alguns memorizadores em batalhas, pudesse trazer sérias confusões acerca do Alcorão. Por isso, ele consultou autoridades especializadas e depois encarregou Zaid Ibn Thabit (que Deus esteja satisfeito com Ele). O escriba chefe das revelações de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), de fazer uma compilação padrão do Livro Sagrado, tal como foi autorizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), sendo assim ele o fez, sob a supervisão dos companheiros do Profeta, que tinham ouvido e memorizado o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). A versão completa e final foi verificada e aproveitada por todos os muçulmanos que tinham ouvido o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e o guardavam na memória e no coração. Isto aconteceu menos de dois anos após da morte do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), as revelações estavam ainda frescas e vivas na memória dos escribas, memorizadores e outros discípulos mais chegados. 

8º- Durante o califado de Uthman, cerca de quinze anos depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficou completa a compilação de várias revelações recebidas pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), num Livro, o Alcorão. Seguidamente, fez-se a primeira difusão de várias cópias do Alcorão, em diversos territórios, muitos dos habitantes nunca tinham visto ou ouvido o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), por razões geográficas e fatores regionais, conheciam alguns textos do Alcorão com elevadas distorções de acentuação. Diferenças de recitação e entoação começaram a surgir e a causar dicussões entre os muçulmanos, Uthman (que Deus esteja satisfeito com Ele), o segundo Califa atuou rapidamente para resolver esta situação, depois de mútuas consultas com todas as autoridades especializadas, foi constituída uma comissão de quatro escribas da época da revelação, que atuaram junto ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), na compilação do Livro Sagrado. 

Todos os textos em uso foram recolhidos e substituídos por uma cópia padrão que passou a ser usada de acordo com a acentuação e dialeto árabe Coraixita, o mesmo e verdadeiro dialeto com acentuação do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). Esse dialeto foi adotado porque era o melhor de todos os dialetos e o único no qual o Alcorão foi revelado, E a partir desta época, a mesma versão-padrão tem sido usado por milhões de muçulmanos em todas as partes do mundo, sem a mais pequena alteração em palavras ou ordem ou de quaisquer sinais de pontuação. Por estas observações, os investigadores sérios concluem que o Alcorão se mantém hoje, tal qual, como quando a sua revelação e assim se conservará para sempre, nunca lhe foi acrescentado nada; nunca houve nele qualquer omissão ou corrupção, a sua história é tão clara como o dia; a sua autenticidade é indiscutível  e não resta dúvida alguma de sua completa preservação. O Alcorão está cheio de sabedoria sem exemplo; com respeito à sua origem, características e dimensões, a sabedoria do Alcorão deriva da sabedoria de seu autor que não poderia ter sido outro senão Deus Louvado Seja, o Todo Poderoso. Também deriva da compulsória força do Livro de Deus que é inimitável, o qual é um desafio a todos os homens de letras e de conhecimentos, as soluções práticas que oferece para os problemas humanos e os nobres objetivos que contém para o ser humano, marcam a sabedoria do Alcorão como sendo de natureza e características especiais.

Dinamismo -  Uma das maiores características da sabedoria do Alcorão é que não é estatíca ou do tipo que não consinta qualquer inovação, é uma espécie de sabedoria que provoca a mente e acelera o coração, nesta sabedoria misturam-se o dinamismo e a movimentada força atestada pela evidência histórica, tal como no próprio Alcorão. Quando o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), lançou primeiramente o chamamento de Deus, a sua única força foi o Alcorão e a sua única sabedoria foi a sabedoria do Alcorão, o dinamismo penetrante do Alcorão é tremendamente irresistível  Há numerosos exemplos que mostram que as mais dinâmicas personalidades e os mais concludentes argumentos não puderam atingir o realismo da sabedoria dinâmica do Alcorão, Deus fala do Alcorão como uma ''Ruh'', ou espírito de vida, e como uma luz com as quais os servos de Deus são guiados para o caminho da justiça. Deus diz no Alcorão: ''E também te inspiramos com um Espírito, por ordem Nossa, antes do que conhecias o que era o Livro, nem a fé; porém, fizemos dele uma Luz, mediante a qual guiamos quem Nos apraz dentre Nossos servos. E tu certamente te orientas para uma senda reta. A senda de Deus, a quem pertence tudo quanto existe nos céus e na terra. Acaso, não retornarão a Deus todas as coisas?'' (42ª Surata, versículos 52-53)
As palavras ''Ruh'' e ''Sad'', que significam que o Alcorão origina a vida, estimula a alma, irradia a luz que ilumina os corações dos tementes a Deus, este é o gênero de dinamismo espiritual do qual nos fala o Alcorão. 

Praticabilidade -  Outra característica significativa do Alcorão é a sua praticabilidade, não condescende com o pensamento ambicioso, nem faz com que os ensinamentos demandem o impossível ou flutuem num mar de rosas de ideais que não se podem atingir. O Alcorão aceita o ser humano pelo que ele é e exorta-o a tornar-se o que ele pode ser, isto não torna o ser humano como uma criatura sem esperança, condenada desde a nascença até a morte e afogado em pecados desde o berço até o túmulo, mas considera-o como um ser honrado e dignificado. A praticabilidade dos ensinamentos do Alcorão está estabelecida pelos exemplos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele),e os muçulmanos através dos anos, essa característica do Alcorão faz com que os seus ensinamentos estejam ligados ao bem estar do homem e são baseados nas possibilidades ao seu alcance. 

Moderação -  A terceira característica do Alcorão é a moderação ou harmonia entre o Divino e o humano, o espiritual e o material, o individual e o coletivo, o Alcorão dá a devida atenção a todos os fatos da vida e a todas as necessidades do homem, de forma a ajudá-lo a realizar os nobres objetivos do seu ser. Diz Deus no Alcorão: ''E, deste modo ó muçulmanos, constituímos- vos em uma nação de centro, para que sejais testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro o será para vós. Nós não estabelecemos a quibla que tu ó Muhammad seguias, senão para distinguir aqueles que seguem o mensageiro, daqueles que desertam, ainda que tal mudança seja penosa, salvo para os que Deus orienta. E Deus jamais anularia vossa obra, porque é Compassivo e Misericordiosíssimo para com a humanidade.'' (2ª Surata, versículo 143) . E disse ainda: ''Sois a melhor nação que surgiu na humanidade porque recomendais o bem , proibis o ilícito e credes em Deus.'' (3ª Surata, versículo 110) . 

A sabedoria do Alcorão funciona em três dimensões principais: interiormente, exteriormente e superiormente. Interiormente, penetra nos mais recônditos cantos do coração e dirige-se às mais longínquas profundezas do pensamento, está ligado à salutar cultura interior do indivíduo. Está penetração interior é diferente e afasta-se profundamente de qualquer outro sistema legal ou ético, porque o Alcorão fala em nome de Deus e refere-se a todos os assuntos. A função exterior do Alcorão alberga todos os passos da vida e cobre os princípios de todo o como das relações humanas, desde os casos mais pessoais às complexas relações internacionais. 

O Alcorão atinge áreas desconhecidas para qualquer sistema jurídico ou código de ética, isso faz com que a presença de Deus recaia em todos os negócios, e as reconheça como primeira origem de direção e a última meta de todas as transações, é um guia espiritual do homem, o seu sistema legislativo, o seu código de ética e acima de tudo o caminho da sua vida. Na sua superior função de guardião, o Alcorão se assenta no Supremo Poder de Deus, tudo o que foi, ou é, ou que será, deve ser canalizado através deste foco da presença de Deus no Universo, o homem é meramente um depositário do vasto domínio de Deus e o único fim da sua criação é adorar a Deus. Isto não é pretexto para separação ou para uma passiva retirada da vida, é um convite aberto ao ser humano para ser a verdadeira encarnação na terra das excelentes qualidades de Deus. 

Quando o Alcorão na sua superior atenção foca Deus, abrem-se diante do homem novos horizontes de meditação, eleva-se a padrões sem exemplo de alta moralidade, e familiariza-se com caminho eterno da paz e da bondade, realizando Deus só como a última de atingir pelo homem, é a revolução contra as tendências populares no pensamento humano e as doutrinas religiosas, uma revolução cujos objetivos é livrar o pensamento da dúvida, libertar a alma do pecado e emancipar a consciência da subjugação. Em todas as suas dimensões a sabedoria do Islam é concludente, não condena ninguém, nem tortura a carne, nem faz com que ela abandone a alma, não pretende humanizar Deus e nem divinizar o ser humano, está tudo cuidadosamente colocado aonde pertence no esquema total da criação. 

Há uma relação proporcional entre ações e recompensas, entre meios e fins, a sabedoria do Alcorão não é neutra e clama verdade no pensamento, piedade nas ações, unidade de propósitos e boa vontade nas intenções, este é sem dúvida o Livro, com seu rumo correto. Diz Deus no Alcorão: ''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2) E disse ainda: ''Alef, Lam, Ra. Um Livro que te temos revelado para que retires os humanos das trevas e os transportes para a Luz, com a anuência de seu Senhor, e os encaminhes até à senda reta do Poderoso, Laudabilíssimo.'' (14ª Surata, versículo1) ''Ó humanos, já vos chegou uma prova convincente de vosso Senhor e vos enviamos uma translúcida Luz.'' (4ª Surata, versículo 174) ''Não meditam, acaso, no Alcorão? Se fosse de outra origem, senão de Deus, haveria nele muitas discrepâncias.'' (4ª Surata, versículo 82)

''Este é o Livro (o Alcorão) veraz por excelência. A falsidade não se aproxima dele nem pela frente, nem por traz, porque é a revelação do Prudente, Laudabilíssimo.'' 
(Alcorão Sagrado 41ª Surata, versículos 41 e 42).


quarta-feira, abril 10, 2013

As Súplicas e os Louvores que do Profeta Muhammad S.W.S fazia do Amanhecer ao Anoitecer

Que a paz e as bênçãos e a misericórdia de Deus estejam com Ele.

Quando acordava dizia: Glorificado seja Deus que nos ressuscita após termos morridos e para Ele é o retorno.

Quando ele levantava-se do seu leito dizia: Senhor meu! Perdoa, apeada-se e guia-nos para a senda reta.

Quando avistava a luz da alvorada dizia: Amanhecemos e amanheceu o Reino de Deus. Louvado seja Deus! A criação, o comando, a noite e o dia pertencem a Deus.

Quando ele entrava no dejetório ( privada ) dizia: Refugio-me em Deus contra o Satanás desprovido da misericórdia de Deus. Ó Grande Deus amparo-me em Ti contra o ladino e a ladinice.

Quando saia do dejetório dizia: Perdão! Glorificado seja Deus que aliviou-me da necessidade (fisiológica) e proporcionou-me saúde.

Quando bebia água dizia: Louvores a Deus por Ter criado a água para saciar nossa sede, por Sua misericórdia, e não fê-la salobra nem salgada devido nossos pecados.

Quando se alimentava dizia: Louvores a Deus que alimentou-nos e saciou nossa fome e sede e muniu-nos, tornando-nos muçulmanos.

Quando vestia uma roupa dizia: Louvores a Deus por Ter me ataviado para cobrir minha nudez e para me adornar em minha vida.

Quando olhava no espelho dizia: Louvado seja Deus que me criou e me aperfeiçoou. Ó grande Deus! Tal como aperfeiçoou-me aperfeiçoa meu caráter.

Quando saia de sua casa dizia: Em Nome de Deus! Em Deus me amparo! Ó grande Deus em Ti me amparo contra a passividade de agredir ou ser agredido.

Quando entrava na Mesquita dizia: Ó grande Deus! Abra-me as portas da Tua misericórdia e conceda-me os tesouros do Seu saber.

Quando olhava para o céu dizia: Ó Senhor nosso! Não criaste isto em vão. Ó Guia dos corações! Consolide meu coração em Tua Religião.

Quando entrava em sua casa dizia: Em Nome de Deus entramos em em Nome de Deus saímos e em Nome de Deus nós apoiamos.

Quando pretendia realizar uma obra (ato) dizia: Ó grande Deus! Eleja-me, prefira-me e não me deixes entregue ao meu desejo se quer um piscar de olho.

Quando enfrentava um caso difícil dizia: Ó grande Deus! Não há uma dificuldade que Tu não possa remover. Tu torna, se quiseres, o difícil em uma facilidade.

Quando era tomado pela ira (ficar enraivecido) dizia: Ó grande Deus! Perdoa meus pecados, dissipa a ira do meu coração e salve-me do Satanás.

Quando era atingido por uma calamidade dizia: Somos de Deus e para Ele voltaremos. Deus é nos suficiente, Ele é o melhor dos Companheiros.

Quando pretendia viajar dizia: Ó grande Deus! Tu és quem proporciona a boa viagem, Tu és o Herdeiro dos bens, da família e dos filhos.

Quando montava uma montaria dizia: Louvores a Deus! Glorificado seja Deus que nos submeteu esta montaria e não somos dos desagradecidos.

Quando era acometido por uma enfermidade dizia: Ó Senhor da humanidade! Afaste-nos das adversidades. Cure-nos. Tu és o Curador, não há cura a não ser  a  Sua.

Quando era realizado Azan Al-Maghreb (chamamento para a oração do crepúsculo) dizia: Ó grande Deus! Este é o encontro com a Sua noite, é o final do Seu dia, é a voz da Sua Súplica. Perdoa-me.

Quando surgia o anoitecer dizia: Anoitecemos e anoiteceu o Reino de Deus! Glorificado seja Deus o Único, que não possui parceiro.

Quando mantinha um encontro íntimo com uma de suas mulheres dizia: Ó grande Deus! Afaste de nós o Satanás e afaste o Satanás das coisas que nos concedeste.

Quando pretendia dormir dizia: Em Teu Nome ó meu Senhor coloco meu flanco no leito e em Ti levantarei-o. Se recolheres minha alma seja-lhe Misericordioso. E se reteres-a conserve-a tal como conservaste as almas de Suas criaturas virtuosas.

sexta-feira, abril 05, 2013

O Caráter do Muçulmano - 9‏ - Cumprir o Prometido é Parte Essencial da Conduta do Muçulmano

Bismillah!
Ser Fiel à Palavra - Cumprir o Prometido é Parte Essencial da Conduta do Muçulmano
Shaikh Mohamad Al Ghazali
Tradução: prof. Samir El Hayek

Quando um muçulmano empreende alguma coisa, ele deve respeitar o empreendimento. Quando ele toma parte em algum contrato, ele deve honrar seu compromisso até o final. Essa e uma condição da fé, de que o homem, ao se propôr algum objetivo, faça-o com intenção de levá-lo até a conclusão dele, como a água, que corre pelas vertentes até encontrar o nível do mar. Ele deve ser conhecido entre a gente como um homem fiel à sua palavra, que não deixa existir dúvidas ou temores nas transações de que participa, sendo alguém que não rompe um trato.

O cumprimento das promessas e necessário. Assim como quando se faz um juramento, e esse tem de ser redimido. Mas, tal fidelidade à palavra e exigido quando a transação e legítima e verdadeira, não tendo algum valor o cumprimento de promessas em relação a algo pecaminoso e que seja em desobediência a Deus, como as juras também não tem valor no pecado.

O Mensageiro de Deus disse: “Se alguém fez um juramento, mas viu um aspecto mais benéfico em outra coisa, ele pode romper o juramento mediante uma compensação (indenização) e deve fazer aquilo que for melhor e mais benéfico.” (Musslim)

Não é correto um homem insistir em resgatar um juramento. Será melhor nesse caso rompê-lo. Em certa tradição está dito:
E pecaminoso um homem dentre vós procurar a sua esposa sem ter resgatado um juramento, sendo diferente quando ele tenha se redimido de algum compromisso (indenizado) conforme havia sido estabelecido no caso do rompimento de um juramento.” (Bukhári)

Por esse motivo, nenhuma promessa ou pacto é correto e válido a não ser que seja feito em assuntos idôneos. Quando um homem tiver se comprometido a fazer determinada ação benéfica, ele deve fazer todo o possível de conclui-la enquanto ela lhe parecer boa. E ele deve muito bem saber que deve se ater sempre a conversa sadia, à fé e à crença Não há lugar para o rompimento de promessas, dúvidas e vacilações.

Anas ibn Malik diz que seu tio Anas ibn Nadar não pôde tomar parte na batalha de Badr, e disse ao Profeta: “Ó Mensageiro de Deus! Na primeira batalha que você travou com os politeístas eu não pude tomar parte. Mas se Deus me conservar junto do Profeta, então verão de fato de que sou capaz na segunda batalha contra os politeístas.”

Quando na batalha de Uhud, os combates estavam encarniçados e os muçulmanos estavam recuando, ele suplicou a Deus: “Ó Deus! Imploro perdão pelos erros que eles cometeram, e me declaro inocente das transgressões dos politeístas.” E dito isso, penetrou fundo no foco da batalha. No caminho encontrou-se com Sa‘ad ibn Mo‘az a quem disse: “Ó Sa‘ad ibn Mo‘az! Pelo Deus de Nadar, siga para o Paraíso. Eu sinto o perfume dele no vale de Uhud.” Sa‘ad disse: “Ó Mensageiro de Deus! O amor do martírio que ele mostrou não pode ser descrito. E então avançou.”

Anas conta que encontramos mais de oitenta feridas em seu corpo causadas por espadas, pontas de lança e flechas. Os politeístas haviam desfigurado seu corpo e foi difícil identificá-lo. Só com grande dificuldade que sua irmão identificou por uma verruga que ele tinha nos dedos.

Anas diz que acha que os versículos que seguem tenham sido revelados a respeito de pessoas como ele senão dele mesmo:

Entre os crentes, há homens que cumpriram o que haviam prometido, quando da sua comunhão com Deus; há-os que o consumaram (ao extremo), e outros que esperam, ainda, sem violarem a sua comunhão, no mínimo que seja.” (33ª:23).

Memória e Determinação - essenciais para o Cumprimento de Promessas

O cumprimento de promessas depende de dois fatores. Possuindo ambas essas coisas, o cumprimento de promessas será fácil. Deus exigia de Adão que este prometesse não se aproximar da árvore proibida, mas Adão esqueceu logo sua promessa. E assim, se tornou presa da fraqueza e rompeu a promessa:
“Havíamos firmado o pacto com Adão, porém, ele esqueceu-se dele; então vimos nele nenhuma firme resolução.” (20ª:115).

Isso mostra que a deficiência de memória e a fraqueza de determinação são dois obstáculos que se opõe no caminho do cumprimento do dever. E isto é de se estranhar, de que o homem, estando freqüentemente assolado pelas privações dos tempos, por diversas dificuldades e pressionado por diferentes problemas, seja capaz de esquecer as realidades claras e abertas. Para ele as imagens claras aparecem fora de foco, e as realidades que são tão resplandecentes quanto a luz do sol, parecem desaparecer das suas vistas.

Nessas condições, a necessidade de um lembrete torna-se premente, para superar a negligência e o esquecimento, e para conservar essa coisa importante diante dos olhos dos homens. Existem diversos versículos do Alcorão que foram revelados para resguardar a memória:
“Segui o que vos foi revelado por vosso Senhor e não sigais outros protetores em lugar d‘Ele. Quão pouco meditais!” (7ª:3).

E eis aqui a senda reta do teu Senhor. Já elucidamos as leis para aqueles que meditam“ (6ª:126).
“Ó filhos de Adão, enviamos-vos vestimentas, tanto para dissimulardes vossas vergonhas, como para o vosso aparato; porém, o pudor é preferível! Isso é um dos sinais de Deus, para que meditem.” (7ª:26)Æ
“Do mesmo modo ressuscitamos os mortos, para que mediteis.” (7ª.57)

A memória e a lembrança vivas e alertas são essenciais para o cumprimento de promessas. O homem que esquece suas promessas e pactos, como pode ele cumpri-los? Eis porque o seguinte versículo foi terminado por uma nota admoestadora após ter ordenado o cumprimento da palavra:
“...e cumpri os vossos compromissos para com Deus. Eis aqui o que Ele vos prescreve, para que mediteis“ (6ª:152).

Se um homem tem uma memória forte a respeito dos compromissos de suas promessas, será também necessário que esteja determinado a cumpri-los -– uma determinação que seja persistente e incansável em relação a isso – uma determinação que seja capaz de superar todas as tentações de rebeldia, e que seja capaz de aliviar as cargas vindouras de dificuldades. Deverá ser uma determinação que seja capaz de atravessar todos os vales difíceis e todos os obstáculos, e que seja capaz de servir de exemplo de sacrifício desprendido para outros.

As medidas para avaliar as pessoas variam de pessoa a pessoa. O preço que temos que pagar para nos mantermos fieis e freqüentemente muito alto. As vezes exige que sacrifiquemos a riqueza, a propriedade, e as coisas mais estimadas, para fazê-lo.

Mas estas dificuldades, sacrifícios e provas de determinação terminam por comprovar serem os passos que tem necessariamente que ser trilhados em direção à grandeza e à honra, como diz o poeta:
Porque ele, que considera caras a sua vida e coração, deveria ir (procurar) sua amada onde ela mora.”
O Sagrado Alcorão criticou severamente aqueles que buscam alcançar elevados níveis de êxito e glória na sombra de uma vida confortável:

“Pretendeis, acaso, entrar no Paraíso, sem antes terdes de passar pelo que passaram os vossos antecessores? Açoitaram-nos a miséria e a adversidade, que os abalaram profundamente, até que, mesmo o Mensageiro e os crentes, que com ele estavam, disseram: Quando chegará o socorro de Deus? Acaso o socorro de Deus não está próximo?” (2ª:214)

Quando um homem desenvolve em si mesmo as forças combinadas de uma mente consciente e alerta, e um coração repleto de determinação, então ele pode considerar-se qualificado para entrar no seio do grupo de fieis.

O Maior dos Pactos

Para o muçulmano, o pacto mais honroso e sagrado é aquele que ele fez com seu Senhor, pois Deus o criou com o Seu Poder. Ele o nutriu à sombra das Suas graças e benesses, exigindo dele que reconhecesse e admitisse a realidade. Nenhum fator desorientador deveria fazer ele se desviar do caminho reto para que ele não viesse negar tais realidades, nem perdê-las de vista:

“Porventura não vos prescrevi, ó filhos de Adão, que não adorásseis Satanás, porque é o vosso inimigo declarado? E que Me agradecéceis, porque esta é a senda reta?” (36ª:60-61)

Aqueles que não escutam os profetas nem seguem os seus ensinamentos, em sua natureza também há motivadores que os explicam  mostram-lhes o caminho do seu Senhor, e tentar fazê-los perceber a grandeza do Criador, por mais corrupto e poluído que o ambiente possa ser.

Este e o significado do pacto que Deus aceitou de todos os seres humanos:
E de quando o teu Senhor extraiu das entranhas dos filhos de Adão os seus descendentes e os fez testemunhar contra si próprios, dizendo: Não é verdade que sou o vosso Senhor? Disseram: Sim! testemunhamo-lo! Fizemos isto com o fim de que no Dia da Ressurreição não dissésseis: Não estávamos cientes. Ou não dissésseis: Anteriormente nossos pais idolatravam, e nós, sua descendência, seguimo-los. Exterminar-nos-ias, acaso, pelo que comete-ram os frívolos? Assim elucidamos os versículos, a fim de que desistam“ (7ª:172-174)

Não existiram, como se vê do sentido aparente destes versículos, quaisquer diálogos, mas está presente uma imagem de um povo de mente e natureza sã, testemunhando de como são cientes de Deus, como reconhecem a Ele, como percebem Sua Unicidade e Grandeza das provas espalhados pelo universo, e como rejeitam todos os costumes convencionais e hábitos que mantém os homens afastados deste Senhor, e daqueles que associam outros (deuses) a Deus. Este estilo de oração e escrita e comum na linguagem árabe.
Ao honrar este Pacto, a fidelidade do homem se torna seu alicerce de auto-estima e dignidade neste mundo e do êxito e glória na Outra Vida.

É uma preocupação e um temor indevidos de que, cumprindo o nosso Pacto com Ele, ainda assim tenhamos que ficar apreensivos de nos recair algum desastre:
Recordai-vos das Minhas mercês, com as quais vos agraciei. Cumpri o vosso compromisso, que cumprirei o Meu compromisso, e temei somente a Mim.” (2:40).

O Profeta costumava passar estas instruções às tribos que o procuravam quando ele comunicava a Mensagem do Islam, e ele geralmente expunha-lhes somente uns poucos aspectos no começo, na medida das capacidades intelectuais e físicas do seu povo, ao invés de assoberbá-los com todos os ensinamentos (de uma só vez).

Auf ibn Málik diz que ele estava com o Profeta certa ocasião em que havia sete, oito ou nove pessoas presentes. Ele nos perguntou: ‘“Sereis capazes de fazer um juramento de voto de confiança ao Mensageiro de Deus?” Nós estendemos as nossas mãos para ele, dizendo: “Juramos fazê-lo, ó Mensageiro de Deus!” Ele então disse: “Vosso juramento é de que adorais a Deus. Não associa ninguém a Ele, e oferecei as cinco orações diárias, escutai e obedecei.” E num tom mais baixo acrescentou: “E nem pedi nada ao povo.”
Auf ibn Málik diz: “Eu vi algumas dessas pessoas que haviam jurado que quando a arma deles caísse ao solo, eles não pediriam a ninguém para pegá-la e entregá-la a eles.” (Musslim)

E com que escrúpulo esse juramento está sendo observado e com que severidade está sendo rigidamente reservado! Não havia nenhum significado especial nesse juramento. Cada grupo costumava ser instruído de acordo com a sua natureza e circunstâncias. O governante era aconselhado a não ser cruel. O comerciante era avisado para não fraudar nem enganar, e os empregados eram admoestados contra o suborno. De outro modo, cada muçulmano é comprometido em obedecer a sua religião como um todo, com todos os seus preceitos e princípios, e ele será questionado no Dia do Juízo Final sobre a chari‘a toda. Entretanto, no mundo Islâmico tem aparecido algumas seitas que fazem um juramento a parte de natureza especial. Esses não devem ser levados em conta. Eles são como os charlatães que se apresentam como médicos. Prescrevem drogas espúrias e complicam a doença, pondo em perigo a vida do paciente.

Os ensinamentos Islâmicos não podem nem ser divididos, nem apartados. Todos eles devem ser obedecidos, e a injunção deles e necessária sempre e em todos os lugares.

O Juramento Ideal dos Ansar

O Mensageiro de Deus aceitou um juramento dos Ansar de que eles sustentariam essa Mensagem com as suas próprias vidas e bens, e que fariam o máximo possível para proteger a condição do Profeta, até que a Mensagem tivesse sido comunicada tanto aos árabes como aos não-árabes.

O Pacto assumido pelos Ansar e considerado como sendo o pacto mais glorioso dos anais da crença. Não se lhe encontra igual em sinceridade, devoção desprendida e total submissão à Verdade.

Esse pacto foi estabelecido em uma noite gloriosa da época do Hajj. E depois dele, as pessoas continuaram a cuidar de suas vidas e seus afazeres. Mas aqueles que haviam feito o juramento, ocuparam-se em criar as condições necessárias ao cumprimento desse tratado histórico, e aceitaram todas as suas exigências e desafios com disposição e espontaneidade.

Na batalha de Badr e em outras batalhas do Islam contra a idolatria, derramaram seu sangue como se fora água. O Profeta tinha uma confiança ilimitada nesse Pacto pela supremacia da religião nos tempos das privações e para o soerguimento do mundo de Deus. Assim sendo, quando durante o primeiro ataque na batalha de Hunain, os muçulmanos estavam recuando, o Profeta não olhou para os contingentes dos novos muçulmanos, mas chamou os seus seguidores fieis que haviam firmado o pacto no vale naquela noite da época do Hajj, para que eles assumissem o domínio da situação.

Anas narra que quando a batalha de Hunain foi terminada, as tribos de Hawazan e de Ghatfan haviam participado na luta com suas fortunas, equipamentos e filhos. O Profeta tivera um exército de dez mil homens, que também incluía os homens endividados ao tempo da vitória de Makka, mas que o haviam abandonado todos, deixando o inteiramente sozinho.

Naquela ocasião ele fez uma segunda convocação. Voltou-se para a direita e bradou: “Ó Povo dos Ansar!” Eles responderam: “Estamos aqui, ó Mensageiro de Deus! Estamos contigo, fique sossegado.” O Profeta estava montado em uma mula cinza. Ele apeou dela e disse: “Eu sou um servo de Deus, e Seu Mensageiro.”
Os politeístas foram derrotados e se recolheu um grande botim pelo exército islâmico. O Profeta distribuiu o botim entre os recém-chegado que aceitaram o Islam no dia que Makka foi conquistada, e os muhajirin. Mas não distribuiu nada aos ansar. Isto perturbou um pouco aos Ansar. Eles fizeram comentários entre si tais como: quando a situação estava crítica, nós fomos chamados, e quando se obteve o botim, ele é distribuído entre os outros. Quando o Profeta veio a saber isto ele os reuniu e perguntou:

Óh povo de ansar! Que notícias (são essas) que me chegam de vós?” Eles ficaram calados. Então ele disse: “Óh povo de ansar! Não vos agrada que outros levem os bens terrenos com eles, e que vocês voltem (só) com Mohammad para os vossos lares.” Eles responderam: “E porque não ó Mensageiro de Deus? Estamos satisfeitos.” O Profeta então disse: “Se o povo andar por um vale e os ansar por outro, eu andaria pelo vale dos ansar.”(Bukhári).

A verdade nesse episódio é que a grande Mensagem precisava da espada afiada dos ansar. Eles cumpriram a promessa deles sacrificando suas vidas e tudo o que possuíam. Eles não pretendiam os lucros efêmeros deste mundo, nem quaisquer dos prazeres e vantagens temporários.

A política do Profeta na distribuição do botim proveniente da batalha foi baseada nos níveis da sinceridade e fé deles. Os beduínos que se tornaram muçulmanos mais tarde precisavam de ajuda financeiramente para que não se desencorajassem com as dificuldades que lhes adviriam como conseqüência da conversão deles ao Islam. Portanto, o Profeta quis proporcionar-lhes alguma segurança e bem estar, e como os ansar possuíam uma fé total e uma crença inabalável, o Profeta não lhes modificou a condição delesÆ
Em tais circunstâncias, o Profeta disse:
“Eu dou algumas coisas a algum homem para que ele não seja (em razão dos seus maus atos) atirado no Inferno por Deus, apesar de haver pessoas que me são muito mais queridas.” (Bukhári)

Esquecer o Passado é uma Forma de Romper uma Promessa

A louvável qualidade de ser cumpridor da palavra também exige que o homem sempre se lembre de seu passado, para que dele possa tirar uma lição que lhe sirva no seu presente e futuro. Se ele fora um homem pobre e Deus o tornara rico, ou se ele fora doente e Deus o tornou são, então não é correto ele erigir um muro forte entre seu passado e o presente de maneira a que ele não pense mais de que fora pobre ou doente, e nem construa seu presente alicerçado em tal (falso) orgulho. Esse comportamento é de abjeta ingratidão e é imoral.

Constitui a traição de uma promessa, o que leva o homem à desintegração. Muitas vezes um homem desses escapa das graças de Deus, e uma vez que isto ocorra, não recebe mais instrução nem disposição para retornar à sombra dessa benesse.

Diz-se que em Madina, um homem chamado Sa‘alba, foi a uma reunião dos ansar, e concitando-os como testemunhas, declarou que se Deus lhe conferisse uma graça, ele pagaria a dívida de todo aquele que o reivindicasse comprovadamente, distribuiria dinheiro como caridade, e seria bondoso para com seus parentes. Aconteceu que um primo seu veio a morrer e ele herdou toda a propriedade deste. Mas ele não cumpriu a promessa feita nem atentou para o que ele próprio declarara. Em conseqüência disso, Deus revelou os seguintes versículos:

Entre eles há alguns que prometeram a Deus, dizendo: Se Ele nos conceder Sua graça, faremos caridade e nos contaremos entre os virtuosos. Mas quando Ele lhes concedeu a Sua graça, mesquinharam-na e a renegaram desdenhosamente. Então, Deus aumentou a hipocrisia em seus corações, fazendo com que a mesma durasse até ao dia em que comparecessem ante Ele, por causa da violação das suas promessas a Deus, e por suas mentiras. Ignoram, acaso, que Deus bem conhece os seus segredos e as suas confidências e é Conhecedor do desconhecido?” (9ª:75-78).

O pior caso de traição de promessa, exemplo de ingratidão e deslealdade é aquele acontecido entre os Bani Israel que é citado dentre os provérbios do Profeta por Abu Huraira. Dissera o Profeta:
Havia três pessoas israelitas, um leproso, um calco e um cego. Deus quis experimentá-los. Ele enviou um anjo a cada um deles. O anjo que foi ao leproso, perguntou a este o que ele desejava mais. Este respondeu; “Uma cor robusta, uma pele bonita e uma cura para a minha doença, por razão da qual sou detestado pelas pessoas.” O anjo tocou seu corpo com a mão e a lepra dele foi removida, tornando-se ele dono de uma compleição robusta e uma pele bonita. O anjo perguntou-lhe novamente: “O que te apraz melhor?” Ele respondeu. “Um camelo.” O anjo deu-lhe uma camela prenha, e orou: “Que Deus multiplique estes teus bens.” Então o anjo foi procurar o cego, e perguntou a este o que ele desejava mais. O cego respondeu: “Que Deus me devolva minha visão.” O anjo tocou seus olhos e sua visão foi restaurada. Ele perguntou pela segunda vez o que ele queria mais. Ele respondeu: “Uma cabra.” O anjo deu a ele uma cabra prenha. Então o anjo foi ao homem que era calvo, e perguntou-lhe o que ele mais desejava. O calvo respondeu: “Belos cabelos, e que me seja removida minha feiura que faz com que as pessoas me evitem.” O anjo tocou-o e seu mal foi curado, e cresceu-lhe um tufo de belos cabelos. Então o anjo perguntou-lhe de que ele mais gostava. O homem respondeu: “Uma vaca.” O anjo deu-lhe uma vaca prenha e rezou para que Deus lhe desse prosperidade.

Todos os três animais geraram sua prole. Esta aumentou em número. O primeiro tinha uma manada de camelos, o segundo passou a ter muitas cabras, e o outro um grande número de vacas.

Então o anjo voltou a aparecer diante do leproso, desta vez na forma de um homem, e disse a ele: “Eu sou um homem pobre. Todos os meus parentes ficaram separados de mim durante a viagem, e agora só o que me sustém é Deus, e através d‘Ele você. Rogo-te em nome d‘Aquele que te deu uma compleição robusta e uma pele limpa, que me des um camelo. Ajudar-me-ás nesta minha viagem?” Ele respondeu que havia direitos em abundância. O anjo disse: “Reconheço-te. Não estavas sofrendo da lepra e do despreza das pessoas? Não eras um necessitado a quem Deus concedeu uma porção de bens?”
Ele respondeu: “Não. Esta propriedade, eu a recebi como herança de meu pai e do meu avô.” O anjo disse: “És um mentiroso, por isso que Deus te faça retornar à tua condição antiga.”
Do mesmo modo, ele foi ao calvo e conversou com ele no mesmo diapasão. E este deu a mesma resposta que o primeiro havia dado. O anjo então amaldiçoou-o dizendo que se ele era mentiroso, que então Deus o fizesse tornar à condição anterior.
Então ele foi ao homem cego e conversou com este do mesmo modo, e rogou que este lhe desse uma cabra. O cego disse: “Eu era na verdade um cego, mas Deus devolveu-me a visão. Você pode levar o que quiser e deixar o tanto somente que quiseres deixar. Por Deus, não poderei discutir contigo sobre aquilo que me veio por obra e graça de Deus.” O anjo disse-lhe para conservar as coisas. O propósito fora apenas para testá-los. Ele agradou a Deus enquanto que seus dois companheiros foram submetidos à ira d‘Ele.” (Bukhári)

Nos negócios, no comércio, e em outros assuntos financeiros e econômicos, só se pode criar uma atmosfera de credibilidade quando o cumprimento de promessas é considerado como sendo um dever.

É preciso que quaisquer condições escritas estejam dentro dos limites dispostos pela chari‘a, pois se não for assim, não lhes haverá sanção e um muçulmano não será comprometido por elas.

O Islam dedicou uma consideração especial ao contrato de casamento. O Mensageiro de Deus disse: “Entre as condições que vocês acordarem mutuamente, a mais merecedora de cumprimento é a do contrato pelo qual vocês tornam suas partes íntimas lícitas (halal) a vocês.” Por esse motivo, não é lícito um marido manipular sequer um único dirham que legalmente pertença à sua esposa, ou de considerar ser sem importância o elo que o une (a ela).

Menciona-se na tradição que: “Se um homem casou-se com uma mulher comprometendo um dote (mehr), seja este pequeno ou grande, mas no fundo do seu coração ele não tinha nenhuma intenção de desembolsar esse dote, então ele a enganou. Se ele morrer sem ter-lhe pago o que lhe pertence, então no Dia do Juízo Final ele será trazido à presença de Deus como um estuprador. E também o homem que houver tomado um empréstimo de outro homem sem ter a intenção de o reembolsar, então também terá enganado o outro, fraudando-o conseqüentemente. Se ele morrer nessa condição, sem reembolsar a divida, ele será como um ladrão diante de Deus.” (Tabarani)

Não há nada surpreendente nisso, uma vez que há inúmeros versículos Alcorânicos que insistem em recomendar o cumprimento de promessas e admoesta contra a prática da deslealdade e o rompimento da palavra:
“...cumpri o convencionado, porque o convencionado será reivindicado.” (17ª:34)
“Cumpri o pacto com Deus, se o houverdes feito, e não perjureis, depois de haverdes jurado solenemente, uma vez que haveis tomado Deus como garantia, porque Deus sabe tudo quanto fazeis“ (16ª:91)

Deus esclarece que o rompimento da palavra e a deslealdade destroem a confiança, criam a desordem e a desintegração, cortam relacionamentos, reduzem o poder e tornam as pessoas fracas e vis.

“Não imiteis aquela (mulher) que desfiava sua roca depois de havê-la enrolado profusamente; não façais juramentos fraudulentos (com segundas intenções), pelo fato de ser a vossa tribo mais numerosa do que outra. Deus somente vos experimentará e sanará a vossa divergência no Dia da Ressurreição“ (16ª:92).

Não raro, um homem assina um contrato com alguém mas o rompe por ganância de um lucro maior alhures. Ou então uma nação firma um tratado com outra, mas a cobiça de maiores vantagens e outras considerações a levam a romper seu tratado. A religião considera altamente indesejável que se pisoteie a virtude por causa de algum beneficio temporário, e que o logro e a fraude façam parte das transações dos homens O Islam torna obrigatório tanto ao indivíduo como ao grupo, serem honestos, decentes e sinceros, de maneira a que se cumpram todos os convênios, seja na pobreza ou na riqueza, na vitória ou na derrota.
É por isso que, após ter ordenado que se honrem os convênios, o Alcorão diz:
Não façais juramentos fraudulentos, porque tropeçareis, depois de haverdes pisado firmemente, e provareis o infortúnio, por terdes desencaminhado os demais da senda de Deus, e sofrereis um severo castigo. Não negocieis o pacto com Deus a vil preço, porque o que está ao lado de Deus é preferível para vós; se o soubésseis!” (16ª:94-95)

A Humanidade Inteira Merece que se Cumpra a Promessa

A promessa feita a todos deve ser cumprida, quer a outra parte seja muçulmana quer não, porque a moralidade, a grandeza e a probidade não podem ser repartidos em pedaços, para que algumas pessoas sejam tratadas com maldade e outras sejam tratadas decentemente.

O cumprimento da promessa e convênio depende da verdade e da honestidade na sua elaboração. Enquanto suas bases forem idôneas, ela deve ser cumprida em relação a todo indivíduo e em todos os tempos.

Em relação aos convênios do Profeta com não-muçulmanos, relata-se que este teria dito que se fosse convidado a fazê-los no tempo do Islam, ele aceitaria de bom grado tal convite.
Ammar Ibn Al-Hamaq diz que ouviu o Profeta dizer que: “Se um homem der abrigo por toda a vida a outro, e em seguida o matar, eu não tenho nada a ver com esse indivíduo, mesmo que a vitima seja um incrédulo.” (Ibn Hibban)

Esta afirmação do Profeta mostra como o Islam trata mesmo aqueles que não o aceitam como sua religião. Por outro lado, o comportamento dos judeus é digno de nota. Eles não gostam de cumprir as suas promessas a outros. Eles não acham bom tratar outros com justiça e decentemente. E eles se consideram “filhos de Deus, e seus favoritos.” A crença deles é de que Deus reservou suas bênções e abrigo somente para a rasa judia. Em contraposição a isto, vejamos os ensinamentos islâmicos. O Islam determinou pormenorizadamente os meios para salvaguardar todos aqueles a quem tenha aceito sob sua responsabilidade e com quem tenha estabelecido algum tratado. O Alcorão se dirige aos muçulmanos e fala assim dos incrédulos:

Ó crentes, não profaneis os relicários de Deus, o mês sagrado, as oferendas, os animais marcados, nem provoqueis aqueles que se encaminham à Casa Sagrada, à procura da graça e da complacência do seu Senhor. E quando tiverdes deixado os recintos sagrados, caçai, então, se quiserdes. Que o ressentimento contra aqueles que trataram de impedir-vos de irdes à Mesquita Sagrada não vos impulsione a provocá-los, outrossim, auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severíssimo no castigo“ (5ª∫2)

É assombrosa a beleza com que foram descritos a opinião e as crenças dos incrédulos. Apesar de serem eles idolatras, ainda assim foram configurados como quem buscando o agrado e as benesses de Deus, e os muçulmanos, por mais poder que adquiram, foram recomendados a cooperar uns com os outros na prática da probidade e da clemência, mas não se ajudarem nos atos pecaminosos e de rancor.

O Reembolso de uma Dívida é Necessário

Uma das coisas sobre as quais o Islam insistiu mais e considerou muito importante, e na questão de reembolso de emprestimos. Para Deus, o comportamento correto em relação a isso é mais importante até do que o cumprimento de outros regulamentos. O Islam eliminou todos os desentendimentos e sentimentos de avareza e ganância que transformavam o devedor em vitima, razão pela qual ele tenta achar desculpas para evitar de reembolsar a divida, ou acaba mesmo não a pagando.

Nesse sentido, o Islam avisou de que um empréstimo só deve ser tomado em circunstâncias que o façam inevitável. Tentar conseguir um empréstimo de dinheiro em assunto onde isto seja evitável e uma coisa muito perigosa, e deve ser evitada. Em certa tradição, isto é mencionado como sendo um dos pecados cuja retribuição é necessária.

“Quando um tomador de empréstimos morrer, ele será submetido à retribuição no Dia do Juízo Final. Entretanto, só é permitido: primeiro, quando um homem perde sua vitalidade em combates pela causa de Deus e se serve de um empréstimo para se equipar ao combate dos inimigos de Deus e seus próprios; segundo, quando for vizinho de algum muçulmano que tenha morrido e ele pede um empréstimo para custear o enterro deste, e terceiro, o homem que teme permanecer solteiro, e para salvaguardar sua religião ele pede um empréstimo para fazer face às despesas do casamento.” Deus os perdoará no Dia do Juízo Final.” (Ibn Maja)

Em outra tradição, afirma-se que o Mensageiro de Deus teria dito:
No dia do Juízo Final, Deus chamará o devedor que deverá se apresentar em Sua presença. E então se lhe perguntará: “Ó filho de Adão! Para que pediste o empréstimo E por que dispendeste os direitos de outrem?” Ele responderá: “Ó Senhor nosso! Tu sabes que pedi um empréstimo, mas eu não o usei para comer, nem beber, nem o desperdicei, mas as vezes ocorria um incêndio acidental, outras vezes ocorria um roubo, ou simplesmente se perdia ou se sofria um prejuízo.” Deus dirá então: “Ó meu servo! Dissestes a verdade. Eu tenha mais direito de reembolsá-lo.” E ai Deus pedirá que ele relate algum ato virtuoso e o pesará junto com as razões do devedor numa balança, e se os atos virtuosos dele pesarem mais que seus maus atos, então ele entrará no Paraíso com as graças de Deus.” (Ahmad).

Isto mostra que Deus aceitará as justificativas daqueles que se viram obrigados a emprestar por força das circunstâncias e que não puderam reembolsar o empréstimo em razão de diversas dificuldades verdadeiras.
ao empreender um jihad, o Profeta costumava parar em algum cruzamento de ruas e gritar para os soldados: “Ó meu povo! Se algum tiver dívidas a reembolsar e pressente que poderá morrer na batalha sem que a divida seja paga, este deve então voltar. Ele não precisa vir comigo, porque o jihad não será suficiente para salvá-lo do inferno. (Razin)

Hoje em dia, os muçulmanos resolveram fazer empréstimos (nos dois sentidos) até como diversão. Eles tomam empréstimos para satisfazer sua fome e desejos sexuais, e pagam juros aos judeus e aos cristãos, o que Deus lhes proibiu como sendo coisa ilícita. Como resultado disso eles se tornaram como estranhos em sua própria terra, e se vêem despossuídos de seus bens e postos a vagar desamparadamente.

Reembolsar dividas é muito difícil.

Quantos direitos seriam pisoteados se não houvesse o temor da ação policial!
Deus gosta daqueles dentre os Seus servos que cumprem seus tratados e convênios, e depois de haver destruído diversas cidades, Ele afirmou a respeito deles:
Porque nunca encontramos, na maioria deles, promessa alguma, mas sim achamos que a maioria deles era depravada“ (7ª:102).

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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد


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