Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK
Nesta mensagem serão referidos três tipos de misericórdias: 1) - a misericórdia dos nossos pais, em especial das nossas mães; 2) - a misericórdia dos Profetas que continua a orientar-nos, através dos seus legados; 3) - e a Misericórdia de Deus, nosso Criador e Sustentador.
Antes de nascermos, encontramo-nos protegidos nas barrigas das nossas mães. Apesar do lugar pequeno, apertado e escuro, “sentimo-nos” aconchegados e confortáveis. “…e (Deus) criou-vos no ventre das vossas mães, criação após criação em três véus de escuridão…(escuridão do ventre, escuridão do útero e escuridão da placenta com os seus líquidos)” Cur’ane 39:6. Milagrosamente, somos alimentados e assim vamos ganhando forma e vamos crescendo. A futura mãe, com todos os infortúnios que vai passando com a gravidez, carregando um peso que vai aumentando ao longo dos 9 meses e com enjoos constantes, espera ansiosamente pelo dia que o filho vai nascer, para o pegar ao colo e dar-lhe todos os mimos. Esta é a primeira Misericórdia que Deus dá aos seres humanos. Seguir-se-ão muitas mais misericórdias ao longo das suas vidas.
Ainda pequenos, somos amamentados e o leite materno torna-se suficiente nos primeiros tempos da nossa existência. Vamos crescendo e a nossa mãe continua a tratar-nos duma forma carinhosa e especial. Quando choramos ou ficamos doentes, é nos braços dela que encontramos a segurança, a tranquilidade e o conforto. Umar Ibn Khatab (Radiyalahu an-hu) referiu que certa vez ele chegou a Madina acompanhado de alguns cativos. Entre eles, estava uma mulher que angustiada procurava o seu pequeno filho. Quando o encontrou, abraçou-o e o amamentou. Foi quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) questionou: “Essa mulher seria capaz de arrastar o seu próprio filho para o inferno?” Responderam: “Não, por Deus!”. E continuou: “Pois sabeis que Deus é mais Misericordioso com os Seus servos do que essa mulher o é para com o seu próprio filho”. Bukhari.
Quando nos portamos mal, carinhosamente, a nossa mãe dá-nos um “puxão de orelhas”, mas sempre duma forma educativa. Os nossos pais garantem-nos a subsistência, a educação e transmitem-nos a moral e os ensinamentos religiosos. “Ó Senhor meu, tem Misericórdia dos meus pais, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequeno”. Cur’ane 17:24. Esta é a misericórdia dos nossos pais, mas que nos esquecemos, quando as posições se invertem, quando eles mais velhos necessitam do nosso apoio e carinho. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Um filho não pode “pagar” ao seu pai, até que o encontre como escravo, o compre e o conceda a liberdade”. Bhukari. Por outro lado, o ser humano esquece-se de agradecer as dádivas que Deus vai concedendo. Mas Deus, com a Sua Misericórdia, vai enviando pequenos sinais para a Sua Criação, lembrando-lhes pacientemente da Sua existência. Mas o ser humano continua distraído com os prazeres da vida e só se lembra, quando algo de grave lhe acontece na vida.
O carinho e a misericórdia que os pais transmitem aos seus filhos, constituem momentos de alegria e de harmonia para toda a família. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que Al-Aqra B. Habis viu o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) beijar o seu neto Hassan. Ele disse: “Eu tenho 10 filhos, mas nunca beijei nenhum deles”. O Profeta disse: “Aquele que não mostra misericórdia para os seus filhos, nenhuma Misericórdia será mostrada a ele.” Muslim. Também referiu: “Quem não mostra misericórdia para com o povo, Deus o Altíssimo, não mostrará Misericórdia para ele.” Muslim.
Outra manifestação de misericórdia dos pais que se encontram numa extrema pobreza, é o de reforçarem a alimentação dos seus filhos, em detrimento das suas próprias necessidades. Vejamos o amor e a preocupação que uma mãe tem para com os seus filhos, que nos foi relatada por Aisha (Radiyalahu an-ha): “uma mulher pobre veio pedir caridade, acompanhada de duas filhas. Não encontrei mais nada a não ser três tâmaras que entreguei à mãe. Ela deu uma tâmara a cada uma delas e em seguida quando pretendia meter a outra na boca, as suas filhas olharam para ela manifestando o desejo de comer a tâmara. Então ela dividiu a tâmara, em duas partes e deu a cada uma das filhas.
Este tipo de tratamento por parte da mãe impressionou-me tanto que eu mencionei o facto ao Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), que disse: “Deus lhe concederá paraíso por esse acto, ou então a libertará do inferno”. Muslim 32:6363 e também em Bukhari. Quantas lágrimas não teriam sido derramadas por Aisha ao presenciar a misericórdia dessa mãe para com as suas duas filhas?
“Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!.
In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá - 18/04/2013 - abdul.manga@gmail.com
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