segunda-feira, novembro 28, 2011

Azim bin Sábitm - Sahaba (Companheiros do Profeta)

Bismillah Arahman Arahim

Os coraixitas saíram para a batalha de Uhud não deixando atrás nenhum dos seus enumerados, nem os nobres, nem os de baixa condição, para encetarem a batalha contra Mohammad b. Abdullah (S). Seus corações estavam cheios de raiva e de ódio, e ferviam de desejo de se vingarem das suas perdas da batalha de Badr. Como se aquele número de homens não bastasse, levaram consigo as esposas e as filhas dos nobres da tribo. O papel destas era o de encorajarem os homens na batalha, “esporeando-os” à intrepidez e ao heroísmo, e reacenderem o entusiasmo, sempre que se enfraquecessem e negaceassem.

Entre as mulheres que foram para a batalha com os coraixitas, estavam a Hind b. Utba (a esposa de Abu Sufyan), a Raytah b. Sad (juntamente com seu marido), a Tal-ha, acompanhada dos seus três filhos, o Musafi, Al Julas, e o Kilab, juntamente com muitas outras mulheres. Quando a batalha entre os dois exércitos começou, a Hind b. Utba e as mulheres que estavam com ela se alinharam atrás das fileiras de soldados, batendo nos tamborins e entoando o seguinte cântico:

“Se fordes em frente, nós vos abraçaremos e disporemos almofadas para vós;

“Se recuardes, nós vos desertaremos, e nada de amor para vós!”

O cântico delas incitou os lutadores a uma maior intrepidez, sendo que o seu efeito foi como mágica para os seus respectivos maridos.

Quando a batalha chegou ao fim, e os coraixitas se saíram vitoriosos, as mulheres foram para a frente, intoxicadas com a excitação da vitória. Elas deram livre e devastador curso à ira, no campo de batalha, uivando de júbilo, conforme mutilavam hediondamente os corpos dos mortos. Elas os estripavam, arrancavam-lhes os olhos, cortavam fora suas orelhas e seus narizes. Uma delas sentiu que sua ira não estaria aplacada se não fizesse colares e braceletes daqueles gloriosos troféus, em vingança pelo seu pai, tio e irmão, todos eles tombados na batalha de Badr.

O que aconteceu com a Sulafah b. Sad foi diferente dos feitos das outras coraixitas. Ela estava ansiosa e inquieta, esperando pela volta do seu marido ou de um dos seus filhos, do campo de batalha. Queria saber como eles se haviam saído, para que pudesse juntar-se às suas amigas, na comemoração da vitória. Ao ver que sua longa espera não a estava levando a nada, ela se pôs a andar para cima e para baixo no campo de batalha, olhando para os rostos dos mortos. De súbito, ela deparou com o corpo do marido, encharcado de sangue. Ela pulou como uma leoa alarmada, e se pôs a correr em todas as direções, à procura dos seus filhos, Musafi, Al Julas e Kilab. Não demorou muito, e ela os encontrou jazendo no sopé do Monte Uhud. O Musafi e o Kilab já estavam mortos, mas ela viu que Al Julas ainda tinha um sopro de vida. A Sulafah se curvou sobre ele, que estava no limiar da morte, colocou a cabeça dele no seu colo, e lhe limpou o sangue da testa e da boca. Ela tinha os olhos secos por causa da catástrofe que se abatera sobre ela. Ela encostou o seu rosto no dele, e perguntou:

“Quem te cortou todo, ó meu filho?” Ele tentou responder, mas o sopro da morte embargou-lhe a garganta, impedindo-o de falar. Ela repetiu insistentemente a pergunta, e ele disse:

“Foi o Azim b. Sábit; foi ele, e ele matou o meu irmão Musafi e...” e ele morreu antes de terminar de falar.

A loucura tomou conta da Sulafah. Bramando e soluçando, ela jurou pelos ídolos Al Lat e Al Uzza que sua dor e seu pesar não iriam ser aplacados, a menos que os coraixitas se vingassem por ela, quanto ao Azim b. Sábit, levando-lhe o crânio dele, no qual ela iria beber vinho. Ela jurou que iria pagar a quem o pegasse, e lhe levasse o crânio dele, tanto dinheiro quanto desejasse.

Os coraixitas rapidamente souberam sobre ela, então, e cada jovem de Makka desejava que ele fosse o felizardo a pegar o Azim b. Sábit, apresentar a cabeça deste para a Sulafah, e receber o prêmio, em troca.

Após a batalha de Uhud, os muçulmanos voltaram para Madina. Puseram-se a comentar o que havia acontecido durante a batalha, invocando a misericórdia de Allah para os heróis que haviam sido martirizados, e louvando os bravos lutadores que permaneceram no campo, e perseveraram. O nome de Azim b. Sábit veio à baila, e todos estavam admirados de como ele havia conseguido matar três irmãos numa só batalha. Um dos presentes disse:

“Qual a causa da admiração? Acaso não estais lembrados de que, antes da batalha de Badr – quando o Mensageiro de Allah (S) nos perguntou como planejávamos lutar?–, o Azim b. Sábit ficou de pé para lhe responder, com o seu arco na mão, dizendo:

“‘Se o inimigo estiver a trinta metros de distância, irei usar flechas. Se estiverem ao alcance das nossas lanças, então será chegada a hora de duelarmos com eles até que as lanças se quebrem, para depois lutarmos mano a mano com nossas espadas.’

“E o Profeta (S) então disse:

“Eis a maneira de batalhar. Qualquer um que for lutar deverá lutar como o Azim b. Sábit.”

A batalha de Uhud mal havia ficado para trás dos muçulmanos, quando o Profeta (S) designou seis dos mais reputados Companheiros para irem numa missão, e deu o comando dela ao Azim b. Sábit. Aquele pequeno mas virtuoso grupo saiu para realizar sua tarefa, e os seis estavam numa estrada que não ficava longe de Makka, quando foram vistos por alguns homens da tribo de Hudhayl. Estes correram até eles, circundaram-nos e os rodearam tão de perto, que eles não tiveram como escapar. O Azim b. Sábit e os seus companheiros desembainharam as espadas, prontos para lutarem contra os inimigos que os rodeavam. Os de Hudhayl disseram para eles:

“Não há como vos defenderdes de nós, pois que não sois páreo para nós. Não pretendemos fazer-vos mal, e tendes a nossa promessa perante Allah que isso não faremos, caso vos rendais a nós.”

Os seis Companheiros olharam uns para os outros como se estivessem consultando-se mutuamente para verem o que iriam fazer, e o Azim b. Sábit disse:

“Não irei depender da promessa de um pagão!” Então, lembrando-se da jura de vingança contra ele, feita pela Sulafah, ele orou em voz alta:

“Ó Allah, eu luto em defesa da Tua religião; protege minhas carnes e meus ossos, para que não caiam nas mãos de qualquer dos Teus inimigos!”

Então ele atacou os de Hudhayl, seguido por dois dos seus camaradas, e continuaram a lutar, até que foram mortos, um após outro. Os restantes dos seus camaradas se renderam aos de Hudhayl, mas eles, também, foram impiedosamente traídos e mortos.

Primeiramente, os de Hudhayl não se deram conta de que entre suas vítimas estava o Azim b. Sábit. Mas quando um do grupo reconheceu-o e contou para os outros, eles ficaram alegres, antecipando o gozo de receberem uma vultosa quantia como recompensa pelo que haviam feito. Que poderiam esperar, depois que a Sulafah jurara que se pusesse as mãos no Azim b. Sábit, iria beber vinho do seu crânio? Não jurou ela que iria pagar a quem o levasse a ela, vivo ou morto, tanto dinheiro quanto desejasse?

Em poucas horas, a notícia da morte do Azim b. Sábit chegou ao Coraix, pois os de Hudhayl viviam numa área nos arredores de Makka. Os líderes dos coraixitas enviaram uma mensagem aos matadores do Azim, pedindo pela cabeça dele, para que pudessem aplacar a raiva da Sulafah b. Sad, e fazer com que ela cumprisse o seu juramento. Eles esperavam aliviá-la do seu pesar pelos seus três filhos que morreram lutando com o Azim b. Sábit.

Os coraixitas fizeram com que o mensageiro levasse consigo uma grande quantia em dinheiro e lhe disseram que pagasse generosamente em troca da cabeça do Azim.

Os de Hudhayl foram para perto do corpo do Azim, a fim de lhe cortarem a cabeça, mas viram que um enxame de abelhas e de marimbondos havia pousado sobre ele, rodeando-o por todos os lados. Por mais cuidadosamente que tentavam se aproximar do corpo, as vespas voavam e pousavam nos seus rostos e pelos seus corpos, fazendo com que ficassem longe. Após terem tentado inúmeras vezes, e perdido as esperanças, um deles sugeriu:

“Deixemo-lo até que caia a noite; quando escurecer, as abelhas irão embora, deixando-o para nós.”

Então eles se sentaram ali por perto, e esperaram. Porém, quando o dia terminou e o crepúsculo começou a se fazer presente, o céu se encheu de pesadas e escuras nuvens. O tempo se tornava ameaçador, à medida em que os trovões ribombavam, e a chuva começou a cair duma maneira jamais vista, mesmo pelos mais velhos da tribo. As enxurradas se juntaram e se puseram a correr pelas ravinas e pelas áreas mais baixas, enquanto as torrentes rugiam, correndo pelos leitos secos dos rios. Toda a área foi inundada como se uma represa se tivesse rompido.

Quando a manhã finalmente chegou, os de Hudhayl procuraram por toda parte o corpo do Azim b. Sábit, mas não encontram nem vestígios. A enchente o levara para longe, para além do alcance deles.

Desse modo, eis que Allah respondeu as orações do Azim b. Sábit, pois Ele evitou que o seu corpo puro fosse mutilado, e protegeu o crânio dele de ser aviltado, de ser usado por uma pagã para beber vinho. Em suma, Ele evitou que os pagãos tivessem algum motivo para se vangloriarem, em detrimento aos crédulos.

“Qualquer um que lutar deverá lutar como o Azim bin Sábit.” (Mohammad b. Abdullah {SAAS})
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد


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Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

A Retidão e a Firmeza


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Prestamos testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único sem parceiros. Presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro, Seu escolhido e querido dentre as criaturas. Que Allah o abençoe e lhe dê paz bem como aos seus familiares, seus companheiros e aos que seguirem a sua orientação até o Dia do Juízo Final. Amém.

Prezados irmãos:

Allah, Ta’ála, disse: “Em verdade, quanto àqueles que dizem: Nosso Senhor é Allah, e se firmam, os anjos descerão sobre eles, os quais lhes dirão: Não temais, nem vos entristeçais; outrossim, regozijai-vos com o Paraíso que vos está prometido!” (41:30).

Os teólogos muçulmanos abordaram o significado da retidão e da firmeza e a sua importância. O Imam Hassan Al Basri disse: “Firmaram-se na determinação de Allah, obedecendo-O e se negaram desobedecê-Lo.” O Fadhil Ibn Aiyadh (RA) disse: “É abster-se do Mundo efêmero, e o desejo pela eterna Vida Futura.” O Imam Ibn Al Qayim (RA) a resumiu da seguinte forma: “A retidão é uma palavra abrangente quanto a todos os preceitos da religião. É o firmar-se entre as Mãos de Allah, sincera, verídica e lealmente. A retidão está ligada às afirmações, aos atos, às situações e às intenções. A retidão para Allah, por Allah e sob a ordem de Allah.

O Imam Al Qurtubi (RA) disse: “Firmar-se, ou seja, equilibram-se na obediência a Allah, com crença, palavra e ato, e persistem nisso.”

O Imam Ibn Taimiya (RA) disse: “A maior honra é apegar-se à retidão.”

Devido à importância da retidão e de firmeza quanto aos preceitos de Allah e à Sua obediência, o crente pede a Allah, diariamente, em suas orações, dezessete vezes, para firmá-lo na Senda Reta. Allah, Ta’ála, diz, na Surata Al Fátiha: “Guia-nos à senda reta, à senda dos que agraciaste, não à dos abominados, nem à dos extraviados.”

Allah, exaltado seja, ordenou ao Seu Profeta e à sua comunidade a se firmarem na retidão. Ele disse em Seu Livro Sagrado: “Sê firme, pois, tal qual te foi ordenado, juntamente com os arrependidos, e não vos extravieis, porque Ele bem vê tudo quanto fazeis.” (11:112).

Não devemos estranhar que o Profeta (S): “A Surata Hud e suas vizinhas embranquiçaram-me os cabelos.” Por que ele disse isso? Porque ela contém a ordem de se firmar na retidão, e isso exige do ser humano uma luta renhida contra si mesmo e contra o demônio. A esse respeito, narra-se que um homem foi ter com o Rassulullah (S) e lhe pediu: “Ó Rassulullah, diga-me algo do Islam que não preciso perguntar a ninguém mais.” Ele lhe disse: “Diz: creio em Allah, e se firme nisso.”

A retidão e a firmeza significam a proteção ao testemunho de que não há outra divindade além de Alllah e que Mohammad é o Rassulullah, e agir para isso, convocar para isso até morrer e ser ressuscitado. O Rassulullah (S) disse: “Se as últimas palavras da pessoa forem: Não há outra divindade além de Alllah, ingressará no Paraíso.

A retidão significa permanecer firme na prática das cinco orações em seus devidos tempos. Que a oração ser mais querida para a pessoa do que o mundo e o que ele possui. O Rassulullah (S) costumava dizer: “Faça-nos descansar com ela (A oração), ó Bilal.” O atendimento aos mandamentos de Allah e o afastamento das Suas proibições fornecem ao servo a felicidade neste mundo. Isso concretiza o que o versículo sagrado diz a respeito dos anjos “os anjos da misericórdia”, na hora da morte, anunciando aos firmes na retidão para não temerem pelo seu futuro nem pelo que os espera após a morte. Dirão para não se entristecerem pelo que deixaram no mundo, porque estarão com allah e por Allah. Os anjos irão anunciar-lhes devido às palavras firmes no túmulo, ao responderem aos dois anjos: “Allah é o meu Senhor, o Islam é a minha religião, Mohammad é o meu Profeta.” Assim, irão anunciar-lhes o Paraíso, a Última morada.

Pedimos a Allah que nos torne dos que seguem a retidão e se firmam nisso, elevando o estandarte do Islam em todo lugar.

Que Allah os abençoe a todos e nos proteja de todo o mal.

-- 
“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

O Arrependimento sincero

Louvado seja Allah o Senhor dos Mundos, A Ele agradecemos , Somente a Ele solicitamos ajuda, A Ele solicitamos perdão e a Ele voltamos arrependidos.

Testemunho que não há Deus exceto ALLAH, Único e sem associados. Rogo ao Altíssimo que guarde este testemunho na Sua infinita misericórdia para o dia em que ninguém se beneficiará de suas riquezas e nem de seus filhos.

        Diz ALLAH O Criador em Seu Livro Sagrado: “... E voltai-vos, todos, arrependidos, para ALLAH, ó crentes, na esperança de serdes bem aventurados!”

E testemunho que Mohammad é Servo e Mensageiro de Deus, que a paz e benção de Deus estejam com ele, com seus familiares, com seus companheiros e seus seguidores até o dia do Juízo Final. Abi Mussa AL-Ash A’ari narrou: “O Mensageiro de Deus (s) disse: ‘Deus, O Altíssimo, estende Sua mão à noite para que se arrependa o malfeitor do que tenha cometido durante o dia, e estende Sua mão de dia para que se arrependa o malfeitor do que tenha cometido durante a noite! E, assim se mantêm até o sol nascer no poente.’” Confirmado por Muslim e Ahmad.

       Ademais; Ó queridos do Profeta Mohammad (s)! Quem de nós não cometeu pecado algum? Quem de nós está livre do erro? Quem de nós tem o seu livro com paginas limpas? Todos nós pecamos. Todos nós esquecemos e todos nós deixamos a desejar. A esse respeito disse o Mensageiro de Deus (s): “Todo filho de Adão peca, e os melhores dentre os pecadores são aqueles que se arrependem.”

       Caros irmãos, consideramos oportuno responder às seguintes perguntas. O que é o arrependimento? Quem deve arrepender-se? E do que devemos nos arrepender?

       No Islam, o arrependimento consiste em reconhecer o pecado cometido, solicitar sinceramente o perdão a ALLAH; e afastar-se definitivamente do pecado.

       Todas as pessoas devem se arrepender, pois o Mensageiro de Deus (s) disse: “Ó humanos, arrependei-vos perante Deus, e implorai o Seu perdão, pois eu me arrependo perante Ele cem vezes ao dia.” Relatado por Muslim e Ahmad. Observamos nesta narrativa que o Nobre Profeta Mohammad (s) generalizou, ao usar o termo (Ò humanos) ao invés de (Ó Crentes ou Ó Muçulmanos). Isto por que praticar um ato ilícito pode levar a pessoa à descrença. Portanto cometer ou persistir no pecado pode tornar o crente descrente. Disse o Mensageiro de Deus (s): “A pessoa não pratica adultério sendo ele crente; a pessoa não rouba sendo ele crente, a pessoa não faz uso de inebriante sendo ele crente.” E ALLAH, O Sapientíssimo, condicionou o sucesso da outra vida ao arrependimento nesta vida. Dizendo no Alcorão: “... E voltai-vos, todos, arrependidos, para ALLAH, ó crentes, na esperança de serdes bem aventurados!”

         E quanto à ultima parte da pergunta; (Do que devemos nos arrepender?) A resposta divide-se em duas partes. Devemos nos arrepender dos pecados extrínsecos e devemos nos arrepender dos pecados intrínsecos.

Extrínsecos são os pecados que por ventura cometemos através de nossos sentidos. Como por exemplo, usar da dádiva da fala para mentir, caluniar, prestar falso e testemunho, prejudicar, fofocar, usar a mão para roubar e alterar pesos e medidas, usar a visão para olhar o que ALLAH proibiu. E ainda comer ou beber daquilo que ALLAH proibiu, como carne de porco ou bebidas alcoólicas e também cobrar ou receber juros, praticar adultério, dentre outros...

          E existem os pecados intrínsecos, estes ainda mais perigosos, pois estão relacionados com o caráter, com o sentimento e com o coração. Como por exemplo:

-A hipocrisia nos atos; como quem pratica a oração para ser visto e tratado por temente, e/ou como quem faz caridade para ser visto e tratado como piedoso.

-O orgulho, a inveja, arrogância, apego a vida terrena, supervalorizar a beleza do corpo e supervalorizar o trabalho.

          O perigo destes pecados é que eles estão diretamente relacionados ao órgão mais nobre do corpo humano, o coração, e que a seu respeito disse o mensageiro de Deus (s): “No corpo humano existe uma carne que se for boa todo corpo será bom, porém se for ruim todo o restante do corpo será ruim, esta carne é o coração”. ALLAH avalia o coração de seu servo, apreciando ou desprezando o que o ser humano guarda em seu intimo. O coração é o local do corpo que é observado por ALLAH. A esse respeito disse o Nobre Profeta de Deus (s): “Deus não observa os vossos corpos ou vossas aparências, mas sim os vossos corações e as vossas obras.” (Muslim)

         Este órgão é fundamental para a salvação no dia do Juízo Final, pois ALLAH diz em Seu Livro Sagrado: “Um dia, quando a ninguém beneficiarem nem riquezas nem filhos. Exceto a quem chegar a ALLAH, com coração imaculado. E se fizer aproximar-se o Paraíso aos piedosos. E se fizer expor-se o Inferno aos desviados.” Achu-Chuará 88 a 91.

         E para exemplificar o perigo deste tipo de pecado, citamos do Alcorão a diferença entre o pecado cometido por Adão e o pecado cometido por Ibliss (O Satanás). Pois o nosso pai Adão (que a paz esteja com ele) comeu da arvore proibida em seguida arrependeu-se e foi perdoado por ALLAH, enquanto que Satanás invejou Adão e foi tomado pelo orgulho e por tais motivos não foi perdoado, ao contrario, foi expulso da misericórdia de Deus. Diz ALLAH na surat Sad 75 e 76: “ALLAH disse: ‘Ó Iblis! O que te impediu de prosternar-te diante daquele que criei com as Próprias mãos? Ensoberbeceste-te, ou és de alta grei? Iblis disse: ‘Sou melhor que ele. Criaste-me de fogo e criaste-o de barro’”

        Caros irmãos de fé: a prática do ilícito, aos poucos, tira a luz do coração do muçulmano até deixá-lo na escuridão. A prática do ilícito aumento o apego a vida terrena, faz com que o pecador seja refém de Satanás e por fim terá como recompensa trevas em seu túmulo e seu rosto, no dia do juízo final, estará enegrecido. Diz ALLAH na surat Al Imran 106: “Um dia, em que certas faces resplandecerão e outras faces enegrecerão. Então, quanto àqueles cujas faces enegrecerem, dir-se-lhes-á: Renegastes a fé, após haverdes sido crentes? Experimentai, pois, o castigo, porque a renegueis.”
         
Praticar o ilícito corrompe o coração, assim como a ferrugem invade o metal, corroendo-o, as más obras dos pecadores invadem-lhes os corações, corrompendo-os, diz ALLAH na surat Al Muttafifin: “...Mas, o que eles cometiam lhes enferrujou os corações. Ora, por certo, nesse dia, serão vedados da Misericórdia de seu Senhor. Em seguida por certo sofrerão a queima do inferno.”

         Praticar o ilícito leva o muçulmano a perder o prazer na adoração a ALLAH, fazendo-o esquecer da doçura da oração. E por fim praticar o ilícito cria no muçulmano a falsa ilusão de que este vida é melhor; e distancia o muçulmano do cenário do túmulo e do dia de prestação de contas com O Criador.
        
Caros irmãos, certo dia o Nobre Mensageiro de ALLAH perguntou ao seu companheiro Harithah Ibn Surákah: Ó Harithah como amanhecestes? Respondeu: Amanheci verdadeiramente crente em Deus. Admirado com a resposta de seu companheiro O Nobre Profeta Mohammad disse: Ó Haritha se você compreende o que disse, então, qual é a real situação de sua fé? Respondeu: “Passei as noites em vigilha adorando ALLAH e passei os dias em jejum com sede e fome, até imaginar o trono do meu Criador à minha frente, imaginei o povo do paraíso visitando-se uns aos outros e imaginei o povo do inferno gritando e lamentando”. Então disse o Profeta, este é um servo de Deus que tem seu coração iluminado pela fé.

         Que ALLAH aceite o arrependimento de Seu servo, que nos abençoe com a graça de termos nossas faces resplandecentes no dia do juízo final. Amin

                 Ua SALAMU ALAIKUM UA RAHMATUL LLAHI UA BARAKETUHU!

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,
Omar Hussein Hallak

sexta-feira, novembro 25, 2011

FRASES QUE CONSTROEM- PARTE II

Em nome de Allah o Clemente e Misericordioso. Todas as glórias são para Ele. Abençoai Muhammad, sua família, seus companheiros e seguidores até o Juízo Final. Sabemos que para Ti será nosso retorno.

Queridos irmãos e caros leitores!

A nossa boca fala do que estiver cheio nosso coração. Esse é um conceito comum entre as Escrituras Sagradas. Grandes homens, embora não fossem coerentes com seus discursos proferiram sábias frases, outras vieram diretamente do Senhor dos Mundos. Quero compartilhar com vocês mais esse tesouro. Tenham todos um lindo final de semana e uma sexta-feira iluminada. Jumua Mubaraka Inshallah.


01) Não acrescente dias à sua vida, mas vida aos seus dias ( Harry Benjamin).

02) Sonhos são gratuitos, transformá-los em realidade tem um preço ( Ennis J Gibbs).

03) Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz apenas até onde os outros foram ( Alexandre Graham Bell).

04) O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao homem ( Frederico I)

05) As vezes é bom acreditar na evolução e pensar que o homem ainda não está concluído (Jonh M Henry).

06) Por muito frio que seja um inverno, é sempre seguido pela primavera (Edolie Vedder)

07) O oposto da vida não é a morte, é a indiferença ( Erih W Iesel).

08) A humanidade deverá por um termo à guerra, ou a guerra irá por um termo na humanidade ( Jonh Fritz Geralde Kennedy).

09) As injúrias são as razões de quem não tem razão ( Jean Jacques Rosseau).

10) Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com os nossos pensamentos. Como nossos pensamentos fazemos o mundo (Buda).

11) Um covarde é incapaz de demonstrar amor. Isso é privilégio dos corajosos (Gandhi).

12) A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta ( Buda).

13) O que mais me impressiona nos fracos, é que eles precisam humilhar os outros para se sentirem fortes (Gandhi).

14) Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro desperta ( Carl Young).

15) Nunca ore suplicando cargas mais leves e sim ombros mais fortes ( Phillips Brooks).

16) A amizade é o amor que nunca morre (Mário Quintana).

17) As pessoas são mais solitárias, porque constroem mais paredes do que pontes ( Joseph F Newton).

18) Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. (Mateus 12:34).

19) O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.(Lucas 6:4).

20) Se confessarmos os nossos pecados, Ele (Deus) é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. (1 João 1:9).

21) Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.
(Isaías 55:6-7).

22) Deus não impõe a nenhuma alma uma carga superior às suas forças. Beneficiar-se-á com o bem quem o tiver feito e sofrerá mal quem o tiver cometido. Ó Senhor nosso, não nos condenes, se nos esquecermos ou nos equivocarmos! Ó Senhor nosso, não nos imponhas carga, como a que impuseste a nossos antepassados! Ó Senhor nosso, não nos sobrecarregues com o que não podemos suportar! Tolera-nos! Perdoa-nos! Tem misericórdia de nós! Tu és nosso Protetor! Concede-nos a vitória sobre os incrédulos! (Alcorão 2:286).

23) O Mensageiro crê no que foi revelado por seu Senhor e todos os fiéis crêem em Deus, em Seus anjos, em Seus Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus mensageiros. Disseram: Escutamos e obedecemos. Só anelamos a Tua indulgência, ó Senhor nosso! A Ti será o retorno! (Alcorão 2:285).


24) Jamais perca a esperança e o ânimo, todo ser humano é movido por uma energia chamada motivo. (Hamzah Abdullah Islam).

25) As Religiões são instrumentos. Seus frutos é o reflexo dos crentes no meio social. (Hamzah Abdullah Islam).

26) O mau quando se finge de bom se torna péssimo. O hipócrita é o mais legítimo combustível do inferno. (Hamzah Abdullah Islam).

27) Assim como a bondade é competência dos justos a hipocrisia é o estágio final desse bípede que se intitula homem. (Hamzah Abdullah Islam).

28) A palavra humano tornou-se há muito tempo banalizada. Eu acredito que para intitular-se “Ser Humano”, todos nós deveríamos passar por um estágio probatório. (Hamzah Abdullah Islam).

29) Tome muito cuidado ao chamar certos homens de animais. Imaginem o dia em que os animais começarem a tomar isso como ofensa. (Hamzah Abdullah Islam).

30) Laço familiar pode ser um acidente genético. Os laços de amizades nós mesmos podemos construir. (Hamzah Abdullah Islam).

– Abu Said Al Khudri (R.A.A.) relatou que ouvira o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dizer: “Quem dentre vós presenciar uma ação ilícita, que se oponha a ela com suas mãos; se não puder, que o faça com suas palavras; se também não puder, que o faça com o coração, sendo que esta é a mostra mais débil da fé.” (Muslim).

Assalamu Aleikom war Matulahi wa Baraketu!

quinta-feira, novembro 24, 2011

Tema da Semana: Masjid Al-Aqsa (Jerusalém):

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)

A Mesquita A-Aqsa, localizada em Jerusalém, é um lugar sagrado para os muçulmanos, nomeadamente pelos seguintes motivos: 
- Foi para este local que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) foi transportado da Mesquita de Maka para a Mesquita de Al Aqsa, como ponto de passagem para a viagem noturna (Israa e Mi’raj); 
- No local, o Profeta liderou uma oração na presença de todos os Profetas (Que a paz de Deus esteja com eles); - Era para Jerusalém que os muçulmanos se direcionavam para fazer as orações (primeira quibla), até que Deus determinou para se orientarem para Maka. 

Quarenta anos depois de construir a Caaba, em Maka, o Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele), no tempo do seu filho Issac e do seu neto Jacob (Que a Paz de Deus esteja com eles), estabeleceu também em Jerusalém, um lugar de adoração. Abu Dharr, Radyialahu an-hu (que Deus esteja satisfeito com ele), referiu que perguntou ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “Qual foi a primeira Mesquita que foi erguida no mundo? O Profeta respondeu: Masjid al-Haram (a Sagrada Casa de Maka). Ele novamente questionou: E qual foi a seguinte? 

Respondeu: Foi a Mesquita Aqsa (Jerusalém). De novo perguntou: Quanto tempo mediou entre a construção duma e doutra? Ele (o Profeta) disse: Foi de 40 anos. E acrescentou, quando chegar a hora de fazeres a oração, ore lá, porque é um Masjid (local de adoração)”. Muslim – Livro 4 , nº. 1056. Também referido no Bukhari.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) iniciou a viagem noturna em Maka, com uma paragem em Jerusalém, na Mesquita Al-Aqsa, conforme é referido no Cur’ane:  glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu servo, da Mesquita sagrada (em Makka), à distante Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe alguns dos nossos sinais. Deus ouve tudo e vê tudo”. Cur’ane 17,Vers.1. Com o animal que os anjos trouxeram o – Buraq, mais veloz que o relâmpago, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi transportado para Jerusalém. Na Mesquita sagrada de Al.Aqsa, liderou uma oração em que se encontravam presentes todos os Profetas. A seguir, foi transportado para o céu, onde visitou todos os Profetas e recebeu um presente do nosso Criador, as 5 orações diárias.

Para os muçulmanos, existem 3 lugares sagrados que devem ser visitados.

Abu Huraira (Radyialahu an-hu), referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Não viajai (com o objectivo da visita espiritual), senão para três Massjides (Mesquitas): Al-Massjidil-Háram (em Makka), Al-Massjidil Acssá (Jerusalém) e para este meu Massjid (em Madina)”. 

Relato de Al Bhukari e Musslim E referiu o Profeta: “A recompensa da oração obrigatória feita em casa é de uma vez; Na Mesquita é de 25 vezes; Na Mesquita durante a oração de sexta-feira, é de 500 vezes; Na Mesquita Al-Aqsá (Jerusalém) é de 5.000 vezes; na Mesquita do Profeta em Madina (Massjid Nabawi) é de 50.000 vezes; e na Mesquita em Maka (Massgidul Háram) é de 100.000 vezes.”  (Relato de Anáss Ibn Málik - Ibn Mája/Michkát).

Nos tempos do Profeta, a Mesquita Al-Aqsa era também conhecida pelos Árabes por “a mais distante Mesquita”, por se encontrar longe e muitas vezes fora do alcance da maioria deles. Apesar desta localização distante, o Profeta lembrou aos seus companheiros de que a Mesquita é sagrada e foi abençoada por Deus.. Referiu ele que “Se alguém usar o Ehram para o Haj ou o Umra, desde a Mesquita de Aqsa, para a sagrada Mesquita (de Maka), seus anteriores e recentes pecados serão perdoados e ser-lhe-á garantido o paraíso. – Suna Abudawud –Livro 10 – nº.1737. 

Abu Huraira é citado de que perguntou ao Profeta sobre a pessoa que não tem oportunidade de visitar a Mesquita (por se encontrar longe). Respondeu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), de que deveria fazer uma doação de óleo para ser queimado na Mesquita, pois quem dá um presente à Mesquita de Aqsa, será como quem orou nela. - Ahmad e Ibn Majah.

O Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) - Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele) é patriarca dos Povos do Livro (Judeus, Cristãos e Muçulmanos). Em Jerusalém existem lugares sagrados para as três religiões. Jerusalém deverá ser um lugar de paz, de tranquilidade, de compaixão e de harmonia, não só entre os seus residentes, mas também para toda a humanidade. Os referidos lugares sagrados, devem ser respeitados e preservados. Quando o Califa Umar Ibn Al-Khatab (Radiyalahu an-hu), companheiro do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi visitar Jerusalém, para firmar um acordo com os seus residentes, aproveitou para visitar a igreja de Santo Sepulcro. Quando chegou a hora da oração muçulmana, ele e os seus companheiros, retiraram-se da Igreja e foram orar fora. Quando lhe foi perguntado a respeito disso, respondeu:

“Temi que se tivesse orado dentro da igreja, poderiam os muçulmanos em tempo futuro, reivindica-la para as sua próprias orações sob o pretexto de que Umar orou dentro dela e que pudesse ser transformada numa Mesquita".

Votos de um bom dia de Juma e com os meus cumprimentos.
Abdul Rehman Mangá 

24/11/2011

sexta-feira, novembro 18, 2011

VISITA Á CIDADE DE MADINA


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK!

 “Na realidade, Deus e os Seus anjos derramam bênçãos sobre o Profeta. Ó vós que credes: pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação”. Cur’ane 33:56.

Quem já foi fazer a Peregrinação e teve a felicidade de visitar a cidade de Madina,encontrou lá conforto espiritual, a tranquilidade e a paciência, que não encontrou em Makka. Em Madina, o peregrino nota uma grande diferença na sua vida, ao ponto de quando regressar à sua terra natal, sentir-se triste por deixar aquele lugar sagrado.

Muitos fatores tornam a cidade de Madina num lugar de paz e de tranquilidade. 

1)- Encontra-se lá a sepultura do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam); 

2)- O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) fez uma prece, pedindo a Deus para dar o dobro das bênçãos que deu a Makka (Relato de Musslim). Foi a cidade que acolheu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quando ele foi obrigado a deixar Makka no ano 622 da era Cristã, conhecida por Al-Hijra, que marca o início do calendário Islâmico.

Para os muçulmanos, existem 3 lugares sagrados que devem ser visitados. Abu Huraira (Radyialahu an-hu), referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Não viajai (com o objectivo da visita espiritual), senão para três Massjides (Mesquitas): Al-Massjidil-Háram (em Makka), Al-Massjidil Acssá (Jerusalém) e para este meu Massjid (em Madina)”. Relato de Al Bhukari e Musslim.

É importante referir que a visita à cidade de Madina, não faz parte dos rituais de Haj ou do Umra. Mas é recomendável a visita, caso existam condições financeiras para o feito. A visita a Madina, permitirá ao crente estar mais próximo do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). É a ansiedade de todo o Muçulmano em estar junto à campa dele para cumprimentá-lo.

Ibn Omar (Radyialahu an-hu) narra que a tradição consiste em visitar a campa do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e dizer “Assalamo Aleika Ayu Hannabiyo Warahmatullah Wabarakatuhu” “Ó Profeta de Deus, que a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus, estejam contigo”.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No dia do Julgamento Final, a pessoa mais próxima de mim, será aquela que enviou mais durud para mim.” Tirmizi.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

 “Aquele que envia Durud perto da minha campa, eu próprio ouço-o e aquele que me envia Durud longe, é me transmitido”. Baihaiqui, Mishkat.

A confirmação de que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sentia compaixão pelo todo o seu Umah (seguidores), não só para aqueles que estavam com ele durante a sua vida, mas também para aqueles que seguiriam as suas orientações depois da sua morte, é comprovada pelo seguinte hadice narrado por Ahmed:

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), uma vez estava com os seus companheiros e disse: “Quando verei eu os meus irmãos?”. E os companheiros perguntaram-lhe surpreendidos, se eles não eram os seus irmãos. E ele respondeu: “Vós sois os meus companheiros; mas os meus irmãos, serão aqueles que acreditarão em mim sem nunca me terem visto”. – Hadice narrado por Ahmed.

Dentro da Mesquita do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), existe um pequeno lugar muito procurado pelos visitantes e também pelos residentes, para fazerem as orações e preces. Nas alturas de grande influência, é necessária muita paciência para se encontrar um pequeno espaço.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Entre a minha casa (campa) e o meu mimbar (púlpito), há um jardim de entre os jardins do Paraíso, entre a minha casa (campa) e o meu púlpito, está sobre o meu lago de Al-Kauçar”. Bukhari.

Anass Ibn Málik (Radyialláhu an-hu) narrrou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

 “Quem fizer quarenta orações no meu Massjid, sem falhar uma sequer, ser-lhe-á garantida a isenção do fogo, do castigo e da hipocrisia.” (Relato de Ahmad e At-Tabarani).

Anáss Ibn Málik referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

“A recompensa da oração obrigatória feita em casa é de uma vez; Na Mesquita é de 25 vezes; Na Mesquita durante a oração de sexta-feira, é de 500 vezes; Na Mesquita Al-Acssá (Jerusalém) é de 5.000 vezes; na Mesquita do Profeta em Madina (Massjid Nabawi) é de 50.000 vezes; e na Mesquita em Maka (Massgidul Háram) é de 100.000 vezes.” (Relato de Ibn Mája/Michkát).

A Mesquita do Profeta, como também é conhecida, foi o centro importante de liderança e de governança, que se estendeu pelos três sucessores de Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam).

A área inicial da mesquita era pequena, cerca de 4.200 metros quadrados. Atualmente, ocupa uma área muito vasta, devido a diversas ampliações a que foi sujeita ao longo dos anos.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Se este Massjid for expandido até Saná (Yémene), continuará a ser considerado o meu Massjid”.
Em Madina, encontram-se os seguintes lugares que devem também ser visitados: - JANNATUL BAQUI, cemitério onde estão sepultados cerca de 10.000 sahabas (Radyialahu an-huma), companheiros do Profeta;

- MONTE OHUD, onde ocorreu a batalha de Ohud;

- MASSJID CUBÁ, é o primeiro massjid construído, cuja primeira pedra foi colocada pelo próprio Profeta. Fazer uma oração nA Mesquita Cubá, é merecedor de grandes recompensas por parte de Allah Subhana Wataala. O Cur’ane refere a Mesquita e as gentes de Cubá no capítulo 9, versículo 108. E referiu o Profeta “Salalahu Aleihi Wassalam): “Quem fizer a ablução na sua casa e for fazer a oração na Mesquita Cubá, terá a recompensa de fazer um Umra (Ahmad, Na-Nassai e Ibn Majá).

– MASSJID QUIBLATAIN (Dois Quiblas – orientações). É visível na Mesquita as duas orientações para as orações. Uma quando os muçulmanos ainda oravam virados para Jerusalém e outra virada para Maka. (Assunto referido no Cur’ane, 2:143).

- Existem também os seguintes Massjides a visitar, nomeadamente, Jumá, Ghamáma, Abubarkar, Omar, Áli, Al-Ijába e Fath/Ahzáb.

Duá que deve ser feito pelo peregrino, no final da visita à cidade de Madina:

“Ó Allah, não faça desta visita ao Seu Profeta, ao seu Massjid, ao seu santuário, a última visita, mas facilita-nos novamente a vinda e a permanência aqui. E conceda-nos o perdão e o bem neste e noutro mundo. E leva-nos para junto das nossas famílias com segurança e com recompensa abundante pela tua misericórdia, Ó Misericordiosíssimo de entre os misericordiosos, ÁMIN”.

Façam o favor de ter um bom dia de Juma.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

17/11/2011

quarta-feira, novembro 16, 2011

Versículo DO TRONO "Ayat Al-Kursi"

Queridos irmãos e prezado leitor! O versículo 255 da Surata Al Bakara ( Surata da Vaca) é com certeza poderosíssimo. Várias pessoas já comprovaram a eficiência da recitação desse versículo em algum momento de dificuldade, ou mesmo, com prevenção. Ele é tão importante que recebeu o nome de Versículo do Trono! Decore, ou escreva e ande sempre com ele. Antes de sair de casa, ao deitar, ao iniciar uma viagem, ou seja, em qualquer momento faça recordação de Allah SW recitando esse poderoso versículo. Veja abaixo uma nota sobre o versículo emitida por SAMIR EL HAYEK, o maior tradutor das escrituras islâmica para a língua portuguesa. Que Allah SW cuide com carinho de sua vida, de seus familiares e de sua sabedoria.

Significada dos versículos do Alcoran Sagrado em Português SAMIR EL HAYEK

Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso.
ALLAH, não há mais divindade além d'Ele,Vivente, Auto-Subsistente, a Quem jamais alcança a inatividade ou o sono; d'Ele é tudo quanto existe nos Céus e na Terra, Quem poderá interceder junto a Ele, sem o Seu consentimento? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e eles (humanos) nada conhecem da Sua ciência, senão o que Ele permite. o Seu Trono abrange os Céus e a Terra, cuja preservação não O abate, porque é O Ingente, O Altíssimo.

Transliteração, ou seja como se diz foneticamente. (Idioma de referência inglês)
Allahu laa ilaaha illaa Huwal-Hayyul-Qayyum. Laa ta-khudhuhu sinatun walaa nawm. Lahu maa fis-samaawaati wa maa fil-ard. Man dhal-ladhi yashfa’u ‘indahu illaa bi idhnih. Ya’lamu maa bayna aydihim wa maa khalfahum. Wa laa yuhituna bi shay-in min ‘ilmihi illaa bi maa shaa. Wasi’a kursiyyuhus-samaawaati wal-ard. Wa laa ya-uduhu hifdhuhumaa wa Huwal-’Aliyyul-’Adhim.

Versículo original na língua árabe.

Este versículo número 255 da 2ª Surata do Alcoran Sagrado, é um dos mais célebres e possantes versículos do ALCORAN; é reproduzido diversas vezes e em diferentes formas nos quadros das Mesquitas, casas e em vários outros lugares.

Realmente, é bastante difícil traduzir o seu glorioso significado ou retransmitir o ritmo das suas bem escolhidas e compreensivas palavras. No original em árabe, o significado que as palavras podem transmitir parece ser mais expressivo do que as respectivas traduções noutras línguas.

O tema deste grande versículo é o monoteísmo puro (Unicidade de Deus), e a grandeza dos atributos de ALLAH, numa forma muito simples e interessante. Nos relatos do nossa Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Allah estejam com ele), constam inúmeras virtudes do Ayatul-Kurssi:

Abu Huraira narra que o Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Allah estejam com ele) disse: ﴾Existe na Surata Al-Baqarah, um versículo que é líder dos versículos do ALCORAN, fazendo com que o Shaitán (Satanás) fuja da casa onde esse versículo é recitado (uma alusão ao Ayatul-Kurssi)﴿. [Tafssir Ma’áriful-Qur’án]

Salienta-se a superioridade deste versículo em relação aos outros devido ao seu conteúdo, pois nele fala-se de ALLAH e dos Seus atributos.

Os atributos de Allah são tão diferentes de qualquer coisa que conhecemos, no nosso mundo presente, que devemos ficar satisfeitos com a compreensão de que a única palavra adequada, com que podemos designá-Lo, é "Ele".

Ele vive, mas a Sua vida é auto-subsistente e eterna; ele não depende de outros seres e não inclui apenas a idéia de "auto-subsistente", mas também a idéia de "resguardo e manutenção de todas as vidas". A Sua vida é a fonte e o esteio, constantes de todas as formas derivadas de vida. A vida perfeita constitui atividade perfeita, em contraste com a vida imperfeita, que vemos a nos rodear, a qual não apenas está sujeita à morte, mas também à necessidade de descansar, ou de diminuir as atividades (algo entre atividade e sono, para o qual nós, de comum acordo com os outros tradutores, usamos a palavra "inatividade"), pela necessidade de um sono reparador. Porém, Allah não tem necessidade de descansar ou de dormir.

Depois de nos conscientizamos de que a Sua vida é uma Vida absoluta, de que o Seu Ser é um Ser absoluto, ao passo que outras vidas vidas e outros seres são eventuais e evanescentes, nossas idéias de Céus e Terra desvanecer-se-ão como brumas na presença da luz. O que está por detrás dessas brumas é Ele. Tal realidade, como a que os nossos Céus e Terra possuem, é um reflexo da Sua absoluta Realidade.

Os panteístas transmitem uma ideia errada, ao dizer que tudo é Ele. A verdade será melhor evidenciada dissemos que tudo é d'Ele.

Como poderia alguém postar-se ante Ele, arrogando-se ante Ele, por direito, e clamar por intercessão junto ao seu próximo? Em primeiro lugar, ambos pertencem a Ele, sendo que Ele vela tanto pela vida de um como pela vida de outro. Em segundo, ambos estão na dependência da Sua Vontade e Comando. Porém Ele, em Sua Sapiência e Planificação, pode cotejar as Suas criaturas e conceder-lhes graus de superioridade umas sobre outras. Então, pela Sua Vontade e Permissão, tais criaturas poderão interceder ou auxiliar em muitas questões, de acordo com as leis e os deveres que lhes forem impostos.

Os conhecimentos de Allah são absolutos e não estão condicionados pelo Tempo ou pelo Espaço. A nós, Suas criaturas, estas condições sempre se aplicam.

Notas do Autor SAMIR EL HAYEK

segunda-feira, novembro 14, 2011

A VERDADE SOBRE A MULHER NO ISLAM DE ACORDO COM O LIVRO SAGRADO - ALCORÃO

Amados irmãos e caríssimos leitores. Não julguem o Islam sem antes conhecê-lo! Eu fui clérigo católico apostólico brasileiro e aprendi em meus estudos o lado podre, que parte da sociedade mundial quer atribuir ao islam. Isso por que o crescimento do islam incomoda a zona de conforto das religiões imperialistas e que hoje escravizam boa parte da humanidade, com seus dogmas e frases de efeito. 

É inegável e notório o crescimento econômico das religiões modernas. Fabricadas em cima de marketing negociais e que visam apenas o enriquecimento dos seus dirigentes. Pouco são os líderes religiosos que hoje atuam em suas verdadeiras funções, ou seja, médicos de almas. Os ensinamentos hoje se baseiam na cura e na prosperidade dos fiéis. E o pós morte? A vida eterna jundo do nosso Criador? Onde foram parar esses conceitos? 

Vocês já imaginaram, uma vez que no islam não existe hierarquia eclesiástica, quantas pessoas perderiam cargos, que lhes garantem vida farta, status e poder? Pois é meus queridos, são essas pessoas os escarnecedores na última mensagem revelada por Deus Louvado Seja a humanidade. 

Dia 11 de novembro sua Iminência Sheikh Nururddin, proferiu um sermão durante a Oração de Sexta Feira ( Salatul Jumua), que nos esclarece  um assunto, que é uma bandeira dos inimigos do islam, a mulher. Essas pessoas pegam exemplos e imagens de mulheres que são maltratadas por homens, que apesar de se intitularem muçulmanos, não abandonaram seus regimes tribais pré-islâmicos, para acusarem o islamismo de escravização e preconceitos contra a mulher. 

Vejam abaixo o texto baseado no Alcorão Sagrado e tire sua própria conclusão. É o  Islam ou alguns de seus seguidores o culpado por esse crimes contra a mulher? Que Allah SW tenha piedade de nós, perdoe nossos pecado e nos conduza ao Paraíso. amin! 

"Louvado seja Allah, O Senhor do Universo, O Clemente ,O Misericordioso. testemunho que não há divindade alem dele e que Mohamad(SAAW), é seu servo e seu mensageiro.

Nos dias atuais, onde tantas questões polêmicas nos são colocadas diariamente, onde mal temos tempo de digerir o noticiário, tal a rapidez com que as coisas acontecem no mundo, vamos estabelecendo nossos julgamentos e entendimentos em bases que carecem de uma análise mais profunda.

Assim é com relação ao Islam, tão incompreendido, tão desconhecido. Assim é a questão da mulher no Islam, onde preconceitos e falsas informações estão disseminados de tal forma que ocupam o imaginário dos não muçulmanos, estereotipando essas mulheres, transformando-as em personagens que nunca correspondem à realidade. Tomamos para nós alguns conceitos, que passam a ser verdade, a nossa verdade, que sequer é nossa, e engrossamos o rol desta vasta legião de meros repetidores de falsas verdades, aliás, uma característica do nosso tempo. O Islam é fanatismo. O Islam é terrorismo. O Islam é atraso. O Islam oprime e submete a mulher.

Há 1400 anos, o Islam afirmou que a mulher é um ser humano, que tem uma alma da mesma natureza que a do homem, e que ambos, homens e mulheres, gozam dos mesmos direitos. No Islam, a mulher é um ser responsável e não pode ser desrespeitada ou discriminada em razão de seu sexo. No ocidente, apesar dos avanços conseguidos pelos movimentos feministas, as conquistas alcançadas não representam sequer a terça parte do que o Islam já havia garantido. Sabemos que a mulher ainda é discriminada, o maior contingente de analfabetos está na população feminina, ela é vítima da violência, que começa em casa, recebe um salário menor para o exercício de funções que ela executa em igualdade de condições com o homem, etc.

Deus esclarece no Alcorão que, ao longo de toda a história da humanidade, cada povo teve o seu mensageiro, em sua própria língua, em linguagem compatível com a compreensão do ser humano, anunciando a unicidade de Deus, confirmando o Dia do Juízo Final e determinando a subordinação ao que foi legislado por Ele.

Prescreveu-vos a mesma religião que tinha instituído para Noé, a qual te revelamos, a qual recomendamos a Abraão, a Moisés e Jesus (dizendo-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso.(cap. 14:5)

A crença nos profetas e nos livros são artigos de fé para o muçulmano. Depois de Mohammad não haverá mais nenhum profeta e nem revelação alguma será feita.

Hoje, aperfeiçoei a religião para vós; agraciei-vos generosamente e aponto o Islam por religião. (Cap. 5:3)

Foi somente com o advento do Islam, que a mulher passou a desfrutar de uma posição dignificada, sem qualquer traço de paternalismo ou exploração, um ser responsável, a quem são exigidos deveres, mas a quem também são assegurados direitos, em igualdade de condições com o homem. Homens e mulheres são criaturas de Deus, e o melhor entre eles é o mais justo, o mais piedoso, independentemente de sexo, raça, cor, posição social etc.. As pessoas se diferenciam no Islam pela fé, pela consciência de Deus e pela conduta reta. 

Assim, estabelece Deus no Alcorão:

Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (Cap. 49:13)

Também, disse Deus:

Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros… (Cap. 3:195)

O novo modo de vida implantado a partir do Alcorão, assegurou uma posição dignificada tanto para os homens como para as mulheres. As mulheres passaram a ser respeitadas e honradas. 

A "maldição" do sexo feminino, como herdeiro do "legado de Eva", portanto, a responsável por todas as desgraças desta vida, deixou de ter sentido. Homens e mulheres são iguais.

Nada no conjunto social da Arábia daquele tempo, ou em qualquer outra cultura ou civilização, evidenciou uma tal elevação na posição da mulher. Não foi nenhuma consideração social ou econômica que a tornou necessária ou desejável. Foi antes uma mudança deliberada, feita pelo Islam, por razões que são completamente diferentes daquelas deste mundo e daquelas da sociedade humana em particular. O que a mulher ocidental levou mais de 12 séculos para conseguir, enfrentando as mais duras resistências, o Islam já havia outorgado voluntariamente, tomando a iniciativa, sem submissão a necessidades sócio-econômicas, mas dentro do critério de justiça e verdade, características básicas do Islam.

A mulher é reconhecida no Islam como a parceira completa do homem e igual a ele na procriação da humanidade. Ele é o pai e ela é a mãe e ambos são essenciais para vida. O papel da mulher não é menos vital do que o do homem. Nesta parceria as partes são iguais em cada aspecto, têm direitos e responsabilidades iguais e são dotadas das mesmas qualidades, seja homem ou mulher.

No Islam, a mulher se iguala ao homem ao ser responsável por seus atos. Ela possui uma personalidade independente, dotada de qualidades humanas e digna de aspirações espirituais. Sua natureza humana não é nem inferior nem superior à do homem. Homens e mulheres têm as mesmas obrigações e responsabilidades sociais, morais e religiosas e devem enfrentar a consequência de seus atos.

Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão defraudados, no mínimo que seja. (Cap. 4:124)

No Islam, a mulher é independente economicamente, uma vez que ela pode ser proprietária, com direito a administrar seus bens e ninguém, pai, marido ou irmão, tem ingerência no trato de questões financeiras.

Estes direitos não estão estabelecidos de uma forma apenas retórica. O Islam tomou medidas para salvaguardá-los e colocá-los em prática como artigos de fé. O Islam não tolera o preconceito contra a mulher ou a discriminação entre os sexos. O Islam reprova todo aquele que considera a mulher inferior ao homem.

Além do reconhecimento da mulher como um ser independente, considerada como essencial para a sobrevivência da humanidade, o Islam deu à mulher o direito à herança. Antes do Islam, ela não só era privada desta participação como era considerada propriedade do homem. modéstia adequada tanto para homens como para mulheres (roupa e comportamento) são baseados nas fontes revelatórias (Alcorão e a Suna autêntica) e, como tal, devem ser respeitados por homens e mulheres crentes por ser de orientação divina e com objetivos claros.

O que devemos compreender é que existe uma imensa diferença entre a crença propriamente dita, conforme revelada no Alcorão, e a prática de algumas sociedades supostamente islâmicas. Tais práticas atendem muito mais a aspectos culturais específicos (regimes tribais) , a interesses particulares, e não representam necessariamente o Islam e nem podem servir de base para se denegrir o verdadeiro sentido do Islam.

O Islam ainda tem muito a oferecer à mulher de hoje, em termos de respeito, dignidade, reconhecimento. Basta que ela tenha consciência disso e lute para implantar os ensinamentos islâmicos. Para isso, ela tem todos os instrumentos à sua disposição".

Que a paz, as Bênçãos e a Misericórdia de Allah Estejam com conosco!

Texto traduzido por: Hajj Samir Yhasan-Centro Islâmico de Brasília DF

sexta-feira, novembro 11, 2011

Visita (Ziyárat) à Cidade de Maka - Cidade Sagrada do Islam

"A primeira Casa (Sagrada) fundada para as pessoas (adorarem a Deus), é a que está em Bakkah (Maka). É abençoada e serve de guia para os povos do mundo.

"Nela há sinais claros, entre os quais, o lugar de Ibrahim (Abraão) e quem nela entra, estará seguro." Cur'ane 3:96 e 97.

As visitas (ziyárats) aos locais históricos de Maka, não fazem parte dos rituais do Umra e do Haj (as chamadas pequena e grande peregrinações). No entanto, as mesmas ajudam-nos a perceber a história do Islão, do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) e dos seus companheiros (Radiyalahu an-huma). 

Para além de aumentarmos os nossos conhecimentos acerca do Islão, também obtemos recompensas espirituais.

- Local do Nascimento do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Fica mesmo perto de Safa. A casa foi transformada numa biblioteca e não se encontra na sua forma original.

- Casa de Khadija (Radiyalahu an-ha), a primeira esposa do Profeta. Onde também nasceram todos os filhos do casal. O Profeta viveu nesta casa, antes de se retirar para Madina, por causa dos maus tratos que lhe eram infligidos por parte de alguns idólatras residentes de Maka, (Foi nessa altura que se iniciou a contagem do calendário Islâmico -Hijra).

- Jabal Abu Cubaiss, montanha situada perto da colina de Safa em frente à Casa Sagrada, onde se deu o milagre da fenda da lua (Chakkul-Camar", cujo facto se encontra mencionado no Cur'ane.

- Jabalun - Nur , Montanha da Luz, a cerca de 5 Kms de Maka. Ainda jovem, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava retirar-se para esta montanha para meditar em solidão, recordando Deus. Foi aqui que recebeu a primeira revelação do Cur’ane, através do Anjo Jibrail (Gabriel). “Recite, em nome do teu Senhor…...Cur'ane (capítulo 96).

- Jabaluth – Thaur, montanha que fica a cerca de 11 kms de Maka, onde o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e Abubakar Siddik (Radiyalahu an-hu) se refugiaram dos perseguidores, quando se dirigiam para Madina (Hirja). Quando os dois se encontravam escondidos numa caverna, uma aranha teceu uma teia, que cobriu a entrada, iludindo assim os perseguidores.

- Jannatul- Malá ou Muallá, o mais antigo cemitério de Maka, onde se encontram sepultados diversas personalidades, nomeadamente, Abdul Mutallib e Abu Talib, respectivamente avô e tio do Profeta. Também encontram-se lá as sepulturas dos filhos do Profeta e de outros seus companheiros.

- Os Massjids Jin, Ráyah, Chajarah, Khaif e Kaussar ( neste ultimo, onde foi revelado o Suratul-Kaussar).

A Mesquita Aicha, fica relativamente perto de Maka, serve os residentes de Maka e os peregrinos que se encontram já em Maka, que pretendam fazer o Umra, para onde se dirigem já com o Ehram vestido ou vestem-no neste Masjid. Proclamam a intenção e regressam a Maka, já prontos para cumprirem com os rituais. Assim, o peregrino pode fazer tantos Umras quanto os desejar, mas para isso, para cada um deles, deverá deslocar-se a essa Mesquita para iniciar a pequena peregrinação.

Os locais abaixo referidos, são pontos de passagem obrigatórios do Haj. No entanto, quem for fazer só o Umra, não irá passar pelos mesmos, pelo que se recomenda uma visita guiada;

- Mina: - Encontra-se a cerca de 5 Kms. de Maka. No local, são montadas milhares de tendas para albergar os peregrinos que durante os dias de Haj, aqui permanecem a maior parte do tempo, fazendo zikr (recordando a Deus), orações obrigatórias e facultativas e diversas preces.

Foi neste lugar que o Profeta Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele) trouxe o seu filho para o sacrificar, cumprindo com as ordens de Deus. Recordando este importante acontecimento, os peregrinos que se encontram no local, solicitam aos seus representantes, para se deslocarem aos matadouros a fim de efectuarem os sacrifícios em nome deles.

Também, em toda a parte do mundo, os muçulmanos fazem os seus sacrifícios e cuja carne é dividida em 3 partes iguais e distribuída, para os vizinhos e amigos, para os pobres e para o próprio consumo.

- Arafat: É o local mais importante para o Haj. “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”, referiu o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Neste local, existe a Mesquita Namira, para onde os peregrinos se dirigem para as orações. No entanto, a maioria deles permanecem nas tendas, já que não é possível albergar dentro da Mesquita, os milhões de crentes. Em Arafat encontra-se o monte Jabalur - Rahman – a montanha da misericórdia, onde o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dirigiu a sua última mensagem.

- Muzdalifa: É neste lugar que os peregrinos passam a noite no segundo dia de Haj e o melhor local para apanhar as pedrinhas necessárias para apedrejar os cheitanes.

Entre Mina e Muzdalifa, existe um lugar denominado de Muhassir, no vale do mesmo nome, onde ocorreu o incidente conhecido por “ano dos elefantesou “senhores dos elefantes”. No referido acontecimento, no ano de 570 D.C., os invasores que pretendiam destruir a Caaba, foram derrotados por pedrinhas lançadas por um bando de pássaros.

- Os Jamarates, Em Miná, o visitante encontrará 3 locais onde se encontram instalados 3 pilares, simbolizando os cheitanes (diabos – o pequeno, o médio e o grande), esses que nos perseguem a cada momento da vida. Foi nesse local que o Profeta Abraão foi tentado pelo cheitane, quando levava o seu filho Esmael para o sacrificar e por três vezes o Profeta atirou pedrinhas no diabo que se afundou nas areias. Os peregrinos ao atirarem as pedrinhas para os “pilares”, simbolizam o repúdio pelas tentações e pelos pecados cometidos. Depois de apedrejarem os dois cheitanes pequeno e médio, voltam-se de costas para os pilares e fazem preces, pedindo a Deus perdão pelos pecados cometidos e um novo caminho a trilhar. Depois de “derrubarem” o cheitane grande, pura e simplesmente ignoram-no e viram as costas e caminham para uma nova vida.

Para aprofundarem ou recordarem os vossos conhecimentos acerca dos temas relativos ao Haj e do Umra, recomendo a leitura do livro “Umra, Haj e Ziárat” do Maulana Aminuddin Mohamad. É um manual que aborda os ensinamentos, que direta ou indiretamente estão ligados ao Umra e ao Haj, cuja leitura nos faz recordar / aumentar o nosso Ilm religioso.

Um bom dia de Juma,

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

11/11/2011 - Maputo - Moçambique

quarta-feira, novembro 09, 2011

SAHABA 48 - Khabbab b. al Arat

Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

“Que Allah tenha misericórdia de Khabbab; ele abraçou o Islam com todo o seu coração, realizou a Égira espontaneamente, e viveu a vida como um mujahid.” (Áli b. Abi Tálib)

A Umm Anmar, procedente do clã dos Khuzá, vagava pelo mercado de escravos de Makka, pois desejava comprar um rapaz que a iria servir e lhe trazer um pouco de lucro, com o seu trabalho. Cuidadosamente ela escrutava os rostos dos escravos que estavam à venda, e, por fim, decidiu-se por um rapaz que ainda não tinha chegado à puberdade. Parecia ser a melhor escolha, pois ele estava estourando de boa saúde, e parecia ser inteligente. Pagando por ele, ela o levou para sua casa. Enquanto estavam caminhando, ela perguntou:

“Qual o teu nome, filho?” “Khabbab.”

“Qual o nome do teu pai?” “Al Arat.”

“De onde és?” “De Najd.”

“Então és árabe!” ela exclamou.

“Sim, eu procedo dos Banu Tamim”, ele respondeu.

“E como vieste cair nas mãos dos mercadores de escravos?” ela perguntou.

“Nossas terras tribais foram invadidas por uma tribo beduína; eles pegaram os nossos animais domésticos, raptaram as mulheres, e vanderam as crianças como escravas. Eu era uma das crianças, e fui vendido e revendido, até que acabei na tua posse, aqui em Makka.

A Umm Anmar mandou o seu novo escravo para a oficina de um ferreiro, em Makka, para que ele pudesse aprender o ofício dele, que era o de fazer espadas. Bem logo ele se tornou tão perito em fazer espadas, que se igualava ao seu professor. Após ele se tornar um pouco mais velho e forte, a Umm Anmar comprou uma oficina e todas as ferramentas necessárias pera o novo ofício do Khabbab, e o pôs a trabalhar na frágua. Ele teve sucesso, e a Umm Anmar começou a colher os frutos financeiros da confecção de espadas do rapaz. Ele se tornou famoso em Makka, sendo que as pessoas apinhavam a sua oficina, não apenas por causa da suas espadas lindamente feitas, mas porque ele era confiável, e honesto nos tratos comerciais.

Embora o Khabbab fosse ainda um tanto jovem, possuía a inteligência e maturidade de um homem na sua planitude, e a sabedoria de um encanecido. Quando o seu período de trabalho terminava, sentava-se, só, e refletia sobre a sociedade em que vivia. Era uma sociedade de al jahiliya, embebida em decadência e corrupção. Ficava consternado com a cega ignorância daquele desnortedo povo, e não podia esquecer-se de que a sua escravização tinha sido o resultado da anarquia que dominava a Arábia daquele tempo. Dizia consigo memsmo:

“Esta longa noite deverá ter fim!” e esperava que fosse viver bastante para testemunhar o nascimento de uma nova era.

Na realidade, o Khabbab não teve que esperar muito tempo, pois logo ouviu a notícia de que um raio de esperança aparecera no horizonte. Tratava-se da notícia de que um jovem do clã dos Banu Háchim, chamado Mohammad b. Abdullah (S), estava a conclamar o povo para algo novo. Khabbab o procurou, na primeira oportunidade, e ouviu o que ele estava pregando. Ele ficou pasmádo pela beleza e verdade da Divina mensagem, e estendeu a mão para o Profeta (S), em declaração do testemunho de fé, dizendo:

“Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, e que Mohammad (S) é o Seu servo e Mensageiro.”

Ele foi o sexto indivíduo a aceitar o Islam, e foi dito dele, mais tarde, que, por um período de tempo, ele constituía um sexto da comunidade do Islam.

Khabbab não fez segredo quanto à sua conversão ao Islam, e a Umm Anmar foi a primeira pessoa a saber daquilo. Ela se encheu de fúria, e mandou chamar o seu irmão, o Siba b. Abd al Uzza. Seguido por uns membros do clã dos Khuza’a, foram para a oficina, onde encontraram o Khabbab absorto em seu trabalho. Siba o confrontou, dizendo:

“Ouvimos uma coisa inacreditável sobre ti!”

“Que foi?” perguntou o Khabbab.
“Todos estão a dizer que te tornaste herético, e que passaste a acreditar naquele rapaz(Rapaz – desrespeito ao Profeta (S) que, naquela altura, tinha 40 anos) dos Banu Háchim!”

“Eu não me tornei herético, mas passei a crer no Allah Único, sem ninguém a se associar a Ele. Pus de lado a crença nos vossos ídolos, e prestei testemunho de que Mohammad (S) é o servo e Mensageiro de Allah.”
Logo que o Khabbab acabou de dizer aquilo, o Siba e sua turma pegaram o jovem, bateram nele, chutaram-no, e arremesaram as ferramentas contra ele, até que ele perdeu a consciência, e ficou estendido no chão a sangrar.

Logo todos da cidade de Makka ouviram dizer da conversão do Khabbab. Como um relâmpago, a notícia de como um mero escravo havia desafiado sua própria ama se espalhou; era a primeira vez que alguém se havia adiantado, declarando, intrépida e abertamente, que tinha aceitado a religião pregada por Mohammad (S).

Até os chefes do Coraix ficaram abalados pela notícia sobre Khabbab. Estava além das mais desenfreadas imaginações deles o fato de que um ferreiro, que era apenas um escravo pertencente à Umm Anmar, sem parentes para o protegerem, nem tribo para lhe dar abrigo, pudesse ser tão arrojado ao ponto de desafiar a autoridade dela, e tratar com desprezo os ídolos e o culto dos ancestrais dela. Eles estavam certos de que um evento tal podia ter conseqüências abrangentes. E eles não estavam errados, porque a coragem de Khabbab fez com que um grande número dos seus companheiros anunciasse sua crença na mensagem da verdade.

Os líderes do Coraix se reuniram na Caaba, liderados por Abu Sufyan b. Háris, Al Walid b. al Mughira, e Abu Jahl b. Hicham. Discutiram a questão sobre Mohammad (S), e concordaram com que ela se estava tornando séria, num curto espaço de tempo, e não havia um fim visível. Concordaram em lidar com o problema, e pôr um fim ao Islam, antes que este se disseminasse pela sociedade, e por fazerem com que cada tribo fosse responsável pelos seus membros que se convertessem. Essa tribo deveria perseguir os convertidos, até que estes ou abjurassem suas crenças, ou morressem. Certamente, o mister de perseguir o Khabbab foi para o lado do Abd al Uzza e do seu bando de desordeiros. O método de o torturarem era esperarem até ao meio-dia, quando o calor do sol era tão intenso, que podia atear fogo à relva. Então eles levavam o Khabbab para uma clareira, despiam-no, e o vestiam com uma armadura. Deixavam-no ao calor, até que estivesse quase a morrer de sede, e então o interrogavam:

“Que dizes acerca de Mohammad (S), agora?”

“Digo que ele é o servo de Allah e o Seu Mensageiro, e que nos trouxe a religião da diretriz e da verdade, para nos tirar das trevas e nos levar para a luz.”

Batiam nele de modo brutal, antes de lhe perguntarem:

“E que tens a dizer sobre Al Lat e Al Uzza(Al Lat e Al Uzza – dois dos ídolos de Makka. Al Lat era uma pedra assentada no velho túmulo de um homem chamado Al Lat; e Al Uzza era uma árvore dedicada ao planeta Vênus.)?”

“São dois ídolos surdos e mudos, incapazes de causar mal e fazer o bem”, era a sua resposta. Então eles pegavam pedras de enxofre que haviam sido aquecidas numa fogueira, e as pertavam contra as costas dele, até que suas costas e seus ombros ficassem em carne viva.

A Umm Ammar não ficava atrás do seu irmão, quanto à crueldade contra o Khabbab. Um dia, ela viu o Mensageiro de Deus (S) passando pela oficina dela, e o viu parar e conversar com o rapaz. Com aquilo, sua fúria não teve limites, e fez do ato de pegar uma barra de metal ao rubro e o marcar na cabeça, sua prática diária. Conforme a carne dele se dilacerava e ele caía ao chão, desmaiando, ele orava em voz alta para que Allah Se vingasse dela e do Siba.

Quando o Profeta (S) anunciou aos seus companheiros a decisão de permitir que emigrassem para Madina, o Khabbab começou a se preparar para juntar-se aos crédulos, naquela hégira. Antes de deixar Makka, entretanto, ele soube que Allah havia respondido as suas orações, e repagado a Umm Anmar por sua crueldade. Ela começou a sentir dores de cabeça, de cujas agudezas jamais se ouvira falar. Eram tão agudas, que os berros dela, por causa da dor, pareciam os uivos de um cão. O filho dela começou a levá-la de um médico a outro, na busca da cura, e foi-lhe dito que a única cura para ela seria a cauterização da sua cabeça, e que a dor do rubro metal queimente iria fazer com que esquecesse as dores de cabeça.

Quando o Khabbab estava finalmente a salvo, em Madina, foi capaz de desfrutar do descanso que lhe havia sido negado por tanto tempo. Foi capaz de desfrutar da companhia do Profeta (S), sem passar por qualquer contrariedade que pudesse dilapidar a sua felicidade. Sob o estandarte do Profeta (S), o Khabbab lutou na batalha de Badr. Na batalha de Uhud, Allah permitiu que ele testemunhasse a morte do seu atormentador, o Siba, a lutar contra o Hamza b. Abdul Muttalib, o “leão de Allah”. Ele viveu o bastante para testemunhar as lideranças dos quatro califas(Califas de conduta reta (al khulafa al rashidun) – os que foram os líderes da comunidade muçulmana após à morte do Profeta (S): Abu Bakr, Ômar b. al Khattab, Otman b. Affan, e Áli b. Abi Tálib) de contdutas retas, que, de acordo com ele, mereciam toda a honra e todo o respeito.
Um dia, o Khabbab entrou na assembléia de Ômar b. al Khattab, que era califa na ocasião, e que teve óbvia pressa em fazer com que se sentasse no melhor lugar, dizendo:

“Somente o Bilal seria merecedor desse lugar.” Ômar quis saber dele qual havia sido a pior parte da perseguição nas mãos dos pagãos. Por timidez, o Khabbab não quis em princípio responder. Quando o Ômar se tornou insistente, Khabbab tirou o manto das costas e mostrou para o Ômar o quão desfigurado estava. Ômar recuou espantado, e perguntou:

“Como isso aconteceu a ti?”

Khabbab respondeu:

“Os pagãos faziam uma fogueira e esperavam até que as madeiras se queimassem todas e só restassem as brasas; depois me despiam e me arrastavam para lá e para cá sobre o braseiro, até que minha carne se destacasse dos meus ossos, e o fogo fosse apagado pelo líquido que saía dos meus ferimentos.”

No último período da sua vida, o Khabbab se tornou rico, após ter passado uma vida inteira de pobreza. Veio a possuir ouro e prata, em quantidades que ele jamais sonhara ter. De como ele dispunha do seu dinheiro, era algo que ninguém jamais imaginara. Ele guardava suas moedas e numismas num local da sua casa que era conhecido dos pobres e indigentes. Ele não tinha o dinheiro guardado ou trancafiado, sendo que as pessoas iam a sua casa e se serviam do que precisassem. Ele nem mesmo esperava que elas pedissem permissão. A despeito de toda aquela liberalidade, o Khabbab ainda temia que a sua riqueza o afastasse da recompensa da Vida Futura, e que fosse motivo para ele ser punido.

Alguns dos seus companheiros foram ao seu quarto, quando ele estava no seu leito de morte, e ele lhes disse:

“Há oito mil dirhams ali (e ele apontou); eles não estão escondidos, e sabei que eu nunca decepcionei ninguém que me pedisse dinheiro”, e então começou a chorar.

“Que é que te faz chorar, ó Khabbab?” perguntaram-lhe.

“Estou chorando porque meus companheiros que já morreram seguiram seus caminhos sem receberem qualquer recompensa nesta vida terrena. Eu adquiri esta riqueza e tenho vivido dela, e temo que esta seja a minha recompensa, que estive a receber pelos meus feitos, sem nada para mim, na Vida Futura!”

Quando o Khabbab passou desta vida para a Futura, o califa Áli b. Abi Tálib se postou no túmulo do Companheiro, e disse:

“Que Allah tenha misericórdia de Khabbab; ele abraçou o Islam com todo o seu coração, realizou a hégira espontaneamente, e viveu sua vida como um mujahid. Allah nunca irá reduzir a recompensa a alguém que praticou tantos feitos de retidão!”
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد