A arrogância cega pessoas ao ponto de pensarem que não dependem de ninguém, por terem poderes absolutos e muita riqueza. “E não vires o rosto às pessoas com vaidade, nem andes com insolência (falta de respeito) pela terra, porque Allah não estima os arrogantes.” Cur’ane 31:18. A vaidade, o orgulho e a arrogância, para além de anularem todas as nossas boas ações, ainda nos colocam em situação de pecados e de extrema fragilidade quando chegar a hora de prestarmos contas perante o Rei dos reis - Allah Al Malik-ul-Mulk, que perguntará nesse dia: “Eu sou o Senhor. Onde estão (hoje) os altivos, onde estão os orgulhosos?”. Muslim 39:6704.
A melhor caridade é aquela que é dada secretamente, sem que ninguém o saiba. “E aqueles que por amor a Allah, alimentam o pobre, o órfão e o prisioneiro, dizendo: nós vos alimentamos somente para agradar a Allah. Não exigimos recompensa nem agradecimentos da vossa parte”. Cur’ane 76:8 e 9. Dar com a mão direita, sem que a mão esquerda o saiba.
Era uma vez uma pessoa poderosa e com uma imensa riqueza. Rei e senhor na localidade. Auxiliava as pessoas necessitadas. Mas completava com o orgulho e vaidade, de ser o mais generoso e publicitava tudo o que fazia. O seu poder era imenso e ninguém se atrevia a contrariá-lo. Dizia com “boca cheia” que ele era o mais generoso e que ninguém o conseguia superar. “E abundante era a sua produção. Ele disse ao seu vizinho: “Sou mais rico do que tu e tenho mais poderio”. Cur’ane 18.34.
Teve conhecimento através dos seus séquitos, que numa aldeia remota havia uma pessoa ainda mais generosa. Esta suposta concorrência o enfureceu e fez-lhe perder a razão, porque isso diminuía a sua reputação de ser o mais generoso. Incumbiu o chefe da sua guarda pessoal, temido pela sua espada afiada, para se deslocar à referida aldeia, a fim de matar o concorrente.
Ao chegar na aldeia, foi recebido pelo homem, que ofereceu a sua casa e o alimentou. Passaram depois longas horas na conversa. Já era longa a noite e o dono da casa cedeu o seu quarto para o viajante passar a noite. Na solidão do quarto, o chefe da guarda, agarrado à sua espada, não conseguia dormir. Pensando por um lado (i) como cumprir com a missão que lhe foi imposta e (ii) ao mesmo tempo, na imensa generosidade e cordialidade do homem.
Após o nascer do sol e depois da pequena refeição que lhe foi oferecida, regressou ao palácio. O rei ansioso perguntou-lhe se tinha cumprido com a ordem. Respondeu: “o homem me “matou” com a sua espada da bondade. Não conseguiu utilizar a sua espada afiada, a espada da vingança, para matar o homem que lhe comoveu com a sua bondade, generosidade e também por ser muito amado na localidade.
Entre as duas espadas, da vingança e da fraternidade, escolha a espada da bondade para mudar a mentalidade e o coração das pessoas, ajudando a estabelecer diálogos pacíficos e fraternos. Seguindo o exemplo do teu Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), perdoa-lhes abundantemente, mesmo que sejam agressivos e insultuosos. Abra a mão e o seu coração para os necessitados. Seja um Abdur Rahman, um servo do Beneficente. “Certamente que a razão pela qual muitas pessoas entrarão no Paraíso, será pela piedade e pelo bom comportamento”.
E façam o favor de ter um bom dia de Juma. Até ao próximo, In Sha Allah!
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
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