Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) A fé do ser humano está em constante mutação. A riqueza, a pobreza, a saúde e o sofrimento, fazem parte do teste que Deus submete a cada um de nós e muitas vezes não o percebemos. Os Profetas, cuja fé era muito superior a nossa, foram os mais (severamente) testados. O Profeta Ibrahim (Aleihi Salam), foi submetido a diversos testes, não porque Deus duvidava dele, mas para fortalecer a sua fé e a sua lealdade. Nenhum pai aceitaria deixar a sua mulher e o seu filho menor em pleno deserto, a não ser que tenha uma fé inabalável de que Allah Subhana Wataala, é o Único Protector e Sustentador. Não está ao alcance de qualquer um de nós, porque a nossa fé oscila como um índice bolsista.
O Profeta Ibrahim (Aleihi Salam), seguindo as ordens de Deus, deixou a sua esposa Hajra e o seu filho recém-nascido Issmail (Que a Paz de Deus esteja com eles), perto da Caaba.
Naquele tempo, Maka era um autêntico deserto, sem quaisquer condições de sobrevivência. Ao lado da Caaba, existem dois montes, Safa e Marwa, separados por uma pequena distância. Ibrahim (Aleihi Salam) afastou-se e fez a seguinte prece: “Ó Senhor nosso! Eu fiz habitar parte da minha descendência num vale inculto, perto da Tua Casa Sagrada, Senhor Nosso, para que cumpram a oração; fazei, portanto, com que os corações de algumas pessoas se inclinem para eles, com fervor e sustenta-os com os frutos para que Te agradeçam.” Cur’ane 14, Vers.37
Esgotada a provisão da água e dos alimentos, a mãe aflita, subiu o monte Safa para ver se alguém a acudia. A seguir correu para o monte Marwa, mas não via ninguém. Fez o percurso entre Safa para Marwa e de Marwa para Safa, por sete vezes. Foi então que ela ouviu uma voz. Segundo o relato de Abdallah Ibn Abáss (Radiyalahu an-hu), ela disse em voz alta: “Ó quem quer que sejas, fizeste-me ouvir a tua voz, também me podes ajudar?”.
No local, ela viu um anjo que estava remover o chão com a sua asa. Daí começou a brotar água. Então Hajra com as suas mãos começou a abrir uma cavidade e com as suas mãos encheu o odre. Ibn Abass (Radyialahu an-hu) narra que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Que Allah tenha misericórdia da mãe de Issmail. Se ela não tivesse controlado o caudal, aquela teria sido uma fonte de água que escorreria como um rio!”. Hajra bebeu a água e deu de amamentar ao filho. O Anjo tranquilizou-a e disse-lhe “esta é a Casa de Deus, que será construída por esse menino e pelo seu pai e nunca Deus negligenciou o Seu povo”. Parte do relato de Ibn Abaas, em Bukhari. Livro 55:583.
Esta é a fonte de Água de Zam-Zam que ainda perdura, com um caudal suficiente para que os peregrinos possa beber e até levar como lembrança, para as suas terras de origem.
Ao longo dos tempos, o ritual do Tawaf entre Safa e Marwa foi efectuado pelos residentes e pelos peregrinos que se deslocavam das redondezas para visitar a Caaba. Mas com o passar dos anos, os residentes de Maka gradualmente afastaram-se da Unicidade Divina e começaram a associar-se a falsos deuses. Encheram a Caaba com diversos ídolos esculpidos em madeira e outros materiais. Construíram templos em Safa e Marwa para albergar dois ídolos, respectivamente, Isaf (masculino) e Nai’lah (feminino) e começaram a percorrer as distâncias entre um e outro, em reverência aos dois, tocando e beijando a cada um deles. Referiram de que os dois ídolos se tinham transformado em pedra por terem cometido adultério entre eles.
Quando os Árabes abraçaram o Islam – submissão ao Deus Único, ficaram na dúvida e colocaram a questão se o ritual de percorrer os dois montes de Safa e Marwa seria uma das obrigações do Haj, ou simplesmente um ritual dos tempos da ignorância – da idolatria.Tinham uma aversão ao facto, por recearem vir a praticar shirk, um acto contrário aos fundamentos da Unicidade Divina. Assim surgiu divergências entre os companheiros do Profeta, pois uns referiram de que não se devia fazer o Sa’i por ser uma tradição pagã e outros advogavam de se tratava duma tradição do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam). Em resposta a estas preocupações, foi revelado o seguinte versículo: “Os montes de Safa e
Marwa contam-se entre os símbolos de Allah, portanto não é pecado para aquele que visita a Casa na época da peregrinação (Haj) ou noutra altura (Umra), percorrer a distância entre eles…”.
Num longo hadice, Jabir (Radiyalahu an-hu) referiu entre outros aspectos relacionados com o cumprimento dos rituais do Haj, o seguinte: “…O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) seguiu depois para Safa e recitou: “Al-Safa e al-Marwa contam-se entre os sinais apontados por Allah”. E acrescentou: “Começo com o que Allah (me recomendou) para começar. O que significa começar em Safa a caminhada (Sa’i) para Marwa e assim sucessivamente (por 7 vezes). Em Safa, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) olhou para a Caaba e de frente para Quibla, declarou a Unicidade de Allah, glorificando-O. E depois iniciou o Sa’i. Muslim 007:2803.
Deus instituiu o Tawaf entre Safa e Marwa (Sa’i), como um dos rituais (obrigatórios) de Haj, lembrando o sacrifício da mãe de Issmail (Aleihi Salam), quando ela percorreu os dois montes à procura de ajuda. Hajra levantou-se do seu lugar, assustada e com humildade pediu protecção a Deus para encontrar alguém que lhe pudesse socorrer. Ela tinha confiança absoluta em Allah e não ficou no seu lugar a chorar e a lamentar-se pela sua sorte. Allah respondeu às suas orações e lhe concedeu a água de Zam-Zam para aliviar a sede do seu filho. Quem vai fazer a peregrinação, ao fazer o Sa’i entre Safa e Marwa, não só estará a lembrar-se do sacrifício da Hajra, mas estará também a pedir para que Deus preencha as suas necessidades espirituais e mundanas. Pedirá para que Allah Subhana
Wataala lhe possa ajudar a encontrar condições para o seu sustento e da sua família, afastar-se dos pecados e manter-se firme na religião, vivendo submisso a Deus até à sua morte.
Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. LABBAIKA, ALLAHUMMA LABBAIK; LABBAIKA LÁ CHARIKA LAKA LABBAIK, INNAL HAM’DA WANNI’IMATA LAKA WAL MULK, LÁ CHARIKA LAK – Eis-me aqui ao Teu serviço, ó Allah, eis-me aqui. Aqui estou eu ó Tu que não tens nenhum parceiro, eis-me aqui. Na verdade a Ti pertencem o louvor e o favor, assim como o reino. Tu não tens nenhum parceiro.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
04/09/2014
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