Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 25.08.2014
O Mundo está dividido em três partes: o mundo desenvolvido, o chamado “primeiro mundo”; o mundo em vias de desenvolvimento, conhecido por “segundo mundo”; e o mundo subdesenvolvido comummente designado “terceiro mundo”.
Quaisquer que sejam as razões para a classificação do Mundo em 3 partes, os factos e a realidade confirmam esta diferenciação, pois há países que dominam a ciência e a tecnologia, pelo que usufruem da riqueza, do luxo e da estabilidade que este domínio lhes faculta, e outros que se encontram envolvidos em guerras e disputas internas, o que invariavelmente acarreta consigo a pobreza, as doenças e a superstição. Há ainda os países que não saem da estagnação e atraso científico.
O Isslam encoraja-nos na busca da ciência e do conhecimento, e ordena-nos que estudemos desde o berço até ao sepulcro. Porém, a busca da sabedoria e do conhecimento depende também do patrocínio e financiamento dos Estados. A falta de patrocínio e financiamento por parte dos governos é um dos principais motivos do atraso de muitos países do chamado “terceiro mundo”.
Esta falta de financiamento está por detrás do défice e nalguns casos até, da baixa qualidade de estudos na maior parte das escolas e instituições de ensino público, comparativamente a muitas das escolas e instituições de ensino privadas, daí que encontremos graduados, aos mais diversos níveis, de baixa, média e alta qualidade, o que se reflecte na diferença dos cidadãos de um mesmo país nos níveis científicos, culturais e profissionais. E tudo isto por causa do nível da educação que lhes é oferecido.
Um olhar aos orçamentos que os países desenvolvidos destinam à educação, comparado ao destinado a esta área estratégica pelos países subdesenvolvidos, permite-nos, sem margem para dúvidas, descortinar o segredo dos avanços dos países desenvolvidos, bem como do nosso atraso nesta nossa era moderna.
Segundo a revista “Economist”, os Estados Unidos da América gastam 2,9% do GDP na pesquisa científica, enquanto que a totalidade do mundo isslâmico, constituído por 57 países da OCI gasta apenas 1,8%., daí que não seja estranho que todos os prémios Nobel, nas mais diversas áreas, sejam atribuídos aos cientistas de países desenvolvidos.
Não há dúvidas que existem outros motivos que contribuem grandemente para a estagnação na área científica dos nossos países. Por exemplo, a colonização e ocupação estrangeira, a instabilidade política, a marginalização e quiçá, a total despreocupação relativamente ao papel dos estudiosos e professores, a ausência de um clima de liberdade, e o deficiente currículo escolar.
Não obstante tudo isso, nós temos capacidade de nos erguermos e corrigirmos o nosso percurso se se aplicar todo o esforço na edificação das instituições científicas, e na criação de um ambiente propício ao crescimento científico.
Devemos prestar a maior atenção à educação feminina, pois a mulher representa metade (ou talvez mais), da Humanidade, e qualquer programa feito nesse sentido, sem a participação activa das mulheres, será incompleto. E não podemos imaginar uma sociedade constituída apenas por homens!
O Isslam atribui grande importância à mulher na sociedade. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 36, Vers. 36:
“Glorificado seja Aquele que criou aos pares todas as coisas; sejam elas as coisas que a terra produz, ou da espécie deles mesmos (isto é, da espécie humana), ou daquilo que eles não sabem”.
Elas são iguais aos homens na adoração, no Salaat (orações diárias), no Jejum, no Hajj, no Zakaat, e no Tabligh (propagação do bem e proibição do mal), e foi-lhes dado direito à herança.
Uma mãe é uma grande força dentro de casa, e é em resultado da obediência à mãe, que os filhos entrarão no Paraíso.
Quando falamos das responsabilidades caseiras (domésticas), não quer dizer que a mulher esteja proibida de exercer outras funções. Ela é considerada na sua qualidade de mãe, esposa e filha, sendo por isso que o Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “O melhor de entre vós é aquele que é melhor para a sua família, isto é, trata-a bem”.
É algo irónico que em muitas sociedades se prive as mulheres dos seus direitos, encarando-as com desprezo.
O Isslam dá grande ênfase à educação das meninas.
Se os talibans no Afeganistão ou Paquistão, ou os Bhoko Haram na Nigéria são contra a educação feminina, então eles ainda não compreenderam plenamente o Isslam, pois o que eles defendem não é a verdadeira posição do Isslam no que respeita à educação das meninas. Eles não têm o direito de denegrir o Isslam, nem de deturpar os seus ensinamentos.
O Isslam diz que é obrigatório a todos os muçulmanos estudarem, sejam eles homens ou mulheres.
As mulheres podem também desempenhar um grande papel na família e na sociedade.
A continuidade da família depende das mulheres, pois estas é que são o meio de procriação da raça humana.
Para qualquer pessoa, o berço materno constitui a primeira escola, pois é nele onde a criança aprende muita coisa. Se a mãe for boa, piedosa e bem-educada, transmitirá ao seu filho as suas nobres qualidades, mas se for rude, iletrada e mal-educada, essas qualidades reflectir-se-ão no futuro dos seus filhos, podendo estes ficar privados de aprender boas coisas. Por isso a educação feminina é muito importante, pois as meninas são as mães do futuro. É importante que as ornamentemos com educação, pois educar uma menina não beneficia apenas a sua família, mas à sociedade e à toda a Humanidade.
Uma mulher educada é um manancial de sossego e tranquilidade para o lar.
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