Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 24.09.2012
Fala-se muito da civilização e do Mundo civilizado, mas impõe-se uma pergunta: que tipo de civilização é defendida pelos que se dizem civilizados?
A civilização, sendo uma parte da religião isslâmica que abrange todas as esferas da vida, tanto individual como colectiva, baseada nas normas e valores ensinados pelo último dos profeta de Deus, Muhammad (S.A.W.), é um ideal para o resto do Mundo até à sua extinção.
Todavia, a arrogância por parte do Ocidente, talvez devido ao avanço tecnológico que conheceu, leva a que exporte e imponha o seu próprio estilo e modelo de civilização para resto do Mundo.
O termo “liberdade” como está sendo entendido hoje, é uma ilusão. É um nome errado aplicado a uma palavra correta.
Ninguém no Mundo goza de liberdade absoluta, pois a nossa conduta, atividade e fala são regulados por normas, tanto mundanas como divinas.
Da mesma maneira que nas estradas e avenidas há regras de circulação, no espaço aéreo ou marítimo há regras de navegação, no comércio há normas que regem a prática de compra, venda, trespasse, etc., a vida no Mundo também tem as suas regras de convivência. Se cada um tem a liberdade de fazer o que quer, então por que razão precisamos da autoridade para fazer respeitar a lei e ordem?
Ninguém goza de liberdade sem restrição na escolha do alimento, vestuário ou nas preferências. Existem regras que governam a nossa vida inteira.
No Isslam, o direito à liberdade de expressão está bem definido. As diferenças de opinião são válidas, mas a liberdade de expressão também tem as suas regras.
Por forma a se manterem as boas relações entre as diversas religiões, o Al-Qur’án ordena que nos abstenhamos de ofender, zombar ou insultar as outras religiões.
Proíbe igualmente a blasfêmia, a calúnia e a difamação, dirigidas a quem quer que seja, pois isso é susceptível de criar ódios e rancores nos corações dos ofendidos, podendo eventualmente degenerar em clima de agitação social por esse Mundo fora, o que decerto perigará a paz e a convivência salutar entre as pessoas.
É inconcebível e inadmissível que um governo permita que cidadãos seus sujem o bom nome do respectivo país, provoquem a ira de milhões de pessoas, denegrindo a imagem de um povo inteiro!
Se algumas pessoas, talvez uma meia dúzia, acham que têm o direito de dizer o que quiserem, que dizer então, do direito que têm 1.300.000 muçulmanos espalhados por esse Mundo fora? Será que todos esses que se insurgem não têm o direito de proteger os seus sentimentos de atos de ofensa e desrespeito? Será que estes não são humanos, tal e qual o são os cidadãos ocidentais? Ou será que os ocidentais são mais humanos que os outros?
Se em democracia o que conta é o número, então que saibam que os que discordam dos atos ofensivos à sua fé e crença, são a maioria, relativamente aos promotores das ofensas.
E por que razão a liberdade de expressão é constantemente usada para zombar e ridicularizar a religião isslâmica ou a pessoa do Profeta Muhammad (S.A.W.)? Não estaremos perante uma provocação deliberada?
Será que se trata de crianças cujos pais não lhes deram brinquedos, livros, cadernos e lápis de cor para pintarem o que quisessem quando ainda pequenos, e só agora, depois de crescidos é que querem brincar?
Porquê os mesmos jornais e atores não se dedicam a escrever também as virtudos e o mérito do Profeta? Por que razão insistem em comportar-se como moscas e não como abelhas? Isso revela que há maldade nos seus corações.
Por que razão na França, na semana passada, o governo proibiu a publicação de fotografias do príncipe William e de sua esposa - herdeiros da coroa britânica – fotos estas tiradas quando gozavam as suas férias na Ilha Solomon, por achar que eram ofensivas e atentavam contra a sua vida privada?
A campanha contra Muhammad (S.A.W.), o nobre Profeta, é bastante antiga, pois em todas as eras surgiram fanáticos e maldosos que o ofendiam, mas não ganharam nada. É como se estivessem cuspindo para a Lua, e aí o cuspo voltava a cair nas suas caras.
A figura de Muhammad (S.A.W.) é deveras grandiosa enquanto que a dos seus detractores é deveras pequena. Assemelham-se a falsos arcos nas mãos de arqueiros cansados e caducos. Por isso nunca terão êxito, e Deus frustrará sempre os seus planos.
O exemplo de vida do Profeta Muhammad (S.A.W.) não se resume apenas à sua biografia, história e lei integrada. Está acima de todo um modelo de excelência. Somente o seu carácter reles e a sua arrogância levam a que eles não o conheçam, e assim o denigram.
O Isslam é a religião de continuidade e de universalidade. Continuidade desde o tempo do profeta Adão, e universalidade por cobrir todos os cantos do Globo. Os ensinamentos transmitidos pelo Profeta espalham a luz de tolerância e de Direitos Humanos para a orientação da Humanidade em todos os assuntos da vida.
Duncan Greenless diz no seu livro “The Gospel of Isslam”:
A nobreza e a vasta tolerância desta crença que aceita todas as religiões do Mundo como inspiradas por Deus, serão sempre um legado glorioso para a Humanidade. De fato, pode-se edificar acima disso uma religião perfeita do Mundo.
Uma outra figura ilustre, Sarojini Naidu, distinta oradora e poetisa, falando do Profeta, comenta nos seguintes termos:
O senso de justiça é um dos ideais maravilhosos do Isslam..... Foi a primeira religião que ensinou e aplicou a democracia, pois quando a partir dos minaretes das mesquitas é feito o chamamento e os adoradores se juntam, torna-se clara a democracia do Isslam cinco vezes por dia, quando o aldeão e o rei se prostram lado a lado e proclamam “Só Deus é Grande”!
Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!
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