Todos os Banu Issra’il (Filhos de Israel), que também eram conhecidos por cananeus, viviam no Egipto quando Yaqub (as) (Jacob) e seus filhos lá se radicaram. Yaqub (as) morreu no Egipto, tendo aqui sido sepultado. Logo a seguir à sua morte, morreu também Yussuf (as) (José), o que causou profunda consternação no seio dos Egípcios, pelo fato de ele ter sido um líder proeminente, pois era compassivo, prudente e justo. Como rei, pusera fim à tirania e à injustiça no seu seio. Socorria os oprimidos, amparava os atemorizados, alimentava os esfomeados, guiava o povo para a senda reta e, com o seu apurado sentido de prudência, evitou que a fome assolasse o povo do Egipto. Devido à morte de Yussuf (as), os egípcios viveram inconsoláveis durante muito tempo, pois haviam reconhecido nele um grande virtuosismo, o que fez com que considerassem os Banu Issra’il gente nobre, passando então a respeitá-los.
Mas decorridos muitos anos, a situação começou a deteriorar-se. Os Filhos de Israel começaram a revelar um comportamento corrupto, deixando de lado as orientações Divinas e concentrando-se demasiado em questões mundanas. Assim, a atitude de outros habitantes do Egipto perante eles também mudou. Já não os encaravam com o respeito e consideração que no passado lhes haviam dispensado. Encaravam-nos como estranhos no Egipto, como intrusos que vinham de fora e que não tinham direito algum naquela terra. Entretanto, no Egipto ascendeu ao trono um rei que tinha alguma aversão aos Banu Issra’il, pois julgava que estes não eram humanos, pelo que não eram merecedores de qualquer sentimento de compaixão e que a sua missão devia ser apenas a de servir os coptas. Este sentimento levava-o a tratá-los como animais.
O Al-Qur’án descreve:
“Tá Sin Mim – Estes são os versículos do Livro evidente. Vamos relatar-te
com toda a verdade, algo da história de Mussa (Moisés) e Fir’aun (Faraó)
para (beneficiar) um povo que crê. Por certo, Fir’aun sublimou-se em
arrogância na terra (do Egipto) e dividiu em seitas o seu povo. Procurava
enfraquecer um grupo deles, mandando matar os seus filhos e deixando
vivas suas mulheres, pois era um dos corruptores.E Nós queríamos favorecer os oprimidos na terra, e fazer deles os líderes e fazer deles os herdeiros (do reino de Faraó). E quisemos estabelecê-los (empossá-los) na terra e mostrar ao Fir’aun, e ao Háman e aos seus exércitos aquilo que temiam da parte deles.”
[Al-Qur’án 28:1-6]
Moisés não era judeu, pois não era descendente de Judah; ele era um levítico.
Consta na Bíblia:
“E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas gerações: Gerson
e Coate e Merári... e os filhos de Coate: Anrão (Amrán)... e Amrão tomou
por mulher Joquebede (Yukábid),sua tia, e ela gerou-lhe Aarão (Harun) e
Moisés (Mussa).”
[Êxodo 6:16-20]
Moisés foi o dador de leis (Torah é Lei) aos filhos de Israel. A história de Mussa é a mais prolongada no Al-Qur’án, com vários episódios.
O termo “Fir’aun” ou “Faraó” designa um título de honra, normalmente associado à figura do mais alto representante do poder, e não o nome próprio de um rei no antigo Egipto, da mesma forma que entre os romanos havia o “César” que era o seu rei, o “Koshroe” (ou Coshroe) entre os persas e o“Dom” entre os portugueses.De acordo com a Bíblia e alguns historiadores, o Faraó de nome Ramsés II que reinou no Egipto durante 67 anos (entre 1304 – 1237 AC), era um grande tirano e nutria um grande ódio pelos Filhos de Israel. Usava todos os meios para humilhá-los e atirá-los à desgraça. Escravizou-os, forçando-os a trabalhar sem salário e, caso este existisse, era mísero. O ódio que por eles tinha derivava do fato de alguns adivinhos ou astrólogos do seu tempo lhe terem informado que um jovem, filho de Israel, causaria o fim do seu reinado. Consta também numa narração relatada por vários Sahábah, incluindo IbnAbbass e Ibn Mass’ud _, que diz: “O Fir’aun sonhou que o fogo vinha da direcção de Jerusalém e queimou todas as casas do Egipto e todos os coptas, mas não prejudicou os Banu Issra’il. Quando despertou ficou muito preocupado. Reuniu os adivinhos e feiticeiros para lhes perguntar qual seria o significado daquele sonho, ao que lhe responderam que o sonho que ele tivera, significava que de entre os Banu Issra’il iria nascer um rapaz que causaria a destruição da população do Egipto. Foi então que a partir daí, desencadeou uma campanha de matança de todos os filhos varão dos Banu
Issra’il.” [Ibn Kassir].
Com base naquela informação e ainda segundo a Bíblia, o Fir’aun ordenou às parteiras para que todos os recém-nascidos do sexo masculino das famílias de Banu Issra’il fossem mortos. E para garantir a eficácia do trabalho, junto às parteiras foi formada uma equipa de homens (políciais) que vigiariam as mulheres grávidas e iriam investigar os nascimentos nas casas dos Banu Issra’il. Assim, milhares de crianças foram arrancadas e mortas sob o olhar impotente dos seus progenitores. Quando no seio dos Banu Issra’il nascesse um rapaz, logo se sabia que seria um dia de tristeza e luto. O Fir’aun fez todos os possíveis para que Mussa (as) não aparecesse, pois todas as mulheres grávidas eram vigiadas e os momentos de parto estavam controlados. Entretanto, ALLAH quis que acontecesse o que o Fir’aun receava. Na casa de Imrán, um Banu Issra’il, nasceu no maior segredo Mussa (as). Os familiares e muito particularmente a mãe, Yuqábid, estavam preocupadíssimos, pois tinham que ocultar a criança aos olhos dos algozes de Fir’aun. Apesar da cerrada vigilância, ainda conseguiram manter em segredo a existência desta criança durante três meses, amamentando-o secreta e atemorizadamente. Mas a preocupação da mãe era cada vez maior, pois a caça às crianças de Banu Issra’il continuava, e Mussa (as) também crescia, tornando-se cada vez mais difícil passar despercebido.
Todavia, uma mãe é sempre mãe e prefere por vezes ver seu filho longe de si mas vivo, do que perto mas em constante perigo. O que é que aquela mãe faria, sabendo que milhares de crianças eram arrancadas do regaço materno e mortas sem dó nem piedade? Foi nesta fase de crescimento de Mussa (as) que ALLAH inspirou Yuqábid para que colocasse o seu filho numa caixa (cesta) bem resguardada e depois o deixasse sobre as águas do rio Nilo, com a promessa de o devolver, pois dele faria um mensageiro e profeta que iria tirar as pessoas da escuridão, libertando assim os Banu Issra’il. Era também para demonstrar que ninguém pode impedir a concretização do que seja que ALLAH decrete. Confusa, a senhora questionava-se: quem iria cuidar dele e amamentá-lo, dentro daquela caixa e atirado ao rio? O Shaytán tentou desviá-la ao fazer-lhe imaginar o que iria acontecer ao seu filho. Chegou a pensar que talvez fosse melhor que fosse degolado à sua frente, pois assim ela mesma tê-lo-ia envolvido num kafan (mortalha), sepultando-o; isso seria melhor do que deixá-lo no rio e ser devorado pelos peixes e outros animais do Nilo. Mas Yuqábid optou por depositar confiança em ALLAH, recomendando à sua filha, portanto irmã mais velha de Mussa (as), que procurasse acompanhar a caixa até ao possível desfecho. Colocada a caixa contendo Mussa (as) sobre o rio Nilo, a mesma foi boiando arrastada pela corrente, até que se foi encalhar algures, próximo das instalações do palácio de Fir’aun construídas à beira do rio. Uma mulher ligada à corte, ao notar que havia uma caixa encalhada e para satisfazer uma simples curiosidade, ordenou a um empregado para que fosse buscá-la. Entretanto, a irmã mais velha de Mussa (as), que escondida ia seguindo o percurso da caixa, sentiu uma satisfação ao notar que o seu irmão havia sido recolhido por gente do palácio.
Mas para melhor acompanhar os acontecimentos, disfarçada e cautelosamente aproximou-se do local, fazendo-se passar por uma das serviçais da corte. Quando abriram a caixa, as senhoras ficaram intrigadas ao deparar-se com uma linda criança de aspecto saudável, chupando os seus dedinhos e dormindo tranquilamente. Quando Fir’aun chegou, perguntou acerca do sucedido, e quando viu que se tratava de uma criança, ordenou para que fosse morta. Porém, Ássia, a esposa do rei, opôs-se argumentando que talvez poderia se tornar a frescura dos seus olhos, podendo até adotá-lo como filho, pois eles não tinham filhos, o que lhes seria benéfico. E de fato, Mussa (A.S) foi benéfico para ela aqui neste mundo, e no outro mundo ela terá o Paraíso, por ALLAH tê-la guiado e ela ter crido em Mussa. Embora contrariado, Fir’aun acabou por aceitar o ponto de vista da mulher e assim Mussa (as) escapou à vigilância dos policiais, passando a beneficiarse da proteção do reino, pois a partir daquele momento passou a viver no palácio.
De notar que ALLAH encarregara o próprio Fir’aun, o tirano, o arrogante, o orgulhoso pelo seu poder, sem que ele pudesse sequer imaginar, de que iria criar e cuidar no seu próprio seio, na sua própria casa, alimentar da sua comida e bebida e conceder a dormida na sua cama, àquele a quem receava, e por tal receio ordenara que milhares de crianças fossem inocentemente executadas, e que mais tarde viria a derrubá-lo. Isto foi para que ele tirasse uma lição de que ALLAH, o Criador dos céus e da terra faz o que quer, pois Ele é o Todo-Poderoso.
Alguns comentadores do Al-Qur’án dizem que os coptas se queixaram ao Faraó da diminuição do número dos Banu Issra’il, devido à matança de seus filhos varões, e receavam que após algum tempo houvesse crise de mão-de-obra,o que levaria os coptas a terem que fazer os trabalhos que até então eram feitos pelos Banu Issra’il. Então, o Faraó entrou no dilema: continuar a matar ou não? Se continuasse a matar, iriam enfrentar uma acentuada falta de mão-de-obra, e se não continuasse, corria o perigo que já receava. Então, tomou uma decisão intermédia. Ordenou que fossem mortos alternadamente, i.é, fossem mortos num ano e no ano seguinte fossem poupados. Foi assim que Harun (Aarão) nasceu no ano da poupança e Mussa (as) no ano da matança.
Apesar de Mussa (as) estar a gozar de uma atenção e estima invejável, pois todos o beijavam e o acarinhavam, os seus protetores sentiam alguma preocupação pelo seu estado de saúde. Passavam já três dias e ele não se alimentava, não obstante as várias amas postas à sua disposição. Essas amas que tinham ainda muito leite nos seus peitos, eram mães cujos filhos haviam sido degolados pelos algozes do Faraó.
Chorando, Mussa (as) rejeitava todas as amas que lhe eram postas à sua disposição. Aproveitando-se desse fato, a sua irmã ali infiltrada entre os serviçais da corte, assistia a tudo aquilo e apesar de receosa, sugeriu uma certa ama muito piedosa de entre os Banu Issra’il, que disse conhecer e estar disposta a ir buscá-la.
Disse:
“Quereis que vos indique uma família que cuidará dele e o tratará bem, com
devoção?”
[Al-Qur’án 28:12].
A mulher de Fir’aun aceitou a proposta e ordenou para que a fosse buscar imediatamente. Pelo tempo que já se passara, Yuqábid sentia alguma impaciência e ansiedade, aguardando que a qualquer momento lhe chegassem notícias do seu filho. ALLAH derramara sossego e tranqüilidade sobre ela, quando a sua filha aflita, mas radiante, lhe apareceu pela frente começando por contar resumidamente tudo quanto se passara. Convidou a mãe para que a acompanhasse ao palácio a fim de recolocar o filho no seu peito, refrescar os seus olhos e agradecer a ALLAH, que cumpria com a Sua promessa de lhe devolver o filho, pois aquilo era um grande favor que ALLAH lhe concedia. Yuqábid entrou no palácio emocionada, tendo-lhe sido entregue o bebê, que pareceu entender que revivia o seu regaço materno, pois imediatamente dirigiu a sua cara ao peito da mulher e começou a amamentar-se com avidez, pois estivera sujeito a três dias de fome. Esta cena criou admiração nos presentes que quiseram saber se ela não seria a mãe da criança. Ela limitou-se a negar aquela relação acrescentando que era uma mulher com bastante sorte e um leite muito doce, pois qualquer criança a aceitava com facilidade.
ALLAH diz:
“Assim o restituímos à sua mãe, para que os seus olhos se refrescassem e
para que ela não se entristecesse e para que ela soubesse que a promessa de
ALLAH é verdadeira: Mas a maioria das pessoas não o sabe.”
[Al-Qur’án 28:13].
Assim, Yuqábid permaneceu no palácio junto do seu filho até ao fim do período de aleitamento, altura em que mais uma vez teve que abandonar o filho, deixando-o aos cuidados do pessoal do reino, mas mais sossegada e com o privilégio de poder ir visitá-lo ocasionalmente. E é isso que ALLAH recordou a Mussa de entre os Seus favores na noite em que ALLAH lhe falou directamente:
“Já te havíamos agraciado outra vez. Quando inspiramos a tua mãe o que lhe foi inspirado, dizendo-lhe: Põe-o (ao teu filho) na caixa e lança-o ao rio; para que o rio o levasse para a margem de onde o recolherá um inimigo Meu, que é também dele. E lancei sobre ti amor, de minha parte para que fosses criado diante de Meus olhos.”
[Al-Qur’án 20:37-39]
Entretanto, Mussa (as) continuou a viver no palácio real, onde cresceu rodeado de serventes e de todas as comodidades reservadas a um príncipe, até se tornar um homem forte e corajoso.
Manteve-se na corte até aos seus quarenta anos, tendo desenvolvido os seus próprios ideais que lhe permitiram aperceber-se da realidade que o rodeava. Já não temia nem os reis nem os ricos, mesmo sabendo da sua origem (Banu Issra’il). Sabia que nada o ligava à família de Fir’aun nem aos egípcios. Quando deambulava pela cidade eram-lhe dadas a assistir cenas tristes em que a sua gente (Banu Issra’il) era submetida a atos de humilhação, escravidão e injustiça por partedos egípcios, o que ele não suportava pelo que ocasionalmente aparecia a defendê-la. Aliás, o combate à injustiça e o apoio aos oprimidos eram das tarefas que como profeta lhe competiam.
Num belo dia, Mussa (as) passeava pela cidade à hora normalmente reservada à sesta, quando todos os afazeres são suspensos e as pessoas normalmente dormem ou descansam (hábito que ainda se mantém no Egito), e então viu dois homens a lutarem, sendo um egípcio (copta) que estava escorraçando outro, que era Banu Issra’il. Este ao ver Mussa (as) ali perto, implorou-lhe ajuda; Mussa (as) indisposto com o que via, chamou à atenção do egípcio para o mal que estava cometendo, mas aquele não lhe prestou nenhuma atenção, o que enfureceu Mussa (as) que, já fora de si, assestou-lhe uma forte bofetada na cara. Não suportando a demolidora bofetada, o egípcio caiu morrendo imediatamente.
Ao se aperceber do que acontecera, pois não tinha sido sua intenção matar o homem, cheio de remorsos reconheceu não haver dúvidas de que aquela fora uma atitude satânica, que desvia as pessoas da senda reta, e de imediato implorou perdão a ALLAH, dizendo:
“Isto é obra de Satanás. Ele é com certeza um inimigo declarado e desviador. E disse (ainda): Ó meu Senhor! Na verdade, fui injusto para comigo mesmo. Perdoa-me, então. Ele perdoou-lhe, porque Ele é o Perdoador, o Misericordioso. Disse (mais): Ó meu Senhor! Visto que me agraciaste, nunca mais apoiarei os criminosos.”
[Al-Qur’án 28:15-17]
Entretanto, a notícia do assassinato do egípcio espalhou-se por todos os lados, sem que, no entanto se soubesse quem foi o seu autor. O caso foi apresentado a Fir’aun, a quem se exigira que tomasse severas medidas contra os Banu Issra’il, pois aquele ato só poderia ter sido perpetrado por alguém pertencente aos Banu Issra’il. Mas Fir’aun disse que não era possível vingar-se de todos, era necessário que se descobrisse o assassino.
Mussa estava amedrontado. Por coincidência, no dia seguinte ele encontrou-se
com o mesmo israelita protagonista do incidente do dia anterior e à semelhança do que se passara, de novo pediu-lhe ajuda, pois estava metido numa disputa com um copta (egípcio).
Mussa (as) encontrava-se uma vez mais perante uma situação desagradável e embora não tivesse esquecido do que se passara no dia anterior, tentou intervir para separar os dois.
Enquanto chamava à atenção ao copta por um lado, por outro criticava o seu oponente chamando-o de provocador, desordeiro e de estar sempre à espera que o ajudassem a sair-se bem das confusões em que se envolvia. Mussa (as) tentava libertá-los um do outro e o oponente do copta julgou que Mussa (as) queria agredi-lo. Descaradamente perguntou: “Queres matar-me como fizeste com aquele homem ontem”?
Com aquela pergunta, propositada ou não, estava revelado o segredo de quem tinha morto o egípcio. Quando o copta ouviu aquela acusação a Mussa (as), não perdeu tempo e imediatamente foi participar às autoridades o que acabara de ouvir. E assim que Fir’aun tomou conhecimento, ordenou a captura de Mussa (as).
Porém, um parente de Fir’aun que nutria muita simpatia por Mussa (as), saiu apressadamente da periferia da cidade para avisá-lo do que se passava e do perigo que corria, aconselhando-o assim a abandonar o território, emigrando para onde não pudesse estar ao alcance de Fir’aun, pois que as autoridades estavam à sua procura, para matá-lo. Assim, Mussa (as) a coberto da escuridão da noite, abandonou o Egipto, indo em direção à Madian (Midian). Percorreu uma longa distância no deserto, descalço e sem comida, andando durante oito noites e escondendo-se durante o dia até chegar à Madian. Chegado nesta região, Mussa (as) deparou-se com muita gente aglomerada à volta de um poço dando de beber ao seu gado. A alguma distância daquele local, viu também duas moças paradas a controlarem os seus animais, para que não se chegassem à água até que a multidão saísse, para depois darem de beber ao seu gado.
Mussa (as) deduziu logo que naquela zona, também reinava o injusto sistema
do mais forte, no lugar do melhor sistema baseado na justiça de ALLAH. Mussa (as) não gostou de ver aquilo e para confirmar a sua desconfiança, avançou e perguntou às moças: “O que se passa convosco? Porque é que não vão dar de beber aos animais? Porque é que não avançam também?”
Elas responderam: “Somos moças e fracas. Se avançarmos com os animais, os mais fortes empurrar-nos-ão. O nosso pai já está muito velho, não tem forças para este trabalho. Quando todos acabarem de dar de beber aos seus animais, nós aproveitaremos o que restar, pois é assim que fazemos todos os dias.”
Afinal, era o que depreendera; as meninas faziam parte do grupo dos fracos e por isso, deviam esperar que os mais fortes fossem os primeiros a se servirem, o que era característico da lei da selva, em que o mais forte acha que em tudo deve ter sempre prioridade. Depois que Mussa (as) ouviu aquilo, adiantou-se e penetrou entre a multidão e com um grande balde que ali havia, tirou água e foi dá-la de beber aos animais daquelas moças, voltando de seguida para a sombra debaixo de uma árvore.
Os presentes no local ficaram estupefatos e perguntaram quem era aquele homem. Talvez até não tenham gostado da sua atitude, mas como ele era de uma forte compleição física e impunha respeito, ninguém atreveu-se nem teve coragem de se lhe dirigir e perguntar algo. Assim que os animais pertencentes às meninas acabaram de beber, estas regressaram à casa e contrariamente ao que era hábito, nesse dia naturalmente chegaram mais cedo, o que levou o pai a estranhar e a perguntar a razão de tal motivo. As meninas explicaram tudo o que se passara e como o jovem estranho as ajudara.
“Voltem rapidamente ao local e peçam a esse jovem para vir até aqui”, disse o velho pai.
Enquanto pai e filhas falavam de Mussa (as), este estava descansando debaixo
de uma árvore, extenuado devido à viagem que estava empreendendo. Ali
não conhecia ninguém e nem era conhecido. Estava descalço, cheio de fome
e de sede e fazia o seguinte duá: “Ó meu Senhor! Necessito de qualquer coisa boa, envie-me isso neste momento.”
Em conformidade com a vontade do seu velho pai, uma das meninas voltou ao poço perto do qual Mussa (as) se encontrava sentado. Com toda a modéstia ela dirigiu-se-lhe: “O meu pai está a chamar-te, vem para nossa casa, pois ele quer pagar-te o favor que nos fizeste.”
Mussa (as) achou que não era conveniente rejeitar o convite, pois ali talvez pudesse encontrar alguma saída para as suas preocupações e quiçá, o seu duá tivesse sido aceite por ALLAH e aquele convite fosse o resultado. Mussa (as) aceitou o convite e foi com a menina para a casa do pai dela. Aqui chegados, o pai tratou de lhe oferecer uma refeição após o que estiveram a conversar, cada um falando de si.
Mussa (as) contou-lhe tudo o que se passara consigo na sua terra, desde que os adivinhos e astrólogos avisaram ao Fir’aun que seria derrubado por um Banu Issra’il, a sua sanha assassina sobre as crianças inocentes, o seu nascimento, e os difíceis momentos passados pelos seus pais para ocultá-lo, a sua vida no palácio real, os maus tratos infligidos por Fir’aun e sua gente aos Filhos de Israel, etc., até aquele momento. Depois de ouvir tudo sobre a vida de Mussa (as), o dono da casa tranqüilizou-o, recomendando que agradecesse à ALLAH por lhe ter salvado dos opressores e nada a temer naquele local.
Queridos irmãos, os muçulmanos não reconhecem intermediários entre Allah e o homem. Rezamos, rogamos e pedimos tudo diretamente para Allah . Acreditamos que estudar a vida dos homens que entregaram suas vidas em favor da causa divinas seja de grande utilidade, uma vez que poderemos aprender com seus exemplos.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).
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