sexta-feira, fevereiro 07, 2020

OS 4 CAMINHOS PARA A FELICIDADE E PARA O PARAÍSO - 2ª. E ÚLTIMA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Allah).

Abdullah Ibn Salam (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ó humanos, (1) difundi a saudação da paz! (2) dai de comer, (3) mantenham os laços familiares e (4) rezai enquanto dormem as pessoas! Deste modo entrareis em paz no Paraíso”. Tirmizi.

3 - MANTER OS LAÇOS FAMILIARES

Não vivemos a sós neste mundo. Primeiro estamos num círculo mais fechado, na companhia dos nossos pais e irmãos. Depois, a nossa família que se alarga com os nubentes, filhos, genros, noras e netos. O círculo seguinte alarga-se ainda mais, englobando os nossos tios, primos (do primeiro e até vários graus), sogros, cunhados e amigos dos nossos pais. É nossa obrigação conhecer os nossos familiares, até aos que consideramos os mais afastados, para não corrermos o risco de romper, por desconhecimento, alguns dos laços familiares. Aos nossos filhos devemos passar esse testemunho, para que os laços familiares continuem a manter-se firmes, mesmo depois da nossa partida. “Aos parentes, conceda-lhes os direitos que lhes são devidos, como também aos necessitados e aos viajantes…” Cur’ane 17:26.

É nosso dever tratarmos os nossos pais com benevolência, carinho e paciência. Eles cuidaram de nós com misericórdia quando éramos pequenos. A satisfação deles é a satisfação de Allah, o nosso Criador e Protetor. O islam recomenda a construção de laços familiares com compaixão, bondade e misericórdia. Devemos ser amáveis com todos os nossos parentes, os próximos, os afastados e mesmo para com os não muçulmanos. Quem acredita em Allah - o Misericordioso, no Seu último Mensageiro e na vida depois da morte, deve manter firme os laços familiares. É um grande pecado a opressão e o corte de relações familiares. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que: “Allah disse: “Eu Sou Ar-Rahman. Eu criei os laços familiares e denominei de Rahim que obtive da raiz do Meu nome Rahman. Quem ligar o laço familiar eu Me manterei ligado a ele quem o cortar, Eu cortarei (o laço) com ele). Tirmidhi.

4 - REZAR, ENQUANTO DORMEM AS PESSOAS:

O Salat (a oração) é uma obrigação dos crentes. Todos sabem que serão questionados por isso. Os mais virtuosos praticam as orações facultativas e em especial as efetuadas na solidão da noite. Também acordam antes do amanhecer, para a primeira oração da manhã, enquanto outros estão a dormir. Nessa última parte da noite o sono é bem pesado e é difícil sair da cama. Outros jovens saudosos, não encontram forças suficientes para levantar os lençóis. “E pratica durante a noite orações voluntárias, talvez assim o teu Senhor te conceda uma posição louvável”. 17:79.

A oração voluntária de Tahajjud efetuada antes da primeira oração da manhã, permite-nos estar a sós com o nosso Senhor, no silêncio e na tranquilidade da noite. E refere o Cur’ane: “E mantém-te acordado uma parte da noite, para a recitação na Oração de Tahajjud (oração noturna).” 17:79.

Na primeira oração da manhã, enquanto muitos ainda dormem, ouvimos o muazim a chamar-nos: “Venham para a oração, venham para a felicidade. E depois acrescenta: “A oração é melhor do que o sono”. Acordar para a oração de Fajr não é difícil para aqueles que têm fé e Taqwa, porque sabem que esta primeira oração, ainda de madrugada, está carregada de benefícios. Allah Subhanahu Wataala jura pela madrugada, pelo Fajr, jura por aquilo que Ele criou, para dar uma maior ênfase à hora da primeira oração. Quem realiza a oração de Fajr está na protecção de Allah Subhanahu Wa Taala. (Muslim). Os dois rakates de sunat antes da oração obrigatória, foram insistentemente feitas pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), que referiu: “As duas rakats, antes da oração da manhã, são melhores do que tudo o que o mundo contém”. Muslim. 

“ … e recite o Cur’ane no início da madrugada (na oração de Fajr). Na verdade, a recitação do Cur’ane durante a madrugada é sempre testemunhada (pelos anjos)”. Surat Isra 17.78. A recitação do Cur’ane durante o Fajr é testemunhada pelos anjos da noite e do dia. Ibn Majah. Apesar dos anjos testemunharem cada oração e cada ação que praticamos, a menção especial referida no versículo (recitação do Cur’ane durante a primeira oração da manhã), dá-lhe uma importância especial.

Abu Musa (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassala) dique: “Aquele que pratica as duas orações, de Fajr e Asr, entrará no paraíso”. Bhukari e Muslim. Foi dada uma grande ênfase para não deixarmos de praticar, em especial; estas duas orações (fajr e Asr). Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que os anjos vêm visitar-nos sucessivamente de noite e de dia e todos eles se reúnem no momento das orações de Fajr e Asr. Os anjos que passaram a noite com o crente, ascendem ao céu e Allah lhes pergunta, embora saiba melhor que eles: “Em que estado deixaram os meus servos?”. E os anjos respondem: “Quando os deixamos eles estavam orando e quando os encontramos, eles estavam orando”. Bukhari 10:530. Esses são os bem-aventurados que entrarão no Paraíso porque “passam a noite perante o seu Senhor, prostrando-se e em pé.” 15:64.

São quatro caminhos para o Paraíso: 
1) Difundir a Saudação da Paz;
2) Dar de Comer;
3) Manter Os Laços Familiares Unidos e 
4) Rezar Enquanto as Pessoas Dormem. SubhanaAllah!

E quando entrarem no Paraíso, serão cumprimentados pelos anjos, que lhes dirão: “…. Salamum Aleikum – Que a Paz esteja convosco! Quão excelente é o que fizestes! Entrai, pois! Aqui permanecereis eternamente”. 39.73.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" - "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá -www.abdulmanga.com -06/02/2020

quinta-feira, fevereiro 06, 2020

O Diálogo Inter-religioso: Necessidades e Princípios


“Muitos seres humanos começaram a reconhecer na religião, um poderoso meio para alcançar a paz e a reconciliação”.
Coord. por: M. Yiossuf Adamgy
Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. O diálogo apenas pode acontecer em termos de igualdade. Infelizmente, a História tem sido testemunha de muitos atos de violência concretizados em nome da religião. Todavia, muitos seres humanos começaram a reconhecer outro papel à religião, como um poderoso meio para conseguir a paz e a reconciliação.
Consequentemente, o número de estudiosos no que respeita ao “diálogo inter-religioso” cresce de forma prometedora. O diálogo inter-religioso tem sido um tema deveras controverso e muitas têm sido as discussões a esse respeito, relativamente à sua necessidade, à sua justificação e às suas conquistas. Estas questões revelaram que as pessoas não estão conscientes do verdadeiro significado do diálogo inter-religioso. Perelman e Olbrechts-Tyteca (1969) explicaram o diálogo da seguinte forma: «… não é suposto ser um debate… mas sim uma pergunta através da qual os interlocutores procuram, sinceramente e sem preconceitos, a melhor solução para um problema controverso». Relativamente a esta descrição, Gülen (2000) descreve o diálogo inter-religioso como: «… procurar para dar-se conta da unicidade da religião, da unidade básica e da universalidade da fé. “A religião abarca todas as raças e credos sob a fraternidade, e exalta o amor, o respeito, a tolerância, o perdão, a misericórdia, os direitos humanos, a paz, a fraternidade e a liberdade através dos seus Profetas».
Estas descrições levam-nos a outra pergunta: “Quão útil e benéfico pode ser o diálogo inter-religioso para a solução de problemas?”. O diálogo inter-religioso não pretende alterar as idéias das pessoas no que respeita à sua própria religião ou crenças; procura, sim, encontrar um terreno comum entre as religiões, centrar-se nas comunidades e, através da ênfase na harmonia e na paz, pretende encontrar soluções para muitos dos nossos problemas comuns.
De fato, uma das razões para o diálogo inter-religioso é «proporcionar um ambiente de liberdade». Outro importante autor do diálogo inter-religioso foi Seyyed Hossein Nasr, professor de Estudos Islâmicos na Universidade George Washington. Quando visitou o Vaticano em 1977, como membro de uma delegação, Nasr destacou cinco áreas em que Cristianismo e Islão podem trabalhar juntos para a construção de um mundo melhor. Essas cinco áreas são «os perigos da tecnocracia moderna e a destruição ecológica, as crises energéticas, os problemas da juventude e a decadência da moral e da fé» (Kot, 2009). Além disso, o Reverendo Allman afirma: «A capacidade de discutirmos as nossas diferenças religiosas e culturais é algo mais do que uma simples “atividade extracurricular”, é uma capacidade vital para os participantes em Democracia, em especial numa sociedade democrática como a nossa, repleta de gente com diferenças profundas e complexas» (The Network, 1999). Estas declarações mostram a importância do diálogo inter-religioso para o melhoramento da Humanidade e da boa vontade das sociedades. A este respeito, devo dizer que no passado, na era da divergência, podíamos viver isolados uns dos outros, podíamo-nos ignorar mutuamente. Agora, na era da convergência, estamos obrigados a viver num mesmo mundo.
Vivemos num mundo cada vez mais globalizado. Atualmente, as causas mais comuns fomentadoras do conflito entre religiões ou entre pessoas de diferentes religiões têm a ver com a falta de entendimento entre idéias ou crenças. Os encontros de diálogo inter-religioso, os debates e conferências, ajudam a superar estes equívocos e a falta de familiaridade desaparece. O resultado destes diálogos pode ser de extrema importância. Como afirma Smock, ««... “Quando duas ou mais religiões se unem para explorar ou promover a possibilidade da paz, os efeitos podem ser particularmente poderosos». Os benefícios do diálogo inter-religioso são evidentes, ainda que não seja um trabalho fácil. Uma vez mais, Smock (2002) evidencia que «o diálogo inter-religioso é uma tarefa difícil e, frequentemente, dolorosa». Existem alguns requisitos prévios para que o diálogo inter-religioso tenha êxito. Swidler (2003) classifica estes requisitos da seguinte forma:
1) Estar aberto a aprender com os outros.
 2) O conhecimento da própria tradição.
 3) Um companheiro de diálogo com idêntica disposição e conhecedor da outra tradição».
A importância de cada pré-requisito será pormenorizadamente explicado a seguir: Ingredientes para que um encontro de diálogo inter-religioso seja bem-sucedido:
1) O componente mais importante do diálogo inter-religioso consiste em recordar o verdadeiro sentido do diálogo. Trata-se de uma discussão de duplo sentido que requer respeito e compreensão. Este componente pode parecer extremamente fácil de compreender, mas é muito fácil de esquecer. Swidler (2007) afirma que: «Caso se mantenha este objetivo básico e se agir com imaginação e criatividade, o diálogo prosseguirá frutífero e assistir-se-á a uma transformação crescente da vida de cada participante e da das suas comunidades». Assim sendo, para a obtenção dos melhores resultados em cada diálogo inter-religioso, há que não esquecer o verdadeiro sentido do diálogo. Há que explicar o diálogo como ««… uma questão em que os interlocutores procuram sinceramente e sem preconceitos a melhor solução para um problema controverso».
2) Nestas reuniões, os intervenientes devem estar conscientes do fato de que todos os membros são de diferentes origens religiosas e culturais, pelo que o diálogo inter-religioso se baseia na compreensão e no respeito mútuos. Num diálogo inter-religioso nenhum dos participantes deve procurar ofender o sistema de crenças dos restantes membros.
3) Smock (2002) escreve que, para determinar o êxito de um diálogo, há que indicar de forma clara o objetivo da reunião e escolher os participantes. O propósito da reunião deve ser decidido pelos participantes antes das reuniões, ficando claro e especificado.
4) Ao descrever como iniciar o diálogo, Bohme (1991) afirmam que a interrupção é uma parte importante do diálogo. Ouvir os restantes participantes é uma fase obrigatória do processo. Durante estas reuniões, todos os participantes devem estar livres de preconceitos e abertos à compreensão e ao reconhecimento de novas perspectivas. Os encontros de diálogo inter-religioso são uma excelente forma de aprender acerca das diferentes religiões e dos diferentes pensamentos.
 5) A não esquecer que, nestes encontros, reunimo- -nos como pessoas e não como sistemas de crenças, e que os mesmos nos proporcionam uma oportunidade incrível para aprender, debater e entender outras religiões do mundo deveria conduzir a um conhecimento e a uma melhor compreensão recíproca e ao intercâmbio dos valores mútuos como um enriquecimento da própria fé e da fé dos outros» (Cosijns e Braybrooke, 2008). Contudo, um problema ou erro praticado nestes encontros não deve ser usado para generalizar quanto a um sistema concreto de crenças. Kurucan (2006) afirma que, quando falamos de diálogo inter-religioso, «referimo-nos ao diálogo de pessoas de diferentes religiões». Assim sendo, as pessoas presentes nestas reuniões não devem ser vistas como categorias ou como únicos representantes das suas religiões, mas sim como pessoas individuais, com as suas virtudes e defeitos, como todos nós.
 6) O diálogo inter-religioso tem como objetivo encontrar soluções para os problemas do mundo e das restantes pessoas, centrando-se nas similitudes entre os sistemas de crenças e não nas diferenças e em questões polêmica.
 7) Smock (2002) afirma que um único encontro inter-religioso pode não ser muito útil, pelo que devem existir algumas sessões de acompanhamento para a compreensão dos benefícios que podem advir de tais encontros.
8) Além disso, é também uma boa oportunidade para aprender sobre as práticas religiosas dos demais participantes, verificar as diferenças entre as respectivas compreensões e ter imenso cuidado com essas diferenças durante o processo de diálogo. Crowley (2006) afirma que a determinação da estase – das partes em que as idéias dos intervenientes diferem – é uma parte importante da discussão pública. No diálogo inter-religioso é importante estar consciente da estase, de modo a não ofender os restantes participantes.
9) Não existe exclusividade e nem sincretismo. Abu-Nimer (2007) afirma que, nos diálogos inter-religiosos, religião alguma deve ser excluída. Fazê-lo representaria uma desvantagem enorme para o sucesso do diálogo inter-religioso. Destaca também que, a tentativa de sincronizar todas as religiões numa única, pode ser tão perigoso como excludente. Conforme dito anteriormente, é de extrema importância aceitar todas as religiões e as pessoas religiosas dentro do seu próprio sistema de crenças.
10) O diálogo apenas pode acontecer em termos de igualdade. Se um grupo religioso vê outro como inferior ou superior, o diálogo não poderá ocorrer, por não permitir o intercâmbio e o entendimento entre grupos, que é o objetivo principal de qualquer diálogo inter-religioso. O diálogo inter-religioso é um assunto importante no mundo globalizado. Pessoas de diferentes religiões convivem neste mundo interligado, enfrentando atualmente inúmeros problemas. Este grupo inter-religioso é crucial para um mundo em que «todos os dias, quase 16.000 crianças morrem de causas relacionadas com a fome. Isso “significa uma criança a cada cinco segundos» (www.bread.org). O papel do diálogo inter-religioso para a solução destes problemas não pode ser subestimado. Smock (2002) refere que «embora a religião possa e deva contribuir para a resolução de conflitos violentos, pode ser um poderoso fator na luta pela paz e pela reconciliação.
Fonte:Reflexões Islâmicas - nº. 387 - www.islao.pt /www.alfurqan.pt — alfurqan2011@gmail.com — tlm. 96 545 96 46

quarta-feira, fevereiro 05, 2020

Quem é o Profeta Muhammad?

Muhammad (SAWS), que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, é o homem amado por mais de 1,7 bilhões de muçulmanos. É o homem que nos ensinou paciência em face de adversidade e a viver nesse mundo, mas buscar a vida eterna. Foi ao profeta Muhammad que Deus revelou o Alcorão. Junto com esse Livro de orientação Deus enviou o profeta Muhammad, cujo comportamento e altos padrões morais são um exemplo para todos nós. A vida do profeta Muhammad foi o Alcorão. Ele o compreendia, amava e viveu sua vida baseado em seus padrões. Ensinou-nos a recitar o Alcorão, a viver de acordo com seus princípios e a amá-lo. Quando os muçulmanos declaram sua fé no Deus Único, também declaram sua fé de que Muhammad é o servo e mensageiro final de Deus. 

Quando um muçulmano ouve o nome de Muhammad (SAWS) ser mencionado, pede a Deus que envie bênçãos sobre ele. O profeta Muhammad (SAWS) era um homem, um ser humano como qualquer outro homem, mas seu amor pela humanidade o destaca. Os muçulmanos amam o profeta Muhammad (SAWS), mas seu amor por nós faz dele um homem como nenhum outro. Ansiava pelo Paraíso não apenas para si mesmo, mas também para todos nós. Chorava não apenas por si mesmo, mas por sua Ummah1 e pela humanidade. 

Frequentemente era ouvido dizendo: “Ó Deus, minha Ummah, minha Ummah”. Os muçulmanos também acreditam nos mesmos profetas mencionados nas tradições judaicas e cristãs, incluindo Noé, Moisés, Abraão e Jesus e acreditam que todos os profetas vieram com a mesma mensagem – adorar somente a Deus, sem parceiros, filhos ou filhas. Há uma diferença, entretanto, entre todos os outros profetas e o profeta Muhammad (SAWS). Antes de Muhammad (SAWS) os profetas eram enviados para um povo em particular em lugares e períodos particulares. Muhammad (SAWS), entretanto, é o profeta final e sua mensagem é para toda a humanidade. 

Deus nos diz no Alcorão que Ele enviou o profeta Muhammad (SAWS) como uma misericórdia para a humanidade. “E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade, gênios e tudo que existe.” (Alcorão 21:107) .Deus não disse que Muhammad foi enviado para o povo da Arábia, para os homens ou para as pessoas do século 7. Deixou claro que o profeta Muhammad (SAWS) era um profeta como nenhum outro, cuja mensagem seria propagada amplamente e seria aplicável em todos os lugares e em todas as épocas. 

Os muçulmanos o amam, o respeitam e o seguem. Eles o têm em tão alta estima que para muitos é emocionalmente doloroso ver ou ouvir que seu amado mentor é ridicularizado ou desrespeitado. A tradução da palavra árabe Ummah é nação, mas significa mais que um país com fronteiras. É uma irmandade de homens, mulheres e crianças unidos em seu amor pelo Deus Único e sua admiração por Muhammad (SAWS), o profeta de Deus. Ao longo da história e em todo o mundo os não-muçulmanos demonstraram grande respeito e honra ao profeta Muhammad (SAWS) e ele é considerado influente tanto em questões religiosas quanto seculares. Mahatma Gandhi o descreveu como escrupuloso em relação a promessas, intenso em sua devoção aos amigos e seguidores, intrépido, destemido e com absoluta confiança em Deus e em sua própria missão. 

O profeta Muhammad (SAWS) ensinou o Islã como uma forma de vida, fundou um império, estabeleceu um código moral e instituiu um sistema legal que foca no respeito, tolerância e justiça. O que há no profeta Muhammad (SAWS)  que inspira tanta devoção? Sua natureza gentil e amável, sua bondade e generosidade ou sua habilidade de ter empatia com toda a humanidade? Muhammad (SAWS) era um homem altruísta que devotou os últimos 23 anos de sua vida ensinando seus companheiros e seguidores como adorar Deus e respeitar a humanidade. 

O profeta Muhammad (SAWS) era totalmente ciente de quanta responsabilidade lhe tinha sido confiada por Deus. Foi cuidadoso em ensinar a mensagem da forma como Deus havia prescrito e alertou seus seguidores para não o adularem da forma como Jesus, filho de Maria foi adulado. 

Os muçulmanos não adoram o profeta Muhammad (SAWS), porque entendem que é apenas um homem. Entretanto, é um homem que merece nosso profundo respeito e amor. O profeta Muhammad (SAWS) amou tanto a humanidade que chorava e temia por ela. Amou sua Ummah com devoção tão profunda que Deus destacou a profundidade de seu amor por nós no Alcorão. “Chegou-vos um Mensageiro de vossa raça, que se apieda do vosso infortúnio, anseia por proteger-vos, e é compassivo e misericordioso para com os crentes.” (Alcorão 9:128) . 

O profeta Muhammad (SAWS), nos ensinou a amar e obedecer a Deus. Ensinou-nos a sermos gentis uns com os outros, respeitar nossos (Saheeh Al-Bukhari)  idosos e cuidar de nossas crianças. Ensinou-nos que era melhor dar que receber e que cada vida humana merece respeito e dignidade. Ensinou-nos a amar para nossos irmãos e irmãs o que amamos para nós mesmos. O profeta Muhammad (SAWS) nos ensinou que famílias e comunidades são essenciais e destacou que direitos individuais, embora importantes, não são mais importantes que uma sociedade estável e com moral. Ensinou-nos que homens e mulheres são iguais aos olhos de Deus e que nenhuma pessoa é melhor que outra, exceto em relação à sua piedade e devoção a Deus. 

Quem é o profeta Muhammad (SAWS)? Simplesmente é o homem que se apresentará perante Deus no Dia do Juízo e implorará a Deus que tenha misericórdia de nós. Intercederá por nós. Os muçulmanos o amam porque é o servo e mensageiro de Deus, uma misericórdia para a humanidade e sua bondade e devoção à humanidade não têm precedentes.

Fonte: www.islamreligion.com 

sábado, fevereiro 01, 2020

OS 4 CAMINHOS PARA A FELICIDADE E PARA O PARAÍSO - 1ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Allah).
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Allah, o Beneficente e Misericordioso).

Alhamdulillah! Louvado é Allah, que criou o homem através do barro, lhe ensinou e lhe deu a inteligência para distinguir o bem do mal. Louvado é Allah que colocou nos corações dos crentes a bondade e a misericórdia. Felizardos os que procuram os caminhos para o Paraíso. Bênçãos para o último mensageiro Muhammad Salalahu Aleihi Wassalam. A Paz de Allah esteja com todos os Profetas e com todos os crentes. Ameen.

Existem muitos caminhos para a felicidade, para a tranquilidade do coração e que nos conduzem para o Paraíso. Encontramos muitas recomendações no Sagrado Cur’ane e nos ensinamentos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). 

Abdullah Ibn Salam (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ó humanos, (1) difundi a saudação da paz! (2) dai de comer, (3) mantenham os laços familiares e (4) rezai enquanto dormem as pessoas! Deste modo entrareis em paz no Paraíso”. Tirmizi.

1 - DIFUNDIR A SAUDAÇÃO.

Uma das fantásticas manifestações de fraternidade humana, entre os crentes e mesmo entre pessoas desconhecidas, é espalhar a Paz, com a saudação “Assalamo Aleikum – Que a Paz de Allah esteja contigo”. Porque Allah é As - Salaam – a Paz e a Perfeição; Allah dá a Paz e a Segurança. Iniciamos as nossas preces com Allahuma Antas-Salamu – Ó Allah (na verdade), Tu és a Paz. Com o cumprimento da Paz, desejamos ao nosso semelhante o melhor da paz, a Paz de Allah. Um verdadeiro duah de um crente para o outro. Cumprimentar, é um meio para nos libertarmos do orgulho, da arrogância, da desconfiança e do desprezo que às vezes sentimos pelos outros. Quem tomar a iniciativa de ser o primeiro a saudar, liberta-se destes maus sentimentos, eleva o seu carácter e purifica o seu coração. “Quando fordes saudados, retribuí com uma saudação melhor, ou pelo menos igual, porque Allah leva em conta todas as coisas”. Cur’ane 4:86. Os Abdur Rahman - os pacificadores, os servos do Misericordioso, “… são aqueles que andam pela terra e quando os ignorantes (provocadores) lhes falam, dizem Salaama (Paz)”. Cur’ane 25.63.

O Islam é mesmo isso, é a Paz, é Salam, é o cumprimento caloroso entre os crentes, é a protecção mútua. Ao cumprimentarmos alguém com Assalamo Aleikum – Com a Paz de Allah, estamos a comprometer-nos de que da nossa parte nada o afectará, senão o bem. O Paraíso é referido por Dur us Salaam, porque é um lugar de paz, de alívio de todas as nossas preocupações, sem doenças, fome, guerras, onde nos sentiremos eternamente em segurança. “Allah convoca à morada da Paz”. Cur’ane 10:25. Allah os cumprimentará com a Palavra de Paz. “Paz! Eis como serão saudados por um Senhor Misericordiosíssimo”. Yacin 36:58.

2 - DAR DE COMER.

Outra manifestação de solidariedade e de fraternidade entre os humanos é a partilha de alimentos entre a família, amigos, desconhecidos e necessitados, sem esperar qualquer tipo de agradecimento. Quem assim o faz aumenta a amizade, liberta-se da avareza e ganha a Satisfação do Criador, o Sustentador dos mundos. “E por amor a Allah, alimentam o pobre, o órfão e o cativo, (dizendo): o estamos fazendo apenas por amor a Allah. Não esperamos de vocês nenhuma recompensa ou agradecimento”. Cur’ane 76. 8 e 9.

A partilha de alimentos não parte não só do abastado para o necessitado. A fraternidade também existe nos corações dos pobres que gostam de partilhar o pouco de têm para os que estão abaixo do seu nível de pobreza e também para os que estão acima deles. Seguem as recomendações do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) quando disse ao seu companheiro pobre: “Ó Abu Dharr, quando preparares algum caril, lembra-te dos membros da família do teu vizinho, adicione água e ofereça uma parte como presente, com cortesia”. Muslim. O último Profeta enviado para a humanidade (Salalahu Aleihi Wassalam), referiu em poucas palavras o elevado estatuto perante Allah, de quem tem o hábito de partilhar com o seu semelhante: “A MÃO DE CIMA É MELHOR DO QUE A MÃO DE BAIXO”. SubhanaAllah.

Os crentes (ricos e pobres) gostam de ter os seus familiares e amigos reunidos à volta da mesa, para partilharem uma refeição. Os companheiros do Profeta (Radiyalahu an hum) também tinham por hábito a partilha dos poucos alimentos que tinham. Numa ocasião depois do iftar oferecido por Saad Ibn Ubada, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) fez o seguinte duah: “Aqueles que jejum, quebraram o jejum contigo, os virtuosos comeram do teu alimento e os anjos suplicaram por ti”. Abu Daoud. O Profeta Ibrahim, o Mensageiro de Allah (Aleihi Salam), gostava sempre de receber pessoas, mesmo estranhas, oferecendo-lhes alojamento e alimentação. Uma vez recebeu três viajantes e apressou-se a preparar alimentos para comerem todos juntos. Mas viu com tristeza que os viajantes não tocaram na comida. Foi quando eles lhe disseram que eram anjos, que se apresentavam na forma de humanos e que iam a caminho para cumprirem ordens de Allah, para destruírem Sodoma pelos pecados cometidos.

Allahumma inna nas alukal jannata wa na udhubika minan naar. Ó Allah peço-Te o Jannat e a Tua Protecção contra o fogo (do inferno).

In Sha Allah continua na próxima semana.

Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
30/01/2020

quarta-feira, janeiro 29, 2020

No coração do Islã reside a crença em Deus.

O coração da crença islâmica é testemunhar a frase, La illaha illa Allah, “Não existe verdadeira deidade merecedora de adoração exceto Deus.” O testemunho a essa crença, chamada tawhid, é o eixo em torno do qual todo o Islã revolve. Além disso, é o primeiro dos dois testemunhos através dos quais uma pessoa se torna muçulmana. Se empenhar após a compreensão dessa unicidade, ou tawhid, é o coração da vida islâmica.

Para muitos não-muçulmanos, o termo Allah, o nome árabe de Deus, se refere a alguma deidade distante e estranha adorada pelos árabes. Alguns até pensam que seja algum “deus-lua” pagão. Entretanto, em árabe, a palavra Allah significa o Único Verdadeiro Deus. Inclusive, os judeus e cristãos árabes se referem ao Ser Supremo como Allah.

Encontrar Deus

Filósofos ocidentais, místicos orientais e os cientistas de hoje tentam alcançar Deus a seu próprio modo. Os místicos ensinam sobre um Deus que é encontrado através de experiências espirituais, um Deus que é parte do mundo e reside dentro de Sua criação. Os filósofos gregos buscam Deus através da razão pura e com freqüência falam de um Deus como um Relojoeiro sem interesse em Sua criação. Um grupo de filósofos ensina o agnosticismo, uma ideologia que mantém que não se pode provar ou negar a existência de Deus. Falando de forma prática, um agnóstico afirma que ele deve ser capaz de compreender Deus diretamente, de modo a ter fé. Deus disse:

E aqueles destituídos de conhecimento dizem: ‘Por que Deus não fala conosco ou por que um sinal [milagroso] não nos é mostrado?’ O mesmo disseram os que vieram antes deles, Seus corações são todos iguais.” (Alcorão 2:118)

O argumento não é nada novo; as pessoas no passado e no presente têm levantado a mesma objeção.

De acordo com o Islã, a forma correta de encontrar Deus é através dos ensinamentos preservados dos profetas. O Islã afirma que os profetas foram enviados pelo próprio Deus através das eras para guiar os seres humanos até Ele. Deus diz no Alcorão Sagrado que o caminho correto para a crença é refletir sobre os Seus sinais, que apontam para Ele:

“De fato, Nós fizemos todos os sinais evidentes para os dotados de certeza interior.” (Alcorão 2:118)

A menção do trabalho de Deus ocorre com freqüência no Alcorão como o ponto da revelação divina. Qualquer um que veja o mundo natural em toda a sua maravilha com olhos e coração abertos verá os sinais inconfundíveis do Criador.

Dize: Percorra toda a terra e veja como [maravilhosamente] Ele criou [o homem] primeiramente: e conseqüentemente, também, Deus o trará à vida pela segunda vez – porque, verdadeiramente, Deus tem poder de desejar qualquer coisa.” (Alcorão 30:20)

O trabalho de Deus também está presente dentro do indivíduo:

E na terra existem sinais [da existência de Deus, visíveis] para todos aqueles dotados com certeza interior, assim como [existem sinais] dentro de vós: não os enxergais?” (Alcorão 51:20-21)

_*Sob a autoridade de Abu Hurayrah (que Allah esteja satisfeito com ele), quem disse que o Mensageiro de Allah (ﷺ) disse:*_

_*Allah disse: Os filhos de Adão investem contra as vicissitudes do tempo, e eu sou o tempo, na minha mão está como a noite e o dia. Como o Todo-Poderoso é o Ordenador de todas as coisas, investigar os infortúnios que fazem parte do Tempo é o mesmo que investigar contra Ele.*_

Foi relatado por (al-Bukhari Muslim).

sábado, janeiro 25, 2020

“Mesquitas móveis” divulgarão o Islão nos Jogos Olímpicos de Tóquio

“Esperamos fornecer um lugar onde os atletas e turistas possam rezar”, explica o chefe do projeto"

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

Em 2020, Tóquio será a sede do maior evento desportivo do mundo (1). Durante as Olimpíadas e Paraolimpíadas no Japão, milhares de pessoas de todo o mundo irão viajar para o país e torcer de perto pelos atletas. Pensando nisso, mais de uma organização islâmica está a produzir “mesquitas móveis” que serão estacionadas em lugares estratégicos da cidade. 50 países muçulmanos participarão do evento, além de centenas de atletas muçulmanos de outras nações. Adaptadas em caminhões Toyota climatizados, cada uma custa US$ 900 mil e pode receber 50 pessoas de cada vez. 

O objetivo seria oferecer um local para as cinco orações diárias dos muçulmanos (SALAAT) e como centro de divulgação do Islão. A sala de oração, além de ser forrada com os tapetes tradicionais, terá cópias do Alcorão disponíveis e uma bússola que aponta para a Meca. “Esperamos fornecer um lugar onde os atletas e turistas possam rezar”, explica o chefe do projeto, 

A sua empresa foi quem consultou as autoridades islâmicas e teve o projeto aprovado. Ele não revelou quem está a pagar pelos caminhões. A população Islâmica no Japão é muito pequena. Calcula-se que sejam em torno de 185.000 dentre os 127 milhões de habitantes do país. 

O Comitê Olímpico Internacional decidiu, está decidido. A maratona dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no próximo ano, não se irá realizar na capital japonesa, mas sim na cidade de Sapporo, no norte do país, apesar do desacordo das autoridades locais. A decisão foi motivada pelo calor e humildade que se fizeram sentir durante a prova de teste para os Jogos, efetuada em meados de Setembro, sendo que se preveem condições ainda mais difíceis durante o mês de Agosto, no qual se irão disputar as duas maratonas. A decisão também abrange as provas de marcha atlética. https://pt.euronews.com/2019/11/01/maratona-de-toquio2020-nao-sera-na-capital-japonesa.

Obrigado. Wassalam (Paz).
M. Yiossuf Adamgy
Diretor da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

terça-feira, janeiro 21, 2020

Allahu Akbar: O que realmente significa

É uma reivindicação Islamofóbica muito comum de que a frase “Allahu Akbar” é o “grito de guerra muçulmano.” Essas baseiam essa afirmação no fato de que muitos extremistas muçulmanos gritam “Allahu Akbar” antes de seus atos de barbárie. Na verdade, isso acontece de fato. No entanto, nada poderia estar mais longe da verdade.


Em primeiro lugar, a frase “Allahu Akbar” significa “Deus é o Maior.(Não existe nada comparável a Ele) Essa frase não era o grito islâmico de guerra no tempo do Profeta Muhammad ﷺ, embora seja quase certo que muitos muçulmanos tenham usado a frase dessa maneira. De fato, em muitos dos protestos da Primavera Árabe, os manifestantes desarmados, pacíficos, gritaram muito a frase “Allahu Akbar”, ao serem baleados por forças de seguranças.

“Allahu Akbar” é  apenas uma frase; é um modo de vida. Isso significa que Deus é maior do que qualquer outra coisa na Terra, seja a opressão de um tirano cruel matando seu próprio povo ou maior que seus próprios caprichos e tentações.

Antes do muçulmano entrar na oração, ele deve proferir “Allahu Akbar” em voz alta. Uma vez que ele faz isso, ele entra na Presença Divina. Isso porque, naquele momento, ele deixa o mundo inteiro para trás, a fim de oferecer a oração ritual. Assim, “Deus é o Maior”. No curso de um dia, os muçulmanos vão pronunciar essa palavra, “Allahu Akbar”, pelo menos dezessete vezes, uma para cada ciclo de oração ritual. No entanto, existem muitos muçulmanos que proferem com suas bocas “Deus é o Maior”, e suas ações desmentem essas palavras sagradas.

Pegue por exemplo os extremistas bárbaros que matam em nome de Deus. Se eles gritam “Deus é o Maior” em comemoração à um ataque que mata seres humanos inocentes, eles se encontram em sua pior forma. Seu ato de assassinato declara precisamente que Deus não é maior que eles. Pois, se Deus fosse realmente o maior, eles não prejudicariam qualquer vida inocente. Se um comerciante muçulmano reza cinco vezes por dia e profere “Allahu Akbar” dezessete vezes, mas engana seus clientes, então Deus não é verdadeiramente o maior para esse comerciante. Se um cidadão muçulmano sonega, por exemplo, sua declaração de imposto de renda, então Deus não é verdadeiramente o maior para esse cidadão.

De fato, os atos rituais de adoração são conectados diretamente ao caráter do crente. Leia este relato Profético (relatado na compilação Muslim):

O Mensageiro de Deus ﷺ perguntou: “Você sabe quem são os falidos?” Eles disseram: “Alguém sem dinheiro ou bens está falido.” Assim, o Profeta ﷺ disse: “Os falidos são os da minha nação que vêm no Dia da Ressurreição com a oração, jejum e caridade, mas vêm também com um insulto, difamação, consumo de riquezas, derramamento de sangue e agressão a outros. Cada um deles receberão a partir de suas boas ações; se suas boas ações acabarem antes das suas más ações serem liquidadas, suas más ações serão lançadas sobre eles, então eles serão jogados no fogo do inferno.”

Todas essas boas obras, feitas em gratidão a Deus pelo seu eterno e infinito amor por nós, não vai significar nada no Dia do Juízo, se não forem acompanhadas de um bom caráter. Pois, se Deus for realmente o maior a alguém, então ele não tratará as criações de Deus – a humanidade, os animais e o mundo natural – com desprezo e brutalidade.

Pode ser difícil às vezes fazer a coisa certa. No entanto, esse é o verdadeiro significado da Jihad: a luta para superar as nossas próprias tentações e caprichos, a fim de fazer o que Deus quer de nós. Mas fazemos isso precisamente porque “Allahu Akbar”: Deus é o Maior, jamais gerou ou foi gerado e ninguém e nada é comparável a Ele.

quarta-feira, janeiro 15, 2020

O Islam e a Clonagem Humana


Deus, Exaltado seja, diz na Surata das Mulheres, versículos 118-119: "(Satanás) disse: Juro que me apoderarei de uma parte determinada dos Teus servos, aos quais desviarei, fazendo-lhes falsas promessas. Ordenar-lhes-ei cortar as orelhas do gado e os incitarei a desfigurar a criação de Allah! Porém, quem tomar Satanás por protetor, em vez de Allah, sofrerá uma perda manifesta." 

Prezados irmãos: O nosso tema de hoje versará sobre um assunto polêmico, que está causando discussões em todo o mundo e que vai dar muito pano pra manga. É a clonagem animal, ou seja, fazer cópia dos animais.

O que levou os cientistas a pensarem na eugenia? São as doenças hereditárias. Hoje sabemos que existem mais de 5000 doenças hereditárias. A ideia da clonagem não é recente, pois Platão, em sua República, pregava a eugenia, ou a melhora da raça, ideia esta criticada pelos próprios discípulos do famoso filósofo grego. No final do século passado, o inglês Dalton, primo de Charles Darwin, na Inglaterra, surge com a mesma ideia, pretendendo a melhoria do homem inglês e foi apoiado por muitos políticos, inclusive Churchil. O estudo das doenças hereditárias era muito novo. Os americanos através de Dalwin Port compararam a ideia e a colocaram em prática, começando a castrar todo homem que tivesse um defeito qualquer. Port dizia que todas as pessoas provenientes do sul da Europa eram uma raça inferior e os americanos precisavam proteger o plasma germinativo dos americanos. 

Há registro de aproximadamente 80.000 pessoas que sofreram castração, nos Estados Unidos, mesmo aqueles cujo defeito era em consequência de acidente de aviação ou de trabalho e não congênito, ou por ter má aparência. Hitler, em 1937, prestou um grande serviço aos ingleses e americanos, pois a concretização de seu sonho de super-raça fê-lo criar tribunais de hereditariedade, presididos por médicos, que examinavam as pessoas e os neutralizavam, quer através da castração, quer através da eliminação. Cometeu-se tanta barbaridade nesse campo, que ninguém mais falou em eugenia até o final da guerra. 

A eugenia, ou a melhora de raça, volta a baila em 1994 com a publicação do livro Bel Care nos Estados Unidos, onde afirma categoricamente que os negros são uma raça inferior e não se deveria desperdiçar dinheiro com eles, oferecendo-lhes estudos universitários. Seu papel deveria se restringir apenas às atividades inferiores como garis, subalternos, etc.. Portanto, a eugenia é obra de europeus e americanos que, levados por sua prepotência e pretensão, achavam que eram uma raça superior e intencionavam e intencionam eliminar as outras raças. No Congresso da Família de 1995, promovido pelas Nações Unidas no Cairo, foram abordados os mesmos temas abordados em 1920/30 quanto à melhoria da raça, dos casamentos coletivos, da liberdade total das relações sexuais, da legalização do aborto, etc..

Que raça os ocidentais haveriam de considerar superior para suas pesquisas? Evidentemente, a deles.

Com a clonagem de dolly pelo cientista escocês, Ian Wilmut, utilizando um processo diferente do natural e eliminando o DNA da mãe, o cientista clonou uma ovelha, cópia fiel da outra de quem foi extraida a célula mamária utilizada para a clonagem. Como a experiência deu certo com animal, os cientistas acham que o próximo passo será a clonagem humana. Assim, a eugenia volta às manchetes e a polêmica recomeça. Podemos aqui questionar uma série de fatores, baseados em suposições e conjecturas, pois a clonagem humana ainda não aconteceu.

E tudo que se faz são suposições. Alguns cientistas afirmam que irá acontecer dentro de 10 anos, outros afirmam que não acontecerá nunca. Nós somos meros expectadores, não tendo nenhuma influência no processo. Não podemos intervir no desenrolar dos acontecimentos. Se americanos e ingleses proibiram a clonagem humana, os japoneses disseram que não iriam fazê-lo. Por outro lado, quem pode controlar as atividades dos cientistas? Quem proíbe o cientista, em seu laboratório, de proceder a seu bel prazer e concretizar a clonagem humana? Suponhamos, pois continuamos no campo das suposições, que a clonagem fosse feita, que seria da cópia? quem seria seu pai? quem seria sua mãe? Se houvesse algum problema com o clone quem seria o responsável por ele? As primeiras experiências talvez não tivessem degenerações, mas se o número fosse crescendo e atingisse os milhões? As degenerações forçosamente iriam aparecer. A raça humana iria dobrar. E quem seria clonado? Evidentemente, seria alguém de "raça superior" ou uma Miss Universo! Isso criaria condições para banco de células. A miss ou o super dotado iria cobrar fortunas pelas suas células. E a clonagem seria apenas para os abastados. Passaríamos a ter sementes humanas comerciáveis como mercadoria e seríamos produzidos industrialmente. Vejo a cena de dois amigos, um deles viajando para os Estados Unidos; o outro lhe pede: "Vê se me traz algumas sementes humanas!" Por outro lado, a mulher, como mera recipiente na questão, pois o seu papel é apenas alimentar o clone, sem participar na sua formação cromossômica, seria apenas a máquina para a produção, sem ter a responsabilidade de cuidar do clone, pois não seria o filho dela. Iriam pegar, por exemplo, mulheres russas, que estão com a taxa de desemprego altíssima, tendo de recorrer à prostituição para sobreviver, alugá-las para produzir clones.

Além disso, temos a tendência de gostar mais de meninos do que de meninas. Então, vamos apenas clonar homens e assim, causaríamos o desequilíbrio na balança dos sexos.

Por outro lado, que pai teria coragem de deixar a sua filha casar com um clone? "Sou um clone e quero casar com a sua filha!" Percebe-se a complicação disso só na análise de alguns fatores.

Vemos hoje que várias tendências estão sendo adotadas no campo científico. Devido às letais doenças transmissíveis através da transfusão de sangue, está-se recorrendo ao expediente de o próprio paciente, antes da intervenção cirúrgica, reservar o seu próprio sangue para ser utilizado na cirurgia.

Há alguns anos atrás uma australiana ficou grávida apenas para ter mais uma filha que pudesse doar a sua medula óssea à sua irmã, que sofria de uma doença grave. É a fabricação de peças de reposição, como se o ser humano fosse um automóvel ou uma máquina qualquer.

No caso de transplante, há uma tendência da proibição de sua internacionalização. A Inglaterra, por exemplo, proibiu o transplante de não inglês em seus hospitais. Os americanos estão a um passo de adotarem a mesma medida. Eles serão seguidos por todos os países do primeiro mundo. Quando isso acontecer, os países do terceiro mundo, por não investirem em pesquisa, ficariam desprovidos de meios para a utilização da técnica para seus cidadãos.

Os países do primeiro mundo, com seus investimentos em pesquisa no campo da saúde e da engenharia genética, poderão chegar, amanhã, a fazer o rim, o coração, o fígado, etc., necessários para o transplante.

Onde ficariam os muçulmanos nesse caso? Deveriam participar ou não das pesquisas nesse campo? Se não o fizerem, irão negligenciar a saúde de seus irmãos e torná-los dependentes dos não-muçulmanos.

Essas pesquisas, porém, devem ser controladas, seguirem preceitos e normas islâmicas, para que não caiamos na prática do Haram. Os nossos ulamá devem determinar o limite, a linha vermelha onde os nossos cientistas podem chegar, com exatidão, com esclarecimento, com justificação.

Quanto à clonagem, mesmo sendo uma suposição, por ser uma interferência na criação de Deus, por fugir totalmente do método determinado por Ele para a procriação, por gerar a mistura incontrolável de descendência, o desequilíbrio natural é, religiosa, jurídica e moralmente haram, e deve ser condenada por todos os muçulmanos do mundo.

A ciência está trilhando caminhos muito perigosos que nos farão sofrer uma perda manifesta, como o Alcorão nos admoesta.

Que Deus nos oriente para a senda reta e nos faça ver o certo como certo e nos faça segui-lo e nos faça ver o errado como errado e nos afaste dele. Amém.


A Contribuição dos Muçulmanos as Ciências e as Artes

Quanto mais ciência há, tantos mais especialistas são necessários, entre os historiadores, para descrever adequadamente as contribuições muçulmanas a em cada ramo, e para colaborar, na compilação de uma análise em geral, sobre este vasto tópico, longe de pretender tratar dele adequadamente, faremos aqui, uma tentativa de fornecer informações de caráter geral, com relação ao papel desempenhado pelos muçulmanos, no desenvolvimento das diversas ciências e artes.


Atitude Geral


O Islam é uma concepção abrangente de vida, e não apenas uma religião, que descreve as relações entre o homem e o seu Criador, torna-se necessário, portanto, primeiramente, relatar, em linhas gerais, a sua atitude para com a ciências e as artes.

Longe de desencorajar uma vida de bem estar neste mundo, o Alcorão Sagrado expressa, repetidamente, fatos como este:
''Dize-lhes: Quem pode proibir as galas de Deus e o desfrutar os bons alimentos que Ele preparou para Seus servos? Dize-lhes ainda: Estas coisas pertencem aos que creem, durante a vida neste mundo; porém, serão exclusivas dos crentes, no Dia da Ressurreição. Assim elucidamos os versículos aos sensatos. '' (Alcorão Sagrado 7º surata, versículo 32)

Ele louva aqueles que:


''Ó Senhor nosso, concede-nos a graça deste mundo e do futuro, e preserva-nos do tormento infernal!''(Alcorão Sagrado 2º surata, versículo 201)



Ele ensina a humanidade:


''Mas procura, com aquilo com que Deus te tem agraciado, a morada do outro mundo; não te esqueças da tua porção neste mundo, e sê amável, como Deus tem sido para contigo, e não semeies a corrupção na terra, porque Deus não aprecia os corruptores.'' (Alcorão Sagrado 28º surata, versículo 77)

É essa busca pelo conforto que atrai o homem ao conhecimento, de maneira tão perfeita quanto possível, de tudo o que existe no universo, de modo a usufruir de todos os seus benefícios, e, por elas, ser grato a Deus, diz Deus no Alcorão Sagrado:

''Temo-vos enraizado na terra, na qual vos proporcionamos subsistência. Quão pouco agradeceis! '' (Alcorão Sagrado 7º surata, versículo 10)

''E nela vos proporcionamos meios de subsistência, tanto para vós como para aqueles por cujo sustento sois responsáveis. '' (Alcorão Sagrado 15º surata, versículo 20)

E ainda:

''Ele foi Quem vos criou tudo quando existe na terra; então, dirigiu Sua vontade até o firmamento do qual fez, ordenadamente, sete céus, porque é Onisciente.'' (Alcorão Sagrado 2º surata, versículo 29)

E também:

''Porventura, não reparais em que Deus vos submeteu tudo quanto há nos céus e na terra, e vos cumulou com as Suas mercês, cognoscíveis e incognoscíveis? Sem dúvida, entre os humanos, há os que disputam nesciamente acerca de Deus, sem orientação ou Livro lúcido algum.''
(Alcorão Sagrado 31º surata, versículo 20)

E diz:

''Deus foi Quem criou os céus e a terra e é Quem envia a água do céu, com a qual produz os frutos para o vosso sustento! Submeteu, para vós, os navios que, com a Sua anuência, singram os mares, e submeteu, para vós, os rios. Submeteu, para vós, o sole a luz, que seguem os seus cursos; submeteu para vós, a noite e o dia.'' (Alcorão Sagrado 14º surata, versículos 32 e 33)

E diz mais:

''E submeteu, para vós, a noite e o dia; o sol, a lua e as estrelas estão submetidos às Suas ordens. Nisto há sinais para os sensatos. '' (Alcorão Sagrado 16º surata, versículo 12)

E diz mais ainda:

''Não tens reparado em que Deus vos submeteu o que existe na terra, assim como as naves, que singram os mares por Sua vontade? Ele sustém o firmamento, para que não caia sobre a terra, a não ser por Sua vontade, porque é, para com os humanos, Compassivo, Misericordiosíssimo. ''
(Alcorão Sagrado 65º surata, versículo 12)

Por uma lado, o Alcorão Sagrado recorda aos homens o seu dever de adorar a Deus o Único:

''Que os provê contra a fome e os salvaguarda do temor! '' (Alcorão Sagrado 106º surata, versículo 4)


E, por outro, diz-lhes da necessidade de se esforçarem, num modo de causa e efeito:

''De que o homem não obtém senão o fruto do seu proceder?'' (Alcorão Sagrado 53º surata, versículo 39)

O Alcorão Sagrado não somente incita os homens a perseverar em suas buscas:

''Dize-lhes: Percorrei a terra e observai qual foi a sorte daqueles que vos precederam; sua maioria era idólatra.'' (Alcorão Sagrado 30º surata, versículo 42)

Mas também a tentar novas descobertas:

''Que mencionam Deus, estando em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas! Preserva-nos do tormento infernal! ''(Alcorão Sagrado 3º surata, versículo 191).

Quanto ao método de aumentar o conhecimento, é inspirador observar que já na primeira revelação, que veio ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que nasceu entre gente iletrada, havia um mandamento para ler e escrever, em uma alegoria ao cálamo, que é o único meio do conhecimento humano:

''Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.''(Alcorão Sagrado 86º surata, versículos 1 ao 5 )

O Alcorão Sagrado nos lembra também:

''Antes de ti não enviamos senão homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se o ignorais!'' (Alcorão Sagrado 16 º surata, versículo 43)

''Antes de ti não enviamos nada além de homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se o ignorais!'' (Alcorão Sagrado 21º surata, versículo7 ).

Assim como:

''Perguntar-te-ão sobre o Espírito. Responde-lhes: O Espírito está sob o comando do meu Senhor, e só vos tem sido concedida uma ínfima parte do saber.'' (Alcorão Sagrado 17º surata, versículo 85)

E ainda:

''Nós elevamos as dignidades de quem queremos, e acima de todo o conhecedor está o Onisciente.'' (Alcorão Sagrado 12º surata, versículo 76)

E como é bela a oração que o Alcorão Sagrado nos ensina:


''Ó Senhor meu, aumenta-me em sabedoria!'' (Alcorão Sagrado 20º surata, versículo114 )

Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

O Islam está edificado sobre cinco pilares:

Crença em Deus;
A prática das orações;
Zakat.
Jejum;
A peregrinação à casa do Deus Único, a Kaaba;

Se a crença exige o cultivo das ciências teológicas, os demais exigem um estudo das ciências seculares, para a prática das orações, o rosto se volta para a direção de Makka, e a oração deve ser executada por ocasião do acontecimento de determinados fenômenos naturais.

Isto requer o conhecimento de elementos de geografia e de astronomia, o jejum também requer a compreensão de fenômenos naturais, tais como o surgimento da aurora, o por do sol e etc...

A peregrinação exige o conhecimento das rotas e dos meios de transporte para que se possa dirigir-se a Makka, o pagamento do zakat requer o conhecimento da matemática, e para se fazer o cálculo para a distribuição da herança dos mortos.

De modo semelhante, existem necessidades fundamentais para a compreensão dos Alcorão Sagrado à luz dos fatos históricos, citações e referências às ciências nele contidas.

Na verdade, o estudo do Alcorão Sagrado requer, antes de mais nada, um conhecimento da linguagem, na qual está compilado (ciências idiomáticas); as suas referencias aos povos exigem um conhecimento de história e de geografia, e assim por diante.

Lembremo-nos, da maneira como o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), começou uma vida independente, domiciliando-se em Madina, tendo sido o seu primeiro ato a construção de uma Mesquita, com uma parte reservada para o funcionamento de uma escola, a célebre Suffa, que durante o dia, servia como salão de palestras, e durante a noite, como dormitório para os estudantes.

Deus ajuda aqueles que ajudam a causa de Deus, e isto é reafirmando, freqüentemente, no Alcorão Sagrado, não é surpreendente que os muçulmanos tenham a boa sorte de possuir em abundância e a bom preço, papel suficiente para divulgar o conhecimento às massas, desde o século 2 da Hégira, começaram a ser implantadas fábricas de papel por todo o vasto império Islâmico.

Para os objetivos desta breve exposição, iremos fazer referencias somente a umas poucas ciências, para as quais as contribuições dos muçulmanos tem sido particularmente importantes, para toda a humanidade.

As Ciências Religiosas e Filosóficas

As ciências religiosas surgiram, como era natural, com o Alcorão Sagrado, que os muçulmanos receberam como a Palavra de Deus, a Mensagem Divina, endereçada ao homem, o seu exame e compreensão exigiram o estudo das ciências da lingüística, gramática, história, e até das ciências especulativas, entre muitas outras, que geralmente se transformavam em ciências independentes e de grande utilidade.

Enquanto a recitação do texto Sagrado deu origem ao desenvolvimento da ''música'' religiosa do Islam (assunto ao retornaremos mais adiante), a preservação do Alcorão Sagrado levou ao aperfeiçoamento da grafia arábica, não só do ponto de vista da precisão, mas também da beleza gráfica.

Com sua pontuação e vocalização, a escrita arábica é, incontestavelmente, amais precisa, para atender às necessidades desta língua, o caráter universal do Islam requeria o entendimento do Alcorão Sagrado por não árabes, e vemos surgir, aí, uma série de traduções, algumas já na época do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Salman Al Farsi, traduziu trechos do Alcorão Sagrado para o Persa, que existem ainda nos dias de hoje, e o fim deste processo ainda está bem distante.

Deve-se ressaltar que essas traduções foram feitas, unicamente, com o propósito de tornar possível a compreensão do conteúdo, por aqueles que não conhecessem a língua árabe, jamais para o culto, pois, na prática da oração, só se usa a língua árabe.

E o método, adotado por ordem do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi perpetuado, ou seja, a transcrição por escrito e a memorização, ambos a serem feitos simultaneamente.

Cada processo destinava a ajudar o outro, para evitar o esquecimento ou que se cometesse erros, a instituição de métodos jurídicos de verificação aperfeiçoou ainda mais o sistema.

Assim, não bastava, somente, obter uma cópia do Alcorão Sagrado, mas também, lê-la do inicio ao fim, diante de um mestre reconhecido, para que se pudesse obter um certificado de autenticidade, essa prática continua, até os dias de hoje.

Como no caso do Alcorão Sagrado, os muçulmanos também se fixaram nos ditos do Profeta Muhammad, os relatos de seus ditos e atos, tanto público como privados, foram preservados, a preparação de tais memoriais começou já na vida do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pela iniciativa pessoal de alguns dos seus companheiros, e foi continuada após a sua morte, por um processo de coletânea de conhecimentos de primeira mão.

Como no caso do Alcorão Sagrado, em todas essas transmissões fez-se questão da autenticidade, entretanto, os detalhes conhecidos da biografia do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ocupam centenas de páginas, tão grande foi o cuidado de se preservar para a [posteridade dados e documentos precisos.

O aspecto especulativo da fé, particularmente quanto a crença e dogmas, mostra que as discussões, que começaram quando Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ainda estava vivo, tornaram-se, posteriormente, as raízes de diversas ciências, tais como o Kalam (dogmático-escolástica), e o Tsauwuf (místico-espiritualista).

As polêmicas religiosas com os não muçulmanos, introduziram elementos externos, a partir da filosofia grega e hindu, mais tarde, não faltaram aos muçulmanos os seus próprios e grandes filósofos, dotados de originalidade e erudição, como Al Kindi, Al Farabi, Ibn Sina (Avicena), Ibn Rushd (Averróis) e outros.

A tradução, para o árabe, de livros estrangeiros, resultou na feliz circunstâncias de centenas de obras gregas e sânscritos, cujos originais haviam sido perdidos, mas que ficaram preservados em suas versões em língua árabe.

As Ciências Sociais

O papel, desempenhado pelos muçulmanos, no desenvolvimento das ciências sociais têm sido muito importante, uma característica notável da ciência muçulmana é a rapidez com que se desenvolve, o Alcorão Sagrado, foi o primeiro livro, escrito na língua árabe.

Menos de dois séculos mais tarde, essa língua, de beduínos analfabetos, provou ser uma das mais ricas do mundo, tornando-se posteriormente, não só a mais rica do mundo, mas também um idioma internacional, para toda a sorte de ciências.


Sem parar de investigar a causa desse fenômeno, vale lembrar um outro fato, os primeiros muçulmanos foram, em sua maioria árabes; entretanto, com exceção do idioma, que era o repositório da Palavra de Deus e de Seu Mensageiro, eles apagavam muitas facetas da própria personalidade, sob a influência do Islam, de modo a receber, nele, todos os povos, em condições de absoluta igualdade.

Portanto, todos os povos participaram, no progresso das ciências ''islâmicas''; árabes, iranianos, gregos, turcos, abissínios, berberes, indianos e outros povos, que se converteram ao Islam, a sua tolerância religiosa era tão grande, e o apadrinhamento do saber tão perfeito, que cristãos, judeus, masdeístas, budistas e outros colaboravam, com o objetivo de enriquecer as ciências muçulmanas, no domínio literário das suas respectivas religiões, além de outros ramos do conhecimento.

A Lei

Por sua natureza abrangente, a ciência jurídica desenvolveu-se, entre outros muçulmanos, desde o princípio, foram eles os primeiros, no mundo a conceber uma ciência abstrata do direito, separada dos códigos de legislação geral do país.

Os antigos possuíam as suas lei, mais ou menos desenvolvidas e até codificadas, porém faltava, ainda, uma ciência que tratasse da filosofia e das origens do direito, do método de legislação, da interpretação e da aplicação das leis, etc...

E antes do Islam esta ideia nunca tinha se cristalizado, desde o segundo século da Hégira (século 8), começaram a surgir obras islâmicas desse gênero, chamadas de Usul Al Fiquih.

Antigamente, a lei internacional não era, nem internacional, nem era lei; fazia parte da política, e dependia da boa vontade e das intenções dos estadistas, além do que, as suas regras só se aplicavam a um número limitado de estados, geralmente os habitados pelos povos de uma mesma raça,, que seguiam a mesma religião e falavam a mesma língua.

Os muçulmanos foram os primeiros a dar-lhes um lugar definido no sistema jurídico, criando, tanto direitos, como deveres, isto poderá ser observado nas regras da lei internacional que formaram um capítulo à parte, nos códigos e tratados da lei muçulmana, desde o inicio.

O tratado mais antigo que possuímos é o Almajmú, de Zaid Ibn Ali, que morreu em 737, essa obra já contém o capítulo a que nos referimos, além disso, os muçulmanos desenvolveram este ramo de estudos como uma ciência independente, e já em meados do segundo século da Hégira existiam monografias sobre o assunto, todas sobre o título genérico de Siyar.

Um aspecto característico dessa lei internacional é o de que ele não faz qualquer discriminação entre estrangeiros; ela não se refere a interesses muçulmanos, e sim, somente, aos dos estados não muçulmanos de todo o mundo.

Outra contribuição, no domínio jurídico, é a Lei casuística comparada, o surgimento de diversas escolas de direito muçulmano tornou esse tipo de estudo necessário, para relevar as razões das diferenças de interpretação, bem como os efeitos das divergências de princípios sobre uma determinado ponto legal.

A constituição escrita do Estado também foi uma inovação do muçulmanos, alias o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o seu autor, quando ele fundou uma Cidade Estado em Madina, dotou-a com uma constituição escrita, documento este preservado até os dias de hoje.

Ele menciona, em termos precisos, os direitos e as obrigações do chefe de estado, define as unidades constituintes, e também os respectivos setores em matéria de administração, legislação, justiça, defesa, entre outras, ela data do ano de 622 da era cristã.

Na esfera do direito, propriamente dito, aparecem os primeiros códigos, já no principio do segundo século da Hégira, estes dividem-se em três partes principais; culto ou práticas religiosas, relações contratuais de todos os tipos e penalidades.

De acordo com a sua visão abrangente da vida, não havia, no Islam, qualquer distinção entre a Mesquita e o capitólio, a doutrina do Estado ou a lei constitucional faziam parte do culto, uma vez que o chefe do estado era também o chefe do culto religioso.

A Lei internacional fazia parte dos direitos, sendo a guerra colocada no mesmo nível dos atos de pilhagem, pirataria e outras violações de direitos e tratados.

História e Sociologia

A parte muçulmana destas ciências é importante sobre dois aspectos:
da certificação da autenticidade;
da coleção dos detalhes mais variados.

Nascido à plena luz da história, o Islam não precisou depender de lendas ou de folclores, com referencia e informações sobre povos, cada narrativa recebia o valor merecido.

Mas a história corrente do Islam exigia medidas de confiabilidade total, para manter a sua integridade, através dos tempo, a certificação, por testemunhas, fora, antes, uma prerrogativa exclusivas dos tribunais de justiça, os muçulmanos aplicaram-na à história; exigia-se a comprovação de cada relato apresentado.

Se aparecia na primeira geração, após o acontecimento relatado, bastava que houvesse uma única testemunha confiável do evento, já na segunda geração, era necessário citar-se duas fontes sucessivas; ouvi ''A'' dizer que ouviu de ''B'', que viverá na época do evento, contar os detalhes do mesmo.

Na terceira geração, passavam a ser necessárias três fontes de testemunho, e assim por diante, estas referências exaustivas asseguravam a veracidade da corrente de fontes sucessivas, pois tornavam possível recorrer aos dicionários biográficos, que indicavam não somente o caráter dos personagens individualmente citados, mas também os nomes dos seus mestres e do seus principais pupilos.

Este tipo de comprovação existe, não somente em relação à biografia do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mas para todos os ramos do conhecimento, transmitidos de geração para geração.

Os dicionários biográficos são um aspecto característico da literatura histórica muçulmana, os dicionários foram organizados por profissões, cidades, regiões, épocas, etc...

Também foi atribuída grande importância às árvores genealógicas, especialmente as árabes, e o rol de centenas de milhares de pessoas, de alguma importância, pesquisadas, facilita a tarefa do estudioso, que deseje penetrar nas causas subliminares dos acontecimentos.

Quanto a história, propriamente dita, a tendência características das crônicas é a sua universidade, At Tabari, por exemplo, que é um dos primeiros historiadores do Islam, não só inicia os seus volumosos anais com um relato da criação do universo e da história de Adão, mas também fala de outras raças que conheceu em seu tempo, tarefa essa que foi continuado, com ainda maior perseverança, pelos seus sucessores, Al Mas'udi, Ibn Miskhawaih Sa'id Al Andaluzi, Rachiduddin Khan e outros.

É interessante observar que estes historiadores, para começar com At Tabari, iniciaram as suas obras com a discussão de uma concepção do tempo, Ibn Khaldun mergulhou, mais profundamente nessas discussões sociológicas e filosóficas, em seu célebre; ''Prolegômenos à História Universal''.

Já no primeiro século da Hégira, dois ramos da história começaram a se desenvolver independentemente e forem, posteriormente combinados num todo composto.

Um era a história do Islam, que começava pela vida do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e continuava com o período dos califas, o outro, a história não muçulmana, quer a Arábia pré-islâmica ou a países estrangeiros, um claro exemplo disso é a história de Rachiduddin Khan, cuja maior parte falta ainda publicar.

Ela foi elaborada. Simultaneamente, em árabe e em persa, e fala com igual a familiaridade dos Profetas, dos califas, dos papas, bem como dos reis de Roma, da China, Índia, Mongólia, entre outros.

Geografia e Topografia

A geografia de Ptolomeu foi traduzida para o árabe, como também o foram as obras de autores hindus, relatos de viagens aumentavam diariamente, o conhecimento do homem comum, a própria diversidade de informações anulava qualquer possibilidade de chauvinismo, qualquer um era capaz de por tudo o que lhe interessasse à prova, por meios práticos.

O diálogo entre Abu Hanifa (716), e seus discípulos é célebre;

''Certo aluno o perguntou onde ficava o centro da terra e ele respondeu: Exatamente no lugar onde você está sentado.''

Está resposta comprova, sem margem de dúvida, que o orador queria dizer que a terra é redonda.

Os mapas múndi, mais antigos, elaborados pelos muçulmanos, representam a terra em forma circular. A cartografia de Ibn Haukai (975), por exemplo, não apresenta qualquer dificuldade para a identificação do mediterrâneo, próximo as nações do Oriente Médio.

O mapa de Al Idrisi, elaborado para o Rei Rogero da Sicília(1101-1154), surpreende por sua elevada precisão, nele consta até a nascente do rio Nilo, precisamos nos lembrar de que os mapas muçulmanos posicionam o Sul para cima e o Norte para baixo.

As viagens marítimas precisavam de escalas das longitudes e latitudes, tanto quanto do astrolábio e de outros instrumentos náuticos, milhares de moedas muçulmanas, foram descobertas em escavações na Escandinávia, atestam, conclusivamente, a atividade dos caravaneiros muçulmanos da Idade Média.

Ibn Majid, que serviu como piloto de Vasco da Gama até a Índia, fala da bússola como um objetivo já familiar.

Os marinheiros muçulmanos espantam-nos com a sua perícia e ousadia em viagens, de Basra (Iraque) até à China.

As palavras ''Almirante'', ''Cabo'', ''Monsoon" (monção), ''Alfândega'', ''Tarifa'', são todas de origem árabe, e são provas substanciais da influência muçulmana sobre a moderna cultura Ocidental.

Astronomia

A descoberta e o estudo do número de estrelas são reconhecidos como valiosas e inesquecíveis contribuições do muçulmanos, um grande número de estrelas continua a ser conhecido, na línguas ocidentais, pelos seus nomes árabes, e foi Ibn Rushd (Averróis), que reconheceu a existência de manchas na superfície do sol.

A reforma do calendário, feita por Ômar Al Khayyan, precede, de longe, a reforma gregoriana, os beduínos árabes pré-islâmicos já tinham desenvolvido observações astronômicas bastante precisas, não só para se orientarem, nas viagens noturnas pelo deserto, mas também para fazerem observações meteorológicas.

Vários livros conhecidos como Kitab Al Anwa, nos proporcionam provas suficientes da extensão do conhecimento muçulmano, posteriormente, com a tradução de obras hindus, gregas e outras para o árabe, a confrontação das informações divergentes exigiu novas experiências e cuidadosas observações.

Surgiram observatórios em todos os lados, muitos ficaram famosos como o de Ulugh Begh, no reinado do Califa Al Ma'mun, foi medida a circunferência da terra, cuja exatidão é incrivelmente espantosa, compilaram-se obras sobre as marés, o amanhecer, o anoitecer, o arco-íris, e principalmente sobre o Sol e a Lua, e seus movimentos.

Ciências Naturais

A faceta característica deste campo da ciência islâmica é a ênfase devotada à experimentação e à observação, sem prejuízo de idéias preconcebidas, o método muçulmano era bastante singular e formidável, os autores começavam o estudo das ciências preparando-se, através dos dicionários classificados de termos técnicos, que existiam em seus próprios idiomas.

Com extraordinária paciência, eles examinavam todos os livros de poesia e prosa, para extrair todos os termos, com as citações úteis, referentes a cada ramo separado, incluindo anatomia, zoologia, botânica, astronomia, mineralogia, etc...

Cada geração sucessiva revisava as obras dos seus predecessores, de maneira a acrescentar-lhes algo novo, estas simples listagens de palavras, algumas acompanhadas de observações literárias ou anedóticas, provavam ser de imenso valor, quando começava o trabalho de tradução; e raros eram os casos em que se tornava necessário adaptar a palavra ao árabe, ou conservar uma palavra estrangeira.

As palavras usadas na botânica, são características desse processo, exceto pelos nomes de certas plantas, que não existiam no Império muçulmano, não existe um único termo de origem estrangeira; encontravam-se palavras árabes para todos os termos.

A enciclopédia botânica de Ad Dinawari (895), em seis grossos volumes, foi compilada muito antes da primeira tradução, para o árabe, das obras gregas sobre o assunto, Ad Dinawari descreve não apenas o exterior de cada planta, como também as suas propriedades alimentares, medicinais e outras; classifica-as, descreve o seu habitat e fornece outros detalhes.

A medicina teve um extraordinário progresso com os muçulmanos nos ramos da anatomia, da farmacologia, da organização de hospitais e da preparação de médicos, que eram submetidos a exames antes de serem autorizados a exercer a profissão.

Mantendo fronteiras em comum com Bizâncio, com Índia, com a China, e outros países, a arte médica muçulmana e sua ciência, tornaram-se uma síntese do conhecimento médico mundial; os usos e costumes populares eram submetidos a experimentação e testes, gerando também nova contribuições.

As obras de Al Razi (Rhazes), Ibn Sina (Avicena) e Ibn Al Baitar, e de muitos outros, foram a base de todo o estudo da medicina, mesmo no Ocidente, sabemos agora que eles já conheciam a circulação do sangue.

Ótica

A ciência tem uma divida especifica para com os muçulmanos, possuímos um livro de raios, de Al Kindi, que já estava muito a frente do saber grego sobre os espelhos incendiários.

Ibn Al Haytam (Al Khazen 965), que o sucedeu, mereceu uma celebridade justa, Al Kindi, Al farabi, Ibn Sina, Al Biruni e outros, que representam a ciência muçulmana, não cedem o seu lugar a ninguém, na história mundial das ciências.

Mecânica e Mineralogia

Estes assuntos atraíram a atenção dos eruditos, tanto do ponto de vista médico, como com o propósito de distinguir as pedras preciosas, conhecimento tão almejado pelos reis e por outras pessoas abastadas, as obras de Al Biruni ainda são úteis nesses campos.

Ibn Firnas (888), invento um aparelho, no qual voava por grandes distâncias, morreu em um acidente, sem deixar qualquer sucessor, que continuasse e aperfeiçoasse o se trabalho.

Outros sábios muçulmanos inventaram instrumentos mecânicos, para içar a superfície navios submersos, ou para arrancar do solo, sem qualquer dificuldade, árvores de enormes dimensões.

Quanto aos acontecimentos do mundo submarino, existem numerosos tratados, escritos, sobre a pesca de pérolas e o tratamento das suas conchas.

Zoologia

A observação da vida dos animais selvagens e das aves sempre fascinou os beduínos da Arábia, Al Jahiz (868) deixou uma imensa obra, para a popularização do assunto, na qual tratava da evolução, tema que mais tarde foi desenvolvido por Ibn Miskawih, Al Kazwini, Ad Dumairi e outros.

Química e Física

O Alcorão Sagrado estimula os muçulmanos, repetidamente, a meditar sobre a criação do universo, e a estudar como os céus e a terra foram feitos, para serem subservientes ao homem.

Portanto, jamais houve qualquer conflito entre a fé e a razão, no Islam, foi assim, que os muçulmanos começaram muito cedo, um estudo sempre progressivo e sério, da química e da física.

Atribuem-se obras científicas a Khalid Ibn Yazid (704), ao grande jurista Ja'far Asiddik (765), e ao pupilo deles, Jabir Ibn Hayyan (776), cujo mérito tem sido celebrado através dos tempos.

A faceta característica das suas obras é a experimentação objetiva, ao ínves da simples especulação; era através da observação que eles acumulavam dados, por influência deles, a antiga alquimia foi transformada numa ciência exata, baseada em fatos, passíveis de demonstração.

Jabir Ibn Hayyan, já conhecia as operações químicas da calcinação e da redução, e desenvolveu, também os métodos da evaporação, sublimação, cristalização, e etc...

É evidente que, nesses caminhos do conhecimento humano, foi necessário o trabalho paciente de gerações e séculos inteiros, a existência de traduções em latim das obras de Jabir Ibn Hayyan e outros, usadas durante muito tempo como livros de textos básicos na Europa, é suficiente, para mostrar o quanto a ciência moderna deve às obras dos sábios muçulmanos, e como ela se desenvolveu rapidamente, graças à aplicação do método muçulmano da experimentação, em vez do método grego.

Matemática

A ciência matemática tem no seu desenvolvimento, traços que não podem ser apagados, da participação muçulmana, os termos ''Álgebra'', ''zero'', ''cifra'', são todas de origem árabe, os nomes de Al Khawarizmi, Ômar Al Khayyam, Al Biruni e outros, permanecerão tão famosos quanto os de Euclides, do autor hindu da Siddhanta, entre outros, a trigonometria era desconhecida pelos gregos, o crédito de sua descoberta pertence, indubitavelmente, aos matemáticos muçulmanos.

Finalizando

Os muçulmanos continuaram o seu trabalho, a serviço da ciência, até que se abateram grandes perdas, sobre os muçulmanos, seus principais centros intelectuais, como Baghdad, no Oriente, e Córdova e Granada no Ocidente, foram ocupados por bárbaros., para grande infelicidade da ciência, numa época em que a imprensa ainda não se tinha firmado, que queimaram as bibliotecas, com centenas de milhares de manuscritos, ocasionando perdas irreparáveis.

Os ''massacres por atacado'' não livraram os eruditos, o que havia sido construído, durante séculos, foi destruído, em poucos dias, e uma vez que uma civilização entra em declínio, devido a tais calamidades, leva alguns séculos, não só de tempo, mas também de recursos, inclusive de meios para estudar as realizações de outras civilizações, que deveriam ter assumido a bandeira da cultura, diante da queda dos vanguardeiros da civilização que os precedeu, antes de se poder as distância.

Além do mais, não se pode criar nobreza de caráter e grandes gênios apenas por querê-lo, estas qualidades são dadivas da graça do Todo Poderoso, que é Deus, para um povo.

E que homens de caráter nobre sejam reprimidos, ao invés de serem investidos na liderança dos seus conterrâneos, é mais uma tragédia que, freqüentemente, temos que lamentar.