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Al Maghtas, onde Jesus foi batizado (Foto: Wikipedia)
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Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. O local que Jesus foi batizado ficou abandonado por cerca de 500 anos.
Graças aos esforços do príncipe da Jordânia, o lugar, que é sagrado para os cristãos, foi redescoberto. Perto dali, também está o monte em que o Profeta Elias subiu aos céus. Desde 2002, o espaço está aberto para visitantes.
Cristãos do mundo todo preservam o hábito de viajar até Israel para visitarem o Rio Jordão, onde pressupõem que Jesus foi batizado por João Batista. Alguns fiéis aproveitam a oportunidade para repetir o mesmo ato de consagração vivido pelo Messias naquelas águas.
No entanto, hoje é fato conhecido que o local onde Jesus teria sido batizado não está em domínios israelenses, mas em um ponto afastado do rio, em um território que pertence à Jordânia e que foi redescoberto há cerca de 25 anos, graças aos esforços do príncipe jordaniano Ghazi bin Muhammad,que é muçulmano e sobrinho do então rei da Jordânia, Hussein bin Talal.
De fato, a descoberta do local histórico contou com o envolvimento de diversas pessoas, mas foi o entusiasmo de Ghazi pela história das religiões que possibilitou as investigações em um terreno próximo às margens do Rio Jordão, que estava praticamente abandonado, mas guardava uma rica história com mais de 2000 anos de idade.
Construção
O local onde Jesus foi batizado possui uma estrutura rudimentar erguida no século I d.C. Durante a idade média, esta construção foi reconhecida inclusive por santos, monges e escribas católicos como o berço do cristianismo. Na Bíblia, o território é chamado de Betebara, descrito em João 1:28 como um lugar que estava localizado além do Jordão. Sua estrutura era a de um mikveh, uma piscina que os judeus usam para fazer banhos rituais. Mas a expansão do cristianismo transformou o lugar em um ponto de batismo e peregrinação.
As paredes do local, feitas em arenito, ainda possuem marcas de cruzes feitas pelos primeiros peregrinos que visitaram o local.
Peregrinação e declínio de Betebara Durante muito tempo, houve estruturas religiosas próximas ao local do batismo de Jesus. Estima-se que desde o século V havia presença de um mosteiro cristão na região e, entre o final do século V e início do VI, o imperador bizantino Anastácio construiu uma igreja dedicada a João Batista, que mais tarde foi destruída em uma inundação.
O local era amplamente visitado por peregrinos até a invasão persa em 614, que tirou o poder de Jerusalém da mão dos cristãos. Após vários desastres naturais e invasões, o território acabou ficando abandonado até ser completamente esquecido. Após a conquista islâmica de Jerusalém, os locais de adoração cristã passaram a se concentrar na margem ocidental, do outro lado do rio, em um local conhecido como Qasr el Yahud. No século XIII, ainda houve outra tentativa de construir um templo ortodoxo onde ficavam as antigas estruturas bizantinas, mas não se sabe quanto tempo isso durou.
No final do século XV, a peregrinação cristã já havia declinado. Mais tarde, durante o século XX, uma comunidade agrícola ocupou a margem leste do Rio Jordão.
Um príncipe muçulmano no berço do cristianismo Em 1994, a Jordânia assinou um tratado de paz com Israel, após anos de conflito, o que permitiu novamente a exploração do Monte Nebo, que estava militarmente ocupado. Pouco tempo depois, o príncipe Ghazi visitou a região, que fica próxima ao Rio Jordão, quando conheceu o monge e arqueólogo franciscano Michele Piccirillo.
Piccirillo acreditava que aquele lugar era, de fato, onde Jesus havia sido batizado e convenceu o monarca a analisar a região. Após análises do local, foram descobertas evidências de habitações do período do Império Romano, o que foi suficiente para fazer com que iniciassem os processos de desminagem e escavação.
A escavação foi conduzida pelo Dr. Mohammad Waheeb e foi patrocinada pela Família Real da Jordânia. O processo se iniciou somente em 1997, seguindo as medidas primárias de conservação e restauração, até finalmente ser reaberto no ano de 2002.
Desde então, o lugar virou, novamente, um destino de peregrinação. O local chegou a ser visitado pelo Papa João Paulo II ainda no ano de 2000 e, quinze anos mais tarde, foi considerado pela UNESCO como Património da Humanidade.
O legado da descoberta
O parque hoje é conhecido como Al Maghtas que, traduzido para o português, significa “O Batismo”. Ali foram descobertas três igrejas, três piscinas batismais, um poço circular e um complexo externo ao redor da colina, onde há cavernas e túmulos de monges cristãos. Algumas dessas construções possuem cerca de 1400 anos de história.
A colina em questão também é um local sagrado não só para os cristãos, mas também para os muçulmanos e judeus, pois ali teria sido onde o Profeta Elias, que é aceito pelas três religiões, subiu aos céus.
Alguns questionaram a descoberta, como, por exemplo, o jornal americano Washington Post e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), que afirmaram não haver evidências conclusivas de que ali era de fato onde ocorreu o batismo de Jesus. No entanto, 13 das principais instituições cristãs do mundo reconheceram a autenticidade do local.
Os ritos católicos romanos, gregos, armênios, sírios, etíopes, copta, maronita, romeno, russo e as igrejas anglicanas, luteranas e batistas enviaram cartas de autenticidade à Jordânia reconhecendo a legitimidade do local como sendo o lugar em que Jesus foi batizado por João Batista.
O local é aberto aos visitantes e recebe anualmente 100 mil visitantes em média, três vezes menos do que a margem israelense do Jordão.
5 versículos do Alcorão Sagrado sobre a Paz Inter-religiosa e Diálogo
«É possível que Deus restabeleça a cordialidade entre vós e os vossos inimigos, porque Deus é Poderoso, e porque Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]
Para todos os nossos problemas, perguntas e dificuldades na vida, o Alcorão fornece-nos esperança, respostas e inspiração. As Palavras Sagradas de Deus devem e continuarão a inspirar-nos em mais maneiras do que possamos compreender - e na esperança de nos ajudar a entender a importância da comunidade, solidariedade e bondade. Aqui está o que o Alcorão nos diz sobre a paz inter-religiosa e diálogo:
1. As nossas diferenças são a Vontade de Deus «Na verdade, revelamos-te (ó Muhammad) o Livro corroborante e preservador dos anteriores.
Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». [Alcorão, 5:48]
Aqui, o Alcorão lembra-nos que as nossas vidas e sociedades são projectadas e prescritas pela Vontade de Deus - o que significa que tudo que devemos fazer é ser o melhor que pudermos como muçulmanos, respeitar as nossas diferenças pacíficas e deixar Deus ser o único Juiz como Ele é.
2. Somos diferentes uns dos outros por um motivo
«Ó humanidade! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sábio e está bem inteirado». [Alcorão, 49:13]
Aqui, o Alcorão explica que somos diferentes uns dos outros não para lutar e discutir, mas para compreender e até celebrar - devemos perceber que é necessário permanecer unidos como uma comunidade mais ampla, não a despeito de, mas por causa de nossa diversidade.
3. Não há compulsão na religião
«Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo. E Deus éOmniouvinte, Omnisciente». [Alcorão, 2: 256]
A religião do Islão não permite que alguém seja forçado a seguir uma religião - não podemos forçar ou esperar que todos sigam a religião do Islão.
Devemos, portanto, respeitar e compreender que há muito a ser dito no julgamento do carácter de uma pessoa, perante a sua declarada religião.
4. Não devemos julgar uma pessoa pela sua comunidade
«... E que o ressentimento contra aqueles que trataram de impedir-vos de irdes à Mesquita agrada não vos leve a transgredir (os limites da conduta). Outrossim, auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severo no castigo». [Alcorão, 5: 2]
Aqui, o Alcorão diz-nos para nos concentrarmos nacooperação com os outros, no caminho da retidão e da piedade - em tudo o que fazemos na vida.
Isso significa que devemos continuar a defender a moral da compaixão e da bondade acima de tudo.
5. Aqueles que vós considerais como inimigos podem, na verdade, ser vossos maiores companheiros
«É possível que Deus crie afeição entre vós e aqueles dentre eles que são (vossos) inimigos. E Deus é Poderoso; e Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]
Embora reconheçamos que Deus sabe melhor, é importante lembrar que não podemos viver as nossas vidas com estereótipos preconcebidos ou noções sobre aqueles que podem parecer diferentes para nós. Devemos continuar a ser osprimeiros a oferecer as nossas mãos de paz e solidariedade o resto é com Deus.
(Fonte: Redação de “iqara islam / Brasil”)