sexta-feira, janeiro 27, 2012

A Batalha de Badr

Louvado seja Deus, o Criador dos Céus e da Terra! Testemunho que não há  divindade exceto Deus Único e sem parceiros e testemunho que Muhammad é Seu servo e o selo de Seus Mensageiros. E que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele, sobre seus familiares e companheiros e todos aqueles que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro.


Queridos irmãos e irmãs no Islam! No 17º dia do Mês de Ramadam, ocorreu a Grande vitória dos muçulmanos em Badr. A esse respeito Allah diz no Alcorão: “Cap. 3/ 123. Sem dúvida que Deus vos socorreu em Badr, quando estáveis em inferioridade de condições. Temei, pois, a Deus e agradecei-Lhe.”

Este dia é conhecido na história como al- Yawmu l-Furqan, o Dia do Discernimento; discernimento entre a luz e as trevas, o bem e o mal, o certo e o errado. Foi um dia decisivo na história do Islam. Dia em que Allah honrou o Islam e os muçulmanos e o dia em que Allah humilhou a idolatria e os idólatras. Mas como tudo aconteceu?

A caravana liderada por Abu Sufyan regressava da Síria com provisões compradas com dinheiro do povo de Meca. E se essa caravana fosse interceptada pelos muçulmanos seria um grande impacto econômico, um efeito que abalaria toda a sociedade de Meca. Os muçulmanos descobriram que a caravana faria uma parada nos poços de Badr, e, portanto se prepararam para interceptá-la.

Notícias sobre essa preparação chegaram a Meca. Percebendo as conseqüências catastróficas se a caravana fosse interceptada os lideres de Meca imediatamente reuniram todo o poder possível e partiram para encontrar os muçulmanos. No caminho para Badr o exército recebeu as notícias de que Abu Sufyan tinha conseguido escapar dos muçulmanos levando a caravana por uma rota alternativa junto ao litoral. 


O exército de Meca, com aproximadamente mil homens, seiscentos deles usando escudos, 100 cavalos e 700 camelos, e uma grande quantidade de provisões para durar por muitos dias, persistiu em Badr para ensinar uma lição aos muçulmanos, impedindo-os de atacar quaisquer caravanas no futuro.

Quando os muçulmanos tomaram conhecimento do avanço do exército de Meca, souberam que um passo ousado teria que ser dado. O Profeta Muhammad (s), reuniu um conselho de consulta para determinar o curso de ação. Muitos muhajirin (os muçulmanos que emigraram de Meca para Medina) falaram, usando as mais eloqüentes palavras para descrever sua dedicação. Mas havia um sahabah (companheiro) a quem todos os outros se admiraram por sua declaração ao Mensageiro de Allah (s). Ele, Miqdad ibn al Aswad (r), se levantou diante da multidão e disse "Ó Mensageiro de Allah! Não diremos a você o que O Povo de Israel disse a Moisés, 'Vá você e seu Senhor, e lute, que ficaremos aqui sentados (esperando).' E dizemos: Vá com a bênção de Allah e estaremos com você lutando!" E assim Mensageiro de Allah (saw) ficou muito satisfeito mas, em sua grande sabedoria, ele aguardou silenciosamente e alguns muçulmanos sabiam o que ele pretendia. Até então só os muhajirun tinham dado o seu consentimento, mas eram os ansar (os muçulmanos que viviam em Medina e receberam os muçulmanos em sua cidade). Assim, o grande líder dos Ansar, Sa'd ibn Mu'adh falou (Ó Mensageiro de Allah! Talvez você queira ouvir nossa opinião também?" O Mensageiro de Allah (s) respondeu que sim. Sa'd então proferiu um belo discurso onde ele, entre outras coisas, disse: “Ó Profeta de Deus! Acreditamos em você e testemunhamos o que nos concedeu, e declaramos em termos inequívocos que o que trouxe é a 
Verdade. Damos-lhe nosso firme compromisso de obediência e sacrifício. 


Obedeceremos de boa vontade no que quer que nos ordene, e por Deus Que o enviou com a Verdade, se nos pedir para mergulhar no mar, o faremos imediatamente, e nenhum homem ficará para trás. Não rejeitamos a idéia de encontrar o inimigo. Temos experiência em guerra e somos confiáveis em combate. Esperamos que Deus lhe mostre através de nossas mãos aqueles atos de valor que agradarão os seus olhos. Lidere-nos no campo de batalha em Nome de Deus.’

O Mensageiro de Allah (s) ficou muito satisfeito e disse "Adiante e animem-se, porque Allah prometeu a mim um de dois (ou a caravana ou a batalha) e por Allah é como se agora eu visse o inimigo prostrado." Diz Allah no Alcorão a respeito desta promessa: “7.Recordai-vos de que, quando Deus vos prometeu que teríeis de combater um dos dois grupos, desejastes enfrentar o desarmado. E Deus quis fazer prevalecer a verdade, com as Suas palavras, e exterminar os incrédulos, 8.Para que a verdade prevalecesse e desaparecesse a falsidade, ainda que isso desgostasse os pecadores.”


Depois dessa demonstração de extremo apoio e amor pelo Profeta e pelo Islam tanto por parte dos Muhajirin quanto dos Ansar, os muçulmanos marcharam em direção a Badr, em número eram um pouco acima de 300, se prepararam da melhor forma possível. Tinham apenas setenta camelos e três cavalos e por isso os homens cavalgavam em turnos. Acamparam o mais próximo possível do poço de Badr; e assim o exercito inimigo ficou impedido de beber do poço.


O Profeta Muhammad (s) andou pelo campo de batalha, e como mais um milagre de sua profecia, ele apontava com seu dedo os locais onde os seus inimigos e lideres de Meca iriam morrer durante a batalha, e disse: Este é o local onde Abu Jahal vai ser morto, andou um pouco mais e disse: este é o local onde Utbah Bin Rabi’ah vai ser morto, andou um pouco mais e disse: este é o local onde Shaibah Bin Rabi’ah vai ser morto.

E quando os muçulmanos já estavam enfileirados e os dois exércitos ficaram próximos e eram visíveis uns para os outros, O Mensageiro de Allah em sua tenda começou a suplicar, "Ó Allah! Os coraixitas vaidosos e arrogantes já estão aqui e Te desafiam e desmentem Teu Mensageiro. Ó Allah! Espero pela vitória que Tu me prometeste. Rogo a Ti, Allah, que os derrote." E os coraixitas estavam confiantes e arrogantes por causa de sua superioridade numérica, de armas e provisões; mas a resposta de Allah (s) foi imediata. Nesse ponto O Mensageiro recebeu uma revelação prometendo a ajuda de Deus: “... Reforçar-vos-ei com mil anjos, que vos chegarão paulatinamente.” (Alcorão 8:9)


Mensageiro de Allah (s), em sua tenda, adormeceu por um instante e em seguida levantou sua cabeça alegremente gritando "Boas notícias. A vitória de Allah se aproxima.”

Então, o Mensageiro de Allah (s) pegou um punhado de areia, jogou em direção ao inimigo e disse: "Que a confusão se apodere de seus rostos"

Quando ele atirou a poeira uma violenta tempestade de areia se espalhou como uma rajada quente nos olhos do inimigo. Sobre isto, diz Allah:"Vós não os aniquilastes, (ó muçulmanos)! Foi Allah quem os aniquilou e apesar de seres tu (ó Mensageiro) quem lançou (a areia), o efeito foi causado por Allah." (8:17) Foi neste momento que Mensageiro de Allah (s) deu a ordem para iniciar um contra-ataque total. Ele estimulou os fiéis recitando o seguinte versículo: "Emulai-vos em obter a indulgência de vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e da terra."(3:133)

O moral dos muçulmanos estava no auge e eles lutaram com extrema coragem e bravura, ferindo gravemente o exército coraixita, matando muitos de seus homens e infundindo temor em seus corações. Isso por que eles confiavam em Allah (t) e em Seu Mensageiro e queriam, e até esperavam, dar suas vidas em troca da morada eterna no Paraíso. Por causa de sua sinceridade e devoção, Allah (swt) enviou Seu socorro e a vitória.

O grande exército dos idolatras de Meca foi esmagado pelos muçulmanos, e depois de enfrentar pesadas baixas, não havia o que fazer a não ser fugir. Abu Jahl e os outros lideres de Meca foram mortos exatamente onde o Profeta havia indicado. Quando Mensageiro de Allah (s) saiu para olhar seus cadáveres, ele (s) disse "Vocês foram o pior clã de um Profeta. Vocês me renegaram enquanto as pessoas acreditaram na minha mensagem. Vocês me abandonaram enquanto as pessoas me apoiaram. Vocês me expulsaram enquanto as pessoas me acolheram".

Depois de os mandar enterrar numa vala comum, O Profeta (s) começou a dirigir as seguintes palavras aos inimigos mortos: “Ó gente do sepulcro, chamando-os pelos nomes e mencionando sua filiação, ó Utbah Bin Rabi’ah, ó Shaibah Bin Rabi’ah, ó Abu Jahal Bin Hisham, ó fulano filho de fulano vós encontrastes o que vosso Senhor vos prometeu! Eu na realidade já encontrei o que meu Senhor me prometeu.

Esta foi resumidamente a grande batalha de Badr, que favoreceu o estabelecimento da criação de um governo Islâmico em Madina e posteriormente se espalhou por toda a península árabe e mais tarde por todo o mundo.

Que Allah derrame suas bênçãos sobre toda nação do Islam, e que aceite o esforço de cada um nós. Amin! Amin! Ua Salamu Alaikum Ua RahmatulALLAH Ua Barakatuhu! 

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

O QUIÁMAT – A RESSURREIÇÂO SEGUNDA PARTE


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso).

“Pelo Dia da Ressurreição!”…. “Porventura, Ele não será capaz de ressuscitar os mortos?”. Cur’ane 75: 1 e 40. “Quando as estrelas perderem sua luz; Quando as montanhas forem arrancadas”. 77:8,10. “Quando o céu se fender; Quando os astros caírem; E quando os mares se misturarem; E quando os túmulos forem revirados; Toda a alma saberá o que antecipou e o que atrasou (o que fez de bom e de mal)”. 82:1,2,3,4,5.

Hazrat Umar (Radiyalahu an-hu) relatou que alguém perguntou ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quem era o mais sábio dos sábios. O Profeta (Salalahu Aleihi wassalam) referiu aquele que relembra a morte abundantemente e se encontra ocupado nos preparativos da "vida futura", é o mais sábio". Ibn Maja.

Mas o homem raramente pensa na morte. Só lhe vem à mente esta certeza quando uma desgraça o atinge, quando alguém muito próximo deixa esta vida e quando acompanha um funeral. Na presença do falecido, durante o funeral e nas próximas horas, irá ficar absorvido com pensamentos penosos: “poderia ser comigo; será que eu estou preparado?; o que será da minha família?” Mas estas preocupações passam e regressa à sua rotina diária, à busca do seu sustento e do lazer. Deus sabendo da fraqueza do ser humano, relembra os Seus servos, de que a única certeza é a morte: “KULÚ NAFSIN ZAÁIKATUL MAUTI…. – Toda a alma provará o sabor da morte e Vos provaremos com o mal e com o bem e a Nós retornareis”. Cur’ane 21:35.

A necessidade de se pensar na morte, não é para ficarmos frustrados e tristes. É uma maneira de nos lembrarmos, de que desta vida partiremos e nada mais levaremos, senão as nossas acções. Segundo Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) recomendou as pessoas para visitarem os cemitérios (não só para fazer as preces para os mortos), para também recordar a morte. Muslim. Ainda disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “A melhor pessoa é aquela com a longa vida praticou actos virtuosos. A pior pessoa, é aquela que a longa vida, passou a praticar más acções. Ahmad, Haakim, Darda e Tirmizi. 

O ser humano depois de deixar esta vida, é lavado pelos seus familiares e amigos, embrulhado num simples pano branco. Foi assim que o fizeram quando nasceu. A sua família e os seus amigos o acompanham até à sua morada provisória. Deixa todos os seus haveres. Vai ser enterrado. Quando acabam de lhe atirar terra (pó), fazem uma prece, rogando a misericórdia de Deus. Entre outras preces, pedem ao Criador, Perdoador, que dá a vida e a morte: “Allahuma Ajirhá min ãzabil qabr - Ó Allah salvelhe dos tormentos e dos castigos da sepultura”. Depois retiram-se do cemitério, já que para eles, a vida continua.

Ficará ele desamparado, sem qualquer companhia, num lugar apertado e escuro? Issa (Aleihi Salam), Jesus (que a Paz de Deus esteja com ele), estava com os seus discípulos perto duma sepultura, quando um morto foi descido à terra. Os discípulos lamentaram a escuridão, solidão e pequenez do sepulcro. Issa (Aleihi Salam) disse: “Já estivestes uma vez num lugar mais pequeno do que este, no ventre das vossas mães. Se Deus deseja aumentar (a Sua Misericórdia), fá-lo”- Ahmad ibn Hambal-Kitab al-zuhd. Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando o corpo do morto é colocado na sepultura ele ouve o som dos sapatos dos parente e amigos, a abandonarem o local”. Muslim.

É depois “acordado” com um grande alarido. São os anjos Munkar e Nakir, que o vêm interrogar. Sua vozes serão intensas como trovões e os olhos como um pesado rastro de relâmpago. Eles o empurrarão, acotovelarão rudemente. Falarão asperamente e o farão sentir terror!. Nessa altura, ser-lhe-ão restituídos os seus sentidos e inteligência, idênticas as que tinha quando vivia, para responder à seguintes questões: “Quem é o teu Senhor; Qual é a tua religião; E quem é o teu Profeta”. As respostas serão dadas de acordo com as acções praticadas no mundo e nenhuma cábula iremos levar para servir de apoio. 

Jabir (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “cada servo será levantado, no mesmo estado em que ele morreu”. Muslim. A pessoa morre e “leva com ele”, o registo das suas (boas e más acções). E será ressuscitada na mesma situação. Nu’am Al Mujmir (Radiyalahu an-hu, narrou que ouviu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “No Dia da Ressurreição, os meus seguidores serão chamados de “Al-Ghurr-ul-Muhajjalun”, por causa do traço (brilho) de ablução. E quem quiser, pode aumentar a área do brilho, através da realização regular da ablução”. Bukhari 4:138. No dia da Ressurreição, a sede e a preocupação serão imensas. O Profeta (Salalahu Aleihi Waasalam), aliviará os seus seguidores, dando-lhes de beber a agua da sua Fonte (Kauçar). Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por Aquele em cujas Mãos está a minha alma, no Dia da Ressurreição, vou afastar os estranhos da minha fonte, como os camelos estranhos são expulsos de um bebedouro privado”. Bukhari 40:555.
Nadhla Ibn Ubaid al Aslami (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando chegar o Dia do Juízo Final, todo o servo de Deus permanecerá de pé e não dará nenhum passo (la tazula), até que preste contas acerca de quatro questões: 
1)- A sua vida, como a empregou:
2)- Do conhecimento obtido, o que fez com ele;
3)- A riqueza, como a obteve e como a gastou: 
4)- O seu corpo, como o utilizou”.
Tirmizi. Estamos preparados para esta certeza? “Rabbaná átina, fi ddunia, hassanatan, wuafil áhirati hassanatan wuaquiná ázabal nnari” “Nosso Senhor, conceda-nos o bem neste mundo e no akhirat (vida futura) e salve-nos dos castigos do fogo (do inferno)”. Cur’ane 2:201.

Dedico esta mensagem à minha mulher, que ao longo de 37 anos me acompanha e que me ajudou a encontrar o Siratul Mustaquim.

In Sha Allah, continua no próximo Juma. Façam o favor de ter um bom dia de Juma.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

26/01/2012

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Juro e Investimento


Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -16.01.2012

Depois do colapso total do sistema económico socialista, a maior parte dos países abraçou o sistema económico capitalista, baseado no juro. Pouco mais de vinte anos após a derrocada do socialismo, o capitalismo está igualmente a conhecer momentos conturbados, tudo levando a crer que a economia capitalista será igualmente uma economia falida.
As convulsões sociais e os protestos um pouco por todo o lado, revelam que as coisas não andam bem, e os respectivos governos vão tentando implementar diariamente medidas de austeridade severas, num esforço para sair da grave crise que os afeta, devido ao injusto sistema capitalista.
Agora as pessoas estão a chegar à conclusão de que realmente quem manda no Mundo não são os políticos, representantes eleitos pelo povo através das eleições, mas sim as instituições bancárias como o  FMI, o Banco Mundial, Clube de Paris, etc.
Os bancos constituem a espinha dorsal do capitalismo, e sugam os povos ao máximo através de juros. Quem ousar não reembolsar as dívidas para com estas instituições arrisca-se a que elas lhes tomem de hipoteca e expropriem tudo, sem o mínimo de piedade.
Com o objectivo de estabelecerem um sistema social justo, tanto o Al-Qur’án como a Bíblia proíbem o sistema econômico baseado no juro.
Designa-se juro ou usura, ao empréstimo efetuado sob condição de o devedor reembolsar uma quantia acima, ou para além da que tiver sido tomada por empréstimo. Consta na Bíblia, Êxodos 20: 25:
“Ao teu irmão não emprestarás à usura, nem à usura de dinheiro, nem à usura de comida, nem à usura de qualquer coisa que se empreste”.
Por seu lado o Al-Qur’án diz, no Cap. 2, Vers. 278 – 279:
“Ó crentes! Temei a Deus e deixai o que resta do “ribá” (juros/usura) se sois crentes. Se não o fizerdes, esperai a guerra da parte de Deus e de Seu Mensageiro. Se vos arrependerdes tereis o vosso capital. Não prejudicai ninguém para não ficardes prejudicados”.
Não parece correcto que alguém diga que o sistema econômico universal está baseado no juro, e que, se se abandonar esse sistema, se arrisca ao colapso económico, pois na realidade, o sistema econômico universal está baseado no processo de consumo, e não no juro. Este, até é uma grande barreira no processo de investimento e consumo.
Se todo o dinheiro for poupado, assim como os bancos encorajam, e nada for consumido, todo o processo econômico conhecerá a estagnação, pois o juro cria nas pessoas a tendência de poupança. E se tudo for poupado sem que nada seja investido, então o único resultado só pode ser o colapso econômico, enquanto que os investimentos em grande escala favorecem o sistema de bem estar.
De salientar que no sistema capitalista as poupanças só são investidas quando a taxa de lucro for mais alta que a taxa de juro. Isto significa que os investimentos têm que ultrapassar a barreira criada pelo juro. Na ausência do elemento de juros, haverá o mínimo de poupanças, e mais investimentos em vários sectores da economia.
O capital atua na sociedade como o sangue no corpo. Se o sangue não circular no corpo inteiro, o corpo não será saudável. Da mesma maneira, se o capital estiver parado por via da poupança, não circulando em toda a sociedade através de investimentos, a sociedade não será saudável. E isso é o que está a acontecer hoje. O capital não circula em toda a sociedade, ou circula apenas em algumas mãos e partes da sociedade, entre ricos, daí todos os males sociais que nos são dados ver.
É irônico que os juros não só criam barreira no caminho do crescimento econômico, mas também não conseguem proporcionar quaisquer benefícios reais àquele que empresta, ou àquele que pede emprestado.
Por exemplo, tomemos o caso de um indivíduo que nas suas poupanças ganha 18% de juros. Ele pode perder 10% do valor do seu capital devido à inflação, e outros 10% devido à desvalorização da moeda. Portanto, para eles, o resultado líquido da perda será de 2%.
Por seu lado, as instituições de crédito inclinam-se ao ganho de uma quantia limitada em juros, proveniente dos beneficiários do crédito, quando eles próprios podiam investir e ganhar uma melhor margem de lucros.
É melhor para esse tipo de instituições, que sejam elas próprias a investirem nas operações comerciais. E isso só é possível se os depósitos forem feitos na base de partilha de lucro e prejuízo, e não na forma como atualmente está sendo feito pelos bancos. Os bancos emprestam dinheiro com juros aos comerciantes, e estes por sua vez vendem a mercadoria depois de comprá-la ou fabricá-la, e nesse processo ganham algum lucro ou prejuízo.
Naturalmente que em tais arranjos o comerciante só recorre ao banco quando tem a certeza de que vai ganhar mais do que o que ele terá que pagar em juros à instituição de crédito.
O negócio de empréstimo também cria dinheiro invisível na economia, causando a oferta acrescentada de dinheiro, e consequentemente a inflação. Isso é evidente nos casos em que um governo pretende controlar a inflação. A primeira coisa que faz, é regular os empréstimos bancários, desencorajando as instituições de crédito de aumentar as taxas de juro.
Os governos e as nações são as piores vítimas de um sistema econômico baseado no juro. As taxas e impostos do governo, que representam uma parte das receitas nacionais, que devem ser usadas internamente, acabam tendo que ser retiradas do sistema para se conseguir pagar as exigências do serviço de dívidas, o que quer dizer que a nossa receita natural fica afetada pelo nosso sistema econômico baseado no juro.
No processo de empréstimo, o direito de propriedade não muda, enquanto que na transação de venda, o direito de propriedade muda, e a mercadoria é trocada por um preço.
O que determina o juro são as forças do mercado e o acordo mútuo entre aquele que empresta, e o que pede emprestado. Nos tempos atuais, são os bancos centrais.
Juro é sempre juro, independentemente de se tratar de quantia mínima ou máxima nas operações de agiotismo. Tudo isso é proibido na religião.
O sistema econômico isslâmico, conhecido por “mudaraba” e “musharaka”, em que as partes assumem tanto o lucro como o prejuízo, afigura-se sendo o melhor, pois no sistema de juros, em que o comerciante trabalha com o capital emprestado, este nunca pode crescer forte e seguro nestas condições de mercados permanentemente em flutuação, quando o comércio tem que assegurar o seu stock e esperar pelo momento certo para conseguir ganhar o máximo de lucro.
Em contrapartida, com o capital emprestado, este tem que vender, mesmo quando há baixa súbita de preços dos artigos ou dos valores no mercado, só porque ele tem que pagar os juros bancários, e cumprir com os compromissos assumidos.
Os juros não são só maus para a economia, mas também são maus para a moral, e destroem o humanismo e o sentimento de compaixão, pois se alguém, por exemplo, num momento de aflição, em que tem a sua mãe na eminência de morrer, for ter com um agiota para lhe pedir algum valor sob a forma de apoio (caridade) para suportar os custos de tratamento médico ou mesmo de despesas fúnebres da mãe, ele nunca aceitará. Fá-lo-á apenas na condição de o reembolso ser feito com juros, ainda que se trate de um moribundo às portas da morte.
A caridade e a usura são duas coisas diametralmente opostas. O agiota nunca pratica caridade. Em todo o dinheiro, ele apenas vê oportunidade de ganhar mais algum dinheiro em juros ao emprestar, explorando as necessidades e aflições dos outros.
Que Allah SW no perdoe e tenha piedade de nossas almas.

Assalamo Aleikom ua Matulahi ua Baraketu!

quinta-feira, janeiro 19, 2012

O QUIÁMAT – A RESSURREIÇÂO PRIMEIRA PARTE

“Pelo Dia da Ressurreição!”…. “Porventura, Ele não será capaz de ressuscitar os mortos?”. Cur’ane 75: 1 e 40.

“Perguntam-te da hora, quando chegará e ocorrerá? Porém, tu (Muhammad) não tens conhecimento dela; Só o teu Senhor sabe quando ocorrerá; Tu és somente admoestador de quem a teme”. 79:42,43,44,4. “Perguntam (zombando): Quando será o dia da ressurreição?” 75:6. “O dia em que ocorrerá o estremecer; Sucederá o segundo sopro; Os corações nesse dia estarão agitados”. 79:6,78.

Da terra (pó), Deus criou o nosso pai Adam (Aleihi Salam) – Adão, que a Paz de Deus esteja com ele. “Recorda-te quando o teu Senhor disse aos anjos: Criarei um homem de argila, de barro moldável”. Cur’ane 15:28. Esse pó deu origem ao corpo com todos os órgãos necessários para a vida. A gota que consideramos repugnante quando toca a nossa roupa ou a nossa pele, é indispensável para dar origem à vida humana, um corpo, uma máquina completa, com todos os seus órgãos perfeitamente distribuídos e com funções próprias.

O homem não é um simples animal. Deus deu ao animal o prazer, mas não a racionalidade. Deus deu ao homem a inteligência e o livre arbítrio, para distinguir o bem e o mal e para se sentir responsável pelos seus atos. Mas alguns homens preferem percorrer o caminho mais fácil, para atingirem os seus objetivos, nem que tenham de passar por cima dos seus semelhantes. O próprio animal considera-se superior em relação ao homem, quando o vê praticar barbaridades. “Porém, o homem quer continuar a cometer pecados.” Cur’ane 75:5.
A alma do ser humano repreende-o pelo mal praticado. Mas o homem, apesar dessa chamada de consciência, continuará a praticar o mal. Será no Dia da Ressurreição e perante o Criador, que a alma o repreenderá pela sua negligência. “E pela alma que reprova a si mesma”. Cur’ane 75:2.

Todo o ser humano, por mais negligente e pecador que seja, está em constante “diálogo” com a sua consciência. Um homem pode roubar, mesmo que não seja punido por isso, a sua consciência lhe “sussurra” que cometeu um ato reprovável. É a própria natureza da existência do ser humano.

Uns ouvem a “voz” da razão e se emendam. Outros preferem ignorá-la. Os pecadores continuam seguindo os seus caprichos e não se culpam a eles mesmos. Será que o homem foi colocado na terra como um animal, sem qualquer responsabilidade, sem poder de escolha, sem autoridade, sem direitos e obrigações e sem a obrigação de prestar contas? Sentir-se-á dono e senhor de tudo?. Ser-lhe-á dito no Dia do Juízo Final: “Prova o sofrimento, já que tu és o poderoso, o honorável”. Cur’ane 44:49. 
As almas também repreenderão os mais crentes, por terem perdido oportunidades de “amealharem” mais boas acções. E Deus jura pelo tempo: “Pelo tempo! Na verdade, o ser humano está em perdição. Salvo os crentes e os que praticam o bem e se recomendam mutuamente na verdade e na paciência. Surat Al-Asr (o tempo).

Não é possível a existência duma só vida, a terrena, e tudo terminar com a morte. Será que aquele que violou os direitos do seu semelhante e da natureza, que semeou a corrupção e a injustiça, morre sem mais nada acontecer? E aquele que sempre se pautou por uma vida decente e cumpridor da Lei de Deus e que durante toda a sua vida lutou pela causa da verdade e da justiça, sofrendo privações por causa disso, será que não terá direito de ser recompensado? Hazrat Abdullah Bin Umar referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A morte é uma prenda para o crente”. Hakim e Baihaqui. A vida depois da morte é assim necessária para que cada alma receba o que semeou na terra. No Dia do Julgamento Final, Deus perguntará aos descrentes: “Pensais, porventura, que vos criamos por diversão (sem qualquer propósito) e que jamais retornareis a Nós?”. Cur’ane 23:115. Será que foi por acaso que nasceram crianças masculinas e femininas, dando assim continuidade à vida, quando só podiam nascer meninas ou só rapazes, terminando assim com a humanidade? Nada acontece por acaso! 

Todos nós somos responsáveis pelas nossas próprias ações. Mas a responsabilidade individual, não termina com as nossos próprios atos, mas continua devido à influencia que os mesmos possam provocar. Aquele que pratica o mal e transmite esse comportamento aos seus sucessores, irá responder pelos seus pecados e pelos pecados dos seus descendentes. “Quanto a estes que cometem uma obscenidade, dizem: cometemo-la, porque encontramos nossos pais fazendo isso…” Cur’ane 7:28. Aquele que pratica o bem e assim transmite a virtude à sua geração, terá também sua quota parte na recompensa. “Aquele que recomendar e apoiar uma boa causa, terá uma porção nas suas bênçãos, e aquele que apoiar uma má causa, irá responder pela sua parte. E Deus vê todas as coisas”. Cur’ane 4:85.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando um homem morre, as suas ações chegam ao fim, com excepção de três atos: a caridade contínua (por exemplo um poço, uma escola, que as pessoas continuam a beneficiar), o conhecimento que transmitiu, o qual as pessoas continuarão a beneficiar e um filho piedoso que rezará para ele”. Muslim. 

“Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

In Sha Allah, continua no próximo Juma.

Um bom dia de Juma

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

19/01/2012

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Bismillah! Utba b. Ghazwan- Mais um Sahaba do Rassulollah SAAS


“O Utba goza, entre os muçulmano, de uma invejável reputação de virtude.” (Ômar b. al Khattab)

Após à oração da noite, Ômar b. al Khattab, o Emir dos Crentes(Emir dos Crentes – o título honroso de todos os califas), procurou ter algumas horas de descanso, na cama, antes de acordar para caminhar pela cidade, como era seu hábito, enquanto todos dormiam, para certificar-se de que todos estavam seguros e a salvo.

Numa noite, em particular, contudo, o sono se esquivou do califa. O correio lhe trouxera conturbadoras notícias da campanha contra os persas pagãos. As forças persas, que se estavam retraindo perante o exército muçulmano, estavam a receber suprimentos e assistência, coisa que fazia com que recobrassem sua solidez, e voltassem a se engajar em batalha contra os muçulmanos, antes de se retraírem uma vez mais. Sem perderem um simples engajamento, os muçulmanos estavam incapacitados de se contarem como vitoriosos.

Ao califa foi dito que a cidade de Uballa era uma das principais fontes de suprimentos e de reforço para o exército persa. Ele decidiu-se por enviar uma força para tomar a cidade, mas ficou chocado ao descobrir quão poucos homens havia com os quais pudesse contar. Quase todos os muçulmanos, os jovens, os maturo, mesmo os mais velhos, estavam todos no exterior, em várias frentes, a realizarem o jihad pela causa de Deus. Quase ninguém, estava em Madina.

Então o califa recorreu a uma solução pela qual ele era bem conhecido. Decidiu-se por compensar a escassez numérica por meio de apontar um forte comandante. Calmamente, fez percorrer por sua mente as várias possibilidades, com a precisão e deliberação de um arqueiro que seleciona a melhor flecha da sua aljava.

“É isso! sim, já sei quem é o homem certo!” disse de súbito o califa. Virou-se na cama, dizendo para si mesmo:

“Ele é um mujahid que provou sua valia nas batalhas de Badr, Uhud, da Trincheira, e outras. Ele desempenhou um papel liderante na batalha de Yamama, e jamais errou o alvo, tanto com a sua espada como com sua flecha. Ele realizou a hiraj duas vezes, uma na Abissínia, outra em Madina; e foi a sétima pessoa a aceitar o Islam.” Satisfeito, o califa pegou no sono.

Quando rompeu a aurora, ele pediu que seus companheiros fossem chamar o Utba b. Ghazwan. Quando este chegou, o califa lhe deu o estandarte, e fê-lo comandante da força que contava com pouco menos de trezentos e vinte soldados. Prometeu-lhe também que mandaria reforços, tão logo estes estivessem disponíveis.

Quando o pequeno exército estava pronto para sair na sua campanha, o califa Al Faruk foi para o meio dos líderes a fim de se despedir deles. Deu-lhes o seguinte conselho:

“Ó Utba, estou a te mandar para a área de Ubullah, e para uma fortaleza do inimigo. Espero que Deus te conceda assistência na tua missão. Se fores bem sucedido, deverás conclamar o povo a acreditar em Deus. Se as pessoas se mostrarem receptivas, deverás acitar-lhes as crenças como genuínas. Caso se recusem, deverão pagar a jizyah(Jizyah – a taxa imposta aos membros não-muçulmanos do Estado Islâmico, que são isentos do serviço militar. Também é requerido do Estado que provenha os cidadãos indigentes, não importando suas religiões) e não mostrar hostilidade para contigo. Se permanecerem hostis, deverás combatê-los, até que sejam subjugados. Ao cumprires os teus deveres, ó Utba, deves sempre temer a Deus.

“Cuidado com o permitires que a tua vaidade te leve à arrogância, coisa que iría causar-te a ruína no Outro Mundo. Nunca deverás esquecer-te de que foste, outrora, um companheiro do Mensageiro de Deus (SAAS) e, por meio dele, te tornaste valoroso. Eras, antes, um destituído e fraco, e Deus te deu poder, por causa da tua crença. Agora te tornas um comandante com autoridade, e um líder que é obedecido. O que quer que disseres será ouvido, e a tua ordem irá ser obedecida. Isto é deveras uma bênção, mas sê-lo-á, somente se não te tornares vanglorioso e mundanista, coisa que te levará diretamente ao Fogo do Inferno; que Deus livre a ti e a mim disso!”

O Utba b. Ghazwan partiu com sua expedição. Sua esposa o acompanhava e, com o exército, estavam cinco outras mulheres que eram irmãs ou esposas de soldados. Ao se aproximarem da cidade de Uballah, fizeram seu acampamento numa região pantanosa em que cresciam juncos. Não tinham nada para comer e, quando a fome se tornou insuportável para eles, o Utba escolheu uns poucos deles para percorerem a campina e verem se encontravam alguma fonte de alimento para as tropas. Um deles contou a estória de como encontraram alimento, dizendo:

“Quando estávamos procurando, entramos num tufo de mato onde encontramos dois grandes cestos tecidos. Dentro de um encontramos tâmaras, e dentro d outro encontramos carocinhos brancos, envoltos em palhas amarelas. Todos juntos, arrastamos os dois cestos até ao campo. Um de nós olhou para os grãos, e disse:

“‘É melhor que não comamos isso; é veneno que o inimigo deixou para nós.’

“Então nós nos pusemos a passar as tâmaras uns para os outros, e a comê-las. De súbito, um dos cavalos rompeu suas amarras, foi até ao cesto, e começou a comer os grãos. Juro que planejamos seriamente matar o animal antes que morresse do veneno para que pudéssemos comer da sua carne(Entre os muçulmanos, não é permitido comerem de um animal que tenha morrido sem que tenha sido abatido; eis por que a tropa faminta decidiu-se por matar o cavalo). Porém, o dono dele nos pediu que não fizéssemos aquilo, prometendo vigiá-lo toda a noite e, se ele aparentasse mal, poderíamos abatê-lo para nós.

“Na manhã seguinte, vimos que o cavalo estava perfeitamente bem, não tendo passado por nenhum efeito maligno. Minha irmã disse para mim:

“‘Irmão, eu tenho ouvido dizer que se algo que contém veneno for cozido sobre o fogo, o veneno perderá o seu efeito’. Então ela separou uma medida de grãos, pôs os caroços numa panela, e acendeu um fogo sob a vasilha. Depois de um curto tempo, ela exclamou:

“‘Vem ver como a cor deles mudou, e tornou-se vermelha!’ Então as cascas começaram a se abrir, e os grãos brancos apareceram.

“Nós despejamos o produto numa travessa, e íamos começar a comer, quando o Utba nos lembrou:
“‘Invocai o nome de Deus primeiro, depois comei.’

“Comemos daquilo,e achamos que era delicioso. Mais tarde viemos a saber que o nome daquela nova comida era arroz.“

Utba b. Ghazwan havia levado a sua pequena força para Ubullah, que era uma cidade fortemente guarnecida, numa das margens do Rio Tigre. Os persas haviam feito dela o arsenal para os seus armamentos, e transformado suas torres em postos de sentinela, donde podiam observar seus inimigos. Aquilo não deteve o Utba b. Ghazwan, não obstante o pequeno tamanho do seu exército e da escassez de armas. O inimigo perfazia um total de seiscentos homens, juntamente com um pequeno grupo de mulheres que os acompanhavam. Os muçulmanos tinham apenas espadas e lanças; então o Utba tinha que depender da sua inteligência para pôr cerco à cidade.

Utba mandou fazer um grande número de estandartes, os quais foram erguidos bem alto, por meio de lanças. Estes ele distribuiu entre as mulheres, ordenando-lhes que marchassem atrás dos soldados. Ele disse a elas:

“Quando chegarmos perto da cidade, devereis fazer levantar uma grande nuvem de poeira da estrada, atrás de nós, de maneira tal, que encha o ar.”

Quando se aproximavam de Ubullah, os soldados persas saíram para interceptá-los. O persas observavam o exército muçulmano, e viram os enormes estandartes que esvoaçavam atrás dos soldados; atrás dos estandartes, o ar estava denso, com uma nuvem de poeira, e eles disseram, uns para os outros:

“Essa deve ser apenas a guarda-avançada do exército; deve haver uma enorme força a segui-los!”

Os persas fugiram em pânico. Apanhando apenas suas coisas de valor, que podiam ser facilmente transportadas, entraram a bordo dos navios que estavam ancorados no porto, à margem do Tigre, e abandonaram a cidade.

Foi desse modo que o Utba entrou na cidade e a tomou, sem perder um simples soldado. Mui rapidamente exerceu o controle quanto aos vilarejos vizinhos e ao interior. A riqueza que aquelas anexações proporcionaram ao Estado Muçulmano era além do que se pudesse imaginar. Aconteceu que um dos soldados muçulmanos foi para Madina, e lhe foi perguntado:

“Como os muçulmanos estão-se saindo em Ubulla?”

“O que estás perguntando fica além da tua imaginação!(Literalmente, “Sobre o quê estás perguntando?” ou “Acerca de quê se interrogam?” – um uso irônico do primeiro versículo da Surata Al Naba.”) ele respondeu. “Juro por Deus que quando eu os deixei, eles tinham que medir o ouro e a prata por volume, de tanto que havia dos metais.!” Por causa daquele relato, as pessoas começaram a viajar para Ubullah.

Utba b. Ghazwan começou a acreditar que se permitisse que os soldados ficassem nas cidades que haviam tomado, isso iria torná-los moles, e iriam acostumar-se ao estilo de vida luxuosa dos habitantes delas. Ele estava certo de que a resolução deles de seguirem com o jihad iria ficar enfraquecido, por isso escreveu uma carta para o Ômar b. al Khattab pedindo a permissão deste para erigir uma cidade-guarnição para os soldados, e descreveu o local que havia escolhido. O califa concordou e, assim, o Utba erigiu a cidade de Al Basra.

Ele estabeleceu os planos para a nova cidade, e a primeira coisa que construiu foi a grande mesquita do burgo. Nada havia de incomum naquilo, pois ele saíra, no seu primeiro jihad, pela causa de uma grande mesquita, em Makka. Aí, a ele e aos seus companheiros foi concedida a vitória sobre os inimigos de Deus. Mas eis que agora os seus soldados estavam a competir entre eles quanto a adquirirem propriedades e construírem lares para si mesmos. O Utba mandou construir uma casa para si, mas continuou a viver numa tenda de pano, pois havia tomado uma decisão privativa.

Ele via que o mundo material tinha aberto seus braços aos muçulmanos, em Al Basra, de maneira tal, que fazia com que uma pessoa perdesse todo o sentido do que era. Suas forças, que recentemente haviam achado que o arroz, simplesmente cozido, era a mais deliciosa comida que jamais experimentam, tinham então desenvolvido gostos quanto às guloseimas persas, tais como as caldas, os pastelões cheios de nozes, e os doces.

Então o Utba temia que o mundo material fosse obliterar-lhe a fé, e que a sofreguidão quanto aos prazeres deste vida fosse fazer as pessoas se esquecerem do Outro Mundo. Assim, ele reuniu as pessoas na mesquita e se dirigiu a elas, dizendo:

“Todos vós sabeis que o mundo material irá passar rapidamente, e que ireis passar para um mundo que não perecerá. Devereis ir para lá com o melhor dos vossos feitos. Lembro-me de ser o sétimo de um pequeno grupo de crédulos que estiveram com o Mensageiro de Deus (SAAS). Naquele tempo nada tínhamos para comer a não ser as folhas das árvores, coisa que causava feridas nos nossos lábios e nas nossas bocas. Uma vez eu estava tão necessitado, que cheguei a apanhar do chão um manto que havia sido jogado fora, e rasguei-o pela metade. Fiquei com u’a metade para mim, para usar como tanga, e dei a outra metade para o Saad b. Abi Waccas, que a usou do mesmo jeito.

“Hoje, todos os integrantes daquele nosso pequeno grupo são comandantes em alguma cidade. Portanto eu busco a proteção de Deus quanto ao me tornar grande à minha própria visão, e pequeno aos olhos de Deus.”

Então o Utba escolheu uns poucos homens para exercerem o comando da cidade, e despediu-se deles, partindo para Madina. Quando chegou e apresentou-se a Al Faruk, o Utba pediu que fosse excluído de ser o governador de Al Basra. O califa não o excluiu, apesar da insistência dele. Ao invés, ordenou-lhe que voltasse para aquela cidade.

Assim, o Utba cumpriu a ordem do Ômar, mas contra a vontade. Montou em seu camelo, orando:

“Ó Deus, não me faças voltar para lá!”

Ele não havia ido muito longe de Madina, quando a sua oração foi respondida. Seu camelo tropeçou, e ele caiu do animal, morrendo instantaneamente com a queda.


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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد


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quinta-feira, janeiro 12, 2012

A parte final do Surat Al-Baqarah - SEGUNDA E ULTIMA PARTE

No início do Surat Al Baqarah, através do versículos 1 a 4, Deus lembra-nos os princípios fundamentais do Isslam: 

Alif Lam Mim. Este é o Livro; que não oferece dúvidas; Nele está a orientação certa, para aqueles que temem Deus. Que crêem no oculto, cumprem com as orações e gastam daquilo que Nós Lhes concedemos. E crêem na Revelação que foi enviada e nas que foram enviadas antes de ti e (nos seus corações) acreditam na vida futura.” E concluiu no versículo 285 do mesmo Surat, com a referência aos pilares da fé Islâmica: “Todos crêem em Deus, nos Seus Anjos, nos Seus Livros e nos Seus Mensageiros”. 

O primeiro pilar da fé, é acreditar que Deus é Único, não criou e não foi criado. O Muçulmano está constantemente a renovar a sua fé declarando: “LA ILAHA – ILLALLAH” – Não há outra divindade, senão Deus, a (Única Divindade). Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) recebeu a profecia, a idolatria prevalecia na maioria das famílias. A sua primeira preocupação foi de incutir nas pessoas, este testemunho de fé, da existência de um só Deus. “E recorda-te quando Lucman disse ao seu filho, exortando-o: “Ó meu filho, não atribuas parceiros a Deus, porque a idolatria é grave iniquidade”. Cur’ane 31.13.

A referencia dos Mensageiros, engloba a todos, sem qualquer excepção e também aos Livros anteriormente revelados, conforme é referido no versículo 2:136: “Cremos em Deus , no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacob, e às Tribos, e no que foi dado a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos Profetas pelo seu Senhor. Não fazemos diferenças entre nenhum deles e somos submissos a Deus.” Todos eles vieram trazer a mesma palavra do Deus Único:

 “Jamais enviamos algum Mensageiro antes de ti (Ó Muhammad), sem que lhe tivéssemos revelado que: Não há outra divindade além de Mim. Adora-Me e serve-Me!.” Cur’ane 21:25

A Deus pertence tudo o que há nos céus e tudo o que está na terra….”. O muçulmano tem a crença convicta, de que Deus é o criador de todas as coisas. Ele é Único Criador, o Único Sustentador, o Único Organizador de todo o Universo. “Deus é o Criador de tudo e é de tudo o Guardião”. Cur’ane 6.62. É Ele que dá a vida e a morte. O Soberano, o Regente, a quem nos submetemos. Somos individualmente responsáveis pelos nossos actos, praticados abertamente ou em segredo. “…E quer mostreis o que tendes em mente ou o oculteis, Allah vos fará prestar contas por isso. Então Ele perdoará a quem quiser e castigará a quem quiser. E Allah é Omnipotente. E Deus conhece os nossos pensamentos e tudo o que guardamos dentro dos nossos corações. “Ó meu filho! (disse Lucman), em verdade, ainda que algo como o peso de um grão de mostarda estivesse (oculto) numa rocha, fosse nos céus, fosse na terra, Deus descobriria, (Inna Lahha Latifun Habirun) porque Deus é conhecedor dos mistérios mais subtis e está bem inteirado deles.” Cur’ane 31:16. Nós não seremos os nossos próprios juízes. A Deus retornaremos e a Ele, prestaremos contas.

Mujahid disse a Ibn Abbas, de que Ibn Umar (Que Deus fique satisfeito com eles), que estava com ele, recitou o seguinte versículo e chorou: “E quer mostreis o que tendes em mente, ou o oculteis, Allah vos fará prestar contas por isso. Então Ele perdoará a quem quiser e castigará a quem quiser. E Allah é Omnipotente.. Ibn Abbas esclareceu, de que quando este ayat foi revelado, foi muito penoso para os companheiros do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam).  

Ficaram preocupados e disseram ao Mensageiro: “Ó Profeta de Deus, nós sabemos que vamos ser punidos pelas nossas ações concretas, mas nós não temos capacidade de controlar o que ocorre dentro dos nossos corações”. O Profeta disse: “Digam: “Nós ouvimos e obedecemos” e eles disseram: “Nós ouvimos e obedecemos. Queremos o teu perdão ó nosso Senhor”. Então, para apaziguar os corações dos crentes receosos, Deus dirige-se para os que crêem em Deus, nos Seus Anjos, nos Seus Livros e nos Seus Mensageiros e refere: “Deus  não sobrecarrega a nenhuma alma, para além das suas possibilidades”.

Deus demonstra assim a Sua bondade e compaixão para com os Seus servos e exortando-os para a seguinte oração: “Ó nosso Senhor! Não nos condenes se esquecermos ou errarmos. Ó nosso Senhor! Não nos sobrecarregues como sobrecarregastes os nossos antepassados. Ó nosso Senhor! Não nos imponhas o que não temos forças para suportar. E tolera-nos,  perdoa-nos e tem misericórdia de nós. Tu és o nosso Protector, ajuda-nos, pois, contra o povo descrente”. Deus é nosso Mawla, Protector, Defensor e Nele depositamos a nossa confiança. Não há nenhum poder, excepto o poder de Deus. E só a Ele é que pedimos refúgio e ajuda contra os povos descrentes, que rejeitaram as mensagens dos Profetas. Segundo diversos hadices, Deus, o Omniouvinte, responde e diz: “Aceitarei a tua súplica”. Para tranquilizar ainda mais os nossos receios, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), informou-nos de que somente somos responsáveis pelas nossas próprias acções, conforme é referido no seguinte hadice:

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Deus disse: “Se o meu servo pretende cometer uma má ação (Ó anjos) não a registrem, a não ser que ele a concretize. Se ele a cometer, então registrem-na, tal como ela é; mas se ele se abster de cometer essa má ação por Minha causa, então registem uma boa ação no seu livro das ações. Mas se ele intencionar efetuar uma boa ação, então registem uma boa acção e se ele concretizar essa boa ação, então registrem na sua conta, como 10 boas ações até 700 vezes mais”. Bukhari 93:592.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. 

“Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Façam o favor de ter um bom dia de Juma.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

12/01/2012 - Jumua Mabarka Inshallah!

quarta-feira, janeiro 11, 2012

A L M A D I N A - A ESSÊNCIA DA EDUCAÇÃO E O NOVO ANO LECTIVO


À luz da evolução da educação no Mundo, gostaríamos de saber, até que ponto a nova mulher de hoje se conseguiu livrar da opressão e subjugação dos “maus dias do passado”? Será que a libertação da mulher nos trouxe um Mundo melhor em termos morais? Será que a sua libertação trouxe a verdadeira emancipação, libertando-a da injustiça? Será que no Mundo se conseguiu erradicar a opressão, o infanticídio, o sequestro, a violência doméstica, o estupro, o divórcio, etc.? 

Com todo o avanço que o Mundo conheceu, a resposta deveria ser um “sim”, mas infelizmente a realidade mostra-nos que como resposta temos um “não”.

Quer parecer que os antigos costumes, supostamente praticados por “gente não civilizada” nas antigas Grécia, Roma, Pérsia, Arábia, etc. continuam bem vivos, agora sob nova capa.

Nesta nova era moderna e avançada, ao invés de se matar bebés inocentes no momento do seu nascimento como acontecia no tempo da barbárie, eles são abortados quando ainda estão no útero, descartando-se do seu corpo mutilado como se fossem restos de qualquer coisa.

Mas que se saiba que aborto significa matar. Portanto, é crime de homicídio. E no caso de homicídio, nunca ninguém pode aceitar que a mulher defenda, em nome de “direito de escolha” o acto de matar alguém.

Os médicos e os que executam o aborto estão a cada dia que passa a inventar formas cada vez mais cruéis e horrorosas de matar bebés não desejados. Não sabemos se os que fazem isso merecem o digno e prestigiado nome de médicos, pois estão sempre em contravenção ao chamado “Juramento de Hipócrates”.

Quando o aborto é livremente praticado em países predominantemente seguidores de Jesus Cristo, onde é que se deixou a ordem bíblica “Não matarás”?

Assim como nos séculos passados as mulheres e as crianças viviam desprotegidas e abandonadas, hoje também continuam. Agora o fenómeno designa-se “mãe solteira”.

Antigamente, no tempo do esclavagismo, quem quisesse ia ao mercado comprar uma mulher. Agora o homem recorre à prostituição, ou mesmo ao rapto e à violação.

No passado, os homens matavam as mulheres que eles achassem que já não tinham qualquer serventia. Tomemos como exemplo o caso de Rei Henrique VIII, que reinou na Inglaterra de 1509 a 1547. Rompeu com a Igreja Católica, fundando o Anglicanismo. Foi um monarca tão cruel quanto libertino. Casou-se sucessivamente com seis mulheres, tendo mandado decapitar duas delas.

Hoje em dia as mulheres são arrastadas para os vícios ligados ao consumo de drogas e de álcool e, finalmente, elas próprias acabam por se matar. Esse tipo de suicídio veio poupar aos homens o trabalho sujo de serem eles a matá-las.

Faz-se muita propaganda de o século XX ter conhecido o maior avanço em termos de igualdade de direitos da mulher, considerando-se uma era dourada. Todavia, segundo estatísticas mundiais, é nesta era que as atrocidades de todos os tipos contra a mulher aumentaram em mais de 25%.

Na Inglaterra o aborto foi “legalizado” em 1968. Nesse ano registaram-se cerca de 22.000 abortos, contra cerca de 180.000 registados em 1991. Deste número, 110.000 foram feitos em mulheres não casadas, e apenas 1% desses abortos foram feitos por razões terapêuticas.

Em 1993, só na Inglaterra e no País de Gales foram cometidos cerca de 819.000 abortos. Deste número, mais de 3.000 foram feitos em adolescentes na faixa etária dos 14 / 16 anos, e mais de 31.000 em jovens de 19 anos de idade, ou ainda de menor idade.

Os números noutros Estados são ainda mais aterradores. Desde que começou o registo, o número de abortos aumentou, e em 1994 houve mais de um milhão de abortos registados localmente.

No Japão, que é considerado o país mais industrializado do Mundo, e onde tempo é dinheiro e dinheiro é substância da vida, tem o dobro de abortos comparativamente aos Estados Unidos. No Japão ocorrem mais de 2 milhões de abortos por ano.

Na antiga União Soviética, só em 1965 houve 12,8 milhões de abortos.

De facto, cada número representa o assassínio de um bebé inocente e indefeso, por gente que se intitula de “civilizada”.

A liberdade de escolha permitiu a degolação cruel de bebés não nascidos, tendo causado a morte de mais de um bilião de vidas no Mundo, nos últimos 25 anos.

No passado de “barbárie” as crianças eram mortas por motivos económicos. Agora elas são mortas para destruir ou eliminar evidências de adultério, fornicação e imoralidade.

Estes são números apenas de abortos registados. Quanto aos abortos ilegais feitos em clínicas privadas ou por detrás de quintais e vedações, só Deus sabe o número exacto de bebés mortos.

O Al-Qur’án diz que no Dia da Ressurreição Deus perguntará à menina que foi enterrada viva, o que inclui naturalmente a que foi abortada, qual foi o seu pecado ou crime para ser morta.

Quanto aos casos de violação e rapto, também estão a aumentar. Nos E.U.A, país que reivindica ser o maior defensor da liberdade, tem o número mais alto de casos de violação sexual e raptos. O número de casos é 4 vezes maior que a Alemanha, 18 vezes maior que a Inglaterra, e quase 20 vezes maior que o Japão.

Nos E.U.A., em cada minuto são violadas 1,3 mulheres, o que equivale a 78 violações por hora, 1.872 por dia, e 683.280 por ano!

A violação sexual tem um impacto mental, emocional e psicológico devastador sobre as vítimas e suas famílias.

Olhando para as estatísticas, a questão que se coloca é: Quem é que está cometendo esses actos bárbaros contra a mulher? Será que estamos a falar de gente normal?

Esses são casos ocorridos em países altamente desenvolvidos, tomados como modelos a serem seguidos, e que em tudo tentamos assemelhar-nos a eles.

E não falando de muitos outros males sociais lá existentes, não há dúvidas que eles têm lá um sistema de educação muito mais sofisticado relativamente a outros países do Mundo. Tomara que tivéssemos parte daquilo que eles possuem.

Então, de onde surge a falha? Isso revela que só o facto de se ter boas escolas, um bom currículo e boas condições, não é suficiente para criarmos o bem estar e uma geração sã. Devemos acrescentar ao currículo algo muito importante, que é a moral e o temor a Deus.

O objectivo de estudar não é apenas obter diplomas para auferir um bom salário, mas sim fazer do Ser Humano um verdadeiro Humano.

Está em vias de começar o Novo Ano Lectivo, pelo que os nossos governantes devem tomar isto em conta, para que a nossa sociedade não caia nos mesmos erros em que outras sociedades caíram.

Os recursos que Deus colocou no Mundo são mais que suficientes para proporcionar o bem estar para todos, e uma boa educação. O que estraga tudo é o mau uso por parte dos Seres Humanos.

Saliente-se que, segundo o Instituto Internacional de Estocolmo para a Paz, só no ano passado, o Mundo gastou em armamento e material bélico 1.630 biliões de dólares.

Quantas escolas, hospitais e outros meios para proporcionar o bem estar às pessoas, se poderiam criar no Mundo?

Queremos desejar a todos os alunos um bom Ano Letivo, e que tenham um bom aproveitamento escolar.

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 09.01.2012

sábado, janeiro 07, 2012

O Hijáb não é um ornamento criado pelo Islamismo

Maria Mãe de Jesus (AS)
É incorreto pensar que somente a mulher muçulmana é quem tem a obrigação de se vestir decentemente, pois mostrar os contornos do corpo feminino, quer seja através de vestes transparentes, justas ou deixando parte do corpo ou cabelo descobertos, é também interdito noutras religiões.  De fato, o Islam não é a única doutrina que advoga essas diretivas, mas é certo que se trata da única religião no mundo moderno que ainda luta por manter e defender os seus princípios morais e sociais.

As muçulmanas são as únicas mulheres que ainda optam por seguir o código de indumentária deixado pelo último mensageiro enviado à humanidade – Muhammad assim como pelos profetas anteriores a ele como Jesus e Moisés (SAAS). Analisemos o caso concreto do Cristianismo, que é atualmente a religião mais predominante no Ocidente e de onde surgem indivíduos que constantemente se prontificam a criticar o Islam quando o assunto é Hijáb e não só.

Antes de prosseguir, é pertinente esclarecer aqui o verdadeiro conceito de Hijáb. Não se trata apenas da conduta e comportamento da mulher, mas abrange ainda a sua indumentária, pois segundo este código, a mulher deve constantemente cobrir todo o seu corpo incluindo os cabelos, com exceção do rosto, mãos e pés, e não vestir peças justas ou transparentes de modo a que possa exibir as partes proibidas. Portanto, o termo árabe “Hijáb” reflete um conceito mais abrangente e não possui uma tradução direta para Português. Este conceito tem sido indevidamente traduzido através da palavra “véu”, que na língua portuguesa significa “tecido com que as mulheres cobrem o rosto”, o que é incorreto pois o termo árabe utilizado para esta última palavra é Niqáb, que é especificamente a peça que cobre o rosto.

Voltando ao assunto em epígrafe, será que é um mandamento cristão a mulher cobrir os seus cabelos? Vejamos o que diz a Bíblia sobre isso: «Rebeca também levantou seus olhos, e viu a Isaac, e desceu do camelo. E disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então a tomou o véu e cobriu-se.» [Génesis 24:64-65] .Rebeca cobriu a sua cabeça na presença de Isaac – um homem estranho a si – como sinal de modéstia, prática essa que ainda hoje pode ser encontrada nalgumas mulheres extremamente decentes, retratando exatamente aquilo que defende a Bíblia. Era prática das mulheres à volta dos profetas, incluindo Jesus (AS), cobrirem a cabeça e se vestirem decentemente devido à sua modéstia e por serem reservadas.

Paulo, o judeu convertido e responsável pelo culto judaico cristão, hoje praticado por quase todos os cristãos, também criticava duramente às mulheres que não cobriam a cabeça, senão vejamos: «Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse raspada. I Coríntios 11:4.

Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou raspar-se, que ponha o véu (cubra os cabelos). O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.» [I Coríntios 11:4-10]. 

Estes versículos deixam algumas mensagens interessantes relacionadas às diretivas cristãs:
• O homem cristão não deve cobrir a cabeça, pois isso é desonra para ele. Não se compreende como é que os prelados das igrejas cristãs, incluindo o Papa, cardeais, etc. usam a mitra, solidéu, barrete sobre a cabeça;
• A mulher cristã não deve deixar a cabeça descoberta, pois isso é desonra para ela, assim como o é raspar os seus cabelos. Portanto, a mulher que não cobre a cabeça que raspe os seus cabelos, mas se isso for indecente para ela, então que os cubra;
• O homem é a imagem e glória de Deus, não provém da mulher e nem foi criado por causa dela, enquanto que a mulher é glória do homem, provém dele e foi criada por causa deste.

O objetivo pelo qual a Bíblia estabelece de que a mulher deve cobrir a cabeça está bem claro: representa a autoridade e superioridade do homem em relação à mulher, tal como foi estipulado  por S. Paulo.

O Ocidente tem atribuído indevidamente a mesma concepção à religião isslâmica; como o Hijáb é sinal de autoridade masculina no Cristianismo, então concluem que o mesmo princípio talvez seja igualmente aplicável no Isslam.

Contudo, o objetivo do Hijáb é de preservar a modéstia, honra e dignidade da mulher, tratando - se duma criatura mais sensível, preciosa e particular. Se o propósito do Hijáb fosse aquele que é atribuído ao Isslam pelo Ocidente, então o sagrado Al-Qur’án seria claro em defender isso assim como o fez a Bíblia. É também dever da mulher cristã cobrir a cabeça quando pretende orar ou efectuar trabalhos na igreja e sempre que estiver na presença de homens estranhos. Até aos anos 60, era obrigatório à mulher católica cobrir os seus cabelos na Igreja, lei essa que foi mais tarde “modernizada”, assim como muitas outras leis bíblicas. Já pensou porque razão é que Maria, a mãe de Jesus (AS), é sempre representada com os cabelos cobertos?  É de admirar porque apenas algumas freiras é que cumprem o “Hijáb”. Que leis são essas que devem ser cumpridas somente por uma camada de crentes seguidores da mesma doutrina?

O mesmo acontece com a questão do casamento, em que uns podem contrair e outros não, esquecendo-se que se trata duma necessidade individual de cada ser humano, para depois se envolverem em escândalos de pedofilia, deixando de lado tanta mulher que existe por aí!

Na realidade, são estes aspectos que fazem com que o Isslam seja reconhecido na prática e que tem conquistado vários seguidores, apesar da forte crítica que tem sido divulgada pela mídia ocidental, talvez por inveja de ser a religião que mais crentes ganha e a única que ainda cumpre os princípios originais estipulados por Deus aos diferentes profetas que foram enviados à face da Terra.

É verdade que certas muçulmanas não cumprem devidamente o mandamento do Hijáb. Mas quantas cristãs o fazem? Qual a proporção das que cumprem em relação às outras, em cada uma das religiões? Quantos cristãos seguem os ensinamentos bíblicos referentes à Unicidade de Deus, caridade obrigatória, proibição do sexo pré-marital, do adultério, das bebidas alcoólicas, da carne de porco, etc.? (Levítico, 11: 7-8) - (Deuteronômio, 14: 8)

al-Qur´an sagrado: "São-vos proibido para alimentação: a carne putrefata, o sangue, a carne de porco..." (5ª: 3)
Na realidade, existe um número muito reduzido de judeus e cristãos que ainda seguem os ensinamentos das suas Escrituras sagradas. Entretanto, a lei moral requer que a mulher cumpra o Hijáb (código de conduta) no seu coração muito antes de vesti-lo (como indumentária) exteriormente, pois aí estaria a aceitar livremente a posição que Deus lhe concedeu, seja na igreja, no seio da família ou na sociedade. O exemplo disso é o de uma das grandes mulheres que surgiu na história da humanidade: Maria, mãe de Jesus (AS), uma personalidade humilde, submissa e obediente a Deus, a respeito da qual o profeta Muhammad (SAAS) disse:
«De entre os homens existem muitos que se aperfeiçoaram, mas nas mulheres, só Ássiya, a esposa do Faraó, e Mariam filha de Imrán (mãe de Jesus) é que se aperfeiçoaram». [Bukhari] .

Tudo o que é valioso não é de fácil acesso nem se encontra à mostra; o mesmo acontece com as coisas preciosas que ALLAH criou, senão vejamos: os diamantes e pedras preciosas são encontrados nas profundezas do subsolo, bem cobertos e escondidos; as pérolas encontramos no fundo do oceano, protegidas dentro de lindas conchas; o mesmo sucede com o ouro e outros metais preciosos, em que temos que perfurar rochas e rochas até os alcançarmos. Quem tem a coragem de deixar o seu dinheiro, umas simples notas de papel, à disposição de qualquer pessoa?  Ninguém, pois conhecemos o seu verdadeiro valor e esforçamo-nos bastante para adquiri-lo.

Toda fruta foi criada com a respectiva casca, uma espécie de invólucro que tem a função de conservar o sabor, o suco e a fruta no seu todo. Como podemos ver, existem vários outros exemplos que poderiam ser mencionados. Portanto, tudo o que é valioso ALLAH deixou bem protegido. O mesmo acontece com a mulher, que é muito mais preciosa do que diamantes, pérolas, ouro ou dinheiro e deve igualmente estar constantemente coberta e protegida. ALLAH estima a mulher que cumpre o Hijáb e sabe que se trata dum presente dado por Ele, pois a tratou como uma criatura bastante preciosa. Ela cumpre o Hijáb, pois sabe que através do mesmo adquire a honra, dignidade, respeito, beleza e estatuto e não se expõe perante homens estranhos que almejam apenas o contentamento carnal.

Alguma vez você  se perguntou?


Por que uma freira pode estar coberta e é respeitada por devotar - se a Deus?

Mas quando uma muçulmana anda coberta ela esta sendo OPRIMIDA!

Por que um judeu, um cristão, ou um homem até mesmo ateu pode cultivar o uso da barba , e  simplesmente está pondo em pratica sua tradição, sua vontade ou sua fé?

Mas, quando é um  muçulmano que cumpre a determinação do Profeta SAAS, , ele é chamado de EXTREMISTA, FUNDAMENTALISTA ou até mesmo de TERRORISTA!

Por que uma mulher ocidental quando deixa seu trabalho para se dedicar a casa, aos filhos ela esta somente se sacrificando pela família?

Mas uma mulher muçulmana quando se dedica a família ela precisa ser libertada!

Uma criança quando se dedica a uma matéria secular e se destaca é considerado um gênio, uma pessoa de QI elevado?

Por que uma criança muçulmana que se dedica a religião, a recitação do Alcorão (nosso Livro Sagrado) ela é está sendo alienada!

Um cristão, um Judeu que comete um crime a religião dele nunca e citada?

Mas um muçulmano quando comete um crime, mesmo que em legítima defesa,  é a Religião o ( ISLAM)  que esta em julgamento!

Mas mesmo assim porque sera que o ISLAM é a religião que mais cresce no mundo?

Isso podemos responder sem nenhuma dúvida: É porque o ISLAM É A RELIGIÃO REVELADA PARA TODA A HUMANIDADE! 

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24