quinta-feira, março 03, 2011

SABR (PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA) O CAMINHO PARA O PARAÍSO

Em Nome de Allah, O Misericordioso, O Misericordiador

Os Louvores são para Allah, o Louvamos, buscamos sua ajuda e pedimos Seu perdão. Nele buscamos o refugio contra o mal de nossas almas e das nossas más ações . Quem Allah guiar ninguém poderá desviar e a quem Ele desviar ninguém poderá encaminhar. E que a paz e as bênçãos de Allah estejam com o Profeta Muhamad.

Sobre: Sabr (Paciência, perseverança).

Muitas vezes cremos que a palavra paciência é algo puramente teórico, que não podemos transformar a paciência em algo prático, quando isso não é verdade.

Se pararmos para analisar o universo, veremos que ele gira em torno dessa virtude. Ou seja, imaginem, o sabr não está relacionado somente com os seres humanos mas com todo o universo. Todo o universo está embasado nesse preceito. Por exemplo vejamos o feto no útero de uma mãe, ele cresce pouco a pouco, progressivamente. Basta olharmos para nós mesmos, como crescemos dia a dia. Vejamos a semente como ela acaba se transformando em uma planta isso ocorre de forma progressiva e não de uma hora para outra. Entenderam agora como a paciência está relacionada com o universo? Nunca vimos uma semente crescer de repente. Isso precisa de paciência e progresso.

Allah criou os céus e a terra em 6 dias, mas sabemos que Ele louvado e Exaltado seja poderia ter criado em um dia, ou então em um piscar de olhos. Então qual é a lição que tiramos disso? Allah quis nos ensinar através de sua criação dos céus e da terra que tudo nesse universo está baseado na paciência e progressão. Quis nos mostrar que a paciência não é só um ato humano, mas sim de toda sua criação. Ou seja, tudo nesse mundo precisa da paciência. Para ter êxito na vida profissional uma pessoa precisa de anos estudando com paciência, e para ter boas notas com Allah é necessário ter paciência na obediência a Ele.

Os sábios dizem que a perfeição do universo e da religião depende da paciência. Vejamos a construção de um país é possível sem paciência? Tratar bem os pais quando te pedem algo que não gostas, você vai conseguir tratá-los bem sem ter paciência? Vejamos que na grande maioria das vezes as pessoas cometem pecados por não ter paciência para obedecer as ordens de Allah. Por ex. vejamos o exemplo de um drogado, porque ele se droga? porque não teve paciência para suportar determinados problemas que pode ter passado.

Vamos conhecer o verdadeiro sentido dessa virtude. O que significa Sabr (paciência)? Significa refrear e agüentar. Ser paciente significa refrear os desejos da alma nas obrigações religiosas, em como cumpri-las de forma regular. Abster-se dos pecados significa me afastar deles. E nos problemas sabr significa que não se aborrecer nem se irritar nem se enfadar.

Vejamos agora a paciência (Sabr) no Quran :

No Quran foi mencionada a palavra sabr mais de 90 vezes, nenhuma outra virtude foi tão mencionada quanto ela. E sempre vem em forma imperativa dizendo: “Tenha paciência”. A paciência foi mais mencionada no Quran que a sinceridade ou que a fidelidade. Viram o valor da paciência?

 Allah disse:

“Amparai-vos na paciência e na oração.” (Sura al Bacara aya 45)


Vocês querem estar abaixo da proteção de Allah? Tenham paciência. Tenham medo de cometer pecado? quer se aproximar de Allah? Então tenha paciência, tendo paciência e obedecendo a Allah conseguirá, porque Allah está com os pacientes.

Allah disse também:

“Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas tu (ó Mensageiro), anuncia (a bem-aventurança) aos perseverantes” Al Bacara 155

Quem está dando as boas-novas? Allah está dando as boas novas. É como se Allah dissesse: Oh Paciente alegre-se!

“Apenas os que pacientam serão recompensados, sem conta, com sua recompensa!” 39:10

Ou seja, sem calcular. Porque será que excepcionalmente os pacientes serão recompensados sem computo? Porque não reprovaram a Allah quando lhe submeteu a uma prova dura, nem pediram explicação do porque Allah lhe destinou tal coisa. Então Allah não irá julgá-los no dia do juízo porque aceitaram o destino que Allah lhes prescreveu na vida terrena, então Allah lhes recompensará com a vida eterna. Só Allah sabe a recompensa pela paciência, sua recompensa é ilimitada.

Allah ama os perseverantes.” 3:146

Allah ama os pacientes. Seremos pacientes? Deixaremos o haram e teremos paciência para seguir as ordens de Allah?

“E designamos líderes dentre eles, os quais encaminham os demais segundo a Nossa ordem, porque perseveraram e se persuadiram dos Nossos versículos”. 32:24

Allah nos indica que a liderança conseguiremos com paciência e confiança em Allah! Como reconstruiremos a nossa Ummah ? Só com a paciência, paciência na adoração, paciência em resistir aos pecados, em suportar os problemas e as desgraças e ter fé firme em Allah.

Ao contrário, quem pacientar e perdoar, isso é da firmeza indispensável em todos os assuntos”.42:43

Em muitos versículos do Alcorão Allah exorta Seus mensageiros e os crentes a terem paciência.

“Pacienta, pois, como pacientaram os dotados de firmeza, entre os mensageiros” 46:35

“Ó fiéis, pacientai e perseverai na paciência, e sede constantes na vigilância e temei a Allah, na esperança de serdes bem aventurados” (23:200).

Temos que fortalecer nossa paciência irmãs, porque uma das coisas mais odiadas por Allah é falta de sabr.

 “Pacienta, pois (ó Mensageiro), até ao juízo do teu Senhor, e não sejas como aquele que foi engolido pela baleia (Jonas), quando, angustiado, (Nos) invocou.” 68:48


Se a gente for olhar a historia dos profetas narradas no Quran tiraremos muitas lições sobre o Sabr. Por ex: vejamos na sura Hud:

“Pacienta, pois, porque a recompensa será para os tementes.” 11:49

Isso é porque Allah nos diz que devemos ter paciência porque o triunfo é para os que temem a Allah, e se te agrediram tenha paciência porque triunfará ao final. Nós não iremos triunfar se não tivermos paciência na verdade.

“Porém, aqueles que creram que deveriam encontrar Deus disseram: Quantas vezes um pequeno grupo venceu outro mais numeroso, pela vontade de Deus, porquanto Deus está com os pacientes!” 2:249


Logo vem o versículo : “E com a vontade de Deus os derrotaram” 2:251

Allah nos ensina na Sura Al Anfal :


“Se entre vós houvesse vinte perseverantes, venceriam duzentos, e se houvessem cem, venceriam mil dos incrédulos, porque estes são insensatos” 8:65

Para que vinte vençam 200 precisamos ser dos pacientes. Conseguiremos deixar os pecados? Seremos pacientes nas nossas obrigações para com Allah? Seremos pacientes com nossos pais ?

Os profetas e, com eles, quantos grupos lutaram pela causa de Deus, sem desanimarem com o que lhes aconteceu; não se acovardaram, nem se renderam! Deus aprecia os perseverantes” Sura 3:146

Para que consigamos a vitória do islam precisaremos da paciência.

Vejamos os ditos do Profeta SAAS sobre a paciência:

O Profeta SAAS disse: “A paciência é a luz”

Porque o Profeta SAAS optou por essa descrição? Porque descreveu o sabr como luz? Porque as crises que passamos nas nossas vidas são escuras. Perder o pai ou a mãe, ou então uma parte do corpo te coloca numa depressão até que passamos a ver tudo escuro. Os pecados também são escuridão. De onde vem a luz que te tirará dessa escuridão? Da paciência. Por isso devemos aprendê-la e aplicá-la.

O Profeta SAAS disse: “Um servo de Allah não recebeu um dom maior do que a paciência”. Não há um dom maior nessa vida do que ser paciente.

O Profeta SAAS disse:

É admirável o caso do crente, pois tudo é bom para ele; e isso não ocorre com ninguém mais a não ser o crente. Se for objeto de um bem agradece e isto é um bem para ele. E se sofre uma desgraça se arma de paciência e isto também é um benefício para ele.” Ou seja, na hora da felicidade agradece a Allah e na desgraça é paciente e se aproxima ainda mais de Allah.

Existe um significado precioso dentro dos nomes de Allah. Um dos nomes de Allah é As Sabur (O Mais Paciente). Se não houvesse nenhuma outra virtude na paciência, bastaria para ela estar entre um dos 99 atributos de Allah. Não se trata de uma paciência normal, quer dizer uma paciência duradoura. E uma paciência que não se compara com a humana, é uma paciência divina que demonstra a Majestade de Allah.

O Profeta SAAS disse: “Não há ninguém mais paciente sobre o mal dos servos do que Allah, pois lhe associam um filho e ele mesmo assim lhes provê sustento.” Allah é Único. Quem pode ser mais paciente com seus servos do que Ele?

Ás vezes a gente reclama e se enfurece dizendo: “A fulana falou mal de mim”. Olhemos a paciência de Allah com tudo que Lhe atribuem, sendo que Ele poderia facilmente castigá-los. Allah os vê, os ouve, é o Eterno, Dono da Soberania, Aquele que quando ordena que qualquer coisa exista, obedece.

Olhem a paciência de Allah SWT. Hoje somos 6 bilhões de seres humanos. Quantos deles são verdadeiros crentest; se dissermos 300 mil seria até exagero. Então porque Allah SWT não destrói o mundo? Porque Ele é o As Sabur (O Mais Paciente) e Al Ghafur (O Perdoador).

Imaginem...Todas as criaturas condenam o que os seres humanos estão fazendo. Todos os dias o mar diz: “Oh Allah me de permissão de afogar todos os filhos de Adão porque comem do Teu sustento e adoram a outro”. As montanhas dizem: “Oh Allah me de permissão de me derrubar em cima dos filhos de Adão porque comem do Teu sustento e adoram a outro” A terra diz: “Oh Allah permita-me engolir os filhos de Adão, porque comem do Teu sustento e adoram a outro

E Allah SWT responde: “Deixem eles, se vocês tivessem criado eles teriam misericórdia deles.”

Em verdade, Deus sustém os céus e a terra, para que não se desloquem, e se se deslocassem, ninguém, que não fosse Ele, poderia contê-los. Em verdade, é Tolerante, Indulgentíssimo.”35:41

Por isso habibina Muhamad SAAS tinha razão ao dizer: “Não há ninguém mais paciente sobre os mal de seus servos do que Allah”

Se Allah ama essa virtude, porque não adaptá-la na nossa vida?

Os Ulamah dizem que a paciência é a metade da crença. O que significa a fé senão obedecer aos mandamentos de Allah e se afastar dos pecados? E o que significa a paciência senão ser paciente com as obediências , se afastar dos pecados e aceitar o destino designado por Allah. Não é metade da crença? Portanto nos momentos bons agradeça a Allah e nas desgraças e problemas seja paciente. A metade da crença é o agradecimento e a outra metade é a paciência. Por isso se diz que devemos adorar a Allah nos bons e maus momentos. Se cumprirmos com essas 2 adorações seremos verdadeiros servos de Allah.

Allah diz :

Nisso há sinais para todo o perseverante, agradecido.”14:5

É como se a fé fosse um corpo cuja cabeça é a paciência se cortares a cabeça morre o corpo. Viram o valor da paciência?

Que tipo de paciência devemos ter? É a bela paciência.

Então, pacienta (ó Mensageiro), com bela paciência !”70:5


O Profeta Ya’cub pai do profeta Yussuf (AS) disse:

Então, não me cabe senão uma bela paciência! Allah me será o Auxiliador, acerca do que alegais.” 12:18”

O que é a bela paciência? Porque o adjetivo bela está junto?

É a paciência sem aborrecimentos, nem irritação, nem protestos. Mesmo sem dizer nada, se teu coração fica se perguntando: “Porque aconteceu isso?” Isso é um sinal de uma má paciência.

A bela paciência é aquela sem cara feia. É aquela na qual nos satisfazemos com o que Allah nos decretou. É claro que o coração sofre e que os olhos choram, somos humanos, mas o coração deve ser paciente por dentro.

Outro significado para bela paciência é aquela paciência na qual somos positivos. Fazemos aquilo que está ao nosso alcance e somos positivos. Ou seja atuamos e somos pacientes da mesma forma.

Quais são os tipos de Paciência? São três:

- Paciência perante os pecados


- paciência para as obediências


- paciência perante o decretado por Allah e as desgraças.


Quem reunir esses 3 tipos terá completado sua paciência.


Tem pessoas que são muito forte perante as desgraças, mas perante o pecado é fraco. E tem aqueles que perante as obrigações e os pecados é forte, mas perante as desgraças é fraco.

O mais perfeito é aquele que cumpre os mandamentos de Allah e se arma de paciência ao mesmo tempo. Se completares a tua paciência terás completado metade da tua fé. E nesse momento verás a tua posição:

“Apenas os que pacientam serão recompensados, sem conta, com sua recompensa!” 39:10

O que é melhor? Ter paciência diante dos problemas e desgraças ou ter paciência ao seguir as obrigações e se afastar do pecado?

O fato de ter paciência com o cumprimento dos mandamentos e a resistência perante os pecados é mais valoroso perante Allah e mais perfeito.

Isso porque a paciência com as desgraças é obrigatória, a pessoa não tem outra opção. Enquanto que a paciência nas obediências e resistência dos pecados é algo opcional. Sou eu quem decido se faço ou não tal haram. Então qual é a mais perfeita paciência: A do Profeta Yussuf (José) As no qual foi paciente e preferiu a prisão ao invés de cometer pecado que a esposa do seu chefe lhe incitava ou então a paciência do Profeta Ayyub (Jô) que ficou doente, perdeu sua riqueza e seus filhos.

A resposta é a paciência de Yussuf, porque foi ele quem preferiu o cárcere ao invés do pecado, resistindo a ele.

Então, porque a paciência com as obrigações e resistindo aos pecados é mais valorada?

1-Porque a principal razão da nossa existência é adorar a Allah e conhecê-lo, e essa adoração só se consegue com as obediências.


2- Porque a recompensa por cada obra boa se multiplica por 10, em troca uma má obra se conta é apontado apenas 1. Isso porque obedecer a Allah é mais valoroso.


Aqui concluímos que o mais valoroso é a paciência na obediência, depois vem à paciência ao se afastar dos pecados e finalmente a paciência perante as desgraças.


Agora veremos a paciência perante as desgraças e o decretado por Allah, essa se subdivide em:


*Paciência perante a morte: é algo que toca a todos nós, todos provaremos esse tipo de paciência


*Paciência perante as doenças


*Paciência perante o mau trato das pessoas


A Paciência perante a morte: Essa é uma das mais difíceis, principalmente para as mulheres que muitas vezes sofrem mais.

As mulheres disseram ao Profeta SAAS: “Oh Mensageiro de Allah, tens mais tempo para os homens do que para nós, designa então um dia para nos ensinar a religião”. O Profeta então aceitou. Uma das coisas que o Profeta de Allah SAAS disse foi: “Cada mulher que perder 3 filhos em vida isso será uma fronteira que lhe afastará do inferno.” Uma mulher perguntou: “E se perder 2” Ele disse: “Também”.

Em outro hadith, o Profeta SAAS disse:

“Quando morre o filho de alguém. Allah diz aos Seus anjos: “Recolheram a alma do filho do meu servo” E eles respondem: “Sim, Oh Allah” Allah diz: “Recolheram a semente de seu coração” Eles respondem: “Sim, Oh Allah” e Allah diz: “O que disse Meu servo” Eles respondem: “Te louvou e disse: “Somos de Allah e para Ele retornaremos.” Então Allah SWT diz: “Construam uma casa no Paraíso para Meu fiel servo e lhe de o nome de : “A casa do Louvor”.

Esse hadith está destinado a todos aqueles que perderam um ente querido seja um pai, uma mãe, um irmão, etc.
O Profeta SAAS disse: “Não há nada melhor do que o Paraíso para um servo crente como recompensa por sua paciência ao perder um ente querido.”

Imaginem a paciência perante a morte de alguém querido pode ser a razão pela qual você entrará no Paraíso!

As mães que tiveram paciência ao perderem um filho ou uma filha, já tem uma casa no paraíso. No dia da ressurreição virão crianças que morreram pequenas que não serão julgados. Allah dirá: “Entrem no paraíso” Eles dirão: “Oh Allah não entraremos até que possamos levar nossos pais e mães conosco” Allah dirá: “ Levem vossos pais e vossas mães pelas mãos e entrem juntos no Paraíso.”

Portanto devemos tentar entender essa vida e as suas desgraças de uma forma correta.

Viram a beleza da virtude da paciência e a sua recompensa? O Paraíso.

A Paciência perante as doenças: Por ex. enfermidades renais, perder a visão, até mesmo as enfermidades psíquicas e depressões, etc.

Atá Ibn Abi Rabah disse que Ibn Abbas lhe perguntou: “Queres conhecer uma mulher dentre as moradoras do paraíso?” Respondi que sim, ele disse: “Aquela mulher negra que se dirigiu ao Profeta SAAS dizendo: “Sofro de epilepsia, sendo que isso faz com que me descubra, rogue a Allah para que Ele me cure. O Profeta disse: “ Se quiseres seja paciente e terás o Paraíso. E se quiseres rogarei a Allah para que te cure. A mulher disse: “Então terei paciência, mas rogue a Allah para que eu não me descubra, então o Mensageiro de Allah rogou por ela. E ela continuou tendo epilepsia mas sem se descobrir, e é uma das habitantes do Paraíso.”

O Profeta SAAS disse que Allah SWT disse:

“Caso submetesse a um servo Meu a uma provação com a perda da visão e ele se armasse de paciência, recompensa-lo-ia por isso com o Paraíso”


O profeta SAAS disse: “Allah perdoa todos os pecados de um crente por passar uma noite com febre.”


Se você passa uma noite com dor nos rins acordará de manhã totalmente perdoado. Depois de sabermos disso teremos dores, mas por dentro sentiremos o sabor da paciência e o perdão que tem um sabor melhor ainda.

Ibn Mas’ud disse uma frase famosa: “As boas obras não se ganham com as desgraças, mas se apagam os pecados.”

Viram como a gente deve mudar nossos conceitos sobre as doenças.

Por isso, é Sunnah do Profeta SAAS, que ao visitar um irmão doente se diga.>

Tahur Insha Allah” (Purificação insha Allah). Ou seja, que sejas purificado dos teus pecados.


Outro tipo de paciência é ser paciente perante as ofensas das pessoas. É tolerar a vizinha que me insultou, a fulana que me humilhou, suportar uma má palavra do marido, do meu pai, e principalmente das pessoas que te odeiam ou tem inimizade com relação a ti.

O Profeta SAAS disse:

Quando Allah SWT reunir toda a humanidade no dia da ressurreição serão chamadas as pessoas pacientes, esses que serão poucos, se levantarão e sairão correndo para o Paraíso. Os anjos pararão eles e perguntarão: “Quem são vocês?” Eles responderão: “Somos o povo da paciência”. Os anjos perguntarão: “Em que consiste a vossa paciência?” Eles responderão: “Respondíamos com a paciência perante as injustiças, perdoávamos aqueles que nos fizeram danos, e tínhamos paciência com aqueles que nos tratavam com ignorância. Então os anjos dirão: “Entrem no Paraíso! Que bela recompensa para os bem-feitores”

Seremos pacientes quando nos ofenderem? Ou responderemos com outra ofensa?

“Ao contrário, quem perseverar e perdoar, saberá que isso é um fator determinante em todos os assuntos.”42:43

“e fizemos alguns, dentre vós, provação para os outros. Acaso (ó fiéis), sereis perseverantes? Eis que o teu Senhor é Onividente.” 25:20

Temos que ter paciência perante tudo na nossa vida.

O Profeta SAAS disse

Sempre que o muçulmano for acometido de uma fadiga, enfermidade, preocupação, tristeza, lesão ou angustia, inclusive atingido por um espinho que o perfure, Allah perdoará por causa disso alguns de seus pecados.” em  um outro Hadith,o Profeta SAAS diz: “Quando um muçulmano se fere, por ex, com um espinho ou com menos que isso, Allah perdoa-lhe os pecados, os quais saem dele como saem as folhas de uma árvore.”

Subhan Allah! Tudo isso para que Allah perdoe nossos pecados.

O Profeta SAAS disse

 “O crente e a crente continuarão suportando provas atrás de provas em sua saúde, bens e filhos, até que se encontrem com Allah sem pecado algum”

Por isso que os inimigos do Islam não são colocados a prova, e Allah lhes dá muita comodidade.

“Mas quando esqueceram as admoestações que lhe tinham sido feitas, abrimos-lhes as portas da prosperidade, até que se sentissem regozijados pelo fato de haverem sido agraciados; então, exterminamo-los subitamente e, ei-los agora desesperados!”6:44


Uma vez alguém perguntou ao Profeta SAAS: “Quem são os mais submetidos às provas por Allah?” O Profeta SAAS respondeu: “Os Profetas”. Isso é para que nós não pensemos que Allah não nos ama por ter nos colocado à prova, e para que nós não digamos: “Por que eu?” Vejamos os profetas, são os mais submetidos às provas. Cada muçulmano estará submetido às provas conforme o grau de sua fé. Se for muito crente a prova são mais intensas, até que chega um momento que caminha pela terra sem pecado algum.

Qual é a lição que podemos tirar das provas?

1-Aumentar nossos degraus no Paraíso.


2-Diferenciar as nossas posições. Allah SWT sabe como agiríamos perante qualquer situação, mas se nega a nos julgar no dia da ressurreição com a Sua sabedoria e nos julga segundo as nossas obras. Allah SWT por ser misericordioso nos submete às provas para mostrar nossas posições e atitudes e diferenciar os bons dos maus.


3-: “Pretendeis, acaso, entrar no Paraíso, sem que Deus Se assegure daqueles, dentre vós, que combatem e são perseverantes?” 3:142


“Não é do propósito de Deus abandonar os fiéis no estado em que vos encontrais, até que Ele separe o corrupto do benigno, nem tampouco de seu propósito é inteirar-vos do incognoscível” 3:179


Essa distinção é ignorada por nós, mas está abarcada pela Sabedoria de Allah, mas Ele quer torná-la evidente através das provas, que demonstrarão nossas ações.


4: Se tudo na nossa vida é bom sem problema algum, sem desgraças, tendo tudo o que quiser, o que acontecerá ; A pessoa se torna arrogante para com Allah SWT, pensando que não precisa de Allah SWT.

Por isso ele nos submete a provas para que nos voltemos a Ele e baixemos nossa cabeça perante Ele e digamos: “Oh Allah preciso disso, Oh Allah preciso daquilo”


5: As desgraças nos fazem acordar para agradecer as bênçãos de Allah, para agradecer por tudo de bom que Ele nos fornece.


6- Allah SWT quer que quando Ele decrete algo para nós, estejamos satisfeitos com Seu decreto.


7- Allah nos submete a prova para que possamos ver o Poder Dele quando Ele te tira ou te salva do teu problema. Quando veríamos o poder de Allah, O Poderoso, O Misericordioso, O Afetuoso, se tivermos uma vida sem problemas;

Exemplos de pessoas pacientes perante as desgraças:

O primeiro modelo de paciência é o Profeta Ayyub (Job) (As) viveu 80 anos era rico, são, tinha 14 filhos e todas as pessoas o amavam. Depois de todas essas bênçãos, ele perde todos os filhos, e ficou muito doente ficando praticamente inválido. De tão doente, caiam pedaços da sua pele. As pessoas começaram a ter medo e se afastaram dele. Só a sua esposa fiel e paciente ficou ao seu lado. Ayyub (AS) ficou invalido por 18 anos, sua esposa gastou todo seu dinheiro para ele, já que ele não podia trabalhar. Acabou-se o dinheiro e já não tinham nada para comer. Sua mulher começou a trabalhar, mesmo sendo a esposa de um Profeta. Um dia ela disse ao Profeta Ayyub: “Porque não você não pede para Allah te curar?” Ele respondeu: “Vivemos 80 anos em comodidade, terei que suportar isso mais 80 anos e depois lhe pedirei.” Masha Allah olhem a paciência. Allah disse sobre ele:

Em verdade, encontramo-lo perseverante – que excelente servo! – Ele foi contrito.” 38:44

Permaneceu paciente sem pedir nada a Allah. Sua esposa já não encontrava quem quisesse deixá-la trabalhar pois temiam que ela tivesse sido contaminada pelo marido. Viu-se obrigada a vender as suas tranças. Quando o Profeta Ayyub soube disso, implorou a Allah. E disse:

“Em verdade, a adversidade tem-me açoitado; porém, Tu és o mais clemente dos misericordiosos!”21:83

Ele não disse: “Oh Allah bastam 18 anos!” Nem se queixou.

No outro versículo Allah responde: “E o atendemos e o libertamos do mal que o afligia” “21:84”

No final, Allah SWT lhe devolveu a saúde, a família, a riqueza. Viram só a paciência de Ayyub AS ? Viram o que suportou o Profeta de Allah. Será que somos mais queridos para Allah do que o Profeta Ayyub? Por isso temos que aprender a não dizer nem pensar perguntar: “Oh Allah porque isso?”

Outro ex. é um companheiro do Profeta SAAS: Imran Bnu Hissin. Ficou muito doente, até que ficou praticamente invalido. Seus amigos iam visitá-lo e choravam ao vê-lo naquele estado. E ele dizia: “O que Allah quer eu também quero.”

Uma mulher teve que ter sua mão amputada como castigo por furto. Quando começaram a cortar a mão dela ela sorriu. Perguntaram a ela se ela não estava sentindo dor e ela disse: “A doçura do perdão me fez esquecer a dor”.

Um Sulaym era a esposa de um dos sahaba. Ela e seu marido tinham um filho chamado Talha. Esse filho ficou muito doente, e o pai amava muito seu filho. Um dia saiu o pai para trabalhar e o filho morreu durante a tarde. Por já estar tarde não seria possível enterrá-lo durante a noite. A mãe muito crente e paciente, não quis entristecer seu marido pela noite e suportou sozinha a dor da perda de seu filho. Seu marido chegou durante a noite e perguntou: “como está nosso filho?” e ela respondeu: “Em repouso” O homem disse: “Alhamdulilah”. Pela manhã a esposa disse ao marido: “Se os vizinhos nos deixassem algo, não deveríamos devolve-lo? Ele disse: sim. Um Sulaym disse: ‘E se deixassem durante muito tempo? Ele respondeu: “O quanto antes teria que devolver.” Então ela disse: “ Teu filho morreu, Allah quis recuperar o que havia nos deixado.”

Irmãos , viram a paciência dela? Será que a gente não consegue ter nem que seja metade da paciência dela?

Para ter paciência requer condições:

1-Deve ser no primeiro momento em que souber do fato. O Profeta SAAS disse: “A paciência se mostra ante o primeiro momento de uma calamidade”

2-Dizer: “Somos de Allah e para ele retornaremos. Oh Allah apóia-me em minha calamidade e conceda-me algo melhor” Em árabe: “Inna Lilahi wa inna ileihi Rajiun, Allahuma ajirne fi musibati wa akhlifni khairan min ha”

É bom aprendermos essa suplica e aplicarmos ela em todos os fatos calamitosos que acontecerem conosco, mesmo que sejam simples, como disse o sheikh até mesmo se roubarem seus sapatos na saída da mesquita.

3- Enfrentar as calamidades sem queixas nem reclamações com a intenção de se queixar do decreto de Allah sobre ti.

Paciência perante os pecados:

Irmãos temos que ter paciência em evitar os pecados e nos afastarmos deles. Temos que ter fé e paciência e Allah nos ajudará a deixar os pecados, também devemos saber nos afastar das companhias que nos levam ao pecado.

Outro tipo de paciência é buscar amizade com pessoas boas e que fortaleçam a nossa fé.

Sê paciente, juntamente com aqueles que pela manhã e à noite invocam seu Senhor, anelando contemplar Seu Rosto. Não negligencies os fiéis, desejando o encanto da vida terrena e não escutes aquele cujo coração permitimos negligenciar o ato de se lembrar de Nós, e que se entregou aos seus próprios desejos, excedendo-se em suas ações.” 18:28

O melhor exemplo nesse sentido é o do Profeta Yussuf (As). Esse profeta era jovem, solteiro e muito bonito. Em um hadith é dito que Allah dividiu a beleza em 2 partes, uma delas era a beleza de Yussuf e com a outra metade se dividiu a beleza de todo o mundo. Ele foi tentado pela esposa de seu dono Al Aziz, já que ele havia sido vendido como escravo. A esposa de Aziz era bela e rica e passou a persegui-lo induzindo ele ao haram e logo todas as mulheres passaram a persegui-lo, e a esposa do Aziz lhe dizia: “Se não te renderes ao meu desejo, ficarás encarceirado.” E ele implorou a Allah dizendo: “Oh Allah, o cárcere me é preferível ao que me induzem”. No final ele ficou preso e resistiu com paciência até o final ao pecado.

Será que não conseguiremos ter paciência para nos afastar dos pecados para ganhar al Jannah? Para ganhar o paraíso por baixo do qual fluem rios?

E não cobices tudo aquilo com que temos agraciado certas classes, com o gozo da vida terrena – a fim de, com isso, prová-las – posto que a mercê do teu Senhor é preferível e mais persistente.” Aya 20:131


A paciência com as obediências:

Nesse caso temos o ex do Profeta Abraão e seu filho Ismael (AS).

Imaginem, a obediência de um pai a Allah que chega ao ponto de sacrificar seu filho em obediência a Allah.

“E quando chegou à adolescência, seu pai lhe disse: Ó filho meu, sonhei que te oferecia em sacrifício; que opinas? Respondeu-lhe: Ó meu pai, faze o que te foi ordenado! Encontrar-me-ás, se Deus quiser, entre os perseverantes!

E quando ambos aceitaram o desígnio (de Deus) e (Abraão) preparava (seu filho) para o sacrifício.

Então o chamamos: Ó Abraão,

Já realizaste a visão! Em verdade, assim recompensamos os benfeitores.

Certamente que esta foi a verdadeira prova.” 37:102,103

E depois disso, será que a gente não vai conseguir fazer as orações na hora e fazer corretamente nossas orações obrigatórias? Será que a gente não vai conseguir levantar de noite para rezar nem q seja 2 rakaas voluntárias?

Olhe a obediência de Ibrahim e seu filho Ismael (As). E Ismael tinha 14 ou 15 anos nessa época. Onde está a nossa paciência na obediência dos mandamentos de Allah SWT?

"Sete pessoas estarão abaixo da sombra de Al·lâh no Día em que nao haverá sombra exceto a Sua” .Os sete têm paciência:


1- Um imam justo: Que mesmo podendo ser tirano, se manteve paciente e foi justo.


2- Um jovem que foi educado e cresceu adorando a Al·lâh: Desde sua infância é paciente com as obediências (ler o Quran, suplica a Al·lâh, O recorda e pede Seu perdão).


3- Duas pessoas que se amam por Allâh. Se unem por Allâh e se separam por Allâh (suportam um ao outro e tem paciência mutua para amar mais a Allah).


4- Um homem, cujo coração está vinculado com a mesquita


5- Um que deu caridade em segredo até o ponto de que sua mão esquerda não soube o que deu sua mão direita. [A paciência em fazer uma obediência ocultando-a para alcançar sua recompensa]


6- Um homem que foi tentado por uma mulher com prestigio social e beleza e disse: “Temo a Allah”


7- Uma pessoa que ao recordar a Allâh en seu intimo, derrama lágrimas.

O maior dos tipos do sabr no cumprimento das obrigações é o sabr pela causa de Allah. Aquele que tem paciência pela causa de Allah não há outra recompensa senão o Paraiso. Vejamos o caso de Sumaya, a primeira mártir do islam, morreu porque Abu Jahl lhe atingiu com uma flecha em suas partes privadas.

O caso dos magos que disputavam com o Profeta Moises (AS):

“E os magos caíram prostrados.

Disseram: Cremos no Senhor do Universo,

O Senhor de Moisés e de Aarão!

O Faraó lhes disse: Credes nele sem que eu vos autorize? Em verdade isto é uma conspiração que planejastes na cidade, para expulsardes dela a população. Logo o sabereis.

Juro que vos deceparei as mãos e os pés dos lados opostos e então vos crucificarei a todos.

Disseram-lhe: É certo que retornaremos ao nosso Senhor.

Vingas-te de nós só porque cremos nos sinais de nosso Senhor quando nos chegam? Ó Senhor nosso, concede-nos paciência e faze com que morramos muçulmanos!”( 120/126 sura 7)

A melhor historia de Sabr fissabililah é a da penteadeira da filha do faraó. Ela estava penteando a filha do farao quando seu pente caiu, quando caiu ela disse: Bismillah. Ela era crente em Allah mas escondia sua fé, mas acabou falando espontaneamente. A filha do faraó disse: “Estás falando em nome do meu pai? ela disse: Meu senhor, Teu senhor e Senhor do teu pai é Allah! Tu tens outro Deus além do meu pai? ela disse : Meu senhor, Teu senhor e Senhor do teu pai é Allah! A filha foi correndo e informou a seu pai. O farao chamou a penteadeira e disse: “Tens outro deus além de mim?” e ela respondeu: “Meu senhor e teu Senhor é Allah”. Perguntaram se ela tinha filhos. Ela tinha 4 filhos e 1 deles ainda mamava. Então o faraó ordenou que trouxessem os filhos dela. Colocaram 1 grande caldeira fervente e pegaram o filho maior dela, o faraó perguntou: “Tens algum deus alem de mim"ela disse: “Meu Senhor e Teu senhor é Allah!” e então jogaram ele na caldeira perante seus olhos, escutou os gritos de seu filho e então o silencio. Pegaram o segundo filho, tens algum deus alem de mim? ela disse: “Meu Senhor e Teu senhor é Allah!” jogaram o 2. Pegaram o 3: ela disse Meu senhor e teu senhor é Allah. No 4 que era o bebe que ainda mamava, ela ficou segurando no colo tentando protege-lo de todas as formas, seu coração já estava estremecendo, então o bebe olhou para sua mãe e disse: “Paciencia minha mãe você está na senda da verdade” então ela disse: “Meu senhor e teu senhor é Allah” e os 2 foram jogados da caldeira. O Profeta SAAS relatou que na viajem noturna quando chegou ao paraíso sentiu um maravilhoso perfume, e entoa perguntou ao anjo Gabriel e ele respondeu é da penteadeira da filha do farao e seus 4 filhos...

“Apenas os que pacientam serão recompensados, sem conta, com sua recompensa!” 39:10


Coisas que ajudam a ter sabr:


1- Saudades do paraíso, esse mundo não é nada.


- Você é de Allah e para ele voltará


3- Buscar a recompensa do paraíso


4- Ter em mente o seguinte versículo “Em verdade, com a adversidade está a facilidade!”


5- Fazer muita Du’a (Súplica) – “Oh Senhor nosso, concede-nos paciência!”

E que a paz e as bênçãos estejam com o Mensageiro de Allah SAAS, e Louvado seja Allah, Senhor do Universo!

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

sábado, fevereiro 26, 2011

Sahaba 33‏ - Abu Sufyan b. al Háris

Queridos irmãos e amados leitores,

Quem procura saber da vida do Profeta Muhammad SAAS cada dia tem uma surpresa. Quando iniciei meus estudos islâmicos conheci duas personagens que me tocaram profundamente Hamza tio do Profeta SAAS e Abu Sufyan. Eu logo amei profundamente ao Hamza RAA pela sua valentia e dedicação à causa do Rassulolah SAAS como odiei Abu Sufyan pela perseguição que ele empreedeu ao Mensageiro de Allah.

Contudo também aprendi, de que todos os acontecimentos foram escritos por Allah SW e que eu precisava aceitá-los. Hoje repasso para vocês essa matéria que nos mostra a transformação de um homem, que passou de perseguidor a seguidor. Abu Sufyan assim como eu compreendeu que Muhammad SAAS era verdadeiramente um mensageiro de Allah SW e que veio para trazer uma Religião Universal o Islamismo, pelo qual agradeço a Allah SW por me pemitir a ser um muçulmano. Vamos ao artigo Inshallah!

Por: Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha

Tradução: Prof. Samir El Hayek

Raramente duas pessoas têm tanta coisa em comum como aquelas que eram compartilhadas por Mohammad b. Abdullah (S) e pelo Abu Sufyan b. al Háris. Foram amigos de infância, tendo nascido aproximadamente no mesmo tempo, e criados na mesma família numerosa. Abu Sufyan era primo em primeiro grau do Profeta (S), porquanto Abdullah, pai do Profeta (S), e Al Háris, pai de Abu Sufyan, eram totalmente irmãos, sendo, estes, dois dos filhos de Abd al Muttalib. Abu Sufyan e o Profeta (S) eram ainda irmãos de criação, pois ambos foram amamentados pela Halimah al Sadiyah ao mesmo tempo.

Em adição, ele era amigo íntimo do Profeta (S) antes de este receber o chamado para a profecia, e até se parecia com ele. Com toda honestidade, poderia o leitor ter visto, em qualquer lugar, laços mais fortes do que aqueles que ligavam o Profeta (S) e o Abu Sufyan b. al Háris?

Era de se esperar que o Abu Sufyan iria ser uma das primeiras pessoas a responder o chamamento ao Islam, e o mais ansioso a seguir o Profeta (S), de quem era íntimo. Contudo, os eventos agiram contrariamente à expectativa de todos. Logo que o Profeta (S) começou a conclamar publicamente as pessoas ao Islam, a afeição que o Abu Sufyan nutria pelo Profeta (S) se transformou em ódio e inimizade. Negando os laços de parentesco, o Abu Sufyan tornou-se do Profeta (S) um acre inimigo.

No tempo em que o Profeta (S) obedeceu a ordem de Allah e começou a conclamar as pessoas ao Islam, o Abu Sufyan era conhecido como um dos mais intrépidos guerreiros do Coraix, bem como um dos seus mais dotados poetas. Ele decidiu-se por usar o seu poder e a sua eloqüência para o mister de lutar contra o Mensageiro de Allah (S), e para lhe obstruir a missão. Valia-se de todos os seus talentos com o simples propósito de injuriar o Islam e os muçulmanos. Sempre que os coraixitas desfechavam uma batalha contra o Profeta (S), era o Abu Sufyan que a instigava, e estava certo de desempenhar um melhor papel nos esforços para infligir danos aos muçulmanos. Ele também explorava os seus talentos poéticos, compondo grosseiras sátiras sobre o Profeta (S). Compôs versos que foram misericordiosamente esquecidos pela história, porquanto eram algo da mais indecente poesia que já foi recitada em árabe.

A inimizade do Abu Sufyan para com o Profeta (S) durou quase vinte anos, durante os quais ele não deixou pedra alguma sem ser virada, na sua trama contra o Profeta (S), e no seu afã de causar danos aos muçulmanos. Vinte anos de ódio e crueldade, pelos quais o Abu Sufyan tem de suportar a culpa.

Pouco tempo antes de Makka ser finalmente tomada pelos muçulmanos, o destino quis que o Abu Sufyan aceitasse o Islam. A estória de como ele aceitou o Islam é tão extraordinária, que pode ser encontrada em todos os livros da hitória árabe. Todavia, seria melhor se deixássemos que o conteúdo da estória fosse dita pelas próprias palavras dele.

A história de Abu Sufyan

Quando o Islam tornou-se estabelecido e poderoso, e eram espalhados rumores de que o Profeta (S) estava planejando tomar Makka, senti que não havia lugar no mundo aonde eu pudesse ir. Eu imaginava:

“Aonde irei? Com quem? Entre que povo irei viver?” Então fui ter com minha esposa e meus filhos e lhes disse:

“Preparai-vos para deixar Makka, pois Mohammad (S) logo virá, e eu serei morto se ficar aqui quando chegarem os muçulmanos.”

“Quando irás conscientizar-te de que tanto os árabes como os não-árabes, todos juraram sua fidelidade a Mohammad (S)?” perguntaram-me. “Tu persistes na tua inimizade para com ele, quando já era tempo para que abraçasses a sua religião. Teria sido bem mais válido se tivesses sido um dos que o houvessem apoiado desde o início.”

Eles continuaram tentando me influenciar favoravelmente ao Islam, mostrando-o como uma luz aconchegante, até que fianlmente Allah fez com que me inclinasse a aceitar o Islam.

Naquele ponto, eu me levantei, chamei o meu criado, Mandhkur, a lhe disse que selasse alguns camelos e uma égua para nós. Levando meu filho Jafar comigo, pusemo-nos às pressas a caminho de Al Abwa, entre Makka e Madina, pois havia ouvido dizer que Mohammad (S) lá estava acampado. Quando estávamos quase chegando, eu me disfarcei, para que não fosse reconhecido e morto antes de chegar ao Profeta (S) e declarar a minha fidelidade ao Islam na presença dele.

Continuei minha viagem a pé por quase um quilômetro e, passando por mim em direção contrária, viam-se as primeiras facções de soldados muçulmanos que se dirigiam para Makka, um grupo após o outro. Saí do caminho, dando-lhes passagem, permanecendo de lado, temendo ser reconhecido por um dos companheiros de Mohammad (S). Enquanto isso acontecia, o grupo com o qual o Mensageiro de Allah (S) estava viajando apareceu repentinamente. Parado no meio da estrada, Eu esperei que ele se aproximasse. Quando ele estava tão perto, a ponto de estar cara a cara comigo, eu me revelei a ele. Logo que me deu uma boa olhada e viu quem eu era, voltou o rosto na outra direção. Dei a volta em torno dele, e fiquei na frente dele novamente. Uma vez mais ele virou o rosto, e continuou a proceder assim, embora eu fizesse vários esforços para fazer com me olhasse e falasse comigo.

Então, quando os outros viram que o Mensageiro de Allah (S) se afastou e recusou falar comigo, puseram-se hostis para comigo, e todos se afastaram de mim. Abu Bakr me viu e, inflexível, afastou o olhar; então voltei-me para o Ômar b. al Khattab, e olhei para ele percrutadoramente, esperando que ele olhasse para mim com benevolência. Achei-o mais severo do que Abu Bakr, na sua recusa em me olhar. Em vez disso, ele disse algo que incitou um dos Ansar a falar coisas contra mim; aquele ansar disse:

“Ó inimigo de Allah, eras tu que costumavas causar danos ao Profeta (S) e aos seus companheiros. Tuas injúrias e teus insultos são suficientes para encher o mundo inteiro...” e ele continuou naquele teor, enquanto os Companheiros continuavam a me olhar friamente, satisfeitos com o que eu estava sendo forçado a ouvir.

De súbito, eu vi meu tio, Al Abbas, e me voltei a ele, dizendo:

“Ó tio, esperava que o Mensageiro de Allah (S) fosse ficar feliz por eu ter aceitado o Islam, por causa do meu parentesco com ele e do meu status entre o meu povo. Mas... tu viste como ele me recebeu. Fala com ele para que ele reconsidere com realção a mim!”

“Não”, ele respondeu. “Juro por Allah que não direi uma palavra ao Mensageiro de Allah (S), depois que vi o modo como ele se afastou de ti, a menos que eu veja uma oportunidade apropriada, porque tenho muito respeito por ele. Não, não seria propriado agora.”

“A quem devo dirigir-me então, ó tio?” gritei eu.

“Nada posso fazer por ti”, foi a resposta dele. Fiquei arrazado de desânimo e desencorajamento. Logo depois eu vi o meu primo Áli b. Abi Tálib, e falei com ele, na esperança de que ele fosse fazer algo em meu favor, mas ele apenas disse a mesma coisa que ouvira do meu tio, Al Abbas. Então eu voltei a falar com o meu tio, e disse:

“Ó Tio, já que és incapaz de fazer com que o Profeta (S) me olhe com bons olhos, pelo menos defende-me do homem que me está vilipendiando e incitando os outros a fazerem o mesmo!”

“Dize-me como é o homem”, disse o tio. Quando eu descrevi o homem, ele disse:

“Esse é o Nuayman b. al Háris al Najjari.” Mandou chamá-lo e falou, dizendo:

“Ó Nuayman, o Abu Sufyan aqui é primo do Mensageiro de Allah (S) e meu sobrinho. Embora o Profeta (S) esteja zangado com ele, eis que um dia ele poderá reconsiderar quanto a ele; então deixa-o em paz!” Al Abbás persistiu, até que convenceu o homem a se reprimir de me amolar, e ele prometeu que não mais me iria incomodar, daquele momento em diante.

Quando o Mensageiro de Allah (S) chegou a al Jahfah, e fez aí uma parada, eu me sentei à entrada da sua tenda, com o meu filho Jafar ao meu lado. Quando o Profeta (S) saiu e me viu, virou o rosto. Contudo, eu não perdi as esperanças de fazer com que ele reconsiderasse em relação a mim; e toda vez que ele fazia uma parada para descansar, eu sentava à sua porta, e fazia com que o Jafar ficasse em pé do meu lado. Sempre que o Profeta (S) me via, afastava-se de mim. Aquilo continuou por algum tempo, até que comecei a ficar desencorajado. Quando eu estava para perder as esperanças, disse para minha esposa:

“Juro por Allah que, ou o Profeta (S) reconsidera com relação a mim, ou vou pegar meu filho pela mão e vagar pelo deserto até que morramos de fome e de sede.”

Quando o Profeta (S) foi informado sobre aquilo, abrandou em relação a mim e, da próxima vez que saiu da sua tenda, olhou para mim duma maneira não tão severa quanto da vez anterior. Eu queria que ele sorrisse para mim.

O Profeta (S) entrou em Makka, e eu entrei juntamente com os seus seguidores. Então ele foi para a mesquita, e eu fui após ele, seguindo-o a cada passo.

O tempo passou, e aconteceu a batalha de Hunayn. As tribos árabes que permaneciam hostis ao Profeta (S) se juntaram numa inusitada força para fazerem a guerra contra ele. Eles prepararam o seu exército intensamente, e estavam determinados a desfechar uma batalha que iria ser o golpe de morte para o Islam e os muçulmanos.

O Profeta (S) arrebanhou uma força para defender os muçulmanos, e se pôs a campo, juntamente com os Companheiros, para encarar o exército invasor. Eu fui com eles e, ao ver o imenso número de soldados dos inimigos pagãos, disse comigo:

“Juro por Allah que hoje irei compensar todas as coisas que fiz como inimigo do Mensageiro de Allah (S), e farei com que ele me veja prová-lo, duma maneira que irá agradar a Allah e a ele.”

Quando os dois exércitos se encontraram na batalha, os muçulmanos viram-se diminuídos perante os inimigos pagãos, e começaram a perder algumas das suas energias e algo do seu entusiasmo. As forças que apoiavam o Profeta (S) logo ficaram desordenadas, e parecia que iriam sofrer uma humilhante derrota. Eis que lá estava o Mensageiro de Allah (S), por quem eu seria capaz de renegar a meu pai e minha mãe, constantemente mantendo a sua posição, sobre a sua mula cor de cinza, firme como uma rocha, defendendo-se a si e aos que o rodeavam, atacando como se fosse um leão. Ao ver aquilo, pulei do meu cavalo, quebrando a bainha da minha espada, atirando-a de lado. Allah sabe que eu desejei encontrar a morte na defesa do Seu Mensageiro (S).

Meu tio Al Abbas segurava as rédeas da mula do Profeta (S), e permanecia ao seu lado, enquanto eu tomava o meu lugar, no lado contrário. Na minha mão direita eu segurava a minha espada, usando-a para defender o Mensageiro de Allah, enquanto segurava a sua sela com a mão esquerda. Quando o Profeta (S) viu quão ferozmente eu lutava, perguntou ao meu tio Al Abbás:

“Quem é esse?”

“Esse é o seu primo e irmão, o Abu Sufyan b. al Háris”, respondeu Al Abbás, “ó Mensageiro de Allah (S)... por favor, mostra que estás aprazido com ele!”

“Sim, estou aprazido com ele, e que Allah lhe perdoe cada fragmento de hostilidade que sempre demonstrou contra mim!”

Meu coração pulou de alegria quando ouvi dizer que o Profeta (S) estava aprazido comigo; eu me curvei sobre sua sela e lhe beijei o pé, ao que ele disse:

“Ó irmão meu, vai em frente, e luta intrepidamente!” Suas palavras acenderam o meu entusiasmo, e eu desfechei uma carga tal sobre os pagãos, que os fez recuar das suas posições. Os muçulmanos os assaltaram juntamente comigo, e os perseguimos por vários quilômetros, e eles debandaram em todas as direções.

Fim da narrativa de Abu Sufyan.

Desde o dia da batalha de Hunayn, o Abu Sufyan foi abençoado com a aceitação da parte do Mensageiro de Allah (S), que passou a tratá-lo graciosamente. Abu Sufyan, no entanto, nunca mais foi capaz de olhar o Profeta (S) no rosto, pois sentia-se tímido perante ele, e envergonhado pelas memórias do seu comportamento passado.

Abu Sufyan contorcia-se de remorso ao lembrar-se dos dias negros que passara em Al Jahiliya1, sem ser tocado pela luz da verdade de Allah, e privado da Sua Escritura. Começou a passar noites e dias a ler o Alcorão, a educar-se nos seus ensinamentos, e a ponderar sobre suas lições espirituais.

Ele virava as costas a todas as tentações da vida terrena, e voltava todo o seu coração e sua mente para Allah. Numa ocasião, o Profeta (S) viu o Abu Sufyan entrando na mesquita, e perguntou para a Aicha (que Allah esteja aprazido com ela):

“Ó Aicha, sabes quem é aquele?”

“Não, ó Mensageiro de Allah (S)”, respondeu ela.

“É o meu primo Abu Sufyan b. al Háris. Vê, ele é o primeiro a entrar na mesquita e o último a dela sair; e nunca tira os olhos do chão”, disse o Profeta (S).

Quando o Mensageiro de Allahs (S) partiu da vida deste mundo para estar com o seu Senhor, o Abu Sufyan chorou por ele como se fora uma mãe que perdera o seu filho único. Pranteou-o como se tivesse perdido o seu amigo mais querido, e compôs um poema que é considerado a mais fina das elegias jamais escritas, pois é cheio de uma emoção que envolve o leitor no profundo sentimento do poeta.

. Al Jahiliya – o estado de falta de fé e de lei que caracterizava aqueles que praticavam a idolatria.

Durante a autoridade de Al Faruk Ômar (que Allah esteja aprazido com ele), o Abu Sufyan sentiu que o seu próprio fim estava-se aproximando. Cavou um túmulo para si mesmo, e dali três dias morreu. Quando chegou sua hora, ele voltou-se para sua esposa e seus filhos, e disse: “Vós não precisais chorar por mim, pois juro por Allah que nada fiz de pecaminoso depois que aceitei o Islam”, e morreu com a tranquilidade de um inocente. Al Faruk Ômar dirigiu a oração, no funeral, e ele e os Companheiros se entristeceram com o passamento do Abu Sufyan, e acharam que aquilo era uma grande perda para o Islam e para os muçulmanos.

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

Os Muçulmanos Amam Jesus!

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segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Os Perigos do Secularismo[1] [parte 1]

بسم الله الرحمن الرحيم
Em Nome de Deus Clemente e Misericordioso
Queridos Irmãos e Leitores,

Existe uma coisa que vem preocupando muito os religiosos sinceros, é a inovação da Religião de Deus. Em tempos mais remotos fazia-se um esforço muito grande para cumprir as obrigações recomendadas nos Livros Sagrados. Hoje temos uma desculpa para tudo. É fato que o tempo ficou muito excasso, a forma de trabalho mudou, as mães trabalham fora para auxiliarem no orçamento doméstico, contudo isso tem caráter restritivo não porém, impeditivo. Quantos minutos diários podemos dispensar para as cinco orações? Com certeza não gastamos mais que 30 minutos em nossas orações diárias. Se o dia tem 24 horas, porque não fazemos mais as 05 orações recomendadas por Allah SW? Isso acontece em relação ao jejum, trajes, abate halal entre outros.

Pois bem, não nos consta em lugar algum que Allah SW irá levar em consideração essas dificuldades no grande Julgamento do Juízo Final! Precisamos ter muito cuidado. A morte está mais próxima de nós do que nossa jugular (veia na região do pescoço), e se não atentar-nos poderemos morrer em estado de pecados, ai, somente a misericórdia de Allah SW poderá nos garantir um lugar no Paraíso.

Sobre esse assunto o site Unicidade Luz, escreveu um artigo que em Nome de Allah SW que compartilhar com nossos leitores. Segue logo abaixo, e que Allah SW tenha misericórdia de nossas almas. E não podemos nos esquecer, toda inovação gera confusão e toda confusão leva ao inferno.

Allah, Exaltado seja, enviou o Livro [o Nobre Alcorão] para esclarecer todos os assuntos, sendo ele um guia e misericórdia para os crentes.

Ele enviou ao Seu Mensageiro, Muhammad [que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele] com a orientação e a verdadeira religião com a qual abriu os olhos cegos, os ouvidos surdos e corações fechados. Com esta, Ele eliminou a obscuridade da ignorância e a estupidez quebrando as correntes do politeísmo de tal maneira, que o desvio se converteu em uma lenda do passado e a adoração de ídolos se converteu em um mito antigo.

Um muçulmano se surpreende diante da estupidez do politeísmo. Disse Allah o Único (significado em português): “Aquele que Allah guia estará bem encaminhado; porém àquele que Ele desviar, jamais poderá achar nada que o guie”. [Al-Kahf 18: 17].

Entretanto, devemos sempre recordar que as provas são continuas e que o mal permanece. Os demônios entre a humanidade e os jinns [gênios] continuam espalhando o desvio, tornando-o atraente e difundindo-o por meio de todas as línguas. Disse Allah o Altíssimo [significado em português]: “E assim fizemos para cada profeta vários inimigos, demônios dentre os humanos e os gênios, que sussurram [palavras] uns aos outros com a uma bela eloqüência para iludirem a todos; porém, se teu Senhor assim quisesse, não o teriam feito. Afaste-se, pois, deles e de suas mentiras!”. [Al-Na’am 6: 112].

É uma obrigação para todos conhecer as formas de desvio, para alertar as pessoas sobre este, expondo-o, mostrando seus objetivos e bloqueando os caminhos para aqueles que buscam tal. Ao fazer isto, os muçulmanos terão consciência daquilo que Senhor quer deles e ter um ponto de vista adequado para não serem prejudicados pelas tramóias e planos dos desviados.

Hoje em dia, no mundo islâmico, muitas filosofias e ideologias diferentes estão sendo difundidas, e são estas as mesmas que desviam muitas pessoas com seu brilho e glória superficiais. Muitos slogans [lemas] e terminologias têm capturado as mentes das pessoas e acabam controlando sua forma de pensar.

Estas falsas crenças são como uma doença e derivadas do fogo [do inferno]. Foi decretado que essas falsas crenças sejam disseminadas e que estas destruirão a pessoa afetada.

Uma destas ideologias é o secularismo, a qual tem se infiltrado nas comunidades muçulmanas. Talvez um dos desafios que os seguidores do Ahlu As-Sunnah ua Aj-Jama’ah [a verdadeira metodologia islâmica] neste momento, é para derrubar essas falsas crenças, esclarecendo seus inúteis argumentos e, expor a realidade dos obscuros conceitos por de traz das quais se esconde o secularismo que espalha seu veneno nas mentes e corações do povo desta nação.

Por esta razão, é necessário descobrir o verdadeiro rosto desta ideologia desviada e desviadora ao mesmo tempo.

O secularismo em sua definição correta é a crença onde a religião não deve entrar nos assuntos do Estado; negando qualquer forma de crença e adoração religiosa. Portanto, o secularismo é o oposto do monoteísmo islâmico; o qual, desde a perspectiva do Islam, é a realidade e a verdade maior.

Ibn Taimiiah [que Allah tenha misericórdia dele] em seu livro Al-Ubudiah [A Submissão] disse: “A humanidade está numa encruzilhada que possui dois caminhos, não há um terceiro. Estes são: escolher entre servir a Allah ou negar-se a serví-Lo. Para crer plenamente na submissão a Allah, excluindo todos os demais, sabendo que a submissão a qualquer outra coisa em lugar de Allah, grande ou pequena, é a adoração ao Satanás”.

Disse Allah [significado em português]: “Porventura não vos prescrevi, ó filhos de Adão, que não adorásseis Satanás, porque é vosso inimigo declarado? E que Me agradecêsseis, porque esta é a senda reta?”. [Ia Sin 36: 60-61]. Isto inclui os árabes, sobre aqueles Allah disse [significado em português]: “Não invocam, em vez d’Ele, a não ser divindades femininas, e, com isso invocam o rebelde Satanás”. [An-Nisa’ 4: 117]. Isto também inclui todos os atos de adoração ao longo da história realizados para qualquer outro que não seja Allah.

Alguns dos atos de adoração mudaram. Os árabes não mais adoram os ídolos do passado. No entanto, o culto a Satanás em si mesmo não mudou. Os ídolos antigos foram substituídos pelos novos: como o sectarismo, o nacionalismo, o secularismo, a liberdade individual, o sexo e outros.

Existem muitos novos ídolos hoje em dia. De fato, é a adoração a Satanás e Taghut [qualquer coisa adorada além de Allah, quer seja um ídolo material ou uma ideologia] que nega o testemunho de que não existe nada com o direito de ser adorado exceto Allah. O significado de “la ilaha ila Allah” [a primeira parte do testemunho de fé] é negar o Taghut e crer somente em Allah.

Baseado nisso, podemos conhecer as regras do Islam concernentes ao secularismo. O secularismo é a incredulidade e também o conceito pré-islâmico de Taghut, o qual nega e contradiz “la ilaha ila Allah”.

Dois pontos fundamentais e que estão lado a lado, em primeiro, isto está regulamentado por algo mais do que as leis de Allah e daquilo que Allah Revelou. Segundo, isto associa outros na adoração a Allah.

O secularismo simplesmente significa governar com outras leis em vez das leis de Allah, ou seja, alguma outra coisa diferente daquela que Allah Revelou. É reger com uma constituição ou legislações diferentes da que Allah tem Legislado. A aceitação de ser governado por ela e seguir o Taghut em vez de seguir a Allah é a essência de estabelecer uma vida sem nenhuma fé nem religião.

Allah disse [significado em português]: “Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem revelado, serão incrédulos”. [Al-Ma-ida 5: 44].

A incredulidade tem diferentes formas sobre as quais devemos ter precaução. Um aspecto da Jahiliah [paganismo pré-islâmico] era a rejeição de Allah. A rejeição de Sua existência está relacionada com a fé e a forma como a vida é percebida, o qual corresponde à Jahiliah do comunismo.

Outro aspecto, é o reconhecimento da existência de Allah, mas de uma forma corrompida e com atos de adoração desviados. Este tipo de Jaahiliah é sinônimo da Jahiliah dos judeus e dos cristãos.

Outro aspecto é aceitar a existência de Allah e realizar atos de adoração mas com um sério desvio na compreensão, a envolvimento e a pratica do “la ilaha ila Allah, Muhammad Rasul Allah”, [não existe nada com o direito de ser adorado exceto Allah, e Muhammad é mensageiro de Allah] o qual resulta numa ampla associação na questão da obediência e o atribuir parceiros a Allah. Esta Jahiliah é daqueles que se intitulam a si mesmos de muçulmanos, porem eles na verdade são laicos. Eles pensam que estão dentro das fileiras do Islam e que possuem todos os direitos de um muçulmano, pelo simples fato de ter pronunciado a Shahada [testemunho de fé: “la ilaha ila Allah, Muhammad Rasul Allah”]. Eles realizam os atos de adoração de forma contrária ao Islam.

[1] s.m. (secular+ismo) 1- Regime secular ou laical. 2- Espírito ou tendência secular. 3- Sistema ético que rejeita toda forma de fé e devoção religiosa e aceita como diretrizes apenas os fatos e influências derivados da vida presente; laicismo. 4- Doutrina segundo a qual devem ser excluídos da educação pública e de outros assuntos estatais elementos religiosos.

Fonte: Unicidade Luz

Ali, a Armadura e o Cristão - História Interessante

 بسم الله الرحمن الرحيم

Em Nome Deus, Clemente e Misericordioso
‘Ali, a Armadura e o Cristão

Durante Seu kalifado, ‘Ali Ibn Abu Talib [que Allah se compraza com ele] viu sua armadura com um cristão. Então decidiu levar essa questão legal até Shuraih [o Juiz].

'Ali disse: “Esta é minha armadura, eu não a vendi nem a dei de presente”. Shuraih perguntou ao cristão: “O que você tem a dizer sobre o que o 'Amir dos crentes reclama?”. O cristão respondeu: “Esta é minha armadura, embora eu não considere o ‘Amir dos Crentes ser um mentiroso”. Shuraih então se virou para ‘Ali e disse: “Ó ‘Amir dos Crentes tens alguma prova [da propriedade]?”. ‘Ali riu e disse: “Shuraih está certo, não tenho nenhuma prova”. Shuraih considerou então que a armadura era do cristão. Cristãos a pegou e começou a se afastar caminhando, porém logo depois voltou. Ele proclamou: “Quanto a mim, declaro que essa é a opinião dos Profetas - o ‘Amir dos Crentes mesmo me leva perante o juiz e o juiz deu seu veredicto contra ele! Testemunho que não existe nenhuma divindade digna de adoração, exceto Allah e testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Allah. Por Allah, a armadura é sua ‘Amir dos Crentes. Segui o exército quando você estava no seu caminho para a batalha de Siffin e a armadura saiu de seu equipamento”. ‘'Ali disse: “Se você aceitou o Islam a armadura é sua”. E então ele a colocou em seu cavalo.

Ash-Sha’bi [narrador deste incidente] disse: “Fui informado posteriormente por aqueles que viram esse homem lutando contra o Khauarij [junto com ‘Ali] na batalha de Nahrauan”.

Ibn Kathir, Al-Bidaiah ua An-Nihaiah - vol:8 pág: 5.

Fonte: UNICIDADE LUZ

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

A Piedade do Rassulullah (S) Pelas Crianças

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja DEUS, o Senhor do Universo. Que DEUS abençoe e dê paz, ao Profeta Mohammad, bem como aos seus familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.

Existem muitos irmão que se sentem perturbados com a presença de crianças na Mesquita. As vezes tomamos até atitudes extremadas com esses pequeninos. Não podemos nos esquecer que não existe novo sem o velho, daí nossa obrigação de orientar nossas criança no caminho do bem, educando-as e preparando-as para a vida neste, e no outro mundo.

As crianças de hoje não são diferentes das criança da época do Profeta (SAAS). Nesse khutb que segue vamos observar que seus netos faziam com Ele, as mesmas coisas que nossos filhos e netos fazem conosco nos dias de hoje. O que precisamos aprender são suas atitudes e o seu amor pelos pequeninos. E não esquecermos que os gritos, as correrias das crianças dentro das Mesquitas são a certeza da continuação da nossa religião, portanto vamos tratá-lass com carinho, amor como nos ensinou o Rassulullah (SAAS).

Vamos ao maravilho artigo de autoria de Sua Eminênca Cheikh Khaled Taky Eldin tradução e adaptação do Prof. Samir EI Hayek.

O Rassulullah (S) nasceu em Makka no ano de 571 da Era Cristã e cresceu órfão, pois perdeu o pai, Abdullah, antes de nascer. Aos seis anos de idade, sua mãe Amina faleceu. DEUS o protegeu e cuidou dele. Ele cresceu na casa de seu avô, Abdul Mutálib e de seu tio Abu Tálib. Por isso, seu coração, desde criança, ficou repleto de piedade, de simpatia e de carinho pelas crianças. Ele ensinou ao seu povo os métodos civilizados e educacionais na sua relação com as crianças. Essas lições serve para toda a humanidade de acordo com as palavras de DEUS, exaltado seja: “E não te enviamos senão como misericórdia para a humanidade.” (21:107).

1 – Cuidar da criança desde o nascimento.

A orientação do Rassulullah (S) foi o de receber a criança entoando o Azan no seu ouvido direito, então o anúncio do início da oração (icáma) no seu ouvido esquerdo. Ele ordenou ao pai da criança de escolher-lhe um belo nome, promover-lhe um banquete e convidar todos os parentes e amigos em agradecimento ao Senhor do Universo.

2 – O Rassulullah (S) ordenou que se instruíssem os filhos

O Profeta (S) considerou as crianças como confiança, e que devem ser instruídas. Deve-se iniciar a instrução com a palavra de “Não há outra divindade além de DEUS e Mohammad é o Rassulullah”. Então empenhar-se em ensinar-lhes o Alcorão, a leitura e a escrita e os outros conhecimentos que lhes são úteis tanto nesta vida como após as suas mortes.

3 – O Saudar as Crianças

Era seu costume (S) saudar as crianças quando as encontrava nas ruas. Ele lhes demonstrava carinho. Jábir Ibn Sámura (R) relatou: “Pratiquei a primeira oração com o Rassulullah (S). Então ele foi para casa, e eu fui com ele. Ele foi recebido por duas crianças de Madina. Ele começou limpar-lhes os rostos um a um. Disse: “Quanto a mim, ele limpou o meu rosto e verifiquei que sua mão estava fria e cheirosa, como se a tivesse tirado de vasilha de um perfumista.” (Tradição narrada pelo Tabaráni).

4 – O Brincar com as Crianças

O Rassulullah (S) era carinhoso com as crianças em geral. Ele era para os seus netos, Hassan e Hussein o melhor pai e avô. Quando ele ingressava na oração e se prostrava, os seus netos, Hassan e Hussein montavam em suas costas, Quando alguém dos companheiros do Profeta quisesse vedá-los o Profeta (S) sinalizava-lhe para deixá-los. Abu Huraira (R) relatou: “Costumávamos praticar a Oração da Noite com o Rassulullah (S). Quando ele se prostrava, O Hassan e o Hussein pulavam nas costas dele. Quando ele erguia a cabeça, ele os pegava com a mão por trás suavemente.. Colocava-os no chão com suavidade. Quando voltava a se prostrar, eles voltavam a pular nas suas costas. Ao ficar sentado, ele os colocava nas pernas dele, um de cada lado.” Abu Huraira disse: “Fui ter com o Profeta (S) e lhe perguntei: ‘Quer que os leve para a mãe deles?’ Ele respondeu: ‘Não!’” (Tradição fidedigna). Anas (R) relatou: “O Profeta era a melhor pessoa quanto à conduta. Eu tinha um irmão que se chamava Abu Umair. Quando o Profeta (S) o via dizia-lhe: “Ó Umair, onde está o Nughair?” (Bukhári) . O Nughair era um pequeno pássaro com quem Abu Umair brincava.

5 – A sua Misericórdia para com as Crianças

Anas Ibn Málik (R) relatou: “Nunca vi alguém mais misericordioso pelos familiares do que o Rassulullah (S)” (Musslim). Buraida (R) relatou: “O Rassulullah (S) estava proferindo o sermão quando o Hassan e o Hussein foram ter com ele, vestindo camisas vermelhas, caminhavam e tropeçavam. O Profeta (S) desceu do púlpito, carregou os dois e disse: “Certamente ‘verdade os vossos bens e os vossos filhos são uma mera tentação.’ (64:15). Eu olhei para aqueles dois meninos caminhando e tropeçando e não consegui esperar. Interrompi o sermão e fui pegá-los.” (Tradição narrada por Tirmizi). Sábit, baseado em Anas (R) relatou: “O Profeta (S) pegou o seu filho Ibrahim, beijou-o e o cheirou.”

Esse carinho ele tinha por todas as crianças que ele encontrava. Anas (R) relatou que o Rassulullah (S) tinha um criado judeu muito jovem. E aconteceu que este adoeceu e, por isso, o Profeta (S) foi visitá-lo na casa dos pais dele; sentou-se próximo à cama, e lhe disse: “Abraça o Islam, e submete-te a Deus!” O jovem olhou para o seu pai, que se encontrava presente, que lhe disse: “Obedece a Abu al Cassem!” Naquele exato momento, o rapaz judeu anunciou o seu testemunho de abraçar o Islam. O Profeta (S) saíu de lá, dizendo: “Louvado seja DEUS, que salvou do Inferno o rapaz!” (Bukhári).

O principal motivo da misericórdia é o de nos ensinar que devemos proteger a criança e proporcionar-lhe a felicidade nesta vida e na Outra. O Profeta (S) censurou veementemente as pessoas que não têm piedade nos seus relacionamentos com as crianças. Abu Huraira (R) relatou que em certa ocasião o Profeta (S) estava beijando o seu neto, Hassan Ibn Áli, sendo que Al Acra Ibn Hábis se encontrava sentado ao seu lado. Al Acra disse: “Tenho dez netos (ou filhos), e nunca beijei a nenhum deles.” O Mensageiro de Deus (S) olhou-o, e disse: “Aquele que não for misericordioso com os demais, não será tratado com misericórdia.” (Bukhári).

Esse é um método educacional muito elevado quanto ao tratamento das crianças, amando-as e tendo carinho por elas para que cresçam com uma personalidade natural, distante dos complexos e dos problemas.

Esse carinho e piedade fizeram o Profeta (S) encurtar a oração quando ouvia o choro de alguma criança. Ele disse: “Eu tenho vontade de prolongar a oração. Quando ouço o choro de alguma criança, eu a encurto para não prejudicar ou forçar a mãe.” (Bukhári).

Essa é uma prova de que as mães levavam as crianças para as mesquitas para aprenderem e se prepararem para o futuro. Indica, também, a misericórdia e a piedade do Rassulullah (S).

6) A Prece do Rassulullah (S) pelas crianças

Certamente, as crianças de hoje serão os jovens de amanhã e os líderes do futuro. Por isso, deve-se fazer prece por elas para que sejam abençoadas e bem sucedidas. São essas palavras que irão colocá-las no caminho da liderança e do comando; Aicha (R) relatou que as pessoas traziam para o Rassulullah (S) as crianças e ele as abençoava e adocicava as suas bocas com tâmaras.” (Musslim).

Ussama Ibn Zaid relatou que o Profeta (S) costumava pegá-lo e ao Hassan e dizia: “Ó DEUS, eu os amo, portanto, ama-os!” (Bukhári),

Com essas belas palavras a criança se acostuma ouvir coisas agradáveis cheias de fé, influenciando isso no seu caráter, fazendo surgir uma geração preparada para o sacrifício e o empenho pela prática do bem, beneficiando as criaturas em todo lugar; uma geração distante das palavras maldosas e da tentação de Satanás.

Por isso, irmão muçulmanos, essa é uma oportunidade excelente para nós conhecermos o nosso Profeta Mohammad (S) e aplicarmos os seus ensinamentos na educação dos nossos filhos.

Peço a DEUS que nos oriente para o que é bom e útil. Finalmente peço perdão a DEUS por mim e por vocês.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,


Contribuição do irmão: Omar Hussein Hallak - que Allah SW o tenha entre os eleitos.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Qual é a realidade da maioria dos Muçulmanos e Muçulmanas Convertidos ao Islam?

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, a ELE imploramos ajuda e a ELE solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados.

Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat ANNISSÁ 40:

“Deus não frustrará ninguém, nem mesmo no equivalente ao peso de um átomo; por outra, multiplicará toda a boa ação e concederá de Sua parte, uma magnífica recompensa.”

E testemunho que Mohammad (SAAWS) é Seu servo e mensageiro, o escolhido dentre Suas criaturas; divulgou a mensagem, zelou por aquilo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e se esforçou ao máximo pela causa de Deus. Disse O Profeta Mohammad (saaws):

“Sejam temerosos quanto à injustiça; pois em verdade a injustiça será a escuridão no dia do Juízo final.” Relatado por Muslim.

Eu como um muçulmano convertido pude sentir a honra, a glória, mas também já provei o abandono, o descaso e até o preconceito. Primeiro que não é fácil um brasileiro encontrar espaço para conhecer, estudar e praticar o islamismo. A primeira coisa que esbarramos é na língua, uma vez que o islam tem como idioma oficial o árabe. Não temos muitas opções de aprender esse idioma no Brasil. Ai nos valemos dos livros traduzidos, que na realidade são poucos e como encontrá-los é bem difícil, principalmente se você não reside perto de um Centro Islâmico.

Uma vez convertido, depois de enfrentar essas dificuldades os neófitos são recebidos com festa e recebem toda a atenção, principalmente dos líderes religiosos. Mas, nem tudo é festa. Devagar somos postos de lado e ai se inicia a sensação de abandono. Se realmente o convertido não recebeu um convite de Allah SW ele acaba se afastando da religião e retornando às suas origens.

Essa situação ainda é pior para as mulheres. É bem verdade que algumas se utilizam do islam por acharem as roupas, o hijab interessante e até na esperança de encontrar um companheiro. Existe a impressão que todo árabe, indiano etc, são ricos. Mas, na maioria elas são bem intencionadas e as vezes caem em verdadeira ciladas e falsas promessas.  Sabe por que? Porque existem muçulmanos e muçulmanos... O que é isso? Bem, o verdadeiro muslim compreende que o Islam é uma religião universal, mas, existem aqueles que acreditam que o Islam é uma religão dos árabes. O que é um grande erro, uma vez que, hoje os árabes não ultrapassam os 360 milhões e o Islam possui cerca de 1 bilhão e 600 milhões de seguidores em todo o planeta. Mas de qualquer forma muitas vezes somos vistos, por várias razões, como religiosos de segunda categoria.

Irmãos e irmãs brasileiros, todo o cuidado é pouco. Quando apredemos as verdades do islam, acreditamos que todos os muçulmanos andam de acordo com o aprendizado, o que não é verdade. Então precisamos avaliar bem e fazer valer a nossa condição de muslim, mesmo não sendo árabe, paquistanês, indiano e mesmo não dominando o idioma árabe. O islamismo é de todos aqueles que o abraçaram como religião e não podemos esquecer que Allah SW é poliglota, ou seja, ele entende todos os idiomas.

Para ilustrar nossos esclarecimentos, gostaria de que lessem com atenção esse artigo, retirado do site Unicidade e Luz http://unicidadeeluz1.wordpress.com/?tag=artigos, escrito por uma irmã de nome Chaimae Agdaou, a qual peço licença em nome de Allah para repassar aos nossos leitores, vamos ao artigo.

Um dos piores sentimentos que uma pessoa pode experimentar Na sua vida é o sentimento de decepção, é inevitável a dor indescritível que sentimos perante este sentimento, ele não sossega por nada, com nada, especialmente se ele está relacionado com o parceiro, achando que aquela pessoa em quem nós depositamos confiança e até mesmo as nossas esperanças, simplesmente nos derruba. A traição vai além do que os outros possam perceber ou entender como tal, para muitos uma traição não é tão forte se não for palpável, sem duvida os problemas de traição estão muito além de qualquer coisa que não possamos ver. Existem muitos assuntos proibidos relacionados com a traição, como violar a honra e destruir a confiança com os demais. Não é à toa que hoje a taxa de traição principalmente entre os casais é alarmante, embora as estatísticas negativas ainda estejam inclinadas para o homem, porém este não é o tema em questão.

Creio que muitas irão concordar comigo sobre o fato de pelo menos uma de nós, pelo menos uma vez na vida já ouviu falar, ouso até dizer que viveu uma história de amor que, infelizmente, não terminou como nos contos de fadas, ou seja, felizes para sempre. Infelizmente esta realidade não é estranha ao Islam, ou melhor, para nós muçulmanos, como sempre digo o Islam é claro, conciso, ou seja, ele é perfeito, o que realmente é imperfeito somos nós os muçulmanos. Como é do conhecimento de meus achegados, por muitos anos tenho estado interada nos assuntos da mesquita e dos muçulmanos, o que me permitiu não só conhecer alguns dos assuntos internos de minha comunidade, inclusive muitos outros, da mesma forma temos compartilhado notícias felizes como também dor e a tristeza. Em profunda aflição ouvi uma e outra vez uma história que se repete muitas vezes, especialmente dentro das nossas comunidades, que é o tema dos casamentos entre irmãos e irmãs muçulmanos ou de árabes convertidos casando com meninas não muçulmanas aqui da América Latina. Dentro deles existem histórias belíssimas de amor onde compreensão e tolerância tem sido a marca desses casais que conseguiram sua felicidade para sempre, porém infelizmente são poucas as historias de felicidade.

Em contrapartida, podemos ver o lado negro desta, antes mesmo de falar sobre a posição clara e firme do Islam sobre o racismo: “Ó povo! Vosso Deus é um e vosso ancestral (Adão) é um.. Um árabe não é melhor do que um não-árabe e um não-árabe não é melhor do que um árabe, e uma pessoa vermelha não é melhor do que uma pessoa negra e uma pessoa negra não é melhor do que uma pessoa vermelha, exceto na piedade. [Musnad Ahmad, # 22978]. Infelizmente isto está sempre presente e é muito difícil de erradicar. É lamentável reconhecer quando esta existe dentro de nossas famílias e nossas comunidades, por vezes, uma das formas mais evidentes da sua nocividade pode ser sentida quando chega ao nosso conhecimento essas histórias em que um rapaz árabe (nacionalidade x) conhece uma garota latina – podendo ser muçulmana ou não. O Islam permite um muçulmano se casar com cristã e judia, também aos muçulmanos que deixassem elas praticarem a sua religião, mas ao mesmo tempo devem explicar o Islam para elas, Allah, o Todo-Poderoso diz no Alcorão (significado em português): “Hoje, estão-vos permitidas todas as coisas sadias, assim como vos é lícito o alimento dos que receberam o Livro da mesma forma que o vosso é lícito para eles. Está-vos permitido casardes com as castas, dentre as fiéis, e com as castas, dentre aquelas que receberam o Livro antes de vós [judeus e cristãos], contanto que as doteis e passeis a viver com elas licitamente, não desatinadamente, nem as envolvendo em intrigas secretas. Quanto àqueles que renegarem a fé, sua obra tornar-se-á sem efeito e ele se contará, no outro mundo, entre os desventurados.” [Al-Maida 5: 5].

Essa pessoa promete vilas e castelos, não quero expor nem julgar o motivo da sinceridade destas intenções, porque somente Allah Glorificado seja Ele, sabe o que ocultam os corações, como Ele mesmo fala no Alcorão Sagrado: “[Allah] Ele conhece os olhares furtivos e tudo quanto ocultam os corações”. [Al-Ghafir 40: 19].

Acredito que em muitos casos existiram boas e sinceras intenções, só que o destino tem desempenhado o seu papel, porém em 99% dos casos essas promessas foram como o sal na água, e citarei como exemplo o caso de uma menina muçulmana, jovem e recém-convertida que começou a frequentar regularmente a mesquita em sua cidade. Ela conheceu um rapaz árabe que conseguiu entrar em contato com ela através do marido de uma irmã casada e, através de conversas que tiveram ao longo do tempo firmaram um compromisso. O rapaz começou a falar com a família da menina sobre sua fé, da sua religião e de sua firme convicção de constituir uma família dentro dos melhores parâmetros, todos eles aparentemente maravilhosa, até que era hora de conhecer a família do rapaz em seu país de origem, onde os problemas realmente começam. Como antes eram promessas que iam e vinham e agora são só desculpas que preenchem o espaço, desculpas desde o pedir um tempo para se preparar, chamadas não atendidas quando estão com um parente próximo onde poderia contar a seus pais toda a verdade sobre as intenções do novo casamento com a menina, propostas indecentes sobre um casamento em segredo mesmo sabendo que muitas famílias árabes e até mesmo outras culturas, como a Índia e o Paquistão não vêem com bons olhos os seus filhos se misturem com outras etnias, inclusive usando adjetivos prejudiciais para desmerecer e rebaixar outras etnias. Tudo isso porque o não árabe, o não hindu não, etc. são considerados como uma segunda categoria, porém é importante salientar que isso NÃO deve e NEM pode ser generalizado.

Entre os piores casos estão aqueles em que a garota só é tomada, usadas e descartada, onde essas promessas são apenas para chegar a um “casamento halal” – melhor seria usar o termo “relação halal” na qual claramente nunca foi a intenção de estabelecer uma família – em todos estes casos o casamento serve somente para apaziguar a consciência daqueles que não desejam sentirem-se culpados de ter relações ilícitas, porém rejeitando a verdadeira importância do matrimônio, assim como o ignorar o quão é abominado o divórcio para Allah, Glorificado seja, tão claramente retratado no hadith: quando o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “O mais detestável do licito perante Allah é o divórcio” [Citado por Abu Daud]. Isso nos indica que o divórcio NÃO É UM BRINQUEDO, por isso o Islam ordena que seja levado muito a sério o casamento, utilizando a separação somente em casos extremos e saibamos dominar esta ação em determinados momentos. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “Deus amaldiçoe a todos “zawaq”[1], e ao que se divorcia constantemente”. Também disse: “Existem três coisas de alta seriedade e se forem levadas na brincadeira possuem conseqüências sérias: o matrimônio, o divórcio e a reconciliação”.

É um tema muito sério, que infelizmente deixou um grave impacto sobre muitas mulheres jovens (muçulmanos ou não). A decepção não distingue raças, sexos, nem tampouco mede suas consequências, enquanto para alguns é uma vitrine para os outros é a dor na sua maior expressão. Diz-se que a trapaça é uma arte que todos nós possuímos e, portanto, devemos perdoar, e haverá muitas desculpas para enganar e muito pouco de coragem moral para enfrentar a realidade. Os seres humanos são fracos demais perante suas próprias paixões e desejos como nós mostra Sagrado Alcorão (significado em português) : “…porque o homem foi criado fraco”. [An-Nissa’ 4: 28].

Pergunte a si mesmo: “O que seria daquelas essas meninas que neste momento estão, vivendo de amor inseguro, desconfiadas de tudo e de todos e devido a isso seu coração endureceu; o que seria delas se eles tivessem falado a verdade?”. As relações humanas não são um brinquedo apesar de que todos têm o direito de se relacionar, porém nem todos possuem a maturidade para manter essas relações no contexto justo. Existem sempre aqueles que dizem “é errando que se aprende”; será por isso que existe no momento essa grande quantidade divórcio injustificada?

Os danos morais são muito difíceis de se superar, porque a dor, angústia, sofrimento físico ou espiritual na pessoa enganada pode chegar a modificar o espírito, interferindo no desenvolvimento da sua capacidade no entender, querer ou sentir, fazendo com que a pessoa se torne diferente daquilo que ela era antes do fato. Como conseqüência deste prejuízo emocional, a pessoa tem uma enorme anímica e espiritual tornando-se altamente frágil e sensível. A traição é um jogo onde traidor perde a consciência e a razão, e não se dá conta que esta jogando contra ele mesmo.

Disse Allah no Alcorão (significado em português): “Ó vós que credes, cumpri com as vossas obrigações [convênios e acordos entre vós e Allah]”. [Al-Maida 5: 1]. Uma promessa não é uma palavra vazia falada por acidente sem a intenção de cumpri-la como muitos muçulmanos fazem hoje. É uma responsabilidade muito séria pela qual seremos questionados por Allah (significado em português): “Cumpri o pacto com Allah, se houverdes feito, e não quebre sua promessa depois de haverdes jurado solenemente,”. [An-Nahl 16: 91]. Quando um muçulmano dá a sua palavra deve entender que a promessa não é apenas um compromisso frente a essa pessoa, vai além de um acordo com Allah, Glorificado seja, por isso o seu cumprimento é uma obrigação independentemente das circunstâncias (significado em português): “Ó vós que credes, por que dizeis o que não fazeis? É enormemente odioso, perante Allah, dizerdes o que não fazeis”. [As-Saf 61: 2-3]. Vemos quão detestável é perante Allah, Glorificado seja, aqueles que usam simples palavras sem que dentro do seu coração tivesse a intenção de cumprir com seus juramentos, como prometer amor, fidelidade e proteção a uma mulher apenas para obter os seus desejos e agradar as paixões carnais. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “Os sinais de um hipócrita são três: Quando fala, diz mentiras. Quando promete, não cumpre. Quando lhe é dada confiança, ele trai”. Segundo a versão narrada por Muslim, ele (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), acrescenta: “Apesar de orar, jejuar, e achar que é um muçulmano”.

As irmãs devem ter seus sentidos muito bem alertas no momento de serem pretendidas por algum irmão, devem ler e aprender sobre o Din essa é a única maneira de nos protegermos desses hipócritas. Apenas com a busca do conhecimento correto e seu devido entendimento, fará com que seja mais difícil temos os nossos direitos violados. Assim quando um desses traiçoeiros for até uma menina e ao observar que os valores e os conhecimentos dela sobre o Din são elevados, ele imediatamente recuará porque saberá que é uma mulher dentre as tementes em Allah, uma verdadeira crente, e não irá ceder frente suas sedutoras palavras e promessas cheias de engodo. A muçulmana deve pedir e suplicar a Allah, Glorificado seja, que aumente sua fé e conceda forças a seu Din, aprenda e desenvolva a humildade, olhar mais para a essência espiritual do que a efêmera banalidade da Dunia (vida terrena), gostar e ser firme em seus valores morais islâmicos, respeitar e orgulhar-se de ser muçulmana e Latina e não querer ser algo que em realidade não é.

Aos irmãos… Temam Allah, Glorificado seja, como deve ser Temido. Temam Allah, Glorificado seja, e Suas palavras contidas em Seu Livro Sagrado, assim como a sabedoria que herdamos de nosso Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) e seus predecessores piedosos (As-Salaf Salihin), que devem ser marcadas a fogo no coração de cada crente. Que esta realidade seja também conhecida por aqueles que dão sua palavra, porém logo se afastam da mesma. Por aqueles que brincam com os sentimentos alheios e quando lhes é confiado um segredo traem essa confiança. Que todos estes que cometem tais coisas, saibam muito bem que estão dentre os hipócritas, embora jejuem, orem e clamem ser muçulmanos.

Lembrem-se! Os hipócritas (munafikun) estarão nos níveis mais baixos do Inferno.

[1] É o casamento com desejo secreto de se separa após um determinado tempo ou querer se divorciar de sua esposa sem uma razão justificável para se casar com outra mulher.

Irmãos o tratamento de um muçulmano revertido como um muslim de segunda categoria é uma das maiores injustiça que se pode cometer contra ele e contra o islam.

Caros irmãos a injustiça tem como consequência um castigo doloroso para o individuo e para sociedade.


ALLAH louvado seja jurou dizendo: “Juro pela Minha majestade que vingarei do injusto, cedo ou tarde, e me vingarei daqueles, que mesmo vendo alguém ser um injustiçado, mesmo podendo, não os  protegeram”.

Caros irmãos de fé devemos ser temerosos quanto à prece de um injustiçado, pois entre a sua prece e ALLAH não á obstáculo algum.

O Mensageiro de ALLAH (saaws): recomendou a Muadhz bin Jabal antes de se dirigir ao Yamen para governá-la:

Subhanna Allah, Al hamidulillah e Alahu Akbar!

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Fairuz al Dailami (Sahaba=Companheiro do Profeta)

O Fairuzé um homem abençoado, vindo de uma família de gente abençoada.”


(Dizer do Profeta {SAAS})

Na volta da sua peregrinação de adeus, o Profeta (SAAS) caiu doente. A notícia da sua enfermidade correu feita relâmpago por toda a Arábia. Muitas pessoas, acreditando que um profeta não morria, apostatou do Islam. Três indivíduos de diferentes regiões se puseram em pauta com reivindicação à profecia, dizendo aos seus povos que Deus os havia enviado, assim como havia enviado a Mohammad (SAAS) ao Coraix. Eram eles Al Aswad al Ansi, do Yêmen, Musaylima, de Al Yamama, e Tulayahak al Asadi, dos Banu Asad.

Al Aswad al Ansi era um charlatão que reivindicava ser um clarividente. Era consistentemente formado, fisicamente, e possuia uma natureza obscura e irascível, a qual habilidosamente ocultava. Sempre aparecia perante o povo usando um véu, com o fito amortalhar-se numa aura de grandesa e mistério. Sua eloqüência fazia oscilar as mentes daqueles que o ouviam, e ele era destro em manipular as pessoas comuns; e aqueles que não se deixavam levar facilmente por ele, por cusa das suas próprias sofisticações, eram aliciados pela riqueza e pelo poder que ele lhes oferecia. Naquele tempo, o poder político era exercido pelos indivíduos de “sangues mistos”, conhecidos como al abná (os filhos). Estes eram rebentos de pais persas que migraram dos seus países para o Yêmen e se casaram com mulheres árabes. O líder deles, o Bazan, tinha sido o vice-rei do Cosroé, no Iêmen, no tempo em que esse país era uma província do império sassânida. Quando o Bazan ficou convencido da verdade da mensagem do Profeta (SAAS), separou-se do império de Cosroé e levou o seu povo para a religião do Islam. O Profeta (SAAS) havia reafirmado a autoridade do Bazan sobre o povo do Iêmen, e ele permaneceu no poder até à morte, um pouco antes da ascensão à proeminência de Al Aswad al Ansi. Naquele tempo, um dos líderes dos al abna era o Fairuz al Dailami.

Os primeiros a se aliarem ao culto do Al Aswad al Ansi foram os da sua própria tribo, os Banu Madhij. O culto atacou primeiramente a cidade de Sanaa, onde os seus componentes mataram o governador, Shahr, filho de Bazan. A viúva de Ahahr, cujo nome era Adhada, foi levada para a cama de Al Aswad al Ansi, que a “desposou” pela força.

Usando a cidade de Sanaa como base, Al Aswad al Ansi atacou outras regiões, que sucumbiram sob a inesperada força da sua agressão. Num surpreendente espaço de tempo, ele havia ganho o controle da área que fazia fronteira com o Hadhramawt ao sul, com Taif ao norte, com Bahrain ao leste, e Al Ahsa ao oeste.

O fato de ser um sagaz charlatão era o grande fator do sucesso de Al Aswad al Ansi. Ele era assistido por um bando de apoiadores que diziam que ele era ministrado por um anjo do Céu que lhe revelava segredos metafísicos. Eses mesmos assistentes atuavam para ele como uma rede de espionagem que se infiltrava na vida íntima das pessoas. Os espias relatavam a Al Awad os segredos e as preocupações pessoais das pessoas, seus problemas, desejos, e suas esperanças. Al Aswad mandava chamar essas pessoas, e as confrontava com os assuntos que elas achavam não serem do conhecimento de ninguém. Ele fazia ainda simples truques de mágica que faziam reforçar a impressão das pessoas comuns de que ele de fato possuia poderes espirituais. Desse modo, ele foi capaz de obter o apoio de muitos, e gradativamente ganhava poder, sendo que o interesse no seu culto se espalhou como relâmpago.

Logo que o Profeta (SAAS) ouviu coisas sobre a apostasia de Al Aswad al Ansi, e do seu golpe, no Yêmen, enviou cerca de doze dos seus companheiros com cartas para os primeiros iemenitas convertidos ao Islam. O Profeta (SAAS) antecipava a expectativa de que aquelas pessoas iriam constituir a mais positiva força contra o culto, e, na carta, as exortava a permanecerem fiéis e firmes, face à onda que infeccionava as pessoas qual pestilência. Ele ordenou a elas que usassem a ingenuidade do povo para porem fim ao mal que causava Al Aswad al Ansi.

O Profeta (SAAS) estava correto na sua expectativa pois todos os correspondidos responderam positivamente às suas cartas, declarando suas iminências em combater ativamente o culto. A primeira pessoa a fazer isso foi o herói na nossa estória, o Fairuz al Dailami, juntamente com os Al Abna, que eram seus aliados. Os historiadores têm preservado o relato do testemuho ocular dos eventos que lhes foram dados por ele.

A narrativa do Fairuz al Dailami

Os Abna, que eram meus aliados, e eu jamais duvidamos por um momento de que a religião de Deus era a única e verdadeira religião. Nenhum de nós levava em consideração a crença no inimigo de Deus, Al Aswad al Ansi. Estávamos apenas à espera de uma chance para o agarrarmos e nos livrarmos dele, por todos os meios.

Então o Profeta (SAAS) enviou cartas para nós e para os primeiros crédulos do Iêmen. Aquilo nos forneceu a solidariedade de que precisávamos para agirmos de maneira organizada.

Naquela altura, Al Aswad al Ansi havia atingido o zênite do seu poder. Ébrio com o orgulho do seu sucesso, começou até a tratar os seus apoiadores, que o levaram ao poder, com arrogância e rudeza. Foi tão frio no seu tratamento quanto ao Cais b. Abd Yagus, o líder do seu exército, que este começou a temer que iria cair vítima de um ato de traição. Eu fui visitar o Cais, levando comigo o meu primo Dadhaway, e o informamos da nossa correspondência com o Mensageiro de Deus (SAAS). Nós convidamos o Cais a se juntar a nós para golpearmos Al Aswad, antes que fosse tarde demais. Ele nos respondeu com alívio, revelando-nos os seus temores, e tratando-nos como se tivéssemos sido enviados do Céu. Nós três juramos dirigir nossos esforços no sentido de atuarmos contra o charlatão renegado, estando do lado de dentro, enquanto nossos camaradas iriam lidar com ele, estando do lado de fora. Decidimos ainda trazer para a aliança a minha prima Adhada, que tinha sido forçada a casar-se com Al Aswad al Ansi, depois que este havia assassinado o Shahr b. Bazan, seu legítimo marido.

Fui ao palácio de Al Aswad al Ansi visitar a minha prima Adhada, e lhe disse:

“Prima, não é preciso que eu te relembre o mal e a injúria que esse homem tem causado a ti e a nós. Ele assassinou o teu marido e muitos homens do teu povo, e tem violentado muitas mulheres. Ele se arroga o poder sobre todos nós.

“Nós recebemos cartas do Mensageiro de Deus (SAAS), dirigidas a nós, emparticular, e ao povo do Iêmen, em geral. Ele nos anima a pormos um fim a esta desordem civil. Estás tu disposta a nos ajudar?”

“Ajudar-vos em quê?” Perguntou ela.

“A tirarmo-lo do poder”, respondi.

“Ajudaria até mesmo a matá-lo”, ela disse.

“Isso mesmo que eu queria dizer”, disse eu, “mas tive medo de dizer, assim de chofre.”

“Juro por Aquele Que enviou a Mohammad, em verdade, como um admoestador e portador das boas-novas, que nunca tive um momento de dúvida quanto à verdade da minha religião. Para mim, Deus jamais criou um homem mais odioso do que esse demônio. Desde o momento em que o vi, soube que se tratava de um pecador desavergonhado, sem nenhum respeito pelos direitos das pessoas, ou escrúpulos quanto às malfeitorias,” disse ela.

“Pois bem, então, sabes como poderemos pôr um fim a ele?” Perguntei.

“Ele é muito cauteloso e está sempre vigilante”, ela disse. “Todos os locais do palácio estão cheios de guardas. Contudo, há uma velha e abandonada despensa com uma parede externa que dá para terreno aberto, num determinado lugar. Quando cair a noite, podereis cavar um túnel sob ela, e aí podereis pegar armas e uma lanterana, que estará pronta para vós. Eu irei esperar para vos guiar até aonde ele dorme, e podereis ir pegá-lo.”

“Não irá ser facil fazermos um túnel para dentro do cômodo, neste castelo”, eu argumentei. “Alguém poderá pasasar por perto, ver-nos, dar o alarme e alertar os guardas; e isso iria ser o fim de tudo!”

É verdade”, ela disse. “Tu não estás errado. Ouve, eu tenho outra idéia. Manda até mim alguém, em que tu confias, vestido como criado. Eu farei com que ele cave o túnel, de dentro para fora, deixando apenas um pequeno trecho para cavardes. Quando cair a noite, podereis romper facilmente a extremidade do túnel.”

Essa é uma ótima idéia!” concordei. Afastei-me dela, e informei os meus dois aliados do meu acerto com minha prima. Eles disseram amém à idéia; então nos pusemos a campo para os preparativos quanto ao plano. Informamos aos crédulos que nos eram achegados sobre a senha que iríamos usar, e lhes dissemos que iríamos encontrar-nos no palácio, na madrugada da manhã seguinte.

Tão logo a noite se tornou bem escura e quieta, e a hora que fixamos era chegada, meus companheiros e eu fomos para o local onde estava o túnel, e o pusemos a descoberto. Entramos através dele, entramos no compartimento, pegamos as armas e acendemos a lanterna. Eis que saímos à procura do inimigo de Deus. Encontramos a minha prima à porta do quarto dele. Ela fez sinal para mim, e eu entrei e o encontrei dormindo profundamente, roncando. Sem hesitar, eu fui até ele, e o esfaqueei na garganta. Ele começou a berrar e a se debater feito um camelo ao ser abatido, coisa que despertou a atenção dos guardas. Alarmados, acorreram depressa, mas a minha prima os deteve na porta, como se tivesse acabado de acordar.

“Podeis ir em paz”, disse ela, de modo angelical. “O nosso divino está a receber um revelação do Senhor!” Convencidos, eles se foram.

Nós esperamos até à madrugada no palácio, e então eu fui para os baluartes, e gritei:

“Allahu akbar, Allahu akbar...”, e continuei a recitar o adhan3, dizendo:

“Presto testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e presto testemunho de que Mohammad é o Mensageiro de Deus, e presto testemunho de que Al Aswad al Ansi é um charlatão”, que era a senha.

Os muçulmanos encheram o palácio, vindos de todas as direções, caçando os guardas, que saltavam em espanto ao ouvirem o azan. Então eu peguei a decepada cabeça de Al Aswad al Ansi e a atirei, de onde estava, para o meio dos apoiadores. À visão dela, eles se desanimaram e pararam sua investida, enquanto os muçulmanos gritavam: “Allahu akbar!” Dominando rapidamente qualquer resitência, eles tomaram posse do palácio, antes mesmo que o sol se levantasse.

3. Azan – o chamamento à oração, que é expedido publicamente, cinco vezes ao dia, para anunciar que é chegada a hora das orações ritualísticas.

Confome a manhã se tornava mais brilhante, nós despachamos uma carta para o Mensageiro de Deus (SAAS), dando-lhe a boa notícia da morte do inimigo do Senhor. Quando os mensageiros chegaram a Madina, souberam que o Profeta (SAAS) tinha morrido na noite anterior.

Porém, eles também souberam que a notícia que eles portavam já havia sido comunicada ao Profeta (SAAS) por um mensageiro velocíssimo, o anjo Gabriel, que o informou da morte de Al Aswad al Ansi, na mesma noite em que cumpríramos a nossa missão. Ele disse para os seus companheiros:

“Eis que Al Aswad al Ansi foi morto na noite passada. Foi morto por um homem abençoado, procedente de gente abençoada.”

“Quem é ele, ó Mensageiro de Deus?” perguntaram seus companheiros.

“O Fairuz”, ele disse. “O Fairuz teve sucesso, e condisse com sua fé!”

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Por: Omar Hussein Hallak

segunda-feira, janeiro 31, 2011

O Carnaval e Suas Origens Pagãs

Em nome de Allah o Clemente e Misericordiosos

Muitas pessoas tem me perguntado se participar do Carnaval é pecado. Bem ai segue um texto que nos fala da origem dessa festa que se tornou um identidade do Brasil no mundo inteiro. Não estamos aqui para condenar nem tampouco julgar. O Profeta SAAS disse: De cada tres juízes dois estão no inferno. Vamos apresentar nossa visão e o pensamento da nossa religião e também é o entendimento de algumas facções cristã.  Que todos reflitam e dê um tratamento ao assunto de acordo com a sua conciência. A responsabilidade da salvação é individual. Não podemos utilizar de nada que seja ilícito, ainda que seja para chegar a alguma coisa lícita. Que Allah tenha piedade de nossas almas no dia do Juizo Final.

Os primeiros registros conhecidos sobre esta festividade datam de aproximadamente 5000 anos atrás na Babilônia, onde se venerava a Marduk (deus pagão que, segundo a lenda, fundou a cidade). Outros dados apontam que esta era uma celebração em homenagem a deusa Osiris que se realizava no Egito.

Também é dito que o carnaval teve origem em Roma, com as celebrações Saturnais (em homenagem a Saturno), Bacanais (em homenagem a Baco) e Lupercais (em homenagem ao deus Pan). Na Grécia era realizado um festejo em homenagem a Dionísio. Em Olímpia, Creta e outras populações da Grécia, era sacrificado anualmente um homem que representava a Cronos, o equivalente a Saturno dos romanos.

Estas celebrações tinham como objetivo venerar a alguma divindade pagã, e se caracterizavam pela selvageria, violência e obscenidade.

O que era celebrado no carnaval?

No carnaval se celebravam festas em homenagem a vários ídolos pagãos. Em tais festas reinavam a selvageria e os excessos de todo tipo; as leis e os cargos públicos eram ridicularizados.

Durante a Idade Média, a igreja Católica, em um esforço para se adaptar os costumes pagãos da população para conseguir mais adeptos, estabeleceu que o carnaval marcava o inicio da quaresma e propôs uma etimologia do latim vulgar “carne levare”, que significava “abandonar a carne”; mas este significado não tinha sentido, já que nestas festas costumava-se comer carne e toucinho. Posteriormente surgiu outra etimologia igualmente falsa, porém mais fácil de entender: “carne vale”, significando que durante a época de carnaval era permitido comer carne, assim poderiam estar preparados para suportar a abstinência de carne obrigatória na quaresma.

Que aspectos comuns existem entre o carnaval moderno e o antigo (romano)?

O principal aspecto em comum do carnaval moderno e do antigo é a selvageria, os excessos e a permissividade. Hoje, como antes, o carnaval é considerado como um tempo em que tudo é permitido. Nesta época as pessoas têm a sensação de possuir a “liberdade” em fazer tudo o que lhe agrada. As estadísticas demonstram que durante esta celebração aumenta desproporcionalmente o consumo de álcool e drogas, a violência nos lares, a violência nas ruas, a fornicação e o adultério.

Apesar de tentarem mostrar o carnaval sendo uma festa cultural ou como uma ocasião para divertir-se, não podemos negar o fato de que, assim como antigamente, o carnaval segue sendo uma festa onde reina o caos e se cometem inúmeros atos que atentam contra a dignidade do ser humano. Para dar-nos conta disto, basta olhar como ficam as ruas de uma cidade na manhã seguinte depois um dia de carnaval: homens e mulheres jogados nas sarjetas, tão embriagados que não recordam nem seus próprios nomes, garrafas de bebidas alcoólicas por todas as partes e um infinito de outros desperdícios que fazem com que as ruas pareçam literalmente como lixeiras.

Outro aspecto em comum que poderíamos mencionar é o uso de máscaras e disfarces, que já eram usados nas celebrações dos ídolos pagãos na Grécia antiga e Roma, e que tanto como antigamente quanto hoje, servem como uma armadura encorajadora para aqueles que querem cometer seus crimes sem ser reconhecido ou saciar seus mais baixos desejos e paixões.

Quem é o Rei Momo?

Segundo a mitologia grega, Momo é o filho do sono e da noite; e é o deus da zombaria, do sarcasmo e da ironia. O Momo era conhecido como o protetor daqueles que se entregavam a loucura, ao escândalo, aos vícios e aos excessos. Era representado como um bufão (bobo, palhaço), que usava um gorro com guizos, um cetro e uma máscara. Atualmente o Momo é a figura central dos carnavais.

Qual é a posição do Islam sobre o carnaval?

Como podemos observar em tudo que foi mencionado antes, o carnaval é uma celebração eminentemente pagã, produto da idolatria dos povos da antiguidade. Por tanto, a celebração do carnaval não é aceita no Islam, já que toda forma de idolatria, por menor que seja ou por mais inofensiva que pareça, é um pecado muito grave.

 O Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) proibiu claramente aos crentes em um Deus Único imitarem os costumes dos idólatras. Também proibiu terminantemente aos crentes de participarem destas festas, mesmo que participassem somente com a intenção de se divertirem; pois o participar destas é encorajar, confirmar e aprovar as tais.

Todos os estudiosos (‘Ulama) muçulmanos estão de acordo que é ilícito para o crente participar destas festas de origem pagã e de baixa moral tais como o carnaval, entre muitas outras existentes.

Fonte: Unicidade e Luz