No meio das trevas que envolviam o mundo, a revelação divina ecoou no vasto deserto da Arábia com uma nova, nobre e universal mensagem para a humanidade:
“Ó humanos, temei a vosso Senhor que vos criou de um só ser, do qual criou sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mulheres”. (4ª. Surata, versículo 1).
Ponderando sobre esse versículo, podemos dizer que não há um texto, antigo ou novo, que trate da afabilidade da mulher, em todos os aspectos, com tão espantosa brevidade, eloqüência, profundeza e originalidade como esse decreto divino.
Acentuando essa nobre e natural concepção, o Alcorão diz: “Ele (Deus) foi Quem vos criou de um só ser e, do mesmo, plasmou sua companheira, para que convivesse com ela...” (7ª. Surata, versículo 189).
“Deus vos designou esposas de vossa espécie e delas vos concedeu filhos e netos e vos agraciou com todo o bem.” (16ª. Surata, versículo 72).
O ASPECTO ESPIRITUAL
O Alcorão fornece uma clara evidência de que a mulher está completamente igualada ao homem, na visão de Deus, quanto aos seus direitos e responsabilidades:
“Toda alma é depositária de suas ações.” (74ª. Surata, versículo 38).“A quem
praticar o bem, seja homem ou mulher, e for fiel, conceder-lhe-emos uma vida agradável e o premiaremos com uma recompensa superior ao que houver feito”. (16ª. Surata, versículo 97). A mulher, de acordo com o Alcorão, não é responsável pelo pecado original de Adão. Ambos erraram com a sua desobediência a Deus, ambos se arrependeram e foram perdoados. (Alcorão, 2ª. Surata, versículos 36-37). De fato, em um versículo (2ª. Surata, versículo 121), Adão, especificamente, é o culpado.
Em termos de obrigações religiosas tais como as orações diárias, o jejum, o Zakah e
a peregrinação, a mulher não se difere do homem. Em alguns casos, na verdade, a mulher tem certas vantagens sobre o homem. Por exemplo, a mulher fica isenta das orações diárias e do jejum durante o seu período menstrual e na sua dieta pós-parto.
Fica também isenta de jejuar durante a sua gravidez e quando estiver amamentando, se houver qualquer ameaça à sua saúde ou à saúde do bebê. Se o jejum posposto é obrigatório (durante o mês de Ramadan), ela pode repor os dias pospostos quando puder fazê-los. Não terá de repor as orações perdidas pelas razões acima mencionadas. As mulheres costumavam ir às mesquitas durante os dias do Profeta; e daí em diante, a oração em congregação na sexta-feira passou a ser opcional para elas enquanto é obrigatória para os homens.
Certamente, este é um toque sensível dos ensinamentos islâmicos. pois considera o fato de que a mulher pode estar amamentando seu filho ou cuidando dele, e assim torna-se incapaz de ir à mesquita na hora das orações. Leva em consideração também as mudanças fisiológicas e psicológicas associadas às funções de sua natureza feminina.
O ASPECTO SOCIAL
a) Como Criança e Adolescente.
A despeito da aceitação social do infanticídio feminino entre algumas tribos árabes, o Alcorão proibiu esse costume e o considerou um crime como outro qualquer.
“Quando a filha, sepultada viva, for interrogada: Por que delito foi assassinada?” (81ª. Surata, 8-9). O Islam exige que a menina seja tratada com amabilidade e justiça. Dentre os ditos do Profeta Muhammad (Deus o abençoe e lhe dê paz) a esse respeito, citamos os seguintes:
"Aquele que tiver unta filha e não a enterra viva, não a insultar, e não preferir o filho homem a ela, Deus o introduzirá no Paraíso”. O direito da mulher de procurar o conhecimento não é diferente do direito dos homens. O Profeta Muhammad disse: “Procurar o conhecimento é obrigação de todo muçulmano e muçulmana.”
b) Como Esposa
O Alcorão indica claramente que o casamento é compartilhado pelas duas metades da sociedade; e seus objetivos, além de perpetuarem a espécie, são o bem-estar emocional e a harmonia espiritual. Suas bases são o amor e a compaixão. Entre os mais impressivos versículos do Alcorão a respeito do casamento, citamos:
“Entre Seus sinais estão de haver-vos criado companheiras de vossa mesma espécie para que com elas convivais; e vos vinculou pelo amor e pela piedade.” (30ª. Surata, versículo 21).
De acordo com a lei islâmica, a mulher não pode ser forçada a casar sem o seu consentimento.
Além de todas as outras provisões para a proteção da mulher no tempo de casada, foi
especificamente decretado que ela tem todo o direito do desfrutar de seu dote, o que é dado a ela pelo marido, e está incluído no contrato nupcial. Tal propriedade não é transferível a seu pai ou marido. O conceito do dote no Islam não representa nem preço real, nem simbólico da mulher, como era o caso com algumas culturas, mas é um presente, simbolizando amor e afeição. As regras para a vida matrimonial no Islam são claras e estão em harmonia com a honrada natureza humana. Em consideração à constituição fisiológica e psicológica do homem e da mulher, ambos têm direitos iguais e deveres mútuos, exceto em uma responsabilidade, a de liderança. É uma questão natural em qualquer vida coletiva, e é consistente com a natureza do homem.
O Alcorão diz:
“Elas têm direito sobre eles, como eles os têm sobre elas; embora os homens mantenham o predomínio.” (2ª. Surata, versículo 228). Tal predomínio é representado pela manutenção e proteção. Isso se refere à diferença natural entre os dois sexos o que outorga proteção ao sexo feminino. Não implica, porém, em superioridade ou vantagem perante a lei. Assim, o desempenho da liderança do homem em relação a sua família não significa a predominância do marido sobre a esposa. O Islam dá ênfase à importância de pedir conselho e anuência mútuos nas decisões familiares.
Além dos direitos básicos da mulher como esposa, vem o direito acentuado pelo Alcorão, e intensamente recomendado pelo Profeta: tratamento amável e camaradagem. O
Alcorão diz:
“Harmonizai-vos com elas; pois se as menos prezardes, podereis estar depreciando um ser que Deus dotou de muitas virtudes”.(4ª. Surata, versículo 19). O Profeta Mohammad disse: “O melhor dentre vós é o melhor para a sua família, e eu sou o melhor dentre vós para a minha família”. Uma vez que o direito da mulher de decidir sobre o seu casamento é reconhecido, o seu direito de pedir o término de um casamento fracassado é também reconhecido. Para proporcionar estabilidade da família, contudo, e visando a sua proteção quanto a decisões precipitadas, sob tensão emocional temporária, certos passos e períodos de espera devem ser observados pelo homem e pela mulher que estão se divorciando.
c) Como Mãe
O Islam considera a amabilidade para com os pais próxima da adoração de Deus:
“O decreto de teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais.” (17ª. Surata, versículo 23). Além do mais, o Alcorão apresenta uma recomendação especial para o bom tratamento às mães:
“E recomendamos ao homem benevolência para com seus pais. Sua mãe o suporta entre dores e dores...” (31ª. Surata, versículo 14). Uma famosa tradição do Profeta, diz: “O Paraíso jaz aos pés das mães”.
d) Poligamia
Nas leis religiosas da antiguidade, não existe nenhuma restrição quanto ao numero de esposas que um homem pode ter. Todos os profetas bíblicos eram polígamos. Até na cristandade, que se tornou sinônimo da monogamia, o próprio Jesus Cristo jamais pronunciou uma palavra contra a poligamia; por outro lado, há eminentes teólogos cristãos, como Lutero, Melancton, Bucer e outros, que não teriam hesitado em concluir pela legalidade da poligamia a partir da parábola das dez virgens, contida no Evangelho de Mateus (25: 1-12):
" Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.
2 E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas.
3 As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.
4 Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.
5 E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram.
6 Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.
7 Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.
8 E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.
9 Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.
10 E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.
11 E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
12 E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço".
No entendimento desses conceituados teólogos,Jesus Cristo prevê a possibilidade de um homem casar-se com até dez mulheres ao mesmo tempo, segundo suas interpretações do texto.
Se os cristãos não querem se beneficiar da permissão que o próprio Jesus Cristo parece ter-lhes dado, a lei não está alterada por causa disso. Isto também vale para os muçulmanos, cuja lei é, além do mais, a única da história, que expressamente limita o número máximo permissível de esposas. Circunstâncias há que podem requerer o tomar outra esposa, mas o direito é garantido, de acordo com o Alcorão, somente na condição de que o marido seja escrupulosamente equânime.
“Podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser eqüitativo para com elas, casai, então, com uma só”. (4ª. Surata, versículo três).
Na realidade, a lei muçulmana está mais perto da razão, pois ela admite a poligamia quando a própria mulher consente com tal modo de vida. O preceito não impõe a poligamia, somente a permitindo em determinados casos. Ela depende unicamente do consentimento da mulher. Isso se aplica tanto à primeira esposa, quanto à pretendida segunda. Seria desnecessário observar que a suposta segunda mulher pode simplesmente recusar-se a casar com o homem que já tem uma esposa; pois já vimos que ninguém pode forçar uma mulher a contrair laços matrimoniais sem seu próprio consentimento. Se a mulher concorda em ser co-esposa, não é só a lei que deve ser considerada como cruel e injusta para com as mulheres, e como favorecedora somente dos homens.
Quanto à primeira esposa, o ato de poligamia depende dela, já que por ocasião do seu casamento pode exigir a aceitação, e inserção, no documento referente ao contrato nupcial, de cláusula assegurando que seu marido pratique somente a monogamia. Tal cláusula é tão válida quanto qualquer outra de um contrato legal. Se uma mulher não quiser utilizar esse seu direito, não será a legislação que a obrigará a fazê-lo. A poligamia não é a regra, e sim a exceção, com vantagens multilaterais, sociais, entre outras; e a lei islâmica tem orgulho de sua própria maleabilidade.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Fonte: http://www.islam.com.br
Esse blogger tem por objetivo a divulgação da Religião de Allah(SW), o ISLAMISMO. Inshallah! Dar de graça o que de graça recebemos. Essa é nossa proposta. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
terça-feira, abril 06, 2010
domingo, abril 04, 2010
O FALSO TESTEMUNHO
O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro.
Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
A demais! Irmãos e irmãs na fé o assunto abordado pelo Imam hoje é “O Perjúrio mais conhecido como A prestação do Falso Testemunho”. O Islam ordena seus seguidores a manter um inabalável compromisso com a justiça em todos os sentidos de sua vida, como por exemplo, nas relações comerciais e sociais. A característica que distinguiu a sociedade muçulmana no seu primeiro período foi a justiça, a tolerância e a cautela no falar. A falsidade, o rompimento de promessas, o falso testemunho e outras baixezas são sinais de desintegração ou de rompimento da relação do individuo com a religião.
O Falso Testemunho é uma doença que acometeu a humanidade e infelizmente aos muçulmanos. O Falso Testemunho resulta, na maioria dos casos, pode conduzir a injustiça e na desmoralização de toda a sociedade. Deus, louvado seja, quando menciona o falso testemunho no Alcorão, menciona-o comparando o Shirk. Isto significa que prestar falso testemunho é um pecado tão grave quanto a Associar alguém a Deus ou tão grave quanto a idolatria. Diz Allah em Seu Nobre Livro, Al Hajj 30: “... Evitai, pois, a abominação da adoração dos ídolos e evitai o perjúrio.”
Abu Bakr (r) relatou que o Mensageiro de Deus (s) disse: “Quereis que vos fale dos pecados mais graves?” Disseram: “Ó Mensageiro de Deus, é claro que sim?” E ele respondeu: “São eles: Associar alguém a Deus, desobedecer ou maltratar os pais.” Ele estava curvado sobre seu lado direito. Em seguida ele se levantou e disse; “E contar mentiras e prestar falso testemunho.” E ele continuou a repetir esta frase até que desejamos que se calasse.
E foi relatado que certo dia após a oração da Alvorada, O Profeta Mohammad (s) se levantou e disse aos presentes: “O perjúrio equivale-se a associação a Deus” e em seguida recitou o seguinte versículo do Alcorão: Al Hajj 30: “... Evitai, pois, a abominação da adoração dos ídolos e evitai o perjúrio.”
Queridos irmãos e irmãs no Islam, o perjurio ou o falso testemunho não se restringe somente em falar mentira perante um juiz, na verdade toda ação realizada com a intenção de disfarçar a verdade, ou ainda esconder a verdade para lograr algum beneficio é considerado como perjúrio. A esse respeito Allah O Altissimo diz: Al Bakarah 42: E não disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.
Foi relatado que certa vez o Mensageiro de Deus (s) foi perguntado a respeito de como a pessoa deve prestar testemunho. Ele orientou os seus companheiros dizendo: A caso vocês estão vendo nitidamente este sol? Todos responderam: Sim, vemos o sol com nitidez absoluta. Concluiu o Mensageiro (s): Assim deverá ser o vosso testemunho, caso contrário deverão abster do testemunho. Isto significa, queridos irmãos e irmãs, que só podemos prestar testemunho daquilo que vimos. Ou seja, não se pode testemunhar dizendo: eu ouvi falar, eu fiquei sabendo, ou eu acho.
Desprezar a verdade ao prestar testemunho e o pior tipo de falsidade. Quando um muçulmano se apresentar para dar testemunho, ele deve afirmar a verdade sem vacilar, independente de ser ela contra um amigo ou preferido seu. Nenhum relacionamento ou preconceito deve desviá-lo do caminho correto, nem qualquer interesse ou suborno deve torná-lo capaz de vacilar no seu testemunho.
A esse respeito diz Allah O Altissimo: “Ó crentes, sede firmes em observardes a justiça, atuando como testemunhas, por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deus incumbe protegê-los. Portanto, não sigais os vossos caprichos, para não serdes injustos; e se falseardes o vosso testemunho ou vos recusardes a prestá-lo, sabei que Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.” (4ª:135).
O Mensageiro de Deus disse: “Todos os defeitos podem ser encontrados num muçulmano, menos a desonestidade e a falsidade.” (Ahmad)
Perguntaram ao Mensageiro de Deus se algum muçulmano poderia ser um covarde. Ele respondeu, “Sim.” Perguntaram-lhe: “Pode um muçulmano ser mesquinho?” Ele disse que sim, que ele poderia ser mesquinho. E novamente perguntaram a ele: “Pode um muçulmano ser mentiroso?” Ele respondeu: “Não!”. (Málik)
Numa passagem ocorrida entre o Imamu Ali ® e um judeu temos um excelente exemplo de conduta. Certa vez, O Imamu Áli (r) sentiu falta de um escudo, encontrou-o nas mãos de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo. O judeu negou. Churaih pediu ao Imamu Áli para que apresentasse testemunhas. Áli apresentou o seu ajudante e seu filho Hassan ®. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e por falta de provas e testemunha o juiz sentenciou a favor do judeu. Ali aceitou sem reclamar. O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou, sendo que o escudo é dele”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Feliz pela conversão do judeu O ImamuÁli lhe deu o escudo e mais um cavalo de presente.
O Mensageiro de Deus (s) avisou seus seguidores a respeito desses absurdos que acontecem nos dias de hoje, admoestando-os para tomarem cuidado e não adotar quaisquer costumes ou práticas a não ser as indicadas no Alcorão e na Sunna. Ele disse: “No último período da minha Umma (nação), surgirão pessoas que serão enganadoras e mentirosas. Elas lhes dirão coisas que vocês jamais ouviram, nem os vossos antepassados tampouco as escutaram. Tomem cuidados com essas pessoas; não lhes permitam misturar-se a vós e não as deixeis envolvê-los com a corrupção.” (Musslim)
Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Aquele que não abandonar o falso testemunho e as más ações, Allah não tem necessidade que se abstenha de comer ou beber (ou seja, Allah não aceitará seu jejum)” Dentre as características dos servos do Clemente está ilustrada na surat Al Furcan que eles não perjuram e não prestam falso testemunho.
Diz Allah Al Furcan (63): E os servos do Clemente são aqueles que andam pacificamente pela terra e, e quando os insipientes lhes falam, dizem: Paz! 64 São aqueles que passam a noite adorando o seu Senhor, quer estejam prostrados ou em pé. 65 São aqueles que dizem: Ó Senhor nosso, afasta de nós o suplício do inferno, porque o seu tormento é angustiante. 66 Que péssima estância e o lugar de repouso! 67 São aqueles que, quando gastam, não se excedem nem mesquinham, colocando-se no meio-termo(1070) 68 (Igualmente o são) aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade, nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam;(1071) (pois sabem que) quem assim proceder, receberão a sua punição: 69
No Dia da Ressurreição ser-lhes-á duplicado o castigo; então, aviltados, se eternizarão (nesse estado). 70 Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Deus computará as más ações como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. 71 Quanto àquele que se arrepender e praticar o bem, converter-se-á a Deus sinceramente. 72 Aqueles que não perjurarem e, quando se depararem com vaidades, delas se afastarem com honra, 73 Aqueles que, quando lhes forem recordados os versículos do seu Senhor, não os ignorarem, como se fossem surdos ou cegos, 74 E aqueles que disserem: Ó Senhor nosso, faze com que as nossas esposas e a nossa prole sejam o nosso consolo, e designa-nos imames dos devotos, 75 Tais serão recompensados, por sua perseverança, com o empíreo, onde serão recebidos com saudação e paz, 76 E onde permanecerão eternamente. Que magnífica estancia e o lugar de repouso! 77 Dize (àqueles que rejeitam): Meu Senhor não Se importará convosco, se não O invocardes. Mas desmentistes (a verdade), e por isso haverá um (castigo) inevitável.
Para concluir, Se um homem é sincero e objetivo no seu falar e nos seus negócios, então, inevitavelmente, haverá honestidade e sinceridade nos seus atos e bondade. Adotando métodos honestos e diretos no trato com os outros, esta luz da verdade também ilumina o coração e a mente do homem, fazendo desaparecer deles as trevas.
E é sabido por todas as pessoas sensatas desse mundo, independente de credo e religião, que o assassinato, o suplantar os direitos alheios, a tirania em todas as suas formas, a bebida alcoólica e as drogas, a mentira, o adultério entre outras, são ações abomináveis. Porém no Islam, dentre todas as ações, as mais graves são a desobediência aos pais, o perjúrio e o falso testemunho.
Que Allah nos ilumine com a luz da verdade, que nos mantenha firmes na senda reta. Amin! Ua Salamu Alaikum!
“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24
Asalamo Alaikom WA WB,
Fonte: Omar Hussein Hallak - Khutubah de 02.04.2010 - Mesquita de Cuiabá MT
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam - O menor dos servos de Allah SW
Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
A demais! Irmãos e irmãs na fé o assunto abordado pelo Imam hoje é “O Perjúrio mais conhecido como A prestação do Falso Testemunho”. O Islam ordena seus seguidores a manter um inabalável compromisso com a justiça em todos os sentidos de sua vida, como por exemplo, nas relações comerciais e sociais. A característica que distinguiu a sociedade muçulmana no seu primeiro período foi a justiça, a tolerância e a cautela no falar. A falsidade, o rompimento de promessas, o falso testemunho e outras baixezas são sinais de desintegração ou de rompimento da relação do individuo com a religião.
O Falso Testemunho é uma doença que acometeu a humanidade e infelizmente aos muçulmanos. O Falso Testemunho resulta, na maioria dos casos, pode conduzir a injustiça e na desmoralização de toda a sociedade. Deus, louvado seja, quando menciona o falso testemunho no Alcorão, menciona-o comparando o Shirk. Isto significa que prestar falso testemunho é um pecado tão grave quanto a Associar alguém a Deus ou tão grave quanto a idolatria. Diz Allah em Seu Nobre Livro, Al Hajj 30: “... Evitai, pois, a abominação da adoração dos ídolos e evitai o perjúrio.”
Abu Bakr (r) relatou que o Mensageiro de Deus (s) disse: “Quereis que vos fale dos pecados mais graves?” Disseram: “Ó Mensageiro de Deus, é claro que sim?” E ele respondeu: “São eles: Associar alguém a Deus, desobedecer ou maltratar os pais.” Ele estava curvado sobre seu lado direito. Em seguida ele se levantou e disse; “E contar mentiras e prestar falso testemunho.” E ele continuou a repetir esta frase até que desejamos que se calasse.
E foi relatado que certo dia após a oração da Alvorada, O Profeta Mohammad (s) se levantou e disse aos presentes: “O perjúrio equivale-se a associação a Deus” e em seguida recitou o seguinte versículo do Alcorão: Al Hajj 30: “... Evitai, pois, a abominação da adoração dos ídolos e evitai o perjúrio.”
Queridos irmãos e irmãs no Islam, o perjurio ou o falso testemunho não se restringe somente em falar mentira perante um juiz, na verdade toda ação realizada com a intenção de disfarçar a verdade, ou ainda esconder a verdade para lograr algum beneficio é considerado como perjúrio. A esse respeito Allah O Altissimo diz: Al Bakarah 42: E não disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.
Foi relatado que certa vez o Mensageiro de Deus (s) foi perguntado a respeito de como a pessoa deve prestar testemunho. Ele orientou os seus companheiros dizendo: A caso vocês estão vendo nitidamente este sol? Todos responderam: Sim, vemos o sol com nitidez absoluta. Concluiu o Mensageiro (s): Assim deverá ser o vosso testemunho, caso contrário deverão abster do testemunho. Isto significa, queridos irmãos e irmãs, que só podemos prestar testemunho daquilo que vimos. Ou seja, não se pode testemunhar dizendo: eu ouvi falar, eu fiquei sabendo, ou eu acho.
Desprezar a verdade ao prestar testemunho e o pior tipo de falsidade. Quando um muçulmano se apresentar para dar testemunho, ele deve afirmar a verdade sem vacilar, independente de ser ela contra um amigo ou preferido seu. Nenhum relacionamento ou preconceito deve desviá-lo do caminho correto, nem qualquer interesse ou suborno deve torná-lo capaz de vacilar no seu testemunho.
A esse respeito diz Allah O Altissimo: “Ó crentes, sede firmes em observardes a justiça, atuando como testemunhas, por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deus incumbe protegê-los. Portanto, não sigais os vossos caprichos, para não serdes injustos; e se falseardes o vosso testemunho ou vos recusardes a prestá-lo, sabei que Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.” (4ª:135).
O Mensageiro de Deus disse: “Todos os defeitos podem ser encontrados num muçulmano, menos a desonestidade e a falsidade.” (Ahmad)
Perguntaram ao Mensageiro de Deus se algum muçulmano poderia ser um covarde. Ele respondeu, “Sim.” Perguntaram-lhe: “Pode um muçulmano ser mesquinho?” Ele disse que sim, que ele poderia ser mesquinho. E novamente perguntaram a ele: “Pode um muçulmano ser mentiroso?” Ele respondeu: “Não!”. (Málik)
Numa passagem ocorrida entre o Imamu Ali ® e um judeu temos um excelente exemplo de conduta. Certa vez, O Imamu Áli (r) sentiu falta de um escudo, encontrou-o nas mãos de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo. O judeu negou. Churaih pediu ao Imamu Áli para que apresentasse testemunhas. Áli apresentou o seu ajudante e seu filho Hassan ®. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e por falta de provas e testemunha o juiz sentenciou a favor do judeu. Ali aceitou sem reclamar. O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou, sendo que o escudo é dele”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Feliz pela conversão do judeu O ImamuÁli lhe deu o escudo e mais um cavalo de presente.
O Mensageiro de Deus (s) avisou seus seguidores a respeito desses absurdos que acontecem nos dias de hoje, admoestando-os para tomarem cuidado e não adotar quaisquer costumes ou práticas a não ser as indicadas no Alcorão e na Sunna. Ele disse: “No último período da minha Umma (nação), surgirão pessoas que serão enganadoras e mentirosas. Elas lhes dirão coisas que vocês jamais ouviram, nem os vossos antepassados tampouco as escutaram. Tomem cuidados com essas pessoas; não lhes permitam misturar-se a vós e não as deixeis envolvê-los com a corrupção.” (Musslim)
Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Aquele que não abandonar o falso testemunho e as más ações, Allah não tem necessidade que se abstenha de comer ou beber (ou seja, Allah não aceitará seu jejum)” Dentre as características dos servos do Clemente está ilustrada na surat Al Furcan que eles não perjuram e não prestam falso testemunho.
Diz Allah Al Furcan (63): E os servos do Clemente são aqueles que andam pacificamente pela terra e, e quando os insipientes lhes falam, dizem: Paz! 64 São aqueles que passam a noite adorando o seu Senhor, quer estejam prostrados ou em pé. 65 São aqueles que dizem: Ó Senhor nosso, afasta de nós o suplício do inferno, porque o seu tormento é angustiante. 66 Que péssima estância e o lugar de repouso! 67 São aqueles que, quando gastam, não se excedem nem mesquinham, colocando-se no meio-termo(1070) 68 (Igualmente o são) aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade, nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam;(1071) (pois sabem que) quem assim proceder, receberão a sua punição: 69
No Dia da Ressurreição ser-lhes-á duplicado o castigo; então, aviltados, se eternizarão (nesse estado). 70 Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Deus computará as más ações como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. 71 Quanto àquele que se arrepender e praticar o bem, converter-se-á a Deus sinceramente. 72 Aqueles que não perjurarem e, quando se depararem com vaidades, delas se afastarem com honra, 73 Aqueles que, quando lhes forem recordados os versículos do seu Senhor, não os ignorarem, como se fossem surdos ou cegos, 74 E aqueles que disserem: Ó Senhor nosso, faze com que as nossas esposas e a nossa prole sejam o nosso consolo, e designa-nos imames dos devotos, 75 Tais serão recompensados, por sua perseverança, com o empíreo, onde serão recebidos com saudação e paz, 76 E onde permanecerão eternamente. Que magnífica estancia e o lugar de repouso! 77 Dize (àqueles que rejeitam): Meu Senhor não Se importará convosco, se não O invocardes. Mas desmentistes (a verdade), e por isso haverá um (castigo) inevitável.
Para concluir, Se um homem é sincero e objetivo no seu falar e nos seus negócios, então, inevitavelmente, haverá honestidade e sinceridade nos seus atos e bondade. Adotando métodos honestos e diretos no trato com os outros, esta luz da verdade também ilumina o coração e a mente do homem, fazendo desaparecer deles as trevas.
E é sabido por todas as pessoas sensatas desse mundo, independente de credo e religião, que o assassinato, o suplantar os direitos alheios, a tirania em todas as suas formas, a bebida alcoólica e as drogas, a mentira, o adultério entre outras, são ações abomináveis. Porém no Islam, dentre todas as ações, as mais graves são a desobediência aos pais, o perjúrio e o falso testemunho.
Que Allah nos ilumine com a luz da verdade, que nos mantenha firmes na senda reta. Amin! Ua Salamu Alaikum!
“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24
Asalamo Alaikom WA WB,
Fonte: Omar Hussein Hallak - Khutubah de 02.04.2010 - Mesquita de Cuiabá MT
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam - O menor dos servos de Allah SW
quinta-feira, abril 01, 2010
OS VALORES MORAIS NO ISLAMISMO
Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, imploramos ajuda, a Ele retornamos arrependidos e solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. Rogo a Deus que tal testemunho nos livre do fogo infernal. Profeta Mohammad (saaws) advertir uma pessoa: “Aproveite 05 coisas antes que outras 05 coisas te aconteçam: sua juventude antes de sua velhice, sua saúde antes da sua doença, sua riqueza antes da sua pobreza, sua ociosidade antes da sua ocupação e sua vida antes da sua morte”.
Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat Ar’rum “55-E no dia em que chegar a Hora, os pecadores jurarão que não permaneceram nos sepulcros mais do que uma hora. Como se equivocarão!” E testemunho que Mohammad (saaws) é Seu servo e mensageiro, o escolhido dentre Suas criaturas; divulgou a mensagem, zelou por aquilo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e se esforçou ao máximo pela causa de Deus. Ibn Abbass (raa) relatou que ouvira O Ó queridos do Profeta Mohammad (saaws), nesta narrativa observamos uma recomendação do Mensageiro de Deus para toda a nação do Islam. Vejam neste trabalho de sua Eminência Shaikh Mohamad Al Ghazali
tradução do conceituado Prof. Samir El Hayek
OS PILARES DO ISLAM E OS VALORES MORAIS
O Profeta Mohammad assim asseverou o propósito primordial de ele ter sido enviado a este mundo e o método de sua convocação aos povos:
"Eu fui enviado para o propósito único de aperfeiçoar a boa moral" (Narrado por Málik Ibn Anas na obra Al Mauthá).
Essa é a grande mensagem que deixou uma impressão indelével na história da vida. O Profeta (S) se empenhou incessantemente espalhar os seus raios e unificar dos povos sob sua influência. O propósito dela não é outro senão o de fortalecer o caráter moral dos povos, para que o mundo de beleza e perfeição possa ser percebido por eles de modo a que possam tentar alcançá-lo conscientemente e com saber.
O culto tornou-se compulsório no Islam, e foi feito um dos pilares básicos da fé. Entretanto, as formas islâmicas de adoração não são quaisquer exercícios místicos que ligam o homem a algum ser desconhecido e misterioso, nem submetem o homem a realizar atos ou outros movimentos sem sentido. Todas as formas compulsórias islâmicas de culto consistem de exercícios e treinamento que habilitem as pessoas à aquisição de uma moralidade e de hábitos corretos, e a viver virtuosamente, praticando tais virtudes permanentemente, independentemente de quaisquer mudanças que venham a ocorrer nas circunstâncias.
A Oração Impede que se Cometa o Mal
O culto é uma forma compulsória que é como um exercício ao qual o homem é atraído com interesse e vontade. Ele a oferece continuamente, para que a vida dele possa estar livre de todas as doenças e o corpo dele possa ser sadio e forte.
O Sagrado Alcorão e a Sunna (tradições) do Profeta são as provas claras destas realidades.
Quando ordenou que se instituíssem as orações compulsórias, Ele expressou a sábia conveniência disso da seguinte maneira:
"Observa a oração, porque a oração preserva (o homem) da obscenidade e do ilícito" (29ª:45).
São também realidades da oração o (desejo) de manter-se afastado do mal, da maldade, e de purificar-se (redimir-se) de males cometidos.
Em uma Tradição Autêntica (Hadice Qudsi) afirma-se:
"Eu aceito as orações das pessoas que assumem por atitude a humildade ao pronunciá-las em face da Minha grandeza, que obsequiam as Minhas criaturas, que não persistem em pecar contra Mim, passam o dia Me invocando, e são bondosos para com os pobres, os viajantes, as viúvas, e os sofredores." (Hadice narrado pelo Bazzar)
O Zakat é um Meio de Purificação
O zakat foi imposto às pessoas escolhidas dentre os eleitos. Não se trata de um mero tributo recolhido dos bolsos do povo, pois seu propósito primordial é o de lançar as sementes da bondade, simpatia e benevolência, para proporcionar uma oportunidade de acesso entre os vários segmentos da sociedade, e para estabelecer (entre esses) uma relação de amor e de amizade.
O propósito em se pagar o zakat foi asseverado no Alcorão:
"Recebe, de seus bens, uma caridade que os purifique e os santifique" (9ª:103).
Para limpar-se das impurezas mundanas e elevar o padrão da sociedade ao ápice da decência e da pureza, a sabedoria oculta na arrecadação do zakat.
Por esta razão, o Profeta o entendeu no sentido mais lato, e recolher o zakat fez-se compulsório a todo muçulmano. Disse o Profeta:
"Manter um sorriso no rosto para o seu irmão é uma caridade. Praticar boas ações e impedir que outrem cometa o mal é uma caridade. Orientar uma pessoa impedindo que ela se perca, é uma caridade. Remover coisas incômodas tais como espinhos e ossos do caminho é uma caridade. Guiar uma pessoa que tenha visão defeituosa é uma caridade." (Bukhári)
O ambiente do deserto e da vida de beduíno ¬– um ambiente que tem origem em querelas e lutas intestinas – este foi o ambiente em que os ensinamentos do Islam foram apresentados ao mundo, mostrando as metas e propósitos que esses ensinamentos tiveram. E mostrando aonde esses ensinamentos levaram os árabes a partir daquele ambiente obscuro e sinistro.
O Jejum é um passo na direção da virtuosidade
Também ao jejum, o Islam tornou compulsório. Mas ele não foi projetado para afastar os homens dos seus desejos carnais e outras coisas proibidas somente por um período pre-fixado. Disse o Profeta:
"O jejum não significa apenas abster-se de comer e beber, mas de manter-se afastado das coisas más e obscenos. Se durante o período de jejum alguém abusar de vós ou vos incitar a uma querela, digam-lhe: "Estou jejuando."
O Alcorão assim assevera o propósito da imposição do jejum:
"Ó crentes, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus." (2ª:183)
O Hajj é uma peregrinação obrigatória para reduzir o amor pelo que é terreno. Às vezes o homem pensa que viajar aos lugares sagrados e realizar (o rito da) peregrinação que foi feita compulsória a todo muçulmano rico, e que está incluída entre os pilares básicos do Islam, é meramente um ritual de adoração que não tem nenhuma relação com a esfera de moralidade e caráter. Este é um engano. Instruindo a respeito desse culto compulsório, Deus assevera:
"A peregrinação se realiza em meses determinados. Quem a empreender, deverá abster-se das relações sexuais, da perversidade e da polémica. Tudo o que fizerdes de bom Deus o saberá.
Equipai-vos de provisões, mas sabei que a melhor provisão é a devoção" (2ª:197).
Estas são, em linhas gerais, as formas de culto que são sobejamente conhecidas e geralmente praticadas no Islam, e que são seus pilares fundamentais. Elas nos mostram quão profunda é a relação existente entre a religião e a moralidade, e quão forte e duradoura é esta relação.
Como são diferentes entre si estas formas de culto, no seu espírito e sua aparência, mas como são estreitamente ligadas (uma as outras) no tocante à meta e propósito que constituem o principal objetivo proclamado pelo Profeta.
Portanto, a oração (salat), o jejum (saum), a contribuição (zakat) e a peregrinação (Hajj), e outras formas de adoração como estas, são degraus em direção à verdadeira perfeição, e são os meios para se alcançar a integridade e castidade que tornam a vida segura e magnífica. Em virtude dos elevados atributos e nobres qualidades que são parte inalienável e as consequências de tais formas de culto, foi-lhes dado um lugar de grande destaque e importância na religião de Deus.
Se tais formas de culto não purificam os corações dos homens, se elas não nutrem as melhores qualidades naqueles que as cumprem, e se elas não aprimoram e tornam sólida a relação entre Deus e os Seus servos, então não resta nada aos homens senão a destruição e a devastação.
"E quem comparecer como pecador, ante seu Senhor, merecerá o inferno, onde não poderá morrer nem viver. E aqueles que comparecerem ante Ele, sendo fiéis e tendo praticado o bem, obterão as mais elevadas dignidades; jardins do Éden, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. Tal será a retribuição de quem se purifica" (20ª:74-76).
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu.
Fonte: Razões da Profecia - Perfeição da Moralidade -Shaikh Mohamad Al Ghazali
Tradução: Prof. Samir El Hayek – Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam – o menor dos servos de Allah SW
Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat Ar’rum “55-E no dia em que chegar a Hora, os pecadores jurarão que não permaneceram nos sepulcros mais do que uma hora. Como se equivocarão!” E testemunho que Mohammad (saaws) é Seu servo e mensageiro, o escolhido dentre Suas criaturas; divulgou a mensagem, zelou por aquilo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e se esforçou ao máximo pela causa de Deus. Ibn Abbass (raa) relatou que ouvira O Ó queridos do Profeta Mohammad (saaws), nesta narrativa observamos uma recomendação do Mensageiro de Deus para toda a nação do Islam. Vejam neste trabalho de sua Eminência Shaikh Mohamad Al Ghazali
tradução do conceituado Prof. Samir El Hayek
OS PILARES DO ISLAM E OS VALORES MORAIS
O Profeta Mohammad assim asseverou o propósito primordial de ele ter sido enviado a este mundo e o método de sua convocação aos povos:
"Eu fui enviado para o propósito único de aperfeiçoar a boa moral" (Narrado por Málik Ibn Anas na obra Al Mauthá).
Essa é a grande mensagem que deixou uma impressão indelével na história da vida. O Profeta (S) se empenhou incessantemente espalhar os seus raios e unificar dos povos sob sua influência. O propósito dela não é outro senão o de fortalecer o caráter moral dos povos, para que o mundo de beleza e perfeição possa ser percebido por eles de modo a que possam tentar alcançá-lo conscientemente e com saber.
O culto tornou-se compulsório no Islam, e foi feito um dos pilares básicos da fé. Entretanto, as formas islâmicas de adoração não são quaisquer exercícios místicos que ligam o homem a algum ser desconhecido e misterioso, nem submetem o homem a realizar atos ou outros movimentos sem sentido. Todas as formas compulsórias islâmicas de culto consistem de exercícios e treinamento que habilitem as pessoas à aquisição de uma moralidade e de hábitos corretos, e a viver virtuosamente, praticando tais virtudes permanentemente, independentemente de quaisquer mudanças que venham a ocorrer nas circunstâncias.
A Oração Impede que se Cometa o Mal
O culto é uma forma compulsória que é como um exercício ao qual o homem é atraído com interesse e vontade. Ele a oferece continuamente, para que a vida dele possa estar livre de todas as doenças e o corpo dele possa ser sadio e forte.
O Sagrado Alcorão e a Sunna (tradições) do Profeta são as provas claras destas realidades.
Quando ordenou que se instituíssem as orações compulsórias, Ele expressou a sábia conveniência disso da seguinte maneira:
"Observa a oração, porque a oração preserva (o homem) da obscenidade e do ilícito" (29ª:45).
São também realidades da oração o (desejo) de manter-se afastado do mal, da maldade, e de purificar-se (redimir-se) de males cometidos.
Em uma Tradição Autêntica (Hadice Qudsi) afirma-se:
"Eu aceito as orações das pessoas que assumem por atitude a humildade ao pronunciá-las em face da Minha grandeza, que obsequiam as Minhas criaturas, que não persistem em pecar contra Mim, passam o dia Me invocando, e são bondosos para com os pobres, os viajantes, as viúvas, e os sofredores." (Hadice narrado pelo Bazzar)
O Zakat é um Meio de Purificação
O zakat foi imposto às pessoas escolhidas dentre os eleitos. Não se trata de um mero tributo recolhido dos bolsos do povo, pois seu propósito primordial é o de lançar as sementes da bondade, simpatia e benevolência, para proporcionar uma oportunidade de acesso entre os vários segmentos da sociedade, e para estabelecer (entre esses) uma relação de amor e de amizade.
O propósito em se pagar o zakat foi asseverado no Alcorão:
"Recebe, de seus bens, uma caridade que os purifique e os santifique" (9ª:103).
Para limpar-se das impurezas mundanas e elevar o padrão da sociedade ao ápice da decência e da pureza, a sabedoria oculta na arrecadação do zakat.
Por esta razão, o Profeta o entendeu no sentido mais lato, e recolher o zakat fez-se compulsório a todo muçulmano. Disse o Profeta:
"Manter um sorriso no rosto para o seu irmão é uma caridade. Praticar boas ações e impedir que outrem cometa o mal é uma caridade. Orientar uma pessoa impedindo que ela se perca, é uma caridade. Remover coisas incômodas tais como espinhos e ossos do caminho é uma caridade. Guiar uma pessoa que tenha visão defeituosa é uma caridade." (Bukhári)
O ambiente do deserto e da vida de beduíno ¬– um ambiente que tem origem em querelas e lutas intestinas – este foi o ambiente em que os ensinamentos do Islam foram apresentados ao mundo, mostrando as metas e propósitos que esses ensinamentos tiveram. E mostrando aonde esses ensinamentos levaram os árabes a partir daquele ambiente obscuro e sinistro.
O Jejum é um passo na direção da virtuosidade
Também ao jejum, o Islam tornou compulsório. Mas ele não foi projetado para afastar os homens dos seus desejos carnais e outras coisas proibidas somente por um período pre-fixado. Disse o Profeta:
"O jejum não significa apenas abster-se de comer e beber, mas de manter-se afastado das coisas más e obscenos. Se durante o período de jejum alguém abusar de vós ou vos incitar a uma querela, digam-lhe: "Estou jejuando."
O Alcorão assim assevera o propósito da imposição do jejum:
"Ó crentes, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus." (2ª:183)
O Hajj é uma peregrinação obrigatória para reduzir o amor pelo que é terreno. Às vezes o homem pensa que viajar aos lugares sagrados e realizar (o rito da) peregrinação que foi feita compulsória a todo muçulmano rico, e que está incluída entre os pilares básicos do Islam, é meramente um ritual de adoração que não tem nenhuma relação com a esfera de moralidade e caráter. Este é um engano. Instruindo a respeito desse culto compulsório, Deus assevera:
"A peregrinação se realiza em meses determinados. Quem a empreender, deverá abster-se das relações sexuais, da perversidade e da polémica. Tudo o que fizerdes de bom Deus o saberá.
Equipai-vos de provisões, mas sabei que a melhor provisão é a devoção" (2ª:197).
Estas são, em linhas gerais, as formas de culto que são sobejamente conhecidas e geralmente praticadas no Islam, e que são seus pilares fundamentais. Elas nos mostram quão profunda é a relação existente entre a religião e a moralidade, e quão forte e duradoura é esta relação.
Como são diferentes entre si estas formas de culto, no seu espírito e sua aparência, mas como são estreitamente ligadas (uma as outras) no tocante à meta e propósito que constituem o principal objetivo proclamado pelo Profeta.
Portanto, a oração (salat), o jejum (saum), a contribuição (zakat) e a peregrinação (Hajj), e outras formas de adoração como estas, são degraus em direção à verdadeira perfeição, e são os meios para se alcançar a integridade e castidade que tornam a vida segura e magnífica. Em virtude dos elevados atributos e nobres qualidades que são parte inalienável e as consequências de tais formas de culto, foi-lhes dado um lugar de grande destaque e importância na religião de Deus.
Se tais formas de culto não purificam os corações dos homens, se elas não nutrem as melhores qualidades naqueles que as cumprem, e se elas não aprimoram e tornam sólida a relação entre Deus e os Seus servos, então não resta nada aos homens senão a destruição e a devastação.
"E quem comparecer como pecador, ante seu Senhor, merecerá o inferno, onde não poderá morrer nem viver. E aqueles que comparecerem ante Ele, sendo fiéis e tendo praticado o bem, obterão as mais elevadas dignidades; jardins do Éden, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. Tal será a retribuição de quem se purifica" (20ª:74-76).
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu.
Fonte: Razões da Profecia - Perfeição da Moralidade -Shaikh Mohamad Al Ghazali
Tradução: Prof. Samir El Hayek – Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam – o menor dos servos de Allah SW
segunda-feira, março 29, 2010
CALIFA ALI IBN ABU TÁLIB (RAA) - O 4º E ÚLTIMO PROBO
O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
A palavra Califa em árabe quer dizer "SUCESSOR". Os sábios islâmicos consideram como sucessores probos os quatro Califas que sucederam o Profeta Muhammad (SAAS), são eles:
1º - ABU BAKAR
2º - OMAR KHATAB
3º - OSMAN E
4º - ALI IBN ABU TÁLIB
Louvado seja Allah, Protetor dos temente e Ajudante dos enfraquecidos. Que a paz e a graça de Deus esteja com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, nosso Profeta Mohammad(S), com os seus familiares e com todos os seus companheiros
Esta é a última jornada dos Califas probos e líderes dos orientados. Vamos viver com ela com o quarto califa probo, um dos dez auspiciados com o Paraíso, o primeiro menino a adotar o Islam, o califa mais próximo em parentesco do Rassulullah (S). É o seu primo, tendo o mesmo avô, Abdel Mutalib, marido da filha do Profeta (S) e pai do Hassan,
Ali Ibn Abi Tálib (R)
Um dos famosos sábios, dos ascetas conhecidos, os oradores lembrados, herói dos heróis, cavaleiro dos cavaleiros, forte, o mestre dos corajosos, o portador do estandarte no dia de Khaibar para educar todo covarde!
SOB A DOÇÃO DO PROFETA (SAAS)
Áli Ibn Abi Tálib (R) foi educado na casa do Profeta (S), isso antes do início da mensagem. Ibn Isaac relatou, com base em Mujáhid Ibn Jubair: “Foi da graça de Deus ao Áli Ibn Abi Tálib que uma crise se abateu sobre os coraixitas. Abu Tálib tinha uma família numerosa. O Profeta (S) pediu ao Abbás, um dos mais ricos entre o clã de Háchim, para aliviarem a carga familiar de Abu Tálib, adotando cada um deles um dos filhos dele. O Abbás aceitou e foram ter com Abu Tálib, expondo-lhe a questão. Este lhes disse: “Se vocês me deixarem ‘Aquil, podem fazer o que quiserem.”
O Rassulullah (S) levou Áli e o Abbás levou Jaafar. Áli permaneceu com o Profeta (S) até o início de sua mensagem. Ele o seguiu, acreditando e tendo confiança nele.
A SUA CONVERÇÃO
Áli (R) disse: “O Rassulullah (S) foi comissionado na segunda-feira, e eu adotei o Islam na quarta-feira.” Foi o primeiro menino a se tornar muçulmano. Estava com oito anos de idade.
Devido à sua pouca idade e a sua permanência na casa do Profeta (S), Áli Ibn Abi Tálib foi educado na boa conduta. Nunca foi pueril, nunca adorou ídolos, nunca ingeriu álcool, nem conheceu o caminho da diversão e da indecência.
DORMIU NO LEITO DO PROFETA (SAAS)
No dia da Hégira, Áli Ibn Abi Talib (R) dormiu no leito do Profeta (S), mesmo sabendo do perigo que estava correndo, uma vez que os politeístas estavam à espreita, do lado de fora, armados, querendo matar quem estavam dormindo no leito. A sua vida, porém, não era mais querida do que a vida do Rassulullah (S).
ENTRETA DOS DEPÓSITOS
Quando o Profeta (S) migrou para Madina, ordenou Áli (R) a permanecer em Makka para devolver os depósitos que estavam sob a guarda do Profeta (S), e então o seguisse junto com a sua família, e ele o fez.
SUAS PARTICIPAÇÕES
Áli (R) participou da batalha de Badr, e foi decisivo nela. Participou de Uhud, e estava do lado direito portando o estandarte depois de Mus’ab Ibn Umair. Participou da Batalha do Fosso e matou o herói dos árabes e um de seus famosos valentes, Amru Ibn Wad al Ámiri. Participou do pacto de Hudaibiya, da aclamação de Radhwan. Participou da expedição de Khaibar, tendo uma participação espantosa, conquistando a fortaleza e matando o seu comandante.
Participou de Umratul Cadhá. Nela o Profeta (S) disse: “Você é de mim e eu sou de você.” (Bukhári).
Participou da conquista de Makka, da campanha de Hunain, de Taif. Em todas essas batalhas lutou com coragem ímpar. Ele acompanhou o Rassulullah (S) na Umra à partir de Ju’rána.
O Rassulullah (S) o enviou como emir e governador do Iêmen, juntamente com Khálid Ibn al Walid. Acompanhou o Rassulullah (S) na Peregrinação de Despedida, levando as oferendas, cumprindo os rituais que o Rassulullah (S) cumpria. Acompanhou-o na oferenda, permanecendo com o ihram (veste da peregrinação) até sacrificarem as oferendas após o término dos rituais da peregrinação.
Será que o Profeta (S) Designou Áli Para a Sua Sucessão?
Quando o Profeta (S) adoeceu, o Abbás disse para Áli (R): “Pergunte ao Rassulullah (S) quem irá sucedê-lo?” Áli respondeu: “Por Deus que não irei perguntar. Se ele nos proibir, as pessoas não irão nos aceitar mais depois dele.”
As tradições verdadeiras e sinceras mostram que o Rasssulullah (S) não indicou a ele ou a ninguém para sucedê-lo, mas aludiu ao Siddik e indicou de forma compreensível e visível a ele.
O que muitos ignorantes e estúpidos alegam que ele indicou Áli para o califado, estão mentindo, proferindo calúnias e falsidades, e cometem um grave erro, acusando os companheiros de traição e de parcialidade, deixando de executar o seu testamento, desviando-o para outro, sem sentido nem causa.
Cada crente em Deus e no Seu Mensageiro confirma que o Islam constitui na verdade e sabe que essa alegação é falsa, porque os companheiros do Rassulullah (S) eram pessoas melhores depois dos profetas, as melhores gerações dessa comunidade, a mais nobre das comunidades neste mudo e no Outro, de acordo com o texto do Alcorão, do consenso dos antecessores e dos sucessores, com a graça de Deus.
Alegar, também, que o Profeta (S) designou Áli (R) para o califado e ele não o exigiu, mas exerceu a função de ministro e conselheiro dos califas anteriores, casou e concedeu sua filha em casamento, acusando-o de mudez e fraqueza, Deus está isento disso, pois ele foi o cavaleiro indomável, que não se furtava em pronunciar a verdade.
A Sua Posição Quanto ao Califado dos que o Antecederam
Quando o Rassulullah (S) faleceu, Áli participou da preparação, banho e amortalhamento e sepultamento do corpo. Quando o Siddik foi aclamado, em Saquifa, Áli fazia parte dos que o aclamaram na mesquita.
Estava ao lado do Siddik, com os outros líderes dos companheiros, consciente de seu dever de obedecê-lo e servi-lo.
Quando Abu Bakr faleceu e Omar assumiu o califado por designação de Abu Bakr, Áli participou de sua aclamação, e foi o seu fiel conselheiro.
Diz-se que Omar lhe pediu para sentenciar durante o seu califado, foi com ele e um grupo dos companheiros para a Síria, assistiu ao seu discurso em Jábiya.
Quando Ômar foi apunhalado, e tornou a sucessão numa questão de consulta entre seis candidatos, com Áli sendo um deles, e a escolha ficou entre Osman e Áli e a escolha ficou com Osman, ele acatou a escolha. Quando Osman foi assassinado, numa sexta-feira, as pessoas escolheram Áli e o acalmaram.
Áli negou-se atendê-los em aceitar o califado mesmo com a insistência no pedido. Ele se retirou para o pomar de Bani Ámru Ibn Mabdul e se fechou no local. As pessoas foram atrás dele, insistiram com ele, juntamente com Tal-há e Zubair. Disseram-lhe: “Não se pode ficar sem um governante.” Continuaram insistindo com ele até aceitar.
SUAS VIRTUDES
Áli Ibn Abi Tálib (R) teve muitas virtudes e muitos méritos. O Imam dos sunnitas, Ahmad Ibn Hanbal (que Deus tenha piedade dele), disse: “Nenhum dos companheiros do Rassulullah (S) teve os méritos de Áli.” Isso indica o amor dos sunnitas a Áli e os familiares do Profeta (S), pois eles conservaram essas tradições e as narraram como as ouviram do Profeta (S), sem omitir nenhuma delas. Entre as tradições a respeito de seus méritos (R), citamos:
1ª. Áli como Mártir: Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) estava em Harrá juntamente com Abu Bakr, Omar, Osman, Áli, Tal-há e Zubair, e a rocha se moveu. O Rassulullah (S) disse: “Quita, está sobre você um profeta,ou Siddik ou mártir.”
2ª. Áli no Paraíso. O Rassulullah (S) disse: “Abu Bakr estará no Paraíso, Omar estará no Paraíso, Osman estará no Paraíso e Áli estará no Paraíso.” (Ahmad).
3ª. Só o ama o crente e só o odeia o hipócrita: Áli (R) disse: “Por Aquele que criou a semente e fez soprar a brisa, que o Profeta iletrado (S) me afiançou que só me amará o crente e só me odiará o hipócrita.” (Musslim).
4ª. Sua posição em relação ao Profeta (S): Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Rassulullah (S) deixou Áli em Madina durante a expedição de Tabuk. Disse-lhe: “Ó Rassulullah, está me deixando junto com as mulheres e as crianças”? Respondeu-lhe: “Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”? (Bukhári e Musslim).
5ª. Familiares do Profeta (S). Saad Ibn Waccas relatou que quando o seguinte versículo: “Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos” (3:61), o Rassulullah (S) convocou Áli, Fátima, Hassan e Hussein e disse: “Ó Deus, estes são os meus familiares” (Musslim)
6ª. Áli ama Deus e Seu Profeta (S), Deus e Seu Profeta (S) o amam. Sahl Ibn Saad (R) relatou que o Rassulullah (S) disse no dia de Khaibar: “Amanhã vou entregar o estandarte a um homem, por intermédio do qual, Deus irá conceder a vitória. Ele ama Deus e Seu Profeta (S) e Deus e Seu Profeta (S) o amam”. As pessoas foram dormir querendo adivinhar a quem daria o estandarte. Ao amanhecer, foram ter com o Rassulullah (S), cada um desejando ser escolhido. Ele perguntou: “Onde está Áli Ibn Abi Tálib”? Responderam-lhe: “Ele está se queixando dos olhos”. Pediu: “Mandem chamá-lo”. Áli chegou, o Rassulullah (S) pegou a sua saliva, passou nos olhos dele, fez uma prece e a vista de Áli ficou boa, sem dor. Deu-lhe o estandarte e Deus lhe concedeu a vitória. (Bukhári e Musslim).
7ª. Áli, como juiz. Áli (R) relatou: “O Rassulullah (S) me enviou ao Iêmen, como juiz. Perguntei-lhe: ‘Ó Rassulullah, está me enviando a pessoas mais velhas do que eu para ser juiz deles’? Respondeu: ‘Vai, Deus, Altíssimo, firmará a sua língua e orientará o seu coração’. (Ahmad e Nissá-i).
8ª. Você é meu e eu sou seu. Bará Ibn ‘Azib (R) relatou que o Profeta (S) disse a Áli: “Você é meu e eu sou seu”. (Bukhári).
Habachi Ibn Junáda relatou que o Profeta (S) disse: Áli é meu e eu sou dele e, só pagam as minhas dívidas, eu ou Áli”. (Ahmad e Tirmizi).
OS ELOGIOS DOS COMPANHEIROS E DE SEUS ANTECESSORES
Ômar Al Khattab (R) disse: “Áli é o nosso juiz”. Costumava pedir refúgio em Deus, quanto aos problemas em que não havia opinião de Abul Hassan, quer dizer Áli.
Ibn Abbás disse: “Quando era-nos apresentado um parecer de Áli, não objetávamos”.
Ibn Saad, baseado em Said Ibn Mussib relatou: “Nenhum dos companheiros se atrevia a dizer: ‘Perguntem-me’, a não ser Áli Ibn Abi Tálib”.
Ibn Mass’ud declarou: “O mais sensato e o maior juiz de Madina era Áli”.
Aicha (R) declarou: “Era o mais conhecedor do que restou dos companheiros quanto a Sunna”.
Massruk declarou: “O conhecimento dos companheiros do Rassulullah (S) terminou em Ômar, Áli e Ibn Mass’ud”.
Abdullah Ibn Abbás disse: “Áli possuía um conhecimento vasto, foi um dos primeiros muçulmanos, genro do Profeta (S), jurisprudente da Sunna, aliado nas batalhas e muito generoso”.
Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Foram concedidas a Áli pelo Profeta (S) três características, se uma deles fosse concedida a mim, eu a preferiria às coisas mais valiosas”. Perguntaram-lhe: “Quais são”? Respondeu: “O casamento com a sua filha, a sua residência na mesquita e o estandarte no dia de Khaibar”.
Áli (R) disse: “Por Deus, nenhum versículo foi revelado sem que eu soubesse sobre o quê, onde e a respeito de quem foi revelado. Meu Senhor me concedeu um coração sensato e uma língua eloquente”.
A CONDUTA DE ALI (R)
Costumava varrer a casa da moeda, rezava nela, com a esperança de que Deus testemunhasse que não deixava de distribuir os bens entre os muçulmanos.
SEU ASCETICISMO
Quando Áli assumiu o califado, não mudou a sua conduta ascética quanto ao mundo. Recusou-se a morar no palácio do califado. Abandonou-o dizendo: “É o palácio dos insânos, nunca irei morar nele”.
Jarmuz relatou: “Vi Áli vestindo roupas rústicas, a calça até metade da canela, camisa curta, com bastão na mão, andando pelo mercado, ordenando às pessoas temerem a Deus e serem honestas no seu comércio, dizendo-lhes: “Pesem e meçam devidamente”.
SUA JUSTIÇA
Áli sentiu falta de um escudo quando estava em Siffin, encontrou-o na casa de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo.
O judeu negou. Churaih pediu a Áli para que apresentasse testemunhas. Áli apresentou o seu ajudante e Hassan. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e sentenciou a favor do judeu. Ali aceitou sem reclamar.O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou, e o escudo é dele”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Áli lhe deu o escudo de presente.
Dhirar Bin Dhamra Descreve ÁliMuáwiya pediu a Dhirar Ibn Dhamra: “Descreve-me Áli.” Respondeu-lhe: “Isente-me disso.” Pediu-lhe: “Peço-lhe por Deus que o faça.” Disse:
Era, por Deus, de longa visão, muito forte, falava com eloqüência e sentenciava com justiça. O conhecimento brotava de seus flancos, sua língua pronunciava sabedoria, negava o mundo e suas flores e tinha intimidade com a noite e suas trevas. Era, por Deus, de lágrima fácil, de pensamento longo, gostava as vestes curtas e os alimentos simples. Era como nós, respondia quando era perguntado, atendia ao nosso convite e nós, por Deus, apesar de sua proximidade não conseguíamos lhe falar por respeito e reverência. Ele valorizava os religiosos, se aproximava dos necessitados. O forte não cobiçava sua ilicitude e o fraco não se desesperava pela sua justiça. Presto testemunho que o vi em algumas situações, tarde da noite, segurando a barba, agitado como se tivesse sido picado, chorando de tristeza e dizendo: “Ó mundo, tente outro, não adianta se expor ou se enfeitar. Sei de três coisas a seu respeito: A sua vida é curta, o seu perigo é grande. Temo a pouca provisão, a longa jornada e a solidão do caminho.”
Muáwiya chorou e disse: “Que Deus tenha misericórdia de Abul Hassan. Por Deus, era realmente assim.”
SEU ASSASSINATO
Quando a disputa entre Áli e Muáwiya se agravou, três pessoas dos khawárij resolveram assassinar Áli, Muáwiya e Ômar Ibn Al ‘As (Que Deus esteja Satisfeito com todos eles).
Quanto ao encarregado de assassinar Áli, foi Abdul Rahman Ibn Muljim (Que Deus o deteste). Foi ajudado por Chubaib Ibn ‘Ajra Achja’i (Que Deus o deteste).
Na noite de sexta-feira, 17 de Ramadan do ano 40 da Hégira, Áli (R) acordou cedo para o Sahur, o muézin foi ter com ele e o avisou do horário da oração. Áli saiu, chamando as pessoas à oração. Os dois criminosos estavam de tocaia. Chubaib o segurou, Áli o golpeou com a espada. A espada atingiu a porta. Então, Ibn Muljim o golpeou com a espada, atingindo-o na fronte e fugiu. Chubaib voltou para casa e um homem de Bani Umaiya o matou.
Quanto a Ibn Muljim, foi perseguido, preso e levado até Áli que o olhou e disse: “Vida por vida. Se eu morrer, matem-no como me matou. Se eu escapar, vou estudar o seu caso”.
Ibn Muljim ficou preso, enquanto Áli permaneceu vivo na sexta e no sábado, faleceu na noite de domingo. Hassan ordenou que cortassem a cabeça de Ibn Muljim.
Que Deus esteja satisfeito com Áli Ibn Abi Tálib(R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta. Que
Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam - o menor dos servos de Allah SW.
A palavra Califa em árabe quer dizer "SUCESSOR". Os sábios islâmicos consideram como sucessores probos os quatro Califas que sucederam o Profeta Muhammad (SAAS), são eles:
1º - ABU BAKAR
2º - OMAR KHATAB
3º - OSMAN E
4º - ALI IBN ABU TÁLIB
Louvado seja Allah, Protetor dos temente e Ajudante dos enfraquecidos. Que a paz e a graça de Deus esteja com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, nosso Profeta Mohammad(S), com os seus familiares e com todos os seus companheiros
Esta é a última jornada dos Califas probos e líderes dos orientados. Vamos viver com ela com o quarto califa probo, um dos dez auspiciados com o Paraíso, o primeiro menino a adotar o Islam, o califa mais próximo em parentesco do Rassulullah (S). É o seu primo, tendo o mesmo avô, Abdel Mutalib, marido da filha do Profeta (S) e pai do Hassan,
Ali Ibn Abi Tálib (R)
Um dos famosos sábios, dos ascetas conhecidos, os oradores lembrados, herói dos heróis, cavaleiro dos cavaleiros, forte, o mestre dos corajosos, o portador do estandarte no dia de Khaibar para educar todo covarde!
SOB A DOÇÃO DO PROFETA (SAAS)
Áli Ibn Abi Tálib (R) foi educado na casa do Profeta (S), isso antes do início da mensagem. Ibn Isaac relatou, com base em Mujáhid Ibn Jubair: “Foi da graça de Deus ao Áli Ibn Abi Tálib que uma crise se abateu sobre os coraixitas. Abu Tálib tinha uma família numerosa. O Profeta (S) pediu ao Abbás, um dos mais ricos entre o clã de Háchim, para aliviarem a carga familiar de Abu Tálib, adotando cada um deles um dos filhos dele. O Abbás aceitou e foram ter com Abu Tálib, expondo-lhe a questão. Este lhes disse: “Se vocês me deixarem ‘Aquil, podem fazer o que quiserem.”
O Rassulullah (S) levou Áli e o Abbás levou Jaafar. Áli permaneceu com o Profeta (S) até o início de sua mensagem. Ele o seguiu, acreditando e tendo confiança nele.
A SUA CONVERÇÃO
Áli (R) disse: “O Rassulullah (S) foi comissionado na segunda-feira, e eu adotei o Islam na quarta-feira.” Foi o primeiro menino a se tornar muçulmano. Estava com oito anos de idade.
Devido à sua pouca idade e a sua permanência na casa do Profeta (S), Áli Ibn Abi Tálib foi educado na boa conduta. Nunca foi pueril, nunca adorou ídolos, nunca ingeriu álcool, nem conheceu o caminho da diversão e da indecência.
DORMIU NO LEITO DO PROFETA (SAAS)
No dia da Hégira, Áli Ibn Abi Talib (R) dormiu no leito do Profeta (S), mesmo sabendo do perigo que estava correndo, uma vez que os politeístas estavam à espreita, do lado de fora, armados, querendo matar quem estavam dormindo no leito. A sua vida, porém, não era mais querida do que a vida do Rassulullah (S).
ENTRETA DOS DEPÓSITOS
Quando o Profeta (S) migrou para Madina, ordenou Áli (R) a permanecer em Makka para devolver os depósitos que estavam sob a guarda do Profeta (S), e então o seguisse junto com a sua família, e ele o fez.
SUAS PARTICIPAÇÕES
Áli (R) participou da batalha de Badr, e foi decisivo nela. Participou de Uhud, e estava do lado direito portando o estandarte depois de Mus’ab Ibn Umair. Participou da Batalha do Fosso e matou o herói dos árabes e um de seus famosos valentes, Amru Ibn Wad al Ámiri. Participou do pacto de Hudaibiya, da aclamação de Radhwan. Participou da expedição de Khaibar, tendo uma participação espantosa, conquistando a fortaleza e matando o seu comandante.
Participou de Umratul Cadhá. Nela o Profeta (S) disse: “Você é de mim e eu sou de você.” (Bukhári).
Participou da conquista de Makka, da campanha de Hunain, de Taif. Em todas essas batalhas lutou com coragem ímpar. Ele acompanhou o Rassulullah (S) na Umra à partir de Ju’rána.
O Rassulullah (S) o enviou como emir e governador do Iêmen, juntamente com Khálid Ibn al Walid. Acompanhou o Rassulullah (S) na Peregrinação de Despedida, levando as oferendas, cumprindo os rituais que o Rassulullah (S) cumpria. Acompanhou-o na oferenda, permanecendo com o ihram (veste da peregrinação) até sacrificarem as oferendas após o término dos rituais da peregrinação.
Será que o Profeta (S) Designou Áli Para a Sua Sucessão?
Quando o Profeta (S) adoeceu, o Abbás disse para Áli (R): “Pergunte ao Rassulullah (S) quem irá sucedê-lo?” Áli respondeu: “Por Deus que não irei perguntar. Se ele nos proibir, as pessoas não irão nos aceitar mais depois dele.”
As tradições verdadeiras e sinceras mostram que o Rasssulullah (S) não indicou a ele ou a ninguém para sucedê-lo, mas aludiu ao Siddik e indicou de forma compreensível e visível a ele.
O que muitos ignorantes e estúpidos alegam que ele indicou Áli para o califado, estão mentindo, proferindo calúnias e falsidades, e cometem um grave erro, acusando os companheiros de traição e de parcialidade, deixando de executar o seu testamento, desviando-o para outro, sem sentido nem causa.
Cada crente em Deus e no Seu Mensageiro confirma que o Islam constitui na verdade e sabe que essa alegação é falsa, porque os companheiros do Rassulullah (S) eram pessoas melhores depois dos profetas, as melhores gerações dessa comunidade, a mais nobre das comunidades neste mudo e no Outro, de acordo com o texto do Alcorão, do consenso dos antecessores e dos sucessores, com a graça de Deus.
Alegar, também, que o Profeta (S) designou Áli (R) para o califado e ele não o exigiu, mas exerceu a função de ministro e conselheiro dos califas anteriores, casou e concedeu sua filha em casamento, acusando-o de mudez e fraqueza, Deus está isento disso, pois ele foi o cavaleiro indomável, que não se furtava em pronunciar a verdade.
A Sua Posição Quanto ao Califado dos que o Antecederam
Quando o Rassulullah (S) faleceu, Áli participou da preparação, banho e amortalhamento e sepultamento do corpo. Quando o Siddik foi aclamado, em Saquifa, Áli fazia parte dos que o aclamaram na mesquita.
Estava ao lado do Siddik, com os outros líderes dos companheiros, consciente de seu dever de obedecê-lo e servi-lo.
Quando Abu Bakr faleceu e Omar assumiu o califado por designação de Abu Bakr, Áli participou de sua aclamação, e foi o seu fiel conselheiro.
Diz-se que Omar lhe pediu para sentenciar durante o seu califado, foi com ele e um grupo dos companheiros para a Síria, assistiu ao seu discurso em Jábiya.
Quando Ômar foi apunhalado, e tornou a sucessão numa questão de consulta entre seis candidatos, com Áli sendo um deles, e a escolha ficou entre Osman e Áli e a escolha ficou com Osman, ele acatou a escolha. Quando Osman foi assassinado, numa sexta-feira, as pessoas escolheram Áli e o acalmaram.
Áli negou-se atendê-los em aceitar o califado mesmo com a insistência no pedido. Ele se retirou para o pomar de Bani Ámru Ibn Mabdul e se fechou no local. As pessoas foram atrás dele, insistiram com ele, juntamente com Tal-há e Zubair. Disseram-lhe: “Não se pode ficar sem um governante.” Continuaram insistindo com ele até aceitar.
SUAS VIRTUDES
Áli Ibn Abi Tálib (R) teve muitas virtudes e muitos méritos. O Imam dos sunnitas, Ahmad Ibn Hanbal (que Deus tenha piedade dele), disse: “Nenhum dos companheiros do Rassulullah (S) teve os méritos de Áli.” Isso indica o amor dos sunnitas a Áli e os familiares do Profeta (S), pois eles conservaram essas tradições e as narraram como as ouviram do Profeta (S), sem omitir nenhuma delas. Entre as tradições a respeito de seus méritos (R), citamos:
1ª. Áli como Mártir: Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) estava em Harrá juntamente com Abu Bakr, Omar, Osman, Áli, Tal-há e Zubair, e a rocha se moveu. O Rassulullah (S) disse: “Quita, está sobre você um profeta,ou Siddik ou mártir.”
2ª. Áli no Paraíso. O Rassulullah (S) disse: “Abu Bakr estará no Paraíso, Omar estará no Paraíso, Osman estará no Paraíso e Áli estará no Paraíso.” (Ahmad).
3ª. Só o ama o crente e só o odeia o hipócrita: Áli (R) disse: “Por Aquele que criou a semente e fez soprar a brisa, que o Profeta iletrado (S) me afiançou que só me amará o crente e só me odiará o hipócrita.” (Musslim).
4ª. Sua posição em relação ao Profeta (S): Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Rassulullah (S) deixou Áli em Madina durante a expedição de Tabuk. Disse-lhe: “Ó Rassulullah, está me deixando junto com as mulheres e as crianças”? Respondeu-lhe: “Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”? (Bukhári e Musslim).
5ª. Familiares do Profeta (S). Saad Ibn Waccas relatou que quando o seguinte versículo: “Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos” (3:61), o Rassulullah (S) convocou Áli, Fátima, Hassan e Hussein e disse: “Ó Deus, estes são os meus familiares” (Musslim)
6ª. Áli ama Deus e Seu Profeta (S), Deus e Seu Profeta (S) o amam. Sahl Ibn Saad (R) relatou que o Rassulullah (S) disse no dia de Khaibar: “Amanhã vou entregar o estandarte a um homem, por intermédio do qual, Deus irá conceder a vitória. Ele ama Deus e Seu Profeta (S) e Deus e Seu Profeta (S) o amam”. As pessoas foram dormir querendo adivinhar a quem daria o estandarte. Ao amanhecer, foram ter com o Rassulullah (S), cada um desejando ser escolhido. Ele perguntou: “Onde está Áli Ibn Abi Tálib”? Responderam-lhe: “Ele está se queixando dos olhos”. Pediu: “Mandem chamá-lo”. Áli chegou, o Rassulullah (S) pegou a sua saliva, passou nos olhos dele, fez uma prece e a vista de Áli ficou boa, sem dor. Deu-lhe o estandarte e Deus lhe concedeu a vitória. (Bukhári e Musslim).
7ª. Áli, como juiz. Áli (R) relatou: “O Rassulullah (S) me enviou ao Iêmen, como juiz. Perguntei-lhe: ‘Ó Rassulullah, está me enviando a pessoas mais velhas do que eu para ser juiz deles’? Respondeu: ‘Vai, Deus, Altíssimo, firmará a sua língua e orientará o seu coração’. (Ahmad e Nissá-i).
8ª. Você é meu e eu sou seu. Bará Ibn ‘Azib (R) relatou que o Profeta (S) disse a Áli: “Você é meu e eu sou seu”. (Bukhári).
Habachi Ibn Junáda relatou que o Profeta (S) disse: Áli é meu e eu sou dele e, só pagam as minhas dívidas, eu ou Áli”. (Ahmad e Tirmizi).
OS ELOGIOS DOS COMPANHEIROS E DE SEUS ANTECESSORES
Ômar Al Khattab (R) disse: “Áli é o nosso juiz”. Costumava pedir refúgio em Deus, quanto aos problemas em que não havia opinião de Abul Hassan, quer dizer Áli.
Ibn Abbás disse: “Quando era-nos apresentado um parecer de Áli, não objetávamos”.
Ibn Saad, baseado em Said Ibn Mussib relatou: “Nenhum dos companheiros se atrevia a dizer: ‘Perguntem-me’, a não ser Áli Ibn Abi Tálib”.
Ibn Mass’ud declarou: “O mais sensato e o maior juiz de Madina era Áli”.
Aicha (R) declarou: “Era o mais conhecedor do que restou dos companheiros quanto a Sunna”.
Massruk declarou: “O conhecimento dos companheiros do Rassulullah (S) terminou em Ômar, Áli e Ibn Mass’ud”.
Abdullah Ibn Abbás disse: “Áli possuía um conhecimento vasto, foi um dos primeiros muçulmanos, genro do Profeta (S), jurisprudente da Sunna, aliado nas batalhas e muito generoso”.
Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Foram concedidas a Áli pelo Profeta (S) três características, se uma deles fosse concedida a mim, eu a preferiria às coisas mais valiosas”. Perguntaram-lhe: “Quais são”? Respondeu: “O casamento com a sua filha, a sua residência na mesquita e o estandarte no dia de Khaibar”.
Áli (R) disse: “Por Deus, nenhum versículo foi revelado sem que eu soubesse sobre o quê, onde e a respeito de quem foi revelado. Meu Senhor me concedeu um coração sensato e uma língua eloquente”.
A CONDUTA DE ALI (R)
Costumava varrer a casa da moeda, rezava nela, com a esperança de que Deus testemunhasse que não deixava de distribuir os bens entre os muçulmanos.
SEU ASCETICISMO
Quando Áli assumiu o califado, não mudou a sua conduta ascética quanto ao mundo. Recusou-se a morar no palácio do califado. Abandonou-o dizendo: “É o palácio dos insânos, nunca irei morar nele”.
Jarmuz relatou: “Vi Áli vestindo roupas rústicas, a calça até metade da canela, camisa curta, com bastão na mão, andando pelo mercado, ordenando às pessoas temerem a Deus e serem honestas no seu comércio, dizendo-lhes: “Pesem e meçam devidamente”.
SUA JUSTIÇA
Áli sentiu falta de um escudo quando estava em Siffin, encontrou-o na casa de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo.
O judeu negou. Churaih pediu a Áli para que apresentasse testemunhas. Áli apresentou o seu ajudante e Hassan. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e sentenciou a favor do judeu. Ali aceitou sem reclamar.O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou, e o escudo é dele”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Áli lhe deu o escudo de presente.
Dhirar Bin Dhamra Descreve ÁliMuáwiya pediu a Dhirar Ibn Dhamra: “Descreve-me Áli.” Respondeu-lhe: “Isente-me disso.” Pediu-lhe: “Peço-lhe por Deus que o faça.” Disse:
Era, por Deus, de longa visão, muito forte, falava com eloqüência e sentenciava com justiça. O conhecimento brotava de seus flancos, sua língua pronunciava sabedoria, negava o mundo e suas flores e tinha intimidade com a noite e suas trevas. Era, por Deus, de lágrima fácil, de pensamento longo, gostava as vestes curtas e os alimentos simples. Era como nós, respondia quando era perguntado, atendia ao nosso convite e nós, por Deus, apesar de sua proximidade não conseguíamos lhe falar por respeito e reverência. Ele valorizava os religiosos, se aproximava dos necessitados. O forte não cobiçava sua ilicitude e o fraco não se desesperava pela sua justiça. Presto testemunho que o vi em algumas situações, tarde da noite, segurando a barba, agitado como se tivesse sido picado, chorando de tristeza e dizendo: “Ó mundo, tente outro, não adianta se expor ou se enfeitar. Sei de três coisas a seu respeito: A sua vida é curta, o seu perigo é grande. Temo a pouca provisão, a longa jornada e a solidão do caminho.”
Muáwiya chorou e disse: “Que Deus tenha misericórdia de Abul Hassan. Por Deus, era realmente assim.”
SEU ASSASSINATO
Quando a disputa entre Áli e Muáwiya se agravou, três pessoas dos khawárij resolveram assassinar Áli, Muáwiya e Ômar Ibn Al ‘As (Que Deus esteja Satisfeito com todos eles).
Quanto ao encarregado de assassinar Áli, foi Abdul Rahman Ibn Muljim (Que Deus o deteste). Foi ajudado por Chubaib Ibn ‘Ajra Achja’i (Que Deus o deteste).
Na noite de sexta-feira, 17 de Ramadan do ano 40 da Hégira, Áli (R) acordou cedo para o Sahur, o muézin foi ter com ele e o avisou do horário da oração. Áli saiu, chamando as pessoas à oração. Os dois criminosos estavam de tocaia. Chubaib o segurou, Áli o golpeou com a espada. A espada atingiu a porta. Então, Ibn Muljim o golpeou com a espada, atingindo-o na fronte e fugiu. Chubaib voltou para casa e um homem de Bani Umaiya o matou.
Quanto a Ibn Muljim, foi perseguido, preso e levado até Áli que o olhou e disse: “Vida por vida. Se eu morrer, matem-no como me matou. Se eu escapar, vou estudar o seu caso”.
Ibn Muljim ficou preso, enquanto Áli permaneceu vivo na sexta e no sábado, faleceu na noite de domingo. Hassan ordenou que cortassem a cabeça de Ibn Muljim.
Que Deus esteja satisfeito com Áli Ibn Abi Tálib(R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta. Que
Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam - o menor dos servos de Allah SW.
sexta-feira, março 26, 2010
QUESTÃO DO RELACIONAMENTO HOMEM E MULHERES QUE NÃO SÃO DA FAMILIA
O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Muhammad (SAAS) é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro.
Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Muhammad (SAAS). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
Muitos irmãos me questiona sobre o relacionamento que devemos manter com as mulheres que não são de nossa familia. Eu digo, que não obstante vivermos no ocidente, especialmente no Brasil, e apesar de em nosso país existir costumes que até contemplam uma boa educação, com dar beijinhos, apertar as mãos, abraçar mulheres que não pertencemo ao nosso relacionamento familias,nós muçulmanos devemos seguir, em qualquer lugar do mundo e em qualquer situação o que prescreve o nosso Livro Sagrado o Alcorão e os ditos do Profeta Muhammad. Devemos no entanto usar o bom senso para não ferir e nem magoar as pessoas, o que também é um grande pecado no islamismo.
Para uma explicação mais teológica do assunto, já que sou leigo recorri a resposta de Sua Eminência Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid.
Foi perguntado a ele: É permitido um muçulmano beijar no rosto (amigavelmente) uma pessoa não-mahram (um pessoa com a qual é permitido o casamento, ou seja, alguém que não é irmão, esposo, pai, mãe, etc.) do sexo oposto? O pecado é da mesma magnitude se for feito quando se tem necessidade da companhia de amizade, a qual apenas aquela pessoa pode dar?
Veja sua resposta: O louvor é para Allah.
É haram um ter mulheres como amigas.
É preciso que a pessoa seja sensata, pois qualquer um que diz que um homem pode beijar sua amiga no rosto e abraçá-la de uma maneira amigável está dizendo algo que é considerado tolice e estupidez. É óbvio para qualquer pessoa sensata que este tipo de comportamento provoca desejo, e esse é o caminho que leva para a zina (fornicação, adultério). Não pode ser dito que a intenção dessa pessoa é pura, pois Allah criou os homens com uma inclinação a se sentirem atraídos pelas mulheres. Por isso Allah proibiu que os homens olhassem para as mulheres e ordenou a eles que baixassem seus olhares. Allah diz (interpretação dos significados):
"Dize aos crentes que baixem seus olhares (para não olharem para coisas proibidas), e que protejam suas partes íntimas (de atos sexuais ilícitos)" [An-Nur, 24:30]
O Profeta (que Allah exalte e lhe dê paz) disse: "O olho pode cometer zina, e sua zina é o olhar." (Narrado por Abu Dawud, An-Nikaah, 1840; classificado como sahih por Al-Albani em Sahih Sunan Abi Dawud, n. 1884).
Desta maneira é haram misturar-se com as mulheres ou ficar sozinho com uma mulher, mesmo se ela estiver usando hijab, o que dizer então de uma mulher que exibe seus atrativos? Há muitas ayat e ahadis que proíbem isso. Também é proibido trocar apertos de mãos com as mulheres; veja a questão n. 2459. Uma pessoa que se permite fazer essas coisas pode começar a cometer zina com ela a partir da amizade. Não pode ser dito que isso é por causa das circunstâncias difíceis, onde a pessoa está precisando de alguém que fique a seu lado como seu amigo. Tudo isso é haram e não é permitido. Todo aquele que cai em tais coisas deve apressar-se em arrepender-se sinceramente deste pecado, e deve voltar-se para Allah e sentir remorso do que fez.
O muçulmano precisa entender que se ele se volta para Allah buscando ajuda durante as calamidades e os problemas que recaem sobre ele neste mundo, Allah vai aliviá-lo desta dificuldade e concederá a ele alívio e uma saída, portanto ele deve temer Allah. Allah diz (interpretação dos significados):
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe apontará uma saída." [At-Talaq, 65:2]
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe aplainará o assunto." [At-Talaq, 65:4]
Allah sabe melhor, Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Muhammad (SAAS). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
Muitos irmãos me questiona sobre o relacionamento que devemos manter com as mulheres que não são de nossa familia. Eu digo, que não obstante vivermos no ocidente, especialmente no Brasil, e apesar de em nosso país existir costumes que até contemplam uma boa educação, com dar beijinhos, apertar as mãos, abraçar mulheres que não pertencemo ao nosso relacionamento familias,nós muçulmanos devemos seguir, em qualquer lugar do mundo e em qualquer situação o que prescreve o nosso Livro Sagrado o Alcorão e os ditos do Profeta Muhammad. Devemos no entanto usar o bom senso para não ferir e nem magoar as pessoas, o que também é um grande pecado no islamismo.
Para uma explicação mais teológica do assunto, já que sou leigo recorri a resposta de Sua Eminência Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid.
Foi perguntado a ele: É permitido um muçulmano beijar no rosto (amigavelmente) uma pessoa não-mahram (um pessoa com a qual é permitido o casamento, ou seja, alguém que não é irmão, esposo, pai, mãe, etc.) do sexo oposto? O pecado é da mesma magnitude se for feito quando se tem necessidade da companhia de amizade, a qual apenas aquela pessoa pode dar?
Veja sua resposta: O louvor é para Allah.
É haram um ter mulheres como amigas.
É preciso que a pessoa seja sensata, pois qualquer um que diz que um homem pode beijar sua amiga no rosto e abraçá-la de uma maneira amigável está dizendo algo que é considerado tolice e estupidez. É óbvio para qualquer pessoa sensata que este tipo de comportamento provoca desejo, e esse é o caminho que leva para a zina (fornicação, adultério). Não pode ser dito que a intenção dessa pessoa é pura, pois Allah criou os homens com uma inclinação a se sentirem atraídos pelas mulheres. Por isso Allah proibiu que os homens olhassem para as mulheres e ordenou a eles que baixassem seus olhares. Allah diz (interpretação dos significados):
"Dize aos crentes que baixem seus olhares (para não olharem para coisas proibidas), e que protejam suas partes íntimas (de atos sexuais ilícitos)" [An-Nur, 24:30]
O Profeta (que Allah exalte e lhe dê paz) disse: "O olho pode cometer zina, e sua zina é o olhar." (Narrado por Abu Dawud, An-Nikaah, 1840; classificado como sahih por Al-Albani em Sahih Sunan Abi Dawud, n. 1884).
Desta maneira é haram misturar-se com as mulheres ou ficar sozinho com uma mulher, mesmo se ela estiver usando hijab, o que dizer então de uma mulher que exibe seus atrativos? Há muitas ayat e ahadis que proíbem isso. Também é proibido trocar apertos de mãos com as mulheres; veja a questão n. 2459. Uma pessoa que se permite fazer essas coisas pode começar a cometer zina com ela a partir da amizade. Não pode ser dito que isso é por causa das circunstâncias difíceis, onde a pessoa está precisando de alguém que fique a seu lado como seu amigo. Tudo isso é haram e não é permitido. Todo aquele que cai em tais coisas deve apressar-se em arrepender-se sinceramente deste pecado, e deve voltar-se para Allah e sentir remorso do que fez.
O muçulmano precisa entender que se ele se volta para Allah buscando ajuda durante as calamidades e os problemas que recaem sobre ele neste mundo, Allah vai aliviá-lo desta dificuldade e concederá a ele alívio e uma saída, portanto ele deve temer Allah. Allah diz (interpretação dos significados):
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe apontará uma saída." [At-Talaq, 65:2]
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe aplainará o assunto." [At-Talaq, 65:4]
Allah sabe melhor, Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
HISTÓRIA DO PROFETA DAWUD- DAVI - TERCEIRA PARTE
A IDADE DE DAWUD (AS)
O Muhaddice Hákim narrou o seguinte Hadice: Abu Hurairah (r) narra que o Profeta (s) disse: “Quando os filhos de Ádam lhe foram apresentados, viu um homem de testa resplandecente, então perguntou: Ó ALLAH! Quem é esta pessoa? ALLAH respondeu que aquele era Dawud (as), um homem que apareceria muito mais tarde. Ádam perguntou qual seria a sua idade? ALLAH respondeu que a sua idade seria de sessenta anos. Ao ouvir isso Ádam disse à ALLAH que
daria quarenta anos da sua vida como prenda à Dawud (as).Porém, por altura da morte de Ádam, ele disse ao Anjo da Morte que dispunha ainda de quarenta anos de vida. Então, o Anjo da Morte recordou-lhe os quarenta anos que ele oferecera à Dawud (as).”
[Mustadrak Hakim]
Esta narração indica que Dawud (as) viveu cem anos. A Bíblia por outro lado, indica que ele faleceu numa idade avançada, após governar os israelitas durante um período de quarenta anos [1 Crónicas 29:26-28].
Jáfar Muhammad diz que Dawud (as) governou setenta anos [Musstadrak Hakim, Volume 2, Kitábul Tarikh].
Abudllah Ibn Abbass diz que Dawud (as) morreu repentinamente, num sábado, quando estava ocupado na adoração. Bandos de pássaros fizeram sombra sobre ele [Fathul Bari, Volume 2, Kitábul Ambiyá].
Consta na Bíblia que Dawud (as) foi enterrado na cidade de David [1 Reis 2:10].
LIÇÕES COLHIDAS
1. Quando ALLAH quer conceder honra e virtude a alguém, fá-lo resplandecer desde o princípio, apresentando-o dotado de uma sorte brilhante quanto uma estrela. Assim, quando ALLAH quis fazer de Dawud (as) um mensageiro Seu, dotou-o durante a sua juventude de uma coragem invulgar, de tal maneira que ousou confrontar e derrotar um tirano como Jalut (Golias), tornando-se assim muito querido para toda a nação, e ao revelar aquela coragem e bravura, todos o queriam como seu líder.
2. Por vezes nós consideramos que algo é insignificante, mas mais tarde tal se revela algo de valor inestimável. A diferença entre as condições em que Dawud (as) passou a juventude, o seu espírito perseverante na forma de assegurar a verdade e a sua profecia são um testemunho claro disso.
3. A diferença entre um khalifa de ALLAH e um governante vulgar, é que um khalifa demonstra humildade e serviço à Humanidade em todos os seus atos, enquanto que o governante vulgar demonstra arrogância e abuso do poder, considerando que a criatura é um meio para o seu próprio conforto.
4. A vida inteira de Dawud (as) testemunha que quem é grato a ALLAH depois de atingir os píncaros da honra e do prestígio, ser-lhe-ão concedidas graças em abundância, pois essa é a Lei Divina.
5. Apesar da religião estar mais relacionada à espiritualidade, a força material constitui um suporte. A religião garante a reforma da condição material e religiosa da pessoa. O Khalifa e o poder protegem o sistema de justiça traçado pelo Sharia’ah.
6. A seguinte afirmação de Ussmán é bem conhecida:
“Sem dúvidas que ALLAH defende através de um poderoso khalifa muito mais do que aquilo que Ele defende por meio do Al-Qur’án” [Al-BidáyaWan-Niháya, Volume 2, Página 10].
7. A história dos grandes reis deste mundo testemunham que dar e retirar o poder está nas Mãos de ALLAH:
“Diz, ó Deus, rei do reino, Tu concedes o reino a quem queres e retiras o reino de quem queres. Na Tua Mão está todo o bem. Na verdade, Tu tens o poder sobre todas as coisas.”
[Al-Qur’án 3:26]
Mas ALLAH decretou uma lei para conceder ou arrancar o poder. A Lei estabelece que as nações têm dois tipos de governo, sendo um por meios Divinos e outro por meios materiais e físicos.
No primeiro caso, é concedido o governo a uma nação quando esta cumprir com as exigências do Criador ao ter crenças corretas e ser piedosa e reta.
Tal nação merece que lhe seja concedido o khiláfat Divino.
ALLAH prometeu o Khiláfat à nação que tem crenças correctas e pratica boas ações, independentemente dos obstáculos que se possam interpor no seu caminho. ALLAH diz no Al-Qur’án:
“Temos prescrito, nos Salmos, depois da Mensagem (dada a Moisés), que a terra, herdá-la-ão os Meus servos virtuosos.”
[Al-Qur’án 21:105]
E diz:
“Na verdade a terra é de Deus. Ele a faz herdar a quem quer entre Seus servos.”
[Al-Qur’án 7:128]
Se alguma nação não possuir esta qualidade, não herdará a Terra, ainda que difunda muitos slogans gritando a prática do Islam. ALLAH não prometeu honra a tal nação. Contudo, tendo em conta a administração e operação do sistema do mundo, ALLAH, segundo a Sua Prudência, faz nações diferentes governar a terra. O Homem não pode perceber a prudência de ALLAH em
conceder o governo a alguns e arrancá-lo aos outros. A pior situação que pode ocorrer é quando uma nação muçulmana é escravizada e governada por um governo káfir.
Tal é um castigo de ALLAH à nação, pois esta está cheia de pecadores, tendo perdido a aptidão para o bem. O governante káfir não recebeu o governo por ALLAH gostar dele, mas porque os verdadeiros herdeiros do poder perderam o seu direito de governar devido às suas más ações.
Se os muçulmanos mudarem as suas vidas, resgatando uma vez mais o título de “piedosos”, a promessa de ALLAH reverterá a seu favor:
“ALLAH prometeu a esses que de entre vós crêem e praticam boas ações, dar-lhes a sucessão nesta terra, tal como deu a sucessão aos seus antecessores; e que por certo, estabelecerá para eles a Sua religião que escolheu para eles, e lhes dará em troca a segurança depois do medo. Eles Me adorarão e não Me associarão a alguém.”
[Al-Qur’án 24:55]
Talut (Saul) era um pastor e ALLAH colocou-o numa elevada posição. Um líder não é eleito na base da sua tribo ou família, mas sim na base da sua habilidade na assumpção das responsabilidades de Estado. No que respeita aos assuntos das nações, a qualidade tem maior peso que os números.
O poderoso pode cair pelas mãos dos que parecem ser fracos. Diz-se que o poder corrompe e a suspeita pode criar inveja e insegurança, especialmente aos que ambicionam o poder e a glória pessoal.
O ato de bravura de Dawud (as) e a sua bondade para com o seu inimigo Talut, fê-lo vitorioso e também mudou a vida de Talut. As pessoas quando se apercebem do seu erro, devem arrepender-se perante ALLAH.
O Profeta (s) disse: “Quem se candidatar a um cargo, sabendo de antemão que há outras pessoas merecedores desse cargo, então ele terá traído a ALLAH, a Seu Mensageiro e aos crentes”.
Alertou-nos também contra os que correm e disputam a ocupação de cargos.
Quando Abu Bakr (r) foi nomeado khalifa, ele disse às pessoas: Eu fui nomeado khalifa, não porque sou o melhor de entre vós. Se eu obedecer a ALLAH e Seu Mensageiro nos vossos assuntos então apoiai-me, e se eu desobedecer, corrigi-me.
Dawud (as) temia tanto a ALLAH que sendo rei, e dominando o tesouro do reino, ganhava o sustento com as suas próprias mãos.
Uma crença errada e sobre tudo prejudicial é que muita gente geralmente considera merecedoras de cargos governamentais apenas os ricos, os influentes e os que detêm uma posição distinta, mercê da sua riqueza e linhagem.
Essa crença era tão comum naqueles tempos que até as nações civilizadas e evoluídas acolheram-na. Nem mesmo os filhos de Israel estavam imunes aos efeitos dessa ideologia, daí que eles tenham posto objeções à governação de Talut, devido às mesmas razões.
Querer enganar a ALLAH é provocar a Sua ira. Assim como aconteceu com os pescadores, que depois de serem proibidos de pescar aos Sábados, transgrediram essa ordem inventando artimanhas e justificações.
Hoje também entre nós existem alguns que se intitulam de muçulmanos, mas transgridem as Leis de ALLAH e tentam justificar-se.
Por exemplo, alguns praticam a usura e dizem que isso é comissão e é semelhante ao comércio. Esses tentam enganar a ALLAH, mas que se cuidem pois o castigo d’Ele é muitíssimo severo.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
O Muhaddice Hákim narrou o seguinte Hadice: Abu Hurairah (r) narra que o Profeta (s) disse: “Quando os filhos de Ádam lhe foram apresentados, viu um homem de testa resplandecente, então perguntou: Ó ALLAH! Quem é esta pessoa? ALLAH respondeu que aquele era Dawud (as), um homem que apareceria muito mais tarde. Ádam perguntou qual seria a sua idade? ALLAH respondeu que a sua idade seria de sessenta anos. Ao ouvir isso Ádam disse à ALLAH que
daria quarenta anos da sua vida como prenda à Dawud (as).Porém, por altura da morte de Ádam, ele disse ao Anjo da Morte que dispunha ainda de quarenta anos de vida. Então, o Anjo da Morte recordou-lhe os quarenta anos que ele oferecera à Dawud (as).”
[Mustadrak Hakim]
Esta narração indica que Dawud (as) viveu cem anos. A Bíblia por outro lado, indica que ele faleceu numa idade avançada, após governar os israelitas durante um período de quarenta anos [1 Crónicas 29:26-28].
Jáfar Muhammad diz que Dawud (as) governou setenta anos [Musstadrak Hakim, Volume 2, Kitábul Tarikh].
Abudllah Ibn Abbass diz que Dawud (as) morreu repentinamente, num sábado, quando estava ocupado na adoração. Bandos de pássaros fizeram sombra sobre ele [Fathul Bari, Volume 2, Kitábul Ambiyá].
Consta na Bíblia que Dawud (as) foi enterrado na cidade de David [1 Reis 2:10].
LIÇÕES COLHIDAS
1. Quando ALLAH quer conceder honra e virtude a alguém, fá-lo resplandecer desde o princípio, apresentando-o dotado de uma sorte brilhante quanto uma estrela. Assim, quando ALLAH quis fazer de Dawud (as) um mensageiro Seu, dotou-o durante a sua juventude de uma coragem invulgar, de tal maneira que ousou confrontar e derrotar um tirano como Jalut (Golias), tornando-se assim muito querido para toda a nação, e ao revelar aquela coragem e bravura, todos o queriam como seu líder.
2. Por vezes nós consideramos que algo é insignificante, mas mais tarde tal se revela algo de valor inestimável. A diferença entre as condições em que Dawud (as) passou a juventude, o seu espírito perseverante na forma de assegurar a verdade e a sua profecia são um testemunho claro disso.
3. A diferença entre um khalifa de ALLAH e um governante vulgar, é que um khalifa demonstra humildade e serviço à Humanidade em todos os seus atos, enquanto que o governante vulgar demonstra arrogância e abuso do poder, considerando que a criatura é um meio para o seu próprio conforto.
4. A vida inteira de Dawud (as) testemunha que quem é grato a ALLAH depois de atingir os píncaros da honra e do prestígio, ser-lhe-ão concedidas graças em abundância, pois essa é a Lei Divina.
5. Apesar da religião estar mais relacionada à espiritualidade, a força material constitui um suporte. A religião garante a reforma da condição material e religiosa da pessoa. O Khalifa e o poder protegem o sistema de justiça traçado pelo Sharia’ah.
6. A seguinte afirmação de Ussmán é bem conhecida:
“Sem dúvidas que ALLAH defende através de um poderoso khalifa muito mais do que aquilo que Ele defende por meio do Al-Qur’án” [Al-BidáyaWan-Niháya, Volume 2, Página 10].
7. A história dos grandes reis deste mundo testemunham que dar e retirar o poder está nas Mãos de ALLAH:
“Diz, ó Deus, rei do reino, Tu concedes o reino a quem queres e retiras o reino de quem queres. Na Tua Mão está todo o bem. Na verdade, Tu tens o poder sobre todas as coisas.”
[Al-Qur’án 3:26]
Mas ALLAH decretou uma lei para conceder ou arrancar o poder. A Lei estabelece que as nações têm dois tipos de governo, sendo um por meios Divinos e outro por meios materiais e físicos.
No primeiro caso, é concedido o governo a uma nação quando esta cumprir com as exigências do Criador ao ter crenças corretas e ser piedosa e reta.
Tal nação merece que lhe seja concedido o khiláfat Divino.
ALLAH prometeu o Khiláfat à nação que tem crenças correctas e pratica boas ações, independentemente dos obstáculos que se possam interpor no seu caminho. ALLAH diz no Al-Qur’án:
“Temos prescrito, nos Salmos, depois da Mensagem (dada a Moisés), que a terra, herdá-la-ão os Meus servos virtuosos.”
[Al-Qur’án 21:105]
E diz:
“Na verdade a terra é de Deus. Ele a faz herdar a quem quer entre Seus servos.”
[Al-Qur’án 7:128]
Se alguma nação não possuir esta qualidade, não herdará a Terra, ainda que difunda muitos slogans gritando a prática do Islam. ALLAH não prometeu honra a tal nação. Contudo, tendo em conta a administração e operação do sistema do mundo, ALLAH, segundo a Sua Prudência, faz nações diferentes governar a terra. O Homem não pode perceber a prudência de ALLAH em
conceder o governo a alguns e arrancá-lo aos outros. A pior situação que pode ocorrer é quando uma nação muçulmana é escravizada e governada por um governo káfir.
Tal é um castigo de ALLAH à nação, pois esta está cheia de pecadores, tendo perdido a aptidão para o bem. O governante káfir não recebeu o governo por ALLAH gostar dele, mas porque os verdadeiros herdeiros do poder perderam o seu direito de governar devido às suas más ações.
Se os muçulmanos mudarem as suas vidas, resgatando uma vez mais o título de “piedosos”, a promessa de ALLAH reverterá a seu favor:
“ALLAH prometeu a esses que de entre vós crêem e praticam boas ações, dar-lhes a sucessão nesta terra, tal como deu a sucessão aos seus antecessores; e que por certo, estabelecerá para eles a Sua religião que escolheu para eles, e lhes dará em troca a segurança depois do medo. Eles Me adorarão e não Me associarão a alguém.”
[Al-Qur’án 24:55]
Talut (Saul) era um pastor e ALLAH colocou-o numa elevada posição. Um líder não é eleito na base da sua tribo ou família, mas sim na base da sua habilidade na assumpção das responsabilidades de Estado. No que respeita aos assuntos das nações, a qualidade tem maior peso que os números.
O poderoso pode cair pelas mãos dos que parecem ser fracos. Diz-se que o poder corrompe e a suspeita pode criar inveja e insegurança, especialmente aos que ambicionam o poder e a glória pessoal.
O ato de bravura de Dawud (as) e a sua bondade para com o seu inimigo Talut, fê-lo vitorioso e também mudou a vida de Talut. As pessoas quando se apercebem do seu erro, devem arrepender-se perante ALLAH.
O Profeta (s) disse: “Quem se candidatar a um cargo, sabendo de antemão que há outras pessoas merecedores desse cargo, então ele terá traído a ALLAH, a Seu Mensageiro e aos crentes”.
Alertou-nos também contra os que correm e disputam a ocupação de cargos.
Quando Abu Bakr (r) foi nomeado khalifa, ele disse às pessoas: Eu fui nomeado khalifa, não porque sou o melhor de entre vós. Se eu obedecer a ALLAH e Seu Mensageiro nos vossos assuntos então apoiai-me, e se eu desobedecer, corrigi-me.
Dawud (as) temia tanto a ALLAH que sendo rei, e dominando o tesouro do reino, ganhava o sustento com as suas próprias mãos.
Uma crença errada e sobre tudo prejudicial é que muita gente geralmente considera merecedoras de cargos governamentais apenas os ricos, os influentes e os que detêm uma posição distinta, mercê da sua riqueza e linhagem.
Essa crença era tão comum naqueles tempos que até as nações civilizadas e evoluídas acolheram-na. Nem mesmo os filhos de Israel estavam imunes aos efeitos dessa ideologia, daí que eles tenham posto objeções à governação de Talut, devido às mesmas razões.
Querer enganar a ALLAH é provocar a Sua ira. Assim como aconteceu com os pescadores, que depois de serem proibidos de pescar aos Sábados, transgrediram essa ordem inventando artimanhas e justificações.
Hoje também entre nós existem alguns que se intitulam de muçulmanos, mas transgridem as Leis de ALLAH e tentam justificar-se.
Por exemplo, alguns praticam a usura e dizem que isso é comissão e é semelhante ao comércio. Esses tentam enganar a ALLAH, mas que se cuidem pois o castigo d’Ele é muitíssimo severo.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
quinta-feira, março 25, 2010
HISTÓRIA DO PROFETA DAWUD - DAVI (AS) – SEGUNDA PARTE
A HONRA DO REINADO
Tanto o Al-Qur’án como a Bíblia e a História Universal prestam testemunho de que Dawud (as) era possuidor de qualidades valiosas, arbítrio correto, bem como aptidão organizativa. Ele sempre teve êxito em todas as campanhas, independentemente da dimensão do inimigo. Num período demasiado curto ele reinou na Síria, na Palestina, na Jordânia e também na região situada entre Aqabah e o Rio Eufrates. Foi durante o seu reinado que se uniram todos os povos semíticos. O seu grande exército e extenso reino apoiados pela Revelação Divina, aumentaram a sua honra e grandeza. Os seus súbditos tinham certeza de que ele fora informado com a realidade de todas as coisas, daí que ninguém ousasse desobedecer-lhe.
Abdallah Ibn Abbass (r) narra que certa vez duas pessoas foram ter com Dawud (as) devido a uma disputa relacionada com um touro. Cada um dizia que o bovino lhe pertencia, acusando o outro de ser ladrão. Dawud (as) adiou a decisão para o dia seguinte. Nesse dia, ele disse ao queixoso que ALLAH lhe revelara que aquele touro deveria ser morto, pelo que ele deveria aceitar a verdade. Então o queixoso disse: Ó verdadeiro Profeta de ALLAH! Neste meu caso eu sou completamente verdadeiro. Mas antes desta disputa, eu enganei e assassinei o pai do réu (demandado).
Ao ouvir isso, Dawud (as) ordenou que o queixoso fosse executado, como compensação pelo assassínio que cometera. Foram decisões daquele tipo que levaram a que as pessoas lhe obedecessem, submetendo-se às suas ordens e ao julgamento justo.
A grandeza do seu reino foi expressa no seguinte versículo do Al-Qur’án:
“Nós fizemos o seu reino forte, demos-lhe sabedoria (Al-Hikmah) e a arte de
julgar (Fasslul-Kitáb).”[Al-Qur’án 38:20]
A palavra Hikmah usada neste versículo, pode-se estar referindo à profecia assim como a maior parte dos comentadores escreveram, mas também pode estar referindo ao discernimento e capacidade mentais de tal calibre em que ninguém pode escolher qualquer parte desviada. Alguns Álimos são da opinião de que isso refere-se a Zabur (Salmos ou a Cânticos de David).
Da mesma maneira a frase Fasslul Khitáb pode-se estar referindo a dois fatores. Um relacionado ao fato de ele ter sido um excelente orador, pois expressava-se de tal forma que cada palavra e frase suas eram perfeitamente perceptíveis, o que fazia com que as suas palestras fossem belas e eloqüentes. O segundo relacionava-se ao fato de que a sua deliberação fosse de caráter decisório nas disputas entre o bem e o mal.
O ZABUR (SALMOS)
O Torah era a fundação para a orientação dos filhos de Israel. Mas devido às condições e à mudança de era, ALLAH deu a Dawud (as) _ o Zabur, mas que se manteve dentro dos limites das leis do Torah. Dawud (as) reavivou o Shari’ah de Mussa. Ele mostrou aos filhos de Israel o caminho reto. Tendo sido abençoado com a iluminação da Revelação Divina, ele apagava a sede dos sedentos que queriam o reconhecimento do Criador.
ALLAH concedeu a Dawud (as) uma voz tão melodiosa que ao recitar o Zabur, todas as pessoas, os Jinn’s até mesmo os animais ficavam estáticos ao ouvi-lo. Por isso, até hoje, a frase “A melodia de Dawud (as)”, é citada como um provérbio, para descrever alguém que tem uma boa e doce voz. Consta no Mussannaf Abdul Razaq, que o profeta Muhammad (s) quando ouvia a bela voz de Abu Mussa Al-Ash’ari dizia: “ALLAH deu a Abu Mussa o tom melodioso de Dawud (as)”.
Zabur que significa “uma parte”, foi revelado como complemento do Torah. Portanto, é como se fosse uma parte do Torah. O Zabur continha muitos poemas com cânticos de louvores a ALLAH, tópicos sobre o desamparo do Homem assim como tópicos sobre conselhos e admoestações.
No Mussnad Ahmad consta que o Zabur foi revelado no mês Ramadhán e em termos de prudência, continha tópicos bastante preciosos. Continha igualmente algumas boas novas, bem como previsões de eventos do futuro. Alguns comentadores mencionam que o seguinte versículo do Al-Qur’án em referência a um incidente de Zabur, na realidade refere-se ao Profeta Muhammad (s) e aos seus companheiros:
“E com efeito, escrevemos nos Salmos depois da recordação, que a terra
será a herança dos Meus servos justos.”[Al-Qur’án 21:105]
ALLAH menciona em vários versículos do Al-Qur’án que o Torah, o Evangelho) e o Zabur (Salmos) são Revelações Divinas. Ao mesmo tempo o Al-Qur’án também mencionou que os israelitas deliberadamente fizeram interpolações nesses livros sagrados. Eles alteraram-nos de tal maneira que se tornou difícil, se não impossível, distinguir o original da versão interpolada:
“Eles (os judeus) deturparam o sentido das palavras das escrituras.”
[Al-Qur’án 5:13]
Além do Torah e do Indjil, o Zabur é um testemunho vivo disso. O Atual Zabur contém cento e cinquenta (150) partes ou capítulos. Os nomes dessas partes claramente indicam que as mesmas não são Salmos de David, porque alguns contêm nomes de Corá, Sosanim, Gitite, etc., e alguns nem nomes têm. Alguns Salmos foram escritos séculos após a era de Dawud (as).
Por exemplo, o seguinte versículo refere-se à destruição de Jerusalém causada por Bukhte Nasr (Nabuchodonosor ou Nabuchodorosor) – Rei da Babilónia, 604-561 AC – que conquistou Jerusalém, destruiu-o e expulsou os judeus dali para a Babilónia:
“Ó Deus, as nações entraram na Tua herança; contaminaram o Teu santo templo; reduziram Jerusalém a montões de pedras.”[Salmos 79:1]
Este incidente sobre a destruição de Jerusalém, ocorreu séculos após a morte de Dawud (as).
O Al-Qur’án considera Dawud (as) um grande rei e também um mensageiro. Pelo contrário a Bíblia só se refere a ele como “Rei David”, não aceitando a sua profecia.
AS PARTICULARIDADES DE DAWUD (AS)
ALLAH abençoou todos os Profetas com nobreza e grandes favores. Contudo, entre eles existe uma diferença na categoria e grau.
“Entre Nossos mensageiros, temos preferido uns sobre os outros.”
[Al-Qur’án 2:253]
O Al-Qur’án também menciona algumas particularidades de Dawud (as). Mas isso não quer dizer que mais ninguém tivesse essa qualidade. Significa que essa qualidade existe nele num grau mais completo e perfeito. Quando se menciona essa particularidade, a mente de qualquer pessoa vai imediatamente para tal profeta, embora outros profetas também possam tê-la numa dimensão menor.
A RECITAÇÃO DO ZABUR
“E Nós preferimos a uns Profetas sobre outros; e a David demos o Salmos.”
[Al-Qur’án 17:55]
Consta no Al-Bukhari que Dawud (as) costumava recitar o Zabur num curto espaço de
tempo. Ele começava a recitar o Zabur quando aparelhava o seu cavalo. O período de tempo que decorria entre a colocação da sela no dorso do cavalo e a sua fixação, era o tempo que ele levava para a recitação integral do Zabur. O milagre da recitação de Zabur estava relacionado ao movimento da língua. ALLAH enrolava o tempo para Dawud (as), de tal maneira que em condições normais, isso poderia levar horas. Foi-lhe dada a habilidade de dizer palavras em tão curto espaço de tempo, o que outra pessoa levaria horas. Mesmo hoje é um princípio aceite que não existe limite para a velocidade de movimentos.
A SUBSERVIÊNCIA DAS MONTANHAS E DOS PÁSSAROS
Dawud (as) costumava cantar longamente os louvores de ALLAH. Tinha uma voz extraordinariamente melodiosa, ao ponto de que ao começar o seu tassbih, todos os animais, pássaros e mesmo as montanhas se lhe juntavam na recitação dos louvores.
O Al-Qur’án mencionou essa particularidade de Dawud (as) nos capítulos Al- Ambiyáh,
Sabá e Sád:
“E Nós demos a Dawud (as) uma graça da Nossa parte (e dissemos): Ó
montanha! Cantai com ele os louvores do Senhor. E vós, pássaros também.
E para ele, amolecemos o ferro. (E dissemos): Faz com ele cotas de malha e
adapta-as às malhas. E praticai o bem. Na verdade Eu observo tudo o que fazeis.”
[Al-Qur’án 34:10-11]
“Por certo, Nós submetemos as montanhas, para com ele glorificarem a
ALLAH, ao anoitecer e ao amanhecer. E também as aves reunidas à sua
volta. Cada um para ALLAH voltará arrependido.”[Al-Qur’án 38:18-19]
Alguns Álimos são da opinião que o cantar de louvores aqui aludido,
refere-se à maneira como cada coisa foi criada. A sua beleza e forma,
indicam claramente a existência de um Criador. Contudo, outros Álimos
são de opinião de que os animais, plantas e objectos inanimados também na
realidade cantam os louvores de ALLAH.
ALLAH diz:
“Glorificam-No os Sete Céus e a Terra e tudo o que neles existe. E não existe
nada que não glorifique os Seus louvores. Porém, vós não compreendeis as
Suas glorificações.”[Al-Qur’án 17:44]
Este versículo indica que todos os seres do Universo cantam os louvores de ALLAH e que o Homem não é dotado da capacidade de perceber o louvor cantado por esses seres. Ainda hoje existem provas suficientes que indicam que até mesmo as plantas têm vida. ALLAH manteve o Ser Humano desconhecido dos louvores cantados por outras criaturas. Não só os animais,mas também os insetos se regozijam com a religiosidade do Ser Humano e da bênção que disso resulta na terra. Por isso fazem duá, pedindo perdão a favor do Ser Humano.
Consta num Hadice, que o Profeta(s) diz: “ALLAH, seus anjos e todos os
habitantes dos Céus e da Terra, até mesmo a formiga no seu buraco, os peixes nos oceanos enviam bênçãos e oram a favor daquele que ensina o bem às pessoas”.
[At-Tirmizi]
E consta que os animais no dia de Jumu’ah (Sexta-feira) estão atentos, com receio de que o Quiyámah possa acontecer nesse dia [Ahmad].
E consta também num Hadice que indica que o galo adora ALLAH. O Profeta (s) disse: “Não insultai o galo, pois chama-vos para a oração (isto é, no Al-Fajr quando ele canta)”.
[Ahmad e Abu Dawud (as)]
E quanto às formigas, elas são uma comunidade de entre as outras que glorificam a ALLAH apesar do seu pequeno porte e à insignificância com que o Homem lhes encara.
O Profeta (s) disse: “Uma formiga mordeu a um profeta e então este ordenou que toda “vila” de formigas fosse queimada. Então ALLAH enviou-lhe uma revelação censurando-o por ter mandado queimar uma comunidade inteira que glorifica a ALLAH só porque uma formiga lhe mordera”.
[Al-Bukhari]
E quanto às árvores, ALLAH diz no Al-Qur’án:
“E as ervas e as árvores prostram-se em adoração.”
[Al-Qur’án 55:6]
E o Profeta(s) diz: “Ninguém recita o Talbiyah sem que este seja também
recitado por tudo o que está do seu lado direito e esquerdo, de entre árvores
e pedras”.
[Ibn Májah]
Contudo, era uma particularidade de Dawud (as) que ao começar a cantar os
louvores de ALLAH, as outras criaturas também se lhe juntassem.
O AMOLECIMENTO DO FERRO
Apesar de ser rei, Dawud (as) não tomou para si nenhum cêntimo do tesouro público para o seu uso pessoal. Não colocou o fardo das suas despesas e o dos da sua família sobre o Baitul-Mál (Tesouro Público). Ele ganhava o seu sustento de forma Halál com as suas próprias mãos.
Detinha uma boa experiência na arte de fabricar armas. Fabricava-as e vendia-as, vivendo da receita daí proveniente.
O Profeta _ mencionou esse aspecto num dos Hadices: “O melhor sustento que a pessoa pode ganhar é o proveniente do trabalho desenvolvido pelas suas próprias mãos. E o Profeta de ALLAH, Dawud (as), costumava ganhar, trabalhando com as suas próprias mãos”.[Al-Bukhari]
O Sheikh Badruddin Aini, um dos comentadores de Al-Bukhari, diz que Dawud (as) costumava suplicar a ALLAH para lhe dar uma forma fácil de ganhar o seu sustento, porque ele não quis sobrecarregar o Baitul-Mál [Sharah Al- Aini, Volume 7, Página 420].
Esta excelente postura de Dawud (as), fazia parte das características distintas,que foram dadas a cada profeta.
O Al-Qur’án diz que quando cada profeta pregava junto ao seu povo dizia:
“Não vos peço, por isso, recompensa (salário) alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.” [Al-Qur’án 26:109]
Ibn Hajar diz que embora seja permitido um salário do Baitul-Mál ao governante de um Estado Isslámico, a melhor e a mais preferida opção é a não sobrecarga do Tesouro Público de forma indiscriminada. Na altura da sua morte, o primeiro Khalifa Abu Bakr reembolsou ao Tesouro Público todo o dinheiro que havia tomado como salário [Fathul Bari, Volume 4, Página 243].
Dawud (as) dedicava-se ao fabrico de armaduras de ferro. ALLAH aceitou a súplica de Dawud (as) ao amolecer o ferro nas suas mãos como a cera. Ele facilmente moldava o ferro para qualquer forma que ele quisesse, sem ter que derretê-lo e nem precisar de usar martelo.
“E ensinamos-lhe a arte de fazer couraças para vós, para vos proteger das
vossas violências. Não estais agradecidos?”[Al-Qur’án 21:80]
Naquela era, o ferro com que se faziam as armaduras era muito pesado e tinha que ser carregado por homens de boa compleição física. O peso das armaduras criava também muitas dificuldades no campo de batalha.
Dawud (as) foi o primeiro homem a quem ALLAH dotou de arte e engenho para o fabrico de armaduras leves. A armadura leve permitia que o soldado facilmente se manobrasse no campo de batalha, o que se revelou muito benéfico na luta contra o inimigo.
A LINGUAGEM DOS PÁSSAROS
ALLAH abençoou Dawud (as) e Suleiman (s) com a habilidade de conversar com os pássaros. Eles podiam entender os pássaros assim como uma pessoa entende outra. Isto não era um mero exercício de adestramento e estudo, semelhante ao dos zoólogos, mas sim uma realidade com que ALLAH lhes agraciou.
DOIS EPISÓDIOS IMPORTANTES
Há dois episódios ocorridos na vida de Dawud (as), que são considerados importantes devido à discussão entre os mufasserin (comentadores) relacionados com esses versículos. É essencial saber a verdadeira realidade desses versículos do Al-Qur’án, em particular o segundo, que se tornou num assunto de acesos debates:
O primeiro episódio está reportado nos seguintes versículos:
“E Dawud e Suleiman, quando julgaram o caso de um campo cultivado onde rebanhos (cabritos) de certo povo, dispersos, pastaram durante a noite. Nós fomos testemunhas de seu julgamento. Então fizemos Salomão compreendê-lo e a cada um dos dois, demos sabedoria, e ciência. E submetemos com David as montanhas e os pássaros para Nos glorificarem. Fomos Nós que fizemos isto.”
[Al-Qur’án 21:78-79]
A maioria dos mufasserin cita a narração de Ibn Mass’ud e Ibn Abbass relacionada àqueles versículos:
Certa vez, um agricultor pediu a Dawud (as) que interviesse num conflito que o opunha a um vizinho que era armazenista de produtos agrícolas. Ele disse: Eu tenho uma extensão de terra onde plantei trigo, milho e fruta. A colheita estava bem crescida, mas antes de eu a colher, as ovelhas do meu vizinho, devido à negligência do seu pastor, entraram na minha propriedade, num campo cultivado, à noite, destruíram toda a minha colheita e comeram as plantas novas (brotos tenros), causando danos do montante talvez, da colheita de um ano.
O armazenista de produtos agrícolas, reconheceu o prejuízo que causara ao seu vizinho e disse que aquilo era verdade. Ao ouvir as duas partes, Dawud (as) que era rei, considerou o assunto tão sério, pelo que sentenciou de acordo com o seu conhecimento e prudência ao ordenar que, as ovelhas que causaram o prejuízo, deviam ser entregues ao agricultor como compensação pelo dano, porque o valor do rebanho era igual ao valor dos danos provocados.
Tal veredicto serviria de lição ao armazenista, por se ter negligenciado ao permitir que os seus animais vagueassem sem se fazerem acompanhar do respectivo pastor.
Seu filho Suleiman (as), que tinha apenas onze anos de idade, e estava sentado junto ao seu pai, levantou-se e pediu permissão para falar, tendo o pai anuído.
Suleiman (as) disse que embora a decisão do pai fosse correta, discordava dela por ser demasiado penalizante, sugerindo portanto, que se optasse por um outro veredicto mais consentâneo com as circunstâncias. A corte do rei ficou constrangida com a ousadia do rapaz, pois a sua contestação criou algum desconforto.
Então, o rei David, sorrindo, disse ao filho para explicar como ele poderia julgar o caso. Uma vez que o prejuízo foi a perda dos frutos ou do produto do campo; o “corpus” da propriedade não fora perdido, então a sugestão de Salomão foi de que o dono do campo não deveria tomar as ovelhas todas, mas sim estas deviam apenas ser colocadas sob o seu cuidado por um período fixo. E ele podia retê-las o tempo suficiente que lhe permitisse beneficiar-se dos seus produtos, até que recuperasse o prejuízo real, usufruindo do leite, da lã e eventualmente das crias. E paralelamente devia-se ordenar que o armazenista cultivasse a terra do agricultor por uma época (estação), até restaurá-la à sua situação original, mas antes de colheita deveria devolvê-la ao agricultor. No fim da época, só o número original de ovelhas deveria ser devolvido ao pastor, mas as crias não. Essa seria a penalização por não ter cuidado convenientemente das suas ovelhas. Assim, ele ao menos não se sujeitava a perder por completo as suas ovelhas. Em simultâneo, ele terá trabalhado sem pagamento, para restaurar a colheita perdida do agricultor até atingir a fase da ceifa. O agricultor teria que fazer a sua própria ceifa, pois essa era a situação antes das plantas serem devoradas pelas ovelhas.
Toda a sala de audiências da corte escutava em silêncio o adolescente Suleiman. Então o rei Dawud (as) declarou que ele iria revogar a sua sentença a favor da do seu filho, que era melhor, justa e baseada na prudência.
O mérito de Dawud (as) reside no fato de ter aceite a sugestão, apesar de ela provir de um moço.
O mérito de Suleiman (as) reside no fato de ter distinguido entre ‘corpus’ e produção, embora muito jovem, não tivesse vergonha de expôr o caso perante seu pai.
Os dois – agricultor e armazenista – expressaram a sua satisfação e deixaram a sala de mãos dadas.
O Al-Qur’án também indica que a decisão de Suleiman era a mais apropriada e a sua compreensão nesse assunto ultrapassou a de Dawud (as). Contudo, isso não significa que Suleiman tivesse mais virtudes que seu pai. Este episódio, retrata apenas um incidente isolado em que o filho tinha uma opinião mais apropriada que a do pai. No aspecto geral, as virtudes de Dawud (as) são maiores que as de seu filho.
O segundo episódio
É característica do Torah e da Bíblia nas versões adulteradas, menciona alguns incidentes acerca dos profetas, sem contudo fundamentá-los o que não é digno, nem para pessoas normais, muito menos para mensageiros escolhidos por ALLAH.
A Bíblia menciona um incidente acerca de Dawud (as) [2 Samuel 11:1-27]. Segundo a Bíblia, Dawud (as) envolveu-se com a mulher de Urias, um dos seus generais, de nome Bate-Sebá, resultando na sua gravidez. A seguir mandou o general para a frente de combate, num dos mais perigosos ramos do exército, na expectativa de que fosse morto, para que assim ele pudesse desposar a viúva.
Esta narração é deveras escandalosa, o que pode levar as pessoas menos esclarecidas a considerarem o Profeta David um vulgar criminoso, portanto, indigno de ser profeta de Deus.
Lançar um olhar lascivo para a esposa de alguém, cometer adultério e de seguida mandar matar um inocente, são atos criminosos que só podem ser perpetrados por gente desclassificada. Como então aceitar que se façam estas graves acusações contra um nobre Profeta?
A CONTRADIÇÃO NA BÍBLIA
Antes de provarmos a inocência de Dawud (as), vamos examinar como a Bíblia se contradiz ao mencionar a castidade de Dawud (as) noutros versículos:
“E disse Natã ao rei: Vai e faz tudo quanto está no teu coração, porque o Senhor está contigo.
Porém, sucedeu naquela mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã dizendo: Vai e diz ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-meias tu, casa para minha habitação? Porque em casa alguma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje, mas andei em tenda e em tabernáculo.
E, por todo lugar onde andei com todos os filhos de Israel, falei, porventura, alguma palavra com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros?
Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, e sobre Israel.”
[2 Samuel 7:3-8]
“Livrou-me do meu possante inimigo e daqueles que tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu. Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o Senhor se fez o meu esteio.
E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer em mim.
Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu.Porque guardei os caminhos do Senhor e não me apartei impiamente do meu
Deus. Porque todos os seus juízos estavam diante de mim e de seus estatutos me não desviei.
Porém fui sincero perante ele e guardei-me da minha iniqüidade.
E me retribuiu o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza
diante dos seus olhos.”
[2 Samuel 22:18-25]
“E estas são as últimas palavras de Davi:
Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel: O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.”
[2 Samuel 23:1-3]
“E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se sentasse no seu trono, como se vê neste dia.”
[1 Reis 3:6]
“E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias.”
[1 Reis 3:14]
“E ele disse: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai e, pelas suas mãos, o cumpriu, dizendo:
Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egipto, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edifi car nela uma casa em que estivesse o meu nome; nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo Israel.
Porém escolhi Jerusalém, para que ali estivesse o meu nome, e escolhi Davi, para que tivesse cargo do meu povo Israel.
Também Davi, meu pai, teve no seu coração o edifi car uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.”[2 Crónicas 6:4-7]
“Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, guarda ao teu servo Davi, meu pai, o que falaste, dizendo: Nunca faltará de ti varão de diante de mim, que se as sente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem seu caminho, andando na minha lei, como tu andaste diante de mim.”[2 Crónicas 6:16]
“Porém todo o reino não rasgarei, uma tribo darei a teu fi lho, por amor de Meu servo Davi e por amor de Jerusalém, que tenho elegido.”
[1 Reis 11:13]
“E há de ser que, se ouvires tudo o que Eu te mandar, e andares pelos Meus caminhos, e fizeres o que é recto aos Meus olhos, guardando os Meus estatutos e os Meus mandamentos, como fez Davi, Meu servo, Eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.”
[1 Reis 11:38]
Estes versículos da Bíblia indicam claramente que Dawud (as) era um escolhido e querido servo do Criador. Ele falou diretamente com ALLAH. Ele obedeceu totalmente às Leis do Shari’ah de ALLAH, ele era reto e casto.
Ele era Khalifa de ALLAH e líder dos Filhos de Israel.
Por isso, temos sérias dúvidas sobre como é que os Ahl-Kitab (adeptos do livro) reconciliam esses versículos contraditórios da Bíblia e qual é o grau que Dawud (as) ocupa na sua perspectiva.
Se na sua opinião Dawud (as) é um Profeta ou possuidor de bom carácter, então que resposta é que eles têm acerca do incidente com Bathsheba (Bate-Seba) e Uriah?
E se o incidente de Uriah é verídico, então de que David é que falam quando tecem os elogios acima citados?
Pelo contrário, o Al-Qur’án indica que Dawud (as) foi um nobre Profeta, livre da mancha do pecado:
“E agraciamos a Dawud com Suleiman. Que excelente servo! Eis que foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
“E demos a ciência a David e a Salomão e ambos diziam: Louvado seja
Deus que nos elevou acima de muitos dos Seus servos crentes.”
[Al-Qur’án 27:15]
Todos estes versículos do Al-Qur’án rejeitam as interpolações feitas nas escrituras sagradas anteriores. Eles arraigaram-se às escuras cortinas da história ao revelar as características nobres dos dois mensageiros: Dawud (as) e Suleiman (as).
Contudo, nota-se com muita pena, que alguns mufasserin citaram sem provas o incidente engendrado de Uriah, o Hittite e sua mulher.
Deve-se evitar citar tais narrações. É mais surpreendente notar que alguns sábios tentaram provar a autenticidade desse incidente ao procurar um bom significado disso. Os comentadores narraram esse incidente no tafssir dosseguintes versículos:
“E chegou ao teu conhecimento a história dos disputantes, quando subiram o muro do santuário e entraram nos seus aposentos! Quando chegaram junto de Dawud (as), este assustou-se com a sua presença. Eles disseram: Não tenhas medo! Nós somos dois disputantes, um de nós cometeu transgressão contra outro. Portanto, julga entre nós conforme a verdade. Não sejas parcial, e indica-nos a senda da retidão. Por certo, este é meu irmão; ele tem noventa e nove ovelhas e eu tenho uma só. E ele disse-me: Deixa-me guardá-la! E ele convenceu-me com a sua fala! Dawud (as) disse: Com efeito, ele foi injusto para contigo ao te pedir para acrescentar a tua ovelha às ovelhas dele. Na verdade muitos sócios cometem transgressão uns contra outros exceto os que crêem e praticam boas ações; e esses são poucos.
E Dawud (as) percebeu que Nós o tínhamos posto à prova, então pediu perdão ao seu Senhor e caiu em prosternação. E arrependeu-se. Por conseguinte, Nós perdoámos-lhe isso. E, por certo, ele terá, junto de Nós um lugar próximo e excelente local de retorno. (E dissemos-lhe) ó Dawud (as)! Por certo, Nós fizemos de ti Khalifa na terra (nosso representante), portanto julga entre as pessoas com justiça e não sigas a paixão, pois ela te afastará do caminho de ALLAH.
Na verdade os que se afastam do caminho de ALLAH, terão um castigo severo, por terem
esquecido o Dia de prestação de contas.” [Al-Qur’án 38:22-26]
O TAFSSIR (EXPLICAÇÃO) INCORRECTO
Foi aqui mencionado um teste a que Dawud (as) foi submetido por ALLAH e ele não se apercebeu disso, mas de repente, ocorreu-lhe que isso era de fato um teste da parte de ALLAH. Imediatamente ele recorreu ao arrependimento indo em busca do perdão, tendo o seu arrependimento sido aceite, o que o fez aproximar mais à ALLAH.
Isto é tudo o que foi mencionado no Al-Qur’án, pois não foram fornecidos detalhes desse teste.
Alguns comentadores recorreram ao incidente entre Uriah e David, narrado na Bíblia, e aplicaram-no sem ponderarem no resultado. Ibn Kassir diz que a história de Uriah mencionada por alguns mufasserin, foi colhida das narrações israelitas, sendo a maior parte dela, uma fabricação deles. Por isso, ele acha que nem se deve mencionar essa história, pois taisnarrações não têm lugar na literatura islámica, devendo ser totalmente evitadas.
Abu Muhammad Ibn Hazam diz no [Kitábul Fassl], que a afirmação do Al- Qur’án é verdadeira, não indicando de forma alguma a narração inventada pelos judeus.
Da mesma maneira, Allama Khafaji, Qadi Iyád, Ibn Hayyan Andalusi, Imám Razi e outros Álimos rejeitaram tais lendas imaginárias e provaram que nenhuma afirmação desse tipo foi narrada pelo Profeta Muhammad (s).
O TAFSSIR CORRECTO
Deixando de lado todas as narrações fabricadas, os mufasserin autênticos explicaram esses versículos na base das afirmações dos Sahábas ou analisando minuciosamente o conteúdo e o contexto dos versículos do Al- Qur’án. Esta será, portanto, a interpretação correcta do tafssir.
1. Ibn Hazam diz que o incidente resume-se à entrada de duas pessoas no quarto de Dawud (as) onde se encontrava, ocupado na adoração a ALLAH. Eles saltaram o muro e entraram de rompante porque tinham uma disputa a resolver e estavam apressados. Dawud (as) ouviu a versão do queixoso, e tendo em conta o conselho e a admoestação, mencionou a corrupção dos tempos. Ele disse que os governantes e as autoridades sempre consideraram os menos privilegiados como instrumentos do seu próprio conforto. Contudo, esses que crêem em ALLAH e praticam boas acções, abstêm-se de tais formas de opressão e temem ALLAH. Pessoas desse tipo são de número reduzido. A seguir, Dawud (as) pronunciou a decisão justa, pondo termo ao caso. Quando os litigantes se foram embora, Dawud (as) ponderou nos favores de ALLAH sobre ele e perguntou a si mesmo como ele podia cumprir os direitos do Criador, que lhe fez arbitrar entre duas pessoas. Essa meditação teve um efeito tão grande sobre ele, que caiu em prostração, arrependendo-se. ALLAH gostou desse ato de David, tendo-o envolvido com a Sua Misericórdia.
Ibn Hazam diz que pedir perdão é um ato tão bom que dispensa a necessidade de antes ter tido lugar algum pecado.
E é por isso que consta no [Al-Qur’án 39:7], que os anjos também pedem perdão, estando eles completamente livres de pecado.
Para além disso, o Al-Qur’án não faz a mínima menção acerca de Dawud (as) ter cometido qualquer pecado. Só diz que ALLAH pô-lo em teste. E não é necessário que se tenha cometido algum pecado para que alguém seja submetido ao teste assim como aconteceu com Ayub(as) (Job). Esta passagem de Dawud (as) também não se deveu a algum pecado, mas sim a simples manifestação decorrente da percepção de uma obrigação, expressando assim a sua humildade de acordo com o grau profético que ele possuía.
Embora este significado do versículo sob discussão possa acomodar este tafssir (explicação), também indica o alto grau de Dawud (as). Porém, é uma explicação à qual se chegou por dedução, não estando mencionada em nenhum versículo do Al-Qur’án ou no Hadice.
2. Abu Musslim diz que quando os dois homens apresentaram o seu caso a Dawud (as) na forma de queixoso e demandado, Dawud (as) não deu ao demandado a oportunidade de se expressar e o conselho que ele deu, parecia que aparentemente apoiava o caso do queixoso. Em casos normais, isso é considerado injusto, portanto o conselho dado por ele, embora fosse um simples conselho e não uma decisão final no caso. Contudo, não ficava bem para o alto cargo que ele ocupava. Portanto, esse foi o teste a que Dawud (as) foi submetido. Em tais ocasiões, ALLAH imediatamente chama a atenção dos Seus servos próximos da situação e repreende-os.
Neste caso também, Dawud (as) imediatamente apercebeu-se que tinha errado e que isso constituía um teste para ele. Então, arrependeu-se e o seu arrependimento foi aceite. Não só, isso tornou-se num meio para ele alcançar um grau mais alto. Depois de tudo aquilo que aconteceu, ALLAH aconselhou a Dawud (as) o seguinte:
“Ó Dawud! Tu não és como os reis e governantes normais deste mundo
que não se interessam da justiça, fazem as suas vontades na criatura de
ALLAH e governam para motivos meramente pessoais. Tu foste nomeado
representante (Khalifa) de ALLAH na terra. Servir a Humanidade é a tua
característica distinta. Não deve haver nenhuma deficiência nesse aspecto.
Considere o caminho reto como o teu.”
Segundo as duas explicações (tafssir), os mufasserin disseram que o caso do tribunal foi real e as duas partes não eram anjos mas sim seres humanos. O texto aparente do Al-Qur’án indica isso.
Apesar de esta explicação ser uma dedução, mesmo assim está de acordo com o texto dos versículos e por isso os mufasserin, largamente aceitaram isso.
Contudo, uma objeção pode ser levantada nas duas explicações acima citadas. Se aceitarmos a primeira explicação, de Ibn Hazam, então o versículo 26 não terá qualquer relação com os versículos anteriores e a corrente de pensamento será interrompida. Qual foi a necessidade de mencionar tão grande virtude de Dawud (as) que só foi mencionada para Ádam (as)?
Segundo a explicação de Abu Musslim, aqui pode surgir a questão: se é um princípio aceite para o juiz escutar o queixoso e o demandado antes de pronunciar qualquer sentença, então como é que um mensageiro de alto grau deixou passar tal princípio?
Vamos mencionar um terceiro tafssir que confirma muito bem o texto dos versículos e está baseado numa afirmação de Abdallah Ibn Abbass:
Abdallah Ibn Abbass _ diz que Dawud (as) tinha dividido o seu dia de trabalho em quatro partes, de tal maneira que, uma parte era dedicada apenas para adorar ALLAH; outra para casos judiciais, para auscultação de problemas da sua gente, outra para tratar dos seus assuntos pessoais, ganho do sustento e descanso e uma outra parte para orientar os israelitas e pregar-lhes sermões.
A parte fixada para adorar ALLAH era muito importante, embora Dawud (as) O adorasse a todos os momentos. Mas nessa parte fixa, ele não fazia nenhuma outra coisa. O Al-
Qur’án diferencia isso ao enfatizar:
“Eis que ele (Dawud) foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
Consta também na história, que Dawud (as) costumava fechar o seu quarto e adorar ALLAH para que ninguém o incomodasse. Consta num Hadice em que o Profeta (s) disse: “O melhor Salát perante ALLAH é o Salát de Dawud (as); o melhor Jejum perante ALLAH é o Jejum de Dawud (as). Ele dormia metade da noite e fazia Ibádat num terço da noite e dormia um sexto da noite. E jejuava alternadamente (um dia sim, outro dia não)”.
[Al-Bukhari e Musslim]
Na distribuição dos tempos, esse era o único período em que era muito difícil para qualquer pessoa chegar a Dawud (as). Nesse tempo o seu contato com os israelitas estava completamente cortado.
Durante os outros períodos de tempo, em caso de emergência, Dawud (as) poderia ser contatado.
Não há dúvidas que adorar ALLAH e glorificá-Lo é o objetivo principal de um crente.
Mas para os que foram escolhidos para guiar e servir a Humanidade é preferível que cumpram com as suas obrigações no lugar de se dedicarem à adoração intensiva. Sem dúvidas, um místico (sufi ) alcançará graus muito altos ao dedicar-se exclusivamente na adoração à ALLAH. Pelo contrário, o objectivo da concessão de profecia ao Homem é fazer com que este guie e sirva a Humanidade. Portanto, o grau perfeito de cumprimento da missão incumbida por ALLAH, reside na exaltação das Suas ordens ao estar em contacto com a criatura e não na procura da exclusão, retiro e isolamento.
Não obstante a distribuição de trabalho executada por Dawud (as) ser digna de nota, a determinação de um período de tempo reservado unicamente à adoração, era incompatível com o seu grau da profecia, pois tal não era apropriado para um mensageiro do seu calibre. Ele foi escolhido para ser khalifa,
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam – o menor dos servos de Allah
Tanto o Al-Qur’án como a Bíblia e a História Universal prestam testemunho de que Dawud (as) era possuidor de qualidades valiosas, arbítrio correto, bem como aptidão organizativa. Ele sempre teve êxito em todas as campanhas, independentemente da dimensão do inimigo. Num período demasiado curto ele reinou na Síria, na Palestina, na Jordânia e também na região situada entre Aqabah e o Rio Eufrates. Foi durante o seu reinado que se uniram todos os povos semíticos. O seu grande exército e extenso reino apoiados pela Revelação Divina, aumentaram a sua honra e grandeza. Os seus súbditos tinham certeza de que ele fora informado com a realidade de todas as coisas, daí que ninguém ousasse desobedecer-lhe.
Abdallah Ibn Abbass (r) narra que certa vez duas pessoas foram ter com Dawud (as) devido a uma disputa relacionada com um touro. Cada um dizia que o bovino lhe pertencia, acusando o outro de ser ladrão. Dawud (as) adiou a decisão para o dia seguinte. Nesse dia, ele disse ao queixoso que ALLAH lhe revelara que aquele touro deveria ser morto, pelo que ele deveria aceitar a verdade. Então o queixoso disse: Ó verdadeiro Profeta de ALLAH! Neste meu caso eu sou completamente verdadeiro. Mas antes desta disputa, eu enganei e assassinei o pai do réu (demandado).
Ao ouvir isso, Dawud (as) ordenou que o queixoso fosse executado, como compensação pelo assassínio que cometera. Foram decisões daquele tipo que levaram a que as pessoas lhe obedecessem, submetendo-se às suas ordens e ao julgamento justo.
A grandeza do seu reino foi expressa no seguinte versículo do Al-Qur’án:
“Nós fizemos o seu reino forte, demos-lhe sabedoria (Al-Hikmah) e a arte de
julgar (Fasslul-Kitáb).”[Al-Qur’án 38:20]
A palavra Hikmah usada neste versículo, pode-se estar referindo à profecia assim como a maior parte dos comentadores escreveram, mas também pode estar referindo ao discernimento e capacidade mentais de tal calibre em que ninguém pode escolher qualquer parte desviada. Alguns Álimos são da opinião de que isso refere-se a Zabur (Salmos ou a Cânticos de David).
Da mesma maneira a frase Fasslul Khitáb pode-se estar referindo a dois fatores. Um relacionado ao fato de ele ter sido um excelente orador, pois expressava-se de tal forma que cada palavra e frase suas eram perfeitamente perceptíveis, o que fazia com que as suas palestras fossem belas e eloqüentes. O segundo relacionava-se ao fato de que a sua deliberação fosse de caráter decisório nas disputas entre o bem e o mal.
O ZABUR (SALMOS)
O Torah era a fundação para a orientação dos filhos de Israel. Mas devido às condições e à mudança de era, ALLAH deu a Dawud (as) _ o Zabur, mas que se manteve dentro dos limites das leis do Torah. Dawud (as) reavivou o Shari’ah de Mussa. Ele mostrou aos filhos de Israel o caminho reto. Tendo sido abençoado com a iluminação da Revelação Divina, ele apagava a sede dos sedentos que queriam o reconhecimento do Criador.
ALLAH concedeu a Dawud (as) uma voz tão melodiosa que ao recitar o Zabur, todas as pessoas, os Jinn’s até mesmo os animais ficavam estáticos ao ouvi-lo. Por isso, até hoje, a frase “A melodia de Dawud (as)”, é citada como um provérbio, para descrever alguém que tem uma boa e doce voz. Consta no Mussannaf Abdul Razaq, que o profeta Muhammad (s) quando ouvia a bela voz de Abu Mussa Al-Ash’ari dizia: “ALLAH deu a Abu Mussa o tom melodioso de Dawud (as)”.
Zabur que significa “uma parte”, foi revelado como complemento do Torah. Portanto, é como se fosse uma parte do Torah. O Zabur continha muitos poemas com cânticos de louvores a ALLAH, tópicos sobre o desamparo do Homem assim como tópicos sobre conselhos e admoestações.
No Mussnad Ahmad consta que o Zabur foi revelado no mês Ramadhán e em termos de prudência, continha tópicos bastante preciosos. Continha igualmente algumas boas novas, bem como previsões de eventos do futuro. Alguns comentadores mencionam que o seguinte versículo do Al-Qur’án em referência a um incidente de Zabur, na realidade refere-se ao Profeta Muhammad (s) e aos seus companheiros:
“E com efeito, escrevemos nos Salmos depois da recordação, que a terra
será a herança dos Meus servos justos.”[Al-Qur’án 21:105]
ALLAH menciona em vários versículos do Al-Qur’án que o Torah, o Evangelho) e o Zabur (Salmos) são Revelações Divinas. Ao mesmo tempo o Al-Qur’án também mencionou que os israelitas deliberadamente fizeram interpolações nesses livros sagrados. Eles alteraram-nos de tal maneira que se tornou difícil, se não impossível, distinguir o original da versão interpolada:
“Eles (os judeus) deturparam o sentido das palavras das escrituras.”
[Al-Qur’án 5:13]
Além do Torah e do Indjil, o Zabur é um testemunho vivo disso. O Atual Zabur contém cento e cinquenta (150) partes ou capítulos. Os nomes dessas partes claramente indicam que as mesmas não são Salmos de David, porque alguns contêm nomes de Corá, Sosanim, Gitite, etc., e alguns nem nomes têm. Alguns Salmos foram escritos séculos após a era de Dawud (as).
Por exemplo, o seguinte versículo refere-se à destruição de Jerusalém causada por Bukhte Nasr (Nabuchodonosor ou Nabuchodorosor) – Rei da Babilónia, 604-561 AC – que conquistou Jerusalém, destruiu-o e expulsou os judeus dali para a Babilónia:
“Ó Deus, as nações entraram na Tua herança; contaminaram o Teu santo templo; reduziram Jerusalém a montões de pedras.”[Salmos 79:1]
Este incidente sobre a destruição de Jerusalém, ocorreu séculos após a morte de Dawud (as).
O Al-Qur’án considera Dawud (as) um grande rei e também um mensageiro. Pelo contrário a Bíblia só se refere a ele como “Rei David”, não aceitando a sua profecia.
AS PARTICULARIDADES DE DAWUD (AS)
ALLAH abençoou todos os Profetas com nobreza e grandes favores. Contudo, entre eles existe uma diferença na categoria e grau.
“Entre Nossos mensageiros, temos preferido uns sobre os outros.”
[Al-Qur’án 2:253]
O Al-Qur’án também menciona algumas particularidades de Dawud (as). Mas isso não quer dizer que mais ninguém tivesse essa qualidade. Significa que essa qualidade existe nele num grau mais completo e perfeito. Quando se menciona essa particularidade, a mente de qualquer pessoa vai imediatamente para tal profeta, embora outros profetas também possam tê-la numa dimensão menor.
A RECITAÇÃO DO ZABUR
“E Nós preferimos a uns Profetas sobre outros; e a David demos o Salmos.”
[Al-Qur’án 17:55]
Consta no Al-Bukhari que Dawud (as) costumava recitar o Zabur num curto espaço de
tempo. Ele começava a recitar o Zabur quando aparelhava o seu cavalo. O período de tempo que decorria entre a colocação da sela no dorso do cavalo e a sua fixação, era o tempo que ele levava para a recitação integral do Zabur. O milagre da recitação de Zabur estava relacionado ao movimento da língua. ALLAH enrolava o tempo para Dawud (as), de tal maneira que em condições normais, isso poderia levar horas. Foi-lhe dada a habilidade de dizer palavras em tão curto espaço de tempo, o que outra pessoa levaria horas. Mesmo hoje é um princípio aceite que não existe limite para a velocidade de movimentos.
A SUBSERVIÊNCIA DAS MONTANHAS E DOS PÁSSAROS
Dawud (as) costumava cantar longamente os louvores de ALLAH. Tinha uma voz extraordinariamente melodiosa, ao ponto de que ao começar o seu tassbih, todos os animais, pássaros e mesmo as montanhas se lhe juntavam na recitação dos louvores.
O Al-Qur’án mencionou essa particularidade de Dawud (as) nos capítulos Al- Ambiyáh,
Sabá e Sád:
“E Nós demos a Dawud (as) uma graça da Nossa parte (e dissemos): Ó
montanha! Cantai com ele os louvores do Senhor. E vós, pássaros também.
E para ele, amolecemos o ferro. (E dissemos): Faz com ele cotas de malha e
adapta-as às malhas. E praticai o bem. Na verdade Eu observo tudo o que fazeis.”
[Al-Qur’án 34:10-11]
“Por certo, Nós submetemos as montanhas, para com ele glorificarem a
ALLAH, ao anoitecer e ao amanhecer. E também as aves reunidas à sua
volta. Cada um para ALLAH voltará arrependido.”[Al-Qur’án 38:18-19]
Alguns Álimos são da opinião que o cantar de louvores aqui aludido,
refere-se à maneira como cada coisa foi criada. A sua beleza e forma,
indicam claramente a existência de um Criador. Contudo, outros Álimos
são de opinião de que os animais, plantas e objectos inanimados também na
realidade cantam os louvores de ALLAH.
ALLAH diz:
“Glorificam-No os Sete Céus e a Terra e tudo o que neles existe. E não existe
nada que não glorifique os Seus louvores. Porém, vós não compreendeis as
Suas glorificações.”[Al-Qur’án 17:44]
Este versículo indica que todos os seres do Universo cantam os louvores de ALLAH e que o Homem não é dotado da capacidade de perceber o louvor cantado por esses seres. Ainda hoje existem provas suficientes que indicam que até mesmo as plantas têm vida. ALLAH manteve o Ser Humano desconhecido dos louvores cantados por outras criaturas. Não só os animais,mas também os insetos se regozijam com a religiosidade do Ser Humano e da bênção que disso resulta na terra. Por isso fazem duá, pedindo perdão a favor do Ser Humano.
Consta num Hadice, que o Profeta(s) diz: “ALLAH, seus anjos e todos os
habitantes dos Céus e da Terra, até mesmo a formiga no seu buraco, os peixes nos oceanos enviam bênçãos e oram a favor daquele que ensina o bem às pessoas”.
[At-Tirmizi]
E consta que os animais no dia de Jumu’ah (Sexta-feira) estão atentos, com receio de que o Quiyámah possa acontecer nesse dia [Ahmad].
E consta também num Hadice que indica que o galo adora ALLAH. O Profeta (s) disse: “Não insultai o galo, pois chama-vos para a oração (isto é, no Al-Fajr quando ele canta)”.
[Ahmad e Abu Dawud (as)]
E quanto às formigas, elas são uma comunidade de entre as outras que glorificam a ALLAH apesar do seu pequeno porte e à insignificância com que o Homem lhes encara.
O Profeta (s) disse: “Uma formiga mordeu a um profeta e então este ordenou que toda “vila” de formigas fosse queimada. Então ALLAH enviou-lhe uma revelação censurando-o por ter mandado queimar uma comunidade inteira que glorifica a ALLAH só porque uma formiga lhe mordera”.
[Al-Bukhari]
E quanto às árvores, ALLAH diz no Al-Qur’án:
“E as ervas e as árvores prostram-se em adoração.”
[Al-Qur’án 55:6]
E o Profeta(s) diz: “Ninguém recita o Talbiyah sem que este seja também
recitado por tudo o que está do seu lado direito e esquerdo, de entre árvores
e pedras”.
[Ibn Májah]
Contudo, era uma particularidade de Dawud (as) que ao começar a cantar os
louvores de ALLAH, as outras criaturas também se lhe juntassem.
O AMOLECIMENTO DO FERRO
Apesar de ser rei, Dawud (as) não tomou para si nenhum cêntimo do tesouro público para o seu uso pessoal. Não colocou o fardo das suas despesas e o dos da sua família sobre o Baitul-Mál (Tesouro Público). Ele ganhava o seu sustento de forma Halál com as suas próprias mãos.
Detinha uma boa experiência na arte de fabricar armas. Fabricava-as e vendia-as, vivendo da receita daí proveniente.
O Profeta _ mencionou esse aspecto num dos Hadices: “O melhor sustento que a pessoa pode ganhar é o proveniente do trabalho desenvolvido pelas suas próprias mãos. E o Profeta de ALLAH, Dawud (as), costumava ganhar, trabalhando com as suas próprias mãos”.[Al-Bukhari]
O Sheikh Badruddin Aini, um dos comentadores de Al-Bukhari, diz que Dawud (as) costumava suplicar a ALLAH para lhe dar uma forma fácil de ganhar o seu sustento, porque ele não quis sobrecarregar o Baitul-Mál [Sharah Al- Aini, Volume 7, Página 420].
Esta excelente postura de Dawud (as), fazia parte das características distintas,que foram dadas a cada profeta.
O Al-Qur’án diz que quando cada profeta pregava junto ao seu povo dizia:
“Não vos peço, por isso, recompensa (salário) alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.” [Al-Qur’án 26:109]
Ibn Hajar diz que embora seja permitido um salário do Baitul-Mál ao governante de um Estado Isslámico, a melhor e a mais preferida opção é a não sobrecarga do Tesouro Público de forma indiscriminada. Na altura da sua morte, o primeiro Khalifa Abu Bakr reembolsou ao Tesouro Público todo o dinheiro que havia tomado como salário [Fathul Bari, Volume 4, Página 243].
Dawud (as) dedicava-se ao fabrico de armaduras de ferro. ALLAH aceitou a súplica de Dawud (as) ao amolecer o ferro nas suas mãos como a cera. Ele facilmente moldava o ferro para qualquer forma que ele quisesse, sem ter que derretê-lo e nem precisar de usar martelo.
“E ensinamos-lhe a arte de fazer couraças para vós, para vos proteger das
vossas violências. Não estais agradecidos?”[Al-Qur’án 21:80]
Naquela era, o ferro com que se faziam as armaduras era muito pesado e tinha que ser carregado por homens de boa compleição física. O peso das armaduras criava também muitas dificuldades no campo de batalha.
Dawud (as) foi o primeiro homem a quem ALLAH dotou de arte e engenho para o fabrico de armaduras leves. A armadura leve permitia que o soldado facilmente se manobrasse no campo de batalha, o que se revelou muito benéfico na luta contra o inimigo.
A LINGUAGEM DOS PÁSSAROS
ALLAH abençoou Dawud (as) e Suleiman (s) com a habilidade de conversar com os pássaros. Eles podiam entender os pássaros assim como uma pessoa entende outra. Isto não era um mero exercício de adestramento e estudo, semelhante ao dos zoólogos, mas sim uma realidade com que ALLAH lhes agraciou.
DOIS EPISÓDIOS IMPORTANTES
Há dois episódios ocorridos na vida de Dawud (as), que são considerados importantes devido à discussão entre os mufasserin (comentadores) relacionados com esses versículos. É essencial saber a verdadeira realidade desses versículos do Al-Qur’án, em particular o segundo, que se tornou num assunto de acesos debates:
O primeiro episódio está reportado nos seguintes versículos:
“E Dawud e Suleiman, quando julgaram o caso de um campo cultivado onde rebanhos (cabritos) de certo povo, dispersos, pastaram durante a noite. Nós fomos testemunhas de seu julgamento. Então fizemos Salomão compreendê-lo e a cada um dos dois, demos sabedoria, e ciência. E submetemos com David as montanhas e os pássaros para Nos glorificarem. Fomos Nós que fizemos isto.”
[Al-Qur’án 21:78-79]
A maioria dos mufasserin cita a narração de Ibn Mass’ud e Ibn Abbass relacionada àqueles versículos:
Certa vez, um agricultor pediu a Dawud (as) que interviesse num conflito que o opunha a um vizinho que era armazenista de produtos agrícolas. Ele disse: Eu tenho uma extensão de terra onde plantei trigo, milho e fruta. A colheita estava bem crescida, mas antes de eu a colher, as ovelhas do meu vizinho, devido à negligência do seu pastor, entraram na minha propriedade, num campo cultivado, à noite, destruíram toda a minha colheita e comeram as plantas novas (brotos tenros), causando danos do montante talvez, da colheita de um ano.
O armazenista de produtos agrícolas, reconheceu o prejuízo que causara ao seu vizinho e disse que aquilo era verdade. Ao ouvir as duas partes, Dawud (as) que era rei, considerou o assunto tão sério, pelo que sentenciou de acordo com o seu conhecimento e prudência ao ordenar que, as ovelhas que causaram o prejuízo, deviam ser entregues ao agricultor como compensação pelo dano, porque o valor do rebanho era igual ao valor dos danos provocados.
Tal veredicto serviria de lição ao armazenista, por se ter negligenciado ao permitir que os seus animais vagueassem sem se fazerem acompanhar do respectivo pastor.
Seu filho Suleiman (as), que tinha apenas onze anos de idade, e estava sentado junto ao seu pai, levantou-se e pediu permissão para falar, tendo o pai anuído.
Suleiman (as) disse que embora a decisão do pai fosse correta, discordava dela por ser demasiado penalizante, sugerindo portanto, que se optasse por um outro veredicto mais consentâneo com as circunstâncias. A corte do rei ficou constrangida com a ousadia do rapaz, pois a sua contestação criou algum desconforto.
Então, o rei David, sorrindo, disse ao filho para explicar como ele poderia julgar o caso. Uma vez que o prejuízo foi a perda dos frutos ou do produto do campo; o “corpus” da propriedade não fora perdido, então a sugestão de Salomão foi de que o dono do campo não deveria tomar as ovelhas todas, mas sim estas deviam apenas ser colocadas sob o seu cuidado por um período fixo. E ele podia retê-las o tempo suficiente que lhe permitisse beneficiar-se dos seus produtos, até que recuperasse o prejuízo real, usufruindo do leite, da lã e eventualmente das crias. E paralelamente devia-se ordenar que o armazenista cultivasse a terra do agricultor por uma época (estação), até restaurá-la à sua situação original, mas antes de colheita deveria devolvê-la ao agricultor. No fim da época, só o número original de ovelhas deveria ser devolvido ao pastor, mas as crias não. Essa seria a penalização por não ter cuidado convenientemente das suas ovelhas. Assim, ele ao menos não se sujeitava a perder por completo as suas ovelhas. Em simultâneo, ele terá trabalhado sem pagamento, para restaurar a colheita perdida do agricultor até atingir a fase da ceifa. O agricultor teria que fazer a sua própria ceifa, pois essa era a situação antes das plantas serem devoradas pelas ovelhas.
Toda a sala de audiências da corte escutava em silêncio o adolescente Suleiman. Então o rei Dawud (as) declarou que ele iria revogar a sua sentença a favor da do seu filho, que era melhor, justa e baseada na prudência.
O mérito de Dawud (as) reside no fato de ter aceite a sugestão, apesar de ela provir de um moço.
O mérito de Suleiman (as) reside no fato de ter distinguido entre ‘corpus’ e produção, embora muito jovem, não tivesse vergonha de expôr o caso perante seu pai.
Os dois – agricultor e armazenista – expressaram a sua satisfação e deixaram a sala de mãos dadas.
O Al-Qur’án também indica que a decisão de Suleiman era a mais apropriada e a sua compreensão nesse assunto ultrapassou a de Dawud (as). Contudo, isso não significa que Suleiman tivesse mais virtudes que seu pai. Este episódio, retrata apenas um incidente isolado em que o filho tinha uma opinião mais apropriada que a do pai. No aspecto geral, as virtudes de Dawud (as) são maiores que as de seu filho.
O segundo episódio
É característica do Torah e da Bíblia nas versões adulteradas, menciona alguns incidentes acerca dos profetas, sem contudo fundamentá-los o que não é digno, nem para pessoas normais, muito menos para mensageiros escolhidos por ALLAH.
A Bíblia menciona um incidente acerca de Dawud (as) [2 Samuel 11:1-27]. Segundo a Bíblia, Dawud (as) envolveu-se com a mulher de Urias, um dos seus generais, de nome Bate-Sebá, resultando na sua gravidez. A seguir mandou o general para a frente de combate, num dos mais perigosos ramos do exército, na expectativa de que fosse morto, para que assim ele pudesse desposar a viúva.
Esta narração é deveras escandalosa, o que pode levar as pessoas menos esclarecidas a considerarem o Profeta David um vulgar criminoso, portanto, indigno de ser profeta de Deus.
Lançar um olhar lascivo para a esposa de alguém, cometer adultério e de seguida mandar matar um inocente, são atos criminosos que só podem ser perpetrados por gente desclassificada. Como então aceitar que se façam estas graves acusações contra um nobre Profeta?
A CONTRADIÇÃO NA BÍBLIA
Antes de provarmos a inocência de Dawud (as), vamos examinar como a Bíblia se contradiz ao mencionar a castidade de Dawud (as) noutros versículos:
“E disse Natã ao rei: Vai e faz tudo quanto está no teu coração, porque o Senhor está contigo.
Porém, sucedeu naquela mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã dizendo: Vai e diz ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-meias tu, casa para minha habitação? Porque em casa alguma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje, mas andei em tenda e em tabernáculo.
E, por todo lugar onde andei com todos os filhos de Israel, falei, porventura, alguma palavra com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros?
Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, e sobre Israel.”
[2 Samuel 7:3-8]
“Livrou-me do meu possante inimigo e daqueles que tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu. Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o Senhor se fez o meu esteio.
E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer em mim.
Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu.Porque guardei os caminhos do Senhor e não me apartei impiamente do meu
Deus. Porque todos os seus juízos estavam diante de mim e de seus estatutos me não desviei.
Porém fui sincero perante ele e guardei-me da minha iniqüidade.
E me retribuiu o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza
diante dos seus olhos.”
[2 Samuel 22:18-25]
“E estas são as últimas palavras de Davi:
Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel: O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.”
[2 Samuel 23:1-3]
“E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se sentasse no seu trono, como se vê neste dia.”
[1 Reis 3:6]
“E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias.”
[1 Reis 3:14]
“E ele disse: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai e, pelas suas mãos, o cumpriu, dizendo:
Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egipto, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edifi car nela uma casa em que estivesse o meu nome; nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo Israel.
Porém escolhi Jerusalém, para que ali estivesse o meu nome, e escolhi Davi, para que tivesse cargo do meu povo Israel.
Também Davi, meu pai, teve no seu coração o edifi car uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.”[2 Crónicas 6:4-7]
“Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, guarda ao teu servo Davi, meu pai, o que falaste, dizendo: Nunca faltará de ti varão de diante de mim, que se as sente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem seu caminho, andando na minha lei, como tu andaste diante de mim.”[2 Crónicas 6:16]
“Porém todo o reino não rasgarei, uma tribo darei a teu fi lho, por amor de Meu servo Davi e por amor de Jerusalém, que tenho elegido.”
[1 Reis 11:13]
“E há de ser que, se ouvires tudo o que Eu te mandar, e andares pelos Meus caminhos, e fizeres o que é recto aos Meus olhos, guardando os Meus estatutos e os Meus mandamentos, como fez Davi, Meu servo, Eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.”
[1 Reis 11:38]
Estes versículos da Bíblia indicam claramente que Dawud (as) era um escolhido e querido servo do Criador. Ele falou diretamente com ALLAH. Ele obedeceu totalmente às Leis do Shari’ah de ALLAH, ele era reto e casto.
Ele era Khalifa de ALLAH e líder dos Filhos de Israel.
Por isso, temos sérias dúvidas sobre como é que os Ahl-Kitab (adeptos do livro) reconciliam esses versículos contraditórios da Bíblia e qual é o grau que Dawud (as) ocupa na sua perspectiva.
Se na sua opinião Dawud (as) é um Profeta ou possuidor de bom carácter, então que resposta é que eles têm acerca do incidente com Bathsheba (Bate-Seba) e Uriah?
E se o incidente de Uriah é verídico, então de que David é que falam quando tecem os elogios acima citados?
Pelo contrário, o Al-Qur’án indica que Dawud (as) foi um nobre Profeta, livre da mancha do pecado:
“E agraciamos a Dawud com Suleiman. Que excelente servo! Eis que foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
“E demos a ciência a David e a Salomão e ambos diziam: Louvado seja
Deus que nos elevou acima de muitos dos Seus servos crentes.”
[Al-Qur’án 27:15]
Todos estes versículos do Al-Qur’án rejeitam as interpolações feitas nas escrituras sagradas anteriores. Eles arraigaram-se às escuras cortinas da história ao revelar as características nobres dos dois mensageiros: Dawud (as) e Suleiman (as).
Contudo, nota-se com muita pena, que alguns mufasserin citaram sem provas o incidente engendrado de Uriah, o Hittite e sua mulher.
Deve-se evitar citar tais narrações. É mais surpreendente notar que alguns sábios tentaram provar a autenticidade desse incidente ao procurar um bom significado disso. Os comentadores narraram esse incidente no tafssir dosseguintes versículos:
“E chegou ao teu conhecimento a história dos disputantes, quando subiram o muro do santuário e entraram nos seus aposentos! Quando chegaram junto de Dawud (as), este assustou-se com a sua presença. Eles disseram: Não tenhas medo! Nós somos dois disputantes, um de nós cometeu transgressão contra outro. Portanto, julga entre nós conforme a verdade. Não sejas parcial, e indica-nos a senda da retidão. Por certo, este é meu irmão; ele tem noventa e nove ovelhas e eu tenho uma só. E ele disse-me: Deixa-me guardá-la! E ele convenceu-me com a sua fala! Dawud (as) disse: Com efeito, ele foi injusto para contigo ao te pedir para acrescentar a tua ovelha às ovelhas dele. Na verdade muitos sócios cometem transgressão uns contra outros exceto os que crêem e praticam boas ações; e esses são poucos.
E Dawud (as) percebeu que Nós o tínhamos posto à prova, então pediu perdão ao seu Senhor e caiu em prosternação. E arrependeu-se. Por conseguinte, Nós perdoámos-lhe isso. E, por certo, ele terá, junto de Nós um lugar próximo e excelente local de retorno. (E dissemos-lhe) ó Dawud (as)! Por certo, Nós fizemos de ti Khalifa na terra (nosso representante), portanto julga entre as pessoas com justiça e não sigas a paixão, pois ela te afastará do caminho de ALLAH.
Na verdade os que se afastam do caminho de ALLAH, terão um castigo severo, por terem
esquecido o Dia de prestação de contas.” [Al-Qur’án 38:22-26]
O TAFSSIR (EXPLICAÇÃO) INCORRECTO
Foi aqui mencionado um teste a que Dawud (as) foi submetido por ALLAH e ele não se apercebeu disso, mas de repente, ocorreu-lhe que isso era de fato um teste da parte de ALLAH. Imediatamente ele recorreu ao arrependimento indo em busca do perdão, tendo o seu arrependimento sido aceite, o que o fez aproximar mais à ALLAH.
Isto é tudo o que foi mencionado no Al-Qur’án, pois não foram fornecidos detalhes desse teste.
Alguns comentadores recorreram ao incidente entre Uriah e David, narrado na Bíblia, e aplicaram-no sem ponderarem no resultado. Ibn Kassir diz que a história de Uriah mencionada por alguns mufasserin, foi colhida das narrações israelitas, sendo a maior parte dela, uma fabricação deles. Por isso, ele acha que nem se deve mencionar essa história, pois taisnarrações não têm lugar na literatura islámica, devendo ser totalmente evitadas.
Abu Muhammad Ibn Hazam diz no [Kitábul Fassl], que a afirmação do Al- Qur’án é verdadeira, não indicando de forma alguma a narração inventada pelos judeus.
Da mesma maneira, Allama Khafaji, Qadi Iyád, Ibn Hayyan Andalusi, Imám Razi e outros Álimos rejeitaram tais lendas imaginárias e provaram que nenhuma afirmação desse tipo foi narrada pelo Profeta Muhammad (s).
O TAFSSIR CORRECTO
Deixando de lado todas as narrações fabricadas, os mufasserin autênticos explicaram esses versículos na base das afirmações dos Sahábas ou analisando minuciosamente o conteúdo e o contexto dos versículos do Al- Qur’án. Esta será, portanto, a interpretação correcta do tafssir.
1. Ibn Hazam diz que o incidente resume-se à entrada de duas pessoas no quarto de Dawud (as) onde se encontrava, ocupado na adoração a ALLAH. Eles saltaram o muro e entraram de rompante porque tinham uma disputa a resolver e estavam apressados. Dawud (as) ouviu a versão do queixoso, e tendo em conta o conselho e a admoestação, mencionou a corrupção dos tempos. Ele disse que os governantes e as autoridades sempre consideraram os menos privilegiados como instrumentos do seu próprio conforto. Contudo, esses que crêem em ALLAH e praticam boas acções, abstêm-se de tais formas de opressão e temem ALLAH. Pessoas desse tipo são de número reduzido. A seguir, Dawud (as) pronunciou a decisão justa, pondo termo ao caso. Quando os litigantes se foram embora, Dawud (as) ponderou nos favores de ALLAH sobre ele e perguntou a si mesmo como ele podia cumprir os direitos do Criador, que lhe fez arbitrar entre duas pessoas. Essa meditação teve um efeito tão grande sobre ele, que caiu em prostração, arrependendo-se. ALLAH gostou desse ato de David, tendo-o envolvido com a Sua Misericórdia.
Ibn Hazam diz que pedir perdão é um ato tão bom que dispensa a necessidade de antes ter tido lugar algum pecado.
E é por isso que consta no [Al-Qur’án 39:7], que os anjos também pedem perdão, estando eles completamente livres de pecado.
Para além disso, o Al-Qur’án não faz a mínima menção acerca de Dawud (as) ter cometido qualquer pecado. Só diz que ALLAH pô-lo em teste. E não é necessário que se tenha cometido algum pecado para que alguém seja submetido ao teste assim como aconteceu com Ayub(as) (Job). Esta passagem de Dawud (as) também não se deveu a algum pecado, mas sim a simples manifestação decorrente da percepção de uma obrigação, expressando assim a sua humildade de acordo com o grau profético que ele possuía.
Embora este significado do versículo sob discussão possa acomodar este tafssir (explicação), também indica o alto grau de Dawud (as). Porém, é uma explicação à qual se chegou por dedução, não estando mencionada em nenhum versículo do Al-Qur’án ou no Hadice.
2. Abu Musslim diz que quando os dois homens apresentaram o seu caso a Dawud (as) na forma de queixoso e demandado, Dawud (as) não deu ao demandado a oportunidade de se expressar e o conselho que ele deu, parecia que aparentemente apoiava o caso do queixoso. Em casos normais, isso é considerado injusto, portanto o conselho dado por ele, embora fosse um simples conselho e não uma decisão final no caso. Contudo, não ficava bem para o alto cargo que ele ocupava. Portanto, esse foi o teste a que Dawud (as) foi submetido. Em tais ocasiões, ALLAH imediatamente chama a atenção dos Seus servos próximos da situação e repreende-os.
Neste caso também, Dawud (as) imediatamente apercebeu-se que tinha errado e que isso constituía um teste para ele. Então, arrependeu-se e o seu arrependimento foi aceite. Não só, isso tornou-se num meio para ele alcançar um grau mais alto. Depois de tudo aquilo que aconteceu, ALLAH aconselhou a Dawud (as) o seguinte:
“Ó Dawud! Tu não és como os reis e governantes normais deste mundo
que não se interessam da justiça, fazem as suas vontades na criatura de
ALLAH e governam para motivos meramente pessoais. Tu foste nomeado
representante (Khalifa) de ALLAH na terra. Servir a Humanidade é a tua
característica distinta. Não deve haver nenhuma deficiência nesse aspecto.
Considere o caminho reto como o teu.”
Segundo as duas explicações (tafssir), os mufasserin disseram que o caso do tribunal foi real e as duas partes não eram anjos mas sim seres humanos. O texto aparente do Al-Qur’án indica isso.
Apesar de esta explicação ser uma dedução, mesmo assim está de acordo com o texto dos versículos e por isso os mufasserin, largamente aceitaram isso.
Contudo, uma objeção pode ser levantada nas duas explicações acima citadas. Se aceitarmos a primeira explicação, de Ibn Hazam, então o versículo 26 não terá qualquer relação com os versículos anteriores e a corrente de pensamento será interrompida. Qual foi a necessidade de mencionar tão grande virtude de Dawud (as) que só foi mencionada para Ádam (as)?
Segundo a explicação de Abu Musslim, aqui pode surgir a questão: se é um princípio aceite para o juiz escutar o queixoso e o demandado antes de pronunciar qualquer sentença, então como é que um mensageiro de alto grau deixou passar tal princípio?
Vamos mencionar um terceiro tafssir que confirma muito bem o texto dos versículos e está baseado numa afirmação de Abdallah Ibn Abbass:
Abdallah Ibn Abbass _ diz que Dawud (as) tinha dividido o seu dia de trabalho em quatro partes, de tal maneira que, uma parte era dedicada apenas para adorar ALLAH; outra para casos judiciais, para auscultação de problemas da sua gente, outra para tratar dos seus assuntos pessoais, ganho do sustento e descanso e uma outra parte para orientar os israelitas e pregar-lhes sermões.
A parte fixada para adorar ALLAH era muito importante, embora Dawud (as) O adorasse a todos os momentos. Mas nessa parte fixa, ele não fazia nenhuma outra coisa. O Al-
Qur’án diferencia isso ao enfatizar:
“Eis que ele (Dawud) foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
Consta também na história, que Dawud (as) costumava fechar o seu quarto e adorar ALLAH para que ninguém o incomodasse. Consta num Hadice em que o Profeta (s) disse: “O melhor Salát perante ALLAH é o Salát de Dawud (as); o melhor Jejum perante ALLAH é o Jejum de Dawud (as). Ele dormia metade da noite e fazia Ibádat num terço da noite e dormia um sexto da noite. E jejuava alternadamente (um dia sim, outro dia não)”.
[Al-Bukhari e Musslim]
Na distribuição dos tempos, esse era o único período em que era muito difícil para qualquer pessoa chegar a Dawud (as). Nesse tempo o seu contato com os israelitas estava completamente cortado.
Durante os outros períodos de tempo, em caso de emergência, Dawud (as) poderia ser contatado.
Não há dúvidas que adorar ALLAH e glorificá-Lo é o objetivo principal de um crente.
Mas para os que foram escolhidos para guiar e servir a Humanidade é preferível que cumpram com as suas obrigações no lugar de se dedicarem à adoração intensiva. Sem dúvidas, um místico (sufi ) alcançará graus muito altos ao dedicar-se exclusivamente na adoração à ALLAH. Pelo contrário, o objectivo da concessão de profecia ao Homem é fazer com que este guie e sirva a Humanidade. Portanto, o grau perfeito de cumprimento da missão incumbida por ALLAH, reside na exaltação das Suas ordens ao estar em contacto com a criatura e não na procura da exclusão, retiro e isolamento.
Não obstante a distribuição de trabalho executada por Dawud (as) ser digna de nota, a determinação de um período de tempo reservado unicamente à adoração, era incompatível com o seu grau da profecia, pois tal não era apropriado para um mensageiro do seu calibre. Ele foi escolhido para ser khalifa,
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam – o menor dos servos de Allah
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