Por: Sheikh Ragip para o Fórum Inter-religioso 24/08/2017
BISMILLAH IR-RAHMAN IR-RAHIM 1- INTRODUÇÃO Prezados membros do Fórum Inter-religioso, senhoras e senhores, diante de tantas tragédias que se sucedem de forma tão sistemática em tantos lugares queremos levar à vossa consideração alguns fatos, por acreditar serem importantes para compreensão do fenômeno do terrorismo e também importantes neste processo de diálogo e esforço por construção de paz e justiça. Os fatos a seguir raramente são considerados ao ser abordado o problema do terrorismo na época atual, embora sejam muito relevantes para uma compreensão verdadeira do problema.
2- TERRORISMO EM BARCELONA Com o coração consternado pela perda de vidas inocentes, vimos, mais uma vez, a monstruosidade do extremismo doentio atuar de forma tenebrosa na cidade de Barcelona, em 17/08. Solidarizamo-nos com as vítimas do extremismo doentio que mais uma vez atuou de forma tenebrosa. É chocante ver a vida humana, dádiva maior de nosso Criador para nós humanos, ser desprezada de forma tão brutal. Cada notícia que chega de um ataque, onde quer que aconteça, nos atinge com dor e pesar no mais intimo de nosso ser. Queremos que todos saibam que tais atrocidades não encontram amparo nos ensinamentos islâmicos, os quais exortam ao bem, ao aperfeiçoamento pessoal, ao aperfeiçoamento moral do caráter, e à prática da virtude. O mundo islâmico também é vitimado por tais crimes, numa escala muito maior, em frequência e em número de vítimas, como será exposto no próximo item.
3- TERRORISMO NO MUNDO ISLÂMICO Nossa consternação e dor são imensas por tanto sofrimento e atrocidade que também assola países islâmicos, em escala sem precedentes e numa intensidade extremada. Ao nosso pesar pela perda de vidas junta-se nosso pesar pelo desconhecimento geral de fatos tão chocantes, pela indiferença com são tratadas tais tragédias no mundo islâmico e pelos diagnósticos distorcidos das verdadeiras causas. Os ataques terroristas contra população muçulmana, no conjunto dos países islâmicos, são da ordem de centenas a cada ano, ceifando milhares de vidas inocentes. Ataques indiscriminados, contra inocentes, mulheres, crianças, em qualquer lugar a qualquer hora, em escolas, hospitais, mesquitas, mercados, nas ruas, em qualquer lugar. E aqui, no mundo ocidental, em nosso país, por exemplo, sequer são noticiados. Às vezes uma nota de pé de página em algum jornal, ou comentário passageiro em uma ou outra rede de TV. Nada comparado com a grande cobertura e repercussão que vemos quando tais tragédias ocorrem em outros locais, fora do mundo islâmico. Para ilustrar estas palavras, considere-se o caso de Burqina Faso, pequeno pais africano de maioria islâmica. Três dias antes do ataque em Barcelona, em 14/08, na capital do país, ataque a restaurante ceifou 18 vidas e 12 feridos. Entre as vítimas estavam grandes nomes da comunidade islâmica, como, por exemplo, Sheikh Waleed, reitor da universidade islâmica do Kuwait, que Deus o acolha em Sua Misericórdia, que estava em visita ao país. Tal atrocidade mal foi noticiada por aqui, talvez muitos dos senhores sequer ficaram sabendo. Outro exemplo: Após ataque à uma Igreja no Paquistão, em 28/03/2015, quando o fato foi noticiado, foram relacionados mais 4 ataques a cristãos em 4 outros países islâmicos ocorridos em anos anteriores, o que induzia, falsamente, a que estaria acontecendo uma perseguição sistemática a cristãos em países islâmicos. Na forma como foi feita a divulgação não houve o cuidado de verificar, naquela ocasião, se o que o artigo induzia a pensar era verdadeiro ou não. No entanto a verdade é bem diferente. No Paquistão, de 2002 a 2015, ocorreram 101 ataques a mesquitas com 1.330 muçulmanos mortos e 2.711 muçulmanos feridos. Atentados praticados por extremistas criminosos que atacam quem discorde de suas doentias opiniões políticas, quer sejam muçulmanos ou não. Como se trata de país muçulmano a mortalidade dos ataques é centenas de vez maior contra a população muçulmana. Mas a mídia ocidental nada, ou muito pouco, divulga destes ataques. Mas quando alguém ou algo da minoria não muçulmana é atingido o fato ganha grande repercussão. Estas distorções na qualidade das informações induzem à população em geral e pensar que com tais ataques muçulmanos estão perseguindo não-muçulmanos, o que é completamente falso. Esta falsa conclusão leva a diagnósticos errados das verdadeiras causas do terrorismo, alimenta preconceitos, tende polarizar as relações entre os povos e a agravar conflitos. E também alimenta o extremismo contra muçulmanos.
4- EXPOSIÇÃO CALUNIOSA DO ISLAM ALGUNS FATOS RELEVANTES POUCO DIVULGADOS QUANTO AO TERRORISMO E O PAPEL DO EXTREMISMO EXACERBADO E DOENTIO - Portanto, além desta tragédia contra a vida humana, que é a maior de todas tragédias, por serem ataques contra a vida, que é nosso bem maior, há outra tragédia correndo junta e de que também muitos não se dão conta. É a tragédia da exposição caluniosa e da detratação sistemática de uma religião, no caso o Islam. Uma religião que conta com mais de 2, 2 bilhão de membros. Em 13 de agosto, em Charlottesville, Estados Unidos, supremacista branco atropela multidão. Morreram 3 pessoas, 19 pessoas feridas no atropelamento e mais 35 feridos em confrontos. Observa-se que não foi feita nenhuma referência à religião do terrorista, que está longe de ser o Islam. Não mencionar a religião do terrorista é um correto cuidado com a justiça pois sua religião certamente condena seu crime, mas este correto cuidado com a justiça não existe no caso do Islam. Ainda na França, na última semana: 14/08, segunda-feira: Motorista, de origem francesa, 32 anos, invadiu, com seu carro, pizzaria em Paris, uma pessoa morreu, dezenas de feridos, religião desconhecida. 21/08, segunda-feira: Motorista de origem francesa, 32 anos, avança, com seu carro, contra dois pontos de ônibus em Marselha, uma pessoa morreu outra ferida, religião desconhecida. Nos dois exemplos ocorridos na França acima, é bem conhecida a repercussão que tais crimes teriam se fosse possível associar de alguma forma os criminosos ao Islam. Como isso não foi possível, a divulgação dos crimes não teve a intensa repercussão que se vê quando o criminoso tem nome árabe ou é de origem de país islâmico. No caso de um criminoso oriundo de país islâmico, ou com nome árabe, além da enorme divulgação e repercussão, na mídia em geral, é induzida relação com o Islam, difamando o Islam ao induzir a pensar que o Islam está de alguma forma associado a tais monstruosidades. O que é mentira. Mais quatro fatos relevantes: 1- Os ataques terroristas por extremistas políticos internos nos Estados Unidos são dezenas de vezes mais frequentes, naquele país, que os ataques atribuídos a terroristas erroneamente chamados de islâmicos. 2- Não é feita nenhuma referência à religião destes terroristas políticos internos, cuja religião não é o Islam. Este cuidado é correto. 3- Quando criminosos de outras religiões, que não a islâmica, praticam seus crimes, não é feita qualquer referência à sua religião. Este cuidado é correto. Mas quando um criminoso tem nome árabe, ou é oriundo de um país islâmico, o crime é imediatamente associado ao Islam. Mas ter nome árabe não significa que o indivíduo é seguidor do Islam, e ter origem em país islâmico também não significa que o indivíduo é seguidor do Islam. É de uma superficialidade, frivolidade e ignorância enormes concluir que um criminoso, por ter nome árabe ou por ser oriundo de pais islâmico, seja seguidor do Islam. Ora, se fosse seguidor do Islam, não estaria praticando tais crimes. Da mesma forma é de superficialidade, frivolidade e ignorância enormes associar a religião islâmica ao terrorismo.
5- A EXPRESSÃO “TERRORISMO ISLÂMICO” É FALSA E CALUNIOSA, PROMOVE DISCRIMINAÇÃO E ÓDIO A expressão “terrorismo islâmico” é caluniosa pois induz a pensar que a religião islâmica está de alguma forma associada ao terrorismo, aprovando ou estimulando sua prática. Mas a verdade é que a Jurisprudência Islâmica Consolidada condena o terrorismo e o qualifica como crime. Há uma coalizão de mais de 40 países islâmicos, liderados pela Arábia Saudita, formada para combater o terrorismo. Esta coalizão atua em parceria com a coalizão de países ocidentais, para enfrentar o ISIS erroneamente denominado “Estado Islâmico”. Aliás a jurisprudência dos Países Islâmicos não considerada o ISIS sequer um estado e sim um grupo terrorista, e muito menos islâmico, uma vez que suas ações nefastas são uma afronta à ética islâmica. Só estas poucas e breves informações acima, fariam uma pessoa com um mínimo de utilização de sua capacidade racional, perceber que há algo errado na expressão “Terrorismo Islâmico”. Informações como esta não são divulgadas nem repercutidas. Associar o Islam ao terrorismo é uma mentira, uma calúnia que induz à discriminação, ao preconceito e ao ódio contra muçulmanos. Vale dizer que não faltam estudos sérios, feitos por universidades ocidentais que comprovam que não há relação entre Islam e Terrorismo, além das sentenças categóricas das instituições de jurisprudência islâmica e das universidades de teologia islâmica condenando o terrorismo como crime. A estrutura da frase caluniosa é “nome de um crime” mais “nome da religião”. Isto é passível de ser feito com qualquer religião. Para entender este ponto de vista basta fazer um exercício de simulação de montagem de frases como esta, com o nome de outras religiões e outros tipos de crimes. MAS NÃO SE DEVE ASSOCIAR NENHUMA RELIGIÃO A CRIME. As religiões educam em valores e ética, estimulam o aperfeiçoamento do caráter. Quem comete crimes são pessoas desajustadas ou com psicopatia, e que, ao cometerem seus crimes estão corrompendo os preceitos de suas religiões e não estão seguindo os princípios éticos das mesmas. Fazer tais associações é uma falsidade caluniosa que induz ao preconceito, à discriminação e ao ódio, justamente o que o Fórum Inter-religioso se propõe a combater. SOLICITAÇÃO Solicito que nos documentos, e-mails e materiais produzidos pelo Fórum não se utilize mais a expressão “Terrorismo Islâmico”, pois tal coisa não existe, pois a Jurisprudência Islâmica condena o terrorismo, os países islâmicos combatem o terrorismo, e os países islâmicos são as maiores vítimas de terrorismo em frequência de atentados sofridos e em número de vítimas. Solicito que nós muçulmanos sejamos objeto do mesmo cuidado com a verdade e a justiça que se deve ter com todas as religiões, não associando ao Islam os crimes cometidos por desajustados e criminosos que deturpam ou afrontam os princípios da ética e da justiça islâmica.
6- A ESTRUTURA DAS CAMPANHAS DE ÓDIO CONTRA O ISLAM - DETURPAÇÃO DOS SENTIDOS DO ALCORÃO
Entre os meios utilizados está a desvirtuação dos sentidos do Sagrado Alcorão. Em primeiro lugar: O Alcorão é o livro original em árabe. Uma tradução do Sagrado Alcorão para o português, ou qualquer outro idioma, não é considerada Alcorão, uma vez que as traduções perdem ou alteram o significado do original. A exegese do Sagrado Alcorão é uma ciência na teologia islâmica, que requer o conhecimento de diversas disciplinas e formação específica em cursos de nível superior em universidades islâmicas. Nenhum muçulmano, nenhum Sheikh ou Iman pode fazer interpretações do Sagrado Alcorão com base em sua opinião pessoal, todos devemos seguir a exegese dos exegetas qualificados, começando pela exegese feita pelo próprio Profeta saws. As orientações éticas aos fiéis são feitas com base nesta exegese qualificada, derivada de metodologia própria. Assim, quando se vê um caluniador recortar versículos do sagrado Alcorão, em português ou qualquer outro idioma, e jogar e cima de um texto Sagrado suas considerações, por vezes doentias, talvez fruto de perversões do próprio caráter, já se sabe tratar-se de um indivíduo que não sabe o que está fazendo. Nada sabe da religião islâmica mas se permite deturpar um texto Sagrado para seus próprios fins. E pior, dar repercussão a tais deturpações. Antes de formar suas falsas opiniões, sequer tem o mínimo cuidado de procurar saber, em fontes islâmicas qualificadas, como os muçulmanos compreendem e são instruídos com base em tais textos. Qualquer religião, assim como o Islam, pode ser alvo deste tipo de ataque contra suas escrituras e preceitos sagrados. Além deste tipo de distorção, caluniadores montam textos com base em mentiras, em dados errados ou incompletos e ocultação das verdadeiras causas das tragédias que assolam o mundo islâmico. Depois material desqualificado e calunioso deste tipo é colocado em massa, em enorme volume, nos meios eletrônicos, em páginas na internet, facebook, redes de whatsapp, alcançando milhares talvez muito mais pessoas. Mas o pior é lideranças religiosas ou professores universitários utilizarem este tipo de material desqualificado para formarem suas opiniões e de seus seguidores. Que pensar da responsabilidade de profissionais deste tipo?
7- O EXTREMISMO PODE ACOMETER QUALQUER ATIVIDADE HUMANA E PREJUDICA A TODOS
Por falta de informação ou desconhecimento, por negligência na formação de opinião, há pessoas que aprovam a detratação caluniosa do Islam, não se dando conta de que as informações que consomem são fruto de ataques de extremistas. Estas pessoas também não se dão conta de que sua religião ou filosofia, em algum momento, por ser alvo do mesmo assédio calunioso ou campanhas de ódio, pelos mesmos extremistas que hoje caluniam o Islam. A história nos ensina isso. Basta relembrar as tragédias das guerras mundiais. Quando a França foi invadida na 2ª guerra mundial, houve franceses que pensaram: Não sou judeu, nem cigano, nem negro, então certamente não vou ser afetado do mesmo jeito. Mas, quando a doentia dominação nazista se consolidou na França, estes mesmos franceses, que não queriam ou não podiam sair da França, se viram forçados pelo regime extremista que se instalou no seu país a optar por: 1- Morrer moralmente, ao serem forçados a colaborar com o monstruoso regime na prática de suas atrocidades, ou morrer fisicamente. Aliás, diga-se de passagem, os próprios cidadãos alemães, que silenciaram ou se empolgaram com a ascensão do nazismo, se viram depois, colhidos na própria armadilha, forçados, submetidos ao poder extremista que controlava o país, a escolher entre a aniquilação moral e aniquilação física. O extremismo doentio não poupa ninguém que discorde de suas posições e acolhe os métodos mais extremos e criminosos para atingir seus fins. A doença do extremismo exacerbado pode acometer qualquer povo, religião, cultura, ou preferência política. Nem o futebol, um esporte, está livre do extremismo doentio exacerbado, como vemos com tanta frequência em nosso país. Hoje o Islam é objeto deste assédio em campanhas de ódio, nada garante que outra religião ou atividade humana não possa ser também sujeita e este assédio. Como cidadão brasileiro, penso que todos, que vivemos neste país, temos o dever de não dar repercussão ou promover material calunioso de qualquer espécie.
PORTANTO, NEM O ISLAM, NEM QUALQUER OUTRA RELIGIÃO, SÃO O PROBLEMA. O EXTREMISMO DOENTIO É O PROBLEMA. SEJA O EXTREMISMO DE INDIVÍDUOS E GRUPOS CRIMINOSOS. SEJA O EXTREMISMO DOS QUE SE JULGAM NO DIREITO DE INVADIR OUTROS PAISES E DESTRUIR SUAS ESTRUTURAS RELIGIOSAS, ECONÔMICAS, EDUCACIONAIS, SOCIAIS E CULTURAIS QUE SÃO O SUSTENTÁCULO DE SUA ESTABILIDADE, GERANDO CONSEQUÊNCIAS, DECORRENTES DA INSTABILIDADE RESULTANTE, DESASTROSAS PARA TODOS, INCLUSIVE PARA OS QUE NÃO ESTÃO ENVOLVIDOS NESTES CRIMES. PODEMOS TAMBÉM INCLUIR AQUI O EXTREMISMO DOENTIO DOS QUE SE DEDICAM A CAMPANHAS DE ÓDIO, EM SERMÕES OU EM MEIOS ELETRÔNICOS, FUNDAMENTADAS EM DISTORÇÃO DA VERDADE, FALSAS E MENTIROSAS INTERPRETAÇÕES DE TEXTOS SAGRADOS, OU EM MENTIRAS PROPRIAMENTE DITAS.
8- CONCLUSÕES
Neste ítem, para resumir, segue uma revisão final dos principais pontos elencados neste texto:
1- Os ensinamentos da religião islâmica, como as demais religiões, exortam ao bem, ao aperfeiçoamento pessoal, ao aperfeiçoamento moral do caráter, e à prática da virtude.
2-A religião islâmica, através da jurisprudência consolidada, condena o terrorismo como crime.
3- Os ataques terroristas assolam os países islâmicos com frequência centenas de vezes maior que em países ocidentais. Somente no Paquistão de 2002 a 2015, ocorreram 101 ataques a mesquitas com 1.330 muçulmanos mortos e 2.711 muçulmanos feridos.
4- A exposição dos ataques terroristas na mídia, em geral, é tendenciosa, grande repercussão é dada em ataques que ocorrem em países ocidentais e quase nada é informado quanto a ataques ocorridos em países islâmicos, que têm frequência centenas de vezes maior, com dezenas de milhares de vítimas.
5- Esta exposição tendenciosa tende a formar uma ideia errônea de que muçulmanos atacam os valores ocidentais. Mas a verdade é: Terroristas extremistas atacam não só os valores ocidentais, atacam também os valores e princípios da ética islâmica.
6- Há uma coalizão de mais de 40 países islâmicos, liderados pela Arábia Saudita, formada para combater o terrorismo. Esta coalizão atua em parceria com a coalizão de países ocidentais, para enfrentar o ISIS erroneamente denominado “Estado Islâmico”.
7- A jurisprudência dos Países Islâmicos não considerada o ISIS sequer um estado e sim um grupo terrorista, e muito menos islâmico, uma vez que suas ações nefastas são uma afronta à ética islâmica. A utilização da expressão “Estado Islâmico” presta-se assim a ser mais um instrumento na campanha de ódio contra o Islam.
8- Quem comete crimes são criminosos, pessoas desajustadas ou psicopatas acometidos por transtorno de comportamento antissocial, que se afastam dos ensinamentos éticos de suas religiões ou os rejeitam. Sendo assim nenhuma religião, inclusive o Islam, não pode ser imputada quanto aos crimes praticados por estes criminosos.
9- O fato de um criminoso ter nome árabe ou ser oriundo de um país árabe ou islâmico não significa que está seguindo os ensinamentos do Islam. Ora se estivesse seguindo os ensinamentos do Islam não seria criminoso. Mas de forma tendenciosa, na divulgação midiática, sua ação nefasta é associada ao islam.
10- A exposição tendenciosa da mídia alimenta extremismo, ao estimular ódio e revolta em pessoas de boa índole, que ficam indignados por serem levados a pensar que a religião islâmica dá respaldo a tais ataques hediondos.
11- Extremistas assim motivados por ódio, movem campanhas de ódio contra o Islam, alimentando meios eletrônicos com informações falsas e distorções grosseiras dos significados do Sagrado Alcorão e mentiras caluniosas.
12- Profissionais irresponsáveis e negligentes tomam estas acusações falsas e caluniosas como verdadeiras e lhes dão repercussão, inclusive em meios universitários.
13- Mas não se deve associar nenhuma religião, o que inclui o Islam, a crime. As religiões educam em valores e ética, estimulam o aperfeiçoamento do caráter. Quem comete crimes são pessoas desajustadas ou com psicopatia, e que, ao cometerem seus crimes estão corrompendo os preceitos de suas religiões e não estão seguindo os princípios éticos das mesmas.
14- Hoje o Islam é objeto de campanhas de ódio, mas qualquer religião pode ser objeto de campanhas de ódio movidas por extremistas.
15- Acolher e valorizar o extremismo, em campanhas de ódio, é ignorar as lições da história, pois o extremismo tende a se exacerbar cada vez mais.
16- Para promover o bem e a paz todos temos o dever de repudiar o extremismo e campanhas de ódio de qualquer tipo, em qualquer atividade humana. Todos inclui todos: Religiosos, não religiosos, lideranças religiosas ou não, estudantes professores, profissionais de mídia, pois aquilo que produzimos e aquilo que compartilhamos e damos ampla repercussão, representa nosso contribuição para formação dos valores e conduta de nosso país, e delineia nosso futuro como nação.
17- O Islam conta com mais de 2,2 bilhões de seguidores, sendo maioria em mais de 50 países.
18- O extremismo ficou exacerbado em países que tiveram sua estabilidade destroçada, com a destruição das estruturas religiosas, educacionais, econômicas, sociais e culturais, que davam estabilidade ao país.
19- Diante de temas de tanta complexidade, o diálogo e a responsabilidade na formação de opinião, a promoção do respeito mútuo, da justiça e da cultura de paz são um imperativo cada vez maior. 9- PALAVRAS FINAIS Estamos alinhamos à população brasileira, e aos valores de nosso País, no repúdio a todo extremismo, onde quer que se manifeste, em qualquer de suas formas, e na defesa dos valores de tolerância, respeito, solidariedade, justiça e cultura de paz. E queremos que saibam que assim fazendo, estamos em perfeita sintonia com os ditames e princípios do Islam, que nos orienta para a prática do bem, da justiça e busca da boa convivência e paz. Peço-lhes que me perdoem algum erro ou imprecisão inadvertidamente cometidos na redação deste texto. Que Deus permita que estes breves e apressados comentários em assunto tão complexo, sejam uma contribuição positiva para construção do diálogo, da compreensão mútua e da paz, peço ainda que o Criador perdoe erros que eu possa ter cometido sem perceber, e não permita que causem nenhum dano ou injustiça a nada nem a ninguém.
Um comentário:
Resumo feito dentro da nossa visao do obvio teorica sana.... onde o oposto sempre dostancia .... Ateh Deus dede a criacao movimenta tudo e todos pra que a conclusao torne naturalmente na pratica...
Postar um comentário