Malala e Nabila - Vítimas de violência |
Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.
Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).
Não reparas em que Allah conhece tudo quanto existe nos céus e na terra ? não há confidência entre três pessoas, sem que Ele seja a quarta delas ; nem entre cinco, sem que Ele seja a sexta ; nem que haja menos ou mais do que isso, sem que Ele esteja com elas, onde quer que se encontrem. Logo, no Dia da Ressurreição, os inteirará de tudo quanto fizerem, porque Allah é Onisciente.
Que Allah (SWT) abençoe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.
Queridos irmãos, nosso assunto de hoje é como a imprensa, principalmente a ocidental dão tratamento totalmente diferentes a fatos semelhantes, e , com a mesma gravidade.
Nabila Ur-Rahman uma menina paquistanesa de 09 anos, começou assim a relatar sua história para alguns congressistas americanos em Washington DC e pasmem,dos 430 congressistas apenas 05 apareceram a essa audiência. A Família de Nabila foi totalmente ignorada:
"Ouvi um grito. Tudo se tornou negro comecei a correr, mas vi que tinha sangue na mão. Tratei de a enfaixar, mas, não parava de sangrar". Com essas palavras ela narrava como a morte, as lesões e o medo mudaram a vida da sua comunidade, depois de um ataque com drones no oeste do Paquistão ter acabado com a vida de sua avó e ferido os seu irmãos, no dia 24 de outubro de 2012..
Acompanhada por seu pai e irmão mais velho, Nabila acabava de romper o silêncio. Essa foi a primeira vez que os legisladores estatais ouviram vítimas inocentes de bombardeios com drones, aviões não tripulados comandados pela CIA.
Ao tomar contato com a história de Nabila, não posso evitar pensar noutra menina: Malala Yousafzai. Ambas , Nabila e Malala, são paquistanesas e muçulmanas. De igual forma a violência transtornou as jovens vida das duas. E Malala também viu a morte de perto, quando um militante talibã disparou com um revólver contra seu crânio e seu ventre quando ela se dirigia para a escola.
Apesar das semelhanças dos fatos a imprensa internacional fez com que o caso de Malala corresse por todo o mundo. A menina vítima do extremista talibã se assentou em palácios, mesas presidenciais, vários organismos internacionais, programas televisivos, congressos, conferências e banquetes. Teve sua imagem de heroína explorada, manipulada, a história de Nabila, por outro lado recebeu algumas publicações. Seu nome jaz no esquecimento, para esse fato nada de rasgar sedas e indicações para Prêmio Nobel. Também não apareceram nenhum título de cidadania, contratos para escrever livros. Nem tão pouco existe uma circulação sistemática de suas fotos pelos sites de jornais e redes sociais. A viagem de Nabila pela mídia apenas se deu de forma indireta através de algumas reportagens.
Vejam a diferença, quando a arma do crime é um revólver disparado por um homem oriental pertencente a um grupo fundamentalista islâmico, existe um superdimensionamento inclusive nas ações dirigidas em favor da vítima. Pelo contrário quando as armas de morte são drones, comandados por um Estado imperialista, de predominância cristã e ocidental, então as noções de justiça e indignação são cuidadosamente ponderadas nas mais diversas esferas da opinião popular.
Por incrível que pareça os atos violentos acometidos contra as meninas paquistanesas, Nabila e Malala ocorreram apenas com 03 (três) dias de diferença. No entanto o destino dessas duas muçulmanas tomaram rumos totalmente diferentes.
Malala foi viver no Canadá, continuará longe dos seus agressores e onde aparentemente estará em segurança. Nabila voltará ao Paquistão, também longe dos seus agressores.
Estima-se que desde o começo do mandato do Presidente Baraka Obama, cerca de 200 crianças morreram no Paquistão, e muito mais no Yêmen em consequência de ataques com drones.
A sede de justiça e de paz pelas duas meninas são indiscutíveis e preocupantes, disso não há dúvidas, mas as suas histórias demonstram os preconceitos contra as comunidades muçulmanas e os pesos e medidas diferentes no julgamento de fatos semelhantes e que levam as vítimas às mesmas condições (morte, traumas, desesperança, etc).
Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Barketuh!
Fonte: Periódico El Nuevo Dia/ Por: Juan F. Caraballo-Resto - Versão Portuguesa Yiossuf Adamgy Diretor da Al Furkan- Portugal.
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