Divergem as explicações para explicar o esmagamento: erro cometido pelos peregrinos ao evitar seguir as indicações? ou bloqueio produzido pela escolta do príncipe Mohammad bin Salman Al Saud? - 09/2015 -
Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
De acordo com um comunicado da Arábia Direção de Defesa Civil, o esmagamento aconteceu às 09:00, hora de Meca (06:00 GMT) no cruzamento entre a rua 204 e 223 quando os peregrinos se dirigiam à ponte Jamarat. O Ministério do Interior saudita disse que o esmagamento se desencadeou quando dois grandes grupos de peregrinos cruzavam de diferentes direções na mesma rua.
No entanto, várias testemunhas afirmam que o encerramento da rua 206 foi a razão principal por detrás do esmagamento.
O meio de comunicação com sede no Líbano, Ad-Diyar, afirmou num relatório que a coluna escoltando o príncipe Mohammad bin Salman Al-Saud, que consistia em 200 militares e 150 polícias, teve um papel central na situação.
O relatório disse que a presença do príncipe no meio dos peregrinos provocou uma mudança na direção do movimento dos peregrinos e o esmagamento. O relatório afirma para além disso que o príncipe Mohammad e o seu enorme séquito abandonaram rapidamente a cena, um fato que as autoridades sauditas tratam de silenciar impondo um bloqueio informativo sobre a presença de Mohammad na zona.
Mohammed Jafari, assessor do operador turístico das Viagens Hajj e a Umrah no Reino Unido, afirmou: «A razão principal deste acidente foi que o filho do rei e a sua corte estavam recebendo dignatários incluindo o ministro da Defesa e os membros do Conselho de Cooperação do Golfo. Por esta razão, fecharam duas das entradas onde tem lugar o ritual denominado 'lapidação do diabo' e como consequência os peregrinos não foram capazes de continuar a sua trajetória, o que criou dois importantes engarrafamentos. É por isso culpa do governo saudita, porque cada vez que um príncipe chega, fecham os caminhos e não pensam que possa suceder uma catástrofe. Khalid A. Al-Falih culpa Deus. Em cada desastre, os sauditas dizem que é a vontade de Deus. Não é a vontade de Deus, é a incompetência do homem. Se há uma corrente de gente que entra e se se corta essa corrente, e a população se acumula, com o tempo vai acontecer um acidente».
Jafari também acusou o governo saudita de fazer declarações racistas já que sugere que o esmagamento foi causado pelos peregrinos africanos. Por outro lado, The Daily Telegraph [http://www.-legraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/saudiarabia/11890212 /Mecca-stampede-Witnesses-blame-Saudi-officials-for-hajj-horror-and-describe-seeing-dead-bodies.html] culpou as autoridades sauditas pelo desastre.
Numa conferência de imprensa celebrada no dia do incidente, o porta-voz do Ministério do Interior Mansour al-Turki tratou de abordar a maioria dos temas relacionados com o incidente. Disse que uma investigação estava em curso, que as causas exatas de superlotação que levaram à debandada mortal na rua 204 estão ainda por determinar. Explicou que "a rua número 204 é um caminho que vai desde os campos de Mina à Jamarat Bridge. O que se passou foi que a um grupo de peregrinos nos autocarros foi permitido descer às vias que conduzem à ponte Jamarat num momento que não lhes foi atribuído", afirma o correspondente de Al Arabiya News Channel em Mina, disse Saad Al-Matrafi. "À medida que se aproximavam da zona, reuniram-se com um grupo já existente de pessoas que já se encontravam na zona, o que provocou que na zona houvesse mais pessoas que o permitido". O porta-voz também assinalou que a maioria das escoltas diplomáticas têm lugar no sul de Mina e nos túneis subterrâneos, enquanto o incidente teve lugar no norte. Acrescentou que as notícias sobre o incidente devem ser procuradas a partir de fontes oficiais, assinalando que mais polêmicas notícias sobre o desafortunado incidente provêm de fontes em conflito com o Governo saudita. O jornal internacional árabe com sede em Londres Asharq Al-Awsat, que se caracteriza pelo seu apoio ao governo da Arábia Saudita, informou que segundo um funcionário que pediu o anonimato o acidente produziu- se depois de um grupo de cerca de 300 peregrinos iranianos não ter seguido as ordens que lhes pediam para esperar antes de deixar Jamarat.
As baixas A Direção de Defesa Civil da Arábia Saudita declarou que as vítimas eram de várias nacionalidades. A agência de notícias estatal iraniana IRNA anunciou a morte de 131 peregrinos iranianos na debandada. Também se crê que um grande número de nigerianos, peregrinos de Chade e Senegal se encontram entre os mortos.
A Direção de Defesa Civil da Arábia Saudita anunciou a deslocação de 4.000 efetivos para o lugar da debandada junto às 220 unidades de resposta de emergência. Os peregrinos foram redirigidos imediatamente para longe do sítio de debandada. O Crescente Vermelho da Arábia Saudita também se mobilizou e os feridos estão a ser tratados em quatro hospitais.
Incidentes durante o Hajj Setembro de 2015: Pelo menos 717 mortos e centenas de feridos em esmagamento às portas de Meca.
Janeiro de 2006: 364 peregrinos foram mortos numa debandada à entrada de uma ponte que levava ao sítio de Mina, às portas de Meca. Fevereiro de 2004: 251 peregrinos foram pisados até à morte durante um ritual.
Fevereiro de 2003: 14 peregrinos muçulmanos morreram esmagados ao realizar o ritual de apedrejamento.
Março de 2001: 35 peregrinos mortos em tumulto.
Abril 1998: Cerca de 180 peregrinos foram pisados até a morte quando o pânico começou depois de vários terem caído de um viaduto em al-Jamarat.
Abril 1997: 343 peregrinos foram mortos e 1.500 feridos num incêndio numa barraca no acampamento superlotado de Mina. Em consequência, as tendas agora são à prova de fogo e cilindros de gás de cozinha são proibidos.
Maio de 1994: Cerca de 270 foram mortos num tumulto.
Junho 1990: 1.426 mortos num tumulto dentro de um túnel pedestre que se dirige para fora de Meca em direção à Mina e às planícies de Arafat.
Julho 1989: Duas bombas explodiram, matando um e ferindo mais de uma dúzia de outros. A Arábia Saudita posteriormente condenou 16 kuwaitianos muçulmanos xiitas de colocar as bombas, e decapitou-os em público.
Julho 1987: Mais de 400 mortos durante confrontos entre as forças de segurança sauditas e manifestantes iranianos em Meca.
Dezembro 1975: Um incêndio num acampamento de tendas em Mina matou cerca de 200 pessoas. O fogo teria sido iniciado pela explosão de um tanque de gás.
Assalamu aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu.
Fonte: Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/2015_Mina_stampede - Versão portuguesa: Yiossuf Adamgy
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