sexta-feira, dezembro 19, 2014

Jesus (paz esteja com ele): A sua Mensagem e a sua próxima vinda. O anúncio de Muhammad (paz esteja com ele). O Anticristo.

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

Jesus (p.e.c.e.), nomeado no Alcorão como Issa ibn Maryam, Issa filho de Maryam, o Messias, a Palavra de Deus e o Seu Espírito.

A apresentação de Jesus (a.s.), o Verbo encarnado de Deus, um tanto diferente no Sagrado Alcorão, não é um desejo de confronto com os nossos irmãos cristãos; mas uma forma de clarificar o que o Islão diz a esse respeito, apesar das diferenças.

Segundo o Sagrado Alcorão — última Escritura Divina — Deus concedeu a Jesus milagres que apoiavam a veracidade da sua pregação. E curava os enfermos graves, leprosos e paralíticos, com o poder que provinha de Deus e, inclusivamente, ressuscitava mortos; pediu que descesse do Céu uma mesa servida para ele e para os seus discípulos, para convencer os cépticos. Falou no berço defendendo a sua mãe Maria das acusações falsas de infidelidade; e predicou o Evangelho (Palavras de Deus, através de Jesus). Mas apesar desses prodígios não acreditavam nele. Alguns divinizavam-no pelo seu nascimento sem pai e esqueciam-se do nascimento de Adão, sem mãe nem pai, que Deus criou dizendo: “Sê”, e foi; e da criação de Eva, que nasceu, também, sem mãe nem pai…

Aceitar Issa (a.s.) – Jesus – é uma parte importante da fé Islâmica. A fé nele é indispensável. Quem não o aceita como mensageiro de Deus, não pode aceitar Muhammad (s.a.w.), e quem crê verdadeiramente nele não pode deixar de crer em Muhammad.

E Jesus (p.e.c.e.) anunciou que Muhammad (p.e.c.e.) viria depois dele: 

«E de quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó Filhos de Israel! Na verdade, sou o mensageiro de Deus, enviado a vós(1), corroborante(2) de tudo quanto a Tora antecipou no tocante às predições, e alvissa-reiro de um mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad».(3) - (Alcorão, 61:6).

“Se me amais, observareis os meus mandamentos. Eu regressarei ao Pai e ele dar-vos-á outro conso-lador”. - (Bíblia, João 14,15-16).

Esta palavra tem nomes diferentes em distintas Bíblias, (Espírito da Verdade, Defensor, Advogado, Consolador, Confortador, etc. Mas na versão Grega era Parakleitos, cuja tradução para o árabe é Ahmad ou Muhammad.

Mais adiante disse: “O que não me ama, não guarda os meus ensinamentos; e a doutrina que escutais não é minha, mas de quem me enviou. Tenho-vos dito estas coisas estando convosco, mas o Parakleitos, que o “Pai” enviará em meu nome, ele ensinar-vos-á tudo e recordar-vos-á tudo quanto vos tenho dito”. - (Bíblia, João 14, 24-26).

Definitivamente esse Enviado é Muhammad (p.e.c.e.) e é fácil dar-se conta da semelhança da Mensagem do Alcorão, com a Mensagem original de Jesus (p.e.c.e.), isto é com o Cristianismo primitivo. Esta semelhança é inclusivamente maior que com o cristianismo atual, que segue mais os ensinamentos de Paulo, que de Jesus. 

No Islão, recorda-se repetidamente Jesus e a sua Santa Mãe, Maria. Encontramos no Sagrado Alcorão, uma Sura exclusiva dedicada a Maria, e que leva o seu nome, onde se relata o nascimento de Jesus (p.e.c.e.). Encontramos também a Terceira Sura do Livro Sagrado que leva o nome de “A Família de ‘Imrán” (Joaquim) que era o pai da Virgem Maria. A Quinta Sura denomina-se “A Mesa Servida”, na qual se relata a descida da ceia dos céus para Issa (Jesus) e seus companheiros. Deus nomeia no Sagrado Alcorão vinte e cinco vezes Jesus; e a Maria, trinta e quatro vezes. A fé dos muçulmanos em Jesus (p.e.c.e.) é a mesma que nele tinham os discípulos.

Os evangelhos antigos calcula-se que foram mais de trezentos, entre eles o de Barnabé e o de Tomás, dos quais se encontram algumas cópias em importantes Museus europeus; vários desses Evangelhos declaram que Jesus não é Deus, nem Seu filho de natureza divina, mas somente o Verbo encarnado de Deus, criado por Deus de uma maneira diferente.

Quanto ao sentido do termo "espírito de Deus", significa que quando foi concebido na sua mãe pela palavra divina “kun” (sê) infundiu-lhe com esta palavra o seu espírito humano por intervenção direta. 

As autoridades romanas que governavam Jerusalém viram em Jesus um perigo que ameaçava o seu despotismo e idolatria. Os sacerdotes do Tempo, também confabularam. Os romanos ordenaram que fosse crucificado, mas segundo o Alcorão, Jesus (p.e.c.e.) foi salvo e ascendeu aos céus por graça de Deus, e a sua crucificação não foi realizada.

Existem numerosos Ahadith do Profeta Muhammad (p.e.c.e) que confirmam a veracidade do retorno de Jesus à Terra, nos últimos tempos, para predicar o Tawhid (a Unicidade de Deus) e administrar a justiça. Disse, por exemplo, o Profeta (s.a.w.): “Quando Deus enviar Jesus, filho de Maria, este descenderá junto a um minarete branco a este de Damasco, com duas capas amarelas, apoiadas as suas mãos sobre as asas de dois Anjos". Também disse: “Eu sou o mais próximo de Jesus, filho de Maria, pois não existiu Profeta entre ele e eu. Ele descenderá fisicamente e ao vê-lo reconhecê-lo-eis: é homem de tamanho médio, e rosado”.

Jesus (p.e.c.e.) elevou-se com corpo e alma, com seres de luz (Anjos) e voltará fisicamente à Terra, tal como se elevou. A não morte de Jesus na Cruz não diminui em nada a sua grandeza nem a Omnipotência de Deus. Para o Islão não é necessária a sua morte porque não aceitamos que com ela limpou os nossos pecados. Nós continuamos a ser responsáveis pelos nossos atos; e a aceitação de Jesus e da sua Mensagem é o ensinamento e o caminho para chegar ao céu, cumprindo com os seus mandatos; não é uma salvação automática com unicamente crer nele, pois isso é extremamente prazenteiro e fácil ao extremo, mas contradiz o princípio Alcorânico e inclusivamente o mandato Bíblico: que a fé sem obras, não vale nada.

Jesus é grande, mas Deus é todavia Maior. Jesus reconhece-o ao dizer, Elohi Akbar, que significa: Que Deus é o Maior e que em árabe os muçulmanos dizem Allahu Akbar e que foi traduzido pelos gregos, como “Meu Pai é maior que eu”. (João 14: 28).

O Anticristo

Finalmente é bom clarificar, que quando Jesus (p.e.-c.e.) descer, estará a reinar o Anticristo, que gozará de poder, bons carros, relógios de ouro, joias, diamantes e prosperidade e que dirá que é Jesus Cristo e por conseguinte Deus e fará milagres e pedirá que o adorem. O verdadeiro Jesus (p.e.c.e.) descerá no Médio Oriente, da mesma forma como se foi e será humilde e dirá que tão só é um enviado de Deus, Seu Servo e Mensageiro.

Se se ensina que Deus ama o ouro, o dinheiro e a prosperidade, a quem seguireis? 

Se a fortuna é exibida e usada pelos dirigentes, a quem vos parecereis? Ao Cristo do burro ou ao “Cristo” de relógio de ouro e bens em abundância? 

Ao que diz que é Deus e ostenta riquezas? Ou ao humilde, que virá como se foi? 

Ao ostentoso que dirá que é Deus e pedirá que se o adore? Ou ao humilde que dirá a Deus que “não se faça a minha vontade mas a Tua” e que não pedirá que se o adore, mas que se adore o Altíssimo, com a mesma Oração, que Ele nos ensinou antes?

Deus nosso que estás nos céus / Santificado seja o Teu nome/ Venha a nós o Teu reino/ faça-se Senhor a Tua vontade/ assim na Terra/ como nos Céus./ O pão nosso de cada dia/ nos dai hoje/ e perdoa as nossas ofensas/ Como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido/ e não nos deixais cair em tentação/ mas livrai-nos de todo o mal./ Ámen”.

Os muçulmanos seguirão o humilde. O enviado de Deus. O Messias, Jesus, filho de Maria, a paz de Deus esteja com ele e com a sua mãe.

No Capítulo 2, versículo 4 do Alcorão estabelece-se que os muçulmanos devem crer, não só no Alcorão (a Revelação proveniente de Deus, dada ao Profeta Muhammad (s.a.w.), mas também nas Revelações anteriores. Dessa forma, a Tora de Moisés, os Salmos de David e o Evangelho de Cristo, são entre outras, também Revelações provenientes de Deus, nas quais, nós muçulmanos devemos crer. Isto é assim, uma demostração de amplitude e ecumenismo espetacular.

O capítulo 3:84 do Sagrado Alcorão, também, do mesmo modo explica: “Dize: Cremos em Allah e no que foi revelado, e o que foi revelado a Abraão e a Ismael, e a Isaac e a Jacob e às Tribos; e aquilo que foi dado a Moisés e Jesus e aos Profetas do teu Senhor; não fazemos distinção entre nenhum deles e só a Deus nos submetemos”.

Lemos também no Sagrado Alcorão: «Ó adeptos do Livro! (Cristãos e Judeus). Vinde, para chegarmos a um termo comum, entre nós e vós: Comprometamo-nos, formalmente, a não adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros por senhores, em vez de Deus”». – (3:64).

Possivelmente é este o chamamento mais antigo que pode encontrar-se, num Texto Sagrado, ao diálogo inter-religioso. Um chamamento a pôr-se de acordo para evitar disputas e conflitos e para unir forças na crença num mesmo e ÚNICO Deus.

Há dirigentes religiosos, de religiões cristãs não católicas, que recusam o ecumenismo e buscam o confronto, atacando descaradamente outras doutrinas. Pedimos ao único Deus de tudo, de todos e de todas, que os perdoe e ilumine e os afaste do erro.

O Sagrado Alcorão — a Última Escritura Divina — cujo texto original em língua árabe, tal como foi revelado ao longo dos 23 anos pelo Arcanjo Gabriel ao Profeta Muhammad (paz esteja com ele), foi memorizado e escrito pelos seus companheiros e seguidores, é um chamamento contínuo à unidade dos crentes: Innamál mumínuna íkhwa. “Certamente, os crentes são irmãos”. 

“Na verdade, aqueles que creem, e os judeus, e os cristãos, e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se entristecerão.” – (Alcorão, 2:62). 

Há que clarificar que os milhões de cristãos de língua árabe não conhecem outra palavra para nomear a Deus, senão “Allah”! Allah não é assim o Deus dos muçulmanos. É Ele mesmo o único Deus de todos e todas e é um termo semita usado em árabe e também (com algumas diferenças fonéticas vocálicas) em hebreu e aramaico, para indicar o nome do Uno e Único Deus.

Fora disso, o Islão não oferece a salvação automática só por crer; já que a fé sem obras não vale nada. No entanto, oferece um caminho real e autêntico para atuar corretamente, com um prêmio real para esta vida e para o Além. Dessa forma a oferta é sincera e cheia de verdade.

De que serve oferecer algo que encha de prazer e alegria mundana, para logo nos darmos conta – quando for demasiado tarde – que eram falsas esperanças? Vemo-lo nas grandes ofertas de ganancias econômicas inesperadas. Muita gente prefere-as às oportunidades razoáveis; para dar conta a posteriori, que foram enganados. Ao menos nesta vida algo se pode fazer; mas na Outra, se nos equivocamos, estaremos perdidos.

Este (Alcorão) não é mais do que uma Mensagem para o Universo. E, certamente, logo tereis conhe-cimento da sua veracidade.” (Alcorão, 38: 87-88).

Walaikum as-Salam wa Rahmatullahi, wa Barakatuhu. “E que a Paz de Deus, a sua Misericórdia e as suas Bênçãos se derramem sobre toda a Humanidade” Ámen.

(1) - A missão de Jesus era para o seu próprio povo, os judeus. Ver Mateus 10:5-6 e Mateus 15:24. "Não fui enviado, senão às ovelhas desgarradas da Casa de Israel". Ver também Mateus 15:26: "Não é dado tomar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos".

(2) - Comparar com Mateus 5:17: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cum-prir."

(3) - "Ahmad" ou "Muhammad", o louvado, é quase a tradução da palavra grega Paracleto. No Evangelho de João 14:16, 15:26 e 16:7, a palavra "Consolador", na versão portuguesa, refere-se a Paracleto, que significa "Intercessor", "alguém chamado em auxílio de outro, um amigo generoso"; é melhor do que "Consolador". Os nossos doutos afirmam que Paracleto é uma corruptela de Periclytos, e que no dito original de Jesus havia uma profecia sobre um Profeta, chamado Ahmad. Mesmo se lermos Paraclete, isto poderia ser aplicado ao Profeta Muhammad, que foi "uma misericórdia para a humanidade" (Alcorão, 21:107).▀


Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 18/12/2014.

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