Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK.
Muito depois da morte dos Profetas Ibrahim e Ismail (Aleihi Salam) e antes da profecia de Muhammad (Salalhu Aleihi Wassalam), os Árabes e outros povos da região, adoravam ídolos, combatiam-se entre si e praticavam barbaridades, como por exemplo, o de enterrarem vivas as suas próprias filhas. Muitos deles eram pessoas desprovidas de sentimentos e as guerras entre as diversas tribos, prolongavam-se por longos anos. Quando se sentiam cansados dos combates, faziam tréguas, mas sempre aguardando uma nova oportunidade para voltarem à guerra. Muitas vezes os animais serviam de pretexto, pois bastava que um deles fosse beber numa fonte alheia, para despoletar uma nova batalha. Entre outros pecados os mais graves que praticavam eram:
1) cometiam o shirk, associando os ídolos a Deus;
2) o adultério era frequente entre eles; e
3) matavam os seus próprios filhos, com receio de os sustentar.
Os Árabes de Maka, tinham o privilégio de ter a Caaba, que era visitada pelos peregrinos que tinham das aldeias vizinhas e também de outras localidades distantes. Os chefes coraixitas eram responsáveis pela segurança do local e providenciam água para os visitantes, muito escassa na altura. Antes de se reverterem ao monoteísmo, os Árabes adoravam diversos ídolos talhados em diversas matérias. A pureza da Caaba construída para adoração do Deus único, estava manchada com ídolos, que foram colocados ao longo dos séculos que passaram depois da reconstrução efectuada pelos Profetas Ibrahim e seu filho Ismail (Aleihi Salam). Os Árabes da altura sabiam que o Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) só adorou o Deus Único e que os costumes religiosos e os rituais da peregrinação à Caaba, faziam parte do seu legado. Os peregrinos quando chegavam a Maka, despiam as suas roupas porque as consideravam impuras e depois circundavam a Casa de Deus. Esta nudez foi depois proibida pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), que instituiu o Ehram, duas peças de pano sem costuras, lembrando o dia do nosso nascimento e do nosso funeral, em que os crentes são embrulhados com simples tecidos brancos.
No entanto, apesar de serem idólatras, tinham em mente o conceito de Deus, criador de todas as coisas. Quando os ídolos não respondiam os seus anseios, retiravam as ofertas e falavam grosseiramente para eles! Quando se encontram em sérias dificuldades e porque os ídolos não lhes podiam socorrer, recorriam ao Criador. Quando lhes era perguntado quem criou a terra, os céus e tudo que existe no mundo, respondiam de que foi Deus. Nos seus corações, eles compreendiam o valor da verdadeira adoração a Deus, mas essa compreensão era coberta por uma cortina espessa de ignorância e pelos antigos costumes que passavam de pais para filhos. Mas então como conviviam com esta dualidade de critérios? Recordemos algumas passagens:
Abdul Muttalib, que viria a ser o avô do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), era o chefe dos coraixitas e da Caaba, quando se deu o incidente conhecido como “o ano dos elefantes”, que vem referido num breve capítulo do Cur’ane – Surat Al Fil – 105. Abraha, um governador do Yémen, que fazia parte do reino de Negus da Abissínia, estava insatisfeito por ver os Árabes continuarem a considerar a Caaba em Maka, como seu santuário desde o tempo do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e por serem donos e senhores do comércio da zona. Reuniu um grande exército com a finalidade de destruir a Caaba. Antes de entrar em Maka, enviou um pequeno exército de reconhecimento que roubou alguns pertences dos residentes, entre eles, 200 camelos de Abdul Muttalib. Os coraixitas reuniram-se sob a chefia de Abdul Muttalib e chegaram a conclusão de que não tinham capacidade para se defenderem de um exército tão poderoso e esquecendo os seus ídolos, dirigiram as suas preces ao Deus Único. Na presença de Abraha, Abdul Muttalib exigiu a devolução dos seus 200 camelos. Zangado, Abraha disse-lhe que pensava que estava na presença de um verdadeiro líder e que em vez de se preocupar com os seus animais, devia é preocupar-se com a defesa da Caaba. Respondeu Abdul Muttalib de que ele era o dono dos camelos e portanto responsável por cuidar deles, pelo que os mesmos lhe devem ser devolvidos. E quanto à Caaba, tem o seu próprio Dono, e Deus a irá defender. E assim aconteceu, Deus enviou um bando de pássaros, carregando cada um deles, 3 pedrinhas, que foram lançadas sobre o exército invasor. As pedrinhas causaram inúmeras baixas e a debandada dos sobreviventes. (Ver a passagem completa nas minhas mensagens de 23 e 30/09/2010. Os coraixitas para salvar a Caaba, não invocaram os seus ídolos, mas sim a Deus.
Mais exemplos. Um Árabe que queria vingar a morte do seu pai, dirigiu-se ao templo do seu ídolo zul-khalasah, pedindo orientações para a vingança. O presságio que recebeu, é de que devia abandonar a sua intenção. Furioso, retirou as ofertas que tinha deixado e replicou violentamente com o ídolo, dizendo-lhe que se estivesse no lugar dele, com um pai assassinado, não diria uma coisa dessas. Outro Árabe, levou os seus camelos ao ídolo que tinha acabado de ser manchado de sangue dos sacrifícios. Os camelos ao verem o sangue, apavoraram-se e saíram correndo em todas as direcções. O dono, ao ver esta debandada, ficou furioso e começou a destruir o ídolo, atirando pedras e replicando: “Por Deus, eu tinha vindo para pedir bênçãos para os meus camelos e tu me privaste deles todos”. Os dois ídolos que foram colocados nos montes Safa e Marwa, contam eles de que eram seres humanos, um homem e uma mulher, que teriam cometido adultério dentro da Caaba e por isso Deus os castigou transformando-os em pedra.
Na época do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele), os seus pais, familiares e todos os da localidade, eram idólatras e também seguiam e adoravam astros. Ainda pequeno, Deus iluminou Ibrahim (Que a Paz de Deus esteja com ele) e guio-o para o caminho do monoteísmo. No Cur’ane, é referido o diálogo entre o Profeta Ibrahim (Aleih Salam) e o pai, que adorava os ídolos por ele esculpidos: “Pai, porque adoras aquilo que não ouve nem vê e em nada te pode beneficiar? Pai, foi-me revelado algo de sabedoria que tu não recebeste. Segue-me pois, vou conduzir-te para o caminho recto.” 19:42,43.
Ele insistiu também com todos os outros, referindo que os ídolos nunca irão responder aos seus anseios, pelo que deviam voltar-se para o monoteísmo. Mas as advertências não surtiram efeito. O povo convidou Ibrahim (Aleihi Salam) para participar nas festividades religiosas que iam ter lugar fora da localidade, onde iam participar todos, o povo, o rei, os religiosos e os astrólogos. Ele arranjou um pretexto para não ir e aproveitou a ausência deles para com um machado destruir todos os ídolos, com excepção do maior, junto do qual deixou ficar o machado. Quando regressaram, ficaram furiosos com a destruição, tendo chegado à conclusão de que o ídolo não tinha qualquer poder e só poderia ser um o responsável – Ibrahim (Aleihi Salam), o único que ficara na localidade. Foi então chamado na presença deles para ser julgado, começando com a pergunta óbvia se foi ele o causador da destruição. O que respondeu de que tinha sido o grande ídolo e deviam perguntar a ele. A resposta pronta dos líderes foi de que todos sabem que os ídolos não falam e que não faz sentido, dirigir-lhe qualquer pergunta. Então irónico, Ibrahim (Aleihi Salam) perguntou-lhes se sabiam que os ídolos não têm quaisquer poderes, porque teimavam em adorá-los? Foi assim considerado inimigo para ser julgado e punido.
Façam o favor de ter um bom dia de Juma
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
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