Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK
As palavras são como balas, depois de disparadas, podem provocar sérios danos. “Bem aventurado aquele que vigia a sua língua, cuja casa basta às suas necessidades e que chora os seus pecados”. Issa (Aleihi Salam), Jesus (que a Paz de Deus esteja com ele). Abdallah ibn al-Mubarak – kitab al-Zuhud wa al-Raqa’iq.
Uma criança recém-nascida não sobreviria, se fosse deixada ao abandono, sem qualquer contacto humano. O mesmo acontece com qualquer animal irracional. A vida em sociedade, permite-nos beneficiar de todos os conhecimentos que os nossos antepassados nos deixaram. Em sociedade, aprofundamos e aumentamos esses mesmos conhecimentos para as gerações vindouras. Desde pequenos, vivemos protegidos, com os nossos pais e irmãos. Também convivemos com os nossos familiares diretos e indiretos. Mais afastados do círculo familiar, convivemos com os nossos amigos, colegas de escola e de trabalho. Em sociedade, aprendemos a viver e a trocar as experiências. Não vivemos sós. Com os que nos rodeiam, falamos e damos a nossa opinião acerca de diversos assuntos. Muitas vezes queremos impor o nosso ponto de vista e o diálogo azeda-se. Num instante, trocamos palavras duras e inconvenientes. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:“O forte não é aquele que vence os outros na luta corporal, mas im aquele que controla o seu temperamento”. Bukhari e Muslim O falar, é o próprio do ser humano. Necessitamos de comunicar, de dialogar para compreendermos e sermos entendidos. Como tudo na vida, há os que falam pouco e os que falam de mais. As palavras devem ser proferidas com “peso e medida”. Tudo que falamos, jamais terá regresso. Não é possível recuar no tempo, para voltarmos atrás do que dissemos. Quantas relações familiares, de vizinhança e de amizade são cortadas por palavras inconvenientes, por longos períodos ou definitivamente? “…
Não vos repudieis mutuamente, nem voltei as costas uns aos outros…. Não é lícito a nenhum muçulmano repudiar seu irmão por mais de três dias”. Bukhari e Muslim. Quantas vezes desabafamos para nós próprios: “Se eu soubesse…. não teria falado assim”. Saberemos assumir a culpa e ganharmos coragem para dizermos a palavra mágica “desculpa-me”?
Quando somos confrontados com palavras duras e ofensivas, antes de respondermos, devemos “respirar fundo” e ter em atenção às palavras que vamos proferir em resposta às provocações. Com o fervor da situação, podemos ser piores do que aquele que nos ofendeu. Passamos assim a ser também pecadores, sujeitos a um grande “puxão de orelhas” por parte do nosso Criador, conforme o exemplo referido no seguinte hadice: Nufai Ibn al Hares al Sacafi (Radiyalahu an-hu) referiu: “O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando dois muçulmanos se enfrentam com as espadas, o assassino e o assassinado serão castigados com o fogo”.
Perguntei-lhe: “Ó Mensageiro de Deus, compreendo perfeitamente quanto ao caso do assassino, mas não entendo quanto ao caso do assassinado!”.
Respondeu: “Ora, porque também tinha a firme intenção de matar o seu companheiro!”. Bukhari e Muslim. Sempre que possível, devemos deixar passar uns tempos para respondermos. Não com a intenção de darmos a outra face! São diferentes as palavras proferidas imediatamente à seguir às provocações e as que são ditas depois de alguma ponderação. Assim, as nossas palavras pensadas, poderão constituir um veículo de ensinamento à pessoa que nos ofendeu e ele acabar por reconhecer o erro cometido. Uma língua habituada a falar bem, responderá as provocações com palavras boas. E isto não é difícil para os que têm fé em Deus e que acreditam no dia em que as nossas línguas testemunharão contra ou a nosso favor.
Um bom conselho para nos afastarmos das provocações, foi-nos dado pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) que referiu, “Quando estivermos de jejum e formos provocados, devemos dizer simplesmente “estou de jejum, estou de jejum”.
Nos dias em que não estamos de jejum, as referidas palavras podem servir de inspiração, para nos afastarmos das discussões inúteis, porque as palavras puxam outras palavras. Outro conselho que devemos seguir, é a recomendação do Cur’ane:
“Conserva-te indulgente, recomenda o bem e afasta-te dos ignorantes!” 7:199.
Os muçulmanos têm um código de vida completo: é a Revelação de Deus e a conduta do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Mas infelizmente, acabamos por não cumprir com a exortação do Criador: “Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus…”. Cur’ane 3:110. Estas palavras não constituem um elogio, mas sim uma exortação a todos os muçulmanos para que tenham um comportamento exemplar perante toda a humanidade.
“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
Um bom Dia de Juma, na melhor das companhias, a família.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
04/05/2012
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