Um homem de obras que a sociedade precisa conhecer e homenagear
Os grandes homens com as suas obras não podem caber em mentes pequenas como as nossas.
Pior do que isso, as palavras que usamos para retratar a realidade sobre eles, retiradas da mente, são ou se tornam limitadas para descreve-los.
Na obrigação de nos fazer transmissores de parte do carácter e feitos do grande homem que foi o Eminente Sheikh Camilodine Badrú. Somos confortados com esta dura realidade - nossa incapacidade de encontrar termos apropriados e suficientes para fazer chegar a verdade sobre ele.
Filho da bela pérola do indico e natural da província de Inhambane. O Sheikh Camilodine badrú conclui os seus estudos primários em 1977 na então escola Primaria Paiva manso (actualmente Alto maé). Curso de mecânica Auto na escola Industrial 1º de Maio em 1982 e o seu Instituto em 1985. O Sheikh prosseguiu com o estudo da Mecânica na faculdade de Engenharia na Universidade Eduardo Mondlane, de 1986, vindo a abandonar em 1988 rumo a Arabia Saudita onde faz o curso de sharia (traduzido por Direito Islâmico) na universidade de Madina, cidade do mesmo nome, concluindo em 1994. Em 1999 recebe o diploma Geral de estudos Islâmicos com o Instituto Superior de líderes e Pregadores na cidade de meca (BADRU, 2010).
Após conclusão dos seus estudos, o Sheikh Camilodine dedicou todo seu esforço na divulgação do Isslam, traduzindo obras das ciências Islâmicas do árabe para Português (destacando "O Equilíbrio na Crença" de Dr. Muhammad AL-Zuheil), escrevendo artigos para o jornal islâmico AL-Falah, leccionando a língua árabe e outras disciplinas do Isslam, palestrando e dirigindo diversas actividades de benefício da comunidade pelo Pais.
De tudo o que fez na sua vida, a academia dominava as suas paixões. Como diz o Sheikh Muhammad Cassimo Givá " O Sheikh era um investigador incansável, que pautava pela procura da verdade. Suas obras tinham marcosclaro de neutralidade científica ao abordar questões de controvérsia. Na introdução da tradução do livro " O equilíbrio na Crença" (2003) o Sheikh Camilodine escreve " se por ventura encontrar algo que contraria o texto original, saiba que isso provem do satanás e de mim [porque] sou fraco por natureza e aminha alma e propensa ao mal, se por ventura achar que a tradução esta confirmada com o texto original saiba que isso provem de Allah o meu criador e de toda a humanidade [porque] Ele concede sua dádiva aquém Ele quiser". A sua paixão pela academia atribui-lhe o dote de eloquência na escrita. "Quando jovens, estudantes da Universidade…em Madina, muitas vezes recorremos a ele para pedir que nos escrevesse frases bonitas a usar em correspondências… ele era [na verdade] o nosso auxiliar na memória das nossas correspondências" conta o Sheikh Giva. "Escrevia numa linguagem directa, simples e portanto compreensível para a maioria dos que tivessem acesso aos seus escritos." Acrescenta o Sheikh Abdul Carimo Nordine Sal.
Enfrentou muitas dificuldades quer na família, no emprego e no circulo social, mas nunca desistiu de manter a sua personalidade. "Foi uma pessoa simples e de fácil acesso sempre que precisássemos, apesar de ser dominado por um carácter solitário… não se metia onde não fosse chamado, o que pode provar, mais uma vez o seu amor por algo diferente [a literatura neste caso].Homem de conversas
serias e que dedicava pouco tempo para conversas banais..[de facto] quando se encontrasse em grupos com conversas banais era bastante normal ele se manter em silêncio". Comenta Sheikh Giva.
" Entregou toda sua juventude ao estudo e ensino do Isslam, tendo sacrificado, nisso a sua carreira [engenharia Mecânica] mesmo em estágio avançado. Homem humilde, exemplo raro que vivia a realidade e não ilusões. O Sheikh, muitas vezes por falta de dinheiro de chapa caminhava distancias para cumprir com os seus compromisso sem remuneração: comenta Sheikh Abdul Carimo.
Em resumo, para além da sua paixão pela academia, o amor pela sua família, entre outos o Sheikh Camilodine se define na "humildade, sinceridade, paciência, firmeza e dedicação" (badrú, 2003).
O Sheikh deixa uma esposa (Antuia) de 31 anos, dois filhos (Shureime e Abdul Wariss) de 6 anos e 11 meses, respectivamente. Em vida o Sheikh mencionou ter obras de sua autoria por se publicar, tendo partilhado rascunhos de algumas destas no círculo dos amigos. Não reunimos, no entanto de dados quantitativos sobre as mesmas.
Em memória e homenagem ao Sheikh:
Joao Arnaldo Vembane
(aluno e amigo)
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