Bismillah!
Não existe maior comando que o exemplo. E para seguirmos nossa religião é preciso que espelhemos no Profeta Mohammad SAAS e seus companheiros. E ai está o exemplo de um grande muslim, que abraçou o islam ainda menino e enfrentou todas as situações possíveis para defender sua fé. Vamos ao texto de autoria do Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha Tradução: Prof. Samir El Hayek. Que Allah lhes deem a devida recompensa nessa e na outra vida. Rabana atna fidunia hassanat ua fil ahrerate a kena a zarba nar
“O Umair b. Saad é suigeneris.” (dito do Ômar b. al Khattab)
O primeiro sabor de vida experimentado por Umair b. Saad proveio duma taça de privações e pobreza. Seu pai morrera não lhe deixando bens, nem ninguém que lhe garantisse o sustento.
Não muito tempo depois, porém, sua mãe se casou, dessa vez com um ricaço da tribo dos Al Aws. Seu nome era Al Julas b. Suwayid, e ele tomou ao Umair, seu novo enteado, sob sua proteção. Com sua bondade, afeição e seu desvelo, Al Julas foi capaz de fazer com que a criança esquecesse que perdera o pai. Umair amava a Al Julas como se este fora seu pai, e Al Julas era mutíssimo apegado ao Umair, como se este fora seu verdadeiro filho.
Conforme Umair começava a amadurecer, o amor que Al Julas nutria por ele ia crescendo. Al Julas notava no Umair uma inteligência inata que afetava tudo quanto o rapaz fazia, bem como uma personalidade infalivelmente honesta e confiável, sendo que tudo isso servia para encarecer o rapaz perante seu padrasto.
Umair b. Saad tornou-se muçulmano quando era ainda muito jovem, pois não tinha ainda completos dez anos de idade, naquele tempo. Seu coração puro e inocente foi um campo fértil para a semente da fé. O Islam tornou-se parte vital da personalidade daquele jovem que nunca perdia uma oportunidade de orar por trás do Mensageiro de Allah (S). O caração da sua mãe se enchia de júbilo toda vez que o via indo para a mesquita ou dela voltando, às vezes com o marido dela, às vezes sozinho.
A vida do rapazinho Umair b. Saad continuava dessa maneira, em paz e contentamento, sem nada para o perturbar ou aborrecer. Então aconteceu que foi da vontade de Allah jujeitar o jovem a um dos testes mais severos possíveis, e testá-lo duma maneira que era raramente requerida de um rapaz tão jovem.
No nono ano da Hégira, o Mensageiro de Allah (S) anunciou sua resolução de sair para Tabuk(Tabuk – uma região na fronteira síria. Uma famosa batalha teve aí lugar entre os muçulmanos e os bizantinos) para encetar batalhas contra os bizantinos. Ordenou ao muçulmanos que se preparassem, bem como aos seus equipamentos, para a expedição.
Nunca fora costume do Profeta (S) informar os muçulmanos da destinação deles, se estavam planejando uma expedição. Fazia-os pressentirem que se estavam dirigindo a uma direção que não era a verdadeira. Todavia, quanto à expedição de Tabuk, ele relatou claramente aonde estavam indo, por causa da grande distância, das dificuldades envolvidas, e da força do inimigo. Ele queria que os muçulmanos se conscientizassem daquilo ao que se estavam comprometendo, para que assim fizessem as preparações adequadas.
Os muçulmanos responderam aos chamados do Profeta (S) com alacridade, e se prepararam. Não se retraíram, muito embora estivessem na metade do verão. O calor ficara intenso, as espigas estavam amadurecendo, as sombras feitas pelas árvores eram convidativas; era a estação em que as pessoas costumeiramente preferiam dar-se ao relaxamente e ao óscio, a exercerem qualquer atividade.
Em meio à preparação, um grupo dos Munaficun(Munaficun – os hipócritas. Munafik é un incrédulo que professa o Islam para que possa causar dano aos muçulmanos, estando do lado de dentro) começou a trabalhar no sentido de fazer com que se enfraquecessem as determinações dos muçulmanos, e se abalassem suas resoluções. Puseram-se a espalhar as sementes da dúvida, e a falar mal do Profeta (S) por trás dele. Nas conversas particulares deles, diziam coisas que nada mais eram do que blasfêmias.
Durante o período, antes que o exército saísse, o jovem Umair b. Saad voltava para sua casa, vindo da mesquita, com a mente cheia de imagens de sacrifícios que eram demostrados pelos muçulmanos. Ele estivera presente, vendo e ouvindo tudo.
Umair viu as mulheres de Muhajirun e dos Ansar irem até ao Mensageiro de Allah (S), despojarem-se das suas jóias e as colocarem perante ele para que as pudesse usar para pagar os equipamentos para o exército que estava para sair para a batalha pela causa de Allah.
Umair viu o Uçman b. Affan (que Allah esteja comprazido com ele) trazer uma sacola com mil dinars em ouro, e apresentá-la ao Profeta (S). Viu também o Abd al Rahman b. Awf trazer duzentas onças de ouro nos seus ombros, e depositar perante o Mensageiro de Allah (S). Viu ainda um homem pondo sua cama à venda para que pudesse comprar uma espada com a qual lutar pela causa de Allah.
Então o Uamir começou a remoer aquelas cenas esplêndidas, admirando-se por que Al Julas estava tão moroso em fazer os preparativos para a macha com o Profeta (S), e por que estava tão hesitante em gastar dinheiro com apetrechos para o exército, a despeito da sua capacidade de assim fazer.
Parecia que o Umair quaria instigar o entusiasmo do Al Julas, e o inspirar com fidalguia, conforme lhe contava uma estória trás outra. Ele prolongou-se numa estória sobre um grupo de crentes que fora ter com o Mensageiro de Allah (S), implorando desesperadamente para que ele os levasse com o exército. O Profeta (S) os mandou embora porque ele não dispunha de cavalos ou camelos para eles montarem. Eles se foram em lágrimas, porquanto não tinham meios para satisfazer suas ambições de irem em jihad , e realizar sua ânsia de morrerem como mártires da fé.
Logo que Al Julas acabou de ouvir o que o Umair havia descrito, disse algo que quase fez com que aquele jovem crédulo perdesse a razão; Al Julas disse:
“Se Mohammad (S) é veraz em ser um profeta, como afirma, então nós somos piores que burros.”
Umair ficou estupefato pelo que ouvira, pois jamais lhe ocorrera que um homem da idade e inteligência de Al Julas pudesse proferir tal blasfêmia. O que Al Julas dissera era nada mais nada menos do que estar desistindo da sua fé e aceitando o ateísmo.
A mente do Umair se pôs a trabalhar tão rápido como um computador ao qual foi apresentado um problema, considerando o que deveria fazer. Sentiu que o silêncio e a ocultação do que ouvira seria uma traição e deslealdade para com o Mensageiro de Allah (S). Ele temia que assim iria causar dano à causa do Islam, num tempo em que os Munaficun estavam também conspirando e tramando contra ele.
Ao mesmo tempo, Umair sentia que a revelação do que Al Julas dissera iria demonstrar ingratidão para com o homem a quem amava como a um pai, e que iria ser o pagamento da bondade com a injúria, depois que Al Julas lhe dera um lar, sustentara-o, e o compensara pela perda do seu pai.
O jovem era forçado a escolher entre duas correntes de ação, em que mesmo a melhor seria contraproducente. A escolha não demorou muito para se produzir, pois ele se voltou para Al Julas e disse:
“Juro por Allah, ó Julas, que jamais amei alguém na terra mais do que a ti, excepto no caso de Mohammad b. Abdullah (S). Tu és aquele que me é mais achegado, e a quem muito devo. Fizeste uma declaração que irá causar um escândalo se eu a repetir. Porém, se eu a ocultar, terei traído a confiança dos crentes, violado minha religião, e mandado minha alma para a perdição. Estou resolvido a ir ter com o Mensageiro de Allah (S) e informá-lo do que disseste; assim, fica tu avisado disso, pois falo sério.”
O jovem Umair b. Saad foi para a mesquita e informou o Profeta (S) sobre o que ouvira do seu padrasto, Al Julas Swayid. O Profeta (S) fez com que Umair ficasse com ele na mesquita, enquanto mandou um dos seus companheiros ir buscar Al Julas. Este logo veio, saudou o Profeta (S) e se sentou na frete dele.
O Profeta (S) lhe perguntou:
“Que dizes sobre a afirmação que o Umair b. Saad diz ter ouvido de ti?” e ele repetiu aquilo.
“Ele mente, ó Mensageiro de Allah”, respondeu Al Julas, “e arquitetou toda a história, pois eu jamais diria tal coisa!”
Os Companheiros se puseram a olhar, primeiro para Al Julas, depois para o seu enteado, Umair, depois de volta para Al Julas, tentando ler-lhes os pensamentos pelas expressões dos seus rostos. Eles se puseram a cochichar entre eles, e um deles, cujo coração não era salutar e honesto, disse:
“Ele é um jovem ingrato que insiste em injuriar quem que lhe mostrou caridade.”
“Não, ele é um rapaz que cresceu em obediência a Allah”, outros disseram. “Seu rosto mostra que ele diz a verdade.”
O Mensageiro de Allah (S) voltou-se para o Umair e viu que o rosto dele havia ficado vermelho, e que as lágrimas lhe escorriam pelas faces, indo cair no seu peito. Umair repetia:
“Ó Allah, faze Teu Profeta (S) saber que digo a verdade!”
Al Julas se adiantou para a frente, e disse:
“Ó Mensageiro de Allah (S), o que eu disse é a verdade e, se quiseres, poderei fazer um juramento perante ti. Juro por Allah que não disse nada do que o Umair está a repetir para ti!”
Al Julas mal tinha terminado o juramento, e todos estavam a olhar para o Umair, quando uma súbita tranquilidade desceu sobre o Mensageiro de Allah (S). Os Companheiros sabiam que ele estava recebendo uma revelação, e pernaceram como estavam, sem se moverem ou fazerem qualquer ruído. Tinham o olhar fixo no Profeta (S), esperando.
Al Julas começou a parecer com medo, e o Umair tornou-se ansiosoe curioso. Todos esperaram desse modo, até que o Profeta (S) se recuperou, e recitou as palavras do Todo-Poderoso Allah: “
Al Julas estava tremendo, espantado, com o que ouvira, e quase não podia falar, por causa da sua consternação. Então ele disse, voltando-se para o Profeta (S):
“Eu me arrependo, ó Mensageiro de Allah (S), eu me arrependo! Umair falou a verdade, e fui eu quem mentiu. Pede a Allah que aceite meu arrependimento, ó Mensageiro de Allah (S), e eu me sacrificarei por ti!”
O Profeta (S) se dirigiu ao Umair b. Saad, e viu as lágrimas de alegria a escorrer-lhe faces abaixo, faces essas que brilhavam com a fé. O Profeta (S) estirou a mão até à orelha do Umair, tocando-a gentilmente, e dizendo:
“Teu ouvido cumpriu a confiança nele depositada, filho, e o Senhor te vingou.”
Al Julas voltou às fileiras dos muçulmanos, e passou a viver fielmente de acordo com o Islam. Os Companheiros testemunharam a reforma dele, e ele continuou a ser bondoso e caritativo para com o Umair. Se alguém falava do Umair, Al Julas dizia:
“Que Allah lhe conceda uma recompensa para o meu bem. Ele me salvou do ateísmo e me libertou do Fogo do Inferno!”
Há ainda cenas brilhantes da vida do Umair b. Saad. Este foi um exemplo de como ele viveu em criança, e há ainda eventos mais formidáveis que aconteceram na sua vida ulterior. Iremos encontrá-lo no próximo capítulo.
Umair b. Saad – Na época de Adulto
“Sempre desejei que tivesse mais pessoas como o Umair b. Saad para me ajudar a gerir os assuntos dos muçulmanos.” Dizer de Ômar b. al Khattab.
Assim acabamos de ver uma cena singular da vida do virtuoso Companheiro Umair b. Saad, na sua infância. Agora iremos ver um brilhante retrato do mesmo Companheiro, como adulto, e ireis ver que o segundo retrato é igual ao primeiro, em termos de virtude e distinção.
Os habitantes da cidade de Homs(Homs – uma cidade na região central da Síria, entre Damasco e Alepo. O túmulo de Khalid b. al Walid está aí localizado) eram famosos por sua insatisfação quanto aos seus governantes, e por apresentarem sempre queixas contra eles. Toda vez que um novo governador era apontado, eles achavam faltas nele, faziam uma lista dos seus pecados, e apresentavam queixa contra ele junto ao califa, pedindo-lhe que o substituísse por outro melhor.
Al Faruk Ômar (que Allah esteja comprazido com ele) estava determinado a enviar um governador no qual eles não poderiam achar faltas, e que não lhes pudesse dar causa para queixas. Igual a um guerreiro examinando suas setas para escolher a mais comprida e forte, ele passou em revista, na sua mente, todos os seus homens, e não achou ninguém mais adequado do que o Umair b. Saad.
Nesse tempo, Umair estava a marchar à cabeça do exército muçulmano, em Al Jazira(Al Jazira – a região oriental da Síria que, naquele tempo, era habitada por tribos pagãs), na Síria, lutando pela causa de Allah, libertando cidade após cidade, arrazando com as fortalezas inimigas, subjugando tribos hostis, e erigindo mesquitas em toda cidade em que botava os pés. A despeito disso, o Comandante da Fé, retirou-o do seu exército, e confiou-lhe o governo de Hims, ordenando-lhe que para lá fosse imediatamente. Umair obedeceu, embora contra a vontade, pois nada havia que ele preferisse mais do que realizar o jihad pela causa de Alalh.
Ao chegar a Hims, ele conclamou o povo a comparecer à oração congregacional. Terminada a oração, Umair ficou de pé e se dirigiu às pessoas. Após dar graças a Allah e Lhe tecer louvores, ele disse:
“Povo meu, o Islam é uma sólida fortaleza com um fortíssimo portal. A fortaleza do Islam é construída com justiça e seu portal é a verdade. Se a fortaleza for arrazada e o seu portal derrubado, então nada haverá que projeja o santuário da religião. O Islam permanecerá inexpugnável enquanto o governante tiver poder. O poderio do governante não depende de ele dar em cima dos indivíduos com um chicote em punho, ou os atacar com uma espada. Outrossim, sua força deve ser gerada por meio de ele ajustar os assuntos deles com justiça, e de assegurar os direitos de todas as pessoas.”
Depois desse curto discurso, ele saiu de lá para assumir suas responsabilidades e pôr em prática os princípios que havia acabado de estabelecer.
Por todo um ano, o Umair b. Saad permaneceu em Hims, sem escrever uma só carta para o Emir dos Crentes, nem tampouco enviar-lhe as taxas destinadas ao tesouro dos muçulmanos. As dúvidas começaram a tomar forma na mente de Ômar, pois ele sempre temeu que os seus governadores pudessem ser levados pelas tentações do poder; ele achava que nenhum deles estava livre dessa tentação, a não ser o abençoado Profeta (S). Ele chamou o seu escriba e lhe disse:
“Escreve para o Umair b. Saad, dizendo a ele: ‘Quando receberes esta carta do Emir dos Crentes, Sai de Hims e vem até mim. Traze contigo o que tens cobrado, em termos de taxas para os muçulmanos.’”
Umair b. Saad recebeu a carta de Ômar (que Allah esteja comprazido com ambos), pegou um saco que continha suas provisões, uma gamela para sua comida, um cântaro com água para sua ablução, e jogou essas coisa sobre o ombro. Levando sua lança na mão, e deixando para trás sua Hims e sua posição de autoridade, pôs-se, a pé, a caminho de Madina.
Quando Umair chegou ao seu destino, havia-se tornado pálido e ficara magro, seu cabelo crescera; estava claro que a viagem requerera muito dele. Quando foi ver o Ômar b. al Khatab, o Emir dos Crentes ficou chocado com o estado em que Umair se encontrava, e perguntou:
“Que há contigo, ó Umair?”
“Não há nada de errado, ó Emir dos Crentes”, respondeu o Umair. “Estou bem e em boa forma, graças a Allah. Tenho todas as coisas de que preciso neste mundo, e tudo está sob controle.”
“E que bens terrenos trouxeste contigo?” perguntou Al Faruk, pensando que o Umair estava portando o dinheiro para o tesouro dos muçulmanos.
“Tenho um saco no qual botei minhas provisões, uma gamela da qual como, e que uso para lavar minha roupa e despejar água sobre mim, no banho, e um cântaro com água para beber e me abluir. Tudo o mais, no mundo, ó Emir dos Crentes, é de menos valor do que estas coisas, sendo sucata supérflua da qual não tenho necessidade, nem tampouco os outros dela também têm”, respondeu Umair.
“Vieste até aqui a pé?” perguntou Ômar.
“Sim, ó Emir dos Crentes.”
“Será que não te forneceram uma montaria, na tua posição de governador?”
“Não, não me deram nenhuma, e eu não lhes pedi uma”, respondeu Umair.
“Onde está o dinheiro que trouxeste para o tesouro?” perguntou Ômar.
“Não trouxe nenhum.”
“Por que não?” perguntou Ômar.
Quando cheguei a Hims, reuni os mais idôneos dos cidadãos, e deleguei-lhes a responsabilidade de cobrarem as taxas. Quando eles conseguiam algo, eu lhes perguntava em que aquilo era mais necessitado, gastava-o no que devia ser gasto, e dava algo dele para as pessoas necessitadas.”
Ao ouvir aquilo, Ômar disse ao seu escriba: “Escreve uma nova autorização para o Umair, como governador de Hims”, achando que estava recompensando o Companheiro por sua confiabilidade.
“Não”, disse o Umair, “pois isso é algo pelo qual não tenho o menor desejo. Doravante não mais trabalharei para ti, ó Emir dos Crentes, nem para ninguém depois de ti.” Ele pediu permissão ao califa para se passar para um vilarejo fora de Madina, onde seus parentes viviam, e lhe foi dada a permissão.
Não muito tempo depois que Umair se passara para o seu vilarejo, o califa quis testar o seu amigo, e se certificar o quão verdadeira era a decisão do rapaz em se dar ao ascetismo. Ele disse para um dos seus amigos de confiança conhecido pelo nome de Háris:
“Vai, ó Háris, até aonde está o Umair, e fica na casa dele como se fosses um viajor que precise de uma pousada. Se vires quaisquer indícios de que ele vive luxuosamente, volta a mim sem nada fazeres. Mas se notares que ele vive na pobreza, dá-lhe estes dinars.” E deu ao Háris uma sacola contendo cem dinars.
Al Háris se pôs a caminhar, até que chegou ao vilarejo do Umair b. Saad; pôs-se a perguntar onde era a casa do rapaz, até que lha foi mostrada. Quando o encontrou, começou por dizer:
“Assalamu alaykum wa rahmatullah (que a paz esteja contigo, bem como a misericórdia de Allah).”
“Wa alaykum al salam wa rahmatullahi wa barakatuh (e que a paz esteja contigo, assim como a misericórdia de Allah e a Sua bênção)”, foi a resposta; depois o Umair perguntou: “De onde vens?”
“De Madina.”
“Como estavam os muçulmanos quando saíste de lá?”
“Ah, eles estão bem”, respondeu Al Háris.
“Como está o Emir dos Crentes?” perguntou Umair.
“Ele está bem e faz o seu trabalho com retidão”, respondeu Al Háris.
“Será que ele faz cumprir todas as leis, mesmo as penalidades pelos crimes?”
“Claro que faz. Ele até fez com que um dos seus próprios filhos fosse chicoteado por um crime que este cometeu, resultando que o filho veio a falecer!”
“Ó Allah, dá ajuda ao Ômar”, orou Umair, “pois sei que ele assim procedeu por amor a Ti!”
Al Háris permaneceu na casa de Umair b. Saad, como convidado, por três dias, e todas as tardes Umair lhe dava uma broa de pão de cevada. No terceiro dia, uma das pessoas do vilarejo disse para o Háris: “Tu tens agastado o Umair e sua esposa; eis que eles nada têm, cada dia, além de uma broa de pão, que ta dão em preferênca a eles mesmos. Eles estão sofrendo com a fome; então, se desejas ficar neste vilarejo, é melhor que fiques na minha casa.”
Naquele ponto, Al Háris apresentou o dinheiro, e tentou entregá-lo ao Umair, que peguntou: “Isto é para quê?”
“O Emir dos Crentes o envia para ti”, respondeu Al Háris.
“Dá o dinheiro de volta a ele; dize-lhe al salamu alaykum por mim, e dize-lhe que o Umair não precisa dele.”
A esposa de Umair estava por perto, e ouviu a conversa entre seu marido e seu convidado; ela exclamou: “Pega-o, ó Umair, pois precisas dele! tu poderás gastá-lo! e se não quiseres fazer isso para nós, poderás gastá-lo com aqueles que precisam dele e o merecem, pois há muitas pessoas pobres por aqui.”
Ao ouvir o que ela dissera, Al Háris deixou o dinheiro na frente do Umair, e foi embora. Umair pegou o dinheiro, dividiu-o em saquinhos, e não foi dormir, naquela noite, sem antes distribuí-los entre os necessitados, especialmente entre os filhos daqueles que haviam sido mortos em jihad.
Al Háris voltou para Madina, e o Ômar b. Al Khattab lhe perguntou: “Então, que viste, ó Háris?”
“Ah, ele vive em extrema pobreza, ó Emir dos Crentes”, respondeu Al Háris.
“Deste-lhe o dinheiro?”
“Sim, ó Emir dos Crentes.”
“Que fez ele com o dinheiro?”,
“Isso eu não sei, mas acho que não irá ficar com um só dirham para si mesmo.”
Então Al Faruk escreveu para o Umair:
“Quando receberes esta minha carta, deverás vir ver-me tão logo acabes de a ler.”
Umair b. Saad dirigiu-se para Madina, e foi ver o Emir dos Crentes. Ômar saudou-o calorosamente e lhe deu as boas-vindas, fazendo com que Umair se sentasse perto dele. Depois perguntou-lhe:
“Que fizeste com o dinheiro, ó Umair?”
“Qual a tua preocupação, ó Emir dos Crentes, uma vez que me deste?”
“Estou determinado a fazer com que me contes o que fizeste com ele!”
“Coloquei-o de lado para mim mesmo, para o meu benefício, para o dia em que nem riqueza nem progênie irão ter qualquer valia”, respondeu o Umair.
Os olhos de Ômar se enchiam de lágrimas, conforme dizia:
“Testifico que és um daqueles que dão preferência a outros, a darem preferência a si mesmos, mesmo que estejam, eles próprios necessitados.” Ômar ordenou que Umair fosse provido com mantimentos equivalentes a uma carga de camelo, e com duas mantas, ao que Umair disse: “Não precisamos de mantimentos, ó Emir dos Crentes; Deixei minha família com dois saa(uma medida de peso equivalente a 2,35 kg) de cevada, e quando estes tiverem acabado, Allah nos irá prover de mais sustento. Quando às mantas, levá-las-ei para minha esposa, pois suas vestes acham-se tão rotas, que mal servem para cobrir-lhe o corpo.”
Pouco depois daquele último encontro entre Al Faruk e o seu amigo Umair, Allah deu ordem para que Umair fosse juntar-se a Após-morte com do seu Profeta Mohammad b. Abdullah (S), que era o seu mais caro amigo. Umair tinha anelado, havia muito tempo, vê-lo de novo; assim passou, calma e confiantemente, deste mundo para o outro, desobstruído das preocupações e possessões terrenas. Partiu, levando consigo sua luz, sua espritualidade, sua religiosidade e seu amor a Allah.
Quando a notícia da morte de Umair chegou a Al Faruk, a tristeza fez com que rosto se desfigurasse. Seu coração ficou transido de pesar, e ele disse: “Sempre desejei ter homens iguais ao Umair b. Saad para me auxiliarem a gerir os assuntos dos muçulmanos!”
Que Allah esteja aprazido com o Umair, e o faça feliz. Foi singular entre todos os homens, pois foi um estudante eminente, educado por não outro que Mohammad b. Abdullah (S).
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)
يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ
......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!
Mohamad ziad -محمد زياد
Os Muçulmanos Amam Jesus!
Você que mora no sul do Brasil visite o site: www.islamboy.com.br
duvidas/ informações: info@islamismo.org
Bismillah!
Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat ANNISSÁ 40:
“Deus não frustrará ninguém, nem mesmo no equivalente ao peso de um átomo; por outra, multiplicará toda a boa ação e concederá de Sua parte, uma magnífica recompensa
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