O Mundo
Um pouco antes da profecia de Mohamad, todos os países,
estavam totalmente degradados, política, religiosa e moralmente. Todos os
aspectos da vida estavam corrompidos e necessitavam de uma reforma geral.
Os séculos seis e sete d.C. foram um período de ditaduras,
perturbações e anarquias. Certas famílias ocupavam o poder das nações cujas
constituições, em vez de estarem baseadas na justiça, assentavam na injustiça,
exploração e corrupção. Os governos eram formados à base de força e a
aniquilação total dos opositores era considerada perfeição política.Quase todo
o mundo estava evolvido nisso, como por exemplo: Pérsia, Império Romano, China,
Índia, etc., cuja consequência natural eram as guerras civis, as anarquia e a
desordem.
Contexto Moral e
Social
Neste aspecto também o mundo estava muito por baixo. A
sociedade, ao dividirem-se em várias etnias, raças, castas, etc., perdeu a sua
força conjunto. As doenças morais fizeram do homem um corpo sem alma; enquanto
um grupo gozava a vida, desfrutando de todo tipo de privilégios, o segundo era
alvo da opressão dos governos, e preso nas correntes da escravatura, forçada a
passar uma vida pior que e de um animal. Enfim, a corrupção, a desorganização e
a opressão estavam espalhadas por todo lado.
O REGIME GOVERNANTE: O grau mais importante da
sociedade humana era a dos componentes do regime; os ricos e os príncipes.
Podia-se depositar alguma confiança nesse nível de pessoas para utilizar a sua
influência e poder, a fim de minimizar os males da sociedade. Mas, infelizmente
eram eles mesmos os autores e cabeças desses males sociais.
Eles é que faziam as leis que lhe conviessem, achavam-se
superiores às leis e só pensavam no luxo pessoal e na vida de burguesia. O sacrifício
não era para eles. Por exemplo, o rei da Pérsia “Cosroés” tinha muitas
mulheres e muitos cavalos de raça pura, ouro jóias e todo o tipo de luxo, difícil
de imaginar. O seu palácio era alguma coisa de extraordinário.
Os impostos eram insuportáveis e geraram a luta de classes;
os privilegiados pensavam que todo bem era seu direito. Para isso faziam leis
para privarem os outros; e, automaticamente, criaram-se classes que ainda hoje
existem em certos países e, no caso particular da Índia, onde até os empregos
já estão definidos. Ninguém podia mudar a sua profissão e para a sua
conveniência até diziam que estas classes foram estabelecidas divinamente. Por
exemplo, na Índia; “os bramanes” podem cometer qualquer tipo de crime, mas eles
nunca podem ser condenados à morte.
Se alguém da classe superior cometer adultério com uma
mulher da classe inferior, isso não é considerado crime; se alguém da classe
baixa bater na da classe superior, devem ser cortados os seus órgãos; se
insultar, deve ser cortado a sua língua. Dizem que algumas pessoas foram
criadas a partir da boca de Deus, que são os “bramanes”, para ser autoridade
religiosa; outros a partir dos braços de Deus, que são os “Wish” para serem
agricultores; outros a partir dos pés de Deus, que são os “Shodar”, que não têm
profissão definida. Estes são os ensinamentos dos hindus que se encontram no
seu livro “Minu Shastar”.
Aspecto Moral
Moralmente estavam muito em baixo; na Pérsia, restrições
nas relações sexuais, havia movimentos que consideravam o casamento proibido,
deixavam as suas próprias filhas e irmãs em casa para relações sexuais, e
achavam que todas as mulheres eram lícitas para o homem.
Bebiam até embriagaram-se ao máximo e depois não distinguiam
a mãe, irmã, filho etc., tendo relações com todas
A Mulher
A mulher não era considerada na sociedade; não a tratava
por igual, era só um objeto de prazer. Uns matavam as filhas; na Arábia
enterravam-nas vivas; noutras partes queimavam viúvas vivas, as mulheres nem
podiam ler livros religiosos. Os homens casavam quando queriam, divorciavam-se
delas quando lhes apetecia e casavam com o número de mulheres que queriam. Na
Grécia fechavam as mulheres em casa; nas igrejas cristãs tomavam as mulheres
como irmãs, isolando-as da vida prática.
Na “Encyclopédia Britânica” existe o estatuto legal da
mulher na civilização romana. “Na lei romana a mulher era completamente
dependente; se casasse, a sua propriedade passava pelo marido; e como escrava, adquirida
só para o seu benefício; a mulher não podia exercer nenhuma função pública ou
civil, não podia adotar nem ser adotada, nem podia fazer testamento ou
contrato”.
Mesmo na lei inglesa a situação da mulher não era nada confortável;
ela era privada dos seus direitos básicos.
Só no ano 1870
a situação começou a melhorar relativamente; até hoje, a
mulher no ocidente, ainda continua a lutar pelos seus direitos. No Islam o caso
já não é assim. O Islam ensina que a origem do homem e da mulher é da mesma
essência, possuem a mesma alma, e que foram equipados com capacidades iguais
para os méritos intelectuais, espirituais e morais, e considera os direitos da
mulher sagrados.
Aspecto Religioso
Antes da profecia do Mohammad (SAAS) as religiões que
existem no mundo em geral eram o Cristianismo, o Judaísmo, o Budismo, o
Hinduísmo, o Magismo, e o Zorostrianismo (adoradores de fogo).
Os persas adoravam o fogo e acreditavam que o mundo estava
sob controle de dois deuses, deus do bem e deus do mal. A influência destes ia
da Pérsia até as fronteiras da Índia. O cristianismo era praticado pelos
romanos. Havia sempre guerras entre estes dois impérios que eram considerados
as superpotências de então. A última das guerras entre eles foi a que está
mencionada no Alcorão, capítulo “Ar-Rum” (os Romanos).
O Hinduísmo era praticado na Índia e à sua volta. O Budismo
era praticado na Índia, Tibet e no sul da Ásia.
O Judaísmo não tinha um local concentrado.
O Cristianismo e o Judaísmo já estavam deturpados.
Portanto, no século sete D.C. na superfície da terra não havia nenhum povo que
podia ser considerado justo. Não havia governo cuja base fosse a justiça, não
havia religião que fosse autêntica.
Os Árabes
Há várias razões a respeito da nomeação desse povo por
árabes. Os linguístas são de opinião que arab e árabe quer dizer “ser elequonte”.
Como os árabes, com a sua eloquência, orgulhavam-se e inferiorizavam os outros,
por isso chamavam a si “arab” e a outros povos do mundo “ajam” mundos.
Alguns são de opinião que arab era nome do filho de Qahtan,
identificado com o Yoqtan Bíblico, descendente direto de Sam, filho de Noé.
Depois quando Ismael e a sua mãe se radicaram en “Paran” e aparecer o poço de
ZAMZAM, e os filhos de Jurham radicaram-se nessa região, então a descendência
de Ismail foi conhecida por “arab”.
Outros são de opinião que a palavra Árabe era derivada de
Arabah, que na língua semítica significa deserto, e, como a maior parte da
Arábia é deserto, por isso chamam a todo o território de “árabe”. Há também
outros motivos para esse povo ser chamado “Árabe”.
Aspecto Geral da
Arábia
Um olhar para o mapa antiga convencerá o leitor que a
península conhecida por Arábia – a maior península do planeta – ocupa uma
posição única em relação aos outros continentes. Arábia está situada na Ásia,
mas mesmo assim só o estreito mar vermelho separa-a da África, enquanto que
pelo canal de Suez se está no Mediterrâneo e na Europa, portanto está
quase no centro dos três continentes.
Contudo está situado à parte destes. Está cercada de mar
por todos os lados exceto uma faixa estreita de terra ao norte. No oeste tem o
mar vermelho, o Oceano Índico ao sul e a sueste o golfo Pérsico, e o Eufrates
ao noroeste. Os Árabes chamam-lhe “JAZEERA-TUL-ARAB” que significa literalmente
“A Ilha Árabe”. Mas, esta terra cercada por todos os lados pela água exceto ao
norte, não tem rio nenhum. A sua superfície é de um milhão e setecentos mil
quilômetros quadrados, encontra-se atravessada no meio pelo trópico de câncer.
As civilizações e Impérios antigos prosperaram na Pérsia,
Egito e em Roma ma, eles nunca pensavam em conquistar toda a Arábia; a causa do
desinteresse pela Arábia estava no fato que, com exceção da província do Iaman
e algumas aldeias situadas em Najed e Hijaz, que tinham terra fértil, serem
desertos, montanhas e vales sem condições agrícolas, ou então, só cultiváveis
quando havia água de chuva, e quando essa água secasse a população tinha que
emigrar para outra zona. A maior parte das pessoas vivia nas tendas e eram
nômades. Houve antigamente alguns reinos em Íaman como o reino de “SABA”, assim
como consta no Alcorão capítulo “SABA” e na Bíblia capítulo 10 no “primeiro
livro dos reis”, cujos vestígios ainda existem em “MARIB”; o principal vestígio
é a grande barragem de “MARIB” que ruiu no Ano 543 de era critão; atualmente
apenas subsistem os contrafortes de 18 metros de largura, e o reino de “HIMIAR”.
Mas naquela época o sistemo tribal predominava na Arábia
toda.
O meio de transporte vulgar era o camelo. Mesmo assim nesse
deserto Deus construiu, para sempre, a casa espiritual para toda a humanidade;
- a “Caaba” em Macca – o centro de atração, o centro de abnegação, o centro de
amor, o centro de união humana e de espíritos Divinos.
O clima da Arábia é extremamente seco, com exceção em
algumas zonas costeiras e locais com água a tâmara é a fruta principal e a sua
população dedica-se mais ao comércio.
A Língua
O que distingue a Arábia de todos os outros países do mundo
é a língua árabe, uma das línguas do grupo semita. O latino e o grego por
exemplo, são altamente inflexíveis, mas o árabe não só é flexível mas tem outra
particularidade, que muitas línguas não possuem; no árabe todas palavras,
exceto as partículas, os nomes próprios, os nomes dos pássaros, dos animais e
das coisas para os quais só pode haver uma palavra, são derivadas de uma base
que podem ser moldadas para expressarem todo o tipo de significado que pela
base pode expressar.
Deste modo a língua árabe permite uma imensa expansão sem
qualquer aumento na sua base e pode expressar-se numa palavra o que as outras
expressam em duas, três ou quatros palavras. Parece que os árabes ao terem
pouca agricultura e poucas construções, dedicaram toda a sua energia na construção
e desenvolvimento da sua língua.
Poucos historiadores prestaram atenção para a enorme
influência da língua arábica na vida dos povos da Arábia, fator de grande
importância em todos os assuntos que dizem respeito aos árabes.
Religiões da Arábia
Pré-Islâmica
Antes do Islamismo as pessoas na Arábia estavam totalmente perdidas.
Uns eram ateus e sobre eles o Alcorão diz:
... E eles dizem:
“Não há vida além da terrena, morremos como vivemos, só o tempo nos destrói”.
Falam sem conhecimento certo, só conjecturam.
Cap. 45, vers. 24
Outros acreditavam na existência de Deus, mas, negavam a
ressurreição. A respeito desses o Alcorão diz:
... “Quem fará viver
os ossos depois que estejam esmigalhados?”
Responde ó Mohamad: “Revivê-los-á aquele que os criou da primeira vez”.
Cap. 36, vers. 78/79
Outros acreditavam em Deus e na ressurreição, mas
negavam a profecia e os profetas. Eles pensavam que profetas não podiam ser
humanos, mas sim anjos. A respeito desses o Alcorão diz:
... E dizem; “que
tipo de mensageiro é este que come como nós e anda pelas praças”
Cap. 25, vers. 7
... Nada impede os
homens de crer, quando lhes chega a orientação, senão este reflexão: Enviaria
Deus um homem como mensageiro?
Cap. 17, vers. 94
Mas em geral a maioria era idólatra, embora não
acreditassem que as imagens e os Ídolos eram deuses, diziam que eles eram a via
para chegaram a Deus, assim como acreditam os cristãos (católicos) de hoje:
... Quanto aqueles
que adotam protetores além d’Ele (dizem), só os servimos porque nos levam
(aproximam) para muito perto de Deus. Na verdade Deus julgará entre eles o que
é o objetivo das suas divergências. Cap. 39, vers. 2
Eles tinham vários ídolos para várias ocasiões e para cada
tribo. Por exemplo, o ídolo “Lat” estava em Taif e era adorado pela tribo
Saquif; “Uzza” estava em Macca e era adorado pelas tribos coraixitas e Kinana;
“Manát” estava em Madina e era adorado eplas tribos Aus, Khazraj e Ghassan.
Assim havia outros como “Wudd”, “Suwaa”, “Iaghusa” e “Iaúqua”. O maior ídolo
era o “HUBAL”. Estava colocado em cima do terraço da Caaba, e era invocado
pelos craixitas na época da guerra. O fundador da idolatria na Arábia foi Amr
Bin Luhai, cujo nome genuíno era Rabiah Bin Harissa. A conhecida tribo Khuzáa
da Arábia é da sua descendência.
Uns historiadores acham que a idolatria começou antes, ele
apenas foi a pessoa que introduziu ídolos na Kaaba. (Vide pormenores sobre idolatria
no livro “Al-Milal Wan-Nihal”).
Crença em Deus
Apesar de serem idólatras, os árabes reconheciam, ao mesmo
tempo, que Deus é o Criador.
... E se lhes
perguntas: “Quem criou os céus e a terra e submeteu o sol e a lua (para
benefício da humanidade)”? Decreto que eles responderão: Deus “
Cap. 29, vers. 61
... Quando embarcam
nos navios invocam Deus sinceramente; Mas depois que Ele os traz em segurança
até à terra, eis que idolatram.
Cap. 29, vers. 65
A Caaba que tinha sido construída para ser utilizada para
adoração de um só Deus, tornou-se num centro de idolatria. Já tinham sido
colocados nela 360 ídolos, um ídolo para cada dia do ano lunar e tinham feito
também imagens de Jesus e Ismael para serem adorados. Além de ídolos também
adoravam os astros, especialmente a lua.
Igualmente havia muitos adivinhos, bruxos, curandeiros,
astrólogos, que reivindicavam saber o passado e o futuro das pessoas. Faziam
sempre mau augúrio do corvo cuja presença pensava ser a causa de separação, por
isso em árabe o corvo chama-se “gurab” e a partir daí chamam à viagem “gurbah”
e ao viajante “gharib”. Achavam que por causa do corvo a pessoa separava-se e
viajava; também faziam mau augúrio de coruja. Pensavam que a voz da coruja
causava a morte e destruição. Quando morria alguém, os seus familiares batiam
as suas próprias caras, puxavam e arrancavam os seus cabelos, as mulheres
descobriam os cabelos, deitavam areia por cima deles e assim seguiam o funeral.
Por exemplo, na Índia, em luto cortam os bigodes, a barba e o cabelo.
Os árabes
antes de Islamismo chamavam as mulheres e pagavam-nas para chorarem em voz
alta. Depois de enterro punham a mesa e davam de comer a esses que
participaram. Com o Islamismo acabou-se tudo isso, mas infelizmente os costumes
resultantes da ignorância ainda continuam entre alguns muçulmanos.
Comemora-se o 3.°, 10.°, 40° dia, 6 meses e
um ano com comidas. Também acreditavam muito nos demônios, gênios e espíritos;
matança das filhas, jogos de azar. Estas coisas e a superstição não estavam só
na Arábia mas em toda a parte, no Império Romano, Pérsia, china, etc. Em
resume, quando o Profeta chegou, o mundo estava afogado na escuridão, não havia
orientação nenhuma, e Deus para orientar o mundo escolheu o ponto de partida a
Arábia e daí expandiu a orientação (luz) para todo o Mundo.
Porque a Arábia e não
outro país para o último profeta?
A melhor resposta para esse pergunta é:
Em qualquer parte do globo em que aparecesse o último
Profeta, essa pergunta subsistira. Porque tinha que aparecer só num local e numa
região, então, outros automaticamente privavam-se da sua presença.
Quase todos os outros países conhecidos do mundo, pelo
menos uma vez, tiveram a oportunidade de progredirem e chegarem ao topo e até
colonizarem outros povos direta ou indiretamente à base da sua ciência, tecnologia
e civilização. Portanto, se o último Profeta aparecesse num país além da
Arábia, que já tivessem colonizado outros, então, a missão desse Profeta não
teria tão grande sucesso, porque pensar-se-ia que isso também é uma manobra
para se impor acima dos povos colonizados, pelo poderio da língua árabe.
Portanto para o Profeta ser uma orientação completa, teve
de ser numa língua perfeita, e num país que nunca fora colonizado nem
colonizara os outros, e isso tudo se aplica à Arábia. Por isso, Deus escolheu a
Arábia, porque os árabes eram indiferentes e neutros; para eles, todos os
países eram iguais. Quando saíram para difundir a religião da Espanha até à
China todos para eles foram iguais; e como a civilização árabe nunca tinha evoluído
nem demonstrado o seu valor verdadeiro, esta religião Universal tornou-os de
repente na mais civilizada Nação – culta, servindo-se de guia dos povos em
todos os aspectos da vida, e isso tudo, foi através da Religião Islâmica.
Outras Religiões na Arábia
antes do Islam
Do Cristianismo, Judaísmo e Magismo, não se sabe ao certo
quando é que entraram na Arábia, mas a verdade é que já estavam divulgados
entre algumas tribos, mesmo na Meca. Por exemplo, “Waraca Bin Nawfal” já lia o
evangelho em Hebraico e algumas tribos como Rabia já tinham convertido quase
todo a Madina e Kheibar para a sua religião.
As narrações dos adeptos do livro já eram vulgares em
Mecca, onde quando era revelada alguma parte do Alcorão ao Profeta Mohamad, uns
diziam:
“Na verdade,
nós sabemos bem, o que eles dizem: Foi um ser humano que lhe (O Alcorão a
Mohamad) ensinou. Porém a língua daquele a quem aludem tê-lo ensinado é
estrangeira, ao passo que o Alcorão está em árabe bem claro”. Cap.
16, vers. 103
Mas o Alcorão repudiou esta suspeita deles. Havia também
uns que eram “Hanifes” e que não adoravam os ídolos; acreditavam num só Deus, e
reivindicavam seguir Abraão.
Apesar de existirem todas estas religiões – Cristianismo,
Judaísmo, Magismo, e outra – nenhuma delas trouxeram qualquer reforma na
sociedade árabe; as bebidas alcoólicas, os jogos de azar, o enterro de meninas
vivas, o casamento com as próprias irmãs, a poligamia sem limite, o adultério,
a imoralidade e todas as maldades estavam a ser praticadas, não só na Arábia, mas
em quase em todo o mundo. Portanto, nesta situação, será que não havia
necessidade duma iluminação da parte de Deus para tirá-los da escuridão?
Particularidades dos
Árabes
Apesar destas corrupções existentes em todos os aspectos no
seio do povo árabe, havia dentro deles certas qualidades boas também.
Generosidade
Generosidade não quer dizer dar alguma coisa de comer ao
pobre depois de já estar satisfeito, mas, generosidade quer dizer, a pessoa
própria ficar com fome e dar a outro de comer, e julgar que isso é um êxito
para ele como se à tivess alcançado o seu objetivo.
Por exemplo, uma passagem de Hatim, chefe da tribo “TAI”,
muito conhecido por sua generosidade, ele só guardava duas coisas: arma e
cavalo, o resto oferecia aos outros.
Uma vez num inverno, aconteceu que havia fome na sua casa.
Ao anoitecer, quando as crianças dormiam, apareceu uma senhora com seu filho e
disse ao Hatim que ela e o seu filho estavam esfomeados e que, como já era
meia-noite, nem ela, nem o filho conseguia dormir devido à fome.
Mal a mulher acabou de falar, Hatim levantou-se, foi
degolar o seu querido cavalo, acendeu lume e deu a faca à mulher dizendo-lhe:
come tu e teu filho. Ao mesmo tempo, chamou todos os pobres e disse-lhes que
foi degolado um cavalo e, portante, que viessem comer.
A esposa de Hatim conta que, num instante toda a carne
tinha acabado, restante apenas os ossos. Mas, Hatim, sua mulher e filhos
continuaram com fome, conforme estavam antes, não chegando a tocar nem um
bocado de carne.
Há muitas outras passagens da generosidade dos árabes.
Orgulhavam-se e concorriam para essa generosidade. Eles não degolavam cabritos,
ovelhas ou galimhas porque isso para eles não tinha valor nenhum, com e exceção
dos camelos. Outra particularidade dos árabes era a valentia, homens de
palavra, pois detestavam quebrá-la, eram guerreiros bravos.
Descendentes de
Ismail
Os historiadores árabes dividem os árabes em três grupos:
árabe Baida; árabe Ariba; árabe Mustáriba.
1. Árabe Baida, era todo
o grupo descendente de Laz, filho de Sam, filho do Noé; era dividido em tribos Ad, Samud (que o
Alcorão mencionou), Tasm, Judais entre outros. Temos muito pouco conhecimento a
respeito Árabe Baida.
2. Árabe Ariba, eram
considerados os árabes puros, descendentes de Qahtan. Era o povo de Iaman e os
Ansar. Na altura do nascimento do profeta Mohamad, os filhos das tribos de
Qahtan eram dos mais fortes. Ainda hoje a maior parte da população da Arábia é
descendente de Qahtan.
3. Árabe Mustáriba.
Quando Ismail se radicou em Macca, à volta daquele Santuário vivia a tribo Banu
Jurham que era árabe e Ismail casou-se nessa família. Por conseguinte, os
filhos que nasceram daí foram conhecidos por Árabe Mustáriba (provoadores,
colonos). Estes eram árabes da parte da mãe, não do pai, porque o pai Ismail
não era árabe, aprendeu a língua árabe ao conviver com a família da mulher.
Neste momento a maior parte dos árabes são descendentes deles. O Profeta do
Islam e mesmo a história do Islam, está totalmente ligada a essa última
corrente, pois o Profeta Mohamad é descendente de Ismail, filho do Abraão
através de Quedar e a doutrina que o Profeta Mohamad divulgou é a mesma que
divulgou Abraão conforme diz o Alcorão:
“Credo (religião) do vosso pai Abraão; foi ele chamou-vos
muçulmanos”. Cap. 22,78.
Fonte: www.islam.com.br