quarta-feira, setembro 21, 2011

O Alcorão Sagrado


Eis o Livro que Indubitavelmente é a verdade!
O Alcorão é a maior dádiva de Deus à humanidade e a sua sabedoria é de uma espécie única, exposto, em termos breves, o propósito do Livro consiste em ser o recepitor das revelações divinas, o qual restaura a eterna verdade de Deus, como guia da humanidade no caminho certo.

O Alcorão é a palavra de Deus revelada ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através do Arcanjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), a qual ultapassa a imaginação humana para se produzir uma obra desta grandeza.
Os contemporâneos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foram, sem dúvida, os maiores mestre da língua árabe com motivos para produzir um texto sem rival.

Mas eles não poderiam produzir nada como o Alcorão, em conteúdo e estilo, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não tinha preparação escolar formal, mas não fez segredo disso, o seu maior crédito era que sendo iletrado, viveu entre povo iletrado para ensinar a humanidade inteira, a verdadeira Mensagem de Deus para toda à humanidade. Este é o primeiro fato acerca do Alcorão ou seja a palavra de Deus.

O segundo fato acerca deste Livro é a autenticidade do seu conteúdo e a ordem em que estão distribuídas várias matérias, a autenticidade do Alcorão não deixa dúvidas pela sua pureza, originalidade e integridade do seu texto.

Investigadores e estudiosos qualificados, muçulmanos e não muçulmanos, concluiram, já que o Alcorão de hoje é o mesmo Livro que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebeu, ensinou, por ele viveu, e o legou à humanidade há mais de 14 séculos.

Algumas observações podem ilustrar a autenticidade do Alcorão:

1º- O Alcorão foi revelado em fragmentos, a palavra Alcorão significa Livro por excelência.

Diz Deus no Alcorão:

''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2)
A composição do Alcorão e as revelações graduais das suas passagens foram os planos e desejos de Deus, desejos pelos quais Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros lutaram.

Diz Deus no alcorão:

''Os incrédulos dizem: Por que não lhe foi revelado o Alcorão de uma só vez? Saibam que assim procedemos para firmar com ele o teu coração, e o te ditamos em versículos, paulatinamente.'' (25ª Surata, versículo 32)

E disse ainda:

''Não movas a língua com respeito ao Alcorão para te apressares para sua revelação. Porque a Nós incumbe a sua compilação e a sua recitação;'' (75ª Surata, versículo 16-17)

2º- Os árabes distinguiram-se pelo seu apurado gosto literário, pelo que conseguiram gozar e apreciar as boas peças de literatura, que o Alcorão lhes facultou. Sentiram-se movidos pelo seu tocante tom e atraídos pela sua extraordinária beleza, encontrando nele a maior satisfação e a mais profunda alegria, ao ponto de memorizar a maior parte do Livro.

O seu estilo rítmico continua a ser admirado e acarinhado por todos os muçulmanos e por muitos não-muçulmanos.

3º- Hoje, muitos muçulmanos, homens e mulheres, fazem a recitação diária de uma parte do Alcorão, em orações e vigílias noturnas. A recitação do Alcorão é para os muçulmanos uma forma elevada de adoração e uma prática diária.

4º- Os árabes admiraram sempre bons poemas, distinguindo-se como autores de boa literatura, foram distinguidos pela sua sensibilizada memória em que a literatura ocupou sempre o lugar de relevo. O Alcorão foi reconhecido por todo povo árabe de gosto literário, como inimitável, por isso, eles apressaram-se a memorizá-lo, mas da mais notável e respeitosa maneira.

5º- Durante a vida do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), houve escribas notáves e registradores nomeados para as revelações, quando o Mensageiro de Deus Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebia uma revelação um versículo ou uma mensagem de Deus através do Anjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), dava imediatamente instruções aos seus escribas para os registrar sob a sua supervisão.

O que era registrado era verificado e autenticado pelo profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), todas as palavras eram revistas e cada passagem era posta na devida ordem.

6º- Passado algum tempo, as revelações completaram-se e os muçulmanos estavam de posse de registros completos do Alcorão, foram recitados, memorizados, estudados e usados para todos os propósitos diários. Quando uma discrepância surgia, o assunto era levado ao próprio profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), para se decidir se estava de harmonia com o texto, significado e entoação.

7º- Depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o Alcorão estava confiado à memória de muitos discípulos e em numerosas tábuas de registro. Mas isso ainda não satisfazia Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com Ele), o primeiro Califa que receou que a morte de alguns memorizadores em batalhas, pudesse trazer sérias confusões acerca do Alcorão. Por isso, ele consultou autoridades especializadas e depois encarregou Zaid Ibn Thabit (que Deus esteja satisfeito com Ele).

O escriba chefe das revelações de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), de fazer uma compilação padrão do Livro Sagrado, tal como foi autorizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), sendo assim ele o fez, sob a supervisão dos companheiros do Profeta, que tinham ouvido e memorizado o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

A versão completa e final foi verificada e aproveitada por todos os muçulmanos que tinham ouvido o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e o guardavam na memória e no coração.

Isto aconteceu menos de dois anos após da morte do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), as revelações estavam ainda frescas e vivas na memória dos escribas, memorizadores e outros discípulos mais chegados.

8º- Durante o califado de Uthman, cerca de quinze anos depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficou completa a compilação de várias revelações recebidas pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), num Livro, o Alcorão.

Seguidamente, fez-se a primeira difusão de várias cópias do Alcorão, em diversos territórios, muitos dos habitantes nunca tinham visto ou ouvido o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), por razões geográficas e fatores regionais, conheciam alguns textos do Alcorão com elevadas distorções de acentuação.

Diferenças de recitação e entoação começaram a surgir e a causar dicussões entre os muçulmanos, Uthman (que Deus esteja satisfeito com Ele), o segundo Califa atuou rapidamente para resolver esta situação, depois de mútuas consultas com todas as autoridades especializadas, foi constituída uma comissão de quatro escribas da época da revelação, que atuaram junto ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), na compilação do Livro Sagrado.

Todos os textos em uso foram recolhidos e substituídos por uma cópia padrão que passou a ser usada de acordo com a acentuação e dialeto árabe Coraixita, o mesmo e verdadeiro dialeto com acentuação do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

Esse dialeto foi adotado porque era o melhor de todos os dialetos e o único no qual o Alcorão foi revelado, E a partir desta época, a mesma versão-padrão tem sido usado por milhões de muçulmanos em todas as partes do mundo, sem a mais pequena alteração em palavras ou ordem ou de quaisquer sinais de pontuação.

Por estas observações, os investigadores sérios concluem que o Alcorão se mantém hoje, tal qual, como quando a sua revelação e assim se conservará para sempre, nunca lhe foi acrescentado nada; nunca houve nele qualquer omissão ou corrupção, a sua história é tão clara como o dia; a sua autenticidade é indiscutivel, e não resta dúvida alguma de sua completa preservação.

O Alcorão está cheio de sabedoria sem exemplo; com respeito à sua origem, características e dimensões, a sabedoria do Alcorão deriva da sabedoria de seu autor que não poderia ter sido outro senão Deus Louvado Seja, o Todo Poderoso.

Também deriva da compulsória força do Livro de Deus que é inimitável, o qual é um desafio a todos os homens de letras e de conhecimentos, as soluções práticas que oferece para os problemas humanos e os nobres objetivos que contém para o ser humano, marcam a sabedoria do Alcorão como sendo de natureza e características especiais.
Dinamismo

Uma das maiores características da sabedoria do Alcorão é que não é estatíca ou do tipo que não consinta qualquer inovação, é uma espécie de sabedoria que provoca a mente e acelera o coração, nesta sabedoria misturam-se o dinamismo e a movimentada força atestada pela evidência histórica, tal como no próprio Alcorão.

Quando o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), lançou primeiramente o chamamento de Deus, a sua única força foi o Alcorão e a sua única sabedoria foi a sabedoria do Alcorão, o dinamismo penetrante do Alcorão é tremendamente irresestível.

Há numerosos exemplos que mostram que as mais dinâmicas personalidades e os mais conclundentes argumentos não poderam atingir o realismo da sabedoria dinâmica do Alcorão, Deus fala do Alcorão como uma ''Ruh'', ou espírito de vida, e como uma luz com as quais os servos de Deus são guiados para o caminho da justiça.

Deus diz no Alcorão:

''E também te inspiramos com um Espírito, por ordem Nossa, antes do que conhecias o que era o Livro, nem a fé; porém, fizemos dele uma Luz, mediante a qual guiamos quem Nos apraz dentre Nossos servos. E tu certamente te orientas para uma senda reta. A senda de Deus, a quem pertence tudo quanto existe nos céus e na terra. Acaso, não retornarão a Deus todas as coisas?'' (42ª Surata, versículos 52-53)

As palavras ''Ruh'' e ''Sad'', que significam que o Alcorão origina a vida, estimula a alma, irradia a luz que ilumina os corações dos tementes a Deus, este é o gênero de dinamismo espíritual do qual nos fala o Alcorão.

Praticabilidade

Outra característica significativa do Alcorão é a sua praticabilidade, não condescente com opensamento ambicioso, nem faz com que os ensinamentos demandem o impossível ou futuem num mar de rosas de ideais que não se podem atingir.

O Alcorão aceita o ser humano pelo qu ele é e exorta-o a tornar-se o que ele pode ser, isto não torna o ser homano como uma criatura sem esperança, condenada desde a nascença até a morte e afogado em pecados desde o berço até o túmulo, mas considera-o como um ser honrado e dignificado.

A praticabilidade dos ensinamentos do Alcorão está estabelecida pelos exemplos doProfeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele),e os muçulmanos através dos anos, essa característica do Alcorão faz com que os seus ensinamentos estejam ligados ao bem estar do homem e são baseados nas possibilidades ao seu alcance.

Moderação

A terceira caracterítica do Alcorão é a moderação ou harmonia entre o Divino e o humano, o esp'ritual e o material, o individual e o coletivo, o Alcorão dá a devida atenção a todos os fatosda vida e a todas as necessidades do homem, de forma a ajudá-lo a realizar os nobres objetivos do seu ser.

Diz Deus no Alcorão:


''E, deste modo ó muçulmanos, constituímo-vos em uma nação de centro, para que sejais testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro o será para vós. Nós não estabelecemos a quibla que tu ó Muhammad seguias, senão para destinguir aqueles que seguem o mensageiro, daqueles que desertam, ainda que tal mudança seja penosa, salvo para os que Deus orienta. E Deus jamais anularia vossa obra, porque é Compassivo e Misericordiosíssimo para com a humanidade.'' (2ª Surata, versículo 143)

E disse ainda:
''Sois a melhor nação que surgiu na humanidade porque recomendais o bem , proibis o ilícito e credes em Deus.'' (3ª Surata, versículo 110)

A sabedoria do Alcorão funciona em três dimensões principais: interiormente, exteriormente e superiormente.

Interiormente, penetra nos mais recôndits cantos do coração e dirige-se às mais longínquas profundezas do pensamento, está ligado à salutar cultura interior do indivíduo. Está penetração interior é diferente e afasta-se profundamentede qualquer outro sistema legal ou ético, porque o Alcorão fala em nome de Deus e refere-se a todos os assuntos.

A função exterior do Alcorão alberga todos os passos da vida e cobre os princípios de todo o camo das relações humanas, desde os casos mais pessoais às complexas relações internacionais.

O Alcorão atinge áreas desconhecidas para qualquer sistema jurídico ou código de ética, isso faz com que a presnça de Deus recaia em todos os negócios, e as reconheça como primeira origem de direção e a última meta de todas as transações, é um guia espíritual do homem, o seu sistema legislativo, o seu código de ética e acima de tudo o caminho da sua vida.

Na sua superior função de guardião, o Alcorão se assenta no Supremo Poder de Deus, tudo o que foi, ou é, ou que será, deve ser canalizado através deste foco da presença de Deus no Universo, o homem é meramente um depositário do vasto domínio de Deus e o único fim da sua criação é adorar a Deus.

Isto não épretexto para separação ou para uma passiva retirada da vida, é um convite aberto ao ser humano para ser a verdadeira encarnação na terra das excelentes qualidades de Deus.

Quando o Alcorão na sua superior atenção foca Deus, abrem-se diante do homem novos horizontes de meditação, eleva-se a padrões sem exemplo de alta moralidade, e familiariza-se com caminho eterno da paz e da bondade, realizando Deus só como a última de atingir pelo homem, é a revolução contra as tendências populares no pensamento humano e as doutrinas religiosas, uma revolução cujos objetivos é livrar o pensamento da dúvida, libertar a alma do pecado e emancipar a consciência da subjugação.

Em todas as suas dimensões a sabedoria do Islam é concludente, não condena ninguém, nem tortura a carne, nem faz com que ela abandone a alma, não pretende humanizar Deus e nem divinizar o ser humano, estátudo cuidadosamente colocado aonde pertence no esquema total da criação.

Há uma relação proporcional entre ações e recompensas, entre meios e fins, a sabedoria do Alcorão não é neutra e clama verdade no pensamento, piedade nas ações, unidade de propósitos e boa vontade nas intenções, este é sem dúvida o Livro, com seu rumo correto.

Diz Deus no Alcorão:
''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2)

E disse ainda:

''Alef, Lam, Ra. Um Livro que te temos revelado para que retires os humanos das trevas e os transportes para a Luz, com a anuência de seu Senhor, e os encaminhes até à senda reta do Poderoso, Laudabilíssimo.'' (14ª Surata, versículo1)

''Ó humanos, já vos chegou uma prova convincente de vosso Senhor e vos enviamos uma translúcida Luz.'' (4ª Surata, versículo 174)

''Não meditam, acaso, no Alcorão? Se fosse de outra origem, senão de Deus, haveria nele muitas discrepâncias.'' (4ª Surata, versículo 82)

''Este é o Livro (o Alcorão) veraz por excelência. A falsidade não se aproxima dele nem pela frente, nem por traz, porque é a revelação do Prudente, Laudabilíssimo.'' (Alcorão Sagrado 41ª Surata, versículos 41 e 42)

Fonte: www.islamboy.com.br

domingo, setembro 18, 2011

IBRAHIM (ABRAÃO) OS SEUS DESCENDENTES (AS) E A ORIGEM DA CAABA SEGUNDA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)

“E lembrai quando Abraão e Ismael estavam a erguer as fundações da Casa (com esta oração): “Senhor Nosso! Aceita (este serviço) de nós, pois Tu és o Exorável, o Sapientíssimo.” Cur’ane 2:127. Allah indicou a Ibrahim (Aleihi Salam), o local onde devia reedificar a Caaba, no mesmo local onde Adam (Aleihi Salam) – Adão, que a Paz de Deus esteja com ele, lançara as primeiras fundações da Casa, que ficaram destruídas após o dilúvio, na época do Profeta Nuh (Aleihi Salam) – Noé, que a Paz de Deus esteja com ele. Muitas passagens testemunham de que a Casa de Deus foi edificada antes da época do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam), nomeadamente, conforme os dois versículos do Cur’ane a seguir mencionados: “Na verdade a primeira Casa (para adoração a Deus) erigida para o gênero humano, foi a de Bacca (Maka); um lugar de bênçãos e de orientação para a humanidade.” Cur’ane 3:96.E recorda-te quando indicámos a Ibrahim, o local da Casa Sagrada”. Cur’ane 22:26. No Bukhari, 55:583, é referido por Ibn Abbas (Radiyalahu an-hu), de que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) contou uma longa passagem onde refere diversas passagens da vida de Ibrahim (Aleihi Salam) e da sua família, terminando com a seguinte informação: “Ibrahim (Aleihi Salam), com a ajuda do seu filho Ismael (Aleihi Salam), construíram a Caaba numa colina elevada, onde Deus o ordenou. Ismael trouxe as pedras e Ibrahim foi efectuando a construção. Quando as paredes começaram a ficar mais altas, Ismael trouxe uma pedra onde o pai colocava o pé para se elevar, para assim facilitar a construção.

Enquanto os dois realizavam o trabalho, iam dizendo: “Senhor Nosso, aceita (este serviço) de nós. Tu ês o Exorável, o Sapientíssimo”. Cur’ane 2:127. Após a conclusão dos trabalhos, deram a volta à Caaba (Tawaf) repetindo as mesmas palavras”. A pedra onde Ibrahim (Aleihi Salam) utilizou para se elevar, ficou com a marca do pé dele e encontra-se mesmo ao lado da Caaba, num lugar denominado de “Maqam (local) de Ibrahim”, onde os crentes fazem uma oração, após a conclusão do Tawáf (acto de circundar a Caaba). Ibn Abbas (Radiyalahu an-hu) referiu que a marca dos dedos dos pés eram bem visíveis e também os árabes sabiam desse fato durante a época da jahiliyyah - pré islâmica. Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu) referiu que viu a marca e era bem visível, mas que acabou por dissipar-se, porque as pessoas esfregavam as mãos na pedra. (Tafsir de Ibn Khatir) “.…E tomai a estância de Abraão como um local de oração…” 2:125. “…onde existem sinais evidentes (por exemplo) a estância de Abraão…” Cur’ane 3:97. “Senhor Nosso! Faz de nós submissos a Ti, e que surja da nossa descendência, um povo submisso à Tua vontade…” Cur’ane 2:128. “Senhor Nosso! Faz surgir no seu meio, um Mensageiro saído entre eles, que lhes recite os Teus Versículos e lhes ensine a Escritura e a Sabedoria, e os purifique ; Tu és o Poderoso, o Sábio.” Cur’ane 2:129. Os Profetas Yussuf (José), Mussa (Moisés) Dawud (David) e Suleman (Salomão), que a Paz de Deus esteja com eles, descendentes de Isaac e do seu filho Yacub – Jacob, que a Paz de Deus esteja com eles, assumiram a liderança (chefia dos povos). Em Jerusalém, no tempo do Profeta Suleman (Aleihi Salam), foi construído um Templo Sagrado, que passou a ser o centro e a quibla (direcção) de todas as adorações a Deus.

Esta quibla se manteve enquanto os descendentes de Isaac (Aleihi Salam) permaneciam como líderes desta missão e cumpridores dos mandamentos de Deus. A quibla também serviu de orientação nos primeiros anos da profecia de Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam).

Quando Ibrahim (Aleihi Salam) pediu a Deus para também fazer de líderes a sua descendência, Deus aceitou, mas advertiu de que na sua descendência e entre os seus filhos, haverá pessoas injustas. Mais tarde, os outros descendentes que tomaram a responsabilidade da chefia, foram acusados por Deus de pecados e de falhas na liderança, mostrando-se indignos de continuarem com a missão. O Antigo Testamento, Izequiel, capítulo 15, refere que Jerusalém tornou-se corrupta com infidelidades e lascividades. Também os descendentes de Ismael tiveram um comportamento inaceitável, colocando 300 ídolos na Casa Sagrada. A
liderança, não deveria ser um privilégio, só por serem descendentes de Abraão. Mas deviam também submeterem-se e seguirem as orientações de Deus. Assim, Abraão, que a Paz de Deus esteja com ele, pediu a Deus para enviar um Mensageiro que ensine a Escritura, a Sabedoria (a compreensão da religião) e os Purifique. Também Issa (Aleihi Salam) – Jesus, que a Paz de Deus esteja com ele, anunciou a vinda de um Mensageiro, quando se dirigiu aos Filhos de Israel, dizendo: “E quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó Israelitas, na verdade sou o Mensageiro de Deus, enviado a vós, corroborante de tudo quanto a Tora antecipou no tocante às predições e alvissareiro de um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad…” Cur’ane 61:6 (Ahmad – o louvado, o consolador, o intercessor).

Também encontramos uma referência no Deuteronómio, no capítulo 18:18, o seguinte: “Do meio dos teus irmãos, lhes suscitarei um Profeta semelhante a ti (semelhante a Moisés) e porei as minhas palavras na sua boca e lhes falará tudo o que Eu lhe ordenar. Sobre este assunto (a sua vinda como profeta), Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “A súplica do meu pai Ibrahim e as boas novas anunciadas por Issa, filho de Maria”. 

– Um Profeta semelhante a ti (Moisés), só poderá ser Muhammad e não Issa (Jesus), pelos seguinte motivos. Moisés e Muhammad (Que a Paz de Deus esteja com eles), foram chefes de nações, tinham nas suas mãos a vida e a morte dos seus súditos;, tiveram nascimentos e mortes naturais (Jesus teve um nascimento milagroso e uma morte violenta na cruz ,segundo as tradições cristãs); ambos estão enterrados na terra e Jesus está no reino do céu; ambos casaram e tiveram filhos; Moisés e Muhammad trouxeram leis novas para os seus povos.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), descendente de Ismael (Aleihi Salam), assumiu assim a liderança e proclamou ao mundo, utilizando a mesma advertência dos seus antecessores, proclamando “Lá Iláha Ilalláh” - “Não há outra divindade, excepto Deus”. Alguns Coraichs de Maka, enraizados na adoração aos ídolos que entretanto tinham sido colocadas na Caaba, dificultaram a missão do Profeta, que entretanto teve de se retirar para Madina, onde foi recebido e acarinhado pelos residentes. Pelos motivos anteriormente referidos, Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) estava ansioso para mudar a quibla (direcção da oração), de Jerusalém para Maka. O Templo de Jerusalém, foi construído pelo Profeta Salomão (Que a Paz de Deus esteja com ele), muito depois da Caaba. Assim, a Caaba tinha prioridade e superioridade como local de oração e de orientação. “Na verdade, vimos-te voltares com frequência o teu rosto para o céu  (para orientação). Agora, certamente, te faremos virar para um qibla, com que estarás satisfeito. Portanto, vira o teu rosto para a Mesquita Sagrada e onde quer que estejas, voltai os vossos rostos para esta direção”. Cur’ane2:144. Yahya ouviu de Malik e este de Abdullah Ibn Dinar, de que Abdullah Ibn Umar (Radiyalahu an-hu) disse: “Uma ocasião, quando as pessoas estavam orando na Mesquita de Quba, um homem aproximou-se deles e disse: “Um versículo do Cur’ane foi ontem à noite enviado ao Profeta e ele foi obrigado a virar-se para a Caaba, então façam isso. Assim, porque estavam virados para Jerusalém, viraram-se em direção à Caaba”. Maliks’s Muwatta 14:3.6.

Com o regresso triunfal a Maka, sem derramamento de sangue, Muhammad, com o seu cajado, destruiu os 300 ídolos e purificou a Caaba. Foi o último Profeta, enviado para toda a humanidade.

Assalamu Aleikom
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
15/09/2011

sábado, setembro 17, 2011

Na Tora na Bíblia Moisés anuncia um Profeta como Ele - Muhammad (SAAS)

"Os que seguem o Mensageiro, o Profeta Iletrado – que eles encontram escrito junto deles, na Tora e no Evangelho – o qual lhes ordena o que é conveniente e os coíbe do reprovável... Então, os que crêem nele e o amparam e o socorrem e seguem a luz, que foi descida com ele, esses são os bem-aventurados (Al A´araf 157)."

Moisés anuncia um profeta como ele.  Moisés desce do Monte Sinai após Deus ter falado com ele. Nessa ocasião, diz aos filhos de Israel:”Eles têm razão! Levantarei do meio dos seus irmãos um profeta como você; porei minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o que eu lhe ordenar. (Deut 18-15)

Se alguém não ouvir as minhas palavras, que o profeta falará em meu nome, eu mesmo lhe pedirei contas. Mas o profeta que ousar falar em meu nome alguma coisa que não lhe ordenei, ou que falar em nome de outros deuses, terá que ser morto”. “Mas talvez vocês perguntem a si mesmos: “Como saberemos se uma mensagem não vem do Senhor?” Se o que o profeta proclamar em nome do Senhor não acontecer nem se
cumprir, essa mensagem não vem do Senhor. Aquele profeta falou com presunção. Não tenham medo dele. (Deut. 18:17-22).

O texto é muito claro. Fala sobre um grande profeta a ser enviado após Moisés (as) e cita as qualidades deste profeta, através das quais podemos saber quem é este profeta.

Os cristãos alegam que este profeta já veio, e que este profeta é Jesus (as). Pedro, ao falar sobre Jesus, lembrou desta predição: Pois disse Moisés: “O Senhor Deus lhes levantará dentre seus irmãos um profeta como eu; ouçam-no em tudo o que ele lhes disser. Quem não ouvir esse profeta, será eliminado do meio do seu povo”. “De fato, todos os profetas, de Samuel em diante, um por um, falaram e predisseram estes dias...”
(Atos 3:22-26).

Portanto, Pedro crê que esta profecia está realizada na pessoa de Jesus. Porém, o texto indica o envio do profeta Muhammad (saas), pois não há prova para a definição desta profecia em Jesus. Do contrario, quem se ater ao texto e refletir bem nas suas palavras encontrará várias provas de que o profeta mencionado é
Muhammad (saas). O texto cita as qualidades deste enviado prenunciado: Islam, a religião de Jesus 26

1.é um profeta. “Levantarei do meio dos seus irmãos um profeta como você”. E os cristãos alegam que Jesus é parte da divindade, e mais, muitos dizem que ele é o próprio Deus. Portanto, como se diz sobre ele: “Levantarei um profeta”, e não diz: “Me levantarei”. Ou “Levantarei Deus”.

2. não é dos filhos de Israel. Este profeta é dos irmãos dos israelitas, ou seja, seus primos... “do meio dos seus irmãos”.
.
É costume da Tora (do Velho Testamento ou Pentateuco) denominar o termo “irmão” para “primo”. Exemplo disso é o dizer de Moisés aos israelitas: Vocês estão passando pelo território de seus irmãos, os descendentes de Esaú, que vivem em Seir. (Deut. 2:4). E os descendentes de Esaú (filho de Isaac, irmão gêmeo de Jacó (Israel) (veja:gênesis 25:25-26)) são os primos dos israelitas.

O mesmo ocorre quando Moisés fala de Edom, que é da descendência de Esaú: “De Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: “Assim diz o teu irmão Israel: Tu sabes de todas as dificuldades que vieram sobre nós.” (Números 14:20). E em outro texto: “Não rejeitem o edomita, pois ele é seu irmão” (Deut. 23:7).

Portanto, o chamou irmão, querendo dizer primos (que ele é dos filhos dos tios de Israel). E os filhos de Ismael, filho de Abraão são primos dos israelitas, assim como os filhos de Esaú filho de Jacó também são primos dos israelitas e todos são denominados irmãos dos israelitas na linguagem dos textos sagrados.
Portanto, é possível que este profeta seja dos árabes, realizando assim a benção prometida na descendência de Ismael, e pode ser dos descendentes de Esaú filho de Jacó. Mas nenhum dos descendentes de Esaú alegou ser o profeta prometido.

3. é igual a Moisés... “um profeta como você”. E na Bíblia consta que em Israel jamais surgiu um profeta como Móisés: “Em Israel nunca mais se levantou profeta como Moisés, a quem o Senhor conheceu face a face” (Deut. 34:10).

Esta qualidade e particularidade – ser igual a Moisés – se realizou na pessoa do profeta Muhammad (saas) e não se enquadra na pessoa de Jesus (as). Há muitos aspectos da semelhança de Moisés e Muhammad (saas), aspectos não encontrados em Jesus.

Podemos analisar quem é como Moisés, Muhammad ou Jesus, através do estudo dos aspectos da vida de cada um desses nobres mensageiros de Deus... o nascimento, vida familiar, estabelecer uma lei, enfrentar o inimigo, governo e liderança. Veja o quadro abaixo: Islam, a religião de Jesus 27

• MOISÉS                          • MUHAMMAD                          • JESUS
 NASCENÇA
• Normal                              • Normal                                         •Anormal (milagre)
VIDA • FAMILIAR
Casou e teve filhos.              • Casou e teve filhos                         •Não casou
MORTE 
• Normal                              • Normal                                          • Anormal
CARREIRA
Estadista Profeta                   • Estadista Profeta                            • Profeta
EMIGRAÇÃO
Forçada para Madian           • Para Madiana                                 • Não emigrou
ENFRENTAR  INIMIGOS
Foi Perseguido                      • Foi. Perseguido                             •Não teve  algo semelhante
RESULTADO DO CONFRONTO
Vitória moral e física              •Vitória moral e física                       • Vitória moral
ESCRITA DA REVELAÇÃO
Durante a sua vida (Torah)    •Durante a sua vida (Alcorão)           • Depois dele ( A Bíblia )
ACEITAÇÃO PELO SEU POVO
Rejeitado finalmente aceito    • Rejeitado finalmente aceito             • Rejeitado

4.Não lê e não escreve. A revelação que ele recebe é uma revelação orada, distinta das escrituras dos profetas anteriores... “porei minhas palavras na sua boca”. E Jesus era letrado, sabia ler e escrever (veja Lucas 4:16-18).

5. Ele irá transmitir toda a religião de Deus... “e ele lhes dirá tudo o que eu lhes ordenar”. Ele terá condições de cumprir a sua missão por completo, uma qualidade que se enquadra inteiramente a Muhammad (saas), pois dos últimos versículos revelados do Alcorão Sagrado: Hoje, Eu inteirei vossa religião para vós, e completei Minha graça para convosco e agradei-Me do Islam como religião para vós (Al Maidah 3).

E o próprio Jesus citou na profecia do Paráclito (veja pg.): “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo que eu lhes disse” (João 14:16)
Não pode ser Jesus este profeta que irá dizer tudo o que Deus lhe ordenar, porque Jesus tinha muito a transmitir para os seus discípulos, porém não teve condições para dizer tudo o que queria dizer. No entanto, Jesus anunciou a vinda do próximo profeta que irá nos ensinar toda a verdade, porque é o profeta que terá a sua mensagem concluída e nada poderá impedir a transmissão desta mensagem. Em João 16:12-13, Jesus diz: “Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Islam, a religião de Jesus 28
Mas quando o Espírito da Verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará  apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir”.

6. Quem não seguir o que este profeta falar, Deus o punirá ... “Se alguém não ouvir as minhas palavras, que o profeta falará em meu nome, eu mesmo lhe pedirei contas”.

Pedro interpretou isso dizendo: “Quem não ouvir esse profeta, será eliminado do meio do seu povo” (Atos 3:23). Portanto, ele é um profeta cuja obediência é obrigatória a todos, e quem não ouvi-lo e obedece-lo estará sujeito ao castigo de Deus. E isto é o que ocorreu com todos os inimigos do profeta Muhammad (saas), entre os pagãos árabes e outras nações, quando negaram a sua mensagem.

E Jesus disse na parábola dos Lavradores: “Aquele que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó” (Mateus 21:44). Ele é a pedra que destrói os seus inimigos desobedientes e é aquele sobre quem Daniel profetizou dizendo: “... Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído e que nunca será dominado por nenhum outro povo.

Destruírá todos os reinos daqueles reis e os exterminará, mas esse reino durará para sempre. Esse é o significado da visão da pedra que se soltou de uma montanha, sem auxílio de mãos, pedra que esmagalhou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro.” (Daniel 2:21-45).

No entanto, Jesus não teve esta força e este poder, não teve a posse de destruir os reinos daqueles que o desobedeceram. Não ameaçou até mesmo aqueles que, supostamente, o mataram. Como então, irá ameaçar aqueles que não ouvirem as suas palavras. Na narração da história do crucifixo, Lucas diz: “Jesus disse: Pai, perdoar-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23:34). Se a profecia de Moisés narrada em Deut. 17:18-23 corresponde a Jesus, como podemos unir entre ... “perdoar-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” e entre... “Se alguém não ouvir as minhas palavras, que o profeta falará em meu nome, eu mesmo lhe pedirei contas”.

7. este profeta não será morto, Deus não permitirá que os tolos o prendam e o matem, pois: “o profeta que ousar falar em meu nome alguma coisa que não lhe ordenei, ou que falar em nome de outros deuses, terá que ser morto”. E os cristãos alegam que Jesus foi morto, portanto não pode ser ele este profeta.

8. Ele falará sobre profecias futuras e a realidade confirmará as suas palavras... “Se o que o profeta proclamar em nome do Senhor não acontecer nem se cumprir, essa mensagem não vem do Senhor”. A realização do que Muhammad (saas) falava é um aspecto milagroso marcante em sua vida. Ele fez inúmeras profecias que se realizaram exatamente como ele informou constituindo o milagre sobrenatural que confirma que é um verdadeiro profeta.

Apenas como exemplo, no ano de 617 o império persa quase destruiu totalmente o império romano, chegando ao vale do Nilo e conquistando grandes partes do império romano. Em poucos anos, o império persa conseguiu dominar a Síria e parte do Egito, dominou também a Antioquia ao norte, fato que anunciava o fim do império romano.

César decidiu fugir de Constantinopla, não fosse a insistência dos sacerdotes romanos que o convenceram a resistir e fazer um acordo humilhante com os persas. Meio a estes acontecimentos, e contrariando todas as expectativas, o profeta Muhammad (saas) anuncia que os romanos vencerão os persas em poucos anos, ou seja: em no máximo nove anos. Lhe foram revelados os seguintes versículos: *E eles, após sua derrota, vencerão, dentro de alguns anos. De Allah é a ordem, antes e depois. E, nesse dia, os crentes se regozijarão * (Arrum 2-5). Islam, a religião de Jesus 29.

É relatado que Deus exaltado e altíssimo seja, revelou este versículo como uma boa nova para os muçulmanos, porque os idólatras preferiam a vitória dos persas, pois eram, como eles, adoradores de ídolos. E os muçulmanos preferiam a vitória dos romanos e torciam por eles, pois eram cristãos, e os cristãos são mais próximos e mais simpatizantes dos muçulmanos que os idólatras. Os romanos venceram os persas, isto ocorreu nove anos depois de o profeta (saas) anuciar a vitória dos romanos. O termo traduzido como “alguns” no texto do Alcorão Sagrado é “bidh´h”, que na língua árabe, compreende um número de três até nove. E o fato ocorreu em nove anos. A vitória dos romanos contrariou todas as medidas e projeções humanas, porque o império romano passava por uma etapa de muita fraqueza e fragmentação, após ter sido derrotado e totalmente arrasado pelos próprios persas, que estavam no auge de sua força e poder.

Mesmo com todas estas circunstancias, mesmo com a absoluta fraqueza dos romanos e absoluto poder dos persas, a situação se modificou radicalmente em poucos anos, realizando-se assim, a profecia do Alcorão e do mensageiro de Deus (saas), que informaram sobre a vitória romana dentro de alguns anos após a arrasadora derrota que sofreram.

Quem informou a Muhammad (saas) sobre esta grande profecia? Este é o profeta anunciado por Moisés.

O historiador Eduard Jibn escreveu em seu livro:" A história da queda do Império Romano”: “Naquela época, quando o Alcorão anunciou esta profecia, jamais existira uma profecia mais improvável de acontecer, porque os doze primeiros anos do governo persa anunciavam o fim do Império Romano." 

Assim se esclarece para todo justo que as qualidades do profeta que foi anunciado por Moisés não se realizaram em Jesus, mas se realizaram em seu irmão, Muhammad (saas).

Confirma e fortifica esta alegação o fato de estas qualidades não se unirem todas em absolutamente nenhum outro profeta além de Muhammad (saas).

Os judeus não crêem na vinda deste Messias anteriormente, e ainda estão a espera do seu envio. Quando foi enviado João Batista, pensaram que ele era o profeta prometido e lhe perguntaram: “É o Profeta?”. Ele respondeu: “Não”. (João 1:21). Ou seja, não sou o Profeta que os judeus esperam.

E os discípulos de Jesus desejaram que esta profecia se realizasse com Jesus. Certo dia, quando viu um de seus milagres o povo começou a dizer: “Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo”. Sabendo Jesus que queriam proclamá-lo rei à força,retirou-se novamente sozinho para o monte. (Veja:João 6:14-15). 

Quiseram proclamá-lo rei para se realizar a profecia existente do profeta esperado que reinará e dará a
vitória para o seu povo. Jesus sabia que não era o profeta prometido, por isso retirou-se do meio deles.

E como já antecedemos: Moisés informou que este profeta é como ele e lemos que: “Em Israel nunca mais se levantou profeta como Moisés, a quem o Senhor conheceu face a face” (Deut. 34:10).

Assim, todas as evidências comprovam: Muhammad (saas) é o profeta anunciado por Moisés.


Fonte: Islam, a religião de Jesus - Ahmad Mazloun - www.islam.com.br

segunda-feira, setembro 12, 2011

As Causas do Temor a Allah


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso
Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Que Allah abençoe e dê paz, ao Profeta Mohammad, bem como aos seus familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.
Na semana passada falamos sobre o temor a Allah e apresentamos alguns exemplos da vida de alguns tementes. Hoje, vamos falar sobre as causas que nos faz temermos a Allah e as questões que nos fazem agirmos para satisfazê-Lo e temos a Sua cólera e punição.
1.       O temor quanto à grandiosidade e veneração de  Allah
O ser humano que conhece ao seu Senhor e conhece os Seus nobres Nomes e Atributos, sem dúvida O ama e aumenta a sua veneração a Ele. Allah, Ta’ála, disse, através das palavras de Noé:
 “Que vos sucede, que não depositais as vossas esperanças em Allah?” (71:13) 
Allah é Todo-Poderoso, em Suas Mãos está a soberania de tudo. Ibn Al Qaiyem (que Allah Se apiade dele) disse: “Entre os anjos mensageiros (a paz esteja com eles) há os que sobem até o Senhor para receberem as ordens e os que descem com eles, e suas ordens são sucessivos de acordo com a sucessão dos versículos, executadas conforme a Sua Vontade. O que Ele deseja acontece na hora que Ele quiser, da forma que Ele deseja, sem falta nem acréscimo, sem adiantamento nem atraso. A Sua ordem e Autoridade são executados nos Céus e suas regiões, na terra e todos os seus quadrantes, nos mares, no ar e em todos as partes do universo e seus átomos, que dispõe deles como quiser. Allah, exaltado seja, diz:
 “Ele rege todos os assuntos, desde o céu até à terralogo (tudo) ascenderá a Ele, em um dia cuja duração será de mil anos, do vosso cômputo.” (32:5).
* Ele conhece tudo que há no universo. Ele diz mais: 
Ele possui as chaves do desconhecido, coisa que ninguém, além d'Ele, possui; Ele sabe o que há na terra e no mar; e não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência; não há um só grão, no seio da terra, ou nada verde, ou seco, que não esteja registrado no Livro esclarecedor.” (6:59).
E diz, ainda: “Quer faleis privativa ou publicamente, Ele é Conhecedor das intimidades dos corações.” (67:13).
E diz, ainda mais: “Ele (Allah) conhece os olhares furtivos e tudo quanto ocultam os corações.” (40:19).
Esse Deus merece ser temido e venerado, devemos agir para agradá-lo e não nos sujeitarmos à Sua indignação.
   Ele é Oniouvinte. Aicha (R) relatou: 

“Bendito seja Quem ouve todos os sons. Uma mulher estava
dialogando com o Rassulullah (S). Ele ouviu uma parte da
argumentação e ignorou outra. 

Então, Allah, exaltado seja, revelou:Em verdade, Allah escutou a 
declaração daquela que argumentava contigo, acerca do 
marido.”(58:1).

O Allah conhece o desconhecido e o manifesto


 Allah é o Forte, o Poderoso, Que eleva e rebaixa, Que muda as coisas e
nunca muda. Allah, exaltado seja disse: 

Dize: Ó Allah, Soberano do poder! Tu concedes a soberania a quem
Te apraz e a retiras de quem desejas; exaltas quem queres e
humilhas a Teu bel-prazer. Em Tuas mãos está todo o Bem, porque
só Tu és Onipotente.” (3:26).
2) O temor a Allah devido aos nossos pecados e suas conseqüências
O ser humano, pela sua natureza, é pecador, e é injusto consigo mesmo e com Allah. Quem de nós não comete pecados? Quem de nós não desobedece a Allah durante a vida. O muçulmano, quando sente a conseqüência dos pecados e seu perigo sobre o coração, sobre a sua comunidade, sem dúvida procura se emendar e se arrepender perante Allah, bendito e exaltado seja. O ser humano esquece do seu pecado, mas Allah guarda tudo: Ele diz:
 “Allah o memoriza, enquanto eles o esquecem.” (58:6). 
E disse: “... porque anotávamos tudo quanto fazíeis.” (45:29). 

Essa informação convoca as pessoas a temerem o castigo de Allah e Suas conseqüências devido aos nossos pecados. O Rassulullah (S) disse

Uma mulher foi castigada por causa de uma gata. Ela a prendeu até morrer e por isso irá para o Inferno. Ela não a alimentou nem a soltou para que procurasse alimento da terra por si mesma.” (Tradição narrada por Bukhári e Musslim).
Como não sentimos medo de nossos pecados quando o Rassulullah (S) costumava fazer a seguinte prece:


 “Peço refúgio em Ti contra os males dos meus atos.” E disse: “Peço refúgio em Allah dos malefícios das nossas obras e das maldades das nossas ações.”
Uma só palavra por ocasionar a ira de Allah e o ingresso da gente no Inferno. O Rassulullah (S) disse: “A pessoa pode pronunciar uma só palavra que ele considera inocente, porém o faz ingressar no Inferno durante setenta outonos.” (Tradição narrada por Tirmizi).
Esses são os piores pecados que o ser humano não dá valor. Allah, Ta’ála, diz: “...considerando leve o que era gravíssimo ante Allah.” (24:15). 
Anãs Ibn Málik (R) disse: “Vocês fazem coisas que para vocês são mais finos do que um cabelo. Na época do Rassulullah (S) a considerávamos como pecado grave.” (Tradição narrada por Bukhári). Bilal Ibn Saad disse: “Você não deve olhar para o erro como pequeno, mas olhe na sua desobediência.” Zunnun disse: “Quem trair a Allah secretamente, Allah revelará o seu segredo.” Isso corrobora as palavras de Allah, bendito e exaltado seja, disse: 
Castigamos cada um, por seus pecados.” (29:40). E disse: “(Isso) não é segundo os vossos desejos, nem segundo os desejos dos adeptos do Livro. Quem cometer algum mal receberá o que tiver merecido.” (4:123).
 E disse, ainda:


Isso foi em castigo por sua iniqüidade.” (6:146).
O pecado aniquila o ser humano e destrói as dádivas. Como não tememos os nossos pecados? Ibn AL Qaiyem disse: “O que fez os nossos pais saírem do Paraíso, a morada do prazer e da dádiva, de admiração e felicidade, para irem para a morada da dor e da tristeza e das desgraças? O que fez Satanás ser expulso e amaldiçoado do reino dos céus. O que fez o povo de Noé afundar. O que causou o envio do estrondo sobre o povo de Samud?, povo do Faraó, de Karun. Não é, acaso, a desobediência a coisa que o ser humano negligência?
Allah, Ta’ála disse: “Castigamos cada um, por seus pecados; sobre alguns deles desencadeamos um furacão; a outros, fulminou-os o estrondo; a outros, fizemo-los serem tragados pela terra e, a outros, afogamo-los. É inconcebível que Allah os houvesse condenado; outrossim, condenaram-se a si mesmos.” (29:40).
Jubair Ibn Nufar (R) disse: “Quando a Ilha de Chipre foi conquistada, os seus habitantes foram dispersos. Por isso, choraram. Vi Abu Addardá sentado, sozinho, chorando. Perguntei-lhe: “Ó Abu Addardá, o que o faz chorar no dia em que Allah honrou o Islam e seus seguidores?” Ele respondeu: “Ai de você, ó Jubair. Quão fáceis são as pessoas perante Allah, exaltado seja quando eles desobedecem sua ordem. Quando os muçulmanos se tornaram uma nação conqusitadora, conhecida e com reino à sua disposição, deixaram os mandamentos de Allah e se tornaram o que você vê.”
 Irmãos muçulmanos:
Os pecados causam perda tanto neste mundo como no Outro. Como não os tememos? O Rassulullah (S) disse: 


O ser humano ficará privado das dádivas por causa dos pecados.” (narrado por Ibn Mája).
 Ele disse para alguns ancestrais: 


Como posso desobedecer a Allah quando vejo minha montaria e a minha mulher obedecendo-O?
Isso nos faz sempre recorrermos a Allah, temermos a Ele devido às conseqüências dos nossos pecados. Esse temor deve prevalecer até o último instante da vida, quando os anjos virão nos buscar e nos anunciar o Paraíso: 
Em verdade, quanto àqueles que dizem: Nosso Senhor é Allah,(1881) e se firmam, os anjos descerão sobre eles, os quais lhes dirão: Não temais, nem vos entristeçais; outrossim, regozijai-vos com o Paraíso que vos está prometido!” (41:30).
Peço a Allah que nos conceda o sucesso e que Allah os abençoe. Encerramos rendendo louvores ao Senhor do Universo.
“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,


Por: Khaled Taky Eldin 


Colaboração do nosso Irmão: Omar Hussein Hallak

sexta-feira, setembro 09, 2011

ARTIMANHAS DO SHAYTÁN (Demônio)


Todos reconhecemos de que o Shaytán ou Satanás não se apresenta perante a pessoa e murmura dizendo: «Deixa-te de comportar de forma correta; podes cometer os pecados que quiseres, para que sejas de entre os miseráveis e corruptos tanto nesta vida como noutra». É óbvio que se ele procedesse assim, ninguém o seguiria nem o daria “ouvidos”.

Pelo contrário, o Shaytán utiliza várias artimanhas e estratagemas com o intuito de enganar a humanidade e desviá-la do caminho certo, pois essa foi a promessa feita por ele, assim como consta no sagrado Al-Qur’án: «Senhor meu! Por me ter desviado, seduzi-los-ei (os humanos) e desencaminharei a todos; excepto a quem de Seus servos houver protegido.» [Al-Qur’án 15:39-40].

Com este artigo, pretende-se iniciar um tema onde procurar-se-á descrever os diferentes métodos que o Shaytán utiliza para desviar as pessoas:

1.   EMBELEZA A FALSIDADE

Esta é a estratégia que Shaytán utilizou para desviar Ádam , quando o incitou a comer da árvore que ALLAH havia proibido, embelezando o ato e afirmando que quem comesse dela permaneceria eternamente no Paraíso ou se tornaria num Anjo.

Consequentemente,  Adamcomeu o fruto e foi expulso dali. Esta artimanha consiste em exteriorizar o que é falso tomando aparência de verdadeiro e vice-versa.

O Shaytán sempre tentará fazer com que as pessoas prefiram a falsidade e sintam aversão pela verdade, até que finalmente se afastam desta e se inclinam para o pecado.

Explicando isto, Imám Ibn Qayim (RA) escreve o seguinte:

«A estratégia do Shaytán é subjugar a mente de tal forma que esta fique completamente enganada; ninguém está a salvo da sua estratégia exceto quem ALLAH deseja. Assim, ele embeleza exteriormente o que nos é prejudicial até que isso pareça benéfico; afasta-nos de boas ações fazendo crer que são prejudiciais. Quantos não
são tentados desta maneira? Quantos corações se mantêm afastados do Islam e da bondade por estas razões? Quanta verdade não é apresentada de forma horrenda e quanta falsidade não é mostrada de forma elegante e desejosa?

O Shaytán envolve a mente até que seja desviada e entregue aos desejos, fazendo com que a pessoa siga caminhos de desobediência, instigando-a ao menosprezo dos atributos de ALLAH, da Sua Palavra revelada no sagrado Al-Qur’án e levando-a à destruição. Induz ainda à negligência de ordenar o bem e impedir o mal, com desculpa de sermos tolerantes com os demais e comportarmos de bons modos com eles, aplicando fora de contexto o versículo «Ó crentes! Velai pelas vossas próprias almas» e contradizendo o objetivo da vinda do profeta Muhammad.

De forma semelhante, encontramos hoje os aliados de Satanás utilizando a mesma estratégia para desviar a humanidade. Por exemplo, propagam ideologias argumentando acabar com a aflição, miséria e outros males, incitam à mulher a se desleixar do seu papel principal, abandonando os lares praticamente desnudas em
nome da liberdade, propagam filmes e novelas que insultam a honra e dignidade e envolvem pessoas com coisas proibidas, tudo em nome da arte; difundem ainda anúncios venenosos instigando às pessoas a deixarem o seu dinheiro nos bancos para se beneficiarem de juros, tudo em nome do progresso e ganância. Depois chamam àqueles que se apegam a valores morais e religiosos de “atrasados” ou “extremistas”.

Tudo isso faz parte da estratégia encetada pelo Shaytán desde o tempo de Ádam , pintando a falsidade com cores lindas e mostrando a verdade como se fosse algo repugnante com o único objectivo de afastar as pessoas desta.

Consta no sagrado Al-Qur’án: «Por ALLAH! Enviámos mensageiros às nações que te precederam, mas o Shaytán também fez ver as suas más acções como boas.»[Al-Qur’án 16:63].

Isso representa uma ameaça séria para a humanidade, caso esta não fi que atenta. Se
alguém considera o falso como verdadeiro e correto, acabará se esforçando de todas as formas e meios para apoiar e difundir essa “verdade” aparente, nem que seja levado à própria destruição:

«Quereis que vos informe quem sejais os maiores perdedores de suas obras? Aqueles cujo empenhos e frustrou na vida mundana enquanto creram haver realizado o bem.»
[Al-Qur’án 18:103-104].

Esses esforçaram-se arduamente para afastar as pessoas do caminho certo, lutando veemente contra os servos de ALLAH, porque realmente crêem que estão seguindo a verdade. Este é o principal motivo que influenciou os descrentes e fê-los preferir a vida terrena, afastando-se da Outra. ALLAH diz:

«E os designamos companheiros, que ornamentaram seu presente e seu passado.»
[Al-Qur’án 41:25].

Esses companheiros são demônios, que embelezam todos os assuntos mundanos, tornando-os tentadores e levando-os posteriormente a recusar o Ákhirah (Além), sentindo-se seguros desses conceitos e negando consequentemente a existência da Ressurreição, do Juízo Final, do Paraíso e do Inferno.

Nomes Atrativos a Coisas Proibidas

Uma das formas que o Shaytán utiliza para embelezar a falsidade é chamar coisas proibidas através de termos atrativos, com o objetivo de mostrar uma realidade falsa, enganar o Homem e incitá-lo a tomar parte dela. Por exemplo, sabemos que o Shaytán chamou à árvore proibida de “árvore da imortalidade” para atrair Ádam  a comer dela, dizendo:

«Ó Ádam! Te mostro a árvore da imortalidade e um poder incessante?».

Da mesma forma, ainda hoje atribuem nomes agradáveis a coisas proibidas. Chamam o álcool de “mãe da alegria”, os juros de “transação comercial” ou “interesse bancário”, o baile, a construção de estátuas ou pintura de corpos nus são denominados de “arte”, os drogados transformaram-se em “toxico dependentes”, o aborto é reconhecido como “interrupção voluntária da gravidez”, o fi lho ilegítimo que foi deixado com a mãe é conhecido por ter uma “família mono parental” e o homossexualismo virou “inclinação natural”.

A lista de novos termos ou atributos é grande e não termina por aqui; não tarda que a pedofi lia e o incesto, que têm ocorrido com tanta freqüência nos últimos tempos, também sejam redefi - nidos com termos mais “cômodos” e atrativos e passem a ser atos abertamente praticáveis, pois o caminho tende a ser esse.

2. INCITA A UMA POSIÇÃO EXTREMA

Em qualquer mandamento de ALLAH, o Shaytán esforça-se para que a pessoa tome uma das duas posições contraditórias: negligência ou exagero. Para ele, não há preferência entre ambas, pois qualquer um dos extremos que a pessoa venha a seguir são caminhos desviados e afastados.

No primeiro caso, o Shaytán instiga o servo à negligência e apatia, mostrando-lhe vantagens ou infundadas dificuldades para que não cumpra o mandamento Divino; ataca-o com a preguiça e indiferença e ainda lhe abre as portas de interpretações sem fundamento, até conseguir que a pessoa deixe de praticar e executar obras virtuosas que lhe foram ordenadas.

Já no segundo caso, o Shaytán encontra um crente sério, responsável e com muita disponibilidade para praticar boas ações, não conseguindo enganá-lo através do primeiro método.

Então, ele decide optar por uma estratégia oposta, instigando o crente a se esforçar demasiadamente, convencendo-lhe de que o que está a praticar não é suficiente e que suas ambições devem ser superiores.

Insiste que o servo trabalhe mais que os outros, durma ou descanse menos, não quebre o jejum quando os restantes quebram, se uns lavam as mãos três vezes então ele deve lavar cinco vezes, se para um determinado ato de adoração é sufi                                  ciente o Wudhú (ablução) então ele sente que deve efetuar o Ghussl (banho), aceita
imediatamente quando alguém lhe mostra dificuldade numa certa prática mas recusa-se a admitir ou acatar quando lhe é apresentada alguma facilidade na religião, criando dificuldades infundadas para si próprio onde o Islam deu facilidade. Portanto, o Shaytán instiga-o a atos de exagero e extremismo, levando-o a ultrapassar os limites e recomendações deixadas pelo profeta Muhammad .

Para ambos os casos, o objectivo do Shaytán é afastar o crente do caminho certo, fazendo com que não se aproxime do mesmo, no primeiro caso, e instigando que ultrapasse os limites, no segundo.

De salientar que o servo que se encontra desviado através de práticas exageradas, uma vez mergulhado em atos de adoração inovados na religião, talvez lhe seja mais difícil cair na real e reconhecer isso, pois acha que está a fazer algo de bom; no caso do negligente, é mais provável que venha a reconhecer, nem que seja no íntimo, de que está a falhar e cometer erros, pois estes são claros e evidentes.

Quantos não se desviam por meio destas duas estratégias? É difícil escapar delas exceto através da fé, conhecimento, força de combater interiormente o Shaytán e, acima de tudo, com a ajuda de ALLAH.

3. FRUTIFICA A COMODIDADE E PREGUIÇA

Comodidade, preguiça e procrastinação são fortes estratégias utilizadas pelo Shaytán
para impedir que as pessoas realizem os seus deveres assim como boas ações.

Consta num Hadice relatado por Bukhari em que o Profeta  disse: «Durante o sono,
o Shaytán amarra três nós por trás do vosso pescoço e murmura em cada um o seguinte: “A noite é longa, (portanto) continue a dormir”.

Quando a pessoa desperta e louva ALLAH, um dos nós se desfaz; quando efetua o Wudhú, o segundo nó é desfeito; quando ora (efetua o Salát), todos os nós são desamarrados. Depois disso, a pessoa sente-se vigorosa e alegre ao amanhecer; doutra forma, levantar-se-ia com preguiça e mal-humorada».

E de acordo com um outro Hadice, também relatado por Bukhari, o Profeta  foi perguntado acerca daquele que dorme até ao amanhecer, deixando passar a hora de Fajr, ao que respondeu: «Esse é aquele em cujos ouvidos o Shaytán urinou».

É necessário que sejamos determinados e firmes nos deveres e responsabilidades que temos por cumprir, aproveitando diariamente as nossas forças e energias de forma positiva. A pessoa que conseguir vencer o Shaytán logo pela manhã, não passará o resto do dia sonhando ou entretido em assuntos desnecessários, mas irá aproveitar
cada instante de forma produtiva e frutífera.

A determinação mostra o momento exato em que se deve agir e executar as diferentes tarefas, afastando simultaneamente a preguiça e procrastinação. Uma pessoa decidida e firme tem consciência de que o tempo perdido jamais voltará, lutando continuamente contra o seu ego e entregando-se às boas obras; somente aqueles que têm noção de que a morte é certa e iminente são competentes nas suas obrigações.

Através do murmúrio, o Shaytán induz à pessoa a preguiça e a atrasar as boas ações,
insinuando que ainda há tempo e pode fazer isso mais tarde. É por essa razão que Umar , aquele de quem o próprio Shaytán fugia, já afi rmava que não se deixa para amanhã o que pode ser feito hoje.

Quantos não-muçulmanos não vêem com bons olhos e admitem que o Islam é uma religião verdadeira, mas são impelidos pelo Satanás que lhes suspira: “Não se apresse, pense ainda mais sobre o assunto”, e muitos deles vão adiando a sua entrada no Isslam até que, infelizmente, chegam a morrer na descrença.

Assim também o Shaytán desvia o pecador quando este pretende se arrepender, iludindo-o através dos seus desejos e instigando-o de que ainda há tempo para isso e que, portanto, pode continuar a pecar para mais tarde implorar pelo perdão numa única vez.

São várias as suas artimanhas, pois atrasa qualquer tipo de pessoa: ao sábio que pretende transmitir o conhecimento, sussurra-lhe «descansa mais um pouco e depois vai»; ao crente que desperta durante a noite para adorar o seu Senhor, diz-lhe: «ainda há tempo, podes continuar a dormir»; ao trabalhador murmura-lhe «por que tanta pressa e dedicação, deixe para amanhã»; etc. Portanto, o Shaytán jamais cessará a sua função de incutir a preguiça e atrasar a prática de boas ações, fazendo com que as pessoas vivam somente na expectativa, ilusão e sonhos.

A diferença entre uma pessoa determinada e ativa e outra que é preguiçosa e que adia os seus afazeres para mais tarde, é como dois viajantes que atravessam uma cidade no seu percurso.

O primeiro compra logo os mantimentos e prepara-se para continuar a viagem, enquanto que o outro pensa «vou esperar um pouco, talvez permaneça aqui mais dias», e vai adiando a compra de provisão e o reinício da jornada até o último instante, altura em que encontrará apenas arrependimento e pesar.

Este exemplo é semelhante ao de muitas pessoas, pois enquanto algumas se preparam
para o Além ainda neste mundo e quando chega a hora da morte não ficam preocupadas, as outras enganam a si próprias achando que irão efetuar boas obras mais tarde, ficando sempre a adiar, e quando chega o momento de deixar este Mundo
para a derradeira viagem, acordam e encontram nada mais do que remorso e desespero.

Infelizmente, faz parte do instinto humano gostar da preguiça e viver sonhando, e o Shaytán sabe aproveitar-se muito bem disso, fatores com os quais devemos lutar constantemente.

Por isso, devemos despertar e compreender que nos encontramos no meio duma batalha, cujo inimigo jamais descansará; e ainda que pareça que esteja a descansar, na realidade, isso é mais uma das suas inúmeras estratégias.