quinta-feira, fevereiro 17, 2022

Será que Jesus escreveu partes do Evangelho? QUESTÃO

As-Salamu `alaykum. Gostaria que esclarecesse o versículo 27 da Surat Al-Hadid (Surat 57) do Alcorão. Escreveu Jesus (paz esteja com ele) partes do Evangelho? Jesus era iletrado? O Evangelho ou parte dele foi ditado por Jesus a algum dos seus discípulos como o foi o Alcorão? Penso que os discípulos escreveram a Bíblia inteira após a ascensão de Jesus ao céu. Mas, o que significa no Alcorão o versículo "... a quem concedemos o Evangelho"? «Então, após eles, enviamos outros mensageiros Nossos e, após estes, enviamos Jesus, filho de Maria, a quem concedemos o Evangelho; e infundimos nos corações daqueles que o seguem compaixão e clemência. No entanto, seguem a vida monástica, que inventaram, mas que não lhes prescrevemos; só (o inventaram) procurando a satisfação de Deus; porém, não o observaram devidamente. E recompensamos os fiéis, dentre eles; porém, a maioria é depravada». – Alcorão, 57:27. 

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. RESPOSTA: 
1- Jesus (paz esteja com ele) não era iletrado. Ele era altamente instruído. No entanto, costumava comunicar os seus ensinamentos aos seus discípulos sob a forma oral em vez de escrita. Os discípulos, por sua vez, costumavam lembrar-se do que Jesus lhes ensinava de cor. 
2- Quando Jesus foi elevado ao céu, todos os seus conselhos e ensinamentos eram conhecidos dos seus discípulos. Os discípulos não eram bons a memorizar, e nem todos eram capazes de compreender os ensinamentos de Jesus. Muito provavelmente, esta foi a principal razão por detrás das distorções que tiveram lugar após a ascensão de Jesus. Deus enviou muitos Livros Divinos aos Seus Mensageiros para conduzir a humanidade ao caminho da verdade, e guiá-los a adorá-Lo e a evitar o politeísmo e o vício. Deus revelou as Escrituras a Abraão, a Torá a Moisés, os Salmos a David, os Evangelhos a Jesus, e o Alcorão a Muhammad (que a paz estejam sobre todos eles). Alguns desses Livros Divinos foram revelados sob a forma de escrituras, tais como a Torá. Diz Deus Todo Poderoso: «Quando a cólera de Moisés diminuiu, ele tomou as tábuas em cujas inscrições havia a orientação e a misericórdia para todos aqueles que temem o seu Senhor». (Alcorão, 7:154) E alguns foram revelados sob a forma de admoestações e conselhos, tais como o Evangelho.

 É lógico que Jesus (que a paz esteja com ele) não era iletrado. Ele era altamente instruído. No entanto, costumava comunicar os seus ensinamentos aos seus discípulos sob a forma oral, em vez de escrita. Os discípulos, por sua vez, costumavam lembrar-se do que Jesus lhes ensinava de cor. Quando Jesus foi elevado ao céu, todos os seus conselhos e ensinamentos eram conhecidos dos seus discípulos. 

Infelizmente, eles não eram bons a memorizar, e nem todos eram capazes de compreender os ensinamentos de Jesus. Muito provavelmente, esta foi a principal razão por detrás das distorções que tiveram lugar após a ascensão de Jesus. Além disso, o Império Romano e os judeus eram, na altura, opositores brutais dos cristãos. Eles, impiedosamente, mataram cristãos, causando um efeito prejudicial na gravação do Evangelho, uma vez que a maioria daqueles que o memorizaram foram torturados e mortos. 

Quanto à compilação do Evangelho e à sua classificação em volumes, a versão mais antiga conhecida chegou a ser cerca de 100 anos após a ascensão de Jesus. Isto significa que havia três gerações que não sabiam nada sobre o Evangelho ser escrito. Além disso, nenhum dos discípulos ou dos seus sucessores tentou compilar os ensinamentos de Jesus na forma escrita. Isto pode servir como causa primária por detrás das distorções notáveis. Em vez de se concentrar na Unidade de Deus, e seguindo os passos dos Profetas e Mensageiros de Deus, o fundador da Igreja Paulista, S. Paulo (Saulo), começou a pregar o conceito da Trindade e, por isso, afastou-se do Evangelho original. Tais distorções conduziram dramaticamente à decadência e incompreensão dos ensinamentos de Jesus (que a paz esteja sobre ele). É evidente que Deus enviou o Evangelho a Jesus, mas os seus discípulos não tiveram um papel ativo na sua preservação, como os muçulmanos tiveram com o Alcorão, que foi revelado ao Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos estejam com ele), que ordenou aos muçulmanos que o escrevessem. Foi completamente ditado sob a sua supervisão. 

Considerando tudo isto, agradecemos a Deus Todo Poderoso por ter orientado a Comunidade Muçulmana a preservar o glorioso Alcorão, por escrito, há mais de 1400 anos. Deus diz no Alcorão: "Nós revelamos a Mensagem e somos, na verdade, o seu Guardião". (Alcorão, 15:9). O Alcorão é talvez o único livro, religioso ou secular, que foi memorizado completamente por milhões de pessoas. O famoso orientalista Kenneth Cragg reflete que: “...esse fenómeno da recitação alcorânica significa que o texto atravessou os séculos numa sequência viva ininterrupta de devoção. Não pode, portanto, ser tratado como uma peça de antiquário, nem como um documento histórico de um passado distante. O hifze (memorização alcorânica) fez do Alcorão um bem presente durante todo o período de tempo islâmico e deu a ele uma transmissão humana a cada geração, não permitindo que ficasse relegado à posição de mera autoridade para simples referência.” 

O Alcorão inteiro também foi registrado por escrito na época da revelação a partir do que foi ditado pelo Profeta, que Deus o exalte, por alguns de seus companheiros letrados, o mais proeminente deles sendo Zaid ibn Thabit. Outros entre os seus nobres escribas foram Ubayy ibn Ka’b, Ibn Mas’ud, Mu’awiyah ibn Abi-Sufyan, Khalid ibn Walid e Zubayr ibn Awwam. Os versículos foram registrados em couro, pergaminho, escápulas (omoplatas de animais) e folhas de tamareiras. A codificação do Alcorão (ou seja, colocado em ‘forma de livro’) foi feita logo após a Batalha de Yamamah (11EH/633EC), após a morte do Profeta, durante o Califado de Abu Bakr. O terceiro Califa Osman (23AH-35AH/644-656CE) pediu a Hafsah que lhe enviasse o manuscrito do Alcorão que estava sob sua guarda, e ordenou a produção de várias cópias idênticas (masaahif, singular mushaf). Essa tarefa foi confiada aos Companheiros Zaid ibn Thabit, Abdullah ibn Az-Zubair, Sa’eed ibn As-’As, e Abdur-Rahman ibn Harith ibn Hisham. Na conclusão (em 25EH/646EC), Osman devolveu o manuscrito original à Hafsah e enviou as cópias às maiores províncias islâmicas. Um número de eruditos não-muçulmanos que estudou a questão da compilação e preservação do Alcorão também estudou a sua autenticidade. John Burton, ao fim de seu trabalho substancial sobre a compilação do Alcorão, afirma que o Alcorão como nós temos hoje é:“...o texto que nos chegou na forma na qual foi organizada e aprovada pelo Profeta... O que nós temos hoje em nossas mãos é o mushaf de Muhammad”. [John Burton, The Collection of the Quran (A Compilação do Alcorão), Cambridge: Cambridge University Press, 1977, p.239-40.] 

A credibilidade histórica do Alcorão é estabelecida também pelo facto de que uma das cópias enviada pelo Califa Osman continua a existir hoje. Ela está no Museu da Cidade de Tashkent no Uzbequistão, Ásia Central. De acordo com o Programa Memória do Mundo, da UNESCO, um braço das Nações Unidas, ‘é a versão definitiva, conhecida como o Mushaf de Osman.’ 

Um fac-símile do mushaf em Tashkent está disponível na Biblioteca da Universidade de Columbia nos EUA. Essa cópia é prova de que o texto do Alcorão que temos em circulação hoje é idêntico ao do tempo do Profeta e seus companheiros. Uma cópia do mushaf enviado à Síria (duplicado antes de um incêndio em 1310EH/1892EC destruir a mesquita Jaami’ onde estava guardado) também existe no um no Museu Topkapi em Istambul, e um manuscrito anterior em pergaminho de gazela também existe em Dar alKutub as-Sultaniyyah no Egipto. 

Manuscritos mais antigos de todos os períodos da história islâmica encontrados na Biblioteca do Congresso em Washington, no Chester Beatty Museum em Dublin (Irlanda) e no Museu de Londres foram comparados com aqueles em Tashkent, Turquia e Egipto, e os resultados confirmaram que não houve quaisquer mudanças no texto desde a sua época de escrita original. E Deus Todo-Poderoso é Quem melhor sabe.

A paz esteja convosco.

terça-feira, dezembro 21, 2021

9 ( Nove) Fatos espantosos no Alcorão que irão surpreendê-lo!

Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Existem muitos sinais claros de que o Livro Religioso do Islão, o Alcorão,  a Palavra de Deus e temos muitos motivos para apoiar e validar essa afirmação: Há factos científicos e históricos encontrados no Alcorão que muitas pessoas desconheciam na época, e só foram descobertos, recentemente, pela ciência contemporânea.
O Alcorão possui um estilo de linguagem único que não pode ser replicado, conhecido como ‘Inimitabilidade do Alcorão’.

Existem profecias feitas no Alcorão e pelo Profeta Muhammad Sallalahu Alahi wa Sallam que foram cumpridas.

A seguir estão alguns factos encontrados no Alcorão:

1 A Origem da Vida

A água é essencial para todos os seres vivos. Todos nós sabemos que a água é uma necessidade básica para a vida, mas o Alcorão faz uma afirmação muito incomum:
“Não veem, acaso, os descrentes, que os céus e a terra eram uma só massa, que desagregamos, e que
criamos todos os seres vivos da água? Não creem ainda?” (Alcorão 21:30).
Neste versículo (ayah), a água é apontada como a origem de toda a vida. Todas as coisas vivas são feitas de células. Agora sabemos que as células são compostas principalmente de água [1]. Por exemplo, 80% do citoplasma (material celular básico) de umacélula animal padrão é descrito como água em livros debiologia. O facto de que os seres vivos consistem principalmente de água foi descoberto somente após a invenção do microscópio. Nos desertos da Arábia, a última coisa que alguém poderia imaginar é que toda a vida vinha da água.

2 O Ferro

O ferro não é natural para a terra. Não se formou na terra, mas desceu à terra do espaço sideral. Isso pode parecer estranho, mas é verdade. Os cientistas descobriram que bilhões de anos atrás, a Terra estava presa por meteoritos. Esses meteoritos carregavam o Ferro de estrelas distantes que explodiram [2].
O Alcorão diz o seguinte sobre a origem do Ferro:

“E fizemos descer o Ferro com a sua grande força inerente e seus muitos benefícios para a humanidade...” (Alcorão 57:25).
Allah usa as palavras "fizemos descer" em relação ao Ferro. É evidente a partir do versículo que o Ferro não é um material terreno, mas foi enviado para o benefício da humanidade. O facto de o Ferro ter vindo do espaço sideral à Terra é algo que não poderia ser conhecido pela ciência primitiva do século VII.

3. A Proteção do Céu

O céu desempenha um papel crucial na protecção da terra. O céu protege a terra dos raios letais do sol. Se o céu não existisse, a radiação do sol teria matado toda a vida na Terra. Ele também actua como um cobertor enrolado em volta da terra, para protegê-la do frio congelante do espaço.
A temperatura logo acima do céu é de aproximadamente -270o C. Se essa temperatura atingisse a Terra, o planeta congelaria instantaneamente. O céu também protege a vida na Terra, aquecendo a superfície por meio da retenção de calor (efeito estufa) e reduzindo os extremos de temperatura entre o dia e a noite [3].Estas são algumas das muitas funções de protecção do céu.

O Alcorão pede-nos para considerar o céu no seguinte versículo:

«E fizemos do céu um tecto protector. E ainda assim eles estão se afastando desses Nossos Sinais!» (Alcorão 21:32) 

O Alcorão aponta para a protecção do céu como um sinal de Deus. As propriedades protectoras do céu foram descobertas por pesquisas científicas realizadas no século XX.

4. As Montanhas

O Alcorão chama a nossa atenção para uma característica muito importante das montanhas:

«Não fizemos da terra um lugar de descanso? E as montanhas como estacas (na Terra)?» (Alcorão 78:6-7).

O Alcorão indica que as montanhas têm raízes profundas ao usar a palavra estaca para descrevê-las.

Na verdade, as montanhas têm raízes profundas, e a palavra estacas é uma descrição precisa delas.
 Um livro intitulado ‘Terra’, do geofísico Frank Press, explica que as montanhas são como estacas e estão enterradas nas profundezas da superfície da terra.

O Monte Everest, cuja altura é de aproximadamente 9 km acima do solo, tem uma raiz maior que 125 km. O facto de que as montanhas têm raízes profundas como "estacas" não era conhecido, até depois do desenvolvimento da teoria das placas tectônicas no início do século XX. [6]

5. A Expansão do Universo

Numa época em que a ciência da Astronomia ainda era primitiva, a expansão do universo foi descrita no Alcorão:

«E construímos o firmamento com o poder e perícia, e Nós o estamos expandindo». (Alcorão 51:47)

O facto de o universo estar se expandindo foi descoberto no século passado. O físico Stephen Hawking, em seu livro ‘A Brief History of Time’ escreve: “A descoberta de que o universo está se expandindo foi uma das grandes revoluções intelectuais do século 20.”[4]. O Alcorão mencionou a expansão do universo antes mesmo da invenção do telescópio! 

6. A Órbita do Sol

Em 1512, o astrónomo Nicolau Copérnico apresentou a sua teoria de que o Sol está imóvel no centro do
sistema solar e que os planetas giram em torno dele. A crença de que o Sol está estacionário foi difundida entre os astrónomos até o século XX. Agora é um facto científico bem estabelecido que o Sol não é estacionário, mas está se movendo numa órbita ao redor do centro de nossa galáxia, a Via Láctea [5].
O Alcorão menciona a órbita do Sol:

«E é Ele quem criou a noite e o dia, o Sol e a Lua, cada um flutuando na sua órbita». (Alcorão 21:33).

O Alcorão estaria errado de acordo com os astrónomos apenas algumas décadas atrás. Mas agora sabemos que a descrição do Alcorão do movimento do Sol é consistente com a Astronomia moderna.

7. O oceano

O Alcorão usa imagens para revelar os seus significados profundos, e descreve o estado dos incrédulos
como:

«Escuridão num oceano profundo que é coberto por ondas, acima das quais estão ondas, acima das
quais estão nuvens, camadas de escuridão, uma sobre a outra. Quando alguém estende a mão [lá dentro], ele mal consegue ver. Aqueles a quem Deus não dá luz, eles não têm luz.» (Alcorão, 24:40).

É comum pensar que as ondas ocorrem apenas na superfície do oceano. No entanto, os oceanógrafos descobriram que existem ondas internas que ocorrem abaixo da superfície do oceano. Essas ondas são invisíveis ao olho humano e só podem ser detectadas por equipamentos especializados [6].

O Alcorão menciona a escuridão num oceano profundo acima do qual estão as ondas, e as nuvens acima
delas. Essa descrição não é apenas notável porque descreve as ondas internas do oceano, mas também porque descreve a escuridão nas profundezas do oceano. Um ser humano não pode mergulhar mais de 70 metros sem equipamento de respiração. A luz está presente nessa profundidade, mas se descermos 1000 metros está completamente escuro [7]. 1400 anos atrás, não havia submarinos ou equipamentos especializados para descobrir ondas internas ou a escuridão nas profundezas dos oceanos.

8. A Mentira e o Movimento

Havia um líder tribal opressor e cruel chamado Abu Jahl, que viveu na época do Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele). Deus revelou um versículo do Alcorão para alertá-lo:

«Sim! Se ele não se detiver, realmente agarrá-lo-emos pelo topete, (isto é, cabelos frontais, ao Inferno) uma fronte mentirosa, pecadora». (Alcorão,6: 15-16).

Deus não chama essa pessoa de mentiroso, mas chama a sua testa (a parte frontal do cérebro) de "mentirosa" e "pecaminosa", e o avisa para parar. Este versículo é significativo por duas razões. A primeira é que a parte frontal do nosso cérebro é responsável pelo movimento voluntário [8]. Isso é conhecido como lobo frontal.

A verdade provém de teu Senhor - Surat-al Baqarah – Alcorão, 2-147 - Um livro intitulado 'Essentials of Anatomy and Physiology' que inclui os resultados de pesquisas sobre as funções desta área afirma: A
motivação e a previsão para planejar e iniciar os movimentos ocorrem na porção anterior dos lobos frontais, a área pré-frontal [9]. Diz-se que a parte do cérebro responsável pelo movimento é apreendida se a pessoa não parar.

Em segundo lugar, vários estudos têm mostrado que esta mesma região (lobo frontal) é responsável pela
função de mentira do cérebro [10]. Num estudo da Universidade da Pensilvânia, no qual foram feitas perguntas aos voluntários durante um interrogatório computadorizado, descobriu-se que, quando os voluntários estavam mentindo, havia um aumento significativo da actividade nos córtices pré-frontal e pré-motor (região do lobo frontal) [11]. A parte frontal do cérebro é responsável pelo movimento e pela mentira. O Alcorão liga o movimento e a mentira a esta área. Essas funções do lobo frontal foram descobertas com equipamentos de imagens médicas desenvolvidas no século XX.

9. Receptores de dor

Por muito tempo, pensou-se que a sensação de sentimento e dor dependia do cérebro. No entanto, foi descoberto que existem receptores de dor presentes na pele [12]. Sem esses receptores de dor, uma pessoa não seria capaz de sentir dor. Considere o seguinte versículo sobre dor:

«Certamente aqueles que rejeitam as Nossas revelações, brevemente os introduziremos no (Inferno) Fogo. Cada vez que as suas peles forem queimadas, Nós as substituiremos por novas para que continuem a sentir a dor: Deus é Todo-Poderoso, Omnisciente.» (Alcorão 4:56)

Deus diz às pessoas que rejeitam a Sua mensagem que, quando eles estiverem no Inferno e as suas peles
forem queimadas (para que não possam sentir nenhuma dor), Ele lhes dará novas peles para que continuem a sentir a dor.

O Alcorão deixa claro que a dor depende da pele. Adescoberta de receptores de dor na pele é uma des-
coberta bastante recente para a Biologia.


CONCLUSÃO

Esses são apenas alguns dos muitos factos encontrados no Alcorão. É importante notar que o Alcorão não é um Livro de ciência, mas é consistente com a ciência. Afirmar que os factos científicos do Alcorão são devidos à coincidência seria irracional. A melhor explicação é que Deus revelou esse conhecimento ao Profeta Muhammad (s.a.w.).

Assim como o Alcorão contém conhecimento sobre o mundo natural, ele também contém informações sobre as dimensões internas de nossa alma. Relaciona-se com os nossos sentimentos, desejos e necessidades. O Alcorão informa-nos que temos um propósito na vida e que seguir a orientação de Deus levar-nos-á à paz interior, nesta vida e ao Paraíso na outra. E essa rejeição de sua mensagem levará à depressão nesta vida e ao Fogo do Inferno após a morte.

«Logo lhes mostraremos os Nossos Sinais no Universo e neles próprios, até que fique claro para eles que esta é a Verdade (i.e. o Alcorão). Acaso não é suficiente que o teu Senhor seja Testemunha sobre
todas as coisas?» (Alcorão 41:53).

NOTAS:

[1] Bruce Alberts, Essential Cell Biology

[2] M. E. Walrath, History of the Earth’s Formation

[3] Joseph M. Moran, Meteorology: the Atmosphere and

the Science of Weather

[4] Naomi Oreskes, Plate Tectonics: An Insider’s History

Of The Modern Theory Of The Earth [10] Stephen Hawking,

A Brief History Of Time

[5] Lambert M. Surhone, Orbital Period: Orbit, Sun, Earth,

Conjunction, Orbital Node, Apsis, Semi-Major Axis

[6] M. Grant Gross, Oceanography: A View of Earth

[7] Danny Elder, Oceans

[8] (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2289137)

[9] Rod R. Seeley, Essentials of Anatomy & Physiology

[10](http://cercor.oxfordjournals.org/content/20/1/205.full.

pdf)

[11](http://www.americanscientist.org/issues/pub/2002/3/d

iogenes-new-lamp)

[12] Michael Darmon, Molecular Biology of the Skin: The

Keratinocyte. 

Obrigado. Wassalam.

Coordenado por: Yiossuf Adamgy - Resumido de onereason.org
(Director da Revista Islâmica AL FURQÁN).

Observação: Esse texto foi escrito em Português de Portugal.

quinta-feira, setembro 09, 2021

Algazali - Máximas de Sabedoria do Islam

Estudo Introdutório

Aida Rámeza Hanania

A célebre sentença moderna que afirma a identidade entre meio e mensagem encontra aplicação com total propriedade no caso do Oriente com as máximas de sabedoria.

Valem aqui, para as máximas de sabedoria, as mesmas considerações que temos já feito alhures para seus irmãos, os provérbios. O sistema língua/forma de pensamento, para usar o conceito de Lohmann ( [1] ), com relação ao árabe, encontra, nessas sentenças, sua mais perfeita correspondência.

Em vez de longos e articulados discursos, a língua árabe (o pensamento árabe) expressa-se de modo muito mais natural e autêntico por rápidas sentenças de caráter incisivo, que atingem o íntimo do interlocutor por condensarem séculos (ou milênios...) de uma sabedoria mais do que humana.

Os ergo e os demonstrandum do Ocidente dão lugar ao qala (disse). "Disse Junaid...", "Disse Abu al-Qasim..." "Disse Hassan al-Basri..." não expressam uma adesão cega à autoridade de um sujeito particular, mas, à milenar voz da sabedoria que, por eles, fala. É a verdade das coisas que se deixa ver na trouvaille do dito. Este fato é apontado precisamente em uma das sentenças preferidas de Algazali: "Disse 'Ali ben Abi Talib: Não reconheças a verdade na boca das pessoas; antes, reconhece a verdade. E assim, poderás reconhecer quem diz a verdade".

Por detrás de cada sábio, a sabedoria. Sabedoria que, por sua vez, remete, de modo mais ou menos mediato, à sua Fonte: O Altíssimo. E a Seu enviado. E a Seu livro.

Algazali é um polêmico pensador muçulmano; um místico em constante e angustiada busca da união com Deus, como revela sua extensa obra. Por mais interessante e original que seja seu pensamento filosófico-teológico, interessa-nos, neste estudo, somente o Algazali fiel depositário de sua tradição.

Se as sentenças são uma constante nos autores árabes, em Algazali são especialmente importantes. Assim, quando surgiu a idéia, consubstanciada neste livro, de apresentar, em paralelo, as bases "medievais" de sabedoria sentencial do Ocidente e do Oriente (cabendo-me a edição de um contraponto árabe para os autores e sentenças de Defensor de Ligugé), Algazali pareceu-me o mais adequado.

Tanto no campo formal, quanto no conceitual, Algazali é um mestre na apresentação dos autores e sentenças mais representativos da alma islâmica. Procuramos preservar essa representatividade na seleção e na classificação temática das sentenças que escolhemos a partir do exame de diversas obras do autor.

Alguns dados biográficos. Abu Hamid Muhammad ibn Muhammad al-Ghazzali, conhecido simplesmente como Algazali (1058-1111), nasceu em Ghazal, na Pérsia. Iniciou sua educação em Tus, com um sufi, amigo de seu pai. Estudou Direito em Jarjan, transferindo-se depois para Nissapur, onde foi discípulo (1079-1085) de Abu-l-Maali al-Juwaym. Nessa época, passou por profunda crise de ceticismo, que descreve em seu Munqid. Atribuiu a uma iluminação divina, a superação dessa crise. Em 1091, é nomeado reitor da madrassa nizamyyah de Bagdad, com enorme êxito como professor, estudando intensamente o aristotelismo e o kalam. Em 1095, gravemente doente, sofre forte crise moral, que durou seis meses: deixa Bagdad e refugia-se em Damasco, onde se dedica plenamente ao sufismo (cujos excessos virá a criticar depois). Em 1097, vai a Jerusalém, aprofundando-se, cada vez mais, em seu ascetismo. Retorna a Bagdad, como pregador de vida espiritual e conclui sua obra Vivificação das ciências da religião e o Munqid.

As sentenças selecionadas procedem de autores e personagens clássicos do Islão, do Alcorão e dos hadiths ( [2] ). Nos dois últimos casos, são precedidas pelas fórmulas: "Disse o Profeta...", "Disse o Altíssimo..." ou "Diz o hadith...".

Após cada sentença, indica-se, por abreviaturas, como segue, a obra de Algazali ( [3] ) da qual ela procede: AW (Ayyuha al-walad - Ó filho); MQ (Al-Munqid min al-dalal - O salvador do descaminho); IU (`Ihya 'Ulum ad-dyn - Vivificação das ciências da religião); MA (Mishkat al-anwar - Tabernáculo das Luzes); DF (Ad-durra al-fakhira - A pedra preciosa); KM (Kitab al-mahabba...); HH (Kit b al halal wa al-haram) e KZ (o livro dos bons costumes em relação ao casamento, parte de `Ihya 'Ulum ad-dyn ).

Máximas de Sabedoria - Algazali  -(seleção, tradução e notas de ARH)

1. Servir a Deus

1. Disse o Profeta: "Quando um homem tem o espírito preocupado com o que não lhe compete, este é o sinal de que o Altíssimo abandonou seu servidor. Aquele que perde uma hora de sua vida em algo distinto do serviço de Deus para o qual foi criado, merece que Deus prolongue sua pena no dia do juízo. E aquele que chegue aos quarenta anos sem que suas boas ações ultrapassem as más, já pode se preparar para o fogo" (AW).


2. A vã erudição

2. Disse o Profeta: "O pior suplício no dia da Ressurreição será o do estudioso, que não aproveitou seu saber diante de Deus" (AW).

3. Disse Abu al-Qasim ( [4] ): "Os belos discursos foram vãos e as fórmulas eruditas provaram-se estéreis; nada nos foi útil, a não ser algumas prostrações, realizadas no meio da noite" (AW).

3. As boas obras

4. Disse o Altíssimo (LIII, 40): "Apenas seus próprios atos contarão ao homem" (AW).

5. Disse o Altíssimo (XVIII, 110): "Aquele que espera encontrar-se com seu Senhor, que pratique boas obras" (AW).

6. Disse o Altíssimo (XVIII, 107): "Os que crêem e praticam o bem, terão por morada eterna o paraíso, que não quererão trocar por nenhuma outra" (AW).

7. Disse o Altíssimo (XIX, 60-61): "Deixaram de orar para se abandonarem a suas inclinações pessoais. Um triste destino lhes está reservado. Exceção será feita àqueles que se arrependerem, acreditarem e praticarem boas ações. Entrarão no paraíso e não serão privados de nenhum de seus méritos" (AW).

8. Disse Hassan al-Basri ( [5] ): "No dia do juízo, dirá o Senhor a seus servos: `Entrai no Paraíso, vós que me adorais, por minha misericórdia; participai dele conforme vossas obras'" (AW).

9. Disse 'Ali: "Quem pensa que vai chegar ao Paraíso sem se esforçar, é um homem de desejos ineficazes; quem pensa chegar apenas com suas próprias forças, sem contar com a graça divina, é um presunçoso" (AW).

10. Disse o Altíssimo (LV, 60): "Não será o próprio bem a recompensa do bem?" (KM).

4. A palavra

11. Disse o Profeta (XIV, 24): "Deus propõe um mathal para a boa palavra: ela é comparável a uma boa árvore cuja raiz é sólida e sua ramagem toca o céu" (KM).

12. Disse o Profeta (XVIII, 109): "Se o mar fosse tinta para as palavras de meu Senhor, esgotar-se-ia o mar antes das palavras de meu Senhor, mesmo que a ele juntássemos outro mar de tinta" (KM).

13. Disse Ibn Mas'ud: "Tomai a luz do Alcorão e penetrai em seu sentido oculto: nele está a ciência dos princípios e dos fins" (KM).

5. A fé

14. Diz o hadith: "O Islão foi construído sobre cinco fundamentos: Atestar que não há outra divindade senão Deus e que Muhammad é o profeta de Deus; rezar; dar esmola; jejuar no mês de Ramadan e, para aqueles que têm possibilidade, fazer a peregrinação a Meca" (AW).

15. Diz o hadith: "A fé é, ao mesmo tempo, a palavra, a sinceridade e as obras" (AW).

16. Disse Ubayy Ibn Ka'b: "A luz do coração de quem crê é como a de um tabernáculo" (MA).

17. Diz o hadith: "A alma de quem crê é um pássaro que se alteia por sobre as árvores do Paraíso" (DF).

18. Disse o Profeta (XXXIX, 22): "Aquele, cujo coração Deus abriu ao Islão, acaso não se encontra numa luz vinda de seu Senhor?" (KM).

19. Disse o Profeta (LXXXIII, 21): "Os que estão próximos de Deus, dEle são testemunhas" (KM).

20. Disse Abu al-Darda': "A plenitude da fé está em suportar com paciência aquilo que ela impõe (hukm) e em sentir-se contente com o destino que ela reservou para ti" (KM).

6. Vaidade e humildade.

21. Disse Jesus no Evangelho ( [6] ): "Desde o momento em que o morto é colocado no caixão até que o depositem no sepulcro, Deus, em sua grandiosidade, faz-lhe quarenta interpelações. A primeira delas é: `Meu servo, durante muitos anos procuraste ficar bem aos olhos dos homens e, nem sequer por uma hora, cuidaste de ficar bem a meus olhos. Todos os dias olhava Eu para teu coração e te dizia: `Estás coberto de favores meus e aplicas-te a agradar aos outros?' Mas, estavas surdo e não ouvias'" (AW).

22. Disse 'Ali ben Abi Talib ( [7] ): Não reconheças a verdade na boca das pessoas; antes, reconhece a verdade. E assim, poderás reconhecer quem diz a verdade (MQ).

23. Disse o Profeta: "Õ Deus, não permitas que eu me encha de orgulho" (IU).

24. Disse Huthaifa, companheiro do Profeta: "Irmãos, busquem outro para guia de oração ou façam-na sem guia, porque eu começo a sentir-me vaidoso com este cargo" (IU).

25. Diz o hadith: "Ao que é humilde, Deus eleva; ao orgulhoso, Deus humilha. E aquele que se lembra incessantemente de Deus, Deus o ama" (KM).

7. A oração.

26. Disse o Altíssimo (LI,18): "Ora de noite" (XVII,81) e "Na madrugada, implora o perdão" (AW).

27 Disse o Profeta: "Três vozes são gratas a Deus: o canto do galo, a recitação do Alcorão e a voz dos que suplicam perdão de madrugada" (AW).

28. Disse Sufyan al-Thawri ( [8] ): "Deus criou um vento que sopra ao amanhecer, levando à presença do Rei soberano os pedidos de perdão e adhkár ( [9] ) (AW).

29. Disse o Profeta sobre Abdallah ben-'Umar ( [10] ): "Que graça este homem teria, se orasse de noite" (AW).

30. Disse Luqman ( [11] ): "Filho, não seja o galo mais consciencioso do que tu: ele já está de manhã desperto, enquanto tu dormes" (AW).

31. Disse Qatada: "Destacam-se entre as palavras do Altíssimo: `Aqueles que crêem, repouse seu coração no dhikr ( [12] ) de Deus, pois é somente no dhikr de Deus que seus corpos encontrarão repouso" (KM).

8. A tolice

32. Disse Jesus no Evangelho ( [13] ): "Impossível para mim não foi ressuscitar mortos, mas curar os néscios" (AW).

9. Retidão e sinceridade para com Deus

33. Disse o Profeta: Deus não olha para o exterior nem para vossas ações, mas sim para o coração e a intenção (AW).

34. Disse Abu Huraira: "O Profeta disse que, no dia da Ressurreição, três serão os primeiros a serem interrogados - de início, o homem culto, a quem se indagará sobre o uso que fez de seus conhecimentos. E ele responderá: `Fiz o possível para propagá-los'. Deus e os anjos, porém, dirão: `Falas com falsidade. Teu único propósito (e o atingiste!) era o de ser considerado sábio pelos outros'. O segundo será o rico a quem se indagará sobre suas riquezas. E ele responderá: `Dia e noite distribuí-as como esmola'. Deus e os anjos, porém, dirão: `Falas sem verdade. O que querias (e o conseguiste!) era simplesmente ser considerado generoso'. O terceiro será o mártir a quem também se indagará sobre seus atos. E ele responderá: `Õ Senhor, Tu ordenaste a jihad ( [14] ), e eu Te obedeci: caí em combate!'. Deus e os anjos, porém, repicarão: `Mentes. Teu objetivo (e o alcançaste!) era apenas o de ser louvado como herói'. E o Profeta concluiu: `Estes três serão os primeiros a serem lançados às chamas do Inferno'" (IU).

35. Disse Yaqub, o sufi: "Reto é quem oculta suas virtudes como se costuma ocultar os vícios" (IU).

36. Disse Junaid: "Há alguns servos de Deus que são sábios, que agem como sábios, que são sinceros em seu agir; a sinceridade, então, os leva à virtude" (IU).

37. Disse Ruyam: "Sincero é quem não atenta para a recompensa de suas ações: nem neste mundo, nem no outro" (IU).

10. O amor

38. Disse o Profeta: "Aqueles dentre vós, que tendes boa disposição e vos amais uns aos outros, afetuosa e ternamente, sois meus companheiros chegados" (IU).

39. Disse Rabi'a: "Não permita Deus que eu O sirva como um mau empregado, pensando só no salário; estou inundada pelo amor" (IU)

40. Disse Hassan al-Basri: "Aquele que conhece seu Senhor, ama-O; aquele que conhece este mundo terreno, desdenha-O" (KM).

41. Disse Junaid: "O sinal do amor é um ardor durável e assíduo que leva a buscar a paixão que enfraquece o corpo e não enfraquece o coração" (KM).

42. Disse Junaid: "Todo amor existe para ser correspondido; se a correspondência cessa, cessa também o amor" (KM)

11. O caminho para Deus

43. Disse o Profeta (II, 142): "Ele desencaminha quem Ele quer e orienta quem Ele quer" (MQ).

44. Diz o hadith: "Verdadeiramente, o desejo dos virtuosos é ter comunhão comigo e eu anseio por vê-los" (IU).

45. Diz o hadith: "A quem dá um passo em direção a Mim, Eu lhe estendo a mão" (IU).

46. Diz o hadith: "Não fosse pelos diabos que rondam seus corações, os homens teriam visto as glórias do Reino dos Céus" (IU).

47. Diz o hadith: "Ninguém dentre vós será um crente, a menos que ame, sobre todas as coisas, a Deus e a Seu enviado" (IU).

48. Disse o Altíssimo (LXI, 4): "Deus ama aqueles que cerram fileiras, como se fossem um sólido edifício, para lutar por Sua causa" (KM).

49. Diz o hadith: "Deus faz Sua morada na casa de seu servo, na medida em que Seu servo Lhe tenha preparado uma morada em sua alma" (KM).

12. Felicidade

50. Disse o Profeta: "A felicidade que ultrapassa todas as outras é uma longa vida transcorrida em obediência a Deus" (KM).

13. A vida eterna

51. Disse o Profeta (XXIX, 64): "Na morada do outro mundo é que está verdadeiramente a vida. Se eles soubessem..." (KM).

52. Disse Abu Sulayman al-Darani: "Se os servos de Deus não se desviam de Deus pelo medo do inferno e pela esperança do Paraíso, como pode este mundo desviá-los de Deus?" (KM).

53. Disse o Altíssimo (XVII, 21): "Há, na vida futura, categorias mais e menos elevadas e distinções" (KM).

54. Disseram Thawri e Bishr al-Hafi: "Não há aversão pela morte, senão para o cético, que duvida; pois, os por Ele amados, desejam reencontrar seu Amado" (KM).

14. Amizade, solidariedade e companhias

55. Disse o Profeta: "Deus, quando quer mostrar Sua bondade a uma pessoa, dá-lhe um bom amigo" (IU).

56. Disse o Profeta: "As almas são como soldados combatentes: da proximidade dos que se conhecem, surge a amizade; da distância dos que se desconhecem, a oposição" (KM).

57. Sahl disse: "Evitai a companhia de três tipos de pessoas: os tiranos, que se esquecem de Deus; os ulemás que praticam simulação e os sufis ignorantes" (IU).

58. Disse Ibn Mas'ud: "Se um homem (servo de Deus) foi morto no Oriente e outro, no Ocidente, se alegra, este é cúmplice do assassino" (KM).

59. Disse Abu Darr: "Quem se junta a certas pessoas, torna-se um deles" (HH).

15. A tribulação

60. Disse o Profeta: "Quando Deus ama a um de seus servos, envia-lhe tribulações. Se ele as suporta pacientemente, é favorecido. E enfrentá-las alegremente é sinal de que é eleito de Deus" (IU).

61. Disse o Profeta (IV,45): "Deus conhece bem vossos inimigos. Deus vos basta como protetor. Deus vos basta como defensor" (KM).

16. Grandeza de Deus

62. Disse o Profeta: "Deus tem setenta véus de luz e de trevas; se Ele os tirasse, as glórias fulgurantes de Sua face consumiriam todo aquele que fosse atingido por Seu olhar" (MA).

17. Avareza e usura

63. Disse o Profeta: "Ai daquele que é escravo do dinheiro; ai daquele que é escravo do ouro!" (MA).

64. Disse o Profeta: "Um dirham proveniente da usura é mais grave aos olhos de Deus que trinta adultérios cometidos entre os muçulmanos" (HH).

18. O arrependimento

65. Disse o Profeta: "Arrepender-se de um pecado é como não o ter cometido" (DF).

19. A justiça

66. Diz o hadith: "Deus disse: `A injustiça de um injusto não prevalecerá. Com efeito, se ela prevalecesse, Eu é que seria injusto'" (DF).

67. Disse o Profeta (VI, 164; XVII, 16 etc.): "Nenhuma alma pecadora arcará com o fardo de outra" (KZ).

20. Deveres e proibições

68. Disse Ibn Mas'ud: "A busca do conhecimento, disse o Profeta, é um dever de estrita obrigação para todo muçulmano" (HH).

69. Disse o Profeta: "Quando uma carne é alimentada do que é ilícito, ela não merece senão o fogo" (HH).

70. Disse o Profeta: "Quando alguém não se preocupa em saber por que meios adquire seus bens, Deus também não se preocupa em saber por qual dos caminhos Ele o fará entrar na fornalha" (HH).

71. Disse o Profeta: "Quem chega ao final do dia, cansado por ter procurado o lícito, passa a noite perdoado e, pela manhã, Deus está satisfeito com ele" (HH).

72. Disse o Profeta: "Quando alguém adquire bens em situação de pecado e, depois, os distribui como esmolas e gastos pelos caminhos de Deus, Ele reúne tudo em bloco para arremessar à fornalha" (HH).

73. Diz o hadith: "Há o que claramente é lícito e o que claramente é ilícito e, entre os dois, há casos duvidosos, ignorados por muitos. Guardar-se do duvidoso é preservar a honra e a religião incólumes; acolher o duvidoso equivale a fazer pastar seu rebanho à beira de um recinto reservado, a um passo de incorrer no proibido" (HH).

74. Disse Ibn Mas'udi: "Viveis num país onde os açougueiros são, em grande maioria, zoroastrianos: cuidai vós, pois, de distinguir entre animal puro e animal morto" (HH).

75. Disse o Profeta: "Não há, aos olhos de Deus, pecado maior que os de deixar os de sua casa na ignorância" (KZ).

21. A prática religiosa

76. Disse o Profeta: "A melhor parte de vossa prática religiosa é a probidade sensível" (HH).

77. Disse o Profeta: "Àquele que se apresenta diante de Deus, tendo praticado a probidade sensível, Deus dá a inteira recompensa do Islão" (HH).

78. Sahl at-Tustari disse: "Quatro condições devem ser observadas para que se atinja a verdadeira fé: cumprir os deveres de estrita obrigação, conforme a Suna; alimentar-se do que é lícito, segundo a probidade sensível; abster-se do que é proibido aos foros externo e interno e, nisso, perseverar até a morte" (HH).

79. Disse o Profeta: "Assim como Deus não aceita a oração sem as abluções, tampouco aceita a esmola que vem da fraude" (HH).

22. A temperança

80. Disse Abu Hurayra: "O estômago, no ventre, disse o Profeta, é bebedouro: nele, as veias vêm beber. Se o estômago é são, dele retiram saúde; se corrompido, corrupção. Entre alimento e prática religiosa dá-se a mesma relação que há entre fundações e construção: se as fundações são sólidas, a construção ergue-se retamente; se as fundações são fracas e inadequadas, o edifício desmorona e cai" (HH).

81. Disse Ibrahim ben Adham: "A sensibilidade de percepção só é dada àquele que tem discernimento sobre o que ingere" (HH).

82. Disse Yahya ben Mu'ad: "A obediência (o seguimento de Deus) é um tesouro de Deus. Para abri-lo, porém, a chave é a invocação e os dentes dessa chave são os bocados de alimento lícito ( [15] )" (HH).

23. A adulação

83. Disse Abu Hurayra: "Aos olhos de Deus, disse o Profeta, os mais odiosos leitores do Alcorão são os que freqüentam os príncipes" (HH).

84. Disse Abu Darr: "Não te apresses a ir às portas dos príncipes; não conseguirias tirar algo de seus bens, senão à custa de desprender-te de tua religião" (HH).

85. Disse Sufyan: "Na gehena, há um vale inteiramente povoado por leitores do Alcorão que freqüentaram os reis" (HH).

86. Disse Al-Awza'i: "Nada é mais odioso a Deus que um teólogo-jurista em visita a um governador" (HH).

87. Disse Al-Fudayl: "Ninguém se aproxima do príncipe, sem se afastar de Deus" (HH).

24. A Prudência

88. Disse Ibn Sirin: "Não te encarregues de levar uma carta ao príncipe, sem saber o que ela contém" (HH).

25. A mulher, o casamento

89. Disse o Profeta: "Aquele se casa põe em segurança a metade de sua religião" (KZ).

90. Disse 'Umar: "Não há obstáculos para o casamento, exceto a incapacidade de sustentar a família e a libertinagem" (KZ).

91. Disse Ibn Abbas: "A devoção do devoto não é completa, enquanto ele não for casado" (KZ).

92. Disse Abu Sulayman al-Darani: "Uma mulher virtuosa não é deste mundo, pois ela te põe a caminho da bem-aventurança da vida futura" (KZ).

93. Disse o Profeta: "Que cada um de vós garanta a posse de três coisas: um coração agradecido, uma língua que invoque a Deus e uma mulher piedosa e virtuosa, que o ajude a obter a salvação eterna" (KZ).

94. Disse o Profeta: "Desposa-se uma mulher em razão de sua fortuna, de sua beleza, de sua linhagem e de sua fé. Procura, pois, aquela que tem a fé. De outro modo, que caias na miséria" (KZ).

95. Disse 'Ali: "Três defeitos no homem, são, na mulher, virtudes: a avareza, o orgulho e o medo" (KZ).

96. Disse o Profeta: "A melhor de vossas mulheres é aquela que se regozija quando seu marido a olha, que obedece suas ordens, que, estando ele ausente, guarda preciosamente sua lembrança e sua fortuna" (KZ).

97. Disse o Profeta: "Deveis desposar uma mulher fecunda e amorosa" (KZ).

98. Disse o Profeta: "Não vos caseis com parentes muito próximos, pois o filho terá constituição fraca" (KZ).

99. Disse o Profeta: "O crente mais perfeito é aquele que mostra melhor caráter aos olhos das mulheres e é o mais doce com sua família" (KZ).

100. Disse o Profeta: "Deus deu ao marido o mando sobre sua mulher. Entretanto, se ele permitir que a mulher mande, inverterá a ordem estabelecida, aplicando os princípios às avessas, cumprindo o propósito de Satanás, que diz (IV, 118): `Eu lhes ordenarei mudar a criação de Deus'" (KZ).

Assalamu Aleiko wa Ramatulahi wa Baraketuh

sexta-feira, agosto 20, 2021

A ESPADA DA BONDADE.


A arrogância cega pessoas ao ponto de pensarem que não dependem de ninguém, por terem poderes absolutos e muita riqueza. “E não vires o rosto às pessoas com vaidade, nem andes com insolência (falta de respeito) pela terra, porque Allah não estima os arrogantes.” Cur’ane 31:18. A vaidade, o orgulho e a arrogância, para além de anularem todas as nossas boas ações, ainda nos colocam em situação de pecados e de extrema fragilidade quando chegar a hora de prestarmos contas perante o Rei dos reis - Allah Al Malik-ul-Mulk, que perguntará nesse dia: “Eu sou o Senhor. Onde estão (hoje) os altivos, onde estão os orgulhosos?”. Muslim 39:6704.

A melhor caridade é aquela que é dada secretamente, sem que ninguém o saiba. “E aqueles que por amor a Allah, alimentam o pobre, o órfão e o prisioneiro, dizendo: nós vos alimentamos somente para agradar a Allah. Não exigimos recompensa nem agradecimentos da vossa parte”. Cur’ane 76:8 e 9. Dar com a mão direita, sem que a mão esquerda o saiba.

Era uma vez uma pessoa poderosa e com uma imensa riqueza. Rei e senhor na localidade. Auxiliava as pessoas necessitadas. Mas completava com o orgulho e vaidade, de ser o mais generoso e publicitava tudo o que fazia. O seu poder era imenso e ninguém se atrevia a contrariá-lo. Dizia com “boca cheia” que ele era o mais generoso e que ninguém o conseguia superar. “E abundante era a sua produção. Ele disse ao seu vizinho: “Sou mais rico do que tu e tenho mais poderio”. Cur’ane 18.34.

Teve conhecimento através dos seus séquitos, que numa aldeia remota havia uma pessoa ainda mais generosa. Esta suposta concorrência o enfureceu e fez-lhe perder a razão, porque isso diminuía a sua reputação de ser o mais generoso. Incumbiu o chefe da sua guarda pessoal, temido pela sua espada afiada, para se deslocar à referida aldeia, a fim de matar o concorrente.

Ao chegar na aldeia, foi recebido pelo homem, que ofereceu a sua casa e o alimentou. Passaram depois longas horas na conversa. Já era longa a noite e o dono da casa cedeu o seu quarto para o viajante passar a noite. Na solidão do quarto, o chefe da guarda, agarrado à sua espada, não conseguia dormir. Pensando por um lado (i) como cumprir com a missão que lhe foi imposta e (ii) ao mesmo tempo, na imensa generosidade e cordialidade do homem.

Após o nascer do sol e depois da pequena refeição que lhe foi oferecida, regressou ao palácio. O rei ansioso perguntou-lhe se tinha cumprido com a ordem. Respondeu: “o homem me “matou” com a sua espada da bondade. Não conseguiu utilizar a sua espada afiada, a espada da vingança, para matar o homem que lhe comoveu com a sua bondade, generosidade e também por ser muito amado na localidade.

Entre as duas espadas, da vingança e da fraternidade, escolha a espada da bondade para mudar a mentalidade e o coração das pessoas, ajudando a estabelecer diálogos pacíficos e fraternos. Seguindo o exemplo do teu Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), perdoa-lhes abundantemente, mesmo que sejam agressivos e insultuosos. Abra a mão e o seu coração para os necessitados. Seja um Abdur Rahman, um servo do Beneficente. “Certamente que a razão pela qual muitas pessoas entrarão no Paraíso, será pela piedade e pelo bom comportamento”.

E façam o favor de ter um bom dia de Juma. Até ao próximo, In Sha Allah!

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

sábado, julho 17, 2021

A festa de Eid-Al-Adha (1442-2021) foi marcada para terça-feira, 20 de Julho de 2021!

Um grande momento de partilha num contexto que exige extrema vigilância  Prezados Irmãos:  Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

A festa do Eid-Al-Adha, que começará, in cha Allah, na terça-feira, 20 de Julho de 2021, comemora a obra e o sacrifício do Profeta Abraão (Ibrahim a.s.) e seu filho Ismail (a.s.), tocado pela Divina Misericórdia após um julgamento manifesto.

O jejum dos dias que antecedem a festa e, em particular, o dia de ARAFAT na véspera do Eid, 19 de Julho de 2021, dá-nos a oportunidade de medir o sofrimento e a angústia de quem sofre diáriamente as dores da pobreza.

Como a maioria dos ritos, o acto sacrificial de abater uma ovelha (um por membro de família) ou um bovino (um para sete membros de família), que é uma recomendação ou mesmo uma obrigação para algumas escolas, não é um fim em si mesmo: “Nem a carne nem o sangue desses animais é importante para Deus. A única coisa que conta para Ele é a vossa piedade. Por isso, Ele colocou esses animais ao vosso serviço, para que vós pudésseis glorificá-Lo por vos ter conduzido no caminho certo. (E, ó Profeta!) Anuncie para aqueles que fazem o bem.” - (Alcorão 22-37).

A tradição prevê que um terço do animal sacrificado por ocasião da festa seja dado aos pobres, um terço servido a amigos e parentes e o último terço para consumo familiar: “Invocai o Nome de Deus aos que estão prontos para o sacrifício. E uma vez que o animal for abatido, podereis se alimentar de sua carne e distribuí-la aos pobres e necessitados discretos. É com esse propósito que vos submetemos esses animais, para que possais agradecer.» (Alcorão: 22. 36).

O acto de sacrifício deve ser realizado por pessoas autorizados, nos matadouros permanentes ou temporários aprovados pelo Estado, em conformidade com os regulamentos relativos à segurança alimentar, saúde e protecção dos animais.

Dada a capacidade limitada das estruturas de abate aprovadas, o acto sacrificial pode ocorrer ao longodos três dias de Eid-Al-Adha. Da mesma forma, o sacrifício por delegação é autorizado por unanimidade. A delegação pode ser entregue a uma pessoa física ou a uma ONG humanitária reconhecida.

A festa de Eid-Al-Adha, momento de partilha e solidariedade, é ocasião para muitos encontros nasmesquitas e nas famílias. O contexto de uma pandemia que vivemos exige a maior vigilância. 

Saiba como será a Peregrinação a Meca este ano Por causa da pandemia, haverá capacidade máxima de peregrinos limitada a 60 mil pessoas e apenas residentes e cidadãos sauditas poderão participar.

A Peregrinação a Meca, também conhecida como Hajj, será diferente, novamente, este ano. Por causada pandemia de covid-19, haverá capacidade máxima de 60 mil peregrinos e apenas residentes e cidadãos sauditas poderão participar. Pela primeira vez, mulheres muçulmanas podem fazer a peregrinação sem a permissão de um tutor masculino.

As informações são do jornal saudita Arab News. No ano passado, a Peregrinação também foi feita somente por cidadãos e residentes e foram apenas mil peregrinos, em média.

Os Ministérios da Saúde e do Hajj fizeram os anúncios no sábado (12). O Hajj este ano começará em meados de Julho. Há exigência de vacinação dos peregrinos contra a covid-19 e as pessoas inscritas não devem ter doenças crónicas. É necessário ter entre 18 e 65 anos para peregrinar. A decisão sobre o tamanho do público e respectivos requisitos foi tomada visando a saúde e a segurança dos peregrinos e de todos os envolvidos no Hajj em primeiro lugar, segundo o governo. Uma autoridade disse que a Arábia Saudita encontrou grande compreensão dos países muçulmanos sobre a decisão de limitar os participantes da peregrinação deste ano.

O Hajj é o 5o. pilar do Islão. Os muçulmanos saudáveis e com condições financeiras devem fazer a peregrinação pelo menos uma vez na vida. A peregrinação é feita a Meca, cidade sagrada do Islão.

Eid Mubaraka para todos! Assalamum Waleikom Wa Ramatulahi Wa Baraketuh.

terça-feira, julho 06, 2021

Saladino "tem algo que qualquer líder pode aspirar", diz historiador

Saladino "tem algo que qualquer líder pode aspirar", diz historiador O professor de história JONATHAN PHILLIPS traça o perfil de uma figura considerada de "esperança" no Próximo Oriente com caraterísticas que "qualquer líder pode aspirar", no livro "A vida e a lenda do sultão Saladino". In: Notícias ao Minuto - 12/06/21 POR LUSA.

Prezados Irmãos: Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Saladino, cujo nome resulta da corruptela latina de Salah Al-Din (digno da fé), curdo, nasceu em 1137 em Tikrit e morreu em 1193, sendo conhecido pela sua conquista de Jerusalém em 1187, logo a seguir à batalha de Hatim, sendo um herói para os muçulmanos e respeitado por cristãos. 

Ao longo da história o seu nome tem sido invocado por vários líderes - desde Nasser (Egito), passando por Saddam Hussein (Iraque) ou Assad (Síria) - e até nos mais recentes confrontos em Jerusalém, frente à mesquita de Al-Aqsa. "Ele tem algo que qualquer líder pode aspirar", afirma, em declarações à Lusa Jonathan Phillips, professor de História das Cruzadas no Royal Holloway (Universidade de Londres), a propósito da tradução em português do seu livro sobre Saladino, disponível em Portugal. Saladino é sagaz, é alguém "que aprende muito rapidamente", percebe o que é necessário para resolver ou lidar com uma situação de forma muito rápida, aponta. Em certa medida, é ainda hoje uma "figura de esperança" no Próximo 

Oriente. Já muito se escreveu sobre Saladino - livros de história, de viagens, documentos religiosos, sobre governo e filmes, só para citar alguns exemplos -, mas nesta obra "o que tentei fazer de forma diferente foi dar um contexto rico para a época em que ele viveu e falar sobre a sua carreira e um pouco mais sobre as pessoas em seu redor, a sua corte - o fantástico departamento de publicidade dos seus secretários, que foram tão instrumentais" para descrever os seus feitos - "e é por isso que sabemos hoje tanto sobre ele", explicou. "Se houvesse 'spin doctors' no século XII, media modernos, Saladino estaria no topo disso", salienta, apontando que na génese do livro esteve também o objetivo de perceber como a memória de Saladino sobreviveu através dos séculos. 

Saladino "foi um homem que aproximou pessoas e expulsou invasores da cidade sagrada de Jerusalém" e isso é um legado que ficou, prossegue, sublinhando que foi "um bom governante", não apenas por remover os invasores, mas também pelas suas "qualidades pessoais, que são admiráveis". "Ele é claramente muito bom com as pessoas, tem uma família muito leal que o apoia, em comparação com Henrique II de Inglaterra, no mesmo período, ou com os monarcas ibéricos, que estavam sempre a lutar uns contra os outros", destaca. Além disso, "é também muito bom a escolher pessoas", está rodeado de "talento" e, portanto, "tem um núcleo fiel junto de si e acho que isso é, em grande parte, o seu sucesso".

Saladino é também "ambicioso", conduzido pela religião e "compulsivamente generoso, que é uma das coisas que transparece sobre a sua personalidade", salienta o historiador. Questionado sobre se é preciso um novo Saladino para resolver os conflitos a Oriente, Jonathan Phillips considera natural que muitas pessoas "aspirem a ser como ele pelas admiráveis qualidades pessoais e a capacidade em unir pessoas", citando o exemplo do líder do Egito Nasser, que tentou "unir o mundo árabe sob a sua liderança". Na atualidade, quem conseguisse assumir o estatuto de Saladino seria "alguém extraordináriamente influente e muito admirado", mas trata-se de algo "impossível" pela sua grande dificuldade. Jonathan Phillips relata que numa palestra perto de Detroit, quando estava a acabar o livro sobre o sultão, uma estudante de Hama, Síria, lhe relatou que os jovens daquele país tinham "Saladino no 'screensaver'" dos seus telemóveis. "O facto dela ter dito que muitos tinham Saladino no 'screensaver' mostra que ele tem uma ressonância ampla como líder, como figura de esperança". 

O eco das ações de Saladino sobreviveu ao longo dos séculos: "o contraste entre as histórias de banho de sangue em 1099 e das milhares de vidas cristãs poupadas em 1187" foram utilizadas pelos autores muçulmanos "para demonstrar as qualidades do seu soberano, ao passo que para os cristãos se tornou motivo de admiração e [...] é em parte o motivo para o sultão ter uma reputação tão favorável em toda a cristandade", lê-se no livro. Vários séculos depois, Jerusalém continua a ser palco de um longo conflito. 

Questionado sobre se, da perspetiva de historiador, será possível alcançar a paz, Jonathan Phillips salienta que "o diálogo é necessário e crucial". Sem querer aprofundar o conflito entre Israel e a Palestina, o historiador refere que o "diálogo" foi um elemento "importante" entre Saladino e Ricardo, Coração de Leão, na Terceira Cruzada, como também o envolvimento entre pessoas. "Por isso, tem de haver diálogo, diálogo de confiança, é a única forma que pode fazer funcionar" a paz na região. Sobre se há algo a aprender com a vida de Saladino, Jonathan Phillips salienta o facto de ele conseguir "unir as pessoas". Saladino "tem essa ressonância poderosa no Oriente Próximo e está lá como uma figura de esperança, alguém que se admira e se aspira em muitos aspetos. Ele não é perfeito", mas alcançou um feito "notável". 

Por isso, espera que "as pessoas consigam perceber um pouco porque é que ele é tão importante no Oriente Próximo e porque é que o seu nome sobreviveu através dos séculos". Relativamente ao próximo livro, ainda sem nada fechado, o historiador aponta para a Terceira Cruzada, desta feita na Europa Ocidental, no sentido de compreender o impacto na sociedade. "Estou interessado em olhar para o legado das Cruzadas, compreender quão amplo é e todas as  diferentes maneiras em que é invocado no Ocidente", recordando que a "extrema direita usa um pouco isso" neste momento, e como é lembrado ao "longo dos séculos em diferentes contextos"
Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf M. Adamgy

sexta-feira, maio 07, 2021

Allah SW e suas Provas

 *A misericórdia de Allah está incorporada nas dificuldades da vida*

▪️ *Objetivo:*

_Entender o porquê de depois da conversão ao Islam parecer que muitos são testados com grandes testes e tribulações. 

_Geralmente, a conversão ao Islam é contada como um dos melhores dias na vida de uma pessoa. A vida assume um otimismo, você se sente maior, melhor e mais forte._

*Muitos de nós só querem gritar pra todo mundo ouvir.*

_Mas agora você é muçulmano, parte de uma irmandade mundial; parte de uma família. Para muitos, pode ser a primeira vez que se sentem parte de alguma coisa. Por um momento fugaz ou por um prelúdio mais longo até uma nova vida real, tudo está perfeito. Algum tempo depois, e isso é diferente para cada um de nós, a realidade vem._

_Juntamente com os triunfos, vêm as provações e tribulações. É claro que é um grande passo, uma mudança monumental, não apenas para a pessoa que aceita o Islam, mas também para seus amigos, familiares e colegas. Às vezes, pode parecer que tudo está acontecendo muito rapidamente, outras vezes e para outros, pode parecer que você não pode aprender rápido o suficiente e as provações e tribulações parecem estar esmagando sua nova felicidade._

_Alguém pode perguntar por que Allah continua a testá-lo quando finalmente viu a realidade da vida e abraçou-Lhe e ao Islam de todo coração. Nessa situação, ajuda a entender porque um crente é atormentado por provações e tribulações, e porque, juntamente com a alegria avassaladora, podem surgir tristezas e problemas inesperados._

*Nossa existência aqui na terra nada mais é do que uma parada transitória no caminho para nossa morada eterna.*

_Allah mencionou claramente que este mundo pelo qual ansiamos não é senão um lugar de provações e testes e não apenas isso, no grande esquema da vida é por um tempo muito curto._

📜 *“E, em verdade, pomo-vos à prova, com algo do medo e da fome e da escassez de riquezas e de pessoas e de frutos. E alvissara o Paraíso aos perseverantes.”* (Alcorão 2:155)

📜 *“E esta vida terrena não é senão entretenimento e diversão. E, por certo, a Derradeira Morada é ela, a Vida. Se soubessem!”* (Alcorão 29:64)

_Existe sabedoria por trás das provações e tribulações com as quais Allah nos testa, e é reconfortante saber que elas não são atos aleatórios de um universo cruel e desorganizado. Nossa existência faz parte de um mundo bem ordenado, um mundo que Allah criou para nosso prazer._

_No entanto, é mais do que um lugar de prazeres mundanos. *É aqui que cumprimos nosso verdadeiro propósito, que é adorar a Allah, através dos bons e maus momentos.* Portanto, é importante entender que Ele não decreta para um crente nada além do bem. O que uma pessoa considera ruim, pode, de fato, conter muito bem._

▪️ O Profeta Muhammad, que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele, disse: 

📃 *“Quão maravilhosos são os assuntos do crente, pois todos são bons. Se algo bom lhe acontece, ele é grato por isso e isso lhe é bom. Se algo ruim lhe acontece, ele aguenta com paciência e isso também lhe é bom.”*

_Allah nos prova com as provações e tribulações da vida, e se as suportarmos pacientemente, obteremos uma grande recompensa. Através de mudanças nas circunstâncias e tempos difíceis, Allah testa nosso nível de fé e determina nossa capacidade de ser paciente e apaga alguns de nossos pecados._

*Allah é Todo Amoroso e Onisciente e nos conhece melhor do que nós mesmos.*

_Não alcançaremos o Paraíso sem Sua misericórdia, e ela se manifesta nos testes e provações desta vida. Allah quer nos recompensar com a vida eterna, e se a dor e o sofrimento puderem ajudar a alcançar o Paraíso, as provações e tribulações são uma bênção. Elas não são exclusivas dos recém-convertidos, nem são um indicador do prazer ou desagrado de Allah._

_Ele sabe o que cada pessoa pode suportar e o que cada uma precisa para maximizar suas chances de uma recompensa celestial._

▪️ Existem muitos exemplos que explicam as razões pelas quais somos afligidos por provações e tribulações. O Profeta Muhammad que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele disse:

📃 *“Se Allah quer fazer o bem a alguém, Ele o aflige com provações.”*

▪️ Ele também disse: 

📃 *“Um homem será provado de acordo com o nível de seu compromisso religioso, e as provações continuarão afetando o servo de Allah até que ele ande pela face da terra, sem nenhum fardo de pecado.”*

_Devemos aceitar as provações e tribulações como parte de estarmos vivos, da mesma forma os momentos de alegria e triunfos. Do começo ao fim, a condição humana é uma bênção de Allah, projetada exclusivamente para cada pessoa. Na lição seguinte, nos inspiraremos nos Profetas e nos sahabah e aprenderemos como eles reagiram diante de grandes provações e tribulações. 

Ramadã Karim- 1442 hegira. 

segunda-feira, abril 05, 2021

O significado do Islã

O Islam é derivado da raiz árabe "Salema": paz, pureza, submissão e obediência. No sentido religioso, Islam significa submissão à vontade de Deus e obediência à Sua lei.

Tudo e todos os fenômenos no mundo, que não o homem são administrados totalmente por leis feitas por Deus, isto é. Eles são obedientes a Deus e submissos a suas leis, eles estão no Estado do Islã. O homem possui as qualidades da inteligência e da escolha, assim ele é convidado a submeter-se à boa vontade de Deus e obedecer a Sua lei, isto é, tornar-se muçulmano.

A submissão à boa vontade de Deus, juntamente com a obediência à Sua benéfica Lei, ou seja, tornar-se muçulmano, é a melhor salvaguarda para a paz e harmonia do homem.

O Islam data da era de Adão e sua mensagem foi transmitida ao homem pelos profetas e mensageiros de Deus, incluindo Abrahim, Moisés, Jesus e Muhammad.

A mensagem do Islã foi restaurada e aplicada na última etapa da evolução religiosa pelo último profeta e mensageiro de Deus, Muhammad.

A palavra Allah na língua árabe significa Deus, ou mais precisamente, O Único Deus Eterno, Criador do Universo, Senhor de todos os senhores, Rei de todos os reis, Compassivo, Misericordioso. A palavra Allah para significar Deus também é usada por judeus e cristãos que falam árabe. (Que a paz esteja com todos eles).

O Significado do Islam II

A palavra Islam deriva da raiz árabe “Salam” que significa paz, pureza, submissão, obediência, etc. no sentido, religioso, a palavra Islam significa “Submissão voluntária à vontade de Deus e Obediência à sua Lei” A relação entre o sentido original e o religioso da palavra é forte e evidente. Só através da submissão voluntária à vontade de Deus e da obediência à sua lei pode desfrutar-se da verdadeira paz e da pureza duradoura.

Há os não muçulmanos que chamam a nossa religião “Maometismo” e tratam os que crêem no Islam Por “Maometano”. Os muçulmanos devem rejeitar esse conceito. Se a nossa fé fosse classificada de “Maometismo” e se fossemos designados por “maometanos” tal fato nos traria implicações gravíssimas. Esse erro implicaria que a religião teria o seu nome de um mortal, que é Muhammad, e que o Islam não é mais do que um outro “esmo”, tal como Judaísmo, Hinduismo, Marxismo, etc.

Uma outra implicação incorreta de tal denominação é que os não avisados poderiam pensar que os muçulmanos, que eles tratam por maometanos, adoram Muhammad ou crêem nele da mesma maneira como os cristãos que crêem em Jesus (como filho de Deus). Uma outra implicação errônea é o fato da palavra Maometismo ser capaz de induzir em erro os incautos e dar-lhe a entender que a religião foi fundada por Muhammad e, portanto deriva o seu nome do nome do fundador. O Islam não é pura e simplesmente um outro “ismo” nem os muçulmanos adoram Muhammad ou olham para ele da mesma maneira como os cristãos, judeus, hindus, marxistas, etc., olham para os respectivos lideres.

Os muçulmanos só adoram Deus, Muhammad era só um ser mortal encarregado por Deus de divulgar a palavra de Deus e levar uma vida exemplar. Ele aparece na história como melhor modelo de um homem que vive na piedade e perfeição. É uma prova eloqüente do que pode ser um homem e do que pode realizar no reino da excelência e da virtude. O fundador original do Islam não é outro senão o próprio Deus e Muhammad (conhecido entre nós por Maomé, do galicismo “Mahomet”) foi o seu ultimo mensageiro.

O verdadeiro nome da religião é o Islam, e os seus adeptos chamam-se muçulmanos. Contrariamente às concepções populares errôneas, o Islam ou submissão á voluntária vontade de Deus, juntamente com obediência à Sua Lei, não significa de maneira nenhuma perda da liberdade individual ou rendição perante o fatalismo. Segundo a doutrina islâmica, Deus é o mais clemente e bondoso; Ele ama e preocupa-se com o bem-estar do homem, e toda a Sua sabedoria e cuidado dirigem-se às Suas criaturas. A Sua vontade é, portanto expressão da Benevolência e da Bondade, e todas as leis que Ele outorga tem que servir o interesse da humanidade.

Quando as pessoas obedecem às leis do seu país, são consideradas como bons cidadãos e membros honestos da respectiva sociedade. Nenhum individuo responsável dirá que tais pessoas perdem a sua liberdade por obedecer à Lei de Deus. Nenhum ser racional pensaria ou acreditaria um momento só que tais cidadão que respeitam as leis do seu país sejam fatalistas e fracos. Da mesma maneira, quem se submeter à vontade de Deus. Nenhum ser racional pensaria ou acreditaria um momento só tais cidadãos que respeitam as leis do seu país sejam fatalista e fracos, Da mesma maneira, quem se submeter a vontade de Deus, que é uma vontade benéfica, é uma pessoa sã e honesta. Ela ganha a proteção dos seus direitos, mostrando sinceros respeito pelos direitos dos outros e desfrutando em grande medida de uma liberdade responsável e criadora. Portanto, a submissão à vontade de Deus não elimina nem diminui a liberdade individual. Antes pelo contrario, confere um alto grau de liberdade através de numerosas medidas, Liberta a mente das superstições e enche-a de verdade. Liberta a alma do pecado e do mal e enche-a de bondade e pureza. Liberta o ser da vaidade e cobiça, da inveja e da tensão, do medo e da insegurança. Liberta o homem da subjugação por falso deuses e desejos vis, enquanto lhe abrem os encantadores horizontes da bondade e excelência.

A submissão à boa vontade de Deus, ao lado da obediência à Sua benéfica Lei, é a melhor salvaguarda da paz e harmonia. Ele dá ao homem a possibilidade de conciliar-se com os seus semelhantes, por um lado, e de conciliar a comunidade humana com Deus, por outro lado. Ela cria a harmonia entre os elementos da natureza. Tudo no mundo obedece às Leis de Deus. O mundo físico, não humano, não tem possibilidade de escolha por si só. Ele não tem nenhum caminho voluntário a seguir por sua própria iniciativa. Mas sim obedecer à Lei do Criador. Excepcionalmente, ao homem é dadas toda a inteligência e capacidade de escolha. E visto que o homem possui as qualidades de inteligência e opção, é convidado a submeter-se voluntariamente á Vontade Boa de Deus e a obedecer às Suas Leis. Se ele escolher o caminho da submissão voluntária a Lei de Deus, Fará harmonia entre ele próprio e todos os outros elementos da Natureza, que necessariamente obedecem a Deus. Ele será coerente com a Verdade e estará em harmonia com todos os outros elementos do Universo. Mas se escolher a desobediência, desviar-se-á do bom caminho e será incoerente. Alem disso, arriscará o desagrado e castigo do Legislador.

Para resumirmos esta argumentação, será útil a reprodução dum nosso artigo que apareceu no “Observer Dispach” (O, D.) de Utica, em 4 de dezembro de 1972. O Artigo refere-se às distorções e confusões que se fazem a respeito. As justaposições parciais e as repetições são justificadas pelo fato de o assunto ser muito sensível e pela necessidade de acentuação do ponto de vista Islâmico.

Uma noticia especial ( O D, Nov. 25) é alarmante Ela nos faz sentir pena pelo publico mal informado, assim como por muitos professores e homens do púlpito. É um apelo a todos os homens conscientes e de boa vontade para cumprirem com as suas obrigações morais.

Marcus Eliason salientava, ainda recentemente que, na parte Jordânia ocupada por Israel, “os muçulmanos, entre outras coisas, adoram Abraão como Ibrahim...”.Nesta época e neste dia, neste pequeno mundo nosso, é incrível ler-se preto sobre branco que “ os muçulmanos adoram Ibrahim”. É ainda mais incrível quando esta noticia vem de fonte suposta conhecedora e é destinada a um publico que tem direito, a saber. Há séculos que muitos ocidentais têm adotado e propagado a idéia de que os muçulmanos adoram Muhammad, cuja religião foi chamada Maometismo, e cujo adeptos eram conhecidos no Ocidente como “maometano”. Logo, pareceu evidente àqueles ocidentais que os muçulmanos adoram Allah “uma espécie de divindade...” E agora, eis a nova descoberta: “só muçulmanos adoram Abraão como Ibrahim...”.

A verdade é que os muçulmanos nunca adoraram Muhammad, nem qualquer outro ser humano. Eles têm sempre acreditado que Muhammad era um ser mortal, como os outros Profetas anteriores a ele, e que o supremo tributo à humanidade era um homem poder chegar ao mais alto estatuto de profecia.

Os muçulmanos crêem que muhammad foi o ultimo e não o único Profeta, que reforçou e imortalizou a eterna mensagem de Deus à humanidade. Esta mensagem foi revelada por Deus e muitos Profetas de varias nações em época diferentes, incluindo Abraão, Ismael, Isaac, David, Moisés, Jesus e Muhammad ( a paz esteja com eles). O que é ainda mais importante é que os muçulmanos crêem neles sem nenhuma discriminação.

Por causa da sua concepção universalista e da sua orientação cosmopolita, os muçulmanos lamentam tão infeliz denominação de “Maometano” e de “Maometismo” que foi dada à sua crença. As implicações são desagradáveis, e com justa razão. Os muçulmanos não se consideram como um grupo racial ou étnico com algum, monopólio exclusivo. A sua religião não deriva de algum homem ou lugar; é transcendente, eterna e universal.

A paz esteja convosco.

sábado, março 20, 2021

Orientações para o 8º. mês do Calendário Islâmico

Xa’ban é o mês que antecede o mês de Ramadan e é considerado uma preparação para o período mais sagrado do calendário islâmico.

Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
Neste mês (de Xa’ban), Deus (ár. Allah) envia presentes ao Seu servo.
Vamos começar por ver o significado das 5 letras que formam à palavra Xa’ban.
A palavra Xa’ban, na escrita árabe, se soletra com cinco letras:
O xin, ‘ain, ba, alif e nun. Xin representa xaraf (nobreza), ain representa ‘uluww (sublimidade), o ba’representa birr (devoção), alif representa ulfa (privacidade harmoniosa), e nun representa nur (a luz radiante).
E estes são os presentes de Allah a Seu servo neste mês. É um mês em que os tesouros são exibidos e abertos, em que as bênçãos são enviadas, em que as faltas são perdoadas, os pecados expiados, e é o mês em que se multiplicam as bênçãos sobre o Profeta Muhammad (s.a.w.), o melhor dos seres humanos.
Este é o mês das bênçãos sobre o Profeta escolhido.
Allah disse:
Inna ‘llaha wa mala’ikata-hu yusalluna ‘ala ‘nNabiyy ya ayyuha ‘lladhina amanu sallu ‘alai-hi wa sallimu taslima .
Na verdade, Allah e os Seus anjos abençoam o Profeta.
Ó crentes, abençoai-o e saudai-o reverentemente! (33: 56)
A bênção de Allah é misericórdia; a dos anjos, é mediação e pedido de perdão; e a dos crentes, é súplicas e agradecimentos.
Segundo Mujahid (que Allah esteja satisfeito com ele), “A benção de Allah é prosperidade e virtude; a dos anjos, ajuda e sustento; e a dos crentes, a submissão e respeito”.
Ibn Ata disse:
“A bênção de Allah sobre o Profeta Muhammad (s.a.w.) é ligação; a dos anjos é o atencioso cuidado, e a dos crentes é o segui-lo com amor”.
Ainda há quem disse:
“A bênção de Allah sobre o Profeta (s.a.w.) é engrandece-lo com respeito. A bênção dos anjos sobre o Profeta (s.a.w.) é a realização de seu favor atencioso.
A bênção da sua comunidade, isto é da sua Ummah sobre o Profeta (s.a.w.) é a súplica para a intercessão”.
Como o Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: “Quando alguém pronuncia uma só bênção sobre mim, Allah o abençoa dez vezes”.
Por isso, longe de sermos negligentes durante este mês, cada crente, cada momin, consciente, deve aplicar-se a si mesmo e preparar-se para a chegada do mês de Ramadan, utilizando os dias que ainda faltam para limpar os seus pecados e arrepender-se do que tenha feito no passado. Deve-se suplicar a Allah neste mês de Xa’ban. Deve-se pedir a Allah através do dono deste mês, Muhammad (s.a.w.), até que a corrupção do nosso coração esteja corrigida e a doença esteja curada.
Isto deve ser feito sem demora e sem retardá-lo para amanhã, porque os dias só são três:
Ontem, que é uma data passada (ajal); hoje, que é o momento para a acção (`amal); e amanhã, que é uma expectativa da esperança (amal). Deste forma, o ontem é um aviso, o hoje é uma oportunidade e o amanhã é um risco.
Da mesma forma, os meses são três: Rajab, que já passou e não se sabe se voltaremos a ver; Ramadan, que esperamos chegar no futuro que, talvez, nem todos possam ver; e no meio, Xa’ban, que é hoje uma oportunidade para realizarmos as nossas devoções
e adorações.
O Profeta Muhammad (s.a.w.), uma vez, deu um conselho a uma pessoa:
“Aproveita estas cinco coisas antes de esperar as outras cinco: a juventude antes da velhice, a saúde antes da doença, a riqueza antes da pobreza, o descanso antes das ocupações e a vida antes da morte”.
O mês de Xa’ban é, portanto, um dos meses abençoados que antecedem o Ramadan, no qual os muçulmanos se preparam para o período mais sagrado do ano. Neste mês de Xa’ban, é comum que os muçulmanos intensifiquem as suas acções devocionais, especialmente na noite do dia 15, que também é conhecida como Metade do Xa’ban ou Lailatul Baraa.
Esta noite é a mais importante do mês e, muitas vezes, se torna a razão deste ser um mês tão aguardado. Nos países do mundo islâmico, este evento é celebrado com orações, zikr e até discursos, que normalmente são uma forma de reflectir sobre as bênçãos desta data e também sobre o Profeta Muhammad (s.a.w.) e a revelação do Alcorão.
A Oração na noite do dia 15 Também existem relatos de que a oração na noite da Metade de Xa’ban é um momento em que Allah perdoa todos os pecados da humanidade, excepto se ele for cometido por um idólatra ou uma pessoa brigadora.
Abu Musa al Ashari relatou que o Mensageiro de Deus (s.a.w.) disse: "Deus altíssimo olha para baixo no meio da noite de Xa’ban e perdoa todas as Suas criaturas, excepto um politeísta ou aquele que é hostil." Ibn Majah transmitiu e Ahmad transmitiu de Abdallah bin Amr bin al As. A sua versão diz: “… excepto dois: o que é hostil e o assassino”. (Mishkat alMasabih,1306, 1307).
Com base nesses ahadith, muitas pessoas fazem súplicas pedindo por perdão, praticam lembrança de Allah (zikr) e leem a 36ª surah do Alcorão, Yá Sin. Todos os actos devem ser feitos com profunda
adoração, na certeza de que Allah escutará aqueles que recorrerem a Ele e os que O exaltam. Este ano, a noite do dia 15 de Xa’ban recai na noite do dia 28 de Março (do calendário gregoriano).
Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf M. Adamgy
Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN