domingo, dezembro 11, 2016

Abu Hurairah narra que o profeta de Allah s.a.w. disse:

"As quatro melhores mulheres na terra são: Mariam Bint `Imran (A mãe de Jesus AS), 'Asiya Bint Muzahim – (esposa do Faraó Ramsés II), Khadija Bint Khuwailid (Primeira Esposa do Profeta SAAS e Fatima Bint Muhammad."(Filha do Profeta Muhammad e esposa do Khalifa Alī ibn Abī Ṭālib - o 4º Khalifa Probo). [Sunan Tirmidhi].

A grandeza de Asiya está no fato de que apesar de ser esposa de um dos governantes mais poderosos, arrogantes e tiranos do Egito, ela foi capaz de enxergar e aceitar a verdade na mensagem do profeta Moisés a.s. Para ela, beleza, riqueza ou status não eram os critérios principais para excelência humana; ela percebeu que sem fé em Allah, o ser humano não tinha nada. Allah a escolheu para abrigar o profeta Moisés a.s. quando ele era um bebê. Quando sua criada lhe trouxe a cestinha de Moisés a.s. do rio, ela insistiu junto ao Faraó de que ela queria adotar aquele bebê como filho.

E a mulher de Faraó disse: “Ele é para mim e para ti, alegre frescor dos olhos. Não o mateis. Quiçá nos beneficie, ou o tomemos por filho”. E não percebiam o que iria ocorrer. (28:9)

Asiya bint Muzahim declarou sua fé em Deus após testemunhar o milagre de Moisés a.s. na Corte do Faraó; e após testemunhar a morte de uma mulher crente sob tortura. Faraó tentou desviá-la do Deus de Moisés mas ela se recusou a rejeitar o Deus de Moisés a.s. Sob a ordem do Faraó, ela foi torturada até a morte.

E Allah propõe um exemplo para os que creem: a mulher de Faraó, quando disse: “Senhor meu! Edifica para mim, junto de Ti, uma casa no Paraíso, e salva-me de Faraó e de sua obra, e salva-me do povo injusto”. (66:11)

Nesta mulher, vemos um exemplo de sacrifício supremo: casando-se com Faraó, Asiya bint Muzahim se tornou Rainha do Egito, ganhou tudo que queria desta vida terrena do ponto de vista material: as melhores roupas, comida, palácios, jóias, servos e criadas etc. Mas ela sacrificou tudo isso para ficar mais perto de Allah. E é por isso que nós a vemos incluída pelo Profeta na lista das quarto mulheres que alcançaram o nível da perfeição. Ibn Kathir comentou sobre o versículo:

E Allah propõe um exemplo para os que creem: a mulher de Faraó, quando disse: “Senhor meu! Edifica para mim, junto de Ti, uma casa no Paraíso, e salva-me de Faraó e de sua obra, e salva-me do povo injusto”. (66:11)

Qatadah disse: "Faraó era a pessoa mais Tirana e incrédula na terra, e por Allah, sua incredulidade não afetou sua esposa quando ela decidiu obedecer ao Senhor.”

`Uthman an-Nahdi relatou que Sulayman disse: "A esposa de Faraó foi torturada sob o calor do sol. Quando seus torturadores paravam para descansar e se afastavam, os anjos a encobriam com suas asas e ela podia ver sua casa no Paraíso." al-Qasim bin Abi Bazzah disse: "A esposa de Faraó perguntou quem ganhou e foi-lhe dito: ‘Moisés e Aarão” Então ela disse: “Eu acredito no Senhor de Moisés e Aarão”. Faraó então disse aos que o rodeavam: “Procurem pela maior pedra que puderem encontrar. Se ela permanecer no que disse, joguem a pedra sobre ela. Se ela retirar o que disse, então permanecerá minha esposa. Quando eles vieram até ela, ela olhou para o céu e viu sua casa no Paraíso. Então, ela se ateve ao que disse e sua alma foi levada e a pedra caiu sobre seu corpo sem vida após sua alma ser levada”.

Os sábios dizem, sobre sua alegação:

“Senhor meu! Edifica para mim, junto de Ti, uma casa no Paraíso...” que ela escolheu seu vizinho (Allah s.w.t.) antes de mencionar que ela queria viver em uma casa no Paraíso. Abu al-'Aliyah disse: “A esposa de Faraó acreditou por causa da esposa do tesoureiro do Faraó. O que aconteceu foi que havia uma mulher escovando seu cabelo um dia e a escova caiu de sua mão. Então ela disse “Que qualquer um não creia em Allah seja destruído!” A filha do Faraó disse: “Você tem um senhor além de meu pai?” Ela respondeu: “O Senhor meu e seu e de tudo é Allah”. Então, a filha do faraó bateu nela e foi contar ao pai. Faraó a questionou: “Você adora outro deus além de mim?” Ela disse: “Sim, o Senhor de ti, de mim e de tudo é Allah, e eu O adoro”. Então Faraó a torturou colocando-a em uma estaca abrindo seus braços e pernas e espalhando cobras por cima de seu corpo. Um dia ela estava em tal estado que Faraó foi até ela e disse: “Vocês desiste?” Ela respondeu: “O Senhor de ti, de mim e de tudo é Allah”. Ele disse a ela: “Eu vou matar seu filho se você não retirar o que disse.” Ela disse: “Faça o que quiser” e então ele matou o filho dela e ela podia escutar a alma dele acalmando-a dizendo: “Fique feliz, minha mãe! Você tem tal e tal recompensa junto a Allah”.

Ela permaneceu paciente até que Faraó foi até ela outro dia e ela lhe disse o que havia dito antes. Então ele matou outro de seus filhos, e ela podia escutar a alma dele acalmando-a também. A esposa do Faraó escutou isso e isso a fez tornar-se uma crente. Allah levou a alma da esposa do tesoureiro do Faraó, e a esposa do Faraó logo percebeu a recompensa, o status e a honra que esta mulher tinha no Paraíso. Então, isso aumentou sua fé e certeza, até que Allah fez o Faraó descobrir sua fé, e ela disse a seus seguidores: “O que vocês sabem sobre Asiyah bint Muzahim?" Eles responderam elogiando-a e ele lhes disse: “Ela adora outro além de mim” e eles disseram: “Mate-a”. Então ele a colocou em um aparelho que esticava seus braços e pernas. Então Asiyah clamou por seu Senhor dizendo: “Senhor meu! Edifica para mim, junto a Ti, uma casa no Paraíso!”. Faraó estava entrando quando ela dizia isso e ela sorriu porque viu sua casa no paraíso, e Faraó disse aos que estavam observando: “Vocês não se impressionam com a insanidade dela? Ela sorri enquanto nós a estamos torturando?!” Então Allah levou sua alma para o Paraíso, que Allah esteja satisfeito com ela...”

[Tafseer al-Qur'an al-'Adheem: 4/504-505]

Rabana átina fidúnia hassanat ua fil arherat hassanat a qena a zarba nar... la haula wala kúata ila bilah Allah Azim! Jumua Mubaraka inshallah.

O SOFRIMENTO NO ISLÃO

Por que é que o sofrimento acontece, de acordo com o Alcorão Não se passa um dia sem que os noticiários não relatem histórias horríveis da humanidade em desespero e da miséria mundial. Num nível mais pessoal, muitos de nós temos sido atingidos pelo sofrimento e depressão nas nossas vidas quotidianas. Um ente querido falece. Um problema financeiro. Um cônjuge que trai. Por que então Deus permite que coisas ruins aconteçam a pessoas boas? Essa é uma pergunta com a qual as pessoas de muitas crenças religiosas têm tido dificuldade em ter resposta. É um dos grandes obstáculos à fé e tem levado um número incontável de pessoas a descrer em Deus. Vosso Deus e Um só. Não há outra divindade além d’Ele, o Clemente, o Misericordioso (Alcorão 2:163).

Portanto, o Alcorão afirma que Deus é ao mesmo tempo Todo-Poderoso e Misericordioso. Então, como essas duas qualidades podem ser conciliadas, dado que o mundo está repleto de mal? A perspectiva islâmica é que Deus faz com que coisas; aconteçam de modo a alcançar um bem maior. Deus aflige os Seus servos com sofrimento para moldá-los no tipo de pessoas que Ele quer que sejam. Por meio do sofrimento, os seres humanos podem desenvolver qualidades duradouras: perseverança e paciência diante de grande adversidade e também maior humildade e mansidão. O mais importante é que o sofrimento faz as pessoas se voltarem para Deus em busca de ajuda e estabelece e diferencia os verdadeiros crentes dos falsos.

O Sofrimento faz as pessoas se lembrarem de Deus. Os seres humanos tendem a esquecer de Deus quando prosperam e só se lembram d’Ele quando afligidos com sofrimento. O Alcorão dá o exemplo de um barco: quando o barco está navegando suavemente, os ocupantes não se lembram de Deus, mas quando o vento ameaça virar o barco, repentinamente os ocupantes lembram-se de orar sinceramente a Deus. O Alcorão diz: Vosso Senhor é Quem faz singrar o mar, os navios para que procureis algo da Sua graça, porque Ele é Misericordioso para convosco. E quando, no mar, vos açoita a adversidade, aqueles que invocais além d’Ele desvanecem-se; porém, quando vos salva, conduzindo-vos a terra, nega-lo-á, porque é próprio do homem ser ingrato; (Alcorão 17: 66-67). Esse exemplo pode ser aplicado às nossas vidas quotidianas. Uma pessoa pode esquecer-se de Deus quando a sua situação financeira está boa, mas se for má, de repente, estará invocando ajuda de Deus. O Profeta Muhammad (SAWS) era pobre quando declarou a mensagem de Deus e os escravos compunham a massa de seus seguidores. Os líderes ricos e prósperos de Meca, por outro lado, continuaram a viver uma vida sem Deus. É bem sabido que algumas pessoas ricas como, atores, cantores e outras celebridades levam vidas distantes de Deus. Enquanto isso, os mansos e necessitados se apóiam mais em Deus. Isso significa que o sofrimento não é necessariamente uma coisa ruim e que e prosperidade não é necessariamente uma coisa boa. Deus diz no Alcorão: É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência; (Alcorão 2: 216). 

Tudo isso é parte da psicologia humana: esquecemo-nos de Deus nos bons momentos e lembramo-nos d’Ele em tempos de dificuldades. Então Deus nos aflige com testes e tribulações para que nos voltemos para Ele e busquemos a Sua Graça. Quantas pessoas se voltaram para Deus e foram guiadas para o Islão depois de terem sido afligidas com sofrimento? Um exemplo que vem à mente é do político bem intencionado que pretende fazer o bem, mas que quando chega ao poder o sistema corrompe-o. Logo ele começa a dar e receber propinas e a viver a vida sem Deus de um político rico, com desperdício e extravagância. Então, de repente Deus faz com que seja preso; ele perde toda a sua riqueza, a sua esposa o deixa e ele apodrece na cadeia. Finalmente, depois de ponderar sobre as suas perdas e ganhos, ele se volta para Deus. Então, coisas ruins aconteceram a esse homem para que um bem maior pudesse ocorrer.

Quando era próspero estava a ir em direção ao inferno, mas quando Deus o afligiu com angústia, o homem mudou o seu percurso. O sofrimento temporário da cadeia com certeza é um preço pequeno a pagar pela bênção eterna no Paraíso. Concluindo, vemos que Deus faz coisas ruins acontecerem a pessoas boas para que um bem maior venha a elas em longo prazo.

O sofrimento é uma maneira de se purificar. Outro bem que vem do sofrimento é que a alma é purificada por meio dele. O Profeta Muhammad (SAWS) disse: Por Aquele em Cuja Mão está a minha alma (ou seja, Deus), nenhum crente é atingido pela fadiga, exaustão, preocupação ou sofrimento, nem que seja o espetar de um espinho, sem que Deus o perdoe por alguns de seus pecados. (Musnad Ahmad).

Algumas pessoas descrevem um sentimento de azia quando sofrem. Ao nível físico pode ser apenas um refluxo gástrico trazido pelo cansaço e ansiedade, mas a nível simbólico representa o coração espiritual queimando os pecados como uma fornalha poderosa. Quando um crente é afligido com sofrimento, Deus expia alguns de seus pecados como misericórdia. Como consequência, aquela pessoa não será punida por aqueles pecados na outra vida e, portanto, estará na direção do Paraíso.

Talvez um cético possa se perguntar por que Deus não perdoa simplesmente os Seus servos, sem afligi-los com sofrimento nessa terra ou na outra vida. A resposta a isso é que Deus, de fato, perdoa todo e qualquer pecado, desde que o Seu servo vá a Ele penitente e buscando a Sua graça e perdão. O homem que vai a Deus em busca de perdão, Deus perdoará sem qualquer punição ou retribuição. Deus eliminará os seus pecados como se nunca tivessem acontecido. De acordo com o Profeta Muhammad (SAWS), quem se volta para Deus em penitência será perdoado; mesmo que os seus pecados sejam tantos quanto às ondas do oceano, tão numerosos quanto os grãos de areia, tão pesados quanto às montanhas, tantos quanto às gotas de chuva e as folhas em todas as árvores. 

Deus perdoa quem busca o Seu perdão porque Ele ama os crentes que são humildes perante Ele, que se penitenciam diante d’Ele e cujos corações lamentam por desobedecê-Lo. O Alcorão diz: Deus ama os que se arrependem, (Alcorão 2: 222). 

Mas e aquele que peca e nunca pede o perdão de Deus? O que continua a pecar sem planos deparar? Deus não deixa que todos os pecados fiquem impunes porque isso faria as pessoas se tornarem negligentes e más. A aplicação da punição sobre esses pecadores é para o próprio benefício deles, assim como a aplicação da punição de um pai sobre o seu filho é para o próprio benefício da criança. Por exemplo, um menino de seis anos coloca o dedo numa tomada elétrica. O pai, temeroso que o menino se eletrocute, o pune por isso. Um pai ameaça punir o seu filho somente como benefício para a criança, mesmo que a criança recalcitrante possa ser muito imatura para perceber que a punição seja resultado do amor e preocupação de seu pai. Se a criança coloca o dedo na tomada, será ela - não o pai -, que será eletrocutada. Da mesma forma, se pecamos, fazemos isso em nosso próprio detrimento e a glória de Deus não é afetada. A punição mundana é, portanto, um meio, não um o fim. O objetivo da punição não é punir, mas servir como um forte impedimento.

Se um pai é muito leniente com o seu filho e não diz nada quando a criança coloca o dedo na tomada, então o menino não se dará conta da gravidade do que está a fazer. Continuará a repetir o ato até que um dia será eletrocutado e morrerá. Da mesma forma, se Deus não envia aflição aos Seus servos, eles podem não se dar conta do erro nos seus estilos de vida até que alcancem a morte espiritual. Por exemplo, o marido mulherengo pode nunca se dar conta de que as suas indiscrições um dia levarão ao rompimento de sua família, o jogador compulsivo pode não perceber que o seu vício levará a falência e o alcoólatra pode não enxergar que a sua bebedeira levará a uma vida de miséria e vazio. Então Deus envia punições a essas pessoas, não só para expiar os seus pecados, mas também para alertá-las e despertá-las.

Imagine a criança que sabe que seus pais não farão nada se for apanhada com drogas. Seria negligência parental e levaria a criança a se prejudicar sem medo de repercussões. Portanto, um pai responsável estabelecerá certas diretrizes para que a criança saiba que se for apanhada com drogas, será punida. Isso faz com que a criança se mantenha afastada das drogas por medo da punição. De forma semelhante, a criação do inferno - embora seja uma punição - também é uma misericórdia para a humanidade, através da qual Deus origina o bem. O inferno é uma punição com a qual Deus ameaça os Seus servos para que temam a Deus e O obedeçam. Essas pessoas então se tornarão espirituais, virtuosas e corretamente orientadas. Isso não beneficiará Deus, mas eles se beneficiarão. Deus não precisa deles, mas eles precisam de Deus nas suas vidas.

Mas Deus dá a Seus servos muitas oportunidades e avisos antes de condená-los ao inferno. Uma analogia é a do policial que apanha um motorista em alta velocidade. A primeira vez que o motorista é apanhado, o policial dá um aviso. Na segunda vez, o policial aplica uma multa de 150,00 euros. Na terceira, uma multa de 300,00 euros. Na quarta vez, tem que cumprir serviços comunitários e na próxima a carta de motorista será suspensa, etc. O policial não pune o motorista para benefício próprio, mas sim do próprio motorista, para que não se envolva num acidente de trânsito e se machuque. É como a metodologia de Deus: Ele aflige as pessoas com punições pequenas nessa vida terrena para que percebam o erro. Por outras palavras, Deus permite que coisas ruins aconteçam a pessoas boas para puni-las por seus pecados. Essa punição serve como um alerta para que se corrijam nessa vida e, assim, evitem punição na outra vida. Certamente um motorista preferirá ser multado em 150,00 euros a ser preso. Um crente também preferirá ser punido nessa vida a ser jogado no inferno no Além.

O que significa é que quando um crente é afligido com algum tipo de calamidade, deve se sentir confortado com o fato de que os seus pecados estão a ser perdoados por Deus. Deve saber que Deus o compensará por todos os seus infortúnios e queixas e que Deus é o Mais Justo! O Profeta Muhammad (SAWS) nos contou que Deus compensará os Seus servos até pelo ferimento pequeno causado por um espinho. Um crente passando por momentos difíceis não deve nunca ser ingrato com Deus, nem questionar a justiça de Deus, porque Deus compensará a todos na Vida Futura. Essa é a promessa de Deus para a humanidade. Um crente que é afligido por testes e tribulações deve se conscientizar que é um dos escolhidos de Deus, a quem Deus ama o suficiente não para punir no inferno, mas a quem Ele deseja purificar nesta vida.

Testando os crentes por meio da adversidade. Outra razão pela qual Deus envia tribulações e aflições para as pessoas é para que sejam testadas. O Alcorão declara: Porventura, pensam os humanos que serão deixados em paz, só porque dizem: Cremos! Sem serem postos à prova? (Alcorão 29:2).

Esse conceito pode ser entendido claramente se fizermos a analogia do casamento. Um homem pode amar e ser leal a sua esposa durante os bons momentos, mas quando as coisas ficam difíceis, pode abandoná-la. Por exemplo, se ela é jovem e bonita, ele a adorará, mas se tiver câncer e perder sua beleza física, o mesmo homem pode abandoná-la. Isso mostra que na realidade ele não a amava. Da mesma forma um homem deve amar a Deus e obedecê-Lo não só nos bons momentos, mas também em tempos de tribulação. Os hipócritas podem convidar para o caminho de Deus quando o tempo está bom, mas assim que a tempestade chega, abandonam a sua fé em Deus.

Portanto, Deus testa as pessoas para diferenciar os verdadeiros crentes dos hipócritas. Deus diz: Porventura, pensam os humanos que serão deixados em paz, só porque dizem: Cremos! Sem serem postos à prova? Havíamos provado os seus antecessores, a fim de que Deus distinguisse os leais dos impostores. (Alcorão 29:2-3).

Essa ideia é repetida em vários versículos no Alcorão, tal como: Não é do propósito de Deus abandonar os crentes no estado em que vos encontrais, até que Ele separe o corrupto do benigno, (Alcorão 3: 179).

Portanto, Deus testa as pessoas para diferenciar as verdadeiras das falsas. De fato, como se pode avaliar o valor de um objeto sem colocá-lo em teste? Um fabricante de automóveis testará os seus carros para ver a velocidade que podem alcançar e que tipo de batida podem resistir. Deus também testa as Suas criações para ver o quanto terão de fé e se permanecerão assim quando estiverem em dificuldades.

Cederão facilmente? Adversidade e aflições são de fato misericórdia celestial, porque dão aos crentes uma chance de conquistar boas ações sendo pacientes e leais a Deus. Ao passar no teste de Deus, esses crentes abrem caminho para entrar no paraíso. Deus diz: Pretendeis, acaso, entrar no Paraíso, sem antes terdes de passar pelo que passaram os vossos antecessores? (Alcorão 2: 214).

E assim as pessoas são testadas com várias tribulações e aflições: pobreza, fome, medo, etc., são todos testes de Deus. Até a perda de entes queridos é um teste. Quando o ingrato perde um ente querido se torna amargo em relação a Deus, desafiando Deus por ter feito seu ente querido morrer. Mas o crente grato permanecerá paciente e submeterá totalmente sua vontade a Deus e, dessa forma, Deus diferencia o verdadeiro do falso. Deus diz: Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas tu (ó Mensageiro) anuncia (a bem-aventurança) aos perseverantes - Aqueles que, quando os aflige uma desgraça, dizem: Proviemos de Deus e a Ele retornaremos - Estes serão cobertos pelas bênçãos e pela misericórdia de seu Senhor, e estes são os bem encaminhados. (Alcorão 2: 155-157).

A calamidade não tem que ser a única forma de Deus nos testar. O teste de Deus também pode ser na forma de bênçãos, riqueza, saúde, filhos, família e coisas semelhantes. O que as pessoas fazem com essas bênçãos é um grande teste. Muitas celebridades e pessoas ricas recebem grande fortuna, fama e bens materiais, mas não são gratos a Deus e, ao invés disso, vivem as suas vidas em pecado. Deus diz: E sabei que tanto os vossos bens como os vossos filhos são para vos pôr à prova, e que Deus vos tem reservada uma magnífica recompensa. (Alcorão 8:28).

Portanto, vemos que Deus testa as pessoas por meio tanto das adversidades quanto das bênçãos, mas independente do tipo de teste, os crentes são os que se mantêm gratos a Deus. O Alcorão declara: Sem dúvida que sereis testados quanto aos vossos bens e pessoas, e também ouvireis muitas blasfêmias daqueles que recebem o Livro antes de vós, e dos idólatras; porém, se perseverardes pacientemente e temerdes a Deus, sabei que isso é um fator determinante, em todos os assuntos. (Alcorão 3:186).

Concluindo, quando a calamidade recai sobre um crente, ele deve saber que há nela um bem, mesmo que não seja aparente a princípio. Por meio da aflição os pecados são expiados e as almas purificadas; por meio das tribulações os perseverantes são testados por Deus e somente os resolutos serão bem sucedidos. É com base nisso que Deus concederá o bem no devido tempo, nessa vida ou na vida após a morte. Deus diz: Porém a ninguém se concederá isso, senão aos tolerantes, e a ninguém se concederá isso, senão aos bem-aventurados; (Alcorão 41:35).

O testado está na companhia dos virtuosos. Quando a calamidade nos atinge devemos ter orgulho do fato de sermos semelhantes aos servos virtuosos de Deus, que eram os Profetas. Todos eles foram submetidos a tribulações e testes. O Profeta Abraão e o filho dele, que a paz esteja sobre eles, foram ambos testados da forma mais severa. Deus ordenou ao Profeta Abraão que sacrificasse seu filho, Ismael. Essa ordem sem dúvida teria sido muito difícil para o Profeta Abraão e ele teria ficado muito entristecido pelo pensamento de perder seu ente querido. Mas o Profeta Abraão pacientemente perseverou e obedeceu a Deus. Não apenas isso, mas até Ismael permaneceu perseverante e obediente e se ofereceu para ser sacrificado.

Deus queria testar a determinação do Profeta Abraão. Se o Profeta Abraão ou seu filho tivessem uma fé fraca, ambos teriam falhado esse teste severo de Deus. Deus os recompensou com uma grande recompensa por sua grande fé e obediência a Ele, porque logo antes do Profeta Abraão atingir seu filho, uma ovelha apareceu e Deus disse a ele que a sacrificasse no lugar do filho. Como recompensa, Deus prometeu estabelecê-los como líderes na terra. Deus diz ao Profeta Abraão e seu filho: E quando ambos aceitaram o desígnio (de Deus) e (Abraão) preparava (seu filho) para o sacrifício. Então o chamamos: Ó Abraão, já realizaste a visão! Em verdade, assim recompensamos os benfeitores. Certamente que esta foi a verdadeira prova. (Alcorão 37:103-106) O Alcorão diz: E quando o seu Senhor pôs à prova Abraão, com certos mandamentos, que ele observou, disse-lhe: Designar-te- ei Imame dos homens (Alcorão 2:124).

Sem dúvida quando o Profeta Abraão foi instruído para sacrificar seu filho podia ter relutado, mas fez por obediência a Deus Todo-Poderoso. Isso significa que mesmo que alguém desgoste de algo, pode haver um bem nisso. Deus diz: É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência. (Alcorão 2:216).

Outro exemplo que vem à mente é o do Profeta José, que a paz esteja sobre ele. O Alcorão menciona muitos detalhes dos testes e tribulações que ele enfrentou em sua vida. Seu pai o amava muito, o que fez com que seus irmãos tivessem ciúmes dele. Conspiraram contra ele e finalmente o jogaram em um poço.

Viajantes passaram pelo poço e um deles jogou a caçamba no poço. Ele disse: Boas notícias! Aqui tem um menino. E o levaram como mercadoria. Com isso o Profeta José foi enviado para a terra distante do Egito como escravo. Um governador egípcio o comprou e o Profeta José trabalhou de maneira empenhada. Enquanto estava a serviço do governador o teste se intensificou e a esposa do governador, que era muito bonita tentou seduzir José. Esse foi o maior teste para o Profeta José e ele resistiu aos avanços dela com perseverança. Um dia a esposa do governador correu atrás do Profeta José para seduzi-lo à força rasgando a camisa dele, quando o marido entrou no quarto. Ela acusou o Profeta José de estupro, mas José negou. Quando o governador viu que a camisa estava rasgada nas costas, pediu a esposa que se arrependesse perante Deus. Ela conspirou e veio com uma trama para ter o Profeta José.

Deu a ele duas escolhas: se aproximar dela ou for jogado na prisão. Ele escolheu a segunda e foi colocado na prisão por um período de tempo. Quando somos atingidos por calamidades, devemos pensar em todas as tribulações passadas pelo Profeta José: anos de escravidão e prisão. Ainda assim o Profeta José permaneceu firme a Deus. Nunca se ressentiu das calamidades que o afetaram e, ao invés disso, usou o tempo para invocar o seu Senhor.

Foi quando - finalmente, depois de muitos anos - Deus recompensou o Profeta José por sua perseverança.

Foi naquela mesma cela da prisão que ele encontrou um homem que teve um sonho. Deus deu ao Profeta José o dom de interpretar sonhos. E assim o Profeta José interpretou o sonho de seu colega de cela, dizendo a ele que seria libertado e trabalharia para o rei. De fato a profecia se concretizou e o homem foi libertado para trabalhar para o rei.

Um dia o rei teve um sonho. A história é narrada no Alcorão: Disse o rei: Sonhei com sete vacas gordas sendo devoradas por sete magras, e com sete espigas verdes e outras sete secas. Ó chefes, interpretai o meu sonho, se sois interpretadores de sonhos. (Alcorão 12:43).

O antigo colega de cela do Profeta José, que estava agora a serviço do rei egípcio, imediatamente se lembrou de José. Informou ao rei sobre o Profeta José e assim foi pedido a José que também interpretasse o sonho, o que ele fez. O Profeta José disse ao rei que haveria sete anos de boas colheitas, seguidos de sete anos de seca e fome. Aconselhou o rei a armazenar alimentos durante os sete anos de prosperidade, que poderiam ser usados durante o período de seca e fome. 

O rei ficou tão satisfeito com o Profeta José que não só o libertou, mas também o nomeou para uma posição muito alta no governo. E assim Deus estabeleceu um grande bem por meio da adversidade. Se o Profeta José nunca tivesse sido abandonado no poço por seus irmãos, vendido como escravo, nem aprisionado injustamente, jamais teria sido achado pelo rei e nomeado para uma posição de tamanha autoridade. O Profeta José tinha que passar por todas essas tribulações para alcançar essa posição.

Portanto, quando passamos por dificuldades na vida, devemos ser positivos. Pode ser que Deus esteja nos impulsionando para um bem maior desconhecido para nós naquele momento.

De fato, todos os Profetas de Deus foram testados. Isso mostra que Deus concede tribulações a Seus servos virtuosos e devemos ficar orgulhosos de estar na companhia deles. Também devemos imitar o comportamento deles, sendo perseverantes em tempos de tribulação.

Então como devemos lidar com o sofrimento?

Tudo o que foi afirmado nesse artigo é extremamente interessante, mas tudo se resume a uma pergunta: como devemos lidar com o sofrimento quando a calamidade nos atinge? Toda a pessoa na terra enfrentará algum sofrimento na sua vida e algumas mais que outras. As pessoas lidam com o sofrimento de maneiras diferentes, mas como um crente deve lidar com ele?

A primeira coisa que um crente deve perceber é que a calamidade vem de Deus. O Alcorão declara:Tudo (bom ou mal) emana de Deus! (Alcorão 4:78),

Quando percebemos que vem de Deus, devemos perceber que Deus é o Amoroso (Al-Wadud) e o Bondoso (Al-Barr). Portanto, há algum bem no que Deus decretou para nós, mesmo que não o vejamos imediatamente. Deus, Todo-Poderoso, diz: É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Ele dele tomará consciência. (Alcorão 2:216).

O imame Al-Hasan al-Basri, um grande sábio do Islão, explicou: Não se ressinta das calamidades e dos desastres que ocorrem. Talvez em algo que desgoste esteja a sua salvação e em algo que prefira esteja a sua perdição.

Por exemplo, se um homem é demitido do seu trabalho, talvez signifique conseguir um emprego melhor pelo qual não teria optado se não tivesse sido demitido, em primeiro lugar. Um dos benefícios da calamidade é que sabemos com certeza que os pecados de uma pessoa são perdoados, pela vontade de Deus. Mussa b. Malik narrou que o seu pai disse: Ó mensageiro de Allah, quem são as pessoas mais testadas nesse mundo? Ele respondeu: Os Profetas e depois os semelhantes a eles (ou seja, os virtuosos e tementes de Deus). Um homem será testado de acordo com a sua piedade e fé. Se o indivíduo for forte na fé, será testado de uma maneira severa. Se a fé do homem é fraca, será testado de acordo. Uma pessoa será atingida por calamidades até que esteja livre de pecados. (Ibn Hibban 2901),



Fadl ibn Sahl disse: Há uma bênção na calamidade que o homem sábio não deve ignorar, porque a calamidade apaga pecados, dá oportunidade de obter recompensa pela paciência, dissipa a negligência, relembra das bênçãos em tempo de saúde, convida ao arrependimento e encoraja a caridade.

O crente deve se voltar para Deus quando afligido pelo sofrimento. Dessa forma, o sofrimento lembra ao crente de que o seu único propósito na vida - a razão de sua criação - é adorar somente a Deus. Esse é de fato o significado de nossa existência e o propósito de nossa vida. Deus diz no Alcorão: E Eu [Deus] não criei os jinns e a humanidade senão para Me adorarem. (Alcorão 51:56).

Geralmente quando a vida é boa e o homem vive em prosperidade, ele se esquece de adorar a seu Senhor. Somente quando afligido pela calamidade ele se lembra de invocar Deus. Dessa forma, a calamidade serve como um aviso para cumprir o propósito para o qual fomos criados. O sheikh Ibn Taymiyyah disse: Uma calamidade que faz com que se volte para Deus é melhor do que uma bênção que faz com que se esqueça de Deus. Portanto, sempre que a calamidade afligir, devemos mostrar nossa gratidão a Deus dizendo: Todos os louvores são para Deus (Al-Hamdu Lillah).

Devemos, pois, lembrar que Deus testa aqueles que mais ama. O Profeta (SAWS) disse: A maior recompensa vem com o maior teste. Quando Deus ama uma pessoa, Ele a testa. Quem aceita isso, obtém a Sua satisfação. (Al-Tirmidhi).

E o Profeta (SAWS) disse ainda: O caminho para o Paraíso é cercado de dificuldades.Calamidade e sofrimento é uma forma de ter os nossos pecados perdoados nessa vida, para que não tenhamos que enfrentar a punição para esses pecados na vida futura. 

O Profeta Muhammad (SAWS) disse: As tribulações continuarão a recair sobre o crente e a crente - em relação a si mesmos, seus filhos e sua riqueza - até que encontrem Deus sem qualquer pecado." (Al-Tirmidhi).

Deus não nos manda sofrimentos para nos destruir, abalar a nossa determinação ou acabar conosco, mas sim como um meio de nos avaliar e testar a nossa paciência e fé. Se não fosse pelos testes e tribulações, uma pessoa desenvolveria arrogância, negligência e dureza no coração, o que a levaria ao inferno. São de fato uma misericórdia de Deus enviada para nos curar dessas doenças do coração e eliminar todos os maus elementos na nossa personalidade que podem levar à nossa perdição. 

Fonte: Mahomed Yiossuf Mohamed - alfurqan2011@gmail.com



sexta-feira, setembro 30, 2016

Como o Islão difere de outras Crenças?

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Como Simplicidade, Racionalidade e Praticabilidade

O Islão é uma religião sem qualquer mitologia. Os seus ensinamentos são simples e inteligíveis. É livre de superstições e crenças irracionais. A unicidade de Deus, a missão profética de Muhammad (p.e.c.e.) e o conceito de vida após a morte são artigos básicos de sua fé. Artigos esses que são baseados na razão e lógica sólida. Todos os ensinamentos do Islão fluem dessas crenças básicas e são simples e diretos. Não existe hierarquia de sacerdotes, nem abstrações forçadas, nem ritos ou rituais complicados.

Todos podem abordar o Alcorão diretamente e aplicar os seus ensinamentos na prática. O Islão desperta no ser humano a faculdade da razão e o exorta a usar o seu intelecto. Encoraja-o a ver as coisas à luz da realidade. O Alcorão aconselha-o a buscar conhecimento e invocar a Deus para expandir a sua consciência: 

“Dize: ‘Ó Senhor meu! Aumenta-me em conheci-mento.’” (Alcorão, 20:114) 

Deus também diz:

“Poderão, acaso, equiparar-se os sábios com os insipientes? Mas apenas pessoas de entendimento prestarão atenção.” (Alcorão 39:9) 

É relatado que o Profeta Muhammad, que a paz e bênçãos de Deus estejam com ele, disse: 

“Aquela pessoa que deixa a sua casa em busca de conhecimento, anda no caminho de Deus.” (At-Tirmidhi) 

E que: 

“Buscar conhecimento é obrigatório para cada muçulmano e muçulmana.” (Ibn Majah e al-Bayhaqi) 

É assim que o Islão tira o ser humano do mundo de superstição e escuridão e o inicia no mundo do conhecimento e luz.

O Islão é uma religião prática e não permite indulgência em teorização vazia e fútil. Diz que a fé não é uma mera profissão de crenças, mas o motivo principal da vida. A conduta virtuosa deve vir acompanhada da crença em Deus. A religião é algo a ser praticado e não algo da boca para fora. O Alcorão diz: 

“Os crentes que praticam o bem terão a bem-aventurança e um feliz retorno.” (Alcorão 13:29) 

Também é relatado que o Profeta (p.e.c.e.) disse: 

“Deus não aceita crença se não é expressa em ações, e não aceita ações se não estão em conformidade com a crença.” (At-Tabarani).

Sendo assim, a simplicidade, racionalidade e praticabilidade são o que caracterizam o Islão como uma religião verdadeira e única.

Unidade de Matéria e Espírito

Uma característica única do Islão é que ele não divide a vida em compartimentos de matéria e espírito. Não se posiciona pela negação da vida, mas pelo seu pre-enchimento. O Islão não acredita no ascetismo. Não pede ao ser humano para evitar as coisas materiais. Mantém que a elevação espiritual deve ser alcançada por uma vida virtuosa nas dificuldades da vida, não pela renúncia ao mundo. O Alcorão nos aconselha a orar como se segue: 

“Ó Senhor nosso! Concede-nos a graça deste mundo e do Futuro, e preserva-nos do tormento infernal!” (Alcorão 2:201)

Mas ao fazer uso dos luxos da vida, o Islão aconselha ao ser humano a ser moderado e se afastar da extravagância. Deus diz:

“...comei e bebei; porém, não vos excedais, porque Ele não aprecia os perdulários.” (Alcorão 7:31) 

Sobre esse aspecto de moderação, o Profeta Muham-mad (p.e.c.e.) disse: 

Observe o jejum e o quebre (no momento certo) e ore e faça devoção (à noite) mas durma, porque o seu corpo tem direitos sobre si e os seus olhos têm direitos sobre si e a sua esposa tem direito sobre si, e a pessoa que a visita tem direito sobre si.”

Consequentemente, o Islão não admite qualquer se-paração entre “material” e “moral”, vida “mundana” e “espiritual”, e encoraja o ser humano a devotar todas as suas energias à reconstrução da vida com fundações morais saudáveis. Ensina-o que poderes materiais e morais devem estar juntos e que a salvação espiritual pode ser alcançada usando recursos materiais para o bem do ser humano, no serviço de fins justos, e não vivendo uma vida de ascetismo ou fugindo dos desafios da vida.

O mundo sofreu nas mãos dos unilaterais de muitas outras religiões e ideologias. Alguns enfatizaram o lado espiritual da vida mas ignoraram os seus aspectos materiais e mundanos. Olharam para o mundo como uma ilusão, uma fraude e uma armadilha. Por outro lado, ideologias materialistas ignoraram totalmente o lado espiritual e moral da vida e o descartaram como se fosse fictício e imaginário. Ambas as atitudes resultaram em desastre, porque destituíram a humanidade de paz, contentamento e tranquilidade.

Mesmo hoje o desequilíbrio se manifesta em uma direção ou outra. O cientista francês, Dr. De Brogbi, diz de forma correta: 

“O perigo inerente numa civilização material tão intensa é para a própria civilização; é o desequilíbrio que resultaria se um desenvolvimento paralelo da vida espiritual fracassasse em fornecer o equilíbrio necessário.”

O Cristianismo errou em um extremo, enquanto a civilização ocidental moderna, em suas variantes de democracia capitalista secular e socialismo marxista, errou em outro. De acordo com Lorde Snell: 

Construímos uma estrutura externa de proporções nobres, mas negligenciamos o requisito essencial de uma ordem interior; planejamos cuidadosamente, decoramos e limpamos o lado de fora da chávena, mas o interior está cheio de extorsão e excesso; usamos o nosso conhecimento e o poder aumentados para administrar os confortos do corpo, mas deixamos o espírito empobrecido.”

O Islão busca estabelecer o equilíbrio entre esses dois aspectos da vida – o material e o espiritual. Diz que tudo no mundo é para o ser humano, mas o ser humano foi criado para servir a um propósito maior: o estabeleci-mento de uma ordem moral e justa que atenderá a vontade de Deus. Os Seus ensinamentos atendem as necessidades espirituais e temporais do ser humano. O Islão encoraja o ser humano a purificar a sua alma e a reformar a sua vida diária – tanto individual quanto colectivamente – e a estabelecer a supremacia do certo sobre o poder e da virtude sobre o vício. 

Sendo assim, o Islão opta pelo caminho do meio e o objectivo de produzir um ser humano moral no serviço de uma sociedade justa.

Islão, um Estilo de Vida Completo

O Islão não é uma religião no sentido comum e distorcido, porque não restringe o seu propósito à vida privada. É um estilo de vida completo e está presente em todos os campos da existência humana. O Islão provê orientação para todos os aspectos da vida – individual e social, material e moral, econômico e político, legal e cultural, nacional e internacional. O Alcorão encoraja o ser humano a abraçar o Islão sem qualquer reserva e a seguir a orientação de Deus em todas as áreas da vida.

De facto, foi um dia infeliz quando o propósito da religião ficou confinado à vida privada do ser humano e o seu papel social e cultural foi reduzido a nada, como aconteceu neste século. Talvez nenhum outro fator tenha sido mais importante na causa do declínio da religião, nos tempos modernos, do que seu afastamento para o campo da vida privada. 

Nas palavras de um filósofo moderno: 

“A religião nos pede para separar as coisas de Deus das de César. Tal separação judicial significa a degra-dação tanto do secular quanto do sagrado... A religião não tem valor quando a consciência de seus seguidores não fica perturbada quando a guerra paira sobre todos nós e os conflitos industriais ameaçam a paz social. A religião enfraqueceu a consciência moral e a sensibilidade moral do ser humano ao separar as coisas de Deus das de César."

O Islão denuncia totalmente esse conceito de religião e afirma, de forma clara, que os seus objetivos são a purificação da alma e a reforma e reconstrução da sociedade, conforme se lê no Alcorão: 

“Enviamos os Nossos mensageiros com as evidências: e enviamos, com eles, o Livro e a balança, para que os humanos observem a justiça; e criamos o ferro, que encerra grande poder (para a guerra), além de outros benefícios para os humanos, para que Deus Se certifique de quem O secunda intimamente, a Ele e aos Seus mensageiros. Sabei que Deus é Poderoso, Forte.” (Alcorão 57: 25)

Deus também diz: 

O juízo somente pertence a Deus, que vos ordenou não adorásseis senão a Ele. Tal é a verdadeira religião; porém, a maioria dos humanos o ignora.” (Alcorão 12: 40)

Portanto, mesmo um estudo superficial dos ensinamentos do Islão mostra que é um estilo de vida abrangente, que não permite que nenhum ramo da existência humana se torne um campo para as forças do mal.
Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy – 28/09/2016

sexta-feira, setembro 16, 2016

O ISLAM: a opinião publicada converte-se em opinião pública

Prezados Irmãos e Caríssimos Amigos e Leitores,

Saúdo-vos com a saudação do ISLAM, (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

O ISLAM é a religião que mais cresce no mundo, tanto nos principais locais de influência, Ásia e África, como na Europa e em várias partes do mundo. Quase um quarto da população do mundo é muçulmana, e não se vê que possa entrar em retrocesso em nenhuma parte.

Com a mesma rapidez, o processo de modernização através da ocidentalização também está a crescer, de forma clara. Primeiro foi à expansão colonial, mas hoje é essencialmente uma expansão cultural. É surpreendentemente rápida a assimilação e homogeneização das culturas de todo o planeta. Impõe o seu modelo econômico, as suas roupas, os seus desportos e as suas mentalidades.

Só o ISLAM parece invulnerável e resistente a este processo. Quando no Ocidente a realidade é essencialmente material, no ISLAM, em vez disso, tudo gira em torno da religião: individuo sociedade, estruturas econômicas ou culturais. Os muçulmanos percebem uma realidade sagrada, onde a religião abrange e unifica todas as facetas da vida, e também fornece orientação moral para cada ação que pratica a pessoa. Em outras palavras, o ISLAM é um modo de vida completo.

Os meios de comunicação ocidentais não só transmitem informação e idéias, mas geram opiniões e têm uma visão particular da realidade e apontam o ISLAM como uma ameaça à civilização ocidental.

Por exemplo, os meios de comunicação ocidentais não ajudam as pessoas a entender por que é que os muçulmanos europeus precisam ir à Mesquita e, então, interpretam que isso é um sinal de que não desejam integrar-se. E é exatamente o oposto, porque se fazem isso, é porque se sentem em casa.

Os muçulmanos são muitas vezes descritos como atrasados, irracionais, fundamentalistas, misóginos, uma ameaça. A palavra é quase automaticamente associada ao mundo muçulmano. O leitor médio identifica o fundamentalismo e o ISLAM como se fossem essencialmente o mesmo. Então, a opinião publicada torna-se pública.

A violência no ISLAM só é justificada no caso de legítima defesa Os principais jornais estão cheios, dia a dia, deste tipo de representação, apresentando o ISLAM e os muçulmanos como propensos ao extremismo, ao fundamentalismo e ao terrorismo.

Os meios de comunicação equivocam o uso do termo os muçulmanos matam irracionalmente infiéis, quando na realidade jihad pode significar uma multiplicidade de boas ações que um muçulmano pode fazer para chegar mais perto Deus. A forma como a imprensa retrata a jihad geralmente transmite uma visão negativa do ISLAM.

É evidente que numa religião com mais de 1 bilhão e 700 milhões de seguidores e sem uma metodologia de interpretação consensual, inevitavelmente haverá desacordos, desentendimentos e até mesmo posições extremas, portanto, não se pode negar que existem grupos violentos que têm construído a sua ideologia com base em determinada interpretação do Alcorão e da Sunna.

Quando consultamos o Alcorão e algumas das suas interpretações, torna-se claro que o ISLAM experimentou várias fases de combate e da violência, principalmente no seu início. O Alcorão ordena lutar com armas apenas em defesa própria. Os inimigos do ISLAM (idólatras) não só não acreditavam na mensagem, como tentaram matar muçulmanos e o Profeta SAWS.

A frase matai-os onde quer que os encontres (no Alcorão, 2:191) é, de longe, a frase mais frequente que é citada erroneamente por islamófobos fervorosos e extremistas radicais. Mas esta exortação de campo de batalha vem logo após o versículo 2:190, que diz: Combatei contra aqueles que vos combatem, porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores e vem logo antes da parte que afirma, (versículo 2:193)mas se eles deixarem de lutar, então não haverá mais hostilidades, senão contra os opressores.

Qual é o contexto histórico dos versículos 2:190 a 193 e a que é que se refere? Ibn Abbas (r.a.), o famoso companheiro do Profeta e exegeta do Alcorão, diz que essa passagem foi revelada em referência aos Coraixitas. Estes haviam perseguido e torturado os muçulmanos durante treze anos em Meca. Haviam expulsado os muçulmanos para fora de seus lares, tomaram as suas propriedades e bens, e travaram batalhas contra eles, mesmo depois dos muçulmanos procurarem refúgio em Medina. Os muçulmanos estavam apreensivos sobre outro ataque que ocorreu durante a sua Peregrinação sagrada quando a guerra era proibida. É por isso que esses versículos foram revelados, para tranquilizá-los de que eles seriam capazes de se defender contra um ataque Coraichita, durante a Peregrinação.

Esses versículos devem ser lidos à luz do contexto de então e não de agora. Dada a hostilidade agressiva e constante dos idólatras e inimigos do ISLAM da época, o Profeta (s.a.w.) e os seus seguidores tiveram de lutar.

O reconhecimento da Mensagem Divina foi sempre acompanhado por dramas e tragédias, basta ler na história das religiões. Mas isso aconteceu há quase quinze séculos atrás, em circunstâncias e contexto ligados ao momento em que as tribos da Arábia lutaram entre si, muito antes da chegada do ISLAM.

A violência no ISLAM só se justifica no caso de autodefesa. Assim, não se pode deslocar os contextos e história à vontade, conforme necessário. Além disso, para se aproximar de uma correta interpretação do Alcorão é necessário: 

>Não estar motivado por interesses pessoais;

> Deve ser feito sob o compromisso de permanecer fiel ao texto e ao espírito do Alcorão;

> Deve possuir uma importante fonte de conhecimento da língua árabe e suas regras.

Para entender um pouco do ISLAM, e não apenas um rápido olhar para o Alcorão ou dar importância às vozes que atuam como um raio e, hipnoticamente, modulam opinião. 

O ISLAM, na sua expansão, foi capaz de assimilar muitas culturas, de pegar, reelaborar e desenvolver o conhecimento da antiguidade, clássica e oriental, aumentando-os com novas contribuições e mais tarde estendendo-as para a Europa, através da Península Ibérica. Na verdade, muitas comunidades cristãs e judaicas permaneceram dentro do mundo islâmico, e, assim, as suas tradições culturais foram misturadas, permitindo a criação e desenvolvimento de uma Civilização que floresceu em todas as áreas.

As únicas fontes do ISLAM são o Alcorão e a Sunna.

O Alcorão diz: Deus nada vos proíbe quanto àqueles que não vos combateram pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Deus aprecia os equitativos. – (60:8). 

Não há imposição quanto à religião”. – (2:256). Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente, pois teu Senhor é o mais conhecedor de quem se desvia da Sua senda, bem como é o mais conhecedor dos encaminhados. (16:-125).

Esta é a essência da mensagem do ISLAM, não está nem nos livros de história nem nos meios de comunicação nem na imaginação de ninguém. 

As únicas fontes do ISLAM são o Alcorão e a Sunnah e para interpretá-los é necessário o conhecimento Teológico e Histórico dos mesmos, ao contrário do fazem os islamófobos e fundamentalistas, interpretando-os a bel-prazer ou convenientemente às suas intenções malignas.

Fonte: www.alfurqan.pt / http://islao.pt .

O ISLAM: a opinião publicada converte-se em opinião pública

Prezados Irmãos e Caríssimos Amigos e Leitores,

Saúdo-vos com a saudação do ISLAM, (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

O ISLAM é a religião que mais cresce no mundo, tanto nos principais locais de influência, Ásia e África, como na Europa e em várias partes do mundo. Quase um quarto da população do mundo é muçulmana, e não se vê que possa entrar em retrocesso em nenhuma parte.

Com a mesma rapidez, o processo de modernização através da ocidentalização também está a crescer, de forma clara. Primeiro foi à expansão colonial, mas hoje é essencialmente uma expansão cultural. É surpreendentemente rápida a assimilação e homogeneização das culturas de todo o planeta. Impõe o seu modelo econômico, as suas roupas, os seus desportos e as suas mentalidades.

Só o ISLAM parece invulnerável e resistente a este processo. Quando no Ocidente a realidade é essencialmente material, no ISLAM, em vez disso, tudo gira em torno da religião: individuo sociedade, estruturas econômicas ou culturais. Os muçulmanos percebem uma realidade sagrada, onde a religião abrange e unifica todas as facetas da vida, e também fornece orientação moral para cada ação que pratica a pessoa. Em outras palavras, o ISLAM é um modo de vida completo.

Os meios de comunicação ocidentais não só transmitem informação e idéias, mas geram opiniões e têm uma visão particular da realidade e apontam o ISLAM como uma ameaça à civilização ocidental.

Por exemplo, os meios de comunicação ocidentais não ajudam as pessoas a entender por que é que os muçulmanos europeus precisam ir à Mesquita e, então, interpretam que isso é um sinal de que não desejam integrar-se. E é exatamente o oposto, porque se fazem isso, é porque se sentem em casa.

Os muçulmanos são muitas vezes descritos como atrasados, irracionais, fundamentalistas, misóginos, uma ameaça. A palavra é quase automaticamente associada ao mundo muçulmano. O leitor médio identifica o fundamentalismo e o ISLAM como se fossem essencialmente o mesmo. Então, a opinião publicada torna-se pública.

A violência no ISLAM só é justificada no caso de legítima defesa Os principais jornais estão cheios, dia a dia, deste tipo de representação, apresentando o ISLAM e os muçulmanos como propensos ao extremismo, ao fundamentalismo e ao terrorismo.

Os meios de comunicação equivocam o uso do termo os muçulmanos matam irracionalmente infiéis, quando na realidade jihad pode significar uma multiplicidade de boas ações que um muçulmano pode fazer para chegar mais perto Deus. A forma como a imprensa retrata a jihad geralmente transmite uma visão negativa do ISLAM.

É evidente que numa religião com mais de 1 bilhão e 700 milhões de seguidores e sem uma metodologia de interpretação consensual, inevitavelmente haverá desacordos, desentendimentos e até mesmo posições extremas, portanto, não se pode negar que existem grupos violentos que têm construído a sua ideologia com base em determinada interpretação do Alcorão e da Sunna.

Quando consultamos o Alcorão e algumas das suas interpretações, torna-se claro que o ISLAM experimentou várias fases de combate e da violência, principalmente no seu início. O Alcorão ordena lutar com armas apenas em defesa própria. Os inimigos do ISLAM (idólatras) não só não acreditavam na mensagem, como tentaram matar muçulmanos e o Profeta SAWS.

A frase matai-os onde quer que os encontres (no Alcorão, 2:191) é, de longe, a frase mais frequente que é citada erroneamente por islamófobos fervorosos e extremistas radicais. Mas esta exortação de campo de batalha vem logo após o versículo 2:190, que diz: Combatei contra aqueles que vos combatem, porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores e vem logo antes da parte que afirma, (versículo 2:193)mas se eles deixarem de lutar, então não haverá mais hostilidades, senão contra os opressores.

Qual é o contexto histórico dos versículos 2:190 a 193 e a que é que se refere? Ibn Abbas (r.a.), o famoso companheiro do Profeta e exegeta do Alcorão, diz que essa passagem foi revelada em referência aos Coraixitas. Estes haviam perseguido e torturado os muçulmanos durante treze anos em Meca. Haviam expulsado os muçulmanos para fora de seus lares, tomaram as suas propriedades e bens, e travaram batalhas contra eles, mesmo depois dos muçulmanos procurarem refúgio em Medina. Os muçulmanos estavam apreensivos sobre outro ataque que ocorreu durante a sua Peregrinação sagrada quando a guerra era proibida. É por isso que esses versículos foram revelados, para tranquilizá-los de que eles seriam capazes de se defender contra um ataque Coraichita, durante a Peregrinação.

Esses versículos devem ser lidos à luz do contexto de então e não de agora. Dada a hostilidade agressiva e constante dos idólatras e inimigos do ISLAM da época, o Profeta (s.a.w.) e os seus seguidores tiveram de lutar.

O reconhecimento da Mensagem Divina foi sempre acompanhado por dramas e tragédias, basta ler na história das religiões. Mas isso aconteceu há quase quinze séculos atrás, em circunstâncias e contexto ligados ao momento em que as tribos da Arábia lutaram entre si, muito antes da chegada do ISLAM.

A violência no ISLAM só se justifica no caso de autodefesa. Assim, não se pode deslocar os contextos e história à vontade, conforme necessário. Além disso, para se aproximar de uma correta interpretação do Alcorão é necessário: 

>Não estar motivado por interesses pessoais;

> Deve ser feito sob o compromisso de permanecer fiel ao texto e ao espírito do Alcorão;

> Deve possuir uma importante fonte de conhecimento da língua árabe e suas regras.

Para entender um pouco do ISLAM, e não apenas um rápido olhar para o Alcorão ou dar importância às vozes que atuam como um raio e, hipnoticamente, modulam opinião. 

O ISLAM, na sua expansão, foi capaz de assimilar muitas culturas, de pegar, reelaborar e desenvolver o conhecimento da antiguidade, clássica e oriental, aumentando-os com novas contribuições e mais tarde estendendo-as para a Europa, através da Península Ibérica. Na verdade, muitas comunidades cristãs e judaicas permaneceram dentro do mundo islâmico, e, assim, as suas tradições culturais foram misturadas, permitindo a criação e desenvolvimento de uma Civilização que floresceu em todas as áreas.

As únicas fontes do ISLAM são o Alcorão e a Sunna.

O Alcorão diz: Deus nada vos proíbe quanto àqueles que não vos combateram pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Deus aprecia os equitativos. – (60:8). 

Não há imposição quanto à religião”. – (2:256). Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente, pois teu Senhor é o mais conhecedor de quem se desvia da Sua senda, bem como é o mais conhecedor dos encaminhados. (16:-125).

Esta é a essência da mensagem do ISLAM, não está nem nos livros de história nem nos meios de comunicação nem na imaginação de ninguém. 

As únicas fontes do ISLAM são o Alcorão e a Sunnah e para interpretá-los é necessário o conhecimento Teológico e Histórico dos mesmos, ao contrário do fazem os islamófobos e fundamentalistas, interpretando-os a bel-prazer ou convenientemente às suas intenções malignas.

Fonte: www.alfurqan.pt / http://islao.pt .

sexta-feira, setembro 09, 2016

A História Profética: Ismael (paz esteja com ele) O Profeta Muhammad (s.a.w.) foi descendente direto do Profeta Ismael (a.s.)

Prezados Irmãos, 
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
Eram três pessoas benditas: Abraão (a.s.), a sua esposa Hagar (a.s.) e o seu filho Ismael (a.s.) nos seus braços, que viajavam para partes desconhecidas dos desertos da Arábia. Na realidade a viagem entranhava um mistério.
Uma manhã, Abraão e Hagar chegaram à presença de Sara… O pequeno Ismael gatinhava e sorria a todos. Abraão tinha um porte muito sério. Parecia que ia dizer algo importante. Mais tarde, deu a ordem de viajar. Não puderam dizer nem perguntar nada.
— Porquê? Para onde? — Perguntavam-se.
É óbvio que Abraão não fazia nada por si mesmo. Era uma Ordem Divina. Sara despediu-se …. O pequeno Ismael não compreendia nada ao despedir-se da pri-meira esposa do seu pai.
Passaram os dias e os meses. Os três benditos viajantes passaram por montanhas, dunas, desertos e rios. Por fim, chegaram aos desertos arábicos.
Abraão deixou Ismael sobre as areias do deserto. Olhou profundamente os olhos do seu filho. Ismael sorria apesar do calor abrasador, do Sol e das dunas abrasa-doras. Abraão dificilmente podia suportar a dor de aban-doná-los no deserto. Estava a ponto de romper a chorar. Olhou o seu filho pela última vez e depois, voltou-se e começou a andar.
Hagar estava confusa ao ver Abraão ir. «Onde podia ir? Junto a quem os deixava neste deserto? O que comeriam e beberiam? Quem os protegeria dos ataques dos animais selvagens?»
Hagar correu atrás de Abraão e perguntou:
— Onde vais, deixando-nos aqui?
A pergunta de Hagar desapareceu no vasto espaço do deserto. O Profeta Abraão (a.s.) andava sem olhar para trás. No seu interior desatava-se toda a classe de tempestades emocionais. Hagar continuou a correr atrás dele, deixando o seu filho atrás. Chamou-o outra vez:
— Senhor meu!
De repente calou-se. Compreendeu tudo. Era uma ordem de Deus. Quando Abraão ficou entre a ordem e os seus sentimentos, escolheu a ordem de Deus sem pensar nem um momento. Hagar perguntou outra vez:
— É uma ordem de Deus?
Sim, era uma ordem de Deus. Então, não restava mais alternativa que admiti-lo. Hagar compreendeu os senti-mentos de Abraão e disse para o consolar:
— No caso de ser uma ordem de Deus, sei que Ele está connosco. Podes ir tranquilo. Deus proteger-nos-á aqui!
Ismael olhou para trás, para o seu pai, até que desa-pareceu. Quando compreendeu que o seu pai se tinha ido, começou a chorar. A sua mãe chorava também assim como o seu pai atrás da duna. Os anjos não puderam suportá-lo mais e começaram a chorar. Todas as criaturas choravam pela triste cena... Os céus, a terra, as montanhas...
Abraão abriu as mãos e suplicou a Deus:
— Senhor Meu! Louvado sejas! Vês e ouves tudo no Universo! Deixei a minha família naquele vale árido em que não há nem uma folha verde, próximo da Tua Casa Sagrada. Estou seguro que és Aquele que os protegerá!
Ismael sorriu quando regressou a sua mãe. Hagar apertou o seu filho contra o seu peito. Caíram umas lágrimas sobre a cara luminosa de Ismael.
No deserto, a água é igual à vida e a falta de água é a morte segura. Passados uns dias, a água tinha termi-nado. Ismael começou a chorar de sede. Hagar levan-tou-se e começou a procurar água. Esperava encontrar um oásis no deserto. Viu uma duna mais à frente, a duna de Safa. Subiu a duna e olhou para o horizonte. Procurou uma pessoa, uma árvore ou um poço. Mas não havia nada no horizonte senão a nebulosa do calor. Desceu da duna de Safa e subiu à outra duna, a duna de Marwa. Olhou em seu redor mas os seus esforços para encontrar água foram vãos. Não havia nada senão vastos de areia.
Ismael chorava quando via que a sua mãe corria entre as dunas. Era muito difícil para um menino ficar sem água horas e horas. Mas era uma prova para Ismael. Deus queria que o Seu Mensageiro crescesse nas situa-ções mais difíceis. Sete vezes vagueou entre as duas dunas e por isso, os muçulmanos vão e vêm sete vezes quando realizam a Peregrinação para recordar os sentimentos de Hagar e compreender os suces- sos desse dia.
Hagar estava muito cansada mas continuava a correr. Fazia um calor intenso. Ela chorava muito pelo seu filho, não por si mesma. Quem podia aguentar esta situação?
Os anjos começaram a chorar e suplicaram a Deus, o Misericordioso. Deus contemplava a cena também. Não há nada que permaneça em segredo para Ele.
A compaixão de todas as criaturas é uma gota no mar da Compaixão Divina. É óbvio que havia um segredo neste sucedido. Deus queria que os acontecimentos fos-sem bordados como uma epopeia nas páginas da histó-ria da humanidade. Queria que o ocorrido neste deserto, que estava muito longe da civilização, cor-resse de boca em boca, séculos e séculos. Queria que todo o mundo compreendesse o Milagre Divino. Era uma manifestação do poder de Deus. Quem é mais poderoso que Ele no Céu e na Terra? O mesmo Poder enviaria o Último Profeta, o Profeta dos Profetas (paz e bênçãos de Deus estejam com ele) no futuro.
O Todo-Poderoso enviou o anjo Gabriel à Terra. Quan-do o pequeno Ismael viu Gabriel, esqueceu-se da sede e começou a sorrir. Que belo era o anjo! Ismael chamava Gabriel com a mão; queria brincar com ele. Depois, começou a golpear a terra com os seus pequenos pés.
De repente começou a brotar água de dentro das areias, da terra erma. Era um milagre! Não é Deus o Todo-Poderoso? Hagar tinha voltado junto a seu filho desesperançada, mas quando viu Ismael a brincar com a água, não soube o que fazer. A tristeza converteu-se em alegria, Abraão tinha confiado em Deus e mãe e filho beberam até se fartar. Cercaram a zona, sendo deno-minada, a partir desse momento, como o Poço de Zamzam.
Zamzam levou a vida à zona. Graças à água a erva começou a crescer na areia. Todo o vale se encheu de verdura. Dentro do deserto infernal nasceu um paraíso. Veio muita gente ver a água e a erva; construiu-se ali uma nova sociedade.
Passaram os anos, Ismael cresceu. Tinha treze ou catorze anos. Quando Abraão veio para visitá-los, viu a fecundidade que tinha trazido a água, e deu graças a Deus pelos seus benefícios abundantes. Abraão queria muito o seu filho Ismael, era um menino formoso. Toda a gente sabia que era um jovem decente e muito inteli-gente. Tinha boas qualidades porque era filho de um Profeta.
O nosso querido Profeta, o Profeta dos Profetas, o último Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: «Se Deus quer alguém, põe-no à prova. As provas dos Pro-fetas são as mais difíceis».
Agora, Deus preparava uma nova prova para Abraão e seu filho Ismael.
Um dia, pela manhã, Abraão e Ismael davam um passeio. Abraão ia dizer algo muito importante. Contar- -lhe-ia o que tinha sonhado na noite anterior. Tinha uma expressão muito séria. Olhou nos olhos de Ismael e disse:
— Filho meu! Sonhei que tentava sacrificar-te, o que opinas acerca disto?
Que decência tinha o Profeta Abraão! Consultava o seu filho! Ismael sabia que o sonho dos Profetas era um tipo de Revelação. Olhou a cara do seu pai e disse:
— Meu Pai! Faz o que te for ordenado por Deus! Verás, por Deus, que sou paciente entre os pacientes.
Que prova tão difícil! Que obediência tão forte! Era a manifestação da confiança em Deus. Era o preço de ser o Pai dos Profetas.
Pai e filho despediram-se para se verem depois. Não puderam fazer nada senão aceitar a ordem. Quando Is-mael ia para o lugar da referência, Satanás apareceu- -lhe:
— Estás louco? O teu pai vai sacrificar-te!
Quando Ismael viu Satanás, começou a apedrejá-lo e Satanás fugiu dali. Mais tarde, apareceu-lhe outra vez e disse o mesmo. Ismael apedrejou-o de novo. Desde este dia, quando os muçulmanos realizam a Peregri-nação a Meca, apedrejam Satanás de maneira figu-rada. Ele não pode vencer Ismael, foi derrotado e foi embora. Não era possível vencer um Mensageiro de Deus!
Mais tarde, Ismael tinha-se posto contra o solo para o sacrifício. Toda a natureza os olhava; todas as criaturas tinham vontade de saber o que se passaria pouco depois. Viam a manifestação de uma obediência total. Era uma prova muito difícil para ambos. Quando Abraão aproximou a faca ao pescoço de Ismael, ouviu uma voz celestial: «Abraão! Isto prova que tens confiança e fé em Deus! Submeteste-te à Ordem Divina! Sacrifica este carneiro em lugar de Ismael!»
Abraão, Ismael, os anjos no céu e as criaturas na Ter-ra suspiraram de alívio, profundamente. Tinha terminado a Prova Divina e tinha sido superada. Era um dia festivo para todo o Universo. Este dia foi nomeado como a Festa do Sacrifício para os Muçulmanos. Neste dia, os muçulmanos sacrificam cordeiros e carneiros recor-dando a história do Profeta Abraão e seu filho Is-mael.
Passaram os anos, Ismael cresceu e fez-se adulto, casou e teve filhos. A população dos arredores de Zamzam foi aumentando. O povo de Ismael venerava Deus ajudado pelas palavras que tinham aprendido dele.
Um dia, Abraão e Ismael saíram para dar um passeio. Abraão sorria. Deus tinha-lhes mandado construir a Caaba, a Casa Sagrada. Os dois Profetas começaram a trabalhar sem perder tempo. Construíram a Caaba sobre a base que tinha escavado Adão.
A Caaba, coração do mundo. A Caaba, a pupila do Universo. A Caaba, o lugar sagrado onde os anjos no céu e os muçulmanos no mundo realizam a circunva-lação (tawaf) ao seu redor.
Os dois Profetas suplicaram a Deus quando cons-truíram a Caaba: «Senhor Meu! Aceita-o de nós! Tu és Quem tudo ouve, Quem tudo sabe! Senhor Meu! Faz-nos dos que se submetem a Ti e faz de nossos des-cendentes uma comunidade muçulmana que se sub-meta à Tua Divindade, sendo os representantes mais notáveis da obediência ao teu Poder! Envia-lhes um Profeta que lhes leia os Teus versículos! Para que lhes ensine o oculto, os chame ao recto caminho, à pureza! Tu és a única fonte de sabedoria!»
Deus aceitou as suas súplicas e o Profeta Muham-mad (s.a.w.) foi descendente directo do Profeta Ismael (a.s.). Ele foi o Grande Profeta e os seus crentes, o povo da Umma, são os crentes mais fiéis.
Um dia o Nosso Querido Profeta Muhammad (s.a.w.) dirigia umas palavras aos seus discípulos. Quando lhe calhou a vez de falar do Profeta Abraão (a.s.) disse: «Eu sou a súplica do meu pai Abraão; sou o filho de dois sacrifícios».
O primeiro sacrifício era o do Profeta Ismael e o segundo era o do seu pai Abdullah.
Tinham terminado a construção da Caaba. Abraão pensou pôr um sinal no princípio do tawaf. Podia ser um sinal em forma de rocha mas seria diferente das demais rochas da construção. Ismael procurou uma rocha dife-rente nas montanhas mas não pode encontrá-la. Quan-do regressou, viu uma rocha negra levada pelo seu cansado pai:
— O que é isso?
— Hajar al-Aswad, a rocha negra, a rocha sagrada.
— Onde a encontraste?
— Os anjos trouxeram-na do Éden.
Colocaram a Hajar al-Aswad no seu lugar especial, num muro da Caaba.
Desde este dia, os muçulmanos vêm visitar a Meca, realizar o tawaf em redor da Caaba, beijar Hajar al-Aswad. Para além disso, caminham entre as dunas de Safa e Marwa recordando a história de Hagar. Depois, apedrejam Satanás como o Profeta Ismael fez. Ofere-cem sacrifícios, cordeiros e carneiros, para manifes-tar a obediência a Deus. Durante as rezas, voltam os seus rostos para a Caaba e, deste modo, rezam.
Dois anjos falavam, entre eles, no Céu. Falavam do senhor do Universo. O senhor dos senhores estava a ponto de nascer, em Meca, próximo da Caaba, nos arredores do poço de Zamzam. Outro Zamzam que daria vida às almas desertas estava a ponto de nascer. Um dos anjos disse ao outro: «Entendeste o mistério da vinda de Ismael a Meca? O mistério do sacrifício? O mistério da construção da Caaba? Tudo era para ele! Para Muhammad (p.e.c.e.) — o último Profeta de Deus!»..
Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.
Obrigado. Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy – 08/09/2016

A História Profética: Ismael (paz esteja com ele) O Profeta Muhammad (s.a.w.) foi descendente direto do Profeta Ismael (a.s.)

Prezados Irmãos, 
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
Eram três pessoas benditas: Abraão (a.s.), a sua esposa Hagar (a.s.) e o seu filho Ismael (a.s.) nos seus braços, que viajavam para partes desconhecidas dos desertos da Arábia. Na realidade a viagem entranhava um mistério.
Uma manhã, Abraão e Hagar chegaram à presença de Sara… O pequeno Ismael gatinhava e sorria a todos. Abraão tinha um porte muito sério. Parecia que ia dizer algo importante. Mais tarde, deu a ordem de viajar. Não puderam dizer nem perguntar nada.
— Porquê? Para onde? — Perguntavam-se.
É óbvio que Abraão não fazia nada por si mesmo. Era uma Ordem Divina. Sara despediu-se …. O pequeno Ismael não compreendia nada ao despedir-se da pri-meira esposa do seu pai.
Passaram os dias e os meses. Os três benditos viajantes passaram por montanhas, dunas, desertos e rios. Por fim, chegaram aos desertos arábicos.
Abraão deixou Ismael sobre as areias do deserto. Olhou profundamente os olhos do seu filho. Ismael sorria apesar do calor abrasador, do Sol e das dunas abrasa-doras. Abraão dificilmente podia suportar a dor de aban-doná-los no deserto. Estava a ponto de romper a chorar. Olhou o seu filho pela última vez e depois, voltou-se e começou a andar.
Hagar estava confusa ao ver Abraão ir. «Onde podia ir? Junto a quem os deixava neste deserto? O que comeriam e beberiam? Quem os protegeria dos ataques dos animais selvagens?»
Hagar correu atrás de Abraão e perguntou:
— Onde vais, deixando-nos aqui?
A pergunta de Hagar desapareceu no vasto espaço do deserto. O Profeta Abraão (a.s.) andava sem olhar para trás. No seu interior desatava-se toda a classe de tempestades emocionais. Hagar continuou a correr atrás dele, deixando o seu filho atrás. Chamou-o outra vez:
— Senhor meu!
De repente calou-se. Compreendeu tudo. Era uma ordem de Deus. Quando Abraão ficou entre a ordem e os seus sentimentos, escolheu a ordem de Deus sem pensar nem um momento. Hagar perguntou outra vez:
— É uma ordem de Deus?
Sim, era uma ordem de Deus. Então, não restava mais alternativa que admiti-lo. Hagar compreendeu os senti-mentos de Abraão e disse para o consolar:
— No caso de ser uma ordem de Deus, sei que Ele está connosco. Podes ir tranquilo. Deus proteger-nos-á aqui!
Ismael olhou para trás, para o seu pai, até que desa-pareceu. Quando compreendeu que o seu pai se tinha ido, começou a chorar. A sua mãe chorava também assim como o seu pai atrás da duna. Os anjos não puderam suportá-lo mais e começaram a chorar. Todas as criaturas choravam pela triste cena... Os céus, a terra, as montanhas...
Abraão abriu as mãos e suplicou a Deus:
— Senhor Meu! Louvado sejas! Vês e ouves tudo no Universo! Deixei a minha família naquele vale árido em que não há nem uma folha verde, próximo da Tua Casa Sagrada. Estou seguro que és Aquele que os protegerá!
Ismael sorriu quando regressou a sua mãe. Hagar apertou o seu filho contra o seu peito. Caíram umas lágrimas sobre a cara luminosa de Ismael.
No deserto, a água é igual à vida e a falta de água é a morte segura. Passados uns dias, a água tinha termi-nado. Ismael começou a chorar de sede. Hagar levan-tou-se e começou a procurar água. Esperava encontrar um oásis no deserto. Viu uma duna mais à frente, a duna de Safa. Subiu a duna e olhou para o horizonte. Procurou uma pessoa, uma árvore ou um poço. Mas não havia nada no horizonte senão a nebulosa do calor. Desceu da duna de Safa e subiu à outra duna, a duna de Marwa. Olhou em seu redor mas os seus esforços para encontrar água foram vãos. Não havia nada senão vastos de areia.
Ismael chorava quando via que a sua mãe corria entre as dunas. Era muito difícil para um menino ficar sem água horas e horas. Mas era uma prova para Ismael. Deus queria que o Seu Mensageiro crescesse nas situa-ções mais difíceis. Sete vezes vagueou entre as duas dunas e por isso, os muçulmanos vão e vêm sete vezes quando realizam a Peregrinação para recordar os sentimentos de Hagar e compreender os suces- sos desse dia.
Hagar estava muito cansada mas continuava a correr. Fazia um calor intenso. Ela chorava muito pelo seu filho, não por si mesma. Quem podia aguentar esta situação?
Os anjos começaram a chorar e suplicaram a Deus, o Misericordioso. Deus contemplava a cena também. Não há nada que permaneça em segredo para Ele.
A compaixão de todas as criaturas é uma gota no mar da Compaixão Divina. É óbvio que havia um segredo neste sucedido. Deus queria que os acontecimentos fos-sem bordados como uma epopeia nas páginas da histó-ria da humanidade. Queria que o ocorrido neste deserto, que estava muito longe da civilização, cor-resse de boca em boca, séculos e séculos. Queria que todo o mundo compreendesse o Milagre Divino. Era uma manifestação do poder de Deus. Quem é mais poderoso que Ele no Céu e na Terra? O mesmo Poder enviaria o Último Profeta, o Profeta dos Profetas (paz e bênçãos de Deus estejam com ele) no futuro.
O Todo-Poderoso enviou o anjo Gabriel à Terra. Quan-do o pequeno Ismael viu Gabriel, esqueceu-se da sede e começou a sorrir. Que belo era o anjo! Ismael chamava Gabriel com a mão; queria brincar com ele. Depois, começou a golpear a terra com os seus pequenos pés.
De repente começou a brotar água de dentro das areias, da terra erma. Era um milagre! Não é Deus o Todo-Poderoso? Hagar tinha voltado junto a seu filho desesperançada, mas quando viu Ismael a brincar com a água, não soube o que fazer. A tristeza converteu-se em alegria, Abraão tinha confiado em Deus e mãe e filho beberam até se fartar. Cercaram a zona, sendo deno-minada, a partir desse momento, como o Poço de Zamzam.
Zamzam levou a vida à zona. Graças à água a erva começou a crescer na areia. Todo o vale se encheu de verdura. Dentro do deserto infernal nasceu um paraíso. Veio muita gente ver a água e a erva; construiu-se ali uma nova sociedade.
Passaram os anos, Ismael cresceu. Tinha treze ou catorze anos. Quando Abraão veio para visitá-los, viu a fecundidade que tinha trazido a água, e deu graças a Deus pelos seus benefícios abundantes. Abraão queria muito o seu filho Ismael, era um menino formoso. Toda a gente sabia que era um jovem decente e muito inteli-gente. Tinha boas qualidades porque era filho de um Profeta.
O nosso querido Profeta, o Profeta dos Profetas, o último Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: «Se Deus quer alguém, põe-no à prova. As provas dos Pro-fetas são as mais difíceis».
Agora, Deus preparava uma nova prova para Abraão e seu filho Ismael.
Um dia, pela manhã, Abraão e Ismael davam um passeio. Abraão ia dizer algo muito importante. Contar- -lhe-ia o que tinha sonhado na noite anterior. Tinha uma expressão muito séria. Olhou nos olhos de Ismael e disse:
— Filho meu! Sonhei que tentava sacrificar-te, o que opinas acerca disto?
Que decência tinha o Profeta Abraão! Consultava o seu filho! Ismael sabia que o sonho dos Profetas era um tipo de Revelação. Olhou a cara do seu pai e disse:
— Meu Pai! Faz o que te for ordenado por Deus! Verás, por Deus, que sou paciente entre os pacientes.
Que prova tão difícil! Que obediência tão forte! Era a manifestação da confiança em Deus. Era o preço de ser o Pai dos Profetas.
Pai e filho despediram-se para se verem depois. Não puderam fazer nada senão aceitar a ordem. Quando Is-mael ia para o lugar da referência, Satanás apareceu- -lhe:
— Estás louco? O teu pai vai sacrificar-te!
Quando Ismael viu Satanás, começou a apedrejá-lo e Satanás fugiu dali. Mais tarde, apareceu-lhe outra vez e disse o mesmo. Ismael apedrejou-o de novo. Desde este dia, quando os muçulmanos realizam a Peregri-nação a Meca, apedrejam Satanás de maneira figu-rada. Ele não pode vencer Ismael, foi derrotado e foi embora. Não era possível vencer um Mensageiro de Deus!
Mais tarde, Ismael tinha-se posto contra o solo para o sacrifício. Toda a natureza os olhava; todas as criaturas tinham vontade de saber o que se passaria pouco depois. Viam a manifestação de uma obediência total. Era uma prova muito difícil para ambos. Quando Abraão aproximou a faca ao pescoço de Ismael, ouviu uma voz celestial: «Abraão! Isto prova que tens confiança e fé em Deus! Submeteste-te à Ordem Divina! Sacrifica este carneiro em lugar de Ismael!»
Abraão, Ismael, os anjos no céu e as criaturas na Ter-ra suspiraram de alívio, profundamente. Tinha terminado a Prova Divina e tinha sido superada. Era um dia festivo para todo o Universo. Este dia foi nomeado como a Festa do Sacrifício para os Muçulmanos. Neste dia, os muçulmanos sacrificam cordeiros e carneiros recor-dando a história do Profeta Abraão e seu filho Is-mael.
Passaram os anos, Ismael cresceu e fez-se adulto, casou e teve filhos. A população dos arredores de Zamzam foi aumentando. O povo de Ismael venerava Deus ajudado pelas palavras que tinham aprendido dele.
Um dia, Abraão e Ismael saíram para dar um passeio. Abraão sorria. Deus tinha-lhes mandado construir a Caaba, a Casa Sagrada. Os dois Profetas começaram a trabalhar sem perder tempo. Construíram a Caaba sobre a base que tinha escavado Adão.
A Caaba, coração do mundo. A Caaba, a pupila do Universo. A Caaba, o lugar sagrado onde os anjos no céu e os muçulmanos no mundo realizam a circunva-lação (tawaf) ao seu redor.
Os dois Profetas suplicaram a Deus quando cons-truíram a Caaba: «Senhor Meu! Aceita-o de nós! Tu és Quem tudo ouve, Quem tudo sabe! Senhor Meu! Faz-nos dos que se submetem a Ti e faz de nossos des-cendentes uma comunidade muçulmana que se sub-meta à Tua Divindade, sendo os representantes mais notáveis da obediência ao teu Poder! Envia-lhes um Profeta que lhes leia os Teus versículos! Para que lhes ensine o oculto, os chame ao recto caminho, à pureza! Tu és a única fonte de sabedoria!»
Deus aceitou as suas súplicas e o Profeta Muham-mad (s.a.w.) foi descendente directo do Profeta Ismael (a.s.). Ele foi o Grande Profeta e os seus crentes, o povo da Umma, são os crentes mais fiéis.
Um dia o Nosso Querido Profeta Muhammad (s.a.w.) dirigia umas palavras aos seus discípulos. Quando lhe calhou a vez de falar do Profeta Abraão (a.s.) disse: «Eu sou a súplica do meu pai Abraão; sou o filho de dois sacrifícios».
O primeiro sacrifício era o do Profeta Ismael e o segundo era o do seu pai Abdullah.
Tinham terminado a construção da Caaba. Abraão pensou pôr um sinal no princípio do tawaf. Podia ser um sinal em forma de rocha mas seria diferente das demais rochas da construção. Ismael procurou uma rocha dife-rente nas montanhas mas não pode encontrá-la. Quan-do regressou, viu uma rocha negra levada pelo seu cansado pai:
— O que é isso?
— Hajar al-Aswad, a rocha negra, a rocha sagrada.
— Onde a encontraste?
— Os anjos trouxeram-na do Éden.
Colocaram a Hajar al-Aswad no seu lugar especial, num muro da Caaba.
Desde este dia, os muçulmanos vêm visitar a Meca, realizar o tawaf em redor da Caaba, beijar Hajar al-Aswad. Para além disso, caminham entre as dunas de Safa e Marwa recordando a história de Hagar. Depois, apedrejam Satanás como o Profeta Ismael fez. Ofere-cem sacrifícios, cordeiros e carneiros, para manifes-tar a obediência a Deus. Durante as rezas, voltam os seus rostos para a Caaba e, deste modo, rezam.
Dois anjos falavam, entre eles, no Céu. Falavam do senhor do Universo. O senhor dos senhores estava a ponto de nascer, em Meca, próximo da Caaba, nos arredores do poço de Zamzam. Outro Zamzam que daria vida às almas desertas estava a ponto de nascer. Um dos anjos disse ao outro: «Entendeste o mistério da vinda de Ismael a Meca? O mistério do sacrifício? O mistério da construção da Caaba? Tudo era para ele! Para Muhammad (p.e.c.e.) — o último Profeta de Deus!»..
Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.
Obrigado. Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy – 08/09/2016

terça-feira, agosto 16, 2016

Profeta Muhammad (SAAS) previu antes de sua morte, a divisão do Islam e o surgimento de grupos desagregadores!

Meus queridos irmãos e caros amigos!

Para os muçulmanos que buscam incessantemente o conhecimento já havia a previsão do surgimento de outras facções dentro do islam, inclusive do surgimento de um grupo que iria tentar fortemente desagregar os verdadeiros seguidores do islam! 

O próprio Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) nos advertiu sobre esse e outros grupos que surgiram após à sua morte. Veja a precisão dessa Profecia, embora não seja considerado um hadith sahir (forte).

Nu’aym b. Hammad recorda em seu Kitab al-Fitan (O Livro das Tribulações):"Está relatado sob a autoridade do Imam Ali (Radialahu Anhu) a seguinte narrativa do Rassulollah: “Quando vocês virdes às bandeiras negras permaneça onde vocês estão. Se os identificarem devem permanecer com mãos e pés paralisados. (isto é não se manifestar a favor nem apoiar). Depois disso aparecerá um povo débil a quem nenhuma preocupação será dada. Seus corações serão como fragmentos de ferro (sem nenhum tipo de sentimento humano). Eles são os representantes do Estado (Ashab al-Dawla). Eles não cumprirão pactos ou acordos. Eles irão convidar para a verdade, embora eles não sejam um povo dela. Seus nomes terão alcunhas tais como: [Abu tal e tal], e suas atribuições serão de camponeses. Seus cabelos serão longos como os de mulheres. “Eles permanecerão assim até que eles divirjam entre si, e então Allah SW trará a verdade de onde Ele quiser.”

Em outra tradição muito famosa, em que o Profeta (que a Paz esteja com ele) diz: "No final dos tempos o Judaísmo se dividirá em 71 seitas, O Cristianismo em 72 e o Islam em 73, das quais 72 estarão no erro e uma só correta". Daí os companheiros perguntaram: "Ó Mensageiro de Deus (saas), qual grupo será o correto?" Ele disse: "Aquele que seguir o Alcorão e a minha sunna (meus costumes, meus métodos) e for o grupo majoritário". Não existe nenhuma dúvida que o maior grupo islâmico é o chamado Sunnismo Tradicional (ahlussunnah) também conhecido como o Islam moderado, que combate veementemente o “terrorismo” e ou qualquer outro desvio, que fuja às declarações do Profeta Muhammad (SAWS)

Essas profecias ficam claras de que ninguém está desavisado! Deus Louvado seja jamais puniu alguém sem advertir. E para que isso não passe desapercebido, a primeira revelação do Anjo Gabriel ao Profeta Muhammad SAAS Foi: “LEIA EM NOME DO SEU SENHOR", ou seja, não seja uma Maria vai com as outras, procure instruir-se na verdade. Que Allah SW tenha misericórdia da sua Umah e não nos deixe desamparados Amin!