terça-feira, março 06, 2018

Os Profetas e Mensageiros de Deus (I)

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
Crer nos Profetas de Deus (paz esteja com eles) é um dos pilares da crença Islâmica e consiste em acreditar em todos os Profetas enviados por Deus, sem fazer qualquer discriminação entre eles, no que diz respeito à sua aceitação. Diz Deus no Alcorão Sagrado:«O Mensageiro crê no que foi revelado por seu Senhor e todos os crentes crêem em Deus, nos Seus anjos, nos Seus Livros e nos Seus Mensageiros. Nós não fazemos distinção alguma entre os Seus Mensageiros. Disseram: escutamos e obedecemos...».(Alcorão, 2:285).
«Aqueles que não crêem em Deus e nos Seus Mensageiros, pretendendo cortar vínculos entre Deus e Seus Mensageiros, e dizem: Cremos em alguns e negamos outros, intentando com isso achar uma saída, são os verdadeiros incrédulos; porém, preparamos para eles um castigo humilhante. Quanto àqueles que crêem em Deus e em Seus Mensageiros, e não fazem distinção entre nenhum deles, Deus lhes concederá as suas devidas recompensas, porque Deus é Indulgente, Misericordioso». (Alcorão,4:150-152.).
Por que Deus nos enviaria uma mensagem? Para que O possamos conhecer. Para que, no dia do Juízo Final, não haja desculpas, ou seja, que o ser humano venha a dizer que não sabia, que não conhecia.«Foram os Mensageiros que deram as boas notícias e e fizeram admoestações, para que os humanos não tivessem argumento algum ante Deus, depois do envio deles, pois Deus é Poderoso, Prudente». (Alcorão Sagrado 4:165).
Deus enviou, através da história, Mensageiros e Profetas para orientarem a humanidade quanto à adoração de um Deus único. «Na verdade, enviamos para cada povo um Mensageiro (com a ordem): Adorai a Deus e afastai-vos do sedutor...». (Alcorão Sagrado 16:36).
«Jamais enviamos Mensageiro algum antes de ti, sem que lhe tivéssemos revelado que não há outra
divindade além de Mim. Adora-Me e serve-Me!»(Alcorão Sagrado 21:25).
E estabeleceu a justiça e a misericórdia, quando nos disse que nenhuma nação seria responsabilizada, a não
ser depois do envio de Mensageiros, orientadores e admoestadores, como podemos ver através do seguinte
versículo do Alcorão Sagrado: «... Jamais castigamos (um povo), sem antes termos enviado um Mensageiro». (Alcorão Sagrado17:15).
E todos os Profetas e Mensageiros vieram pregando a mesma religião, a submissão a Deus (o Islame), conforme diz Deus no Alcorão Sagrado: «Prescreveu-vos a mesma religião que havia instituído para Noé, a qual te revelamos, a qual havíamos recomendado a Abraão, a Moisés e a Jesus, (dizendo-lhes): observai a religião e não discrepeis acerca disso...». (Alcorão Sagrado 42:13).
"Para Deus a religião é a submissão voluntária a Deus (o Islame)...". (Alcorão Sagrado 3:19). 

Qual a Diferença entre Profeta (Nabi) e Mensageiro (Rassul) ?
· ·Profeta (Nabi): É aquele que recebeu a orientação Divina para confirmar o que um outro Mensageiro transmitiu, sem trazer com ele uma mensagem nova. Mensageiro (Rassul): É aquele a quem é transmitida uma Mensagem ou Livro Sagrado, contendo uma nova recomendação. Todo o Mensageiro é um Profeta, mas nem todos os Profetas são Mensageiros. O Alcorão menciona os nomes de 25 Profetas que são:
-Adam (Adão);
-Idris (Enoc);
-Nuh (Noé);
-Hud (Heber);
-Saléh;
-Ibrahim (Abraão);
-Lut (Lot);
-Ismail (Ismael);
-Ishaq (Isaac);
-Yaqub (Jacó);
-Yussif (José);
-Xuaib (Jetro);
-Aiyub (Jó);
-Zul-kafil (Ezequiel);
-Mussa (Moisés);
-Harun (Araão);
-Daud (Davi);
-Sulaiman (Salomão);
-Ilias (Elias);
-Aliassa (Eliseu);
-Yunus (Jonas);
-Zacaria (Zacarias);
-Yáhia (João Batista);
-Issa (Jesus);
-Muhammad. (Que a paz esteja sobre eles) .
Citam-se alguns versículos em que eles são mencionados: «Tal foi o Nosso argumento, que proporcionamos
a Abraão (para usarmos) contra o seu povo, porque Nós elevamos a dignidade de quem Nos apraz. Teu Senhor (ó Muhammad) é Prudente, Sábio. Agraciamo-lo com Isaac e Jacó, que iluminamos, como havíamos iluminado anteriormente Noé e a sua descendência, Davi e Salomão, Jó e José, Moisés e Aarão. Assim, recompensamos os benfeitores. E Zacarias, Yáhia (João), Jesus e Elias, pois todos eles se contavam entre os virtuosos. E Ismael, Eliseu, Jonas e Lot, cada um dos quais preferimos sobre os seus contemporâneos». (Alcorão Sagrado 6:83-86).
«Sem dúvida que Deus preferiu Adão, Noé, a família de Abraão e a de Imran, aos seus contemporâneos». (Alcorão Sagrado 3:33).
«E enviamos ao povo de Ad o seu irmão Hud, o qual lhes disse: ó povo meu, adorai a Deus, porque não tereis outra divindade além d’Ele...». (Alcorão Sagrado, 11:50).
«E (recorda-te) de Ismael, de Idris (Enoc) e de Dulkifl...». (Alcorão Sagrado 21:85). «E ao povo de Samud enviamos o seu irmão Sáleh...». (Alcorão Sagrado, 11:61).
«E enviamos ao povo de Madian o seu irmão Xuaib (Jetro)...». (Alcorão Sagrado, 11:84). Destes, alguns Profetas como Idris e Ezequiel (que a paz esteja sobre eles), o Alcorão limita-se a mencionar os seus nomes; de outros, como Ismael, Isaac e Jonas (que a paz esteja sobre eles), relata-se um resumo de sua história. Entre eles, há também aqueles cuja história veio detalhada, como ocorre com Abraão, Moisés, José
e Jesus (que a paz esteja sobre eles). «Inspiramos-te (Muhammad), assim como inspiramos Noé e os Profetas que o sucederam ...». (Alcorão Sagrado, 4:163). «Na verdade, Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e  derradeiro dos Profetas; sabei que Deus é Omnisciente». (Alcorão Sagrado, 33:40).
Aparece nos ditos do Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que o número
total de Profetas enviados para os diferentes povos, em épocas diversas, é de 124.000 e o Alcorão nos relata que Deus nos informou os nomes de alguns deles apenas:
"E enviamos alguns Mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Deus falou a Moisés diretamente». (Alcorão Sagrado, 4:164).
Há no Alcorão 6 capítulos que levam o nome de Profetas, que são: Yunus (Jonas), Hud, Yussuf (José), Ibrahim (Abraão), Nuh (Noé) e Muhammad (p.e.c.e.).
No Alcorão, 5 profetas foram qualificados como fortes, pelo que suportaram da maldade de seus povos, e pelo que legaram de grandes feitos no campo da pregação. E eles estão citados neste versículo: «Recorda-te de quando instituímos o pacto com os Profetas: contigo, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Jesus, filho de Maria, e obtivemos deles um solene compromisso». (Alcorão Sagrado, 33:7.)
Qual deve ser a postura do muçulmano, quanto àqueles Profetas cujos nomes não foram mencionados no Alcorão e que tenham vindo antes do Profeta Muhammad (p.e.c.e.)?
Caso ele tenha vindo antes do Profeta Muhammad (p.e.c.e,), nós nem afirmamos que tenha sido um Profeta, nem negamos. Porque, caso tenha sido realmente um Profeta, e nós negarmos, estaremos negando um pi-
lar da fé e, consequentemente, estaríamos saindo do Islame. Caso afirmássemos que ele tivesse sido um Profeta e ele não tivesse, estaríamos cometendo um pecado.
Por isso adotamos esta postura. E caso essa pessoa tenha vindo após o Profeta Muhammad (p.e.c.e.), afirmamos categoricamente que ele não é um Profeta, porque o último Profeta enviado para toda humanidade foi o Profeta Muhammad (p.e.c.e.).
Os Profetas são homens iluminados, escolhidos por Deus dentre o seu povo, para transmitirem a Sua Mensagem e servirem de exemplo e modelo de retidãoe para serem seguidos e imitados por nós.
Deus nos facilitou o caminho e evitou que o ser humano tivesse que adquirir este conhecimento através somente do seu esforço pessoal. «Realmente, tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo para aqueles que esperam contemplar Deus, deparar-se com o Dia do Juízo Final, e invocam Deus frequentemente». (Alcorão Sagrado, 33:21). «Tivestes neles um excelente exemplo, de quem confia em Deus e no Dia do Juízo Final». (Alcorão Sagrado, 60:6).
Os Profetas não têm divindade alguma, pois esta pertence única e exclusivamente a Deus. «Os Seus Mensageiros retrucaram: Existe, acaso, alguma dúvida acerca de Deus, Criador dos céus e da terra? É Ele que vos convoca para perdoar-vos os pecados, e vos tolera até ao término prefixado! Responderam: Vós não sois senão uns mortais, como nós; quereis afastar-nos do que adoravam os nossos pais? Apresentai-nos, pois, uma autoridade evidente! Os Seus Mensageiros lhes asseveraram: Não somos mais do que mortais como vós; porém, Deus agracia quem Lhe apraz, dentre os Seus servos, e ser-nos-ia impossível apresentar-vos uma autoridade, a não ser com a anuência de Deus. Que os fiéis se encomendem a Deus!» (Alcorão Sagrado, 14:10-11).
M. Yiossuf Adamgy
Diretor da Revista Al Furqán.

quinta-feira, fevereiro 15, 2018

A Morte no Islam

Todos os Louvores são para Deus, o Senhor do Universo, que criou a vida e a morte, para pôr à prova, quem de nós prática as melhores ações, A Paz e Bênção de Deus estejam sobre o profeta Muhammad, através de quem deus salvou-nos da perdição, tirando-nos da ignorância, guiando-nos para a senda reta, libertando-nos assim do abismo do inferno, e nos colocando no grupo da melhor comunidade que já existiu sobre a terra. E que as Bênção de Deus recaiam sobre os seus companheiros (sahabas) e seus seguidores até o dia do Juízo Final. 

Os ensinamentos relativos a morte, ao morto (mayet) e a família enlutada contidos no Islam, são suficientemente elucidativos para o verdadeiro crente que procura guiar-se convenientemente nessas ocasiões. Durante a vida do Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); naturalmente morreram muitas pessoas, entre muçulmanos e não-muçulmanos, uns em campo de batalha, outros por enfermidades, uns deixando tristes os seu familiares e outros que nem familiares tinham, uns que deixaram muitos bens que foram depois distribuídos entre seus herdeiros, e outros que morreram sem deixar sequer o suficiente para suportara as despesas de seus próprios funerais. 

Em todas aquelas circunstâncias, o Profeta Muhammad(que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); foi sempre o seu guia, orientado-os à luz da Chari’ah (lei islâmica) para que aplicassem em cada situação as medidas corretas dentro do espírito que sempre norteou a sua missão; o de ensinar a todos a viver no mundo de acordo com a vontade de Deus. 

O Profeta Muhammad(que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); acompanhava-os nos momentos de felicidade e de tristeza, nos casamentos e nos falecimentos, visitava os doentes, prepara a mortalha (cafan) para os defuntos, participava nos funerais, apresentava suas condolências, visitava os túmulos, repartia a herança, instruía os familiares do falecido nos pagamentos da divida deixadas pelo mesmo, procurava o bem estar das viúvas, dos órfãos e da família enlutada, enfim deixou-nos um código completo oral e pratico relativo a morte. 

Nesse código Divino revela-se que cada passo foi tomado em consideração aos sentimentos e emoções naturais e as necessidades humanas, para a família enlutada há uma consolação completa justa, para o morto (mayt), encontramos no código, o respeito e a honra total acima de tudo, o meio para a aquisição da Paz e do sossego eternos, ensinamentos simples e honrosos, e até hoje insuperáveis por qualquer outra civilização do mundo. 

Os Sahabas (companheiros do profeta), aprenderam esse código, aplicaram-no durante a sua vida e transmitiram-no oralmente e na prática aos outros, conservando-se integralmente até hoje nos livros de ahadith (ditos e praticas). 

O Salatul Janaza (oração fúnebre); é um Fardh Kifayah, uma obrigação imposta a todos os muçulmanos presentes, isto é que tomarem conhecimento do falecimento de um muçulmano.

No Salatul Janaza, o ato específico é o Duá para o morto, que confere grandes recompensas a quem o prática e inúmeros benefícios ao morto, e também é uma forma de prestarmos a nossa ultima homenagem para o morto. 

Entre alguns costumes banidos pelo islam esta o de chorar, lamentar e demonstrar pesar excessivo pelos mortos. Os ensinamentos do Islam sobre a morte é de que ela não é a aniquilação do individuo, que o elimina da existência, e sim que é uma passagem de uma vida para outra’e por mais que se possa lamentar, nada trará os mortos de volta à vida ou modificara o decreto de Deus, Altíssimo. Aquele que crê deve receber a morte, do mesmo modo como recebe qualquer outra calamidade que possa atingi-lo, com paciência e dignidade, repetindo o versículo alcorânico: ‘’Somos de Deus e a Ele retornaremos.’’ (2:156) 

A certos atos de se prantear os mortos que são terminantemente proibidos para os muçulmanos, não se permite ao muçulmano usar faixas de luto, desfazer-se de adereços ou modificar as suas vestes habituas para representar o pesar e a tristeza, como por exemplo, o uso de roupas negras (ou de qualquer outra cor, a qual a intenção seja representar o luto), como sinal de luto é proibido pelo islam, mesmo no caso de uma viúva por seu marido. Em contra-partida, entretanto, a esposa deverá observar um período de luto (‘iddah) de 4 meses e 10 dias, em memória de seu finado esposo por lealdade aos sagrados laços do casamento, esse período é considerado uma extensão de seu anterior e não é permitido a ela receber novas propostas de casamento durante esse período. Caso contrario o luto não pode ser maior do que 3 dias. 

O Luto é uma demonstração sublime de tristeza e magoa que afeta alguém, homem ou mulher, pela morte de outro, como conseqüência das suas relações naturais, no Islam o luto é regulamentado, e o luto por um período maior do que 3 dias, seja por quem for, foi rigorosamente proibido pelo Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); com a exceção da mulher a quem foi conferido o direito de guardar um período maior pela morte de seu marido como foi mencionado acima. 

As condolências de acordo com a sunnah do Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); ‘’As condolências são dadas aos familiares enlutados dentro de três dias e três noites depois do falecimento.’’

E fórmula usada é: "Possa Deus dar-vos recompensa abundante e grande consolo, e concessão d e perdão para o falecido." 

O qual a resposta deve ser: ‘’Que Deus ouça a vossa prece, e tenha piedade de nós e vós.’’ 

Os costumes comuns na realização da reunião, durante a qual o alcorão é recitado nas três noites a seguir a morte, e do arranjo da celebração do luto e reuniões especiais no dia da morte, ou no terceiro dia depois dela, ou no quadragésimo dia, ou no aniversário da morte, são todos proibidos e praticas de inovação que o povo tem introduzido, e não tem qualquer base no alcorão, na sunnah do Profeta, ou na prática do Sahabas, evidentemente não é proibido fazermos ‘’duás’’ (preces), todos os dias pela alma dos de nossos parentes já falecidos, de modo simples, sem reuniões ou celebrações espalhafatosas. 

A visita das sepulturas é louvável, o profeta Muhammad(que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); costumava visitar as sepulturas e recomendava aos seus companheiros que fizessem o memso a fim de se lembrarem da sua morte com uma lição. 

A visita (ziarat) das sepulturas foi instituído com o fim de nos dar lições, de nos fazer meditar sobre o nosso fim, enternecer os nossos corações, para que possamos fazer preces em favor do falecido, pois a melhor prenda que um vivo pode dar a um morto é o duá (prece) e o pedido de perdão (isthighfar) que por ele faz à Deus. 


A pessoa que visita a sepultura deve dizer: ‘’ A Paz esteja contigo, ó crentes muçulmanos que morais aqui, nós estaremos, se Deus quiser, reunidos convosco. Rogamos a Deus que a nós e a vós conceda o bem-estar e o perdão.’’ 


Ë recomendado orar pelo perdão e clemência de Deus para os mortos, contudo é absolutamente proibido desejar que o morto responda sr orações de alguém, ou invocar o seu auxilio, ou solicitar a intercessão, acariciar o tumulo, com as suas mãos, andando em volta deles, e praticas similares de superstição, também são proibidos, todas estas ações são abomináveis e heréticas, as quais conduzem a idolatria e a negação da absoluta unicidade de Deus. 


Para aquele que deseja visitar as campas deve saber que a sua visita deve estar enquadrada pelos limites prescritos no Islam: 

Não circundar ;

não se inclinar em sinal de respeito ;

não se prostrar ;

não beijar os túmulos, jazigos ou qualquer parte deles ;

não pedir absolutamente nada ao defunto, seja ele quem for o tumulo, pois isso é haram(ilícito) e idolatria ;

não ornamentar as campas ;

depois de visitar as campas, não sair recuando para evitar dar as costas ao tumulo, como forma de respeito; 

não colocar comidas ou bebidas junto as campas; não realizar festas de comemoração (da morte) junto as campas,

evitar todas as formas de (Bid’ats) inovações. 

O Islam ensina que as sepulturas devem ser simples, infelizmente, nos nossos dias, contra a Chari’ah Islâmica, verificamos que na maior parte dos casos, não há grande diferença entre um cemitério islâmico e outro não-islâmico, a não ser o da cruz sobre o tumulo. 

O Duá é um ato unanimemente aceito, pois consta explicitamente no Alcorão e no hadith e ninguém pode conscientemente recusa-lo, o Salatul Janaza em sé também é um duá e o Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); considera a sua realização como um dos deveres de um muçulmano para com outro. 

‘’O que devemos fazer a favor de outro morto a todo momento, consoante a capacidade e possibilidade individual, é o que lhe trará beneficio e Sawab(recompensa), são os ibdah’s e atos virtuosos como por exemplo o duá,(prece), o istighfar(perdão) em favor do morto, o Tilawat do Alcorão (individualmente), a oferta de Sawab a ele em qualquer dia, a prática da caridade e do hajj por ele e etc..., com a esperança de que isso chegue a ele na sua vida de Barzakh (a vida intermediaria entre esta vida e a outra.’’ (Hassanain Muhammad Makhluf; Mufti do Egito- já falecido) 

Além do duá e das obras atrás mencionados, outras narrativas do hadith, vêm esclarecidas outras ações benéficas das quais um morto pode beneficiar-se, como é o caso do Hajj, da Umra e da caridade que praticados e se queira dedica-los em sufrágio á alma de alguém. 

As narrações aqui mencionadas são pontos unânimes em que não transparecem quaiquer dúvidas, pois estão esclarecidos no hadith, que é o critério que deve se seguido depois do Alcorão.

Quanto a recitação do Alcorão para o beneficio de um morto, é incontestavelmente uma prática estranha e não consta no Alcorão e nem no hadith, isto é não foi recomendado nem praticado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); e nem pelo seus Sahabas (companheiros), que são o critério da verdade. 

‘’De entre as boas ações (que fez nesta) que vão se juntar (beneficiar) ao crente depois de sua morte, constam: 

O Ilm(conhecimnto) que ensinou e expandiu;

Um filho piedoso que deixou;

A herança em exemplares do Alcorão que deixou;

Uma Mesquita que construiu;

Uma estalagem para viajantes que construiu;

Um canal de água que fez correr;

A caridade durante a sua vida e enquanto gozou de saúde, praticou com a sua riqueza.’’ (Dito do profeta Muhammad; que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele). 

‘’Quando o ser humano morre, cessam todas as suas ações exceto em três casoso, se em vida tiver deixado:

Sadaka Jariah; obras de utilidade pública;

Ilm benéfico;

Um filho piedoso, que constantemente faça duá a seu favor.’’ (Dito do profeta Muhammad; que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele).

A VIDA APÓS A MORTE

A Morte 

Antes de iniciar a falar da morte propriamente dita, vamos observar o sono que, na verdade, se assemelha demais à morte, tanto que os sábios muçulmanos a chamam de "a morte pequena". Deus diz no Alcorão Sagrado: 

"Deus recolhe as almas, no momento da morte e, dos que não morreram, ainda, (recolhe) durante o sono. Ele retém aquelas cujas mortes tem decretadas e deixa em liberdade outras, até um término prefixado. Em verdade, nisto há sinais para os sensatos." (39ª Surata, versículo 42) 

Por esse versículo podemos verificar que Deus recolhe as nossas almas durante o sono, retornando-a ao nosso corpo, caso ainda não tenha chegado a hora da nossa morte, fazendo com que reassumamos as nossas funções nesta vida.

Como os Muçulmanos Vêem a Morte?

Os muçulmanos crêem que a presente vida é apenas uma prova e preparação para o próximo reino da existência. Os artigos básicos da fé incluem: O Dia do Juízo Final, a Ressurreição, o Paraíso e o Inferno. Quando um muçulmano morre, ele ou ela é lavado/a usualmente por um membro da família, enrolado num tecido limpo branco, e enterrado com uma simples prece, preferivelmente no mesmo dia, Os muçulmanos consideram isso um dos atos finais que podem fazer por seus parentes, e uma oportunidade para se lembrarem da sua breve existência aqui na terra. O Profeta Muhammad ensinou que três coisas podem continuar auxiliando uma pessoa mesmo depois da morte: a caridade que ela fez, o conhecimento que ela transmitiu e as orações que são feitas por um filho virtuoso pela alma dos pais. Diz Deus no Alcorão: ''Toda alma provará o gosto da morte...'' 

Todo ser criado por Deus experimentará o sabor da morte.

"Toda alma provará o sabor da morte e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensados integralmente pêlos vossos atos; quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório?" (3ª Surata, versículo 185) 

"Tudo quanto existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo." (55ª Surata, versículos 26-27) 

A hora em que o ser humano morre se dá no exato momento em que foi decretado por Deus, o Altíssimo, sem se antecipar nem adiar em nada. 

"Não é dado a nenhum ser morrer sem a vontade de Deus; é um destino prefixado. E a quem desejar a recompensa terrena, conceder-lhe-emos; e a quem desejar a recompensa da outra vida, conceder-lha-emos, igualmente; também recompensaremos os agradecidos." (3ª Surata, versículo 145) 

"Cada nação tem o seu termo e, quando se cumprir, não poderá atrasá-lo nem adiantá-lo uma só hora." (7ª Surata, versículo 34) 

"Se Deus castigasse os humanos, por sua iniquidade, não deixaria criatura alguma sobre a terra; porém, tolera-os até ao término prefixado. E quando o seu prazo se cumprir, não poderão atrasá-lo nem adiantá-lo numa só hora." (16ª Surata, versículo 61) 

"Ó fiéis, que vossos bens e os vossos filhos não vos alheiem da recordação de Deus, porque aqueles que tal fizerem, serão desventurados. Fazei caridade de tudo com que vos agraciamos, antes que a morte surpreenda qualquer um de vós, e este diga: Ó Senhor meu, porque não me toleras até um término próximo, para que eu possa fazer caridade e ser um dos virtuosos? Porém Deus jamais adiará a hora de qualquer alma, quando ela chegar, porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis." E de nada valerá todos os nossos esforços em tentar fugir ou impedir a morte, porque ela nos alcançará aonde quer que nos encontremos e se dará no exato momento destinado por Deus, independente da nossa vontade, quer queiramos ou não." (63ª Surata, versículos 9-11) 

"Nós vos decretamos a morte, e jamais seremos impedidos." (56ª Surata, versículo 60) 

"Dize-lhes: Sabei que a morte, da qual fugis, sem dúvida vos surpreenderá; logo retornareis ao Conhecedor do cognoscível e do incognoscível, e Ele vos inteirará de tudo quanto tiverdes feito?" (62ª Surata, versículo 8) 

"Onde quer que vos encontrardes, a morte vos alcançará, ainda que vos guardeis em fortalezas inexpugnáveis..." E não nos foi dado o conhecimento de quando iremos morrer nem aonde. Este conhecimento é exclusivo de Deus o Altíssimo.'' (4ª Surata, versículo 78) 

"Em verdade, Deus possui o conhecimento da Hora, faz descer a chuva e conhece o que encerram os ventres maternos, Nenhum ser sabe o que ganhará amanhã, tampouco nenhum ser saberá em que terra morrerá, porque (só) Deus é Sapiente, Inteiradíssimo!" (31ª Surata, versículo 34) 

Quando chega a hora da morte o anjo da morte aparece para o crente numa forma bela dando-lhe a boa notícia do perdão de Deus para com ele. E para o descrente e o hipócrita, numa forma assustadora, anunciando a eles a ira de Deus para com eles. E então se dá a retirada da alma da pessoa pelos anjos da morte. 

"Ele é o Soberano absoluto dos Seus servos, e vos envia anjos da guarda para que, se a morte chegar a algum de vós, os Nossos mensageiros o recolham, sem negligenciarem o seu dever." (6ª Surata, versículo 61) 

A morte da alma se dá pela sua separação do corpo humano. No entanto, ela permanece inteira, não se desintegra, como ocorre com o nosso corpo físico quando somos enterrados.

Na hora da morte o diabo aparece para algumas pessoas, a fim de tentar levá-las para o inferno, aparecendo para o morto na figura de seus pais ou de pessoas próximas e queridas a ele, dizendo para que siga outra religião que não o Islam que ele será salvo. No entanto, caso ele aceite, nesse momento encontrar-se-á entre os desventurados. Por isso que o muçulmano sempre após as suas orações fazem Duás (súplicas, pedidos) a Deus para que Ele não nos faça passar por essa prova. 

"(Que dizem:) Ó Senhor nosso, não desvieis os nossos corações, depois de nos teres iluminado, e agracia-nos com a Tua misericórdia, porque Tu és o Munificente por excelência." (3ª Surata, versículo 8)

O Que Acontece No Túmulo Após Sermos Enterrados?

"Deus afirmará os fiéis com a palavra firme na vida terrena, tão bem como na outra vida; e deixará que os iníquos se desviem, porque procede como Lhe apraz." (14ª Surata, versículo 27) 

Quando morrermos, ficaremos num local ou estado chamado Barzack, que na língua árabe significa uma barreira, um obstáculo ou uma partição. É um local ou estado intermediário entre esse nosso mundo e o mundo definitivo, onde ficaremos após o julgamento do Dia do Juízo Final.

"A fim de eu praticar o bem que negligenciei! Pois sim! Tal será a frase que dirá! E ante eles haverá uma barreira, que os deterá até o dia em que forem ressuscitados." (23ª Surata, versículo 100)

Nós acreditamos que determinadas pessoas sofrerão o castigo no túmulo por assim merecerem. Esse castigo é sofrido tanto pela alma como pelo corpo. Mesmo aquelas pessoas que não foram enterradas por terem morrido queimadas, afogadas, ou coisas similares, caso estejam entre as pessoas merecedoras do castigo no túmulo sofrer-lo-ão.

Vida Após A Morte

A questão de haver vida após a morte não pode ser compreendida sob a ótica da ciência, já que esta é concernente apenas à classificação e análise dos dados da razão. Além disso, o homem tem-se ocupado com as investigações e pesquisas científicas, no sentido moderno do termo, somente nos poucos últimos séculos, conquanto esteja familiarizado com o conceito da vida depois da morte, desde tempos antigos. 

Todos os Profetas (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre eles), conclamaram seus povos para adorarem a Deus e crerem na vida após a morte. Imprimiam tanta ênfase na crença quanto à vida após a morte, a ponto de a mais leve dúvida a esse respeito significar a negação de Deus e fazer com que todas as outras crenças ficassem sem sentido. O próprio fato de que todos os profetas de Deus apresentaram essa questão metafísica, tanto confidencial quanto uniformemente, sabendo-se que o intervalo havido entre as suas épocas foi de milhares de anos, serve de prova de que a fonte do seu conhecimento da vida após a morte, como foi proclamado por todos eles, é a mesma, isto é, a revelação divina. 

Sabemos, também, que todos esses profetas de Deus sofreram grande oposição de seus povos, principalmente por causa da colocação de que há vida após a morte, pois seus povos julgavam ser isso impossível. Porém, apesar da oposição, os profetas granjearam muitos seguidores sinceros. A questão que se levanta é: o que fez esses seguidores esquecerem as crenças, as tradições e os costumes de seus ancestrais, além de correrem o risco de serem totalmente alienados de sua própria comunidade? 

A resposta simples é: eles fizeram uso das suas faculdades mentais e dos seus corações, e perceberam qual era a verdade. Por acaso, perceberam eles a verdade através da consciência perceptiva? Não foi assim, já que a experiência perceptiva da vida após a morte é impossível. Realmente, Deus concedeu ao homem, além da consciência perceptiva, a racional, a estética e a moral. São essas consciências que guiam o homem no que diz respeito às realidades que não podem ser verificadas através dos dados sensoriais. 

É por isso que todos os profetas, de Deus, quando conclamavam seus povos para acreditarem em Deus e na vida após a morte, apelavam para as consciências estética, moral e racional do homem. Por exemplo, quando os idólatras de Makka negaram até mesmo a possibilidade de haver vida após a morte, o Alcorão expôs a fraqueza das suas posições, apresentando argumentos bastante, lógicos e racionais em seu favor: 

"E Nos propõe comparações e esquece sua própria criação, dizendo: Quem poderá recompor os ossos quando já estiverem decompostos? Dize: Recompô-los-á Quem os criou a primeira vez, porque é Conhecedor de todas as criações... Porventura, Quem criou os céus e a terra não será capaz de criar outros seres semelhantes a eles? Sim! Porque Ele é o Criador por excelência, Onisciente!" (36ª Surata, versículos 78-81). 

Numa outra ocasião, o Alcorão diz, claramente, que os incrédulos não têm nenhuma base sólida para negarem a vida após a morte. Essa negação acha-se baseada em puras conjecturas: 

"E dizem: Não há outra vida além da terrena. Vivemos e morremos e não nos aniquilará senão o tempo! Porém, com respeito a isso, carecem de conhecimento e não fazem mais do que conjecturar. E quando lhes são recitados Nossos lúcidos versículos, seu único argumento é dizer: Ressuscitai nossos pais se sois verazes!" (45ª Surata, versículos 24-25). 

Certamente, Deus vai ressuscitar todos os mortos. Todavia, Deus tem o Seu próprio plano para as coisas. Virá o dia em que todo o Universo será destruído e novamente os mortos serão ressuscitados para comparecerem perante Deus. Esse dia será o princípio da vida que jamais findará, e nesse dia toda e qualquer pessoa terá a retribuição de Deus a quem fizer jus, de acordo com o que ele ou ela fizer de bom ou de mal. 

"Os incrédulos dizem: Nunca nos chegará a hora! Dize- lhes: Sim, por meu Senhor! Chegar-vos-á, do Conhecedor do incognoscível, de Quem nada escapa, nem mesmo do peso de um átomo, quer seja nos céus ou na terra, ou (nada há) menor ou maior que isso que não esteja registrado no Livro lúcido. Isso para certificar os fiéis, que praticam o bem, que obterão indulgência e magnífico sustento. Mas, aqueles que lutam contra os Nossos versículos, sofrerão um castigo e uma dolorosa punição." (34ª Surata, versículos 3-5).

A explanação que o Alcorão fornece acerca da necessidade de haver vida após a morte é aquela que a consciência moral do homem exige. Na verdade, se não houver vida após a morte, a própria crença em Deus torna-se irrelevante; ou até mesmo se alguém acreditasse em Deus, Este seria um Deus injusto e indiferente, uma vez que, tendo criado o homem, não Se preocupou com a sua sorte. Com certeza, Deus é Justo. Ele punirá os tiranos cujos crimes são incontáveis: matança de centenas de pessoas inocentes, criação de grandes corrupções na sociedade, escravidão de numerosas pessoas para servirem a seus caprichos etc. 

O homem, tendo um curto período de vida neste mundo e, também, este mundo físico não sendo eterno, as punições ou as recompensas iguais às más ou boas ações das pessoas não são possíveis aqui. O Alcorão declara muito enfaticamente que o Dia do Juízo Final deverá vir e que Deus decidirá sobre a sorte de cada alma de acordo com o registro das suas ações. 

O Dia da Ressurreição será o dia em que os atributos da justiça e misericórdia de Deus se manifestarão em toda a sua plenitude. Deus derramará Sua misericórdia sobre aqueles que sofreram por Sua causa na vida deste mundo, e creram que uma eterna bem-aventurança estaria à sua espera. No entanto, aqueles que injuriarem a generosidade de Deus, não ligando a mínima para a vida vindoura, estarão no estado mais miserável que houver. Fazendo uma comparação entre eles, o Alcorão diz: 

"Acaso, aquele a quem temos feito uma boa promessa e que, com certeza a alcançará, poderá ser equiparado àquele a quem agraciamos com o gozo da vida terrena? Aliás este, no Dia da Ressurreição, contar-se-á entre os que serão julgados." (28ª Surata, versículo 61). 

O Alcorão também declara que esta vida terrena é uma preparação para a vida eterna após a morte. Mas aqueles que a negam tornam-se escravos de suas paixões e de seus desejos, e zombam das pessoas virtuosas que são cônscias de Deus. Tais pessoas somente perceberão a sua estupidez quando chegar a sua hora de morrerem, e desejarão que lhes seja dada mais uma chance neste mundo; todavia, será em vão. O seu estado miserável na hora da morte, o horror do Dia do Juízo e a eterna bem-aventurança, que será garantida aos fiéis sinceros, estão admiravelmente mencionadas nos seguintes versículos do Alcorão Sagrado: 

"Quando a morte surpreender algum deles, este dirá: Senhor meu, manda-me de volta (à terra), a fim de eu poder praticar o bem que eu negligenciei! Pois sim! Tal será a frase que dirá! E ante eles haverá uma barreira que os deterá até o dia em que forem ressuscitados. Porém, quando for soada a trombeta, nesse dia não haverá mais linhagem entre eles, nem se consultarão entre si. Quanto àqueles cujas ações pesarem mais serão os bem- aventurados. Em troca, aqueles cujas ações forem leves serão desventurados e permanecerão eternamente no Inferno.'' (23ª Surata, versículos 99-104). 

A crença na vida após a morte não só garante o sucesso no mundo do além, mas, também, faz com que este mundo seja mais cheio de paz e de sucesso, tomando os indivíduos mais responsáveis e mais cumpridores de suas obrigações em suas atividades. 

Pensemos no povo da Arábia: jogatina, vinho, feudos tribais, pilhagens e assassinatos eram as suas principais normas, quando não tinham nenhuma crença na vida após a morte. Porém, tão logo aceitaram a crença em Um só Deus e na vida após a morte, transformaram-se na mais disciplinada nação do mundo. 

Abandonaram seus vícios, ajudaram-se uns aos outros nas horas da necessidade e resolveram todas as suas disputas na base da justiça e da igualdade. Semelhantemente, a negação da vida após a morte tem as suas conseqüências não apenas no mundo do além, mas, também, neste mundo. Quando uma nação, como um todo, a nega, todos os tipos de malignidades e corrupções passam a grassar, desenfreada- mente, na sociedade que mais tarde será destruída. O Alcorão menciona o fim terrível de Ad, de Samud e do Faraó, com certos detalhes: 

"Os povos de Samud e de Ad desmentiram a calamidade. Quanto ao povo de Samud, foi fulminado pela centelha! E quanto ao povo de Ad, foi exterminado por um furioso e impetuoso furacão, que Deus desencadeou sobre eles durante sete noites e oito nefastos dias, em que poderias ver aqueles homens jacentes como se fossem troncos de tamareiras caídos. Porventura, viste algum sobrevivente, entre eles? E o Faraó, os seus antepassados e as cidades nefastas disseminaram o pecado. E desobedeceram ao mensageiro de seu Senhor, pelo que Ele os castigou rudemente. Em verdade, quando as águas transbordaram, levamo-vos na arca, para fazermos disso um memorial para vós, e para que o recordasse qualquer mente atenta. Porém, quando soar um só toque da trombeta, e a terra e as montanhas forem desintegradas e trituradas de um só golpe, nesse dia acontecerá o evento inevitável. E o céu se fenderá, e estará frágil... Então, aquele a quem for entregue o seu registro na destra, dirá: Ei-lo aqui! Lede o meu registro; sempre soube que prestaria contas! E ele gozará de uma vida prazenteira, em um jardim sublime, cujos frutos estarão ao seu alcance. Comei e bebei com satisfação pelo bem que propiciasses em dias pretéritos! Em troca, aquele a quem for entregue seu registro na sinistra, dirá: Ai de mim! Oxalá não me tivesse sido entregue meu registro; nem jamais tivesse conhecido o meu cômputo; oh! Oxalá a minha primeira (morte) tivesse sido a anulação! De nada me servem os meus bens; minha autoridade se me desvaneceu!" (69ª Surata, versículos 4-29). 

Portanto, há muitas razões convincentes para crer na vida após a morte: 

1) Todos os profetas de Deus conclamaram seus povos para acreditarem nela.

2) Toda vez que uma sociedade humana foi construída, tendo essa crença como base, ela passou a ser a mais ideal e pacífica das sociedades, e ficou livre das maldades sociais e morais.

3) A história serve de testemunho: toda vez que essa crença foi rejeitada coletivamente por um grupo de pessoas, apesar dos repetidos alertas dos profetas, o grupo como um todo, foi punido por Deus até mesmo neste mundo.

4) As faculdades morais, estéticas e racionais do homem endossam a possibilidade de haver vida após a morte

5) Os atributos da justiça e da misericórdia de Deus não têm sentido se não houver vida após a morte.

O Homem: Corpo e Alma

O ser humano possui um corpo, com o qual se move e experimenta sensações. E possui uma alma, com a qual percebe, pensa, adquire conhecimentos, ama, odeia, entre outros. A origem do corpo é a terra, esta é uma afirmativa inequívoca, pois o ser humano logo ao morrer, tem o corpo decomposto em seus elementos originais, que não são diferentes dos demais elementos químicos que compõem o solo. Se tomarmos uma amostra de terra fértil e a analisarmos quimicamente, observaremos que a mesma é constituída de vários elementos.

Se fizermos a mesma experiência, utilizando, desta vez, uma amostra do corpo humano, concluiremos que este se compõe dos mesmos elementos. Os cientistas enumeraram os elementos que compõem o corpo humano, afirmando que o mesmo contém carbono em quantidade suficiente para fabricar nove mil lápis, fósforo suficiente para fazer duas mil cabeças de fósforo, além de ferro, potássio, sal, manganês, açúcar. Todos esses compostos estão presentes na crosta terrestre, quanto à alma, a sua natureza era e continua a ser objeto de controvérsias entre cientistas c filósofos, que não chegaram, ainda, a uma opinião definitiva! O Alcorão, o Livro Sagrado, dá uma resposta à polêmica, considerada um dos seus milagres: 

"Perguntam-te (ó Mensageiro) a respeito do espírito. Responde-lhes: O espírito é assunto exclusivo de meu Senhor e só vos foi concedido (ó seres humanos) uma ínfima parte do saber ." (17ª Surata, Versículo 85) 

A alma é, portanto, do conhecimento exclusivo de Deus, e ao homem não foram dados meios para chegar a este tipo de conhecimento, pois o seu horizonte de conhecimentos é muito limitado, e não conhece sequer a natureza da matéria; como poderia, então, aspirar ao conhecimento de um dos mistérios de Deus? 

Tudo que podemos saber, a respeito do espírito, é que o mesmo, ao ser insuflado no corpo, dá-lhe vida, percepção, consciência, pensamento, saber, vontade, livre-arbítrio, os faz experimentar sentimentos como o amor, o ódio, etc. 

E que o mesmo, ao abandonar o corpo, na hora da morte, o faz transformar-se em matéria inerte, exatamente como as demais materiais. É pelo espírito que o ser humano se diferenciou das demais criaturas do Universo e criou para si um mundo à parte. É por ele que Deus fez os anjos reverenciarem à Adão, e pôs a seu serviço muitas de Suas criaturas, e fez dele o seu legatário na terra. 

"Recorda-te de quando teu Senhor disse aos anjos. Criarei um ser humano de argila, de barro modelável. E, ao tê-lo terminado e insuflado nele de Meu Espírito.'' (15ª Surata, Versículo 28-29) 

Os sábios muçulmanos definem o espírito como uma essência que transcende a matéria e não é susceptível de análise ou decomposição, é a fonte da vida e o que dela decorre.

A Ciência Moderna

Todos os homens, independentemente de sua religião, acreditavam, de uma forma ou de outra, na existência do espírito. Esta era a situação, até que surgiu a ideologia materialista que reinou nos últimos três séculos, negando a dualidade da natureza humana e afirmando, com toda a força, que não há outro mundo além daquele ao alcance dos sentidos, e não há nada além da matéria, e que o espírito é uma utopia.

Esta ideologia ganhou muitos adeptos e contou com militantes entusiastas em todos os lugares, a ponto de apagar qualquer crença religiosa e eliminar todos os ensinamentos divinos, levando consigo as ciências. Mas Deus colocou, a serviço da verdade, sábios, que se dedicaram a desmistificar a verdade e a demonstrar, com provas irrefutáveis, a existência de um mundo espiritual, que os sentidos não alcançam.

O Espírito No Alcorão

Mencionado em muitas passagens do Alcorão e nos mais diversos contextos: 

"Deus recolhe os espíritos na hora da morte e , ainda, (recolhe) os que não morrem durante o sono. Então Ele retém aquele contra o qual decretou a morte, enquanto que libera o outro até um prazo prefixado." (39ª Surata, Versículos 42) 

O Alcorão menciona o espírito que ordena a obscenidade, o espírito que se auto-repreende, o espírito que se compraz, etc... Não se trata de divisões entre os espíritos, mas sim de estado de espírito. Assim, a alma, no caso da predominância das concupiscências o dos instintos naturais, ela se torna propensa ao mal. 

Mas quando a alma é alimentada e educada conforme os ensinamentos e princípios ideais, cria uma auto-consciência, que impulsiona o ser humano para a prática do bem e o afasta do mal. Quando o espírito alcança este nível de consciência e de auto- controle, apraz-se com o bem e detesta o mal.

O Espírito Após a Morte

Ao se separar do corpo, na hora da morte, o Espírito permanece consciente, ouve as palavras de quem visita o seu túmulo e o reconhece, responde à saudação e experimenta a sensação de felicidade do Paraíso ou o sofrimento do Inferno. 

Os sábios muçulmanos são unânimes em afirmar que o ser humano, imediatamente após a morte, é interpelado pelos anjos em seu túmulo: Tenha ele sido enterrado, consumido por algum animal feroz, cremado, transformado em pó ou afogado no mar, será interpelado sobre a sua obra. Ele é recompensado de acordo com ela: O bem pelo bem e o mal pelo mal. A felicidade ou a desgraça recaem sobre ambos, corpo e espírito.

A nossa fé nisso é baseada na informação dada pelo Mensageiro de Deus, e pelo Alcorão Sagrado. O fato de não termos condições de comprová-lo com experiências, ou que esteja além do alcance dos nossos sentidos não é motivo para descrermos do mesmo. A nossa fé, nesse caso, decorre do fato de termos plena convicção de que o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) é verídico e de que o Alcorão é a revelação de Deus, é o caso da nossa crença no Paraíso, no Inferno, na Ressurreição e nos demais artigos da fé, classificados como incognoscíveis: 

"Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus; que crêem no incognoscível, observam a oração e praticam a caridade com o que lhes agraciamos; que crêem no que te foi revelado (à Muhammad), no que foi revelado antes de ti e estão persuadidos da outra vida." (2ª Surata, Versículo 2-4)

Fonte:http://www.religiaodedeus.net/a_morte_no_islam.htm

sexta-feira, fevereiro 02, 2018

A Liberdade Religiosa no ISLAM! Regras do Profeta Muhammad SAWS

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

A seguinte PROCLAMAÇÃO é de há mil e quatrocentos e trinta e nove anos. É praticamente desconhecida no Ocidente e foi ditada pelo Profeta Muhammad (p.e.c.e.) e estão nela impressas as regras que devem regular a convivência pacífica entre muçulmanos e cristãos, tornando uma mentira clara para aqueles que tentam identificar terrorismo e fanatismo, com o Islão:

● "Proteger os refugiados cristãos e judeus nos meus portos, onde quer que estejam, distantes ou próximos, tanto em tempos de paz quanto em tempos de guerra".

● "Que, além de uma vida tranquila, garantir-lhes a sua própria defesa, a dos seus templos e conventos, das suas capelas e abadias, da residência colectiva ou particular dos seus monges e a segurança das estradas para os seus passeios, onde quer que habitem ".

● "Que defenderei a sua religião e os seus bens em qualquer lugar e de forma em que se encontrarem, no mesmo grau que eles fariam por si mesmos, pela minha religião, pelos meus próximos associados e seus pertences, e que também os protegeremos contra qualquer dano, desgosto, imposição ilegal ou responsabilidade ilegítima, protegendo-os contra qualquer força estrangeira que tente atacá-los, com a minha própria pessoa e com os meus, sejam soldados ou civis, sem levar em consideração o potencial do inimigo".

● "Que, desde que eu os considere sob minha proteção, de tal forma que não lhes ocorrerá nenhum dano, sem antes alcançar meus dignitários, responsáveis pela defesa nacional".

● "Que os isento das taxas fiscais que os nômadas pagam, em conformidade com os acordos existentes, podendo concordar com o valor que seja do agrado deles, sem que essa contribuição seja considerada um tributo inescapável".

● "Que, a partir de agora, nenhum sacerdote cristão será forçado a renunciar a sua investidura, ou qualquer indivíduo a abandonar o seu culto, assim como não se dificultará os monges no exercício de sua profissão, nem serão forçados a desalojar os seus conventos, nem a suspender os seus passeios missionários".

● "Que nem mesmo uma fração dos seus templos será demolida, nem a sua aquisição será permitida para mesquitas ou residências de muçulmanos; pois quem tal fizesse quebraria a solene promessa dada em nome de Deus, desobedeceria ao Profeta e trairia abertamente a felicidade de sua consciência".

● "Que, no que diz respeito aos impostos, derivados de negócios pertencentes a cristãos, e que, se algum deles adquiriu bens móveis ou imóveis com o benefício da sua exploração ou arrendamento, não pagará impostos mais altos que os pagos pelos muçulmanos".

● "Que os cristãos serão considerados, em termos de privilégios de consciência, iguais aos nossos, sem serem obrigados a sair com os exércitos nacionais para se encontrarem com o inimigo ou se afiliarem a eles".

● "Que nenhum cristão seja forçado a converter-se à religião do Islão, nem a sua crença seja discutida, senão em termos afáveis, devendo ser tratados por todos os muçulmanos com misericórdia e carinho, protegendo-os contra toda a lesão ou preconceitos onde quer que estejam e em qualquer situação em que se encontrem ".

● "Que os muçulmanos não contribuirão para o fracasso de algum dos cristãos, nem lhes será negada a colaboração necessária, nem tampouco do foro da oração". 

● "Que, por meio desta promessa divina, concedo--lhes as mesmas garantias que os muçulmanos desfru-tam, assumindo, consequentemente, a obrigação de protegê-los contra qualquer inconveniente e prover o seu benefício, para que possam ser verdadeiros cidadãos, em solidariedade com os direitos e deveres comuns".

● "Que, no que diz respeito ao casamento, um cristão não será forçado a casar com um muçulmano, nem o seu casamento será proibido, porque o seu consentimento prévio é indispensável; e que, no caso desta união, o marido deve deixar a esposa livre para praticar o seu culto, sem a obrigar a abjurar a sua religião, ou se opor, se estes fossem os seus desejos, pois todo o ato contrário a estes postulados o colocaria entre os enganadores, os violadores da promessa de Deus e da palavra de Seu Profeta".

● "Que se os cristãos necessitarem construir ou re-novar os seus templos, capelas ou lugares sagrados, ou qualquer outra realização de interesse para o seu culto, ser-lhes-á prestada a seu pedido, a correspondente co-laboração técnica ou econômica, considerando tal ação como uma beneficência simples, concordante com a promessa dada pelo Profeta (p.e.c.e.), e ajustada às normas que Deus impõe a todos os muçulmanos.

● "Que eles não serão obrigados, em caso de guerra, a servir de emissários, guias ou observadores no campo do inimigo, ou a qualquer atividade de guerra; e que se alguém exigisse, individualmente ou em massa, fazer o contrário, será considerado desprezado da palavra profética e desobedecendo ao seu testemunho".

●"Quem viole as condições prescritas, será considerado um renegado de Deus e da promessa solene dada pelo Profeta Muhammad (p.e.c.e.) aos sacerdotes e monges cristãos, com o testemunho da nação".

● "Este é um mandato inelutável contraído pelo Profeta em seu próprio nome e no de todos os muçulmanos, e à cuja observância se obrigam, de modo estrito, até ao dia da Ressurreição e do fim do mundo".

A paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam convosco.

domingo, janeiro 14, 2018

O Significado do Islamismo

Em Nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso!

O Significado do Islamismo

Todas as religiões do mundo tomaram o nome do seu fundador ou da comunidade e nação na qual essa religião surgiu. Por exemplo, o Cristianismo foi buscar a sua denominação ao Profeta Jesus Cristo; o Budismo ao seu fundador, Glautama Buda; o Zoroastrianismo ao seu fundador Zoroastro; e o Judaísmo, a religião dos Judeus, do nome da Tribo Judá (do país da Judéia) onde nasceu. Semelhante é o caso de outras religiões. Mas tal não aconteceu com o Islamismo. Esta religião goza (atualmente professada por mais de setecentos milhões de seres humanos, em todo o mundo) da peculiaridade de não ter qualquer associação com uma determinada pessoa ou povo. A palavra “Islamismo” não transporta em si qualquer relação, - pelo que não pertence a uma pessoa, a um povo ou a um país em particular. Nem é o produto duma mente humana, nem está confinada a uma determinada comunidade. É uma religião universal e o seu objetivo é criar e cultivar no homem a qualidade e comportamento do “Islamismo”.

A isto se impõe automaticamente a questão: o que significa “Islamismo - Islam”? E o que é um “muçulmano”?

1. Islamismo e Muçulmano

Islamismo é uma palavra árabe implica submissão, entrega e obediência voluntária. Islamismo significa completa submissão voluntária a Deus (1). Outro significado literal da palavra “Islamismo” é “Paz” e isto significa que só se pode encontrar a paz física e mental através da submissão e obediência voluntária a Deus. Uma tal vida de obediência traz paz ao coração e estabelece a verdadeira paz na sociedade em geral.

(1) N.E. –Não queremos deixar de frisar, que existe uma noção errada sobre o Deus dos muçulmanos. O termo “Allah” aparece-nos constantemente na imprensa com o significado de um Deus dos árabes, e, por extensão, dos muçulmanos. É preciso não esquecer que não existe um “Deus” especial dos muçulmanos que adoram o mesmo Deus, venerado pelos praticantes das religiões monoteístas e “Allah” é a palavra árabe – língua litúrgica do Islam – que significa Deus. A título de curiosidade, cabe ainda referir que os católicos orientais que celebram a missa em árabe (v. g. no Líbano e na Síria) chamam ao seu Deus “Allah”, porque o Seu nome em árabe não é outro senão “Allah”. Crer que o Deus dos árabes é Allah, é o mesmo que acreditar ingenuamente que God é o Deus dos ingleses!

Todos podem observar que o universo onde vivemos é um universo normal. Há ordem e lei entre as unidades que constituem este universo. A cada coisa está cedido um lugar num grande esquema, o qual trabalha dum modo magnífico e soberbo. O sol, a lua, as estrelas e todos os corpos celestes estão unidos entre si num sistema esplêndido. Seguem uma lei inalterável e não sofrem o menor desvio do seu curso ordenado. A terra gira sobre o seu próprio eixo e no seu percurso à volta do sol segue escrupulosamente o caminho para ela destinado. Do mesmo modo, tudo no mundo, desde o pequeno eletro até a enorme nebulosa, seguem invarialmente a sua própria lei. A matéria, a energia e a vida, todas elas obedecem às suas leis e crescem, transformam-se, vivem e morrem de acordo com essas leis. Mesmo no mundo humano as leis da natureza são bastante claras. O nascimento, crescimento e vida do homem são todos regulados por um conjunto de leis biológicas. Ele retira o sustento da natureza de acordo com uma lei inalterável. Todos os órgãos do seu corpo, desde os pequenos tecidos até ao coração e ao cérebro, são governados por leis prescritas para eles. Em resumo, é um universo governado por leis e tudo nele segue o curso que lhe foi ordenado. Esta lei poderosa que penetra e governa tudo o que constitui o universo, desde a mais fina mancha de pó até às enormes galáxias do firmamento, é a lei de Deus, o Criador e Regente do Universo. Como toda a criação obedece à lei de Deus, o Universo inteiro, por isso, segue literalmente a religião do Islamismo – porque o islamismo significa obediência e submissão voluntária Deus, o Senhor do Universo. O sol, a lua, a terra e todos os outros corpos celestes são, portanto “muçulmanos”.

É o caso do ar, da água e do calor, das pedras, árvores e animais. Tudo no universo é “muçulmano”, pois que obedece a Deus é forçado a ser “muçulmano” no que diz respeito à existência do seu corpo. Por toda a sua vida, desde o estado embrionário até a dissolução do corpo em pó, após a morte e todos os tecidos dos seus músculos e todos os membros do seu corpo seguem o caminho para eles prescrito pela lei de Deus.

O seu coração em que, através da ansiedade de verdadeiro conhecimento, trata com amor e reverência os outros, é um “muçulmano” por intuição. Eles são totalmente obedientes à Lei Divina e as suas funções e movimentos são governados somente pelas exortações daquela Lei. Esta é, em resumo, a verdadeira posição do homem e do universo.Examinemos agora o problema dum outro ponto de vista. O homem é tal modo constituído, que existem dois aspectos da sua vida, duas esferas distintas da sua atividade. Uma é a esfera na qual ele se concentra totalmente regulado pela Lei Divina. Ele não pode mover-se um centímetro ou dar um passo fora dela. Nem pode dela escapar de modo ou forma alguma. Na realidade, como outras criaturas, ele está completamente preso à lei da natureza e é forçado a segui-la. Mas existe outra esfera da sua atividade. Ele foi dotado de razão e inteligência. Tem o poder de pensar e formar juízos, escolher e rejeitar, de adotar e repelir. Ele é livre de adotar o rumo de vida que escolher. Pode abraçar qualquer fé, adotar qualquer modo de vida e formular sua vida de acordo com a ideologia que gostar. Ele tem de preparar a sua própria linha de conduta ou aceitar uma já formulada por outros. Ele foi concebido com vontade própria e pode planear o seu próprio comportamento. Neste último aspecto, a ele, ao contrário das outras criaturas foi-lhe dada liberdade de pensamento escolha e ação.

Estes dois aspectos distintos coexistem na vida do homem. No primeiro ele tal, como as outras criaturas, nasceu “muçulmano”, obedece invariavelmente às exortações de Deus e é obrigado a permanecer assim. Quanto ao segundo aspecto, ele é livre de se tornar um “muçulmano” ou de recusar sê-lo. Aqui foi-lhe dada a liberdade de escolha e é o modo como uma pessoa exerce esta liberdade que divide a humanidade em dois grupos: a dos grupos e a dos descrentes. Um indivíduo que escolhe reconhecer o seu Criador, que O aceita como seu verdadeiro Senhor, que se submete honesta e escrupulosamente ao código que Ele revelou aos homens para a sua vida individual, decidindo conscientemente obedecer a Deus no domínio em que foi dotado com liberdade e livre escolha.

Agora a sua vida tornou-se uma vida de submissão voluntária a Deus e não há conflitos na sua personalidade. Ele é um verdadeiro muçulmano e o seu Islamismo é completo – pois que esta submissão do seu ser ao desejo de Deus é o Islamismo e nada mais.

Ele submeteu-se agora conscientemente a Ele, a quem já obedecia inconscientemente. Ele agora rende de boa vontade obediência ao Senhor a quem já obedecia inconscientemente. O seu conhecimento é agora verdadeiro porque ele reconheceu o Ser que o dotou de poderes para aprender e conhecer. Agora a sua razão e juízo estão associados – pois que decidiu corretamente obedecer ao Ser que lhe outorgou a faculdade de pensar e de julgar. A sua linguagem é também verdadeira porque expressa com convicção a sua fé no Senhor que lhe concedeu a faculdade de falar. Agora toda sua existência é uma personificação da verdade, pois que ele voluntária e involuntariamente e em todas as esferas da vida, obedece às Leis do mesmo e Único Deus – O Senhor do Universo. Agora se encontra em paz com todo o Universo, pois adora Aquele que todo o Universo Adora. Um homem assim é um vice-governador de Deus na Terra. O mundo inteiro é dele e ele é de Deus.

2. A natureza do “Kufr”(descrença)

Em contraste com o homem atrás descrito, existe o homem que embora nascido “muçulmano” e que inconscientemente se conserva muçulmano através da vida não utiliza a razão, a inteligência e intuição para reconhecer o seu Senhor e Criador e faz mal uso da sua liberdade de escolha, preferindo renegá-lo. Um homem como este se torna um descrente e na linguagem do islamismo é um “Kafir (ateu)”.

“Kufr” significa literalmente “cobrir” ou “ocultar”. O homem que renega a Deus é chamado “Kafir” (aquele que “encobre” porque ele oculta, pela sua descrença, o que é inerente na sua natureza e embalsama a sua própria alma) porque, na realidade, a sua natureza está instintivamente imbuída de “Islamismo”. Todo o seu corpo, todos os nervos e todas as fibras, funcionam em obediência àquele instinto. Toda e qualquer partícula da existência - viva ou morta – funciona de acordo com o “Islamismo” e está cumprido o dever que por ele foi designado. Mas a visão deste homem está turva, o seu intelecto está confuso e tornou-se incapaz de ver o que é bem patente. A sua natureza tornou-se oculta aos seus olhos e ele pensa e atua em completo desrespeito a ela. A realidade tornou-se estranha para ele e vagueia na escuridão - É esta a natureza do “Kufr”.

O “Kufr” é uma forma de ignorância, melhor dizendo, é a ignorância pura e simples. Que ignorância pode ser maior do que ignorar a Deus, o Criador, o Senhor do Universo! Um homem observa o vasto panorama da natureza, o soberbo mecanismo que trabalha incessantemente, o grande projeto que está patente em todos os cantos e esquinas da criação – ele vê esta grande máquina, mas não sabe quem é o seu Obreiro e Diretor?
Ele olha para o seu próprio corpo, organismo maravilhoso que trabalha dum modo soberbo e usa-o para realizar os seus fins, mas é incapaz de compreender a Força que trouxe à existência. O Engenheiro que projetou e produziu esta máquina, o Criador que fez o único ser vivo a partir da matéria morta: carbono, cálcio, sódio e outros. Ele é testemunha dum plano soberbo no Universo, mas falha ao tentar ver o Planejador que se encontra por detrás deste plano. Ele enxerga a grande beleza e harmonia no seu funcionamento, mas não vê o criador de tudo isto. Ele observa obras maravilhosas na natureza, mas não vê o Obreiro! No Universo que o rodeia observa excelentes demonstrações de perícia nas ciências e na investigação, na matemática, na engenharia e no projeto, mas é cego quanto ao Ser que trouxe à existência todo este incompreensível universo.

Como é que um homem que não vê esta grande e significativa realidade se pode aproximar de perspectivas verdadeiras da sabedoria? Como é que a visão da verdade e do conhecimento pode ser atingida por um homem assim? Como pode alguém que começou mal atingir o destino correto? Ele falhará ao tentar encontrar o caminho da Realidade. O caminho correto permanecerá oculto para ele e qualquer que seja o seu empenho nas ciências e artes nunca será capaz de descobrir as luzes da verdade e sabedoria. Ele vagueará na escuridão e tropeçará na obscuridade da ignorância. E não só; Kufr é também uma tirania, a pior das tiranias. E o que é uma tirania? É um ato cruel e injusto praticado por qualquer força ou poder. Se forçardes alguém a atuar injustamente ou a atuar contra a sua própria natureza, desejo, ou contra a sua aptidão inerente–é a tirania, em toda a acepção da palavra.

Vimos que tudo o que existe no Universo obedece a Deus, o Criador. Obedecer, viver de acordo com o Seu Desejo e Leis ou (mais precisamente), ser um “muçulmano”, é inerente à natureza do homem. Deus deu ao homem o poder sobre estas coisas, mas será inerente na natureza destas coisas que elas só devem ser usadas para o cumprimento do Seu Desejo e nada mais. Aquele que desobedecer a Deus e recorrer a Kufr, pratica uma grande injustiça, pois usa todos estes poderes sobre o corpo e alma para se revelar contra o curso da natureza e torna-se um instrumento no drama da desobediência. Ele força a sua cabeça curvar-se perante outras divindades e transporta no seu coração o amor, a reverência e o temor a outros poderes em grande desrespeito à solicitação instintiva destes órgãos. Ele faz uso dos seus poderes e de tudo, sobre o qual tem autoridade, contra o Desejo explícito de Deus estabelece um reino de tirania. Poderá existir uma injustiça, tirania ou crueldade maior do que a demonstrada por esse homem que explora e faz mau uso de tudo o que existe e que, sem escrúpulos, força-os a um rumo que afronta a natureza e a justiça?
Kufr não é mera tirania; é para melhor dizer, pura rebelião, ingratidão e infidelidade.

Contudo, qual é a verdade do homem? Qual é o seu poder e autoridade? É ele o criador da sua mente, coração alma e dos outros órgãos do seu corpo – ou foram eles criados por Deus? Criou ele o universo e tudo o que nele existe – ou foi Deus que o criou? Quem pôs todos os poderes e energia ao serviço do homem – o homem ou Deus? Se foi tudo criado por Deus e só por Ele, então a quem é que pertencem? Quem é o verdadeiro dono? Quem é o verdadeiro Soberano? Na realidade é Deus e só Ele. E se Deus é o Criador, o Senhor e o Soberano, então quem seria um grande rebelde senão o homem que usa, aquilo que Deus criou, contra as Suas exortações – aquele cuja mente está contra Deus que abriga no seu coração pensamentos contra Ele e usa as suas várias faculdades contra o Desejo do Soberano? Se um empregado atraiçoa o seu senhor, acusamo-lo de infiel. Se um funcionário se torna desleal para com o Estado, consideramo-lo traidor e renegado. Se uma pessoa engana o seu benfeitor não hesitamos em condená-lo como ingrato. Mas que semelhança pode ter esta traição, esta ingratidão e esta rebelião com aquela que o descrente comete através do Kufr? Apesar de tudo, quem é a mola principal de todo o poder e autoridade? Quem eleva as pessoas a posições de grande autoridade e poder? Tudo que um homem possui e tudo o que usa para o benefício dos outros é uma dádiva de Deus. A maior obrigação que um homem possui na terra é para com seus pais. Mas quem implantou o amor pelas crianças no coração dos pais? Quem dotou a mãe com o querer e poder para criar, educar e alimentar o seu filho? Quem inspirou aos pais a paixão de depender tudo o que possuem para o bem estar dos seus filhos? Uma breve reflexão revelaria que Deus é o maior benfeitor do homem. Ele é o seu Criador, o seu Senhor, o seu Nutridor, o seu Sustentáculo e também o seu Rei e Soberano. E sendo esta a posição de Deus, face ao homem, que maior traição, ingratidão e rebelião pode existir do que Kufr, através do qual o homem renega e desobedece ao seu verdadeiro Senhor e Soberano?

Não pensem que o homem ao cometer o Kufr faz ou pode fazer qualquer dano a Deus Onipotente. Não. De maneira nenhuma. Uma pequena mancha na face duma , como é o homem neste Universo, que dano pode causar ao Senhor do Universo? Senhor cujos domínios são tão infinitamente vastos que ainda não fomos capazes de explorar as suas fronteiras mesmo com a ajuda do telescópio mais potente; cujo poder é tão grande que miríades de corpos celestes, como a Terra, a Lua, o Sol e as Estrelas, às suas ordens, rodopiam como pequeninas bolas; cuja riqueza é ilimitada e de que Ele é o único Senhor de todo o Universo e que providencia por todos e não necessita que ninguém providencie por Ele. A revolta do homem contra Ele não pode provocar qualquer dano; por outro lado, desobedecendo-Lhe, o homem trilha o caminho da ruína e da descrença. A conseqüência inevitável desta revolta e negação da Realidade é o fracasso nos derradeiros ideais da vida. Um tal rebelde nunca encontrará o caminho da verdadeira sabedoria e visão; o conhecimento que falha ao revelar o seu próprio Criador não pode revelar a verdade.

A inteligência e compreensão deste homem desencontram-se sempre; porque se erram ao tentar saber quem é o seu Criador, não podem iluminar os caminhos da vida. Um tal homem fracassará em todos os assuntos da sua vida. A sua moral e a sua vida cívica e social, a sua luta pela sobrevivência e a sua vida familiar, em resumo, toda a sua existência será transformada. Ele espalhará a confusão e a desordem na terra. Ele derramará sangue, sem a menor compaixão, violará os direitos dos outros homens, será cruel para eles e criará desordem e a destruição no mundo. Os seus pensamentos e ambições pervertidas, a sua visão turva e a sua escala de valores distorcida, e as suas atividades pecaminosas, tornar-lhe-ão a vida amarga, para ele e para os que o rodeiam. Um homem assim destrói a paz e o equilíbrio da vida na terra. E na vida do outro mundo ele será considerado culpado pelos crimes que cometeu contra a sua natureza, o seu poderes e recursos. Todos os órgãos do seu corpo – o cérebro, os olhos, o nariz, as mãos e os pés – queixar-se-ão da injustiça e crueldade que ele cometeu contra eles. Todos os tecidos do seu corpo irão vituperá-lo perante Deus que, como a maior fonte de justiça, puni-lo-á tal como merece. Esta é a inglória conseqüência do Kufr. Ele conduz para beco sem saída do fracasso, aqui e no além.

3-Os benefícios do Islamismo

Depois de avaliar as contrariedades e malefícios do Kufr, vamos analisar os benefícios do Islamismo.Encontrarão no mundo que os rodeia e em vós próprios inumeráveis manifestações do divino poder de Deus.

Este grande universo, que trabalha incessantemente, ordenadamente e de acordo com uma lei inalterável, é uma testemunha de que o seu Desenhador, Criador e Governador é um Ser Omnipotente e Todo-Poderoso, com poderes, sabedoria e recursos infinitos e ilimitados, cujo saber é o mais perfeito e a quem ninguém no Universo ousa desobedecer. É próprio da natureza do homem e de todas as coisas obedecer-Lhe. De fato, ele obedece inconscientemente à Sua Lei, de dia e de noite, porque no momento em que ele atua contra esta Lei, expõe-se à morte destruição. Esta é a lei da natureza, que é observada todos os dias. Deus, contudo, além de conhecer o homem com a capacidade de adquirir conhecimentos, com a faculdade de pensar e ponderar e o sentido de distinguir o bem do mal, também lhe concedeu uma certa liberdade de arbítrio e de ação. Nesta liberdade reside a verdadeira experiência do homem: o seu conhecimento, o seu saber, o seu poder de discriminação e livre arbítrio e de ação. Nesta experiência e teste o homem não é obrigado a adotar um rumo determinado, pois se assim fosse o objetivo da experiência seria anulado.

Evidentemente se num exame forem compelidos a escrever uma resposta correta a uma pergunta, o exame não terá qualquer utilidade. O vosso mérito só pode ser julgado corretamente se vos permitirem responder livremente às perguntas e de acordo com os vossos conhecimentos e inteligência. Se a vossa resposta é correta, serão bem sucedidos e terão acesso a progredir futuramente; e se vossa resposta estiver errada, falharão e a vossa falha barrar-vos-á o caminho do progresso. Semelhante é a situação que o homem encara no mundo. Deus deu-lhe liberdade de escolha e ação, de tal modo que permanece livre para escolher o seu comportamento na vida que deseja e considera correto para ele – o Islamismo Kufr. Mas, por outro lado, existe um homem que nem compreende a sua própria natureza nem a do universo. Ele erra ao tentar reconhecer o seu verdadeiro Dono e ao tentar conhecer os Seus atributos; e faz mau uso da sua liberdade por seguir o caminho da desobediência e da revolta. Um homem assim falhou no teste dou seus conhecimentos, inteligência e consciência do dever. Ele falhou ao rivalizar com o padrão estabelecido e não merece um destino melhor do que aquele atrás exposto. Por outro lado, existe um outro homem que sai bem sucedido desta experiência. Pelo uso correto dos seus conhecimentos e inteligência ele reconhece o seu Criador, acredita n’Ele e a despeito de não ser coagido a fazê-lo, ele escolhe o caminho da obediência ao Senhor. Ele não erra ao distinguir o bem do mal e escolhe seguir o Bem, embora ele tenha poder para se inclinar para o mal. Ele compreende a sua própria natureza, as leis e as verdades da natureza e que apesar do poder e liberdade de adotar qualquer rumo, adotar o caminho da obediência e de lealdade a Deus, o Criador. Ele é bem sucedido nesta experiência porque usou corretamente a sua inteligência e todas as outras faculdades. Ele utiliza os olhos para ver a Realidade, os seus ouvidos para escutar a Verdade, a sua mente para formatar opiniões corretas e segue de alma e coração o caminho correto que escolheu.

Ele escolhe a verdade, vê a realidade e submete-se gostosa e alegremente ao seu Senhor e Dono. É inteligente, verdadeiro e vendo a luz da verdade respondeu à sua chamada gostosa e entusiasticamente. Assim, pela sua conduta, provou que não só procura a Verdade como também a conhece e a cultiva. Na verdade, ele está no caminho certo e um homem assim está destinado a ser bem sucedido neste mundo e no que vier.

Um homem como este escolherá sempre o caminho correto em todos os campos do conhecimento e da ação. O homem que conhece Deus com todos os seus atributos sabe o princípio e a fim da Verdade. Ele nunca se deixa desencaminhar, pois que o seu primeiro passo foi dado no caminho certo e ele tem a certeza da direção e do destino da sua vida. Ele ponderará, filosoficamente, nos segredos do Universo e tentará sondar os mistérios da Natureza, mas ao contrário do filósofo descrente, ele não perderá o rumo no labirinto da dúvida e do cepticismo. Sendo o seu caminho iluminado pela Visão Divina, todos os seus passos serão dados no sentido correto. Nas ciências, ele esforçar-se-á por conhecer as leis da Natureza, por descobrir os tesouros ocultos da terra e regular todas as forças mentais e materiais até agora desconhecidas, mas sempre para o melhoramento da humanidade. A cada estágio da sua investigação, a sua consciência em Deus salvá-lo-‘de cometer erros e de usar destrutivamente a ciência e o método cientifico. Ele nunca conceberá ser dono de todos estes objetos, a vangloriar-se de ser o conquistador da natureza, arrogando para si os poderes divinos e soberanos e alimentando a ambição de submeter o mundo, subjugando a raça humana e estabelecendo a sua supremacia sobre tudo por meio do temor e da deslealdade.

Uma tal atitude de revolta e de desafio nunca pode ser tomada por um cientista muçulmano, só um cientista pode cair em tais ilusões e a elas submetido, expor toda a raça humana aos perigos da destruição e aniquilação total (2).

Um cientista muçulmano, por outro lado, comportar-se-á dum modo totalmente diferente. Quanto maior for o seu saber no mundo da ciência, mais forte será a sua fé e Deus. A sua cabeça curvar-se-á perante Ele, com gratidão. Os seus conhecimentos serão como o Senhor o abençoou com grande poder e sabedoria e assim ele se esforçará por praticar o bem em prol da humanidade.

(2) N. E. – É semelhante à situação que hoje afronta o homem. O Dr. Joad diz: ; A ciência deu-nos poderes ajustados ao bem e para o seu uso temos utilizado uma mentalidade de estudiosos e de selvagens -O falecido filósofo Bertrand Russel escreveu: --<< Falando francamente, estamos no meio duma corrida entre a perícia humana como meio e loucura humana como fim e todo o aumento de perícia necessária para as executar é um aumento do mal. A raça humana sobreviveu até agora devido à ignorância e incompetência; mas dando conhecimentos e competência combinada com a loucura, não poderá existir nenhuma certeza de sobrevivência. Sabedoria é poder, mas é poder tanto para o mal como para o bem. Pelo que mesmo que o homem aumente a sua sabedoria assim como o seu conhecimento implicará um aumento de magos;. – (O Impacto da Ciência na Sociedade, pág. 120-21). O falecido pensador expôs o paradoxo por estas palavras: (citado por João em Contra-Ataque do Este pág. 28).

Em vez da arrogância, haverá humildade. Em vez da embriagues do poder, haverá grandes realizações para servir a humanidade. A sua liberdade não será desenfreada. Ele será guiado pelos dogmas da moralidade e pela Revelação Divina. Assim, a ciência nas suas mãos, em vez de se tomar um instrumento de destruição, torna-se um agente de bem-estar humano e da regeneração moral. E este é o modo pelo qual ele expressará a sua gratidão ao seu Senhor pelas ofertas e bênçãos que Ele conferiu ao homem.

Igualmente na História, Economia, Política, Direito e outros ramos da arte e da ciência, um muçulmano nunca ficará atrás do <> nos campos da investigação e do trabalho, mas o seu ângulo de visão e conseqüentemente o seu <> será completamente diferente.

Um muçulmano estudará cada ramo do conhecimento pela sua perspectiva correta, procurará o objetivo certo e chegará a conclusões corretas. Em Historia, dará lições corretas sobre as experiências passadas do homem e descobrirá as causas verdadeiras do aparecimento e queda das civilizações. Tentará tirar vantagem de tudo o que era bom e correto no passado e fugirá escrupulosamente de tudo o que levou ao declínio e à queda das nações. Na política, o seu único objetivo será lutar pelo estabelecimento duma sociedade onde reinem a paz, a fraternidade e o bem, onde os homens sejam irmãos e respeitem a sua humanidade, onde nenhuma forma de exploração ou selvajaria seja desenfreada, onde os direitos individuais sejam respeitados e onde os poderes do estado sejam considerados como uma dádiva sagrada de Deus e sejam usados para o bem-estar comum. No campo do Direito, o esforço dum muçulmano será torná-lo a verdadeira personificação da justiça e da proteção real dos direitos de todos particularmente dos fracos. Ele verá que todos partilham dos direitos e que nenhuma injustiça ou opressão seja imposta a alguém. Ele respeitará a lei, fará os outros respeitá-la e verá se ela é administrada com justiça honesta e equilibradamente.

A vida, moral dum muçulmano estará sempre cheia de devoção, piedade, honestidade e de verdade. Ele viverá num mundo com a crença de que só Deus é o Senhor de tudo, que tudo aquilo que ele ou qualquer outro homem possui foi-lhe dado por Deus, que os poderes que maneja são unicamente uma dádiva de Deus e que a liberdade que lhe foi conferida não é para ser usada indiscriminadamente e que é de seu próprio interesse usá-la de acordo com o desejo de Deus. Ele conversará constantemente na mente que um dia te’ra de voltar ao Senhor e prestar-Lhe contas de sua vida. O sentido da prestação de contas permanecerá sempre firmemente implantado na sua mente e nunca se comportará dum modo irresponsável e descuidado. Pensei na moral excelente do homem que vive com esta atitude mental-a sua vida será uma vida de pureza, de piedade, de amor e altruísmo.

Ele será um benéfico para a humanidade. Não se deixará poluir por maus pensamentos e ambições perversas. Abster-se-á de ver o mal, de ouvir o mal e de praticar o mal. Calar-se-á e não proferirá uma mentira. Viverá por meios justos e honestos e preferirá passar fome a adquirir comida desonestamente através da exploração ou da injustiça. Ele nunca participará na opressão ou a violação da vida e da honra humanas, qualquer que seja a sua forma ou cor. Nunca cederá ao mal, mesmo que isso lhe possa custar um grande desprezo. Personificará a nobreza e manter-se-á honesto e verdadeiro ainda que lhe custe a vida.

Abominará todas as sombras de injustiça e permanecerá firme em relação à verdade, intrépido pelas tempestades de adversidade. Um homem assim será uma força com quem se tem de contar. Ele está destinado a ser bem sucedido. Nada na terra o poderá deter ou impedir o seu caminho. Será o mais honrado e o mais respeitado. Ninguém o excederá a este respeito. Como poderá a humilhação alguma vez visitar uma pessoa que não se encontra preparada para curvar a sua cabeça ou mesmo apertar a sua mão por qualquer favor, exceto a Deus, o Omnipotente, o Soberano do Universo? Será o mais poderoso e eficaz. Ninguém haverá mais poderoso do que ele porque não teme ninguém a não ser a Deus e não procura bênçãos de ninguém a não ser d’Ele. Que poder o poderá desviar do Caminho Certo? Que riquezas poderão comprar a sua fé? Que força poderá moldar a sua consciência? Que poder poderá coagir o seu comportamento? Ele será o mais afortunado e rico. Ninguém no mundo será mais rico e independente do que ele pelo que, viverá uma vida de austeridade, saciedade e contentamento. Não será sensualista, nem indulgente, ou avarento. Contentar-se-á com o que ganhar limpa e honestamente e mesmo que um monte de riquezas adquiridas deslealmente seja posto perante si, nem mesmo gostará de olhar para ele, quando mais dele se servir. Terá paz e felicidade e que riqueza haverá maior do que está? Será o mais respeitado, o mais popular e o mais amado. Ninguém poderá ser mais amável do que ele, pois, vive uma vida de caridade e de bondade. Rara-justiça a todos e a tudo, cumprirão os seus deveres honestamente e trabalhará desinteressadamente para o bem dos outros. A simpatia das pessoas cairá sobre si e gostarão dele, ama-lo-ão e respeita-lo-ão acima de tudo. Será o mais honrado, em quem todos confiarão. Em ninguém será depositada mais confiança do que nele, pois ele não atraiçoará essa confiança, nem se desviará da honestidade: a sua linguagem será verdadeira e o seu procedimento teto e honesto. Será honesto e justo nos seus assuntos, pois quem tem a certeza de Deus está presente em toda à parte e sempre vigilante. Faltam palavras para descrever o crédito e a boa vontade que emana de um homem assim. Não haverá ninguém que nele não confie. É assim a vida e o caráter de um verdadeiro muçulmano.

Se compreenderem o verdadeiro caráter de um muçulmano ficarão convencidos que ele não pode viver na humilhação, na degradação ou subjugação. Está destinado a prevalecer e nenhum poder na terra pode sobrepor-se-lhe. Pois que, o Islam inculca nele qualidades que não podem ser denegridas por nenhum encanto passageiro ou ilusão irrisória. E após viver uma vida respeitável e honrada na terra ele voltará ao Criador, que lhe mostrará a excelência das suas bênçãos, pois que cumpriu o seu dever com eficácia e sucesso e saiu da prova triunfantemente. Ele é bem sucedido na vida deste mundo e no além viverá em paz, alegria e gloria eternas.

Isto é Islam, a religião natural do homem, que não está associada a qualquer pessoa, povo, época ou lugar. É o caminho da natureza, a religião do homem.

Fonte: http://www.islamemlinha.com/index.php/artigos/islam/item/o-significado-do-islamismo

segunda-feira, outubro 16, 2017

Matar em nome da Religião?

"O Islão não é responsável do extermínio de dezenas de milhões de nativos em muitas partes do mundo, causa do colonialismo mundial, que durou séculos".

Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
A nossa consciência é manipulada e capturada, até certo ponto, por slogans. Conceitos como a democracia,
a liberdade e os direitos humanos são os três slogans mais eficazes utilizados para criticar a opinião pública e
manter a ordem no mundo. Como ideias, mesmo como valores, não nos opomos necessariamente a elas; em
vez disso, desaprovamos o facto de serem usados por certos poderes como enganos cínicos, tão corrosivos como as armas químicas.
As potências mundiais geralmente aceitam tiranias, desde que possam facilmente manipulá-las. Elas buscam a estabilidade nas áreas da vida de um país que permite que os seus interesses econômicos funcionem e prosperem sem oposição. No entanto, elas opõem-se a qualquer país democrático que põe em perigo os seus interesses, buscando independência política ou cultural.
Eles interferem nos assuntos internos de tais países, em nome da "democracia e liberdade", embora os relatórios sobre direitos humanos nos seus próprios países deixem muito a desejar.
Deixando de lado os excessos passados e presentes do colonialismo nas suas diferentes formas, observamos a existência contínua de discriminação racial, cultural e religiosa nas suas próprias terras. As exigências são frequentemente feitas a partidos políticos extremistas (em teoria para evitar o aumento da popularidade); O número de crimes e prisioneiros continua a aumentar; E a tortura física, especialmente de ativistas que defendem os interesses das minorias, é tolerada não oficialmente.
Mesmo assim, eles apresentam-se como defensores da democracia, liberdade e direitos humanos onde quer que desejem, apenas enquanto sirvam os seus próprios interesses e podem justificar o uso da força militar ou econômica na sua opinião pública.
Eles fazem guerra a milhares de quilômetros para resolver os seus interesses numa ilha, mesmo que não
concedam a outros os mesmos direitos numa ilha localizada nas suas fronteiras. As atividades de inteligência estrangeira são "heroicas" se forem usadas pelas potências mundiais, mas tornam-se "atrozes" ou "terroristas" quando empregadas por outros países que procuram defender-se e manter a sua independência. Em resumo, o valor moral ou filosófico da democracia, da liberdade e dos direitos humanos é questionado pelo cinismo manifestamente usado para assegurar a sua dominação. Tais práticas lembram-nos a famosa frase de Orwell em Rebellion on the Farm: "Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros".
Nada é tão eficaz contra este cinismo como a crença religiosa séria e sincera, que pode inspirar os pensamentos e ações que governam a vida. Portanto, não é de admirar que os cientistas políticos ataquem a religião com a afirmação absurda de que ela inspira o abate.
Numa ocasião, a revista Time apresentou a religião inspirada em Deus - seja o judaísmo, o cristianismo ou o islão - como um estilo de vida que incentiva a "matar por Deus".
Alguns grupos extremistas falsificam a religião como uma ideologia política estreita e usam-na para mostrar a sua rigidez e dureza de coração, ou para sublimar os seus complexos de inferioridade ou superioridade. No entanto, um sistema que condena tais ações não pode ser condenado enquanto alguns dos seus seguidores autoproclamados o usam para justificar as suas ações repreensíveis.
A religião é um contrato entre Deus e a humanidade, e todas as suas propostas nos favorecem. Como seres
complexos e civilizados que, além de muitas outras coisas, precisam de coexistência segura com outras pessoas, buscamos paz e justiça nas nossas vidas individuais e coletivas. Uma vez que os motivos individuais são diferentes, "a razão colectiva" da humanidade não pode compreender a verdadeira natureza da necessária paz e justiça, nem pô-la em prática. É por isso que Deus inscreveu em nós a necessidade de um critério superior – a religião. A religião é nada mais do que a coleção de princípios estabelecidos por Deus para a felicidade e a segurança humana, em ambos os mundos, e para a realização da justiça na vida prática. 
Uma vez que a natureza e as necessidades essenciais das pessoas não mudam ao longo do tempo, todos os
Profetas pregaram as mesmas bases religiosas. 
Todas as diferenças foram limitadas a questões secundárias, relacionadas às mudanças nas circunstâncias da
vida. A religião escolhida pelo Deus Todo-Poderoso para assegurar a felicidade individual e colectiva, em ambos os mundos, e aquilo que Ele revelou através de todos os Profetas, é a submissão voluntária à Vontade Deus.
O Islão significa crença em Deus e submissão a Ele e, dessa forma, estabelecer paz e justiça nas nossas vidas individuais e colectivas. O Judaísmo e o Cristianismo são nomes dados às primeiras revelações do Islão, através dos Profetas Moisés e Jesus, paz esteja com eles. Nenhum Profeta israelita usou o termo judaísmo.
Jesus nunca afirmou ter estabelecido o cristianismo na terra, ou se chamou de cristão. A palavra cristão aparece apenas três vezes no Novo Testamento, e foi usada, pela primeira vez, por pagãos e judeus em Antioquia (Antakya, hoje) aproximadamente 43 anos d.C., muito depois de Jesus ter deixado esta terra (Atos dos Apóstolos, 11:26).
O Islão pode ser resumido em Basmala, a fórmula que precede em cada capítulo do Alcorão e pronunciada no início de cada bom acto: "Em Nome de Deus, OmniBeneficente e Omni-Misericordioso". A palavra traduzida como Omni-Misericordioso é "ar-Rahman", que denota Deus como Aquele que, através de Sua Infinita Mise-ricórdia, protege e sustenta, além de garantias e provisões, todos os membros da criação sem excepção.
A palavra traduzida como Omni-Beneficente é "ar-Rahim", que denota Deus como aquele que possui uma
misericórdia especial para os seus servos bons, crentes, devotos e rectos em ambos os mundos. Além disso, o Alcorão afirma que enviou o último Profeta Muhammad (p.e.c.e.) como uma misericórdia para todos os mundos, todas as espécies (21:107). Uma religião tão focada na misericórdia e na compaixão procura dar vida, não matar.
Infelizmente, o pensamento materialista moderno é nutrido pelo positivismo extremo e pelo racionalismo da ciência moderna. Reduz a vida para a dimensão física ou material e ignora o facto de que a paz, harmonia e
alegria neste mundo dependem da espiritualidade humana. Uma vida espiritual autêntica, baseada na ilustração da mente pelo conhecimento científico e a ilustração do coração e a purificação dos sentimentos
pela fé, conhecimento religioso, adoração e inspiração, é essencial para a missão dos Profetas. Por exemplo, o Alcorão afirma: "Ó crentes, atendei a Deus e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Deus intercede entre o ser humano e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele". (Alcorão 8:24).
Muhammad Asad, um judeu convertido ao Islão, compara o Islão com o perfeito trabalho arquitetônico: Todas as suas partes foram harmoniosamente concebidas para complementar-se e apoiar-se mutuamente, nada falta, alcançando um equilíbrio absoluto e uma estrutura sólida. Portanto, dá quase tanta importância à nossa vida física quanto à nossa vida espiritual. O Islão considera cada pessoa como um representante das
suas espécies e como detentor do mesmo valor que toda a humanidade.
É por isso que Deus condenou Caim (o filho de Adão) pelo assassinato injusto do seu irmão Abel, que introduziu o assassinato na história. Como resultado, ele é responsabilizado por todos os assassinatos cometidos até ao fim dos tempos. O Alcorão declara que aquele que mata injustamente alguém é igual ao que mata toda a humanidade, e quem revive alguém espiritualmente ou fisicamente é como se salvasse toda a humanidade espiritualmente ou fisicamente. (Alcorão 5:32).
Obviamente, uma religião que dá tanta importância à vida de cada indivíduo nunca pregará ou glorificará matar para seu próprio benefício. O Islão também não aprova a conversão forçada, mas tenta remover tudo o que nos impede de fazer uma escolha livre das nossas crenças, estabelecendo um ambiente em que a liberdade de consciência e pensamento seja assegurada. Uma vez que isso é garantido, o Islão pede-nos para usar o livre arbítrio que Deus nos deu, e lembra-nos que, no futuro, seremos responsabilizados por isso, bem como por tudo o que fizemos neste mundo: "Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro”. (Alcoão, 2: 256).
O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) foi atacado em numerosas ocasiões por seus inimigos e foi forçado a fazer
guerra (defensiva). Em todas essas guerras, apenas cerca de 700 pessoas foram mortas, em ambos os lados. No que diz respeito à civilização moderna, só queremos mencionar alguns factos para esclarecer o ponto: o Islão não teve nada a ver com as dezenas de milhões de mortes produzidas pelas revoluções comunistas, nem com a repressão dos movimentos de libertação em várias partes do mundo, a custo de milhões de vidas, ou nas conquistas de vários países pobres, custando milhões de vidas durante as guerras e outras indiretamente desde então. Não foi o Islão que matou mais de 70 milhões de pessoas, principalmente civis, e obrigou inúmeros milhões a deixar as suas casas, deixando órfãos e viúvas, durante e depois das duas guerras mundiais.
Não foi o Islão que deu origem a regimes totalitários como o comunismo, o fascismo e o nazismo, e a guerreiros como Hitler, Estaline e Mussolini. O Islão não é responsável pelo uso do conhecimento científico para fazer armas nucleares e outras armas de destruição em massa. O Islão não é responsável pelo extermínio de dezenas de milhões de nativos em muitas partes do mundo, por causa do colonialismo centenário do mundo e por causa do tráfico de escravos, que custou dezenas de milhões de vidas.
Não foi o Islão, nem os povos muçulmanos, os responsáveis pelo estabelecimento dos governos despóticos que governam alguns países muçulmanos, ou pela opressão, injustiça e regimes sangrentos. O Islão também não é responsável pelo terrorismo moderno ou organizações como a máfia ou o contrabando global de armas e drogas.
Tem sido uma religião ou civilização moderna, elogiada como a mais avançada e mais humana da história, a
causa da morte de mais de 60 milhões de pessoas, a maioria civis e que forçaram milhões de pessoas a permanecer desabrigados, órfãos e viúvos, durante e depois das duas Guerras Mundiais? A religião é responsável pelo uso do conhecimento científico para fazer armas nucleares e outras armas de destruição em massa, a fim de intimidar nações pobres e fracas? Se os poderes mundiais que querem impor a sua ordem mundial - em nome da "paz mundial, democracia e liberdade humana", mas na realidade por sua própria vantagem política e econômica - têm o direito de cometer tais atrocidades, certamente as pessoas que afirmam servir a Deus podem usar a mesma razão para limpar o mundo de tais atrocidades e estabelecer a verdadeira paz e realizar a verdadeira liberdade. Mas os crentes não justificam, como o cinismo político moderno faz, nem atrocidades nem guerras que perseguem apenas fins políticos. Os crentes, ao contrário dos não-crentes, percebem que aquelas ações realizadas sinceramente somente em nome de Deus, OmniBaneficente e Omni-Misericordioso, e não têm outro motivo e não excedem os limites de Deus, podem restaurar Valores verdadeiramente humanos.
Nós temos um exemplo disso em Ali ibn Abi Talib. Durante uma batalha, este nobre companheiro e futuro califa derrubou o seu inimigo e estava prestes a matá-lo. Mas naquele momento o homem cuspiu no rosto de Ali. Para sua surpresa, Ali o liberou imediatamente. Ele explicou mais tarde o motivo: o ato do homem deixou-o furioso e, portanto, por medo de matar o homem por causa de um motivo egoísta, soltou-o. Este soldado inimigo abraçou o Islão, e assim foi revivificado tanto espiritualmente quanto fisicamente.