quinta-feira, julho 21, 2016

A tão citada poligamia Islâmica é uma solução para que mais mulheres se casem!

Um grande Sheikh (Líder Religioso Islâmico) foi questionado durante uma palestra nos Estados Unidos, quanto a Poligamia dentro do Islam. A senhorita que fez a pergunta classificou essa possibilidade de “SEXISTA”!
O Sheikh mansamente argumentou essa pergunta não faz parte do contexto da palestra, mas, mesmo assim vou respondê-la.

_____ Toda vez que algum americano (a) fala com um árabe ele pergunta você é da Arábia Saudita? Quantas esposas você tem? Um Sheikh recém chegado da Arábia respondeu, eu tenho apenas uma esposa, embora o Alcorão diz que eu posso me casar até com quatro esposas! Pois bem minha jovem você sabia que hoje nos EUA existem 7,8 milhões de mulheres a mais que os homens? Pois bem, isso significa que se todas as pessoas do sexo masculino casassem sobrariam 7,8 milhões de mulheres solteiras só aqui no seu país! Vamos piorar um pouco esses números. Todo mundo sabe, que por alguma razão nem todos os homens vão se casar (homossexuais, celibatários) ou até por uma convicção mesmo. Estima-se que só os homossexuais chegam a 25 milhões! Então seriam mais 25 milhões de mulheres que ficariam sem maridos!

Têm ainda os prisioneiros, 98% deles são do sexo masculino. Eu posso afirmar, seu problema está se multiplicando.

Então como a última das revelações divinas, o Islam tem que ter solução para todos os problemas, e a Poligamia é a solução para que mais mulheres possam constituir legitimamente um lar. Vocês estão rindo? Pois é, estão rido de vocês mesmas...

Diz Allah SW no Alcorão Sagrado “... podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver, entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com uma só.” (Alcorão 4:3). Mas também o Alcorão é o único dos livros sagrados que usa a expressão “Casa com uma só”.

O Islam é criticado por permitir a poligamia porque a cultura popular no Ocidente vê a poligamia como uma prática relativamente atrasada e empobrecedora. Para muitos cristãos, é uma licença para promiscuidade e feministas a consideram uma violação dos direitos das mulheres e humilhante para as mulheres. Um ponto crucial que precisa ser entendido é que para os muçulmanos os padrões de moralidade não são estabelecidos pelo pensamento ocidental predominante, mas por revelação divina. Deve-se ter em mente alguns fatos simples antes de falar de poligamia no Islam.

O Islam Não Iniciou a Poligamia

O Islam não introduziu a poligamia. Entre todas as nações orientais da antiguidade a poligamia era uma instituição reconhecida. Entre os hindus a poligamia prevaleceu desde os tempos antigos. Não havia, como entre os antigos babilônios, assírios e persas, restrição em relação ao número de esposas que um homem podia ter. Embora Grécia e Roma não fossem sociedades poligâmicas, a concubinagem era a norma[1]. O Islam regulou a poligamia ao limitar o número de esposas e trazer responsabilidade à sua prática. De fato, de acordo com David Murray, um antropólogo, historicamente a poligamia é mais comum que a monogamia.[2]

A Poligamia Praticada por alguns dos Profetas de Deus

Os grandes patriarcas hebreus igualmente reverenciados pelo Judaísmo, Cristianismo e Islam – Abraão, Moisés, Jacó, Davi e Salomão, para mencionar uns poucos –foram polígamos. De acordo com a Bíblia:

Abraão teve três esposas (Gênesis 16:1, 16:3, 25:1)

Moisés teve duas esposas ((Êxodo 2:21, 18:1-6; Números 12:1)

Jacó teve quatro esposas (Gênesis 29:23, 29:28, 30:4, 30:9)

Davi teve pelo menos 18 esposas (1 Samuel 18:27, 25:39-44; 2 Samuel 3:3, 3:4-5, 5:13, 12:7-8, 12:24, 16:21-23)

Salomão teve 700 esposas e 300 concubinas (1 Reis 11:3).[3]

O Alcorão limitou em quatro o número máximo de esposas. No início do Islã aqueles que tinham mais de quatro esposas na época de abraçar a religião tiveram que divorciar as esposas extras. O Islã também reformou a instituição da poligamia ao exigir tratamento igual para todas as esposas. Não é permitido ao muçulmano diferenciar entre suas esposas em relação ao sustento e despesas, tempo dedicado e outras obrigações dos maridos. O Islã não permite que um homem se case com outra mulher se não for justo em seu tratamento. O Profeta Muhammad proibiu a discriminação entre as esposas ou entre os filhos tidos com elas.

Além disso, o casamento e a poligamia no Islã são uma questão de consentimento mútuo. Ninguém pode forçar uma mulher a casar com um homem casado. O Islã simplesmente permite a poligamia, não a força e nem a exige. Uma mulher também pode estipular que o seu marido não se case com outra mulher em seu contrato pré-nupcial. O ponto que é frequentemente mal-compreendido no Ocidente é que as mulheres em outras culturas - especialmente a africana e a islâmica - não necessariamente vêem a poligamia como um sinal de degradação das mulheres. Consequentemente, igualar a poligamia com a degradação das mulheres é um julgamento etnocêntrico de outras sociedades.

Embora vejamos a clara permissibilidade da poligamia no Islã, sua prática real é muito rara nas sociedades muçulmanas. Alguns pesquisadores estimam que não mais de 2% dos homens casados praticam a poligamia. [4] As maiorias dos homens muçulmanos sentem que não podem arcar com as despesas de manter mais de uma família. Mesmo os que são financeiramente capazes de cuidar de famílias adicionais geralmente relutam devido ao peso psicológico de lidar com mais de uma esposa. Pode-se dizer com segurança que o número de casamentos poligâmicos no mundo muçulmano é muito menor que o número de casos extraconjugais no Ocidente[5]. Em outras palavras, contradizendo a noção predominante, os homens no mundo muçulmano hoje são mais estritamente monogâmicos que os homens no mundo ocidental.

FOOTNOTES: 
[1]“Os únicos povos importantes da antiguidade que mostraram poucos ou nenhum traço de poligamia foram os gregos e os romanos. Entretanto, a concubinagem, que pode ser considerada como uma forma superior de poligamia, ou pelo menos como mais próxima da monogamia pura, foi por muitos séculos reconhecida pelos costumes e mesmo pela legislação dessas duas nações.”The Catholic Encyclopedia (Enciclopédia Católica): http://www.newadvent.org/cathen/09693a.htm)
[2]Cheryl Wetzstein, “Traditionalists Fear Same-Sex Unions Legitimize Polygamy (Tradicionalistas Temem que Uniões do Mesmo Sexo Legitimizem a Poligamia,” The Washington Times, 13 de Dezembro de 2000.
[3]Para uma lista detalhada de figuras bíblicas que praticaram a poligamia, visite: (http://www.biblicalpolygamy.com/).
[4]Dr. Jumah al-Kholy, ‘Ta’addud al-Zawjaat wa Hikmatuhu fil Islam,’ (Casamentos Múltiplos no Islã & Sua Sabedoria), Journal of the Islamic University of Medina (Jornal da Universidade Islâmica de Medina), vol. 46, 222-231.
[5]A pesquisa mais recente e conclusiva sobre comportamento sexual mostra que 20% das mulheres e até 35% dos homens foram infiéis aos seus cônjuges em algum momento (Sex in Marriage (Sexo no Casamento), Little, Brown & Co., 1994, pág, 105). Outra pesquisa mostra que o adultério é comum entre cristãos e não cristãos. A revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) pesquisou seus assinantes e 23% admitiu ter tido sexo extraconjugal. The Lutheran Church: Missouri Synod (Igreja Luterana: Sínodo de Missouri) (http://old.dcs.lcms.org/family/Content%5Cdoc_articles%5C409.doc)

Fonte: http://www.islamreligion.com/pt/articles/325/introducao-a-poligamia-no-isla/

domingo, julho 10, 2016

Qual é o Propósito da Vida?

Introdução

‘Qual é o significado e propósito da vida?’ Essa é, talvez, a pergunta mais importante que já foi feita. Ao longo dos tempos, filósofos a consideraram a pergunta mais fundamental. Cientistas, historiadores, filósofos, escritores, psicólogos e homens comuns se debateram com a pergunta em algum ponto de suas vidas.
A Razão é um Guia Suficiente?

‘Por que comemos?’ ‘Por que dormimos?’ ‘Por que trabalhamos?’ As respostas que poderíamos obter a essas perguntas seriam semelhantes. ‘Eu como para viver.’ ‘Eu durmo para descansar.’ ‘Eu trabalho para sustentar a mim mesmo e a minha família’ Mas quando se trata de qual é o propósito da vida, as pessoas ficam confusas. Nós vemos sua confusão pelo tipo de respostas que recebemos. Os jovens podem dizer, “Eu vivo pelas bebedeiras e biquínis.” O profissional de idade mediana pode dizer, “Eu vivo para poupar o suficiente para uma aposentadoria confortável.” O homem idoso provavelmente diria, “Eu venho me perguntando por que estou aqui pela maior parte de minha vida. Se existe um propósito, eu já não me importo mais.” E talvez a resposta mais comum seria, “Eu realmente não sei!”

Como, então, você descobre o propósito da vida? Nós temos basicamente duas opções. A primeira é deixar a ‘razão humana’ – a celebrada realização do Iluminismo – nos guiar. Afinal, o Iluminismo nos deu a ciência moderna baseada na observação cuidadosa do mundo natural. Mas os filósofos pós-Iluminismo o descobriram? Camus descreveu a vida como “absurda”; Sartre falou de “angústia, abandono e desespero.” Para esses existencialistas, a vida não tem sentido. Os darwinistas pensavam que o sentido da vida era a reprodução. Will Durant, captando a dificuldade do homem moderno, escreveu: “A fé e a esperança desapareceram; dúvida e desespero estão na ordem do dia... não são nossos lares e nossos tesouros que estão vazios, são nossos ‘corações’.” Quando se trata do sentido da vida, até mesmo os filósofos mais sábios fazem apenas suposições. Will Durant, o filósofo mais destacado do século passado, e o Dr. Hugh Moorhead, um professor de filosofia na Universidade de Illinois, escreveram livros separados intitulados ‘The Meaning of Life’ (‘O Sentido da Vida’, em tradução livre).[1] Eles escreveram para os filósofos, cientistas, escritores, políticos e intelectuais mais conhecidos em sua época no mundo, perguntando a eles: “Qual é o sentido da vida?” Então eles publicaram suas respostas. Alguns apresentaram suas melhores sugestões, alguns admitiram que apenas inventaram um propósito para a vida, e outros foram honestos o suficiente para dizer que não faziam a menor idéia. De fato, vários intelectuais famosos pediram aos autores para escreverem de volta e lhes dizerem se o propósito da vida havia sido descoberto!
Deixem os Céus “Falarem”

Se o filósofo não tem uma resposta definitiva, talvez a resposta possa ser encontrada dentro do coração e mente que possuímos. Você já olhou para o céu aberto em uma noite clara? Você verá um número incalculável de estrelas. Olhe através de um telescópio e você verá galáxias gigantes em espiral, belas nebulosas onde novas estrelas estão sendo formadas, os resquícios de uma explosão antiga de supernova criada no estágio final da morte de uma estrela, os magníficos anéis de Saturno e as luas de Júpiter. É possível não se sentir tocado pela visão dessas incontáveis estrelas no céu noturno brilhando como poeiras de diamante em um leito de veludo negro? Multitudes de estrelas e estrelas, se tornando tão densas que parecem se fundir em delicadas colunas de névoa brilhante. Sua grandeza nos deixa humildes, emociona, inspira o desejo pela investigação, e nos chama à contemplação. Como isso passou a existir? Como somos relacionados e qual o nosso lugar em tudo isso? Podemos ouvir os céus “falarem” conosco?

“Na criação dos céus e da terra e na alternância do dia e da noite há sinais para os sensatos, que mencionam Deus, estando em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas!...” (Alcorão 3: 190-191)

Quando lemos um livro, aceitamos que existe um autor. Quando vemos uma casa, aceitamos que existe um construtor. Ambas as coisas foram feitas com um propósito por aqueles que as fizeram. O projeto, a ordem, e a complexidade do universo e também do mundo ao nosso redor é evidência da existência de uma Inteligência Suprema, um Projetista Perfeito. Todos os corpos celestes são controlados por leis precisa da física. Podem haver leis sem um legislador? O cientista de foguetes Dr. von Braun disse: “As leis naturais do universo são tão precisas que não temos dificuldade em construir uma nave espacial para voar até a lua e cronometrar o vôo com a precisão de uma fração de segundo. Essas leis devem ter sido estabelecidas por alguém.” Paul Davies, um professor de física, conclui que a existência do homem não é um mero acaso do destino. Ele afirma: “Nós fomos planejados para estar aqui.” E ele diz em relação ao universo: “Através do meu trabalho científico, eu passei a acreditar de forma cada vez mais forte que o universo físico foi reunido com uma ingenuidade tão assombrosa que não posso aceitar que seja meramente um fato irracional. Deve haver, me parece, um nível mais profundo de explicação.” O universo, a terra, e as coisas vivas na terra dão testemunho silencioso a um Criador inteligente e poderoso.



Figura 1 Região central da Nebulosa Trífide vista pelo Telescópio Gemini em Mauna Kea na Grande Ilha do Havaí, 5 de Junho, 2002. Localizada na constelação de Sagitário, a bela nebulosa é uma nuvem de gás e poeira onde nascem estrelas. Uma das estrelas massivas no centro da nebulosa nasceram aproximadamente 100.00 anos atrás. A distância entre a nebulosa e o Sistema Solar é considerada em torno de 2.200 a 9.000 anos luz. Imagem cortesia de Gemini Observatory Image/GMOS Commissioning Team.

Se fomos feitos por um Criador, então certamente o Criador deve ter tido uma razão, um propósito, em criar-nos. Portanto, é importante que busquemos saber o propósito de Deus para nossa existência. Após encontrarmos esse propósito, podemos escolher se queremos viver em harmonia com ele. Mas é possível sabermos o que é esperado de nós a partir de nossas próprias conclusões sem qualquer comunicação do Criador? É natural que o próprio Deus nos informasse desse propósito, especialmente se é esperado que o cumpramos.
Alternativa à Especulação: Pergunte a Deus

Isso nos leva à segunda opção: a alternativa à especulação sobre o significado e propósito da vida é a revelação. O caminho mais fácil para descobrir o propósito de uma invenção é perguntar ao inventor. Para descobrir o propósito de sua vida, pergunte a Deus.


O PROPÓSITO DA VIDA (PARTE 2 DE 3): O PONTO DE VISTA ISLÂMICO

O Cristianismo pode Responder a Questão?

No Cristianismo, o significado da vida está enraizado na fé no evangelho de Jesus Cristo, em descobrir Jesus como Salvador. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho, para que aquele que nele crê não pereça mas tenha vida eterna.” Entretanto, a proposição não deixa de apresentar problemas sérios. Primeiro, se esse é o propósito da criação e a pré-condição para vida eterna, por que não foi ensinado pelos profetas de todas as nações do mundo? Segundo, se Deus tivesse se transformado em homem em um período próximo ao de Adão toda a humanidade teria uma chance igual à vida eterna, a menos que aqueles antes do tempo de Jesus tivessem um outro propósito para sua existência! Terceiro, como as pessoas hoje que nunca ouviram falar de Jesus cumprem o propósito cristão da criação? Naturalmente, esse é um propósito muito limitado e vai contra a justiça divina.

A Resposta
O Islã é a resposta para a busca da humanidade por um sentido. O propósito da criação para todos os homens e mulheres de todas as épocas tem sido um: conhecer e adorar Deus.

O Alcorão nos ensina que todo ser humano nasce consciente de Deus,

E de quando o teu Senhor extraiu das entranhas do filhos de Adão os seus descendentes e os fez testemunhar contra si próprios, dizendo: ‘Não é verdade que sou o vosso Senhor?’ Disseram: ‘Sim! Testemunhamo-lo!’ Fizemos isto com o fim de que no Dia da Ressurreição não dissésseis: ‘Não estávamos cientes’. Ou não dissésseis: ‘Anteriormente nossos pais idolatravam, e nós, sua descendência, seguimo-los. Exterminar-nos-ias, acaso pelo que cometeram frívolos?’” (Alcorão 7:172-173)

O Profeta do Islã nos ensina que Deus criou essa necessidade primordial na natureza humana na época em que Adão foi feito. Deus aceitou a aliança de Adão quando Ele o criou. Deus extraiu todos os descendentes de Adão que ainda estavam por nascer, geração após geração, espalhou-os, e aceitou a aliança deles. Ele Se dirigiu às suas almas diretamente, fazendo-os testemunhar que Ele era seu Senhor. Uma vez que Deus fez todos os seres humanos jurarem Sua Divindade quando Ele criou Adão, seu juramento está gravado na alma humana mesmo antes dela entrar no feto, de modo que uma criança nasce com uma crença natural em Deus. Essa crença natural é chamada de fitra, em árabe. Conseqüentemente, toda pessoa carrega a semente da fé em Deus que repousa profundamente soterrada sob camadas de negligência e refreada por condicionamento social. Se uma criança for deixada sozinha, ela crescerá consciente de Deus – um único Criador – mas todas as crianças são afetadas por seu ambiente. O Profeta de Deus disse,

Cada criança nasce em um estado de ‘fitra’, mas seus pais fazem dela um judeu ou um cristão. É como quando um animal dá à luz a uma prole normal. Já notaram algum filhote nascer mutilado antes de o mutilarem?”[1]


Figura 1 A maravilha da vida. Um feto sugando seu polegar.

Assim, da mesma forma que o corpo da criança se submete às leis físicas, estabelecidas por Deus na natureza, sua alma se submete naturalmente ao fato de que Deus é seu Senhor e Criador. Entretanto, seus pais a condicionam a seguir seus próprios estilos de vida, e a criança não é mentalmente capaz de resistir. A religião que a criança segue nesse estágio é a de costume e educação, e Deus não a considera responsável por essa religião. Quando a criança se torna um adulto, ele ou ela deve agora seguir a religião de conhecimento e razão. Como adultas, as pessoas devem se debater entre sua disposição natural a Deus e seus desejos para encontrarem o caminho correto. O chamado do Islã é dirigido a essa natureza primordial, a disposição natural, a gravação de Deus na alma, a fitra, que fez com que a alma de todo ser vivente concordasse que Aquele Que os fez era seu Senhor, mesmo antes dos céus e da terra serem criados,


Eu não criei a humanidade e os gênios exceto para Me adorarem.” (Alcorão 51:56)

De acordo com o Islã, há uma mensagem básica que Deus revelou através de todos os profetas, do tempo de Adão até o último dos profetas, Muhammad, que Deus os exalte. Todos os profetas enviados por Deus vieram com a mesma mensagem essencial:

Em verdade, enviamos para cada povo um mensageiro (com a ordem): ‘Adorai a Deus e evitai falsos deuses!’” (Alcorão 16:36)

Os profetas trouxeram a mesma resposta para a pergunta mais perturbadora da humanidade, uma resposta que se dirige às aspirações da alma por Deus.
O que é Adoração?

Islã’ significa ‘submissão’, e adoração, no Islã, significa ‘submissão obediente à vontade de Deus.’

Todo ser criado se ‘submete’ ao Criador ao seguir as leis físicas criadas por Deus,

“E Seu é tudo que está nos céus e na terra; tudo Lhe obedece.” (Alcorão 30:26)

Eles, entretanto, não são nem recompensados e nem punidos por sua ‘submissão’, porque ela não envolve vontade. Recompensa e punição são para aqueles que adoram a Deus, que se submetem a Lei moral e religiosa de Deus por sua própria vontade. Essa adoração é a essência da mensagem de todos os profetas enviados por Deus à humanidade. Por exemplo, esse entendimento de adoração foi enfaticamente abordado por Jesus Cristo,

“Nenhum daqueles que me chamam ‘Senhor’ entrará no reino de Deus, mas somente aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no céu.”

‘Vontade’ significa ‘o que Deus quer que os humanos façam.’ Essa ‘Vontade de Deus’ está contida nas leis divinamente reveladas que os profetas ensinaram a seus seguidores. Conseqüentemente, a obediência à lei divina é a fundação da adoração. Somente quando seres humanos adorarem seu Deus se submetendo a Sua leireligiosa eles poderão ter paz e harmonia em suas vidas e a esperança do paraíso, da mesma forma que o universo segue em harmonia se submetendo às leis físicas estabelecidas por seu Senhor. Quando se remove a esperança do paraíso, se remove o valor e propósito supremos da vida. De outra forma, que diferença faria se vivêssemos uma vida virtuosa ou de vícios? O destino de cada um seria o mesmo de qualquer forma.

O PROPÓSITO DA VIDA (PARTE 3 DE 3): OS FALSOS DEUSES DA MODERNIDADE

Quem Precisa de Adoração?

Deus não precisa de nossa adoração, é a humanidade que precisa adorar Deus. Se ninguém adorasse Deus, isso não diminuiria Sua glória de forma alguma, e se toda a humanidade O adorasse, não acrescentaria nada à Sua glória. Somos nós que precisamos de Deus:

“Não lhes peço sustento algum, nem quero que Me alimentem. Sabei que Deus é o Sustentador por excelência, Potente, Inquebrantabilíssimo.” (Alcorão 51:57-58)

“...sabei que Deus é, por Si, Opulento, enquanto que vós sois pobres...” (Alcorão 47:38)
Como Adorar Deus e Por que

Deus é adorado pela obediência às leis que Ele revelou através dos profetas. Por exemplo, na Bíblia, o Profeta Jesus fez a obediência às leis divinas a chave para o paraíso:

“Se quiserem entrar na vida, mantenham os mandamentos.” (Mateus 19:17) 

Também é relatado na Bíblia que o Profeta Jesus insistiu na obediência estrita aos mandamentos, dizendo: 

“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.” (Mateus 5:19)

Por que os seres humanos precisam adorar Deus obedecendo as leis divinamente reveladas? A resposta é simples: a obediência à lei divina traz paz nessa vida e salvação na outra.

As leis divinas fornecem aos seres humanos um código claro para guiar toda esfera da vida e interação humanas. Uma vez que apenas o Criador sabe o que é melhor para Sua criação, Suas leis protegem de danos a sociedade e a alma e o corpo humanos. Para que os seres humanos cumpram seu propósito de criação, eles devem adorar Deus obedecendo Seus mandamentos.

Os Falsos Deuses da Modernidade

Deus é Aquele que dá sentido e orientação à vida. Por outro lado, a vida moderna carece de um centro único, uma orientação única, um objetivo único, um propósito único. Não tem princípio ou orientação comum.

Uma vez que o Islã considera um deus como uma entidade a ser servida por amor, profundo respeito e antecipação de recompensa, pode-se dizer que o mundo moderno serve a muitos deuses. Os deuses da modernidade dão sentido e contexto à vida do homem moderno.

Nós vivemos através da linguagem, e nossas palavras e expressões são janelas através das quais olhamos o mundo. Evolução, nacionalismo, feminismo, socialismo, marxismo, e, dependendo de como são empregados, democracia, liberdade e igualdade podem ser listados entre as ideologias indefiníveis dos tempos modernos. “Palavras plásticas,” para tomar emprestado as palavras de Uwe Poersksen, um lingüista alemão, têm sido usadas para usurpar o poder e autoridade de Deus e formar e definir o objetivo da sociedade, ou até da própria humanidade. Essas palavras têm conotações com uma aura de ‘bem-estar’. Palavras indefiníveis se tornam um ideal sem limite. Ao fazer esse ideal sem limite, necessidades ilimitadas são despertadas, e uma vez que essas necessidades são despertadas, elas parecem ser ‘auto-evidentes.’

Como é muito fácil cair no hábito de adorar falsos deuses, as pessoas não têm proteção contra a multiplicidade de deuses que as formas modernas de pensar demandam que elas sirvam. As “palavras plásticas” dão grande poder a esses ‘profetas’ que falam em seu nome, porque eles falam em nome de verdades ‘auto-evidentes’, para que outras pessoas mantenham silêncio. Nós devemos seguir sua autoridade; as autoridades axiomáticas que determinam a Lei para nossa saúde, prosperidade, bem-estar e educação. 

A janela da modernidade através da qual percebemos a realidade hoje é marcada por fissuras, borrões, pontos cegos e filtros. Ela encobre a realidade. E a realidade é que as pessoas não têm necessidade real exceto em relação a Deus. Mas hoje em dia, esses ‘ídolos’ vazios se tornaram os objetos de devoção e adoração das pessoas, como afirma o Alcorão:

“Não tens reparado naquele que toma seus desejos como seu deus?...” (Alcorão 45:23)

Cada uma dessas “palavras plásticas” faz outras palavras parecerem primitivas e desatualizadas. ‘Crentes’ nos ídolos da modernidade estão orgulhosos de adorarem esses deuses; amigos e colegas os consideram iluminados. Aqueles que insistem em se apegar ao “antigo” Deus podem encobrir o embaraço de fazê-lo adorando os novos deuses ‘modernos’ junto com Ele. Obviamente, muitas pessoas que alegam adorar o Deus “à moda antiga” distorcerão Seus ensinamentos nesse evento, para que algo que Ele pareça estar nos dizendo sirva a essas “palavras plásticas.”


A adoração de falsos deuses acarreta a corrupção não apenas dos indivíduos e da sociedade, mas também do mundo natural. Quando as pessoas se recusam a servir e adorar Deus como Ele as pediu para servi-Lo, elas não podem cumprir as funções para as quais Ele as criou. O resultado é que o nosso mundo se torne cada vez mais caótico, assim como o Alcorão nos diz:

A corrupção surgiu na terra e no mar por causa do que as mãos dos humanos lucraram.” (Alcorão 30:41)

A resposta do Islã ao significado e propósito da vida cumpre a necessidade humana fundamental: um retorno a Deus. Entretanto, todos voltarão para Deus querendo ou não, então a questão não é meramente de voltar, mas como voltar. Será em vergonhosas correntes agonizantes a espera de punição, ou em humildade cheia de alegria e gratidão pelo que Deus prometeu? Se você espera pelo segundo tipo de volta, então através do Alcorão e dos ensinamentos do Profeta Muhammad Deus guia as pessoas de volta a Ele de uma forma que assegura sua eterna felicidade.

Fonte: http://www.islamreligion.com/pt/articles/280/viewall/o-proposito-da-vida-parte-1-de-3/

sexta-feira, junho 10, 2016

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia!



Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 1 de 5): Introdução

  Descrição: Um olhar no que alguns importantes estudiosos cristãos disseram sobre a autenticidade da Bíblia.
Por Misha’al ibn Abdullah (retirado do livro: What did Jesus really Say?(O que Jesus Realmente Disse?Publicado em 09 Mar 2009 - Última modificação em 03 Feb 2013 
“Ai daqueles que copiam o Livro, (alterando-o) com as suas mãos, e então dizem: Isto emana de Deus, para negociá-lo a vil preço. Ai deles, pelo que as suas mãos escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!” (Alcorão 2:79)
“E quando lhes foi apresentado um Mensageiro (Muhammad) de Deus, que corroborou o que já possuíam, alguns dos adeptos do Livro (os judeus) atiraram às costas o Livro de Deus, como se não o conhecessem.” (Alcorão 2:101)
“Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.” (Deuteronômio 4:2)
Comecemos do começo.  Nenhum estudioso da Bíblia na terra jamais reivindicará que a Bíblia foi escrita pelo próprio Jesus.  Todos concordam que a Bíblia foi escrita depois da partida de Jesus, que a paz esteja sobre ele.  O Dr. W Graham Scroggie do Instituto Bíblico Moody, em Chicago, uma missão evangélica cristã de prestígio, diz:
“... Sim, a Bíblia é humana, embora alguns em nome do zelo que não está de acordo com o conhecimento, neguem isso.  Aqueles livros passaram pelas mentes dos homens, são escritos na língua do homem, foram escritos pelas mãos dos homens e carregam em seu estilo as características dos homens... É Humano e, ainda assim, Divino,” [1]
Outro estudioso cristão, Kenneth Cragg, o bispo anglicano de Jerusalém, diz:
“...Nem tanto o Novo Testamento... Existe uma condensação e edição; existe escolha na reprodução e testemunho.  Os Evangelhos têm a mente da igreja por trás dos autores.  Representam experiência e história...”[2]
“É bem conhecido que o Evangelho cristão primitivo foi inicialmente transmitido oralmente e que essa tradição oral resultou em relatos variantes de palavras e atos. É igualmente verdade que quando o registro cristão foi transformado em escrita continuou a ser sujeito à variação oral involuntária e intencional, nas mãos dos escribas e editores.”[3]
“De fato, todos os livros do Novo Testamento com exceção das quatro grandes epístolas de São Paulo são no momento mais ou menos temas de controvérsias, e interpolações são reivindicadas mesmo naqueles.”[4]
O Dr. Lobegott Friedrich Konstantin Von Tischendorf, um dos defensores cristãos da Trindade mais conservadores e inflexíveis, foi ele mesmo levado a admitir que:
“[o Novo Testamento tinha] sofrido modificações tão sérias de significado em muitas passagens que nos deixava em incerteza dolorosa em relação ao que os Apóstolos tinham de fato escrito” [5]
Depois de listar muitos exemplos de afirmações contraditórias na Bíblia, o Dr. Frederic Kenyon diz:
“Além das discrepâncias maiores, como essas, são raros os versos nos quais não exista algum tipo de variação de frase em algumas cópias [dos manuscritos antigos dos quais a Bíblia foi coletada].  Ninguém pode dizer que essas adições ou omissões ou alterações são assuntos de mera indiferença” [6]
Ao longo desse livro você encontrará incontáveis citações semelhantes de alguns dos principais estudiosos da Cristandade.  Vamos nos contentar com essas por enquanto.
Os cristãos em geral são pessoas boas e decentes e quanto mais fortes são suas convicções, mais decentes eles são.  Isso é atestado no nobre Alcorão:
“...aqueles que estão mais próximos do afeto dos crentes são os que dizem: Somos cristãos!, porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma.  E, ao escutarem o que foi revelado ao Mensageiro, tu vês lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade, dizendo: Ó Senhor nosso, cremos! Inscreve-nos entre os testemunhadores!” (Alcorão 5:82-83)
Todas as “versões” bíblicas da Bíblia anteriores à versão revisada de 1881 dependiam das “Cópias Antigas” (aquelas que datavam de quinhentos a seiscentos anos depois de Jesus).  Os revisores da Versão Padrão Revisada (Revised Standard Version (RSV)) de 1952 foram os primeiros estudiosos bíblicos a terem acesso às “cópias MAIS antigas” que datam de trezentos a quatrocentos anos depois de Cristo.  É lógico supormos que quanto mais próximo um documento é da fonte, mais autêntico ele é.  Vejamos qual é a opinião da Cristandade com relação à versão mais revisada da Bíblia (revisada em 1952 e novamente em 1971):
“A melhor versão que foi produzida no século atual” – (jornal da Igreja da Inglaterra)
“Uma tradução completamente nova por estudiosos da mais alta eminência” - (suplemento literário do Times)
“As características muito amadas da versão autorizada combinadas com uma nova precisão de tradução” (Life and Work)
“A versão mais precisa e próxima do original” – (jornal “The Times)
Os próprios editores (Collins) mencionam na página 10 de suas notas:
“Esta Bíblia (RSV) é o produto de trinta e dois estudiosos assistidos por um comitê consultivo representando cinquenta denominações”
Vejamos o que esses trinta e dois estudiosos cristãos da mais alta eminência apoiados pelas cinquenta denominações cristãs têm a dizer sobre a Versão Autorizada, ou como é mais conhecida, a Versão do Rei Jaime (KJV).  No prefácio da RSV de 1971 encontramos o seguinte:
“...Ainda assim a Versão do Rei Jaime tem DEFEITOS GRAVES...”
Prosseguem nos prevenindo que:
“...Esses defeitos SÃO TANTOS E TÃO SÉRIOS que requerem uma revisão”
As Testemunhas de Jeová em sua revista “DESPERTAI!” datada de 8 de setembro de 1957 publicou a seguinte manchete: “50.000 Erros na Bíblia” onde diziam “...existem provavelmente 50.000 erros na Bíblia...erros que se infiltraram no texto bíblico... 50.000 erros sérios...”  Depois de tudo isso, entretanto, eles prosseguem dizendo: “... como um todo a Bíblia é precisa.”  Vejamos apenas alguns poucos desses erros.


Footnotes:
[1] W Graham Scroggie, p. 17
[2] The Call of the Minaret (O Chamado do Minarete, em tradução livre), Kenneth Cragg, p 277
[3] Peake’s Commentary on the Bible (Comentário de Peake sobre a Bíblia, em tradução livre), p. 633
[4] Enciclopédia Britânica, 12a. Ed. Vol. 3, p. 643
[5] Secrets of Mount Sinai (Segredos do Monte Sinai, em tradução livre), James Bentley, p. 117
[6] Our Bible and the Ancient Manuscripts (Nossa Bíblia e os Manuscritos Antigos, em tradução livre), Dr. Frederic Kenyon, Eyre & Spottiswoode, p. 3

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 2 de 5): Exemplos de Interpolação

Descrição: Alguns exemplos das interpolações na Bíblia, como mencionado por estudiosos cristãos.
Em João 3:16 – Versão Autorizada lemos:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
[...] essa fabricação “unigênito” foi agora extirpada sem cerimônia por esses revisores mais eminentes da Bíblia.  Entretanto, a humanidade não teve que esperar 2.000 anos por essa revelação.
Em Maria (19):88-98 do nobre Alcorão, lemos:
“Afirmam: O Clemente teve um filho!  Sem dúvida que haveis proferido uma heresia.  Por isso, pouco faltou para que os céus se fundissem, a terra se fendesse e as montanhas, desmoronassem.  Isso, por terem atribuído um filho ao Clemente,  Quando é inadmissível que o Clemente houvesse tido um filho.  Sabei que tudo quanto existe nos céus e na terra comparecerá, como servo, ante o Clemente.  Ele já os destacou e os enumerou com exatidão.  Cada um deles comparecerá, solitário, ante Ele, no Dia da Ressurreição.  Quanto aos crentes que praticarem o bem, o Clemente lhes concederá afeto perene.  Só to facilitamos (o Alcorão), na tua língua para que, com ele, exortes os devotos e admoestes os impugnadores.  Quantas gerações anteriores a eles aniquilamos!  Vês, acaso, algum deles ou ouves algum murmúrio deles?”
Na primeira epístola de João 5:7 (Versão do Rei Jaime) encontramos:
“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um.”
Como já vimos na seção 1.2.2.5, esse verso é o mais próximo do que a Igreja chama de sagrada Trindade.  Entretanto, como visto naquela seção, esse pilar da fé cristão também foi descartado da RSV pelos mesmos trinta e dois estudiosos cristãos da mais alta eminência apoiados por cinquenta denominações cristãs, mais uma vez tudo de acordo com os “manuscritos mais antigos.”  E mais uma vez, descobrimos que o nobre Alcorão revelou essa verdade há mil e quatrocentos anos:
“Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e em Seus mensageiros e não digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há nos céus e na terra, e Deus é mais do que suficiente Guardião.” (Alcorão 4:171)
Antes de 1952 todas as versões da Bíblia faziam menção a um dos eventos mais milagrosos associados com o profeta Jesus, que a paz esteja sobre ele, que é a sua ascensão aos céus:
“Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.” (Marcos 16:19)
... e mais uma vez em Lucas:
“E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu.  E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.” (Lucas 24:51-52)
Na RSV de 1952 Marcos 16 termina no verso 8 e o restante é relegado a nota de rodapé em letras pequenas (mais informações adiante).   De forma semelhante, no comentário sobre os versos de Lucas 24, nos é dito nas notas de rodapé da Nova Bíblia RSV “Em outras autoridades antigas falta “e foi elevado ao céu” e “Em outras autoridades antigas falta ‘adorando-o eles.’”  Dessa forma, vemos que o verso de Lucas em sua forma original apenas dizia:
“E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles. E tornaram com grande júbilo para Jerusalém.”
Foram séculos de “correção inspirada” para nos dar Lucas 24:51-52 em sua forma atual.
Como outro exemplo, em Lucas 24:1-7 lemos:
“E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.  E acharam a pedra do sepulcro removida.  E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus.  E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?  Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite.”
Mais uma vez, em referência ao verso 5, as notas de rodapé dizem: “Em outras autoridades antigas falta ‘Não está aqui, mas ressuscitou’”.
Os exemplos são muito numerosos para listá-los aqui. Entretanto, o encorajamos a obter uma cópia da Nova Versão Revisada da Bíblia e examinar os quatro evangelhos. Você terá grande dificuldade em encontrar ao menos duas páginas consecutivas que não contenham as palavras “Em outras autoridades antigas falta...” ou “Em outras autoridades antigas é adicionado...” etc., nas notas de rodapé.

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 3 de 5): Supostos Autores do Novo Testamento

  
Notaremos que todo Evangelho começa com a introdução "De acordo com...", como “O Evangelho de acordo com Mateus”, “o Evangelho de acordo com Lucas,” “o Evangelho de acordo com Marcos,” “o Evangelho de acordo com João.” A conclusão óbvia para o homem comum é que essas pessoas são conhecidas como os autores dos livros atribuídos a elas.  Esse, entretanto, não é o caso.  Por que? Porque nenhuma das alardeadas quatro mil cópias existente apresenta a assinatura de seu autor.  Foi apenas suposto que eles eram os autores.  Descobertas recentes, entretanto, refutam essa crença.  Até as evidências internas provam que, por exemplo, Mateus não escreveu o Evangelho atribuído a ele:
“E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e (Jesus) disse-lhe: Segue-me. E ele (Mateus), levantando-se, o seguiu.” (Mateus 9:9)
Não é preciso ser um cientista espacial para ver que nem Jesus e nem Mateus escreveram esse verso de “Mateus.” Essa evidência pode ser encontrada em muitos lugares ao longo do Novo Testamento.  Embora muitas pessoas tenham levantado a hipótese de que é possível que um autor às vezes escreva na terceira pessoa, ainda assim, à luz do resto da evidência que veremos nesse livro, existe simplesmente muita evidência contra essa hipótese.
Essa observação não está de forma alguma limitada ao Novo Testamento.  Existe até prova de que ao menos partes do Deuteronômio não foram nem escritas por Deus e nem por Moisés.  Isso pode ser visto em Deuteronômio 34:5-10 no qual lemos:
“Então Moisés... MORREU… e ele (Deus Todo-Poderoso) O ENTERROU (Moisés)... Tinha 120 anos QUANDO MORREU... e não houve um profeta DESDE ENTÃO em Israel como Moisés...”
Moisés escreveu seu próprio obituário? Josué também fala em detalhes sobre sua própria morte em Josué 24:29-33.  A evidência apóia de forma esmagadora o reconhecimento atual de que a maioria dos livros da Bíblia não foi escrita por seus supostos autores.
Os autores da RSV pela Collins dizem que o autor de “Reis” é “desconhecido”.  Se soubessem se tratar da palavra de Deus a teriam indubitavelmente atribuído a Ele.  Ao contrário, escolheram honestamente dizer “Autor... desconhecido.” Mas se o autor é desconhecido então por que atribuí-la a Deus? Como se pode então alegar que foi “inspirada”? Continuando, lemos que o livro de Isaías é “Creditado principalmente a Isaías. Partes podem ter sido escritas por outros.”  Eclesiastes: “Autor. Duvidoso, mas comumente atribuído a Salomão.”  Rute: “Autor. Não é definitivamente conhecido, talvez Samuel,” e assim por diante.
Olhemos mais detalhadamente apenas um livro do Novo Testamento:
“O autor do Livro dos Hebreus é desconhecido.  Martim Lutero sugeriu que Apolo fosse o autor...  Tertuliano disse que Hebreus era uma carta de Barnabé... Adolf Harnack e J. Rendel Harris especularam que foi escrito por Priscila (ou Prisca).  William Ramsey sugeriu que foi feito por Felipe.  Entretanto, a posição tradicional é que o apóstolo Paulo escreveu Hebreus... Eusébio acreditava que Paulo o escreveu, mas Orígenes não foi positivo em relação à autoria paulina.”[1]
Isso é como definimos “inspirado por Deus”?
Como visto no capítulo um, São Paulo e sua igreja depois dele foram responsáveis por mudanças por atacado na religião de Jesus (que a paz esteja sobre ele) depois de sua partida, e foram posteriormente responsáveis pelo estabelecimento de uma campanha maciça de morte e tortura de todos os cristãos que se recusaram a renunciar aos ensinamentos dos apóstolos em favor das doutrinas paulinas.  Todos os evangelhos que não estavam de acordo com a fé paulina foram então sistematicamente destruídos ou reescritos.  O Rev. Charles Anderson Scott tem o seguinte a dizer:
“É altamente provável que nenhum dos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) existisse na forma que os temos, antes da morte de Paulo.  Se os documentos fossem adotados em sua ordem cronológica estrita, as epístolas paulinas viriam antes dos Evangelhos sinóticos.”[2]
Essa afirmação é confirmada posteriormente pelo Prof. Brandon: “Os primeiros escritos cristãos que foram preservados para nós são as cartas do apóstolo Paulo” [3]
Na última parte do segundo século, Dionísio, Bispo de Coríntios, disse:
“Como os irmãos desejavam que escrevesse epístolas (cartas), eu o fiz, e isso os apóstolos do demônio encheram com elementos indesejáveis, mudando algumas coisas e adicionando outras, para quem existe uma aflição reservada.  Não é, portanto, uma questão de espanto se alguns também tentaram adulterar os escritos sagrados do Senhor, uma vez que tentaram o mesmo em outros trabalhos que não são comparados com esses.”
O Alcorão confirma isso com as palavras:
“Ai daqueles que copiam o Livro, (alterando-o) com as suas mãos, e então dizem: Isto emana de Deus, para negociá-lo a vil preço.  Ai deles, pelo que as suas mãos escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!” (Alcorão 2:79)


Footnotes:
[1] Da introdução à Bíblia do Rei Jaime, nova sexta edição revisada e atualizada, o Estudo Hebreu/Grego, Edição Red Letter.
[2] History of Christianity in the Light of Modern Knowledge (História do Cristianismo à Luz do Conhecimento Moderno, em tradução livre), Rev. Charles Anderson Scott, p.338
[3] “Religions in Ancient History,” (Religiões na História Antiga, em tradução livre) S.G.F. Brandon, p. 228.

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia parte 4 de 5): Alterações nas Escrituras Cristãs

Vitor de Tununa, um bispo africano do século seis relatou em sua Crônica (566 AD) que quando Messala foi cônsul em Constantinopla (506 AD), ele “censurou e corrigiu” os Evangelhos gentílicos escritos por pessoas consideradas analfabetas pelo imperador Anastácio.  A implicação foi que foram alterados para se adequarem ao Cristianismo do século seis que diferia do Cristianismo dos séculos anteriores.[1]
Essas “correções” não estavam de forma alguma confinadas aos primeiros séculos depois de Cristo.  Sir Higgins diz:
“É impossível negar que os monges beneditinos de Saint Maur, com relação às línguas latina e grega, eram muito letrados e talentosos, assim como muitos grupos de homens. Em ‘Life of Lanfranc, Archbishop of Canterbury’ (Vida de Lanfranc, Arcebispo de Canterbury, em tradução livre) de Cleland, existe a seguinte passagem: ‘Lanfranc, um monge beneditino, Arcebispo de Canterbury, ao constatar as escrituras muito corrompidas por copistas, se aplicou para corrigi-las, assim como os escritos dos patriarcas, em conformidade com a fé ortodoxa, secundum fidem orthodoxam.”[2]
Em outras palavras, as escrituras cristãs foram reescritas para se adequarem às doutrinas dos séculos onze e doze, e até os escritos dos fundadores da igreja primitiva foram “corrigidos” para que as mudanças não fossem descobertas.  Sir Higgins prossegue dizendo: “O mesmo divino Protestante tem essa passagem notável: ‘A imparcialidade exige de mim a confissão, de que os ortodoxos alteraram os Evangelhos em alguns lugares’”.
O autor então prossegue demonstrando como um esforço maciço foi empreendido em Constantinopla, Roma, Canterbury e no mundo cristão em geral para “corrigir” os Evangelhos e destruir todos os manuscritos anteriores a esse período.
Teodoro Zahan, ilustrou os profundos conflitos dentro das igrejas estabelecidas nos Artigos do Credo Apostólico.  Ele destaca que os católicos romanos acusam a Igreja Ortodoxa grega de remodelar o texto das escrituras sagradas por adições e omissões, com boas e más intenções.  Os ortodoxos gregos, por outro lado, acusam os católicos romanos de se desviarem em muitos lugares do texto original.  Apesar de suas diferenças, ambos unem forças para condenar os cristãos não-conformistas de desvio do “caminho verdadeiro” e condená-los como hereges.  Os hereges por sua vez condenam os católicos por terem “cunhado novamente a verdade como ferreiros.” O autor conclui “Fatos não suportam essas acusações?”
14. “E também aceitamos a promessa daqueles que disseram: Somos cristãos! Porém, esqueceram-se de grande parte do que lhes foi recomendado, pelo que disseminamos a inimizade e o ódio entre eles, até ao Dia da Ressurreição. Deus os inteirará, então, do que cometeram. 
15. Ó adeptos do Livro, foi-vos apresentado o Nosso Mensageiro para mostrar-vos muito do que ocultáveis do Livro e perdoar-vos em muito. Já vos chegou de Deus uma Luz e um Livro lúcido, 
16. Pelo qual Deus conduzirá aos caminhos da salvação aqueles que procurarem a Sua complacência e, por Sua vontade, tirá-los-á das trevas e os levará para a luz, encaminhando-os para a senda reta. 
17. São blasfemos aqueles que dizem: Deus é o Messias, filho de Maria. Dize-lhes: Quem possuiria o mínimo poder para impedir que Deus, assim querendo, aniquilasse o Messias, filho de Maria, sua mãe e todos os que estão na terra? Só a Deus pertence o reino dos céus e da terra, e tudo quanto há entre ambos. Ele cria o que Lhe apraz, porque é Onipotente. 
18. Os judeus e os cristãos dizem: Somos os filhos de Deus e os Seus prediletos. Dize-lhes: Por que, então, Ele vos castiga por vossos pecados? Qual! Sois tão-somente seres humanos como os outros! Ele perdoa a quem Lhe apraz e castiga quem quer. Só a Deus pertence o reino dos céus e da terra e tudo quanto há entre ambos, e para Ele será o retorno. 
19. Ó adeptos do Livro, foi-vos apresentado o Nosso Mensageiro, para preencher a lacuna (na série) dos mensageiros,a fim de que não digais. Não nos chegou alvissareiro nem admoestador algum! Sim, já vos chegou um alvissareiro e admoestador, porque Deus é Onipotente.”(Alcorão 5:14-19)
O próprio Santo Agostinho, um homem reconhecido e consultado tanto por protestantes quanto por católicos, professou que existiam doutrinas secretas na religião cristã e que:
“... existiam muitas coisas verdadeiras na religião cristã que não era conveniente para o vulgar [pessoa comum] saber, e algumas coisas eram falsas, mas era conveniente para o vulgar acreditar nelas.”
Sir Higgins admite:
“Não é injusto supor que nessas verdades ocultadas temos parte dos mistérios cristãos modernos, e penso que dificilmente será negado que a igreja, cujas autoridades mais altas mantiveram essas doutrinas, não teve escrúpulos em retocar as escrituras sagradas.”[3]
Mesmo as epístolas atribuídas a Paulo não foram escritas por ele.  Após anos de pesquisa, católicos e protestantes concordam que das treze epístolas atribuídas a Paulo apenas sete são genuinamente dele.  São elas: Romanos 1, Coríntios 2, Gálatas, Filipenses, Filemom e Tessalonicenses 1.
Denominações cristãs não concordam nem mesmo sobre a definição do que é exatamente um livro “inspirado” de Deus.  Os protestantes são ensinados que existem 66 livros verdadeiramente “inspirados” na Bíblia, enquanto que os católicos são ensinados que existem 73 livros verdadeiramente “inspirados”, sem mencionar muitas outras denominações e seus livros “mais novos”, como os mórmons, etc.  Como veremos brevemente, os primeiros cristãos, por muitas gerações, não seguiram nem os 66 livros dos protestantes nem os 73 livros dos católicos.  Muito pelo contrário, eles acreditavam nos livros que, muitas gerações depois, foram “reconhecidos” como fabricações e apócrifos por uma época mais iluminada do que a dos apóstolos.


Footnotes:
[1] The Dead Sea Scrolls, the Gospel of Barnabas, and the New Testament, by M. A. Yusseff, p. 81.
[2] History of Christianity in the light of Modern knowledge (História do Cristianismo à luz do Conhecimento Moderno, em tradução livre), Higgins p.318.
[3] The Dead Sea Scrolls, the Gospel of Barnabas, and the New Testament (Os Manuscritos do Mar Morto, o Evangelho de Barnabé e o Novo Testamento, em tradução livre), M. A. Yusseff, p.83

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 5 de 7): Começando a Ser um Pouco Mais Honesto

  
Bem, de onde todas essas Bíblias vêm e por que a dificuldade em definir qual é realmente a palavra “inspirada” de Deus? Elas vêm de “manuscritos antigos” (também conhecidos como MSS).  O mundo cristão hoje apresenta um excesso de 24.000 “manuscritos antigos” da Bíblia todos datando do século quatro depois de Cristo (mas não da época de Cristo ou dos apóstolos).  Em outras palavras, temos conosco evangelhos que datam do século em que os trinitaristas assumiram o controle da Igreja Cristã.  Todos os manuscritos anteriores a esse período estranhamente pereceram.  Todas as Bíblias em existência hoje são compiladas desses “manuscritos antigos”. Qualquer estudioso da Bíblia nos dirá que não existem dois manuscritos exatamente idênticos.
As pessoas hoje geralmente acreditam de só existe UMA Bíblia e UMA versão de qualquer verso da Bíblia.  Isso está longe de ser verdade.  Todas as Bíblias em nossas mãos hoje (como a do Rei Jaime, NVI, etc.) são o resultado de um extenso recortar e colar desses vários manuscritos sem nenhum deles atuando como a referência definitiva.  São casos incontáveis em que um parágrafo aparece em um “manuscrito antigo”, mas não aparece em muitos outros.  Por exemplo, Marcos 16: 8-20 (doze versos inteiros) não aparece nos manuscritos mais antigos disponíveis hoje (como o manuscrito sinaítico, o Vaticano 1209 e a versão armênia), mas aparece em “manuscritos antigos” mais recentes. Também existem muitos casos documentados em que até as localizações geográficas são completamente diferentes de um manuscrito antigo para outro.  Por exemplo, no “manuscrito pentateuco samaritano”, o Deuteronômio 27:4 fala de “monte Gerizim”, enquanto que o “manuscrito hebreu” o mesmo verso fala de “monte Ebal.” De Deuteronômio 27: 12-13 podemos ver que esses são dois locais totalmente diferentes.  Da mesma forma, Lucas 4:44 em alguns “manuscritos antigos” menciona “sinagogas da Judéia”, enquanto que em outros menciona “sinagogas da Galiléia.” Essas são apenas amostras. Seria necessário um livro para uma lista abrangente.
Existem inúmeros exemplos na Bíblia em que versos de natureza questionável são incluídos no texto sem qualquer aviso ao leitor de que muitos estudiosos e tradutores fazem sérias reservas em relação às suas autenticidades.  A Bíblia do Rei Jaime (também conhecida como “Versão Autorizada”), a única nas mãos da maioria da Cristandade hoje, é uma das mais notórias a esse respeito.  Não dá ao leitor nenhuma pista quanto à natureza questionável desses versos.  Entretanto, traduções mais recentes da Bíblia estão agora começando a ser um pouco mais honestas e acessíveis a esse respeito.  Por exemplo, a Nova Versão Revisada da Bíblia, da Oxford Press, adotou um sistema extremamente sutil de colocação de parênteses duplos ([[ ]]) nos exemplos mais evidentes desses versos questionáveis.   É altamente improvável que o leitor casual perceba a verdadeira função desses parênteses.  Estão lá para dizer ao leitor informado que os versos marcados são de uma natureza altamente questionável.  Alguns exemplos são a história da “mulher tomada em adultério” em João 8:1-11, Marcos 16:9-20 (ressurreição e retorno de Jesus) e Lucas 23:34 (que, muito interessantemente, está lá para confirmar a profecia de Isaías 53:12)... e assim por diante.
Por exemplo, com relação a João 8:1-11, os comentadores dessa Bíblia dizem em letras muito pequenas no rodapé:
“As autoridades mais antigas não têm 7.53-8.11; outras autoridades acrescentam a passagem depois de 7.36 ou depois de 21.25 ou depois de Lucas 21.38 com variações de texto; algumas marcam o texto como duvidoso.”  
Com relação a Marcos 16:9-20, nos é dada, estranhamente, a escolha de como gostaríamos que o Evangelho de Marcos terminasse.  Os comentadores forneceram um “final curto” e um “final longo”. Então, nos é dada uma escolha do que preferimos que seja a “palavra inspirada de Deus.”  Mais uma vez, no fim desse evangelho em letras muito pequenas, os comentadores dizem:
“Algumas das autoridades mais antigas terminam o livro no fim do verso 8. Uma autoridade conclui o livro com um final mais curto; outras incluem o final mais curto e então continuam com os versos 9-20. Na maioria das autoridades, os versos 9-20 seguem imediatamente o verso 8, embora em algumas dessas autoridades a passagem esteja marcada como duvidosa.”
O Comentário de Peake sobre a Bíblia registra:
“Agora é geralmente aceito que 9-20 não são uma parte original de Marcos.  Não são encontrados nos MSS mais antigos e, de fato, aparentemente não estavam nas cópias usadas por Mateus e Lucas.  Um manuscrito armênio do século 10 atribui a passagem a Aristion, o presbítero mencionado por Papias (ap. Eus. HE III, xxxix, 15).
“De fato, uma tradução armênia de São Marcos foi descoberta muito recentemente, na qual os últimos doze versos de São Marcos são atribuídos a Aristion, conhecido como um dos primeiros dos fundadores da Igreja Cristã; e é muito possível que essa tradição esteja correta.”
“Our Bible and the Ancient Manuscripts,” (“Nossa Bíblia e os Manuscritos Antigos”), F. Kenyon, Eyre and Spottiswoode, pp. 7-8
Nesse ponto esses versos estão destacados como tendo sido narrados de forma diferente em diferentes “autoridades”. Por exemplo, é dito pelos comentadores que o verso 14 teve as seguintes palavras acrescentadas em algumas “autoridades antigas”:
“e se justificaram dizendo ‘Essa época sem lei e descrente está sob Satanás, que não permite que a verdade e o poder de Deus prevaleçam sobre as coisas impuras dos espíritos.  Assim, revelem sua retidão agora” falaram para Cristo e Cristo lhes respondeu “O termo dos anos do poder de Satanás foi cumprido, mas outras coisas terríveis se aproximam.  E por aqueles que pecaram fui entregue para a morte, para que possam retornar à verdade e não pequem mais, para que possam herdar a glória espiritual e imperecível da virtude que está no paraíso.”

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 6 de 7): Adulteração Impiedosa com o Texto da Bíblia

O Dr. Lobegott Friedrich Konstantin Von Tischendorf foi um dos estudiosos cristãos conservadores mais eminentes do século dezenove. Também foi um dos defensores mais leais e inflexíveis da Trindade que a história conheceu. Uma das suas grandes realizações foi a descoberta do manuscrito bíblico conhecido pela humanidade mais antigo, o “Codex Sinaiticus”, do monastério de Santa Catarina no Monte Sinai. Uma das descobertas mais devastantes feitas a partir do estudo desse manuscrito do século quatro foi que o Evangelho de Marco terminava originalmente nos versos 16:8 e não no verso 16:20 como acontece hoje. Em outras palavras, os últimos 12 versos (Marcos 16:9 a Marcos 16:20) foram “injetados” pela igreja na Bíblia em algum momento depois do século 4. Clemente de Alexandria e Orígenes nunca citaram esses versos. Posteriormente também foi descoberto que os ditos 12 versos, onde consta o relato da “ressurreição de Jesus”, não aparecem nos códigos Siríaco, Vaticano e Bobiensis. Originalmente o “Evangelho de Marcos” não continha menção da “ressurreição de Jesus” (Marcos 16: 9-20). Pelo menos quatrocentos anos (se não mais) depois da partida de Jesus a Igreja recebeu a “inspiração” divina para adicionar a história da ressurreição ao final desse evangelho.
O autor do “Codex Sinaiticus” não tinha dúvida de que o Evangelho de Marcos terminava em Marcos 16:8. Para enfatizar esse ponto encontramos que imediatamente a seguir desse verso ele termina o texto com um til artístico e as palavras “O Evangelho de acordo com Marcos”. Tischendorf foi um cristão conservador inflexível e como tal conseguiu deixar de lado essa discrepância, uma vez que em sua estimativa o fato de Marcos não ser um apóstolo nem uma testemunha ocular do ministério de Jesus, tornava o seu relato secundário em relação aos dos apóstolos Mateus e João. Entretanto, como visto várias vezes nesse livro, a maioria dos estudiosos cristãos reconhece os escritos de Paulo como os mais antigos da Bíblia. Eles são seguidos de perto pelo “Evangelho de Marcos”, e os “Evangelhos de Mateus e Lucas” são quase que universalmente reconhecidos como sendo baseados no “Evangelho de Marcos.” Essa descoberta foi o resultado de séculos de estudos detalhados e esmerados por esses estudiosos cristãos e os detalhes não podem ser repetidos aqui. É suficiente dizer que os estudiosos cristãos de maior reputação hoje reconhecem isso como um fato básico indisputável.
Hoje, os tradutores e editores de nossas Bíblias modernas estão começando a ser um pouco mais acessíveis e honestos com seus leitores. Embora não admitam abertamente que esses doze versos sejam fraudes da Igreja e não a palavra de Deus, pelo menos estão começando a chamar a atenção do leitor para o fato de que existem duas “versões” do “Evangelho de Marcos” e então deixam que o leitor decida o que fazer com essas duas “versões”.
Agora a pergunta passa a ser “se a Igreja adulterou o Evangelho de Marcos, parou por aí ou tem mais nessa história?” Tischendorf também descobriu que o “Evangelho de João” tinha sido fortemente retrabalhado pela Igreja ao longo dos séculos. Por exemplo:
1.      Foi descoberto que os versos começando de João 7:53 a 8:11 (a história da mulher tomada em adultério) não são encontrados nas cópias mais antigas da Bíblia disponíveis para o Cristianismo hoje, especificamente os códigos Sinaiticus ou Vaticano.
2.      Também foi encontrado que João 21:25 foi uma inserção posterior e que um verso do evangelho de Lucas (24:12) que fala de Pedro descobrindo o túmulo vazio de Jesus não é encontrado nos manuscritos antigos.
(Para mais sobre esse tópico por favor leia “Secrets of Mount Sinai” (Segredos do Monte Sinai) de James Bentley, Doubleday, Nova Iorque, 1985).
Muitas das descobertas do Dr. Tischendorf em relação à adulteração contínua e impiedosa do texto da Bíblia ao longo dos tempos foi verificada pela ciência do século vinte. Por exemplo, um estudo do Codex Sinaiticus sob luz ultravioleta revelou que o “Evangelho de João” terminava originalmente no verso 21:24 e foi seguido por um pequeno til e então pelas palavras “O Evangelho de acordo com João.” Entretanto, algum tempo depois, um indivíduo “inspirado” diferente pegou a pena, apagou o texto que se seguia ao verso 24 e então adicionou o texto “inspirado” de João 21:25 que encontramos em nossas Bíblias hoje.
A evidência de adulteração prossegue. Por exemplo, no Codex Sinaiticus o Pai-Nosso de Lucas difere substancialmente da versão que chegou até nós através da atuação de séculos de correção “inspirada”. Lucas 11: 2-4 nesse manuscrito mais antigo de todos diz:
“Pai, Santificado pelo teu nome, Teu reino vem. Seja feito, como nos céus, na terra. Dê-nos nosso pão de cada dia. E perdoe nossos pecados como perdoamos todos que nos estão em dívida. E não nos deixe cair em tentação.”
Além disso, o “Codex Vaticanus” é outro manuscrito antigo mantido pelos estudiosos do Cristianismo na mesma posição reverencial do Codex Sinaiticus. Esses códigos do século quatro juntos são considerados as cópias mais antigas da Bíblia disponíveis hoje. No codex Vaticanus encontramos uma versão de Lucas 11:2-4 ainda mais curta que a do Codex Sinaiticus. Nessa versão até as palavras“Seja feito, como nos céus, na terra” não são encontradas.
Qual tem sido a posição oficial da Igreja em relação a essas “discrepâncias”? Como a Igreja decidiu lidar com essa situação? Conclamaram os estudiosos mais destacados da literatura cristã para se reunirem em uma conferência, para juntos estudarem os manuscritos cristãos mais antigos disponíveis para a Igreja e chegarem a um acordo em relação à verdadeira palavra original de Deus? Não!
Imediatamente dedicaram todos os esforços para fazer cópias em massa dos manuscritos originais e enviá-los para o mundo cristão para que pudessem tomar suas próprias decisões sobre qual era a verdadeira palavra imutável de Deus?  Mais uma vez, não!

Estudiosos Cristãos Reconhecem Contradições na Bíblia (parte 7 de 7): Modificações “Inspiradas” da Igreja


O que eles fizeram? Perguntemos ao reverendo Dr. George L. Robertson. Em seu livro “Where did we get our Bible?” (Onde Conseguimos nossa Bíblia?) ele escreve:
“Dos MSS da Escritura Sagrada em grego que continuam a existir lá se diz existirem vários milhares de variantes significativas... Três ou quatro em particular desses documentos antigos, desbotados e sem atrativos constituem os tesouros mais antigos e mais preciosos da Igreja Cristã e são, dessa forma, de interesse especial.” Em primeiro na lista do reverendo Richardson está o “Codex Vaticanus” do qual ele diz: “Esse é provavelmente o mais antigo de todos os MSS gregos que se tem conhecimento. É designado como Codex “B”. Em 1448 o Papa Nicolau V o trouxe para Roma onde tem estado desde então, sendo guardado diligentemente por oficiais papais na biblioteca do Vaticano. Sua história é breve: Erasmus em 1533 sabia de sua existência, mas nem ele nem nenhum de seus sucessores receberam permissão para estudá-lo... se tornando muito inacessível para os estudiosos, até que Tischendorf em 1843, depois de meses de adiamentos, teve permissão de vê-lo por seis horas. Outro especialista, chamado de Muralt em 1844 também recebeu permissão para vê-lo por nove horas. A história de como o Dr. Tregelles em 1845 recebeu permissão das autoridades para segurá-lo página por página enquanto memorizava o texto é fascinante. O Dr. Tregelles o fez. Recebeu permissão para estudar o MS continuamente por um longo tempo, mas não para tocá-lo ou fazer anotações. De fato, todos os dias quando entrava na sala em que documentos preciosos estavam guardados, seus bolsos eram revistados e caneta, papel e tinta eram tirados dele, se carregasse esses acessórios com ele. A permissão para entrar, entretanto, foi repetida até que ele finalmente levou e anotou em seu quarto a maioria das principais variantes de leitura desse texto mais antigo. Entretanto, no processo, com frequência as autoridades papais retiravam o MS dele se observassem que ele estava muito absorvido em uma seção, e dirigiam sua atenção para outra folha. Finalmente descobriram que Tregelles tinha praticamente roubado o texto e que o mundo bíblico sabia os segredos de seu MS histórico.  O Papa Pio IX ordenou que devia ser fotografado e publicado e foi, em cinco volumes que apareceram em 1857. Mas o trabalho foi feito de maneira insatisfatória. Por volta da mesma época Tischendorf fez uma terceira tentativa de ganhar acesso ao manuscrito e examiná-lo. Teve sucesso e posteriormente pôs em circulação o texto das primeiras vinte páginas. Finalmente em 1889-90, com permissão papal, o texto inteiro foi fotografado, distribuído em fac-símile e publicado para que uma cópia do caro livro fosse obtida, e está agora em posse de todas as principais bibliotecas do mundo bíblico.”[1]
O que todos os Papas temiam? O que todo o Vaticano temia? Por que o conceito de liberar o texto da cópia mais antiga da Bíblia para o público em geral era tão terrível para eles? Por que acharam necessário enterrar as cópias mais antigas da palavra de Deus em um canto escuro do Vaticano para não ser vista por olhos de fora? Por quê? E os milhares e milhares de outros manuscritos que até hoje permanecem enterrados nas profundezas escuras dos escaninhos do Vaticano para nunca serem vistos ou estudados pelas massas em geral da Cristandade?
“Recorda-te de quando Deus obteve a promessa dos adeptos do Livro, (comprometendo-se a) evidenciá-lo (o Livro) aos homens, e a não ocultá-lo. Mas eles jogaram às costas, negociando-o a vil preço. Que detestável transação a deles!”  (Alcorão 3:187)
“Dize: Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião, profanado a verdade, nem sigais o capricho daqueles que se extraviaram anteriormente, desviaram muitos outros e se desviaram da verdadeira senda!” (Alcorão 5:77)
Retornando ao nosso estudo de algumas das “discrepâncias” encontradas em nossas Bíblias modernas e entre as cópias mais antigas da Bíblia disponíveis para uns poucos escolhidos, descobrimos que o verso de Lucas 24:51 contém o alegado relato de Lucas da partida final de Jesus, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, e como ele foi “elevado aos céus”. Entretanto, como visto nas páginas anteriores, no Codex Sinaiticus e outros manuscritos antigos as palavras “e foi elevado aos céus” estão totalmente ausentes. O verso só diz:
“E aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se deles.”
C.S.C Williams observou, se essa omissão fosse correta, “não há nenhuma referência à Ascensão no texto original do Evangelho.”
Algumas outras modificações “inspiradas” da Igreja para o Codex Sinaiticus e nossas Bíblias modernas:
·       Mateus 17:21 está faltando no Codex Sinaiticus.
·       Em nossas Bíblias modernas, em Marcos 1:1 se lê “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Entretanto, nos manuscritos cristãos mais antigos esse verso somente diz “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo”. Estranhamente, as mesmas palavras que são mais discordantes para o Alcorão dos muçulmanos, “o filho de Deus”, estão totalmente ausentes. Não é interessante?
·       As palavras de Jesus em Lucas 9:55-56 estão faltando.
·       O texto original de Mateus 8:2 como encontrado no Codex Sinaiticus nos diz que um leproso pediu a Jesus para curá-lo e Jesus “de forma zangada, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo!”  Em nossas Bíblias modernas, as palavras “de forma zangada” estranhamente estão ausentes.
·       Lucas 22:44 no Codex Sinaiticus e nossas Bíblias modernas alegam que um anjo apareceu diante de Jesus, fortalecendo-o. No Codex Vaticanus esse anjo estranhamente está ausente. Se Jesus era o “Filho de Deus” então obviamente seria muito inapropriado que necessitasse de um anjo para fortalecê-lo.  Esse verso, então, deve ter sido um erro do escriba. Certo?
·       As alegadas palavras de Jesus na cruz “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34) estavam originalmente presentes no Codex Sinaiticus, mas foram apagadas posteriormente do texto por outro editor. Tendo em mente como a Igreja considerava e tratava os judeus na Idade Média, podemos pensar em alguma razão para esse verso ter sido um obstáculo para a política oficial da Igreja e suas “inquisições”?
·       João 5:4 está faltando no Codex Sinaiticus.
·       Em Marcos capítulo 9 as palavras “Onde seus vermes não morrem e o fogo não se extingue” novamente estão ausentes.
·       Em Mateus 5:22 as palavras “sem causa” estão faltando tanto no Vaticanus quanto no Sinaiticus.
·       Em Mateus 21:7 em nossas Bíblias modernas se lê “E [os discípulos] trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos e fizeram-no [Jesus] assentar em cima.” Nos manuscritos originais esse verso se lê “e fizeram-no [Jesus] assentar em cima dele” (“dele” quem?) Logo depois a tradução para o inglês evitou completamente esse problema ao traduzir como “nisso”.
·       Em Mateus 10:15 nossas Bíblias modernas contem as palavras “Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade.” Entretanto, essas palavras não são encontradas em nenhum dos dois manuscritos bíblicos cristãos mais antigos, tendo sido introduzidas no texto séculos depois.
·       As palavras de Mateus 6:13 “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre” Não são encontradas nesses dois manuscritos mais antigos e em muitos outros. As passagens paralelas em Lucas também são incompletas.
·       Mateus 27:35 em nossas Bíblias modernas contém as palavras “Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte.” Essa passagem, mais uma vez, não é encontrada de acordo com o reverendo Merrill em nenhum manuscrito uncial bíblico datando de antes do século nove.
·       Em 1 Timóteo 3:16 originalmente se lê “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: que foi manifestado na carne.” Isso foi então modificado (como visto anteriormente) alterado sutilmente para“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne...” Assim nasceu a doutrina da “encarnação”.


Footnotes:
[1] “Where did we get our Bible?” (Onde Conseguimos nossa Bíblia?”), Rev. Dr. George L. Robertson. Harper & Brothers Publishers, pp.110-112
Fonte: http://www.islamreligion.com/pt/articles/584/viewall/estudiosos-cristaos-reconhecem-contradicoes-na-biblia-parte-1-de-5/