sexta-feira, maio 29, 2015

Noite de Sha’ban (Shabe-e-Barat)

Ramadán está a chegar. Vamos todos os muçulmanos prepararmo-nos para este Grandioso Mês, jejuando na primeira quinzena do mês de Sha’ban, pois as recompensas são imensas. Na 15ª. Noite de Sha’ban as nossas acções são apresentadas a Deus e, nessa noite várias almas são libertadas do Inferno; noite extremamente importante para fazer Súplica (Duá) e pedir Perdão (Istigfár).Por: M. Yiossuf Adamgy.

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

Jejuar em Sha'ban para honrar o Ramadán 

Sha’ban é o oitavo mês do calendário Islâmico e é considerado um dos meses meritórios para os quais nós encontramos instruções particulares na Sunnah do Profeta Muhammad (s.a.w.). É relatado que o Pro-feta Muhammad (s.a.w.) costumava jejuar quase to-dos os dias no mês de Sha’ban, excepto nos últimos dias do mês. 

Estes jejuns são facultativos (nafl). Sha’ban é o mês que antecede imediatamente o mês do Ramadán. O Profeta mencionou num hadith: "Rajab é o mês de Allah, Sha’ban é o meu mês e Ramadan é o mês da Ummah". 

O companheiro abençoado Usama ibn Zaid (r.a.), relata que ele perguntou ao Profeta Muhammad (s.a.w.): "Ó Mensageiro de Deus, eu tenho-o visto a jejuar no mês de Sha’ban tão frequentemente que eu nunca o vi a jejuar assim em qualquer ou-tro mês". O Profeta Muhammad (s.a.w.) respon-deu: "Esse (Sha’ban) é um mês entre Rajab e o Ramadán, o qual é negligenciado por muitas pessoas; e é um mês em que uma soma das acções (de seres humanos) é apresentado perante o Senhor do Universo; por isso, eu desejo que as minhas acções sejam apresentadas num momen-to em que eu esteja no estado de jejum ". 

Ummul Mu'minin 'Aisha (r.a.) disse: «O Profeta Muhammad (s.a.w.) costumava jejuar a maior parte dos dias do mês de Sha’ban. Eu perguntei-lhe: «Ó Mensageiro de Deus! Sha’ban é o seu mês favorito para o jejum?” Ele disse: “Neste mês Allah prescreve a lista das pessoas que morrem este ano. Portanto, eu gostaria que a minha morte viesse quando estivesse no estado de jejum”». 

Estes relatos indicam que o jejum no mês de Sha’ban, embora não seja obrigatório, é muito merecedor e que o Profeta Muhammad (s.a.w.) não gostava de perder. 

A Noite do Niçf Sha’ban 

Vários eruditos Islâmicos têm recomendado venera-ção especial durante a noite do dia 15 de Sha’ban. Isso é baseado no dito (hadith) do Profeta Muham-mad (s.a.w.), cujo significado é que, durante a noite do dia 15 de Sha’ban, Deus vai perguntar: 

"Está aí alguém que procura o perdão, para que Eu possa perdoar-lhe? Está aí alguém que pro-cura a providência (rizq) para que Eu possa prover-lhe? Está aí alguém que procura a boa saúde para que Eu possa dar-lhe (boa saúde)? Esta proclamação continua até a alvorada". — Relatado por Ibn Majah. 

Esta é a noite que ocorre entre 14 e 15 de Sha’ban. As tradições do Profeta Muhammad (s.a.w.) mostram que é uma noite meritória, em que o povo da terra é atendido com especial Misericórdia Divina. 

Na noite de 15 de Sha’ban, depois da Oração de Maghrib ou Isha é prática tradicional ler a Surah Yá Sin e fazer suplicações (duás) especiais para a boa saúde, protecção contra calamidades e aumento da fé (imán). 

Segundo a tradição, esta noite tem bênçãos espe-ciais que são direcionadas para os fiéis. PORTANTO, tanto quanto possível, esta noite deve ser passada em adoração e completa submissão a Deus, Todo-Poderoso. Além disso, o jejum é recomendado no dia seguinte a essa noite, ou seja, no dia 15 de Sha’ban.

OS JINNS – OS GÉNIOS – 2ª. E ÚLTIMA PARTE

AssalamoAleikumWarahmatulahWabarakatuhu(Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - BismilahirRahmaniRahim(Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Hájinns (génios) que são submissos a Deus, conforme podemos confirmar através do seguinte versículo do Cur’ane: “Dize (ó Muhammad): Foi-me revelado que um grupo de génios escutou (a recitação do Cur’ane). Disseram: “Na verdade, ouvimos um Cur’ane admirável, que guia à verdade, pelo que nele cremos e jamais atribuiremos parceiro algum ao nosso Senhor”.72:1,2. 

No entanto, outros encontram-se desviados.“Quando o satanás te incitar à discórdia, ampara-te em Deus, porque Ele é Oniouvinte e Sapientíssimo”.Cur’ane 41:36. A melhor protecção contra as maldades dos sheitanes é a recitação nas nossas casas do Surat Al-Baqarah, o segundo capítulo do Cur’ane. Nada mais do que o nome de AllahSubhanahuwaTa’ala, para impedir os sheitanes de oprimir e desviar a mente das pessoas. Antes de iniciarmos qualquer acto, devemos invocar o nome de Allah, o Altíssimo, nomeadamente quando começamos a comer, ao entrarmos e ao sairmos de casa. Como protecção, deve ser recitado frequentemente “AnzuBillahiMinashShaitainirRajiim”- Procuro refúgio de Allah, contra o Shaitan o amaldiçoado”.E Allah, o Melhor dos Protectores ensina os humanos para se protegerem contra ossheitanes, com a recitação do seguinte versículo: “E dize:Ó Senhor meu, em Ti eu me amparo contra as insinuações dos demónios! Em Ti eu me amparo, ó Senhor meu, para que não se aproximem (de mim)”.Cur’ane 23:97 e 98. Os nossos piedosos compilaram versículos do Cur’ane que denominaram de “Manzil”. Com a recitação diária deste conjunto de versículos, AllahSubhanahuwaTa’ala nos protegerá e nos acompanhará com a sua infinita Misericórdia. 

Os 3 últimos capítulos do Cur’ane, também constituem protecção contra o satanás, doenças e outras situações adversas. Aisha (Radiyalahuan-há) relatou: “Quando o Profeta de Deus pretendia ir dormir, todas as noites recitava o Surat Ikhlas, Surat al-Falaq e o Surat an-Nas e depois soprava sobre as palmas das mãos e passava-os pelo rosto e pelo todo o corpo onde as mãos podiam alcançar. E quando ele ficou doente, ele pedia-me para assim fazer para ele”.Bhukari 71: 644. Um muçulmano, submisso a Deus, não deve ter receio e deve saber lidar com todas os seres criados por Deus. A nossa fé em Deus e a nossa convicção de que Ele é o melhor Protector, será a melhor prevenção contra todos os males.

Os adivinhos e os curandeiros utilizam os génios para actividades ocultas e para lerem a sorte das pessoas desesperadas que os procuram. Ambos são grandes pecadores. Quem se aproxima deste tipo de charlatãs está a duvidar de que só Allah é que é o Conhecedor de tudo e o melhor Protector. Estará assim a associar a Deus, os seres por Ele criados. Infelizmente há muçulmanos que utilizam a magia e ganham a vida extorquindo dinheiro dos outros. Eles não estão a fazer nada mais do que desviar as pessoas do caminho de Deus. “YÁ HADI, HEHDINA SIRÁTUL MUSTAQUIM” – “Ó nosso Guia, guia-nos para o caminho da verdade”. 

A recitação diária do Ayat-al-Kursi (Versículo do Trono) – Cur’ane 2.255, aumenta a nossa fé e é também uma protecção contra os sheitanes. Antes de cair em desgraça, ibliss era um génio muito próximo de Deus e com elevados estatutos. A passagem seguinte comprova a sabedoria de ibliss e também a importância do Ayat-al Kursi: Abu Huraira (Radiyalahuan-hu) referiu: “O Apóstolo de Deus (SalalahuAleihiWassalam) incumbiu-me de tomar conta dos produtos provenientes do SadaqaFitr. Sorrateiramente, apareceu alguém que começou a carregar os referidos produtos.Eu lhe segurei e lhe adverti: “Por Deus vou levar-te à presença do Apóstolo de Deus”. Ele disse: ”Eu sou carente, tenho muitos dependentes e me encontro numa situação de grande necessidade”. Com pena, eu o soltei. Pela manhã, Muhammad (SalalahuAleihiWassalam) me perguntou: “O que se passou ontem com o seu prisioneiro?”. Eu respondi: “A pessoa queixou-se de que era carente com muitos dependentes, com pena, o soltei!”. O Profeta disse: “Na verdade ele disse uma mentira e irá aparecer novamente”. “Eu acreditei nas palavras do Profeta e fiquei atento à espera dele. Quando ele apareceu e começou a roubar, eu o agarrei e disse: “Definitivamente, vou levar-te ao Profeta”. Ele replicou: “deixe-me ir, porque sou muito carente com muitos dependentes e prometo nunca mais voltar”. Eu tive pena e deixei-o ir em liberdade. Pela manhã, o Profeta voltou a questionar-me o que acontecera com o referido usurpador. Eu respondi: “Ó Apóstolo de Deus, ele queixou-se da sua extrema necessidade e eu outra vez com pena, deixei-o ir embora”. O Profeta disse: “Na verdade ele disse uma mentira e vai voltar”. Eu o esperei atentamente pela terceira vez. Quando ele apareceu e começou a roubar, eu o agarrei e disse: “Certamente que desta vez vou levar-te ao Mensageiro de Deus, pois é a terceira vez que me prometes que não vais voltar mais, mas sempre quebras a promessa”. Ele disse: “Perdoa-me, eu vou ensinar-te algumas palavras, com as quais Deus vai beneficiá-lo”. Eu perguntei: “Que palavras são essas?”. Ele respondeu: “Sempre que você for dormir, deve recitar “Ayat-al-Kursi (Versículo do Trono) – Allahu lá iláhaillahuwa, al HaiúlQaiyuum… até terminar o versículo inteiro. (Se você fizer isso), Deus vai nomear um guarda para te proteger e o satanás não vai chegar perto de você até ao amanhecer”. Então eu lhe libertei. Pela manhã, o Apóstolo de Deus perguntou-me: “O que aconteceu com o seu prisioneiro ontem?” Eu respondi: “Ele alegou que me ensinaria algumas palavras pelas quais Deus me vai beneficiar, desde que o deixasse ir. O Apóstolo de Deus me perguntou: “Quais são (essas palavras)?” Eu respondi: “Quando for para a cama deverei recitar Ayat -al – Kursi desde o início até ao final e se eu assim fizer, Deus vai nomear um guarda para me proteger e o satanás não vai chegar perto de mim até de manhã”. O Profeta disse: “Realmente, ele falou a verdade, apesar de ser um mentiroso compulsivo. Você sabe quem era que estava falando contigo nessas três noites, ó Abu Huraira?”. Respondeu Abu Huraira: “Não, não sei”. Ele esclareceu: “Foi o satanás (ibliss)!”. Bukhari 38:505. 

“Wa ma alainaillalbalágulmubin""E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabanághfirliwaliwalidaiáwalilmu-mininayau ma yakumulhisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.Cur’ane 14:41. “WaÁhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”.E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá
28/05/2015

sexta-feira, maio 22, 2015

O Islão, Remédio contra a Islamofobia

O jihadismo é um perigo, sobretudo para o mundo muçulmano, porque oferece uma ideia destrutiva do Islão 17/04/2015 - Autor: Ángel Álvarez Hernández - Fonte: Webislam - Tradução de: M. Yiossuf Adamgy.

Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Santiago Agrelo, arcebispo de Tanger, declarou ao diário La Voz de Galicia, que se sentia mais respei-tado em Marrocos que na Península e que o perigo para a Europa não é o Islão, são os europeus, que perderam a alegria de o ser.

Segundo Santiago Agrelo, o jihadismo é um perigo, sobretudo para o mundo muçulmano porque oferece uma ideia destrutiva do Islão, e não é assim.

Sahih Muslim, recolhe um hadith, segundo o qual o Profeta Muhammad (p.e.c.e.), disse que "não entrará no Paraíso quem for malvado com o seu vizinho".

Os grandes meios de comunicação de massas, desconhecem a sincera espiritualidade que guia o muçulmano e que não é outra senão fazer a vontade de Deus (ár. Allah). Disse o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) que a Fé é uma confissão com a língua, uma verificação com o coração e um acto com os membros.

Abû Sa´id Ibn Abi´l-Khayr, ensinou-nos que o véu entre Deus e o seu servo não é nem a terra nem o céu, nem o Trono nem o Escabelo, mas o seu ego e as suas ilusões, e que só quando os afastamos de nós, podemos alcançar Deus.

O Profeta (p.e.c.e.), disse que "Deus não criou nada mais excelente que a inteligência, nem nada mais perfeito nem mais formoso; os benefícios que Deus concede devem-se a ela, a compre-ensão procede dela, e a ira de Deus golpeia a pessoa que a despreza".

E também disse o Profeta (p.e.c.e.), que “quem quer que siga um caminho na busca do conhecimento, Deus facilitar-lhe-á o seu caminho para o Paraíso”.

Ainda assim muitos dos grandes meios de comunicação continuam dando uma imagem desfigurada do Islão, como se fosse uma religião ancorada na Idade Média, ou como se fosse patrimônio exclusivo de extremistas e exaltados, algo que se contradiz com o hadith recolhido por Sahih Muslim, que diz que, segundo Abdallah Ibn Mas’ud (r.a.), o Profeta (s.a.w.), disse “pereçam os extremistas (três vezes).”

O rosto desfigurado que se oferece do Islão não é a sua verdadeira imagem, mas uma imagem interes-sada e cercada do mesmo, desenhada por quem quer criar, em nome do seu egoísmo e dos seus inte-resses, um Islão à sua medida, para tentar manipular os muçulmanos, para os converter em fanáticos ou aterrorizar o mundo para justificar as suas guerras e os seus interesses. Isso não é Islão. Bayazid dizia, que "os mais afastados de Deus entre os devotos são aqueles que mais falam d’Ele".

Frente àqueles que não param de falar mal do Islão, há que recordar que o Profeta (p.e.c.e.) disse que "quem crê em Deus e no Último Dia que fale o bem ou que se cale…".

Frente aos malvados, que carecem de alma e de coração, que jamais se comoverão com o pranto de um menino ou o sofrimento de uma anciã, o Sagrado Alcorão, diz-nos com uma voz forte: "E não colaboreis no mal e na inimizade!" (Alcorão, 5:2).

O Sagrado Alcorão diz que "Só serão incriminados aqueles que injustamente vituperarem e oprimirem os humanos, na terra; esses sofrerão um doloroso castigo". (42:42).

O Profeta (p.e.c.e.) disse que "quem quiser afastar-se do Fogo e entrar no Jardim, que venha o dia da sua morte com fé sincera em Deus e no Último Dia. E que atue com a gente da mesma forma que tivesse gostado que se comportassem com ele, seja de palavra ou de obra."

O Islão é, portanto, uma luz que ilumina a humanidade no seu caminho, que lhe dá esperança e vida. O Islão não é um conjunto de fanáticos terroristas financiados e treinados por obscuros interesses. A melhor cura frente à islamofobia é a apresentação do Islão tal e como é, com a sua sensibilidade e o seu esplendor, com a sua formosura e a sua verdade.

O Sagrado Alcorão ensina-nos que não é igual agir bem e agir mal: “Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Muhammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo!” (Alcorão, 41:34). Que “...quem matar uma pessoa que não tenha morto ninguém nem corrompido na terra, é como se tivesse matado toda a Humanidade. E que quem salve uma vida, é como se tivesse salvado as vidas de toda a Humanidade". (Alcorão, 5:32).

Os muçulmanos são segundo o Alcorão, aqueles “que dão esmola tanto na prosperidade como na adversidade, reprimem a ira, perdoam as pessoas, e Deus ama quem faz o bem…” (Alcorão, 3:134).

Quando pela enésima vez tenhamos que ouvir que o Islão é uma religião problemática, devemos recordar o que nos diz o Islão:

Que não te entristeça o que te digam! O poder pertence, na sua totalidade a Deus. Ele é Quem tudo ouve, Quem tudo sabe”. (Alcorão, 10:65).

Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 22/05/2015

quinta-feira, maio 21, 2015

O MÊS DE SHA’BÁN ANUNCIA A CHEGADA DO MÊS DE RAMADAN

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Aisha (Radiyalahu an-ha) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) jejuava mais no mês de Sha’ban, em relação aos restantes meses (mas só jejuava o mês inteiro no Ramadan). Bhukari e Muslim. Usaamah Ibn Zayid (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse acerca do mês de Sha’ban: “Este é o mês entre Rajab e Ramadan, que as pessoas não prestam atenção e é um mês em que as boas acções ascendem ao Senhor dos Mundos; eu gosto porque as minhas acções ascendem quando estou jejuando”. (Al Nassa’i.).
 
Seguindo a orientação do Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), devemos aproveitar o mês de Sha’bán para fazermos o maior número de jejuns facultativos que pudermos. Assim vamos treinando para o mês de Ramadan. O número de jejuns, dependerá do entusiasmo de cada um. Por outro lado, se tivermos alguns jejuns obrigatórios que por qualquer motivo válido não tivemos a oportunidade de cumprir durante o Ramadan passado, este será o derradeiro mês para o fazermos.
 
Não é aconselhável jejuar os dois últimos dias do mês de Sha’baan. Assim, faz-se a distinção entre os jejuns facultativos e os obrigatórios do mês de Ramadan, separando-se as a acções naafil (facultativas) das fard (obrigatórias). Para os que não estão habituados a fazer jejuns facultativos, recomenda-se que nos 15 dias anteriores ao início do Ramadan, se abstenham de jejuar, a fim de manterem a força suficiente para os jejuns obrigatórios que se aproximam.

A fé e a espiritualidade do Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) permitiam-lhe continuar com os jejuns durante as noites, sem interrupção e sem alimentos (Saum-al-wisal). Ele proibiu os seus companheiros de o fazerem, informando-lhes: “Quando eu estou neste estado (de jejum ininterrupto) como não sou como vocês, o meu Senhor me provisiona e me dá de beber durante a noite”.
 
Referiu ainda o Profeta (Salalahu Aleihi Wasssalm) que o melhor dos jejuns facultativos foi observado pelo Profeta Daúde (David) – Aleihi Salam, que jejuava em dias alternados e assim descansava um dia para ganhar forças para o dia seguinte. E o melhor dos jejuns facultativos (fora do mês de Ramadan), são os observados de forma que só o jejuador e o Criador o saibam.
 
Deus refere no Cur’ane: “Ó crentes! Foi-vos prescrito o jejum tal como foi prescrito aos que vieram antes de vós, para serdes piedosos. Jejuai um determinado número de dias. E quem de entre vós estiver doente ou em viagem, que jejue o mesmo número em outros dias”. Cap, 2 Vrs. 183. Num Hadice Kudssi, Deus refere: “Todos os actos do filho de Adamo (Aleihi Salam) são para ele, excepto o jejum que é exclusivamente para Mim e Eu é que o recompensarei”.
 
O Ramadan é o mês de sacrifício, de devoção e de generosidade. Os servos de Deus, deixam de comer, lembrando milhões de seres humanos que passam fome extrema, por não terem, pelo menos, uma refeição diária. É também um mês de misericórdia e do perdão. É uma oportunidade anual que o servo de Deus não deve deixar de aproveitar, porque não tem a certeza de que no próximo Ramadan, terá saúde suficiente ou se estará vivo. O muçulmano nesse mês, cumpre com um dos 5 pilares do Isslam. O crente, pecador por natureza, entrega-se mais no acolhimento e na adoração a Deus. Vai sentir fome (?), mas mesmo assim, amplia as suas actividades religiosas e torna-se mais generoso para com o seu semelhante.
 
Verificam-se alguns aspectos curiosos nesse mês: O crente torna-se ainda mais devoto. O grande pecador, reconcilia-se com Deus; o consumidor de bebidas alcoólicas vai passar o mês em abstinência e a partir daí, promete deixar definitivamente de beber. Outros prometem começar a cumprir com as 5 orações diárias obrigatórias. Outros fazem um balanço do ano e muitas vezes duma vida inteira passada ao lado das obrigações religiosas. Depois de cumprido o mês de Ramadan, uns conseguem levar avante as promessas. 
 
Outros, infelizmente, continuarão a singrar o mesmo caminho. Poderão ter mais uma oportunidade para o
ano, mas quem sabe?
 
Muitos doentes, movidos pela fé, sabendo que poderão correr riscos, mesmo assim fazem o jejum. É importante que cada um analise a sua situação clínica, aconselhando-se com os médicos. Para o nosso Criador, é melhor um corpo com saúde e uma mente sã, do que um corpo debilitado.
 
Ó Allah, só Tu é que dás a vida e a morte, rogamos para que alcancemos e completemos o mês de Ramadan com saúde e com a fé reforçada, para que possamos aliviar a carga dos nossos pecados. Ameen. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. “E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
21/05/2015

quinta-feira, maio 14, 2015

A Viagem Nocturna e a Ascensão (Al-Isrâ wal-Mi‘râj) do Profeta Muhammad (s.a.w.) Por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

No próximo dia 15 de Maio de 2015 /26 de Rajab de 1436, os Muçulmanos de todo o mundo celebrarão, in cha Allah, a Viagem Nocturna e a Ascensão (Al-Isrâ wal-Mi‘râj) do Profeta Muhammad (s.a.w.).

A vigésima sétima noite do mês lunar de Rajab é aproveitada pelos muçulmanos para comemorar um dos sucessos mais importantes e extraordinários na vida do Profeta Muhammad (s.a.w.): a sua Viagem Nocturna (Isrâ) que o levou, num instante, de Meca a Jerusalém e a Ascensão (Mi‘râj) ao mais elevado dos céus. 

Designa-se com o termo Isrâ a viagem nocturna que Allah fez empreender ao Profeta (s.a.w.) e que o levou desde a Mesquita Haram de Meca à Mesquita mais Remota (al-Másjid al-Aqsá), o Templo de Salomão em Jerusalém. Desde aí, o Profeta Mu-hammad (s.a.w.) ascendeu pelos diferentes céus alcançando alturas que não são dadas a imaginar nem a homens nem a génios. Esta segunda viagem na vertical recebe o nome de Mi‘râj. 

Nas suas Sahîh, al-Bukhâri e Muslim narram as linhas gerais de Isrâ e Mi‘râj: O Profeta (s.a.w.) montou sobre um animal de natureza mística (al-Burâq), maior que um asno mas menor que uma mula e cujo passo alcançava os limites da vista... Entrou na Mesquita al-Aqsá, e aí realizou Salât (Oração) de dois rak‘as. Seguidamente, o Anjo Gabriel (Jibril a.s.) deu-lhe a escolher para beber de dois recipientes, um continha vinho e o outro leite (o vinho ainda não tinha sido proibido), e Muhammad (s.a.w.) escolheu o que continha leite. Gabriel disse- -lhe: “Acertaste na natureza primordial (fitrat)”. Depois, Gabriel conduziu-o ao primeiro céu, logo ao segundo, ao terceiro... até ao Loto do Limite (Sidrat al-Muntahá), que marca o final do sétimo céu e é a fronteira para as criaturas. Muhammad (s.a.w.) avançou, e Deus (ár. Allah) “mostrou-lhe o que lhe mostrou”... 

Durante essa Noite, foi imposta aos muçulmanos a prática da Oração (Salât) cinco vezes ao dia. Num primeiro momento, foram ditados cinquenta Ora-ções, distribuídos ao longo da noite e do dia, mas o seu número foi reduzido finalmente a cinco, valendo cada um deles por dez. 

No dia seguinte, uma vez regressado a Meca, o Profeta (s.a.w.) descreveu às pessoas o que acabava de viver. Os idólatras transmitiram o relato e acolheram-no entre as burlas. Inclusivamente alguns desafiaram-no a descrever os restos do Templo de Salomão, já que havia estado nele. Durante a sua visita a Jerusalém, o Profeta Muhammad (s.a.w.) não se tinha fixado nos detalhes, e não pode responder ao princípio. Al-Bukhâri e Muslim continuam a sua narração com as seguintes palavras do próprio Profeta: “Quando os Coraixitas me desmentiram, fui ao interior do recinto da Caaba, e aí Allah fez-me ver de novo o Templo de Jerusalém. Saí e descrevi-o tal como tinha aparecido sob o meu olhar”. Apesar disso, os idólatras continuaram a afirmar que o Profeta Muhammad (s.a.w.) mentia ou tinha sido vítima de uma alucinação. 

Os idólatras foram ter com Abû Bakr, cuja sensatez e prudência valorizavam, e contaram-lhe o que andava a dizer Muhammad, de quem se tinha convertido em seguidor. Esperavam que ele se vol-tasse atrás e abandonasse o Profeta, mas em lugar disso, ele disse: “Eu digo que as suas palavras são verdadeiras, e sustinha-o ainda que fosse mais longe nas suas afirmações”. Por isso, Abû Bakr, que depois seria o primeiro califa do Islão, recebeu o sobrenome de as-Siddîq, o que confirma a Muham-mad (s.a.w.). 

Nesse mesmo dia, o anjo Gabriel voltou a mostrar- -se a Muhammad (s.a.w.) e detalhou-lhe os actos que deviam realizar-se durante a Oração (Salât) e o seu horário, ficando definitivamente estabelecido. Antes desta instituição, o Profeta Muhammad (s.a.w.), se-guindo a tradição do Profeta Abraão (Ibrahim a.s.), realizava dois rak‘as ao amanhecer e outros dois ao entardecer, voltado em direção a Jerusalém. Jeru-salém continuou a ser a Qibla (Orientação) dos muçulmanos durante ainda algum tempo, até que o Alcorão, depois da Hégira, ordenou a orientar-se para a Mesquita Haram Charif de Meca.
Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 07/05/2015

RELEMBRANDO A NOITE DE MI’RAJ

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Refere o sagrado Cur’ane: “Glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu servo, da Mesquita sagrada (em Makka), à distante Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe alguns dos nossos sinais. Deus ouve tudo e vê tudo”. Cap.17, Vers.1.

Devido à preocupação do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) por causa do seu umah (seguidores), não só por aqueles que o acompanhavam mas também por todos aqueles que iriam nascer depois dele e até ao final do mundo), Deus, nosso Criador, para o tranquilizar, concedeu-lhe a noite de Mi’raj. Isrá, significa viagem nocturna que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) efectuou a partir de Makkah, para Jerusalém. Mi’raj é derivado da palavra Uruj, que significa subida aos céus.

No edifício original da Caaba, onde os jovens Quraischitas e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumavam descansar, veio Jibrail (Aleihi Salam) – O Anjo Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele, acompanhado de outros anjos. Levaram o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) para junto do poço da agua de zam-zam, abriram-lhe o peito, retiraram-lhe o coração que foi lavado. De seguida encheram o seu peito de fé e de luz e depois fecharam o peito.

Com o animal que os anjos trouxeram o – Buraq, mais veloz que o relâmpago, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi transportado para Jerusalém. Na Mesquita sagrada de Al.Aqsá, fez dois rakates (2 ciclos de oração). Quando saiu da Mesquita, o Anjo Gabriel (Aleihi Salam), apresentou-lhe 2 taças. Uma com vinho e outra com leite. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) preferiu o leite, pelo que o anjo referiu: “Ainda bem que preferiste a taça de leite, porque senão a tua comunidade desviar-se-ia do bom caminho”.
Ambos ascenderam ao céu. Na respectiva porta perguntaram quem é! Respondeu o anjo: “É o Anjo Jibrail acompanhado de Muhammad”. Perguntaram: “Foram chamados?”. Sim, disse ele. As portas do céu abriram-se.

No primeiro céu viram um homem com muitas sombras nas duas faces da cara. Quando o homem olhava para o lado direito da cara, sorria. Quando olhava para o lado esquerdo da cara, chorava. O Profeta perguntou ao anjo, quem era. Respondeu-lhe: “ é o teu pai Adam (Adão), Aleihi Salam”. Do lado direito, estão as pessoas todas que irão para o paraíso. Do lado esquerdo, estão os que irão para o inferno.

O Profeta foi passando por todos os céus, fazendo perguntas e obtendo respostas. Em cada céu, encontrava-se com Profetas (Aleihi Salam). Encontrou-se com Issa (Jesus) e Yáhhá (João Baptista), Que a Paz de Deus esteja com eles, que lhe apresentaram boas vindas. Depois encontrou-se com os Profetas José, Idriss, Aarão e com Moisés (que a Paz de Deus esteja com eles). Ao falar com o Profeta Mussa - Moisés (que a Paz de Deus esteja com ele), o Profeta Mussa começou a chorar e disse: “Ó meu Deus; Tu enviaste este jovem Mensageiro depois de mim, cujos seguidores serão mais a entrarem no paraíso do que os meus.”

No sétimo céu, foi recebido pelo Profeta Ibrahim (Abraão), que a Paz de Deus esteja com ele. O Anjo Jibrail, que sempre acompanhava o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), disse-lhe: “Este é o teu pai”. A seguir foi apresentado a Allah, Senhor dos mundos, o Uno, o Majestoso. A distância em que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) se encontrava com Allah, Subhanahu Wataala, era somente o equivalente a dois arcos (arcos de atirar flechas). O Profeta chegou tão perto, onde o Anjo Jibrail nunca tinha chegado. Se o Anjo Jibrail desse mais um passo, transformar-se-ia imediatamente em cinzas!

Aí começou o diálogo entre Allah, nosso Criador e o seu Mensageiro: Deus diz que chegou o momento de estarmos juntos. O Profeta responde que chegou o momento de estar com Allah. Allah, Subhanahu Wataala, diz que todo o universo é para si ó Rassulullah. Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) responde: “deixei tudo para satisfazer a Allah, somente para adorar a Allah”.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) levou 3 ofertas para Allah: 1)- ATAHIATO LILAHI; 2)- WA SALAWATO; 3)- WA TAHIBATO. Atahiato Lilahi – Toda a adoração (ibádate) que é efectuada no mundo verbalmente; Wa Salawato – Toda a adoração que é efectuada no mundo, fisicamente; Wa Tahibato – Toda a adoração que é efectuada no mundo, monetariamente e com bens mundanos, É SÓMENTE PARA AGRADAR A ALLAH. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não regressou de mãos vazias. Trouxe também 3 presentes de Allah, Subhanahu Wataala: 1) – ASSALAMO ALEIKA AIHUHANABÍ; 2) – WA RAHMATULAHI; 3- WA BARAKATUHU. Assalamo Aleika Aihuhanabi – Que a Paz esteja acima de ti. Wa Rahmatulahi – Rahmat (Misericórdia) estejam também acima de ti; Wa Barakatuhu – As bênções também acima de ti. Sendo que a preocupação do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) era por causa dos seus seguidores e pelo que seria deles no dia do julgamento final, o Profeta depois de receber as 3 ofertas, disse: ASSALAMO ALEINA WAALÀ IBADILAHI SUALIHINA – Que a Paz não só acima de nós, mas também acima de todas as pessoas piedosas.

Em baixo o Anjo Jibrail, ao ouvir aquelas palavras disse em voz alta: ASH-HADU AN LA ILAHA LALAHU, WA ASH HADU ANÁ MUHAMMAD ABDUHU WA RASSULUHU – Testemunho a unidade de Allah e que Muhammad é o Seu servo e apóstolo.

Os muçulmanos lembram-se deste Atahiato, todos os dias nas suas 5 orações. Depois, Allah, nosso Senhor, instituiu a Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) 50 orações diárias. Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) estava de regresso, voltou a encontrar-se com o Profeta Mussa (Aleihi Salam), que lhe perguntou o que Allah lhe tornou obrigatório para ele e para a sua comunidade. Respondeu: “50 orações diárias.” Mussa (Aleihi Salam) disse: “A tua comunidade não conseguirá cumprir com isso, porque eu tenho experiência dos filhos de Israel. Volta ao nosso Senhor e pede-Lhe que reduza o número das orações. Na primeira redução conseguida para 45 orações, o Profeta Mussa (Aleihi Salam), continuou a dizer que os seus seguidores não conseguirão cumprir, pelo que lhe recomendou outra vez, para ir solicitar uma redução. Com várias idas e regressos, finalmente o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) conseguiu a redução para 5 orações diárias. Porque já sentia vergonha de solicitar nova redução, ouviu do nosso Senhor e Criador, as seguintes palavras: “Ó Muhammad! Na minha ordem já não haverá mais alterações. As orações obrigatórias serão apenas 5, mas a recompensa de cada oração será equivalente a 10 orações, o que equivale a mesma, às 50 orações diárias.

Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) regressou à terra, o Anjo Jibrail (Que a Paz de Deus esteja com ele), ensinou-lhe como fazer as orações.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) sempre se preocupou com todo o seu Umah e em especial com aqueles que virão depois dele, conforme o referido no seguinte hadice: O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), uma vez estava com os seus companheiros e disse: “Quando verei eu os meus irmãos?”. E os companheiros perguntaram-lhe surpreendidos, se eles não eram os seus irmãos. E ele respondeu “Vós sois os meus companheiros; mas os meus irmãos serão aqueles que acreditarão em mim sem nunca me terem visto”. – Hadice narrado por Ahmed. Alahhuma Sali Alã Muhammad Waalã Alihi Wassalam.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

quarta-feira, maio 13, 2015

OS CORAÇÕES SÃO DE QUATRO TIPOS

Louvado seja Allah. Nós Lhe agradecemos e buscamos a Sua ajuda e diretriz. Buscamos refúgio junto a Ele quanto aos malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Àquele a quem Allah encaminhar, ninguém o pode desviar, e quanto àquele a quem desviar, ninguém pode pô-lo no caminho certo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros. Presto testemunho de que Mohammad é o Seu servo e mensageiro.

Os corações de todas as pessoas dividem-se em quatro tipos que o Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em seu fabuloso hadice, compilado pelo Imam Ahmad, e narrado por Abu Said Al-Khudri, disse: “Os corações são de quatro tipos. Coração puro, com lâmpada florescente; coração coberto e selado; coração abatido e coração blindado.”

Quanto ao puro, é o do crente que possui uma luz. No que diz respeito ao coração coberto, é o do incrédulo. No que tange ao coração abatido, é o do hipócrita que sabe, mas nega. Quanto ao coração blindado, é o que tem fé e hipocrisia. A fé que tem nele assemelha-se a erva, alimentada pela água. A hipocrisia dele é como a ferida, alimentada pelo sangue e pelo pus. O que sobrepuja o outro prevalecerá.

É uma divisão extraordinária que o Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) fez dos corações dos humanos, que abrange todos os corações, sem exceção. O hadice fidedigno também nos informa que o Profeta (S) disse: “Há no corpo humano um pedaço de carne; quando este está saudável, todo o corpo fica saudável, e quando está doente, todo o corpo fica doente. É o coração.”

Ele também disse: “Allah não olhará para as vossas figuras e vossos corpos, mas olhará para os vossos corações e para as vossas ações”, porque é o local da intenção. Podem dez pessoas praticar o mesmo ato, mas Allah só irá aceitar quem o fizer para aprazê-Lo.

Por isso, o Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) discorreu sobre os corações, descrevendo o do crente como puro, ou seja, puro de toda espécie de desejos. Ele faz por Allah e para Allah, não se importando em agradar ou desagradar às pessoas. Ele oferece a sua vida pela sua religião, e esse é o objetivo dos que são sinceros para com sua religião.

Por isso, seu coração possui uma lâmpada florescente, a lâmpada da fé, e a sua pureza e o sinal de sua sanidade do ilícito. Por isso, Allah descreveu esse coração da seguinte forma:

"Salvo para quem comparecer ante Allah com um coração sincero" (٢٦: ٨٩- Os poetas 89), livre de cultuar alguém além de Allah, livre de recorrer a alguém além do Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). O coração puro é aquele cuja cultuação é inteiramente a Allah. Se ele der algo, o faz em nome de Allah e se o restringir, o faz em nome de Allah. A origem da pureza é a luz que brota do coração do crente e lhe ilumina o mundo, como nos foi informado por Allah: "Pode, acaso, equiparar-se aquele que estava morto e o reanimamos à vida, guiando-o para a luz, para conduzir-se entre as pessoas, àquele que vagueia nas trevas, das quais não poderá sair?" (٦:١٢٢- o Gado 122) E iluminará o seu caminho na Outra Vida, como Allah diz: "O dia em que verás os crentes e as crentes com a luz a se irradiar ante eles, e pelas suas mãos direitas. Nesse dia vos alvissaremos com jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morareis eternamente. Tal será a magnífica recompensa!" ( ٥٧:١٢- O Ferro 12).

Essa é a luz citada pelo Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ao dizer "A sua lâmpada será a sua luz."

Quanto ao coração coberto e selado, é o coração do incrédulo. Ele está hermeticamente fechado, não vê a luz nem a luz o vê. Verificamos isso no detalhe da expressão do Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) quando disse "coberto e selado". A cobertura sozinha não é suficiente, mas há o selo hermético que o isola da luz da ciência, da fé e da orientação. É o que aconteceu com os judeus a respeito dos quais o Alcorão diz: "E disseram nossos corações estão insensíveis" (٢: ٨٨A Vaca 88)

No que diz respeito ao coração abatido, é o coração do hipócrita que conheceu a verdade e não a seguiu, mas a negou e lutou contra ela.

A origem dessa hipocrisia são os corações enfermos, que amam a vida terrena, amam a autoridade, amam as posições e amam os desejos, como foi esclarecido por Allah: "Em seus corações há enfermidade, e Allah os aumentou em enfermidade, e sofrerão um castigo doloroso por suas mentiras... São os que trocaram a orientação pelo extravio; mas tal troca não lhes trouxe proveito, nem foram iluminados." (٢: ١٠ e ١٦ A Vaca 10 e 16).

Se o incrédulo se harmoniza consigo próprio porque escolheu a incredulidade como caminho e é sincero quando o faz. O hipócrita não se harmoniza com o mundo cultuador em que vive, nem consigo próprio; ora se joga no colo dos incrédulos ora no dos crentes.

Allah cita isso: “E quando se deparam com os crentes, asseveram: Cremos. Porém, quando a sós com os seus sedutores, dizem: Nós estamos convosco; apenas zombamos deles. Mas Allah zombará deles, e os abandonará, vacilantes, em suas transgressões” ( ٢:١٤-١٥ A Vaca 14 e 15).

Este é o pior dos corações porque considera o ilícito lícito e segue os seus adeptos, e considera o lícito ilícito e combate os seus adeptos.

Dando continuidade aos tipos dos corações, como foi-nos esclarecido pelo Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), dissemos que o coração invertido é aquele que conhece a verdade e não a segue, nega-a e a combate. É preciso saber que a alma do hipócrita é perturbadora, representando um perigo enorme para a sociedade islâmica por conhecer os seus segredos. Por isso, Allah descreveu-os como: “E quando os vês, os seus aspectos te agradam; e quando falam, escutas-lhes as palavras. Todavia, são como madeira encostada; pensam que qualquer grito é contra eles” (٦٣: ٤Hipócritas 4).

O hipócrita caracteriza-se por marcas que o apontam. O Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) esclareceu-nos a respeito do hipócrita, dizendo: “O fingido possui três aspectos: quando está só torna-se preguiçoso, quando está com as pessoas, torna-se ativo. Quando é elogiado, trabalha mais. Quando é censurado, trabalha menos.”

Quanto ao coração vacilante é aquele que abriga a fé e a hipocrisia ao mesmo tempo. Ora está do lado dos crentes, ora está do lado dos incrédulos. Esse tipo de hipocrisia é o que representa o maior perigo para o crente, porque ele é considerado crente e, ao mesmo tempo, possui um aspecto de hipocrisia. Lemos, nos dois livros fidedignos do hadice, que Abdullah Ibn Amr Ibn Al ‘As (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) relatou que o Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse: “Existem quatro características (para se conhecer a hipocrisia); quem as tiver será um autêntico hipócrita, e quem tiver só uma delas terá a característica de hipocrisia, até que a abandone. Caso se confie nele, trai a confiança; se conta algo, mente, se faz um pacto, viola-o; e se tem alguma diferença com alguém, age com perversidade.”

Se a fé é constituída de setenta e poucas características, a hipocrisia possui muitos aspectos. Abu Huraira (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) relatou que o Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse: “Distingue-se o hipócrita por três características: quando conta algo, mente; quando promete, não cumpre; e quando confiam nele, trai, mesmo que jejue, pratique a oração e alegue que é muçulmano.”

Devido a esse comentário assustador dos corações crentes, o Bukhári compilou que Ibn Abi Malaquiya narrou: “Conheci trinta dos companheiros de Mohammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). Todos eles temiam que se tornassem hipócritas.”

A respeito disso, Allah diz: “O que vos aconteceu, no dia do encontro dos dois grupos, aconteceu com o beneplácito de Allah, para que Ele testasse os verdadeiros crentes; e testasse também os hipócritas, aos quais foi dito: Vinde lutar pela causa de Allah, ou defender-vos. Disseram: Se soubermos que irá haver combate, seguir-vos-íamos! Naquele dia, estavam mais perto da incredulidade do que da fé, porque diziam, com as suas bocas, o que não sentiam os seus corações. Porém, Allah bem sabe tudo quanto ocultam” (٣:-١٦٧ ١٦٦ Família de Imiram 166-167).

Ibn Taimiya, comentando o assunto, disse: “Alguns estão mais próximos da incredulidade do que da fé por serem confusos e sua incredulidade é maior do que a sua fé, outros a sua fé é maior do que a sua incredulidade.”

O Profeta (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) comparou a fé dos corações e os atos da virtude e das boas obras com a semente que é regada por água pura, que a desenvolve. Ele disse: “A fé assemelha-se a erva, alimentada pela água pura. A hipocrisia é como a ferida, alimentada pelo sangue e pelo pus. O que sobrepuja o outro prevalecerá.”

A posição mais vergonhosa dos governantes muçulmanos é a sua humilhação e hipocrisia, sem se importarem com a ira de Allah. Narra-se que Fadhl Ibn Rabi’, ministro de Harun Al Rachid, foi ser testemunha num caso perante Abu Youssef, companheiro de Abu Hanifa. Abu Youssef não aceitou o seu testemunho. Fadhl queixou-se ao Califa. Este perguntou Abu Youssef à causa de sua recusa de aceitar o testemunho do homem. Abu Youssef lhe disse: “Ouvi-o, um dia, dizer ao califa: ‘Sou seu escravo!” Se ele disse a verdade, o testemunho do escravo não é aceito. Se mentiu, o seu testemunho, também, não é aceito.”

Ibn ‘Alcami, outro ministro dos califas abássidas, contatou ao comandante dos tártaros e colocou-o a par da situação dos muçulmanos, o número de seus exércitos, o número de seus combatentes, etc. Ao mesmo tempo, arrefeceu os ânimos do califa e o aconselhou a capitular e não entrar em guerra contra os tártaros. Muito depressa, os exércitos de Hulaco invadiram as terras islâmicas, destruindo tudo que encontravam pela frente, matando os muçulmanos. Os historiadores dizem que o número de mortos foi de oitocentos mil a um milhão de vítimas. Isso numa só cidade. Eles pegavam os familiares dos abássidas, juntamente com suas mulheres e filhos e os levavam para o cemitério, degolavam alguns como se degolava carneiros, e aprisionavam outros. Mataram idosos, que sabiam o Alcorão de cor, destruíram as mesquitas e proibiram as reuniões por vários meses, em Baghdad. Tudo isso aconteceu com a comunidade muçulmana, apenas. Nada aconteceu com judeus e cristãos, de acordo com Ibn Kacir. Isso nos mostra quão maléfico é o hipócrita para a sociedade. Quanta matança e quanta destruição causaram Ibn ‘Alcami com a sua hipocrisia! O que ele lucrou, com aquilo? Ele foi nomeado ministro dos tártaros, depois da queda de Baghdad, por alguns meses apenas. Pois, logo morreu, sem desfrutar do prêmio de sua traição.

A situação dos muçulmanos só irá melhorar quando cada um deles estiver disposto a comprazer a Allah e aplicar o sistema d’Ele. “Quanto àqueles que diligenciam por Nossa causa, encaminhá-los-emos pela Nossa senda. Sabei que Allah está com os benfeitores” (٢٩:٦٩- A Aranha 69).

Que Allah nos fixe na fé e limpe os nossos corações da hipocrisia. Amém.
Fonte: www.islam.com.br - Revisão: Lic. Muhámmad Isa García - Escritório de Dawa na Rabwah - Riyadh

sexta-feira, maio 08, 2015

Os segredos que esconde o Adhan (O Chamamento para a Oração)

Ao muazim (o que faz o chamamento para a Oração (Salat), Allah perdoa as suas faltas pela potência da sua voz Coordenado por: M. Yiossuf Adamgy.

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Muita gente pensa que a Oração (Salat) começa quan-do se pronuncia Takbiratul Ihram (Allahu Akbar), mas equivoca-se. Salat começa muito antes. O Profeta Muhammed (s.a.w.) disse: "Esperar o momento de Salat é como estar fazendo Salat"
Inclusivamente antes, segundo um hadith do Profeta Muhammad (s.a.w.) que diz:

"Quem faça a sua ablução e se dirija diretamente ao Salat, não cruze os seus dedos porque já está rezando".

Possuímos um tesouro de valor incalculável a que não prestamos a atenção que merece, ouvimo-lo cinco vezes ao dia — falo do "Adhan" (o Chamamento para a Oração).

O "Adhan" está cheio de segredos e são poucos os que lhe prestam atenção.

Fizeste o Adhan alguma vez?

Quem costuma fazer o Adhan antes de Salat, desfruta muito mais dela. Haverá quem não encontre relação entre o Adhan e a concentração na Salat, mas, quem é o nosso maior inimigo durante Salat? Quem é o que não poupa em esforços para fazer com que pensemos em qualquer coisa, de modo que nos distraiamos na Oração? Obviamente, é o Satanás (Shaytan); pois bem, o Adhan afugenta o Satanás.

Segundo um hadith do Profeta Muhammad (s.a.w.):  "Quando se efectua o chamamento para a Oração, Satanás foge até que não possa escutar o Adhan".

Satanás odeia esta ação com todas as suas forças; por conseguinte, o Adhan é uma oportunidade para aumentar o seu enfado e fazê-lo pagar por todas as vezes que nos molestou e distraiu durante a Oração.

Normalmente não cumprimos com a Oração como é devido, pois sempre falta algo por culpa da distração, e o Adhan pode servir para fortalecer a nossa Oração.

O Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: "Ao muezim, Allah perdoa as suas faltas pela potência da sua voz; qualquer ser vivo ou inerte que o escute e repete com ele, tem para si mesmo a recompensa de quem reze com ele".

Ou seja, se reza com cem pessoas leva a mesma recompensa que todos eles.

E haverá quem pense “o que tenho que ver com isto se eu não sou muazim”.

E se vos dissesse que podem obter a mesma recompensa que o muazim?

Ibn Abdallah Bin Amr transmitiu que um homem disse uma vez ao Profeta Muhammad (s.a.w.): "Ó Profeta de Allah, os muezimes têm mais recompensa que nós", e o Profeta Muhammad (s.a.w.) contestou: "Repete o mesmo que eles dizem".

Subhanallah, há pessoas que sabem como conseguir "hasanat" com apenas esforço, conhecimento e saber.

Diz Allah no Nobre Alcorão: "Allah elevará em um grau aos que dentre vós acreditem e aos que receberam o conhecimento".

O que primeiro dizemos no Adhan é "Allahu Akbar", (Deus é o Maior); se se está no seu negócio e se escuta esta frase do Adhan, significa que Allah é Maior que o seu negócio; portanto deve deixar o seu negócio e acudir a Allah, louvado seja. Se se está com a sua família, significa que Allah é Maior do que eles. Se se está a dormir e se escuta Allahu Akbar significa que Deus é Maior que as suas horas de descanso. Por isso, repete-se mais de uma vez.

Uma vez que deixamos o que estamos fazendo para acudir à Oração, cabe perguntar porquê?

Porque o fazemos pela frase que vem depois "Ashadu an la ilaha illa Allah" (Testemunho que não há outra divindade salvo Allah (Deus) ".

Nós rezamos segundo os ensinamentos do Profeta Muhammad (s.a.w.).

O nosso amado Profeta Muhammad (s.a.w.) disse:

"Rezai como me vistes rezar".

Por isso, a frase seguinte é "Ashadu anna Muham-madan rassulu Allah" (Testemunho que Muhammad é o mensageiro de Allah) e isto mostra as duas condições que se devem cumprir para que um ato seja aceite; fidelidade a Allah e obediência ao Profeta Muhammad (s.a.w.).

O Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: "Segui o meu exemplo nos vossos atos de adoração"

Diz Allah no Nobre Alcorão:

"Aquele que espere o encontro com o seu Senhor que atue com retidão e que, ao adorar o seu Senhor, não o associe a ninguém".

Ao ouvir isto diariamente acostumamo-nos e não o valorizamos, inclusive a gente acode às mesquitas coincidindo com a Iqama (início de Salat) e não presta atenção ao Adhan.

Com o Adhan, eleva-se o nome do nosso amado Profeta Muhammad (s.a.w.). Cada vez que o sol se inclina e chega a hora de Salat num país concreto, o nome do nosso Profeta Muhammad (s.a.w.) se pronuncia em todas as Mesquitas desse lugar, e um minuto mais tarde sucede o mesmo no país ou lugar contíguo e assim sucessivamente. Al-hamdulillah, não existe um país no mundo onde não haja muçulmanos; por isso, podemos dizer que o nome do Profeta Muhammad (s.a.w.) se repete em todos os cantos do mundo, ao longo do dia.

O que seguidamente diz o muezim no Adhan é "Haya ‘ala assalat" (Venha para oração); e nós, o que devemos repetir? O mesmo? Não, devemos dizer "La hawla wa la quwata il-la bil-lah" (Não há poder nem força senão com Allah); se escutamos o muezim dizer "Haiia ‘ala alfalah" (Venha para o triunfo), não podemos senão alegrar-nos. Salat é o meu triunfo? A minha felicidade? Porque não haveria de vir?

E segue o Adhan com a mesma fórmula com que começou, despegar-se deste mundo, desta vida; "Allahu Akbar", o Adhan conclui como havia começado. E no caso do Adhan de Fajr, acrescenta-se "Assalatu khairum minan naum" (rezar é melhor que dormir), e nós deve-mos dizer "sadaqta wa barakta".

Du’aa (súplica) para depois do Adhan: “Al-lahum-ma Rab-ba hazehid-daawatit-taam-mat, wa as-salatil qa-imat, ati Mu-ham-mada-nelwassilata wal fadilata wad-darajatar-rafiata, wa ab-as-hu maqaamaam- mahmuda, nil-lazi waâd-tahu, warzuqna chafa’atahu yaumal-qiyamat. In-naka la tukhliful-miaad”.

“Ó Allah, Senhor deste chamamento perfeito e da Oração que está prestes a estabelecer; concede a Muham-mad (s.a.w.) o grau de intercessão (wassilah); e (concede-lhe) a graça. E envia-o para o Makáme Mahmud que Tu lhe prometestes; e confere a sua intercessão no dia de Julgamento; na verdade, Tu não contrarias na Tua promessa”.

Com esta súplica, o Profeta (A Paz e as Bênçãos de Deus estejam com ele) garantiu-nos a sua intercessão ante Allah, no Dia Final.

Outro aspecto a destacar do Adhan é que nos anuncia o encontro com o Ser mais querido para nós, o encontro com Allah. O Adhan é o que nos anuncia a iminência do encontro com O Amado; por isso, os que realmente amam a Deus apressam-se a correr para as  Mesquitas, imediatamente depois de o escutar.

Aisha (r.a.) transmitiu que o Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: "Quem ame o encontro com Deus, Deus amará o encontro com ele, enquanto quem não deseje o encontro com Deus, Deus não desejará o encontro com ele" 

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 07/05/2015

quinta-feira, maio 07, 2015

RELEMBRANDO:A ORIGEM DA NOITE DE MI’RAJ

AssalamoAleikumWarahmatulahWabarakatuhu(Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) BismilahirRahmaniRahim(Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Refere o sagrado Cur’ane: “Glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu servo, da Mesquita sagrada (em Maka), à distante Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe alguns dos nossos sinais. Deus ouve tudo e vê tudo”. Cap.17, Vers.1. Alahhuma Sali Alã Muhammad WaalãAlihiWassalam.

É conhecida a preocupação que o Profeta Muhammad (SalalahuAleihiWassalam) teve por causa do seu Umah (Povo Muçulmano). Ele passava as noites a chorar e a pedir a Deus que encaminhasse o seu Umah para o caminho da verdade. Sua esposa, HazratAisha (Radiyalahuan-há) pediu ao Profeta (SalalahuAleihiWassalam) para lhe fazer um duá (prece) para ela, o que ele respondeu que para ela lhe tinha feito uma prece, mas para o seu Umah em geral, tinha feito 5 preces. 
 
Consta-se que uma vez o anjo Gabriel - Jibrail (Aleihi Salam) apareceu ao Profeta (SalalahuAleihiWassalam) com a cara transtornada e foi-lhe perguntado o motivo. Jibrail (Aleihi Salam) respondeu de que tinha acabado de visitar o inferno. Rassulullah (SalalahuAleihiWassalam) pediu-lhe para contar o que tinha visto. Informou ele, que Deus, todo o Poderoso, mandou atear o fogo no inferno e manteve-o aceso por mil anos, acabando por ficar de cor branca. Depois Deus mandou atear mais o fogo por um período de mais mil anos. Aí as chamas tornaram-se vermelhas. Mais uma vez, Deus, mandou os anjos atearem o fogo por outro período equivalente e o anjo referiu que as chamas se tornaram tão pretas que não se conseguia distinguir nada. Disse Jibrail (Aleihi Salam) de que se Deus mandasse abrir o inferno, na dimensão de um furo de uma agulha, que o mundo ficaria destruído. O Profeta (SalalahuAleihiWassalam) vê o anjo a chorar e pergunta-lhe os motivos, já que não compreende as preocupações deJibrail, devido ao estatuto que Deus lhe deu. Jibrail responde-lhe de que não sabe o que Deus pensa dele, porque iblisse (o chefe dos cheitanes - diabos), era um dos mais próximos de Allah e tinha elevados graus, no entanto porque não cumpriu com uma ordem que lhe foi dada, deixou de ter a consideração de Deus. Também o Profeta chora. Através de outro anjo, Deus anuncia a ambos, que Deus lhes perdoará todas as falhas.

Mais aliviado, o Profeta (SalalahuAleihiWassalam) ao regressar a casa, deparou com um grupo de pessoas que riam às gargalhadas, pelo que lhes disse: “Se soubessem o que eu sei, iriam chorar mais do que rir).

Noutra passagem, narrada por HazratAnass (Radiyalahuan-hu), o anjo Jibrail (Aleihi Salam) disse ao Profeta Muhammad (SalalahuAleihiWassalam) de que o inferno tem 7 graus. Ao procurar saber quem seriam residentes dos referidos infernos, foi-lhe informado que seriam os monafiquines (hipócritas), os que adoram estrelas e astros, os que seguiram o cheitane ibliss e os Judeus e os Cristãos não cumpridores. Aí Hazrat Jibrail não referiu o último grau do inferno e ficou calado. O Profeta (SalalahuAleihiWassalam) depois de insistir, o anjo Jibrail informou-lhe que o ultimo grau do inferno era destinado ao Umah do Profeta (SalalahuAleihiWassalam), que cometerem pecados graves e que vão morrer sem pedir tauba (perdão). NabiKarim (SalalahuAleihiWassalam) ao ouvir esta resposta cai desmaiado. Depois o Profeta ficou tão angustiado que foi para casa, ficando fechado no seu quarto durante dias, a orar e a chorar pelo seu povo presente e do futuro. Mesmo os seus amigos, AbubacarSiddik e Omar (Radiyalahuan-huma), não conseguiram falar com ele. A filha, Fatima (Radiyalahuan-há), foi falar com ele e encontrou-o prostrado e a chorar. Vendo-o naquele estado também começou a chorar. O Profeta disse-lhe que os motivos da sua preocupação é de que tinha sido informado pelo anjo Jibrail que algumas pessoas do seu umah irão para o inferno, pois não se vão arrepender antes de morrerem.

A seguir, um resumo do que irá acontecer: o referido grupo de muçulmanos irá apresentar-se perante “Malik”, o anjo de guarda do inferno, que lhes perguntará: “Quem são estas pessoas? ”Responderão: “Nós somos as criaturas pertencentes a quem foi revelado o Cur’ane. E Malik dirá, “Mas o Cur’ane foi revelado a Muhammad (SalalahuAleihiWassalam). E então elas dirão: “Sim, Muhammad, Muhammad”. Então entrarão no inferno.

Passado algum tempo, Deus, mandará o anjo Jibrail ao inferno para ir ver como estão os pecadores do Umah do Profeta Muhammad (SalalahuAleihiWassalam). Jibrail (Aleihi Salam) dirá a AllahSubhanahuwaTa’ala, que as pessoas lembram-se do Profeta (SalalahuAleihiWassalam) e que os separa dele, são os pecados por eles cometidos na terra. Rassululah (SalalahuAleihiWassalam) irá ao trono de Allah, o Beneficente e Misericordioso, prostrar-se-á e pedirá compaixão pelo seu Umah que está no inferno. Deus, todo o Poderoso, dirá: “Tirem do inferno quem alguma vez recitouLA ILAHA ILALAH MUHAMMAD RASSULULAH!”essas pessoas serão conduzidas para uma ribeira, onde tomarão banho e sairão como pessoas novas com a indicação na testa de “aqueles que estiveram no inferno e que foram libertados por Allah”.

É esta a angústia e a preocupação que o Profeta Muhammad (SalalahuAleihiWassalam) sentia pelo seu povo. No dia do julgamento final, intercederá a favor dos seus seguidores. Por causa desta preocupação, Allah, nosso Guia e Senhor, elevou-o ao céu na noite de Miraj, onde recebeu uma prenda do nosso Criador,“As 5 orações”. Quem praticar corretamente as 5 orações diárias, ganhará a satisfação de Deus. “Aquele que obedecer o Mensageiro, obedecerá a Deus”.Cur’ane 4:80.

O amor pelo Profeta (SalalahuAleihiWassalam), demonstra-se cumprindo com os mandamentos de Deus e as orientações que ele nos deixou. Em todos os momentos e em especial na noite de Mi’raj, deveremos pedir para que Deus derrame as suas bênçãos no Profeta Muhammad. Alahhuma Sali Alã Muhammad WaalãAlihiWassalam.
 
Quem recitar um durud ser-lhe-á atribuído 10 misericórdias. Muslim e Abu Daud. Quem recitar 100 duruds, ser-lhe-á escrito na sua testa “isento de hipocrisia” e será salvo do inferno. Disse o Profeta Muhammad (SalalahuAleihiWassalam): “No dia do julgamento final, a pessoa mais próxima de mim, será aquela que enviou mais durud para mim”. Tirmizi. Na verdade, Deus e Seus anjos, derramam bênçãos sobre o Profeta. Ó vós que credes, pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação.”Cur’ane 33.56. Alahhuma Sali Alã Muhammad WaalãAlihiWassalam.

Rabaná ghfir liwaliwa lidaiá walilmu-mininayau ma yakumulhisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.14:41. "Wa ma alainaillalbalágulmubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “WaÁhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”.E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”.Cur’ane10.10.
Abdul Rehman Mangá – Abdul.manga@gmail.com– 07/05/2015

sexta-feira, maio 01, 2015

OS JINNS – OS GÉNIOS – 1ª. PARTE

AssalamoAleikumWarahmatulahWabarakatuhu(Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) 
BismilahirRahmaniRahim(Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

No Pilar da Fé islâmica – acreditar na existência dos Anjos - está também incluída a crença na existência dos génios – jinns, que foram criados antes dos seres humanos. São seres invisíveis e por este motivo há quem não acredite na sua existência. Têm livre arbítrio como os seres humanos. Diz o Cur’ane: “Criamos o homem de argila, de barro maleável. Antes dele, havíamos criado os génios de fogo puríssimo”.Cur’ane 15:26 e 27. Muhammad (SalalahuAleihiWassalam) referiu acerca do mesmo assunto, quando disse o seguinte à Aisha (Radiyalahuan-há): “Os anjos nasceram da luz e os génios nasceram duma centelha de fogo e Adam (Aleihi Salam) nasceu como ele foi referido (no Cur’ane) para ti (ou seja ele foi formado através de argila)”.Muslim 42:7134.

Este tema suscita muita curiosidade e também muito receio, mesmo na sua simples abordagem. O ser humano sente uma atracção por tudo o que é sobrenatural e invisível. Sabe que existe algo que não vê e por isso procura encontrar explicações. Esta nossa curiosidade leva-nos à procura do conhecimento acerca da existência dos jinns (génios). Para desvendarmos algumas das nossas interrogações, a melhor fonte é o Livro Sagrado e os ditos do Profeta Muhammad (SalalahuAleihiWassalam). Mas só Deus, o Altíssimo, é que conhece toda a verdade. 

O objectivo da criação dos génios é idêntico aos dos seres humanos, conforme é referido por Allah, o Criador de todas as coisas: “Não Criei os génios e os humanos, senão para Me adorarem”.Cur’ane 51:56. 

Deus é Criador de tudo o que existe na terra e no universo. Mas só aos seres humanos e aos génios é que Deus lhes deu a faculdade do critério do bem e do mal. Aos restantes seres não lhes foi dada esta liberdade. Por isso Deus instituiu aos humanos e aos génios a obrigação para de Lhe servir e adorar, apesar de Deus ser independente de tudo e de todos. “Não lhes peço sustento algum, nem quero que Me sustentem”.Cur’ane 51.57 

Os génios distinguem-se dos seres humanos por serem invisíveis e por terem mais poderes e habilidades. Vivem num mundo paralelo à dos seres humanos. Podem assumir formas físicas de seres humanos ou de animais. Os seres humanos não os conseguem distinguir. Têm poderes para dominarem as mentes das pessoas e de os desviarem do caminho recto. Por isso já ouvimos a expressão “está dominado pelo diabo”, quando vemos alguém a comportar-se duma forma estranha. Como os seres humanos, eles também devem ser submissos ao Deus Único. Também como os homens, há jinns, que são descrentes e que não seguem as orientações divinas e procuram assim desviar o ser humano, para lhes fazerem companhia no inferno. Destes jinns que não obedecem a Deus, formam um verdadeiro “exército”, cujo chefe é o ibliis (satanás- lúcifer), também apelidados de demónios. Como os seres humanos, os jinns sabem que terão também de prestar contas. Os desencaminhados (homens e génios) serão combustíveis para o inferno. “E inventaram um parentesco entre Ele e os génios, sendo que estes (os génios) bem sabem que comparecerão (entre os condenados)”.Cur’ane 37:158. 

Ao contrário dos anjos, alguns jinns (génios), podem prejudicar os seres humanos, ganhando a influência deles e levando-os a cometer actos contrários aos mandamentos de Deus e às orientações dos Seus Profetas e até tornarem-se descrentes. Se um muçulmano não crer tudo o que é oculto e referido no Cur’ane, nomeadamente nos anjos, nos génios, no inferno e no paraíso, a sua fé não estará completa e poderá até ser considerado como um descrente. 

Ibliss (satanás) era temente e muito próximo de Deus, com elevados estatutos, conhecimentos e inteligência, mas caiu em desgraça e foi expulso do paraíso, por ter desobedecido a Deus. O Cur’ane no Capítulo 7, Al-A’raf, versículos 11 a 13, referem que Deus, depois de ter criado Adam - Adão (Aleihi Salam), ordenou aos anjos para se prostrarem perante Adão. Todos se prostraram, excepto ibliss (satanás), com o argumento de que ele (ibliss) foi criado do fogo e Adão criado de barro, e por isso se considerar um ser muito superior. Na verdade, segundo a teologia Islâmica, ibliss seria um génio e não um anjo, pois os anjos não têm a capacidade de gerar emoções e não têm livre arbítrio. 

Ibliss também tentou desviar os Profetas de Deus, mas eles tinham uma fé muito superior à nossa e sabiam como se defender dele. Uma vez, ibliss (satanás) apareceu perante Issa – Jesus (Aleihi Salam – Que a Paz de Deus esteja com ele) e disse-lhe “Se és o que dizes, salta desta montanha, pois os anjos te protegerão”. Jesus respondeu: “Deus ordenou-me que não me pusesse á prova, pois não sei se Ele me salvará ou não”. AhmadIbnHambal, al Zuhd

Ó Senhor meu, em Ti me amparo contra as insinuações dos demónios! Em Ti me amparo, ó Senhor meu, para que não se aproximem (de mim)”.Cur’ane 23:97e 98

ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”. “Wa ma alainaillalbalágulmubin"."E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. 

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 30/04/2015

Exemplo na história do Profeta Yussuf (a.s.) [José]

Contemplando o lado ético, os sábios e especialistas muçulmanos destacaram: “Para que a Ummah (Nação) seja recta, deve-se encontrar reformadores, homens de negócios e bons educadores, que tenham condições especiais e boa moral”. 

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero es-forço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

O Profeta Yussuf (José), a paz esteja com ele, teve as qualidades da perfeição a que só chegam os Mensageiros e Profetas de Deus. Na sua biografia pode-se encontrar alguns assuntos que os dirigentes das nações podem tomar como directrizes, para escolher funcionários hábeis, rectos e piedosos, para os distintos pos-tos das suas administrações. A sua história, então, ser-ve-nos de modelo para os líderes. 

Mencionam-se, de seguida, doze das qualidades mais importantes para o líder: 

1 - A castidade, que o afasta dos desejos carnais para se controlar a si mesmo e para ter força e livrar-se de cair no pecado. Deus, o Altíssimo, o Todo-Po-deroso, diz: «Ela o desejou, e ele a teria desejado, se não se apercebesse da evidência do seu Senhor. Assim procedemos, para afastá-lo da traição e da obscenidade, porque era um dos Nossos sinceros servos». [Alcorão, 12: 24]. 

2 - Contenção ao enojar-se para poder controlar- -se. Deus, o Omnipotente, o Majestoso, diz: «Disseram (os irmãos): Se Benjamim roubou, um irmão seu já havia roubado antes dele! Porém, José conteve-se e não se manifestou a eles, e disse para si: Estais em pior situação; e Deus bem sabe o que inventais». [Alcorão, 12: 77]. 

3 - Firmeza e tolerância no tempo adequado. Deus, o Altíssimo, o Todo-Poderoso, diz: «E quando lhes forneceu as provisões, disse: Trazei-me um vosso irmão, por parte de vosso pai! Não reparais em que vos cumulo a medida, e que sou o melhor dos anfitriões? Porém, se não mo trouxerdes, não tereis aqui mais provisões nem podereis acercar-vos de mim!» [Alcorão, 12: 59-60]. O versículo Alcorânico come-ça com a tolerância e termina com severidade. 

4 - Confiar em si mesmo encomendando-se sem-pre a Deus, o Altíssimo. Deus, o Omnipotente, o Majestoso, diz: «José disse (ao rei): Confia-me os armazéns do país que eu serei um bom guardião deles, pois conheço-lhes a importância». [Alcorão, 12: 55]. 

5 - Ter uma boa memória para recordar o passado e poder fazer os ajustes necessários, para poder emendar os possíveis erros cometidos e para que as pessoas assumam as suas responsabilidades e cumpram com os seus deveres. Deus, o Altíssimo, o Todo-Poderoso, diz: «E os irmãos de José apresen-taram-se ante ele, que os reconheceu, mas eles não o reconheceram». [Alcorão, 12: 58]. 

6 - Ser eloquentes para esclarecer os assuntos dando ilustrações. Deus, o Omnipotente, o Majestoso, diz: «Quando José disse a seu pai [Jacob]: Ó meu pai! Por certo que vi [em sonhos] onze astros e também o Sol e a Lua, que se prostravam diante de mim». [Alcorão, 12: 4]. 

7 - Estar disposto a aprender mais e amar o conhe-cimento para poder tê-lo. Deus, o Omnipotente, o Majestoso, diz: «E sigo a religião dos meus pais Abraão, Isaac e Jacob; não nos é admissível asso-ciarmos nada a Deus. Isso é uma graça de Deus para connosco e para com a humanidade, mas a maioria dos humanos não agradece». [Alcorão, 12: 38]. Tam-bém diz: «Ó Senhor meu! Tu concedeste-me (algo do) poder e ensinaste-me a interpretação dos sonhos». [Alcorão, 12: 101]. 

8 - Ser misericordioso com os débeis, ser modesto apesar da sua elevada posição. Assim, falou com modéstia com os dois prisioneiros na prisão. Deus, o Omnipotente, o Majestoso, diz: «Ó meus dois compa-nheiros de prisão! Por acaso os diversos ídolos [que adorais] podem equiparar-se a Deus, o Único, o Dominador?». [Alcorão, 12: 39]. Falou-lhes dos assun-tos da sua vida e da sua religião, dizendo-lhes o que Deus, Glorificado seja, diz: «Ele (José) disse: Antes que vos tragam a comida já vos terei dado a sua interpretação (do sonho)» [Alcorão, 12: 37]. Também lhes disse o que Deus, o Altíssimo, o Todo-Poderoso, diz: «Por certo que eu não sigo a religião de um povo que não crê em Deus nem na Derradeira Vida». [Alcorão, 12: 37 

9 - Ser misericordioso ainda que tenha o poder de prejudicar. Deus, Enaltecido seja, diz: «Disse [José]: Hoje não sereis recriminados! Eis que Deus vos per-doará, porque Ele é o mais Clemente dos miseri-cordiosos». [Alcorão, 12: 92]. 

10 - Ser benevolente e piedoso com os pais e os familiares. Deus, Louvado seja, diz: «Ide com esta minha túnica e coloquem-na sobre o rosto de meu pai, que assim recuperará a vista; e fazei vir a mim toda a vossa família». [Alcorão, 12: 93]. 

11 - A sabedoria e capacidade de cativar os cora-ções das pessoas. Deus, o Altíssimo, o Todo-Pode-roso, diz: «E o rei disse: Trazei-mo! Quero que sirva exclusivamente a mim. E quando lhe falou, disse: Doravante gozarás, entre nós, de estabilidade e de confiança». [Alcorão, 12: 54]. 

12 - Planear bem as coisas. Deus, o Omnipotente, o Majestoso, diz: «José disse: Semeareis sete anos seguidos; e o que colherdes deixai-o nas espigas [para o conservar] excepto uma parte, da que come-reis». [Alcorão, 12: 47]. / 

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 30/04/2015.

quinta-feira, abril 23, 2015

Karen Armstrong: “Não há nada no Islão que seja mais violento do que no Cristianismo”

Os ataques terroristas em Paris originaram o seu novo livro Campos de Sangue. Religião e História da Violência repentina e tragicamente muito urgente. Em mais de quinhentas páginas, Karen Armstrong, que já foi freira e é autora de best-sellers respeitados como Uma História de Deus e O Processo de Deus, responde à questão de saber se a religião é a principal causa da violência. Uma conversa sobre o Islão e os terroristas, a responsabilidade ocidental e o mundo em que vivemos.

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

Não é um livro alegre, o mais recente de Karen Armstrong: o sangue flui livremente sobre as páginas, metaforicamente falando. Em detalhe, ela descreve a violência que tem sido sempre indissoluvelmente asso-ciada com o desenvolvimento de Estados-nações e culturas. Mas é um livro necessário, uma espécie de verificação da realidade. Pois é tempo de perceber o quanto cada civilização tem as suas raízes na submissão e exploração, incluindo a nossa. Importante altura de ouvir essa voz. 

Karen Armstrong entra no hall do hotel, com um ritmo firme — uma mulher pequena e elegante, com uma ma-deixa loira de cabelo que continua caindo na frente de seus olhos. E um riso pronto, apesar do assunto sombrio. Vamos começar com a pergunta de um milhão de dólares. 

1) - Existe alguma diferença entre Jesus (Issa a.s.) e Maomé (Muhammad s.a.w.) em termos de violência ou, em outras palavras, como explica que a maior parte do terrorismo agora seja inspirado no Islão? 

R. «O terrorismo não tem nada a ver com Muhammad, tal como as Cruzadas não tinham nada a ver com Jesus. Não há nada no Islão que seja mais violento do que no Cristianismo. Todas as religiões têm sido violentas, incluindo o Cristianismo. Não havia nada no mundo Muçulmano como o antissemitismo, que é uma importação do período moderno. Eles tomaram de nós. Os missionários trouxeram-no. E então veio o estado de Israel. O judaísmo tornou-se violento no mundo moderno, graças ao Estado-nação». 

2) - Mas, então, qual é a causa do terrorismo muçulmano? No seu livro escreve que os muçul-manos foram introduzidos para a modernidade de uma forma mais abrupta... 

R). «À maneira mais violenta. Quando George Bush e Tony Blair foram para o Iraque, eles pensavam que a modernidade levaria todos para a democracia, imediatamente. Não é necessariamente o caso. Ela trabalhou para nós, porque a democracia era boa para a indústria. A liberdade, que ouvimos muito no momento, foi funda-mental para a nossa economia, tanto quanto para qual-quer outra coisa. Para as pessoas, tem que haver a liberdade para inovar, para manter o país produtivo. Mas nesses países a modernidade veio com subjugação colonial. Não houve autodeterminação. No Egipto houve dezassete eleições gerais entre 1922 e 1952, todas vencidas pelo Partido Wafd, o que só permitiu aos britânicos governar cinco vezes. A democracia foi uma piada de mau gosto. 

O secularismo foi introduzido por estes oficiais do exército, com grande violência: o clero teve os seus salários confiscados, foram derrubados, torturados até a morte. O Shah atirou sobre cem manifestantes desarmados num santuário sagrado no Irão porque não queriam usar roupas ocidentais. E nós, no Ocidente suportamos constantemente governantes como Saddam Hussein que negou ao seu povo qualquer liberdade de expressão. Tudo isso ajudou a empurrar o Islão para a violência. Quando as pessoas são atacadas, invariavelmente se tornam extremistas. Mas apenas uma pequena proporção delas realmente concorda com o terrorismo: 93% responderam "não" à pergunta na pesquisa Gallup se os ataques de 9/11 foram justificados. E as razões que deram foram inteiramente religiosas. Os sete por cento que disseram "sim" - as razões que deram eram totalmente políticas. 

A minha mensagem não é que a religião não tem nada a ver com violência. Sempre foi implicada nela, e tentar tirar a religião fora da política e da guerra teria sido como tirar o gin fora do cocktail. Está inextricavelmente interligada. Até ao ano 1700 ninguém pensava em separar religião; ela permeava toda a vida. E ainda as pessoas, que não tiveram a modernização especial, acham que é uma distinção arbitrária. Porque os assuntos como a justiça, a situação dos pobres, o sofrimento — estas são questões políticas. E são questões de importância sagrada. 

Portanto, Jesus não teria tido tempo para as pessoas que disseram as suas orações e negligenciaram o sofrimento dos necessitados ou oprimidos. Mas nós separamo-la. Esta separação foi importante para nós, e, em muitos aspectos, era boa para a religião, porque libertou--a da violência do governo». 

3) – Então a conclusão sobre a leitura deste livro é: toda a civilização está enraizada em violência. 

R). "Isso é assim para a grande maioria da história da civilização. Sem a opressão das pessoas pela aristocracia nunca teríamos a ciência e as artes das quais dependemos. Foi a economia que fez os camponeses trabalhar e tomar o seu excedente e mantê-los no nível de subsistência. Também manter a população em baixo. É uma coisa terrível. 

Nós olhamos para a civilização como a que começou em Atenas. Mas o Pártenon foi construído na parte de trás da ilha grega, todas as outras cidades gregas - foram construídas com os seus impostos. Por isso, foram livre para alguns, mas não para outros. 

Ainda é assim hoje. Nenhum Estado pode dispensar o seu exército. Ele ainda está em curso. Mas há sempre pessoas que se levantaram e disseram: ”Isso é errado”, e têm sido tanto uma parte da religião como qualquer Cruzada ou Jihad". 

4) - Ayaan Hirsi Ali escreveu num jornal que agora é a hora de ser claro sobre o terrorismo muçulmano ser parte do Islão. Será que ela deveria ler o seu livro? 

R. «Eu não deveria pensar que ela quer lê-lo. Ela é casada com aquele homem terrível, Niall Ferguson, que foi o arquitecto da guerra do Iraque. E que desastre que foi! Isso foi uma grande ajuda para Al Qaida. 

Este ataque contra a revista não foi simplesmente inspirado pela devoção fanática ao Profeta. Não foi apenas puramente religioso: mais uma vez, a política é essencial. Al Qaida é profundamente política. Este foi um ataque estratégico num símbolo sagrado. A liberdade de expressão é para nós um símbolo sagrado da nossa civilização ocidental, tão sagrado para nós, como o Profeta é para eles. E eles querem que sejamos indignados. Eles vão adorar isso. E eles vão entusiasmar-se com a nova edição com o Profeta na capa. Porque isso vai levar a novos recrutamentos. Eu não estou a dizer que era errado fazer isso, mas eles vão usá-lo. Isso tudo é muito politicamente organizado». 

5) - O que deve ter acontecido? 

R). "Eu não sei! Mas eu acho que uma das coisas que devemos fazer é chorar os seus mortos também. Não há muito tempo atrás 165 crianças paquistanesas foram filmadas pelo Taliban. Dois mil moradores na Nigéria foram abatidos por Boko Haram. Mas nós não estamos marchando por eles. Assim, a impressão que dá é que nós simplesmente não nos importamos, que as suas vidas não são tão valiosas para nós. Portanto eu acho que nós devemos tomar nota de que não somos os únicos a ser mortos por extremistas. Muito mais muçulmanos estão a morrer». 

6) - São os terroristas traumatizados primaria-mente? 

R. «Alguns deles são, e alguns deles são simples malvados. Ossama bin Laden era um criminoso comum. Mas também há um grande temor e desespero entre eles. Houve levantamentos realizados por psiquiatras forenses que entrevistaram as pessoas condenadas por terrorismo desde 9/11. Eles entrevistaram centenas de pessoas em Guantánamo e outras prisões. E um psiquiatra forense que também é um oficial da CIA — por isso ele não é flexível como eu! — concluiu que o Islão não tinha nada a ver com isso. O problema era bastante ignorância acerca do Islão. Se eles tivessem tido uma educação muçulmana adequada não estariam a fazer isso. Apenas 20% deles teve uma educação muçulmana regular. O resto são ou novos convertidos - como os pistoleiros que recentemente atacaram o Parlamento do Canadá; ou não-observantes, o que significa que eles não vão para a Mesquita - como os bombardeiros na maratona de Boston; ou autodidatas. Dois jovens que deixaram a Grã-Bretanha para se juntar à Jihad na Síria a partir de um livro intitulado Islam for Dummies, encomendado na Amazon. 

As pessoas vão para lá com um sentimento de falta de sentido. Foi interessante ouvir os parisienses falarem sobre isso. Vários deles disseram: Olha, não prestamos atenção a esses subúrbios, onde há desespero e desesperança. Tivemos uma chamada para acordar quando houve tumultos e nós não fizemos nada sobre isso. Isto é supuração. As pessoas não se sentem em casa nas nossas sociedades. As suas vidas terão algum significado quando saírem de lá. Aqui não há nenhuma maneira de sair. E o governo francês é hostil a qualquer expressão religiosa. Isso faz com que as pessoas fiquem nervosas. Portanto, há uma sensação de desespero. Eu estava a conversar com um dos nossos principais historiadores há um par de meses atrás e ele disse que a principal coisa que sempre tem levado os jovens para a guerra foi o tédio. Tédio. E isso é algo que, nas nossas sociedades, temos de levar muito a sério, tanto quanto nós tomamos a liberdade de expressão a sério. Miséria e uma sensação de nenhuma esperança, especialmente com a economia a cair. Temos que nos lembrar como somos privilegiados. Eu tomei conhecimento, por causa das minhas viagens e dos meus estudos, da quão privilegiada eu sou. E isso vem com responsabilidade. Se você tiver uma boa mão, você deve fazer algo bom com ela». 

7) - Lendo o livro, percebi: que um rio de sangue e lágrimas está a correr através da nossa história mundial… 

R). «E de miséria e opressão, e de injustiça. Grande injustiça e que ainda somos injustos. Porque falamos sobre o nosso Iluminismo como se o Messias viesse para baixo... E foi óptimo, foi muito importante para nós. Mas olhe para os Pais Fundadores dos Estados Unidos, que disseram que todas as pessoas são criadas iguais: eles não tinham nenhum problema em possuir escravos africanos. Liberdade foi sempre apenas para os euro-peus. E ainda é assim, por causa da ganância por petróleo. Nós damos um apoio enorme aos Sauditas, que não dão ao seu povo direitos humanos». 

8) - Há o blogger Raif Badawi ameaçado com es-pancamentos à cana todas as sextas-feiras... (Entretanto o caso Badawi está a ser revisto, ed.) 

R. «Nós não nos importamos com ele, desde que nós tenhamos o nosso petróleo. Há a Amnistia Internacional, sim, mas temos de continuar a lembrar as pessoas. Temos de ser coerentes». 

9) - Não é deprimente para si escrever este livro? 

R. «Sim, mas existe também o outro lado. Pessoas como Confúcio falando sobre a Regra de Ouro, Jesus, Paulo que tenta... as pessoas continuam tentando. E nós precisamos criar uma voz alternativa que seja tão forte, que se baseie na realidade, mas também na justiça». 

10) - E agora temos de fazer isso sem religião? 

R. «Bem, nós podemos... O seu país é secular, mas os Estados Unidos não são seculares. Quando eu dou uma palestra lá e converso com as pessoas, a resposta é bem diferente: eles não querem fazer nada sem religião. Eles disseram ser o segundo país mais religioso do mundo, depois da Índia. Mas criaram uma forma secular, vendo a santidade de cada ser humano. Cada ser hu-mano é precioso, inviolável e não pode ser adulterado. Quer interfira com a nossa economia ou não». 

11) - Então está dizendo que a religião é um bode expiatório? 

R. «Nós estamos amontoando toda a violência do século 21 nas costas da religião, mandando-a embora, dizendo que não temos nada a ver com religião. En-quanto ainda temos que lidar com a situação política. O ataque ao supermercado em Paris, foi sobre a Palestina, acerca de Isis. Não tinha nada a ver com o antissemitismo; muitos deles são, eles próprios, semitas. Mas eles tentam conquistar a Palestina e nós não estamos a falar sobre isso. Estamos muito implicados e não sabemos o que fazer. 

Seria ingênuo pensar que nunca vamos ter um mundo sem guerra. Mas eu escrevi este livro porque estou cheia de uma sensação de pavor, pensando para onde nós estamos indo. Criamos bombas que podem acabar com o mundo, e é aceite no direito internacional que, se o seu país esteja ameaçado, é aceitável disparar uma arma nuclear, mesmo que isso, certamente, signifique a destruição da sua própria nação. Este é um desejo suicida. Então, similarmente, o suicida bombardeiro que vai, sabendo que ele ou ela irá morrer, é uma forma primitiva do mesmo. 

Não vai demorar muito para que a Al-Qaida ou um desses grupos se apodere de um dispositivo nuclear. A situação é tão perigosa que somos obrigados a abrir os olhos e ver o que está a acontecer. E isso não é sobre religião, Islão ou outra forma». 

12) - Mas muitas pessoas acreditam que, ainda: os seguidores de Wilders, Marine Le Pen... 

R. «Um dos problemas do Estado-nação sempre foi a sua incapacidade de tolerar as minorias. Essa tem sido a causa de alguns dos piores crimes do século 20, o Holocausto, por exemplo. Por causa da ênfase na língua e cultura que vem no Estado-nação, a nação torna-se o valor supremo. 

O nacionalismo não nos está a ajudar a perceber que nós vivemos num mundo global. Agora não nos podemos dar ao luxo de pensar apenas no nosso próprio país - o mundo não é mais assim. Nós criamos uma economia global e estamos tão conectados que, se um mercado cai numa parte do mundo, as ações caem em todo o mundo no mesmo dia». 

13) - Não falando sobre o clima... 

R. «Sim, nós compartilhamos essa situação. E agora vemos que o que acontece em Paris hoje terá repercussões no Médio Oriente, e de volta. Estamos ligados politicamente. E as nossas histórias misturam-se. Nós, britânicos, particularmente temos uma grande responsabilidade pelo que aconteceu no Médio Oriente. E na Índia e no Paquistão. Considere as linhas de fronteira desses Estados pós-coloniais, como elas foram desenhadas com tal cinismo e oportunismo. E quanta violência que levou a isso». 

14) - Escreve, no seu livro, surpreendentemente, que a Sharia tem sido um impulso para a paz...? 

R. «Nós demonizamos a Sharia. Mas se estão tão interessados no mundo muçulmano, é porque, tradicionalmente, era um contrapeso para a tirania do estado. Foi a lei de Deus, e foi anunciar que ninguém tem o direito de dizer a ninguém o que fazer. Porque cada pessoa é soberana e responsável somente perante Deus. Nenhum governo podia governar através disso, mas eles tiveram que reconhecer que esta foi a palavra de Deus. Eles têm desenvolvido a sua própria versão da Sharia. Mas a paixão por ela não era para cortar as mãos». 

15) - E confinar as mulheres? 

R. «O assunto das mulheres é um problema mundial. Uma das marcas da modernidade tem sido a emancipação das mulheres. E assim, quando as pessoas estão com raiva sobre a modernidade e modernização vão voltar e... Você vê-o no Cristianismo também, há os cristãos no Estados do Sul dos EUA que dizem que as mulheres devem ficar em casa. A Igreja Católica diz que as mulheres não podem ser sacerdotes. E da mesma forma no judaísmo também. 

E uma das coisas no mundo Muçulmano é que os governantes estão muitas vezes a debater, não têm é muito apoio popular. Se eles tomarem decisões draconianas que mantenham as mulheres sob controlo, eles agradam aos homens. 

Mas as feministas muçulmanas vão transformar o Islão. De dentro». 

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 23/04/2015.

OS ANJOS – 7ª. E ÚLTIMA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) 
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Ao longo do ano, os muçulmanos têm dias e noites abençoados por Allah Subhanahu wa Taala. É o exemplo da noite de Lailatul Kadr, a Noite do Poder, que é equivalente (em adoração) a mil meses. A Noite de Lailatul Kadr, é procurada nas noites ímpares dos últimos 10 dias do mês sagrado de Ramadan. Nessa noite os anjos, comandados por Jibrail (Aleihi Salam) descem à terra e permanecem até à aurora, para acompanharem aqueles que se encontram em adoração. “(Nessa noite) descem os anjos e o Espírito (Anjo Gabriel), com a permissão do seu Senhor, com todos os decretos. Essa noite é de Paz até ao romper da aurora”. Surat Al Kadr 97.

Deus e os Anjos derramam bênçãos sobre Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) o selo da profecia. E Deus exorta aos crentes para que também enviem bênçãos para ele. “Na verdade, Allah e Seus anjos abençoam o Profeta. Ó crentes, abençoai-o e saudai-o reverentemente”. Surat Al Ahzab 33:56. E quantas mais vezes pedirmos bênçãos para ele, mais perto estaremos dele no dia do Juízo Final, em que ele irá acalmar a nossa sede e angústia, dando-nos de beber a Água de Kauçar.

70.000 anjos aguardam nossos pedidos para nos protegerem. E quem não gostaria de ter uma protecção destas honrosas criaturas de Deus? O pedido consiste em recitar, todas as manhãs começando por dizer 3 vezes: “aunzo bilahis sami il aleem, minash sheitani rajim – peço protecção a Allah, o Omniouvinte, o Omnisciente, contra o amaldiçoado sheitane” e depois recitar os últimos 3 versículos do Surah Hashr. 70.000 anjos são designados por Allah, para pedirem perdão em seu nome até à noite. Aquele que recitar o mesmo à noite, terá a protecção até de manhã. Mishkaat p. 188. E também quem recitar o Surat Ad-Dukhan na noite de Juma (noite de quinta para sexta), 70.000 anjos pedirão perdão a favor dele até ao amanhecer. (Relato de At-Tirmizi).

Os anjos fazem preces a Deus para os crentes que depois de efectuarem a oração na Mesquita, ficam aguardando nos seus mussâllós (lugares) pela oração seguinte. O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi wassalam) disse: “Nas suas preces, os anjos pedem: “Ó Allah, conceda Tuas Bênçãos sobre ele, seja Misericordioso e Bondoso para com ele”. Este período de espera será considerado como se estivesse em permanente oração”. Bhukari 11:620.

Os anjos estão ao nosso lado, quando nos encontramos nas orações, na meditação (Zikr) e na recitação do Cur’ane. Abu Huraira (Radiylalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Digam (também) AMIN, quando o imamo (que está a dirigir a oração) disser Amin. Se o Amin de qualquer um de vós coincidir com o dos anjos, em seguida, todos os vossos pecados passados serão perdoados”. Ibh Shihab referiu que o Apóstolo de Deus tinha por hábito dizer Amin. Bhukari 12.762. É naoração que o crente está em diálogo o com Criador, pedindo para que lhe guie no caminho recto e não no caminho daqueles que se perderam. Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) deixou-nos a seguinte orientação: “Quando o Imamo (que está orientar a oração em congregação) disser: “Sami al-lahu liman hamida - Allah ouviu aquele que o louvou“vocês devem dizer: “Allahuma Rabbana lakal Hamd – Senhor nosso, todo o Louvor é para Ti“. E se as vossas palavras coincidirem com a dos anjos, todos os vossos pecados passados serão perdoados”. Relato de Abu Huraira. Bhukari 12.762. SubhanaAllah!

A visita aos doentes é uma das 5 obrigações que um crente tem para com outro irmão. E os anjos são protectores daqueles que visitam os doentes e os necessitados. Os muçulmanos são como os membros que formam um único corpo, Se um dos membros se encontra doente, os outros ressentem-se. A Umah é um todo, é como os tijolos duma casa que foram colocados unidos, de forma a oferecerem segurança aos seus residentes. As relações entre os muçulmanos devem ser fortificadas, seguindo as inúmeras recomendações do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), entre elas o de proferirmos uma palavra amiga, visitarmos os doentes e alimentar os necessitados. E com estes pequenos, mas grandes gestos, teremos a intercessão dos anjos e alcançaremos elevados estatutos perante Deus. Abu Huraira (radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Todo aquele que visitar um doente ou um irmão em busca da satisfação de Allah, uma voz (anjo) proclama: “Que você seja feliz, que a sua caminhada seja abençoada e que lhe seja atribuída uma posição digna no Jannah (Paraíso)”. Tirmidhi.

Os anjos estão também nas nossas casas, acompanhando-nos e fazendo-nos companhia. Mas acautelem-se aqueles que têm figuras de pessoas e animais como decoração e mesmo de cães como animais de estimação, dentro das residências. Abu Talha (radiyalahu an-hu) referiu que ouviu do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “Osanjos (da misericórdia) não entram numa casa onde há um cachorro ou imagensduma criatura viva (ser humano ou animal)”. Bhukari 54.448.
 
“Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmuminina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

23/04/2015