sexta-feira, abril 10, 2015

A L M A D I N A A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

Existe na sociedade uma profunda preocupação, relacionada com a postura de alguns homens muçulmanos que demonstram hábitos sociais vis no que ao trato dos seus entes queridos diz respeito.

Em muitos lares, ardem autênticas chamas de ira entre os cônjuges, pois o seu dia-a-dia é de discussões.

Abusos que derivam de um descontrolo da estrutura emocional tornam-se normais em muitas casas. E as vítimas desta situação deveras melindrosa são geralmente as mulheres.

E para além de se lhes aumentar ainda mais a sua dor, tudo se faz para se lhes esmorecer a autoconfiança e amor próprio ao ponto de lhes imputar todas as culpas.

Nalgumas vezes, a despeito da irredutível zanga do marido, ela tudo faz como quem caminha sobre ovos, numa tentativa de evitar que o marido se torne mais irascível.

A tensão no seu seio aumenta, às vezes por coisas mesquinhas, degenerando muitas vezes numa tempestade com muita ira, violência, troca de palavras azedas, gritos, sangue, choro, crianças atemorizadas e corações quebrados, palpitando e cheios de medo. 

Quando a tempestade amaina, vem as desculpas feitas de frases pré-concebidas, próprias do período de lua de mel, com chocolates e flores à mistura e pedidos de perdão de ambas as partes assentes num aparente espírito de bondade. 

E porque é que ela continua nessa situação? Porque é que o ciclo de abuso e violência continua?

A mulher suporta e mantém-se no lar. Será por causa das crianças? Por causa do abrigo? Ou será por medo de ser rejeitada pelos seus familiares? 

O nosso querido Profeta, o Grande Líder e Guia, expressou tal preocupação tendo dito no seu último sermão: “Os homens que oiçam bem. As mulheres são um “Amanat” (depósito, da parte de Deus). Tratai-as bem, com amor, carinho e bondade, pois elas são vossas companheiras e empenhadas ajudantes. Perdoem as suas falhas e erros“. É aconselhável que a mulher oprimida e de quem se abusa, a nunca perder esperança da misericórdia de Deus, pois não é qualidade de um crente desesperar da misericórdia de seu Senhor.

Ela deve voltar-se para Deus, o Bondoso, o Misericordioso, o Criador Amoroso, arrependida de todos os pecados.

Deve fazer um esforço por se mudar nos mais variados aspectos, abstendo-se do pecado, vestindo-se com sobriedade, abstendo-se de ver programas ilícitos (haraam) na televisão, música e outros hábitos pecaminosos.

Como uma boa e forte mulher muçulmana, deve criar amor e temor para com Deus e confiança n’Ele. Deve procurar ajuda e bons conselhos para resolver seus problemas.

Segundo os dizeres do Profeta Muhammad S.A.W. Deus eleva o pedido e a súplica do oprimido acima das nuvens e abre as portas do céu e diz: 

“Eu juro pela Minha Majestade e Honra. De certo que eu vou-te ajudar, mesmo que seja depois de algum tempo”.

Peça com as tuas valiosas lágrimas, tudo o que desejas (halaal) de uma forma positiva. Entrega-te à vontade de Deus, o Compassivo, o Misericordioso.

A vida do mundo é muito curta. Este mundo é o lugar de plantação. A colheita será no Outro Mundo. Cada um de nós, deve, consoante a sua capacidade ocupar-se em semear para colher bons frutos no Mundo do Além.

Com todos os meios que possuamos, capacidade de raciocínio, língua, riqueza, etc., tentemos proporcionar alegria aos corações dos outros, dar conforto e abatermo-nos de magoar ou ofender o coração de quem quer que seja.

Considere-se isso um ato de grande importância, pois as deficiências e dificuldades desta vida mundana são muitas. Porém, este mundo foi criado como uma terra fértil para nela se semear, colhendo-se no Próximo Mundo. 

Certa vez perguntaram a um santo, quantas avenidas é que havia para se chegar a Deus, e o santo respondeu: “Os caminhos para se chegar a Deus são tantos quantos átomos existem na terra. Contudo, não existe um caminho mais benéfico e compensador, que manter feliz o coração de alguém, consolando-o. Eu encontrei Deus através desse caminho e aconselho aos outros a seguirem o mesmo caminho. Consolar e trazer alegria aos corações quebrados e cheios de tristeza tem muito mais peso do que passar uma noite inteira na adoração“.

Geralmente uma coisa partida não tem valor e é fútil, mas no que respeita ao coração, quanto mais partido estiver, quanto mais tristeza tiver, maior é o seu valor.

Portanto os homens devem consolar as suas esposas e proporcionar alegria aos seus corações.

Pela passagem de mais um 7 de Abril, um aceno de simpatia à mãe, à esposa, à sogra, à irmã enfim, a toda a mulher moçambicana.

OS ANJOS – 5ª. PARTE

AssalamoAleikumWarahmatulahWabarakatuhu(Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) BismilahirRahmaniRahim(Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

“E verás os anjos circundando o Trono Divino, celebrando os louvores do seu Senhor. E todos serão julgados com equidade, e será dito: “Louvado seja Allah Senhor do Universo”.Surat Az Zumar 39:75. 
 
Os oito Anjos a quem foram concedidos a honra e o privilégio de carregarem o Trono de Allah e também os anjos que se encontram à Sua volta, glorificam a Allah, e suplicam misericórdia para todos aqueles que acreditam em Allah e no Dia do Juízo Final, que se arrependem dos pecados cometidos e que se encontram entre o temor e a esperança de se apresentarem perante o Rei dos Reis, o Criador de tudo o que existe no universo. Os anjos suplicam também para que Allah salve os crentes dos tormentos do fogo do inferno. Não são anjos comuns, são os que estão mais próximos de Deus. “(Os anjos) que carregam o Trono de Allah e aqueles que o circundam, celebram os louvores do seu Senhor; crêem n’Nele e imploram-Lhe o perdão para os crentes, (dizendo): “Ó Senhor nosso, Tu, que envolves tudo com a Tua misericórdia e a Tua ciência (conhecimento), perdoa os arrependidos que seguem a Tua senda e preserva-os do suplício da fogueira”. Surat Gháfer 40:07.
Os anjos, nossos protetores, continuam a pedir a Allah, nosso Senhor e Criador, para cumprir com a promessa de nos recompensar pelo bom comportamento e pelas boas ações praticadas. A Misericórdia de Allah cobre os pecados e o Seu Conhecimento, cobre todas as acções, palavras e intenções dos crentes. Assim, Ele perdoa todos os que se arrependem (com sinceridade) e que passam a abster-se dos pecados, praticam e recomendam o bem e proíbem o mal. E os anjos pedem ao Criador: “Ó Senhor nosso, introduze-os nos Jardins do Éden, que lhes prometeste, assim como os virtuosos dentre os seus pais, as suas esposas e a sua prole, porque Tu és o Poderoso, o Prudentíssimo”.Surat Gháfer 40:08. “E salve-os dos pecados (dos castigos por aquilo que fizeram), e preserva-os das maldades, porque àquele a quem preservares das maldades, nesse dia terás mostrado, certamente, misericórdia; isso será o magnífico benefício”.Surat Gháfer 40:09. E o maior benefício referido é o de ser perdoado dos pecados e de ser salvo do suplício do inferno.

“Na verdade, quanto aqueles que dizem: “Nosso Senhor é Allah, e se firmam, os anjos descerão sobre eles e lhes dirão: “Não temais, nem vos entristeçais; outrossim, regozijai-vos com o Paraíso que vos está prometido”.Surat Fússilat 41:30. E dirão também: “Temos sido os vossos protectores na vida terrena (e o seremos) na outra vida e tereis tudo quanto anelam as vossas almas e onde tereis tudo o que pretendeis”. Surat Fússilat 41.31.
Para os crentes que oram pelos seus pais, amigos, familiares, mesmo na ausência deles, os anjos dizem: “Amin, e o mesmo também para ti”. Muslim. Uma das grandes virtudes dos filhos crentes é pedir a AllahSubhanaWataala, para perdoar os seus pais e para ter Misericórdia deles como eles tiveram misericórdia ao tomarem conta deles quando eram pequenos. Também os pais, sabendo que a sua protecção não é suficiente, pedem a AllahSubhanaWataala, para que proteja os seus filhos e lhes dê o Hidayate (o caminho da fé). Por outro lado, os pais que perderam os filhos, com paciência e resignação, pedem para que o Melhor dos Perdoadores mostre Misericórdia para os seus tesouros que já deixaram este mundo. E também os crentes, maridos e esposas, agradecidos por terem uma bondosa companhia e tementes a Deus, pedem um para o outro, para que sejam reunidos no jardim dos virtuosos, na companhia dos filhos e dos pais, após o derradeiro dia da Prestação de Contas. E os anjos dizem AMIN e continuam a rogar por eles! “E aqueles que crerem, bem como as suas proles, que os seguirem na fé, reuni-los-emos às suas famílias e não os privaremos de nada, quanto à sua recompensa merecida. Todo o indivíduo será responsável pelos seus actos”.Surat At Tur 52:21.
“ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”. “Wa ma alainaillalbalágulmubin""E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabanághfirliwaliwalidaiáwalilmu-mininayau ma yakumulhisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.Cur’ane 14:41. “WaÁhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”.E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

09/04/2015

Uma Oração (ár. Salat) Diferente

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Um relato da vida do Profeta Muhammad (p.e.c.e.)

Há três meses que Salima não ia à Mesquita. Quando ouvia o som do Azan (Chamamento para a Oração), experimentava uma estranha sensação. Há três meses tinha dado à luz o seu pequenino e não tinha ninguém que o cuidasse, para poder participar da oração em congregação. O seu esposo, que vendia tâmaras, transitava desde manhã cedo até à noite pelas ruas de Medina a fim de obter o sustento, pelo que não tinha dinheiro para pagar a alguém que o cuidasse.

Salima estava conformada com a vida que levava, mas quando ouvia o Azan, experimentava aquela estranha sensação. Recordava a cálida e agradável voz do Profeta enchendo o espaço da Mesquita. Quanto desejava ir lá e participar da oração em congregação!

Mas havia três meses que não podia ir. O seu filho, de só três meses, chorava constantemente….

A maior parte do dia, Salima estava cansada e sonolenta, e pensava que indo à Mesquita e orando atrás do Profeta, se sentiria alegre e animada. Mas, lamentavelmente, não podia.

Mas naquele dia, à medida que escurecia o céu de Medina, o som de Azan ecoava com as palavras “Allahu Akbar” (Allah é o Maior), a tristeza ensombreceu o coração de Salima. Enquanto escutava, deteve o seu olhar no rosto do seu bebé. O menino dormia e respirava calmamente. Sem poder conter-se mais, vestiu-se, realizou o wudú (a ablução), e lentamente levantou nos braços o seu filho e saiu depressa para chegar a tempo à oração em congregação. Caminhou rapidamente e com passos largos. Sem advertir, os seus pés levavam- -na à Mesquita. Ao chegar à porta tranquilizou-se, pois ainda a oração não tinha começado. Isto contentou-a. Ao entrar e olhar o rosto do menino, viu que um doce sorriso brilhava nos seus lábios. Salima reflectiu: “Porque me afligia tanto? Poderia ter vindo desde o primeiro dia. É uma pena ter que orar sozinha em casa, podendo fazê-lo junto com a comunidade. Seria um triunfo para mim, ainda que somente pudesse completar um só ciclo da oração atrás do Profeta”.

Todavia Salima não se tinha sentado entre as filas, quando ouviu que o muezim advertia: “Haiia’alas salat” (venham à oração).

Olhou à sua volta para ver onde havia um sítio adequado para deixar o bebé. Prontamente ouviu a voz do Profeta que dizia: “Allahu Akbar”. A oração tinha começado. Colocou o menino sobre um tapete. O pequeno estava calmo. Olhou e acreditou que per-maneceria em silêncio e lhe permitiria orar, depois de três meses, em congregação e em paz.

Salima uniu-se à fila. A agradável voz do Profeta (p.e.c.e.) podia ouvir-se sem que nenhum outro som a perturbasse. Parecia como se todos os elementos tivessem emudecido para ouvir o enviado de Allah. Com todo o seu coração, Salima escutava a Sura Fatiha (da abertura). Havia três meses que não podia ouvi-la da própria boca do Profeta. O seu coração encheu-se de paz e alegria. Os três ciclos da oração do ocaso foram realizados. No segundo ciclo da oração, a voz de Allahu Akbar indicou a inclinação. “Sub’hana Rabbial’Azim (glorificado seja o meu Senhor, o Grande) ”. E prontamente, o pranto do menino se levantou. Foi como se o céu e a terra golpeassem a cabeça de Salima. Dentro do pacífico silêncio da Mesquita, o pranto do seu filho soava demasiado estridente. Enquanto o bebé continua-va a chorar, a sua mãe apenas pode completar os dois primeiros ciclos. Culpava-se a si mesma por ter alterado a tranquilidade dos orantes, ao levar o seu pequenino. Ansiava terminar a oração o mais prontamente possível, pegá-lo e sair dali. “Allahu Akbar”, todos se puseram de pé. Salima também. O menino continuava chorando. O Profeta (p.e.c.e.) apressou a oração e terminou mais rápido, do que habitual. Salima, que só pensava no bebe, não se tinha dado conta de que o Profeta tinha abreviado a oração. Estava aflita e envergonhada, só desejava tomar o seu menino e sair dali. Prontamente observou o sorridente rosto do Profeta (p.e.c.e.), que já se encontrava de joelhos junto ao seu bebe. Ao ver o sorriso do enviado de Allah, o menino acalmou-se.

Os crentes estavam surpreendidos pela alguma brevidade com que se havia realizado a oração. E surpreenderam-se mais ao ver que o Profeta se tinha levantado imediatamente depois de terminar a oração. Quando todos lhe perguntaram o motivo, contestou: “Por ventura não escutaram o pranto do menino?”. Assim, Salima e todos os demais descobriram que o Profeta (p.e.c.e.) tinha abreviado a oração a fim de ajudar o seu filho. Já não sentiu vergonha e, docemente, disse: “Ó menininho chorão! Tanto choraste que atraíste a atenção do Profeta. Quando fores grande, contar-te-ei o quanto amava o Profeta as crianças”.
Todos os louvores e graças são para Deus, o Senhor do Universo. Que a Paz esteja convosco.
 
Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 09/04/2015.

quinta-feira, abril 02, 2015

O Islão e a Tolerância Religiosa Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Mal-entendidos comuns acerca do Islão

Gostaria de começar falando sobre algumas ideias erróneas que obscureceram o caminho do entendimen-to, de muitos cristãos e ocidentais, sobre o Islão. Muitos creem que o Islão se estendeu por meio da espada e que o Islão é sinónimo de opressão, coerção e ausência dos direitos e liberdades básicas. Ainda mais, muitos países ocidentais fazem valer como sinónimos de Islão a intolerância e o extremismo e, inclusivamente, muitos in-telectuais de países não muçulmanos, os seus políticos, os jornalistas e autoridades religiosas, insistiram em seguir agarrados a esta visão negativa e errónea.

Este estereótipo deve desaparecer e deve-se mostrar aos ocidentais, de forma clara e sincera, o que é o Islão.

O Islão exige examinar qualquer assunto com atenção antes de chegar a uma conclusão. Deus disse, textual-mente, no Alcorão:

«Ó crentes! Se alguém, que não é digno de con-fiança, chega com uma notícia, assegurem-se antes; não vá a ser que, por ignorância, causem dano a alguém e tenham logo que se arrepender do que fizeram». (49:6).

O Islão e o Espírito da Tolerância Religiosa

Assim como o monoteísmo é a base do Islão, a tole-rância é uma das suas características mais importantes. O Islão significa, literalmente, submissão a Deus e paz. A tolerância religiosa foi sempre uma lei necessária para a vida, uma lei que não se pode recusar sem ameaçar a existência da humanidade; permitam-me oferecer-vos só uns quantos exemplos do espírito de tolerância que resi-de no coração do Islão.

Primeiro: O Islão estabelece de forma clara, que toda a humanidade não é senão uma grande família e que a sua origem é uma, já que todos os seres humanos foram criados de uma só alma. Deus disse no Sagrado Alcorão:

«Ó humanos! Temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mu-lheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é vosso Observador». (4:1).

Na medida em que todo o mundo faz parte da família de Deus, o Islão insiste em que deve haver igualdade e respeito absoluto entre todos os seres humanos. A raça, a cor, a etnia ou os privilégios terrenos não podem ser a medida de valor no Islão, esta medida é só a rectidão. No Sagrado Alcorão, Deus dirige-se à humanidade com estas palavras:

«Ó humanos! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Conhecedor e está bem inteirado». (49:13).

A variedade de seres humanos e a diversidade é vista no Islão como parte das bênçãos e a generosidade de Deus. O que todos devemos fazer é ir mais além da mera coexistência buscando, de forma activa, o entendi-mento mútuo e a cooperação. O Profeta Muhammad ﷺ ensinou-nos que toda a humanidade deve ser consi-derada como parte da família de Deus e que quem mais ama Deus é quem é mais beneficente para os membros da sua família.

Segundo: O Alcorão insiste neste conceito de justiça que não está limitado pela raça, cor ou nacionalidade. Deus disse:

«Deus manda restituir a seu dono o que vos está confiado; quando julgardes os vossos semelhantes, fazei-o com equidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Omniouvinte, Omnividente». (4:58).

Deus vai mais além quando disse:

«Ó crentes! Sede perseverantes na causa de Deus e prestai testemunho a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsione a serdes injustos para com eles. Sede justos, pois isso está mais próximo da piedade, e temei a Deus, porque Ele está bem inteirado de tudo quanto fazeis». (5:8).

Terceiro: O Islão é universal por natureza e abarca todas as mensagens divinas e religiões anteriores. Assim, tal como Deus é Uno, também o é a mensagem de fé essencial que Ele enviou a todos os Seus profetas e mensageiros. O Sagrado Alcorão disse:

«Prescreveu-vos a mesma religião que havia insti-tuído para Noé, a qual te revelamos, a qual havíamos recomendado a Abraão, a Moisés e a Jesus, (dizen-do-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso». (42:13).

No Islão, a unicidade de Deus implica a unidade entre a verdadeira crença e a religião. A mensagem básica que se confiou a todos os profetas é intemporal e universal: chamar a humanidade à adoração de Deus unicamente. Deus disse claramente no Alcorão que os adeptos da fé, aqueles que se submetem a Deus e à Sua verdade, verão claramente a unidade dos mensa-geiros de Deus, das suas respectivas revelações e as aceitarão todas:

«O Mensageiro (Muhammad) crê no que foi reve-lado por seu Senhor, assim como os crentes; todos creem em Deus, nos Seus Anjos, nos Seus Livros e nos Seus Mensageiros. (E dizem:) "Não fazemos dis-tinção alguma entre os Seus Mensageiros". E dizem: "Ouvimos e obedecemos; queremos o Teu perdão, ó Senhor nosso! E para Ti será o nosso retorno». (2:285). 

A tolerância religiosa é uma parte constituinte do próprio Alcorão: no coração do Alcorão estão todos os ensinamentos essenciais da Torah de Moisés e do Evangelho de Jesus (incluídos alguns milagres seus que não aparecem nos evangelhos). Deus disse no Sagrado Alcorão:

«Na verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». (5:48).

O Alcorão contém os conselhos e as histórias das vidas de muitos profetas bíblicos, que Deus descreve assim:

«Nas suas histórias há um exemplo para os sen-satos. É inconcebível que seja uma narrativa forjada, pois é a corroboração das anteriores, a elucidação de todas as coisas, a orientação e misericórdia para os que creem». (12:111)

Quarto: O Islão afirma que existe um laço especial entre os muçulmanos, os judeus e os cristãos. Os judeus e os cristãos são mencionados como "Adeptos do Livro" Alcorão, fazendo referência à gente da Torah e do Evan-gelho. Os judeus, os cristãos e os muçulmanos são vis-tos como familiares, cujas crenças estão baseadas nas escrituras reveladas e que compartilham a tradição profética. Em particular, o Alcorão faz ênfase na proxi-midade entre os seguidores do Cristianismo e do Islão:

«Constatarás que aqueles que estão mais próxi-mos do afecto dos fiéis são os que dizem: Somos cristãos». (5:82)

No Alcorão Deus ordena aos muçulmanos (e de facto a todos os crentes sinceros) crer em Jesus, Moisés e todos os profetas bíblicos enviados:

«Dizei: “Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele”». (2:136).

A tolerância do Islão não se limita aos "Adeptos do Livro", mas estende-se a todos os crentes sinceros e amantes da verdade. Deus afirma no Sagrado Alcorão:

«Os fiéis, os judeus, os cristãos e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão». (2:62).

Os crentes sinceros de todas as religiões, de facto, formam a comunidade dos justos, e Deus estende a Sua graça, sobre eles, com justiça:

«Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos obedientes e às obedientes, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às per-severantes, aos humildes e às humildes, aos cari-tativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejua-doras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa». (33:35).

Quinto: O Islão afirma, inequivocamente, o direito de cada individuo à liberdade de pensamento e religião. Se alguém tiver o tempo necessário para ler o Alcorão e estudar a vida do Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, e à dos seus companheiros, descobrirá que eles construíram uma sociedade baseada no amor, misericór-dia, justiça e irmandade. Também encontrará que a sua aceitação do Islão foi resultado do uso da sua razão e convicção, e não da violência, compulsão ou opres-são. O Sagrado Alcorão ordena:

«Não há compulsão na religião: o caminho verda-deiro já está distinto do errado; aquele que rejeita o mal e crê em Deus terá lançado mão de um susten-táculo firme, inquebrantável». (2:256).

O Islão insiste que as pessoas, não só as muçul-manas, devem desfrutar da liberdade de religião e ado-ração; considera os lugares de adoração sagrados, sejam estes judeus, cristãos ou muçulmanos, e pede aos muçulmanos que defendam esta liberdade de culto para todos. O Islão busca o estabelecimento de uma sociedade livre e universal na qual todos possam viver desfrutando da liberdade religiosa, a salvo e em igual-dade. Deus disse no Alcorão:

«E se Deus não tivesse refreado os instintos ma-lignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesqui-tas, onde o nome de Deus é frequentemente celebra-do. Na verdade, Deus secundará quem O secundar, em Sua causa». (22:40).

Sexto: Outro ponto importante dentro da tolerância religiosa do Islão é a ideia de que, onde existam diferenças de credo, os seus seguidores devem relacionar-se uns com os outros sobre a base do respeito mútuo e da amabilidade. O Islão convida os muçulmanos a conduzir este diálogo, e também os debates, sobre assuntos religiosos, com um espírito de amabilidade, sensibilidade e boas intenções e nunca com hostilidade ou violência. Deus disse no Sagrado Alcorão:

«E não discutas com os adeptos do Livro, senão da melhor maneira». (29:46).

O reconhecimento de que Deus é o Senhor de tudo, o Único Juiz e o Conhecedor de tudo, é a razão pela qual os muçulmanos levam as suas discussões com amabi-lidade:

«Convoca à senda do Teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação». (16:125).

Inclusivamente quando se enfrentam pessoas que são hostis à sua fé e a eles mesmos, os muçulmanos devem tomar o caminho da bondade, paz e unidade e res-ponder com paciência e amabilidade. Deus dirige-se aos crentes da seguinte maneira:

«Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Mohammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo!» (41:34).

A tolerância do Islão na prática: alguns exemplos históricos

Inclusivamente um olhar superficial sobre a história antiga do Islão descobrirá exemplos marcantes da tolerância islâmica. Vou apresentar aqui só uns poucos, como exemplos úteis de harmonia inter-religiosa. Durante a sua vida como homem de religião e chefe de estado, o Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, mostrou uma grande sensibilidade e respeito no seu trato com os "Adeptos do Livro", ou seja, com os judeus e os cristãos. Seguindo o espírito da revelação do Sagrado Alcorão que lhe havia sido confiado, o Profeta Muhammad, paz esteja com ele, proibiu os muçulmanos de maltratar os não muçulmanos, dizendo: "quem maltrate um cristão ou um judeu será meu inimigo no Dia do Juízo".

O que primeiro fez o Profeta Muhammad, paz esteja com ele, depois de entrar em Medina, onde havia sido convidado como seu líder, foi fazer um pacto entre os muçulmanos e os "Adeptos do Livro" dessa cidade. Nes-se tratado acordou-se que os muçulmanos lhes garan-tiriam a liberdade de crença e os mesmos direitos e deveres que aos muçulmanos. Quando uma delegação de cristãos de Abissínia chegou a Medina, o Profeta, a paz esteja com ele, levou-os à mesquita e encarregou- -se pessoalmente deles. Logo depois de lhes servir a comida disse-lhes que tinham sido tão amáveis e gene-rosos com os seus companheiros, que tinham emigrado anteriormente para Abissínia, que não podia fazer me-nos que honrá-los ele mesmo.

Assim como, quando chegou a Medina a delegação cristã de Najran, no sudoeste da Arábia, o Profeta recebeu-os na mesquita e convidou-os a fazer as suas orações na mesquita. Os muçulmanos, junto ao Profeta, rezaram numa parte da mesquita e os cristãos na outra; durante a sua visita, o Profeta debateu muitas ideias com eles, de forma educada e amável.

Os sucessores do Profeta continuaram aplicando esta política Alcorânica de tolerância religiosa. Quando Umar ibn Al-Khatab, o segundo califa, libertou Jerusalém da ocupação Romano-bizantina, aceitou as condições que lhe pediam os habitantes cristãos; inclusivamente, du-rante a sua estadia nessa cidade, uma vez, em que Umar estava dentro da igreja mais importante de Jeru-salém, chegou o tempo da oração da tarde, os cristãos ofereceram-lhe fazer as orações na igreja; mas ele recusou, por receio de que os muçulmanos de gerações futuras confiscassem a igreja para fazer uma mesquita.

Quando uma mulher copta, uma seita cristã do Egipto, veio a Umar queixando-se de que o governador muçul-mano Amr ibn al-As tinha tomado a sua casa para acrescentar o seu terreno a uma mesquita que se estava a construir ao lado, Umar indagou ao governador sobre a questão e Amr disse-lhe que o número de muçul-manos tinha crescido tanto que necessitavam de ampliar a mesquita. Amr explicou-lhe que tinha oferecido à mulher uma grande quantidade de dinheiro, mas que ela o tinha recusado e, por isso, tinha deixado o respectivo dinheiro num fundo, para que ela o tomasse quando quisesse. E actuou dessa forma, pois as leis modernas permitam este tipo de procedimento. Umar não aceitou essa justificação por ir contra os princípios islâmi-cos e ordenou aos muçulmanos que detivessem a expansão e reconstruissem a casa da mulher cristã, tal como era antes.

A Jizya, o imposto que os não muçulmanos deviam pagar nos territórios muçulmanos em troca de proteção militar e de outros benefícios que lhes oferecia o estado, foi outro tema que causou mal-entendidos. Quando os muçulmanos se deram conta que tinham sido ven-cidos na cidade de Homs e que não podiam garantir por mais tempo a proteção aos cristãos, devolveram-lhes a Jizya. Os muçulmanos, de facto, “pagam um imposto” chamado Zakat, destinado aos mais necessitados, que é muitas vezes maior que a Jizya.

Um dia Umar ibn al-Khatab viu um homem pedindo esmola na rua e tendo perguntado quem era esse homem, disseram-lhe que era um judeu. Umar tomou-o na sua mão e levou-o a sua casa, alimentou-o e deu-lhe dinheiro e mandou-o ao Tesouro dos muçulmanos, di-zendo: “deem a este homem do dinheiro dos necessita-dos muçulmanos. Por acaso está permitido tomar o seu dinheiro (de Jizya) quando ele era jovem e negá-lo ago-ra, na sua necessidade? Isso não é possível no Islão”.

O filho do governador do Egipto correu numa corrida de cavalos com um cristão copta e o cristão ganhou. Enfadado, o filho do governador golpeou-o com o seu chicote. O homem levou o seu caso a Umar no período de Hajj (a peregrinação anual dos muçulmanos a Meca) e, em frente de todos os muçulmanos, Umar ibn al-Khatab deu um chicote ao cristão copta, dizendo-lhe: "golpeia o homem que te golpeou". Depois, Umar dirigiu--se a Amr, o governador do Egipto, dizendo-lhe: "Como se pode fazer escravo a alguém que nasceu livre?".

Os cargos nos estados islâmicos davam-se aos me-lhor qualificados, independentemente das suas cren-ças ou origens. Por exemplo, ibn Athal, o médico cristão, foi médico privado de Mu’awiya, o fundador do estado Omíada. Outro califa Omíada, Abdul Malik ibn Marwan, pôs dois cristãos, Atanásio e Isaac, nas posições mais altas de Egipto. Adud al-Dawla, o califa Abássida, fez de Nasr ibn Harun, um cristão, o seu primeiro-ministro e deu-lhe autoridade sobre o Ira-que e o sul da Pérsia.

O Islão garante aos não muçulmanos os seus direitos, junto aos dos muçulmanos, entre eles o direito à vida, à liberdade e à propriedade. O Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, disse: "Quem maltrata um não muçul-mano ou lhe impõe cargas superiores às que pode suportar, encontrar-me-á como seu inimigo". O Islão permite aos não muçulmanos viver em terras muçul-manas com respeito e honra, longe de impor segrega-ção, permite-lhes participar completamente na socieda-de islâmica e participar nas actividades dos muçulma-nos, de acordo com o que estabelece Deus no Alcorão:

«Hoje, estão-vos permitidas todas as coisas sa-dias, assim como vos é lícito o alimento dos que receberam o Livro, da mesma forma que o vosso é lícito para eles. Está-vos permitido casardes com as castas, dentre as fiéis, e com as castas, dentre aquelas que receberam o Livro antes de vós». (5:5)

Esperanças no Futuro

Os dias em que a humanidade podia simplesmente aceitar a ignorância e a imitação cega foram-se para sempre. É o tempo do conhecimento, da luz e da verdade. Um tempo em que a humanidade só aceita as coisas de acordo com a razão, a lógica e a evidência científica. A humanidade chegou a um alto nível de progresso científico e luxos materiais, longe do ima-ginável pelas gentes de tempos passados. No entanto, a humanidade está ameaçada pela destruição de duas perspectivas: a espiritual e a física. Em último termo, os problemas da civilização moderna se devem à sua indiferença frente a Deus e frente à orientação espiritual que Ele oferece a todos. Deus enviou os Seus mensa-geiros e profetas através dos tempos como um presente da Sua parte, para guiar a humanidade à felicidade e ao êxito. No Alcorão, Deus disse ao Profeta Muhammad:

«E não te enviámos senão como misericórdia para toda a humanidade». (21:107).

As mensagens de Deus, através dos séculos, aconselharam a gente a viver como uma família, em amor e tolerância. Esta é a única forma de vida através da qual a humanidade se pode assegurar e desfrutar das graças de Deus e, ao mesmo tempo, dos frutos do progresso moderno. Se a humanidade tivesse levado no seu coração a essência das revelações divinas, não teria sofrido o inferno das duas últimas Guerras Mundiais e não estaria à beira do desastre nuclear ou da destruição do meio ambiente.

Os homens e as mulheres de fé devem despertar, abrir os seus olhos, e começar a olhar uns aos outros através de lentes que aproximem as coisas e não das que as afastem. A paz verdadeira só se pode conseguir se estivermos unidos sob o estandarte de Deus e dos Seus mensageiros, e nos unirmos em irmandade e co-operação, para construir uma fé racional para a gente do presente e das gerações futuras. Se pudéssemos en-contrar a coragem suficiente para o fazer, os seres hu-manos poderiam viver num paraíso terreno enquanto esperam pelo Paraíso Eterno.

É o momento para que as nossas nações do mundo cooperem com amor e generosidade e se unam na adoração do Único Criador do Universo, o Mais Com-passivo, o Mais Misericordioso. Ao fazê-lo, reviveremos e realizaremos os ensinamentos dos profetas, de uma forma consistente com as realidades da civilização mo-derna, cooperando nas coisas em que estamos de acordo e debatendo de maneira fraternal nas que dife-rimos.

Que Deus nos guie até ao bem, para buscar a verdade, sem prejuízos nem ambições terrenas, com o espírito do amor, da tolerância e da irmandade. 

Todos os louvores e graças são para Deus, o Senhor do Universo. Que a Paz esteja convosco.

Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 02/04/2015

OS ANJOS – 4ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Israfil (Aleihi Salam) – Rafael (Que a Paz de Deus esteja com ele), é o anjo  responsável pelos toques da trompeta no dia do Juízo Final”. Ao Primeiro Som, todos os seres vivos serão destruídos. Ao soprar a trompeta pela segunda vez, todas as almas ressuscitarão com a permissão de Deus, para prestarem contas do que fizeram neste mundo passageiro. Abd al Rahman b. Auf referiu: “Eu perguntei a Aisha, a mãe dos crentes para me informar quais as palavras que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) iniciava as orações, quando ele se levantava durante a noite (qiyam al-layl). Ela respondeu: Quando ele se levanta à noite, ele inicia as orações com estas palavras: “Ó Allah, Senhor de Gabriel, e Miguel e de Israfil, Criador dos céus e da terra, que conheces o invisível e o que é visto. Tu decidistes entre os Teus servos, as suas diferenças. Guia-me com a Tua permissão nas visões divergentes (que as pessoas têm) sobre a verdade, pois Tu é que guias a quem Tu queres para o caminho recto. Muslim 4:1694.

Outros anjos circulam pelo mundo à procura dos crentes que estão na recordação de Deus (Zikr). Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: Deus designou um grupo de anjos que percorrem as ruas em busca do agrupamento das pessoas que se encontram na recordação de Deus. E quando encontram esse agrupamento, chamam pelos outros anjos, para virem ver o que estavam procurando. Então os anjos os cobrem com as suas asas até ao céu …”. Bhukari e Muslim.

A intervenção dos anjos nas nossas vidas, começa no início da nossa gestação, quando na barriga das nossas mães, os nossos órgãos e o nosso corpo começam a ganhar forma. O destino é então traçado para toda a nossa vida. A ciência médica actual confirma as fases da gestação e formação do ser humano, transmitidas há mais de 1.400 anos através do seguinte hadice: Abdullah (b. Massud) (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), cuja sinceridade e veracidade é um facto, disse: “De facto, é desta maneira a Sua criação. Os elementos de cada um de vós são reunidos no ventre da vossa mãe durante quarenta dias, na forma de sangue, depois torna-se um coágulo de sangue no outro período de quarenta dias. Então torna-se um pedaço de carne e quarenta dias mais tarde, Deus envia o Seu anjo e com ele com ordens acerca de quatro assuntos: (1) escrever o seu sustento; (2) a sua morte; (3) suas acções; (4) sua fortuna e a sua pobreza. Por Ele, além do qual não existe outro deus, se um de vós age como as pessoas que merecem o paraíso até que a distância entre vós e o paraíso for (só) de um palmo, quando de repente ele é antecipado pelo destino e começa a praticar actos dos residentes do inferno e assim entra no inferno. E outro que que actua de acordo com os residentes do inferno, até que a distância entre ele e o inferno for (só) de um palmo e ser antecipado pelo que estiver destinado, em seguida ele começa a praticar acções das pessoas do paraíso e entra no paraíso. Muslim. 33.6390. Este hadice foi também compilado por Bhukari.

As nossas mães protegem-nos quando somos pequenos e até já crescidos. Com bravura, os animais (fêmeas) protegem os seus filhotes dos ataques dos predadores. Também as nossas mães cuidam de nós e nos protegem em todas as fases do nosso crescimento. Muitas vezes, as nossas mães não revelam as nossas falhas, o que nos salva de levarmos uma reprimenda dos nossos pais. Os Anjos também são protectores dos crentes. “Diz-lhes: Ele é o Soberano Absoluto dos Seus servos e vos envia anjos da guarda para que, se a morte chegar a algum de vós, os Nossos mensageiros o recolham, sem negligenciarem o seu dever”. Cur’ane 6:61.

Dois anjos permanecem com o ser humano. Um deles anota as boas acções e outro, as más acções. “Criamos o homem e sabemos o que a sua alma lhe confidencia, porque estamos mais perto dele do que a (sua) veia jugular. Eis que dois (anjos da guarda), são apontados para anotarem (suas obras), um sentado à sua direita e o outro à esquerda”. Cur’ane 50:16 e 17.

“ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

02/04/2015

segunda-feira, março 30, 2015

A L M A D I N A AS REGRAS ALIMENTARES NO ISSLAM - Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

O Isslam não se restringe apenas a um conjunto de rituais, pois vai muito para além disso. É um código de vida completo, que exige dos seus seguidores uma vida inteira passada em conformidade com as ordens do Criador, bem como com as orientações deixadas pelo Seu Mensageiro. Isto não se limita aos assuntos espirituais, estendendo-se também à vertente material da vida como por exemplo, em matérias relacionadas à nutrição e saúde. O Isslam transmite-nos orientações sobre o que se deve comer e vestir, bem como sobre o que se deve evitar. No capítulo dos alimentos o Al-Qur’án diz no Cap. 16, Vers. 114 – 115:

“Comei portanto, dos alimentos Halaal (lícitos) e bons que Deus vos deu, e agradecei o favor de Deus se é só a Ele que adorais.

Ele apenas proibiu-vos (de consumir) a carne do animal que morre de causas naturais, o sangue, a carne de porco, e o que é degolado em nome do quer que seja para além de Deus. Mas caso alguém se veja forçado (a comer dessa carne) pela necessidade, não o desejando, nem atravessando o limite (da necessidade absoluta, só para se manter vivo), então, Deus é Perdoador, Misericordioso”.

Deduzimos destes versículos, que podemos comer tudo o que é Halaal e bom, e que comidas sujas são Haraam (proibidas), mas que no momento de necessidade, para salvar a vida, se pode comer algo que seja Haraam.

Antes de mais temos que entender que só Deus tem a autoridade de declarar algo Halaal ou Haraam, pois nem mesmo os profetas têm essa autoridade.

Por isso Deus diz no Cap. 2, Vers. 168 do Al-Qur’án: 
“Ó Homens! Comei do que há na Terra, que seja lícito, bom e saudável, e não sigais os passos de Satanás. Certamente ele é para vós, um inimigo declarado”. 

Deus criou muita coisa na Terra, que pode servir de alimento para nós. Por exemplo, criou variedades de vegetais, de frutas e de cereais. Criou o leite, o marisco e o mel. Criou também vários animais de onde vamos buscar as carnes, tanto de quadrúpedes como de aves, de animais bravios, etc. A carne destes animais que Deus colocou à disposição do Ser Humano pode ser consumida (excepto a dos animais declarados Haraam), desde que sejam degolados em nome de Deus, derramando todo o sangue conforme as regras de Sharia.

Portanto, estes dois aspectos são a fórmula para tornar a carne Halaal.

É igualmente permitida a carne de caça, assim como consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 4:

“Perguntam-te (ó Muhammad), o que é lícito para eles; Responde: ‘são lícitas para vós todas as boas coisas, e (é igualmente lícita) a caça trazida para vós por aqueles animais de caça (cães, aves) que vós treinastes e ensinastes daquilo que Deus vos ensinou’. Portanto, comei do que caçam para vós, e mencionai o nome de Deus sobre isso (isto é, ao soltar os animais de caça adestrados)”.

Portanto, todos aqueles que se sentem muçulmanos, antes de comerem carne devem procurar saber se tal carne é de algum animal ou ave Halaal, e se se aplicou sobre esse animal abatido a fórmula prescrita pelo Sharia.

Quanto à comida dos Adeptos do Livro (judeus e cristãos), consta o seguinte, no Cap. 5, Vers. 5 do Al-Qur’án:“Hoje são lícitas para vós, todas as boas coisas; E o alimento daqueles a quem foi dado o Livro, também é lícito para vós, e vosso alimento é lícito para eles”.

A comida deles é lícita para nós, nas mesmas condições impostas a nós, porque segundo a Bíblia, foram aplicadas as mesmas regras de Halaal e Haraam que constam no Al-Qur’án. Portanto, também para eles (cristãos e judeus) foi vedado o consumo de animal que tenha morrido de morte natural.

Consta na Bíblia, Levítico, 11; 39:“E, se morrer algum dos animais que vos servem de mantimento, quem tocar no seu cadáver será imundo até á tarde; Quem comer do seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; E quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes e será imundo até à tarde”.

Consta também na Bíblia, Deuteronómio, 14; 21: “Não comereis nenhum animal morto”.

E sobre o porco, consta na Bíblia, Levítico, 11; 7 – 8: “Também o porco, porque tem unhas fendidas……; Este vos será imundo; da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver. Estes vos serão imundos”.

Ainda no Deutoronómio, 14; 8: “Nem o porco, porque tem unhas fendidas, mas não remoi; imundo vos será, não comereis da carne destes e não tocareis no seu cadáver”

Mas os alimentos deles (judeus cristãos) só são Halaal para nós, se na comida confeccionada não tiver sido introduzido qualquer carne ou condimento Haraam como por exemplo, bebidas alcoólicas ou algum derivado de porco, pois tudo isso Deus declarou Haraam para eles também.

Portanto, se alguém de entre eles transgredir essas leis e não respeitar a proibição, e comer do Haraam, então tal comida não é lícita para nós.

Infelizmente hoje em dia, muitos não respeitam as regras impostas pela Bíblia, e consomem carne de porco, não abatem os outros animais lícitos em nome de Deus, e na preparação de alimentos usam o álcool, pois muitos deles até confessam serem ateus, portanto, não praticantes de nenhuma religião, pelo que não é lícito aos muçulmanos consumirem desses alimentos.

E se alguém estiver de viagem, deve optar por outras alternativas: mariscos, vegetais, etc.

A proibição tanto na Bíblia como no Al-Qurán, de consumo de porco e de qualquer animal morto de morte natural, tem por objectivo a defesa da nossa saúde, pois a carne desses animais pode ser prejudicial à nossa saúde, provocando assim graves doenças.

Ainda sobre os animais ilícitos, consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 3: “É-vos proibido o animal morto, o sangue, a carne de porco, e os animais degolados sob invocação de outro nome que não o de Deus, o estrangulado, o morto por pancadas, ou por queda, ou por chifrada, (os restos) dos animais consumidos por feras (excepto o que degolastes de forma ritual, enquanto vivos), e o que foi sacrificado para os ídolos (nos altares); E (é proibido) fazer consultas à sorte através de setas (de adivinhação). Tudo isso é pecado”.

Portanto, a nossa religião está facilitada e não impõe dificuldades às pessoas, pelo que em caso de necessidade extrema, em que a pessoa não encontra alimentos Halaal correndo o risco de morrer, então aí a regra é a de excepção, pois a vida é só uma e é valiosa, sendo que a sua preservação constitui uma obrigação. Nesse caso, a pessoa poderá comer qualquer coisa que encontrar para salvar a sua vida. Sobre isto, o Al-Qur’án diz no Cap. 5, Vers. 3: “Mas quem na fome extrema for forçado (a comer do ilícito) sem se inclinar (intencionalmente) para o pecado (nem exceder o que é necessário) então (sabei que) certamente Deus é Perdoador, Misericordioso”.

Se alguém adoecer e o médico prescrever-lhe algum medicamento que contenha álcool ou qualquer outra substância ilícita, então, tratando-se de uma situação de necessidade, ele deve tomar esse medicamento e não pôr em perigo a sua vida, nem deixar que a sua saúde se deteriore.

Este é um ponto importante que os nutricionistas devem saber.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh

sexta-feira, março 27, 2015

O Que é o Alcorão Por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco):

O Alcorão é uma Mensagem que explica os tesouros espirituais de Deus, que são observados na Terra e no Céu. Fornece-nos informações sobre o desconhecido. É o sol, a fundação e o plano definitivo do Islão, bem como a tradução eterna do Universo. É um livro generoso e celestial, que Deus nos enviou para satisfazer todas as nossas necessidades, quer físicas ou espirituais. Os mais belos nomes de Deus e o seu trono são a fonte do Alcorão. Quando falamos de «a Palavra de Deus», referimo-nos ao Alcorão. Através dele, o Criador do Céu e da Terra nos fala; é um édito do Criador do Universo, a Palavra de Deus, o Senhor de todos os seres criados.

O Alcorão é um livro de leis divinas, um livro de men-sagens maravilhosas, comparáveis com o apreço dos seres humanos. O Alcorão veio d’Ele e foi criado dentro dos limites do mundo dos seres humanos. É um livro milagroso que contém a essência de todo o conhecimento. É um livro cujas maravilhas nunca acabam. Inclui discernimentos religiosos e conhecimento inestimável e ensina-nos como devemos recitar, quando devemos re-zar e como devemos rezar. É a mãe de todos os livros. O Profeta, a paz esteja com ele, disse sobre o Alcorão: «É um tesouro que faz com que alguém só ne-cessite dele». (Mayma al-Zawaid, 7, 158). Neste Hadith, o Profeta (ﷺ = S.A.W. = que a paz e bênção de Deus estejam com ele) afirma que o Alcorão inclui todos os tipos de conhecimento, aborda todos os tipos de pes-soas e oferece soluções para todos os tipos de proble-mas.

O Alcorão é a fonte da vida das almas, a base da moralidade e da essência das orações. O Profeta ﷺ expressou: «Podeis ter certeza de que o Alcorão é a festa oferecida por Deus» (Daarimi, Fadail Al Quran, 1). Este festival oferece todos os tipos de refeições, do-ces e saborosas. Embora cada refeição possa ter um sabor e composição diferentes, todos podem encontrar algo que gostem nesta festa. Ao dizer 'que quem assistir a este festival não vai ter medo ou passar fome', Abdul-lah ibn Ma’sud assinala o facto de que o Alcorão, com o seu grande e abundante conteúdo, oferece soluções para os problemas do mundo. Uma vez que é a fonte de todo conhecimento e informação – de que os muçulmanos são orgulhosos – diz-se que «o Islão é a civilização Alcorânica». O Profeta ﷺ nos apresentou e ensinou esta Primavera sagrada. Suas palavras são as manifestações que explicam melhor o conteúdo do Alcorão. Num Hadith, o Profeta ﷺ disse: 

«O Alcorão é um livro que inclui crónicas do passado (das nações anteriores), a fitna (os actos de sedição e os conflitos internos, a anarquia e a subversão), que os perseguirão até o Dia do Juízo e os julgamentos sobre situações que ocorrem entre vós. É a única medida que separa o que é verdade e o que é falso. Todo o seu conteúdo é sensato. A quem o abandonar por medo de um tirano e deixar de praticar (o que diz o Alcorão), Deus o fará cair em devastação. Quem procurar uma orientação em qualquer outra parte será perdido por Deus. Certamente é a corda mais forte de Deus (a que podemos agarrar). É uma recordação cheia de sabe-doria e um caminho que nos leva à Verdade. Salva àqueles que o seguem de desvio (ao evitar que fiquem apanhados por várias tentações).Os estudiosos nunca podem saciar a sede do mesmo. As suas frequentes repetições não cansam a quem o lê, nem o prazer diminui. Os seus aspectos fascinantes não têm fim. É um livro tal que quando os génios o ouvem, não podem evitar dizer: “Na verdade, ouvimos um discurso ad-mirável, que leva à rectidão; e que acreditamos nele!”». (Alcorão, 72:1-2). 

Quem fala assim, diz a verdade. Quem o siga, certamente será recompensado. Quem julgue na base deste livro sagrado, julga de forma justa. Quem chama para este livro, chama para a senda recta. (Tirmidhi, Fadail al-Quran, 14).

Este Hadith menciona muitas das características do Sagrado Alcorão. Ressalta que distingue o verdadeiro do falso, que é a mais forte orientação de Deus, que é a recordação mais sábia e que é o caminho para Deus. Uma das características fundamentais do Alcorão é o acto de distinguir o verdadeiro do falso. A este respeito, o Alcorão é também chamado de Furqán: «Bendito Aquele que o enviou, gradualmente, ao seu servo o critério (Furqán) para puder discernir o verdadeiro do falso» (25:1).

Declarando que o Alcorão é universal, este versículo enfatiza que Furqán distingue o verdadeiro do falso, organiza as vidas dos que assimilam o Islão e mostra o que é bom e o que é mau. Como se afirma no Hadith acima mencionado, o Alcorão é uma orientação firme, enviada por Deus para conduzir àqueles que se aderem a ele, para o verdadeiro caminho. Ele é composto de palavras de sabedoria e é uma sábia recordação. O Alcorão, na sua infinita sabedoria, menciona tudo o que é suficiente para satisfazer as necessidades dos seres humanos. Proporciona aos crentes uma apropriada recordação e conselho para seguir o caminho que deve ser tomado e viver vidas que devem viver. É o caminho mais genuíno. 

É uma orientação que impede as pessoas dos extremos, não só nas questões relacionadas com a fé e crenças, mas também nos assuntos sociais, económicos e administrativos.■

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 26/03/2015.

JUMA MUBARAK TEMA DA SEMANA: OS ANJOS – 3ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) Podemos considerar o mais importante, o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel (Que a Paz de Deus esteja com ele) que foi incumbido por Deus para ser porta-voz das Revelações Divinas para os Mensageiros. Ele trouxe a revelação do Cur’ane ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), que decorou os versículos e os transmitiu aos seus companheiros (Radiyalahu an-huma) para compilação e divulgação sob forma escrita e oral. 

O Cur’ane é o último Livro enviado por Deus para toda a humanidade. “Dize-lhes: Quem for inimigo de Gabriel, saiba que ele, com o beneplácito de Deus, impregnou-te (o Cur’ane) no coração, para corroborar o que foi revelado antes; é orientação e alvíssaras de boas novas para os fiéis”. Cur’ane 2:97. 

Os anjos responsáveis pela guarda do inferno, são liderados por Malik (Aleihi Salam). No inferno as pessoas que não acreditaram em Deus e que cometeram graves pecados irão chorar e arrepender-se, mas será tarde demais. Quando forem encaminhados, em grupos, para o inferno, os anjos que se encontrarem nas respectivas portas lhes perguntarão: “Acaso não vos foram apresentados mensageiros de vossa estirpe, que vos ditaram os versículos do Vosso Senhor e vos admoestaram acerca do comparecimento deste dia? Responderão: Sim! Então o decreto do castigo recairá sobre os incrédulos”. Cur’ane 39:71

E refere ainda o Livro Sagrado: “(Os residentes do inferno) gritarão: “Ó Malik, que teu Senhor nos aniquile! E ele dirá: “Sabei que permanecereis aqui (eternamente)”. Cur’ane 43:77. 

O anjo Mikáil - Miguel (Que a Paz de Deus esteja com ele), é responsável pelas execuções das ordens de Deus na terra, nomeadamente pela alimentação e pelas chuvas. Existem outros anjos que trabalham sob seu comando, nas nuvens, mares, rios e ventos. “Quem for inimigo de Deus, de Seus Anjos, de Seus Mensageiros, (dos anjos) Gabriel e Miguel, saiba que Deus é adversário dos incrédulos”. Cur’ane 2:98.

Israil (Aleihi Salam) - (Que a Paz de Deus esteja com ele) é o anjo da morte. Tem outros anjos ao seu serviço, encarregados de tirar as almas. ”Diz-lhes: O anjo da morte, que foi designado para vos guardar, recolher-vos-á e logo retornareis ao Vosso Senhor”. Cur’ane 32.11. “KULÚ NAFSIN ZAÁIKATUL MAUTI….” -Toda a alma provará o sabor da morte e Vos provaremos com o mal e com o bem e a Nós retornareis”. Cur’ane 21:35. “Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna – Viemos de Deus e para Ele retornaremos. Cur’ane 2:156

O verdadeiro servo de Allah Subhana Wataala, não deve ter medo da morte. Alguém tem medo de se juntar ao seu amigo e cujo amor é recíproco? Quando um anjo da morte vem ter com um crente para lhe tirar a alma, saúda-o, dizendo: “Assalamo alayka yaa Waliyullah – Que a Paz de Allah esteja contigo ó amigo de Deus”. 

Dois anjos nos interrogarão nas nossas sepulturas. São eles o Munkar e Nakir. Eles são completamente diferentes dos restantes anjos. De cor negra e olhos azuis, com aspecto aterrador e muito rudes. “Quando o corpo do morto é colocado na sepultura ele ouve o som dos sapatos dos parentes e amigos a abandonarem o local”. (Muslim). É depois “acordado” com um grande alarido. São os anjos Munkar e Nakir, que o vêm interrogar. Suas vozes serão intensas como trovões e os olhos como um pesado rastro de relâmpago. Eles o empurrarão, acotovelarão rudemente. Falarão asperamente e o farão sentir terror! Nessa altura, ser-lhe-ão restituídos os seus sentidos e inteligência, idênticos aos que tinha quando era vivo, para responder às seguintes questões: “Quem é o teu Senhor; Qual é a tua religião; E quem é o teu Profeta”. 

As respostas serão dadas de acordo com as acções praticadas no mundo e nenhuma cábula será levada para servir de apoio! Os verdadeiros crentes não terão que se preocupar porque as boas acções praticadas neste mundo serão um escudo protector na altura da morte e durante a permanência na sepultura, conforme um longo hadice que se transcreve uma parte: Abdur Rahman Bin Samrah referiu em Tibrani, Hakeem Tirmizi e Asphahani que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), veio ter com ele quando estava na companhia de outros Sahabas (Radiyalahu an-huma) e contou-lhes que na noite anterior teve um sonho muito especial: Contou então o seguinte: “Eu vi um homem entre os meus seguidores, a quem o anjo da morte tinha aparecido para lhe levar a alma. Nessa altura, apareceu a bondade que ele tinha tido com os seus pais e disse adeus ao anjo da morte. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, que tinha acabado de ser enterrado e quando chegou a hora da punição do túmulo, veio o seu Uzhú (ablução) e salvou-o da punição. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores quase a morrer e os demónios lhe tinham feito a vida miserável. Veio então à sua memória a lembrança de Deus, que afastou os demónios (Shaytan). Eu vi um homem entre os meus seguidores a quem os anjos da punição tinham aterrorizado e entristecido. Vieram então as suas orações (Salat) e salvaram-no.

“Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 
Cumprimentos 
Abdul Rehman Mangá 
26/03/2015

segunda-feira, março 23, 2015

O significado do pronome "Nós" como usado no Alcorão

É uma figura de estilo literário em árabe que uma pessoa possa se referir a si própria pelo pronome nahnu (nós) para denotar respeito ou exaltação. Também pode usar a palavra ana (eu), indicando a própria pessoa ou, então, a terceira pessoa huwa (ele).

Todos os três estilos são usados no Alcorão, onde Allah se dirige aos árabes em sua própria língua (Fataawa al-Lajnah al-Daa'imah, 4/143)

“Allah, que Ele seja glorificado e exaltado, algumas vezes se refere a Si no singular, usando seu nome ou através do uso de um pronome e, outras vezes usando o plural, como no versículo (cuja tradução pode significar):“Em verdade, Nós temos te concedido uma vitória evidente” (Al-Fath 48:1) e em outros versículos semelhantes. 

No entanto, Allah jamais se refere a Si usando o dual e sim o plural, porque o plural se refere ao respeito que Ele merece e pode se referir aos Seus nomes e atributos, ao passo que o dual se refere a um número específico (e nada mais) e Ele está muito acima disto.” ( Al-'Aqeedah al-Tadmuriyyah por Shaykh al-Islam Ibn Taymiyah, p. 75)

Essas palavras innaa ("Em verdade Nós") e nahnu ("Nós"), e outras formas de plural, podem ser usadas pela pessoa que fala em nome de um grupo ou, então, por alguém com objetivos de respeito ou exaltação, conforme adotado por alguns monarcas quando se pronunciam publicamente ou baixam decretos, nos quais dizem “Nós decidimos...”, etc. (Em português, esta figura de linguagem é conhecida como plural majestático). Em tais casos, apenas uma pessoa fala mas o plural é usado como sinal de respeito. 

O Único Que é mais merecedor de respeito do que qualquer outro é Allah, que Ele seja glorificado e exaltado, portanto, quando Ele diz no Alcorão innaa ("Em verdade Nós") e nahnu ("Nós"), o faz por respeito e exaltação e não para indicar pluralidade de pessoas. Se uma ayat deste tipo causa confusão é essencial se referir a outra ayat clara e coerente para esclarecimento e se, por exemplo, um cristão insistir em tomar uma ayat como,

Em verdade Nós: Fomos Nós que enviamos o Dhikr(isto é, o Alcorão)” , como prova da pluralidade divina podemos refutar esta alegação citando uma outra ayat que seja clara e específica, cujo significado pode ser interpretado como:

“E seu deus é Um Único Deus, não há ninguém que tenha o direito de ser adorado senão Ele, o mais Clemente, o mais Misericordioso” (al-Baqarah 2:163 e “Dizei: Ele é Allah, o Único” (al-Ikhlaas 112:1),ou outra ayat que só possa ser interpretada de uma única forma. Então, a confusão será dissipada por aquele que está procurando a verdade. Toda a vez que Allah usa o plural para se referir a Ele mesmo, é em relação ao respeito e honra que Ele merece, ao grande número de Seus nomes e atributos e ao grande número de Seus soldados e anjos.

(Al-'Aqeedah al-Tadmuriyyah by Shaykh al-Islam Ibn Taymiyah, p. 109) 

Por Yahia Adel Ibrahim

Fonte: sbmrj.org.br

Profecias corânicas sobre o futuro

Elas são inúmeras, mas veremos aqui os seguintes exemplos:a profecia sobre a vitória dos romanos:

Allah Todo Poderoso, subhanahu wa ta`ala, diz:

“Os bizantinos foram derrotados. Nas terras mais próximas (Síria, Iraque, Jordânia e Palestina) e eles, depois da derrota, serão vitoriosos. Entre três e nove anos. A decisão do assunto, antes e depois (desses eventos) é de Allah apenas (antes da derrota dos romanos pelos persas, e depois a derrota dos persas pelos romanos)...” (Alcorão 30:2-4). Sete anos depois, a profecia se realizou, e os romanos venceram os persas. 

A profecia de que tanto Walid Ibn al Mughirah quanto Abu Lahab morreriam como descrentes. A respeito de Walid, Allah, subhanahu wa ta‘ala, disse:

Deixa por Minha conta aquele que criei solitário (sem riqueza ou filhos, isto é Walid ibn al Mughirah) E depois agraciei com abundantes bens e filhos para estarem ao seu lado e tornei a vida agradável e confortável para ele. E, depois de tudo, ele quer que Eu lhe dê mais. Qual! Na verdade ele se opôs às Nossas Ayat (provas, evidências, versículos, lições, sinais, revelações). Eu o obrigarei a (escalar uma montanha escorregadia no Inferno, chamada As-As’ud ou) enfrentar grandes tormentos. Na verdade, ele conspirou. Portanto, que ele seja amaldiçoado: como ele conspirou! Então ele pensou. Então ele voltou e estava orgulhoso. Então ele disse: ‘Nada mais é do que mágica daquele velho. Nada mais é do que a palavra de um ser humano!’ Eu o lançarei ao Inferno. E o que o fará saber (exatamente) o que é o Inferno? Nada é poupado (todo pecador) e nada (deixará de ser queimado)!” [Alcorão 74:11-18]

E em relação a Abu Lahab disse Allah, subhanahu wa ta’ala:

Que pereça o poder de Abu Lahab (um tio do Profeta) e pereça ele também! De nada lhe valerão os seus bens nem tudo quanto lucrou. Entrará no fogo abrasador!” [Alcorão, 111:1-3]


A profecia sobre o retorno a Meca, que ele deixou ao ir para Madina:

Allah, ‘azza wa jall, diz:

Em verdade, Quem te prescreveu (ó Muhammad) o Alcorão (isto é, ordenou que tu agisses de acordo com suas leis e o pregasse aos outros) te levará de volta a Ma’ad (lugar de retorno, seja Meca ou o Paraíso depois de tua morte)...”. [Alcorão 28:85] . E o Profeta, salallahu ‘alaihi wa salam, retornou a Meca no Ano da Conquista.

A profecia de que o Profeta, salallahu ‘alaihi wa salam, e os muçulmanos entrariam em Meca em segurança:

“...E, por certo, entrareis na Masjid al Haram, se Allah quiser, em segurança, com os cabelos raspados (alguns) e (alguns) com os cabelos cortados, sem medo...” [Alcorão, 48:27] . Essa profecia se realizou, e os muçulmanos conquistaram Meca e entraram naMasjid al Haram em completa segurança.


A profecia de que seriam concedidos aos muçulmanos sucessão e autoridade. Allah, Todo-Poderoso, diz:

“Allah prometeu àqueles dentre vós que acreditam e praticam o bem que Ele vos tornará herdeiros da terra, como fez com os vossos antepassados e que Ele vos concederá autoridade para praticar a religião que Ele escolheu para eles (isto é, o Islam). E Ele dará a eles, em troca, a segurança depois da apreensão - que Me adorem e não Me associem a ninguém!.” [Alcorão, 24:55]. Allah, subhana wa ta’ala, cumpriu a promessa feita ao Profeta, salallahu alaihi wa salam, e à sua nação. Fez deles sucessores de grandes reis e poderosos governantes, cujas terras e propriedades os muçulmanos herdaram.

Dr. Abdul Radhi Muhammad Abdul Mohsen

Muhammad's Prophethood: Reality or Hoax 
© 1999 IIPH
Fonte: http://islamemlinha.com/index.php/artigos/o-nobre-alcorao/item/profecias-coranicas-sobre-o-futuro?category_id=149

O Alcorão se interessa pelo meio-ambiente


É impressionante para os pesquisadores justos como o Alcorão e a Sunnah se interessam pelo meio ambiente. Diz o Alcorão, por exemplo:

"Porventura, não reparam nos camelídeos, como são criados?" (88:17)

Nesta passagem, o Alcorão menciona os camelos, ao invés de outros animais. A razão disto é chamar a atenção para este animal notável e convidar as pessoas a contemplarem sua estrutura, propriedades e benefícios, porque ele é o animal doméstico mais próximo dos beduínos, para quem o Alcorão está se dirigindo.

Frequentemente o Alcorão fala dos animais domésticos (camelos, gado, carneiros) em lugar de outros animais que existem em outras regiões. A razão é para chamar a atenção das pessoas a quem ele se dirige, para os animais que fazem parte do ambiente que as cerca, a fim de que possam ser usados; agradecer às Bênçãos de Deus, comer de sua carne e beber de seu leite.

"...leite puro e saboroso para aqueles que o bebem." (16:66)

Também para a satisfação do olhar, quando eles são conduzidos pela manhã e trazidos de volta à noite.

"E tendes nele encanto, quer quando o conduzis aos apriscos, quer quando, pela manhã, os levais para o pasto." (16:6)

A mesma coisa é mencionada no Alcorão sobre as abelhas, na Surata chamada de "As Abelhas" : o mel, suas várias espécies, valor nutritivo e medicinal, na Surata chamada "As Abelhas".

Da mesma forma o Alcorão fala sobre as tamareiras, as uvas, as colheitas de diversos sabores, a oliveira e as romãs semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedades). Aqui o Alcorão insiste em dois aspectos importantes:

1) Usufruir de sua beleza:

"Reparai em seu fruto, quando frutificam, e em sua madureza." (6:99)

2) Usar de suas substâncias, mas pagando o zakat devido, conforme prescrito por Deus.

"Comei de seus frutos, quando frutificarem, e pagai seu tributo, no dia da colheita, e não vos excedais." (6:141)

Diversas vezes foi citado no Alcorão: Proibir o desperdício da terra, uma vez que Deus (o Exaltado e o Todo Poderoso) a criou adequada e bem preparada para as sucessivas gerações humanas. O Alcorão avisa que Deus não gosta do desperdício ou daqueles que desperdiçam em vida, e isto inclui o meio ambiente, poluindo-o ou agredindo-o. Também é proibido abusar dela de qualquer forma que possa desviá-la dos objetivos para os quais Deus a criou. Seria como mostrar ingratidão a Deus, o que provocaria a vingança de Deus e seria como uma advertência para aqueles que perpetraram este crime, de que uma punição severa recairá sobre eles, da mesma forma como aconteceu antes ao povo de 'Ad e Samud e àqueles que vieram depois deles.

"Os quais transgrediram, na terra, e multiplicaram, nela, a corrupção, pelo que teu Senhor lhes infligiu variados castigos. Atenta para o fato de que o teu Senhor está sempre alerta." (89:11-14)

É como a punição que veio para os habitantes de Sabá, que não gostavam das bênçãos que Deus lhes havia concedido; terra fértil, água pura e fresca, jardins de doces perfumes, e eles relutaram, descuidaram da terra e perderam sua fonte de generosidade. Disse Deus:

"Os habitantes de Sabá tinham, em sua cidade, um sinal: duas espécies de jardins, à direita e à esquerda. (Foi-lhes dito): Desfrutai da graça de vosso Senhor e agradecei-Lhe. Tendes terra fértil e um Senhor Indulgentíssimo. Porém, desencaminharam-se. Então, desencadeamos sobre eles a inundação provinda dos diques, e substituímos seus jardins por outros cujos frutos eram amargos, e tamargueiras, e possuíam alguns lotos. Assim os castigamos, por sua ingratidão. Temos castigado, acaso, alguém, além do ingrato?" (34:15-17)

Dr. Yusuf al-Qaradawi 
Islamic Concept of Education & Economy as Seen in the Sunnah 
© 1418 AH El-Falah, Cairo, Egypt
Dr. Yusuf al-Qaradawi
Fonte: sbmrj.org.br

sexta-feira, março 20, 2015

A L M A D I N A AJUDAR OS DEFICIENTES Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

Antes de ser um dever humano, constitui um dever religioso ajudar os deficientes, os aleijados, os incapacitados, sejam eles cegos, surdos, mudos, pernetas, manetas, mancos, enfim, qualquer que seja o defeito físico que impeça a pessoa de desenvolver as suas atividades quotidianas de forma normal.

Em vários versículos do Al-Qur’án, e também nos ditos do Profeta Muhammad (S.A.W.) nos é recomendado que nos preocupemos e sejamos misericordiosos para com os fracos e com as pessoas que tenham algum tipo de defeito físico. Por isso devemos ensinar à nova geração e também aos nossos filhos quando ainda pequenos, estes bons ensinamentos.

Infelizmente, muita gente nas sociedades modernas atribui pouca importância a esta matéria. Aliás, alguns chegam a rir-se e a fazer troça daqueles que deveriam merecer a nossa misericórdia, o que é detestável. Esses, que saibam que não só não estão imunes, como correm o risco de desenvolver algum tipo de deficiência, seja ela física ou mental.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Deus não vai ter misericórdia daquele que não é misericordioso para com os outros”. (Al-Bukhari)

Uma ocasião, dirigindo-se aos seus companheiros disse: “Jamais sereis crentes enquanto não fordes misericordiosos uns para com os outros”. Os companheiros disseram: “ Ó Mensageiro de Deus! Todos nós somos misericordiosos”. Então o Profeta retorquiu: “Não me refiro à misericórdia que cada um de vós tem para com a sua família, mas sim à misericórdia geral para com as pessoas, independentemente da sua etnia, raça, cor, grau de parentesco, etc. Refiro-me à misericórdia para com os desconhecidos, para com os necessitados. Portanto, deveis ter pena deles.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “ O Misericordioso (Deus) terá misericórdia para com aqueles que são misericordiosos para com as pessoas. Portanto, sede misericordiosos para com os que estão na Terra, e essim, O que está no céu (Deus) terá misericórdia de vós”. (Abu Daud; At-Tirmizi)

Se facilitarmos alguém que esteja em dificuldades, Deus também facilitará para nós, tanto aqui na Terra como no Outro Mundo.

Se alguém, com o seu esforço, com a sua riqueza, com o seu tempo, com a sua posição social, com o seu cargo, etc., ajudar outrem, Deus também irá ajudá-lo na sua dificuldade. Portanto, não devemos faltar com a nossa ajuda a quem dela precisa, pois assim Deus também não faltará com a Sua ajuda quando dela precisarmos. E não nos esqueçamos que todos nós, de dia, de noite, e a qualquer hora, precisamos da ajuda de Deus.

Ajudar aos deficientes em qualquer coisa que seja, mesmo que seja na travessia da rua, é considerado caridade, pelo que devemos tratá-los bem para que se sintam confortados na sociedade em que vivem, e não fracos e marginalizados. Devemos acarinhá-los, e fazer-lhe sentir que eles também são úteis na sociedade.

E Deus nos recompensará em todas as boas obras que praticamos, até mesmo no remover das ruas e caminhos, algo que seja prejudicial, como cascas de banana, espinhos, pregos, objectos cortantes, cacos de vidro, etc.

O Isslam não se circunscreve apenas ao cumprimento do Salaat, do Jejum, do Zakaat, ou do Hajj, pois todo o nosso quotidiano faz parte da religião.

Por isso não devemos desprezar ou menosprezar qualquer boa ação. Até mesmo ao receber alguém, devemos fazê-lo com cortesia, cumprimentá-lo com um semblante simpático e sorridente, pois isto faz parte da religião.

Se alguém cujos defeitos conhecemos nos ofende, ainda que possamos reagir, se mantivermos alguma serenidade e nos abstivermos, Deus recompensar-nos-á. Portanto, façamos o que os nossos ouvidos gostam de ouvir, e evitemos o que os nossos ouvidos detestam ouvir.

Ninguém gosta de ser deficiente, pois a existência de deficientes indica que há Um Deus Criador que nos quer chamar à atenção para um aspecto importante, e para os que são sãos e saudáveis não pensarem que tal se deve ao mérito próprio. Para tal, Deus colocou entre alguns milhares ou milhões, um deficiente, precisamente para isso servir-nos de lição, para sabermos que não é a nossa vontade que funciona mas sim a vontade do Todo-Poderoso Criador, e para sermos gratos a Ele pelas graças concedida sob a forma de saúde e perfeição em termos físicos.

E Deus ao retirar algumas faculdades a uma pessoa tornando-a deficiente, reforça-a com outras qualidades, e isenta-a de muitas outras ordens, criando amor e simpatia nos corações dos outros para com ele.

E ninguém pode interrogar por que razão Deus escolheu este ou aquele, e não aqueloutro para ser deficiente, pois o Criador, sendo Soberano faz o que quer. Senão deixaria de ser Deus. 

E a nós, os saudáveis, Ele ordena que cuidemos dos deficientes, ajudando-os no que for necessário.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh! Jumua Mubaraka para todos..

quinta-feira, março 19, 2015

A Enfermeira e o Paciente Muçulmano

In:http://oislam.org/noticias/historias-de-convertidos/326-a-enfermeira-e-o-paciente-muculmano Fonte: Saudi Gazette e Muslim Link.

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco): 

O meu nome é Cassie. Tenho 23 anos. Formei-me como enfermeira qualificada este ano e foi-me dado a minha primeira posição como enfermeira particular. O meu paciente era um senhor inglês, nos seus 80 anos de idade, que sofria de Alzheimer. No primeiro encontro fui informada de que ele era um convertido ao Islão, portanto muçulmano. 

Sabia que a partir desse fato, eu precisava levar em conta alguns modos de tratamento que poderiam ir contra a sua fé, e, portanto, tentar adaptar o meu zelo para atender as suas necessidades. 

Trouxe um pouco de carne 'halal' para cozinhar para ele e garantir que não havia carne de porco ou álcool no cozinhado, de acordo com algumas pesquisas que fiz e mostraram que estes produtos são proibidos no Islão. 

O meu paciente estava numa fase muito avançada da sua doença, e, por isso, muitos dos meus colegas não conseguiam entender por que eu estava a tomar tantos cuidados por ele. Mas para mim, uma pessoa que se submete a uma fé merece que esse compromisso seja respeitado, mesmo se ele não está em condições de entender. 

Após algumas semanas com o meu paciente, comecei a notar alguns padrões de movimento. No começo pensei que eram alguns movimentos copiados que ele viu alguém a fazer, mas eu o vi repetir o movimento em determinados momentos: de manhã, à tarde e à noite. 

Os movimentos eram: levantar as mãos, curvar-se e em seguida, colocar a cabeça no chão. Eu não conseguia entender… Ele também estava a repetir frases num outro idioma, não conseguia descobrir que língua era …Mas eu sabia que algumas palavras eram repetidas, diariamente. 

Também havia outra coisa estranha: ele não permitia que eu o alimentasse com a minha mão esquerda (sou canhota). 

Então pensei que seria melhor falar com alguém e perguntar. Coloquei as questões relacionadas com os movimentos repetidos na internet e foi-me dito que estes são os movimentos de oração. Então, segui um link e assisti um vídeo de oração islâmica no YouTube. 

Fiquei abalada. Um homem que perdeu a memória e não se lembrava de seus filhos, de sua ocupação e mal podia comer e beber, era capaz de se lembrar não só dos movimentos de oração, mas também das palavras que estavam num outro idioma. Isto era simplesmente incrível e eu sabia que este homem era devoto na sua fé, o que me fez querer saber mais, a fim de cuidar dele o melhor que pudesse. 

Foi-me dado um link para ler a tradução do Alcorão e ouvi-la. 

O capítulo ‘A Surata das Abelhas' deu-me calafrios e eu a repeti por várias vezes ao longo do dia. Fiz uma gravação do Alcorão no meu iPod e dei para o meu paciente para ouvi-la. Ele sorriu e chorou e ao ler a tradução, eu entendi o porquê. 

Eu apliquei o que eu estava a aprender para poder cuidar dele, mas aos poucos me vi procurando respostas para mim mesma. 

Pois, na verdade, nunca parei para olhar para a minha vida; nunca conheci meu pai; minha mãe morreu quando eu tinha três anos. Meu irmão e eu fomos criados pelos nossos avôs que morreram há quatro anos atrás. Agora, éramos só nós dois. 

Mas apesar de toda essa perda, sempre pensei que eu era feliz, contente. Foi só depois de passar o tempo com o meu paciente que comecei a sentir como se estivesse faltando alguma coisa. Eu estava sentindo falta daquela sensação de paz e tranquilidade que o meu paciente, mesmo sofrendo, sentia. 

Queria aquela tranquilidade que ele sentia. A sensação de pertencer e ser parte de algo, mesmo sem ninguém ao seu redor. Foi-me dada uma lista de Mesquitas na minha área e sai para visitar uma. Assisti a oração e não consegui segurar as lágrimas. 

Senti-me atraída para a Mesquita todos os dias e o Imame e a sua esposa deram-me livros e fitas e acolheram todas as perguntas que eu tinha. Cada pergunta que eu fiz foi respondida com grande clareza e profundidade. 

Nunca pratiquei uma fé, mas sempre acreditei que havia um Deus. Eu só não sabia como adorá-Lo. Fui para a Mesquita para assistir a oração da alvorada. 

Depois, fui cuidar do meu paciente. Estava a alimentá-lo e, quando olhei nos seus olhos, simplesmente percebi que ele foi trazido para mim por uma razão… e que a única coisa que me impedia de aceitar era o medo.... não era temor no sentido de algo ruim, mas medo de aceitar algo bom e achar que eu não era digna como este homem. 

Naquela tarde, fui para a Mesquita e pedi ao Imame se eu poderia pronunciar a minha declaração de fé, a Shahada: Não há outra divindade senão Allah (Deus) e Muhammad é o mensageiro de Allah. 

Ele me ajudou e guiou-me através do que eu precisaria fazer a seguir. Não consigo explicar a sensação que eu senti quando eu pronunciei isso. Era como se alguém me acordasse do meu sono. A sensação era irresistível: alegria, clareza e paz. 

A primeira pessoa para quem eu contei, não foi o meu irmão, mas o meu paciente. Fui até ele e, antes mesmo de eu abrir a minha boca, ele chorou e sorriu para mim. Eu caí em prantos, na frente dele. Eu lhe devia muito. 

Finalmente, contei para o meu irmão; embora ele não estivesse feliz, apoiou-me e disse: “I would be there for you” (que estaria lá por mim). Eu não poderia pedir-lhe mais. 

Depois da minha primeira semana como muçulmana, o meu paciente faleceu durante o sono, enquanto eu estava cuidando dele. Teve uma morte pacífica e eu era a única pessoa que estava com ele. 

Ele era como o pai que nunca tive. Foi a minha porta de entrada para o Islão. Desde o dia da minha Shahada até ao dia de hoje e para cada dia, enquanto eu viver, vou orar para que Deus seja misericordioso para com ele e o recompense por toda boa obra que eu realizar. 

Amava-o por amor a Deus e rezo, todas as noites, pedindo para eu me tornar um peso de átomo do muçulmano que ele foi. 

O Islão é uma religião com uma porta aberta e está lá para quem quiser entrar... E Deus é O Misericordioso, O Compassivo. 

Cassie faleceu em Outubro de 2010, depois do seu irmão ter abraçado o Islão. 

Que Deus a abençoe. 

Muitas preces para esta irmã Enfermeira que serviu o paciente sem olhar para a sua fé. Se o mundo se tornasse assim, então a Terra poderia ser o Paraíso. Não está em questão ela se ter convertido ao Islão, mas sim toda essa sua atitude humanitária. 

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 19/03/2015.