segunda-feira, janeiro 12, 2015

A Al Furqán manifesta a sua repulsa pelo atentado contra a sede do Semanário francês “Charlie Hebdo”

A Al Furqán, órgão para a divulgação do Islamismo em Portugal, proclama la paz, a justiça e o respeito pela vida dos seres humanos, princípios básicos do nosso Estado de Direito e do Islão.
Por: M. Yiossuf Mohamed Adamgy - Director de Al Furqán

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco): 

A Al Furqán lamenta profundamente o ato terrorista cometido ontem ao periódico francês “Charlie Hebdo”, causando a morte de doze pessoas e vários feridos graves. 

Manifestamos a nossa mais firme repulsa por este vergonhoso acto de violência, o qual desperta sen-timentos de impotência e tristeza entre a comunidade islâmica e a cidadania em geral. 

À luz deste horrível e injustificável acontecimento, nestes momentos é uma obrigação moral de toda a comunidade islâmica no mundo, assim também do Al Furqán, de expressar o seu mais veemente repúdio ao atentado e tornar público o seu mais profundo pesar pelas mortes, reproduzindo as devidas condolências aos familiares e próximos das vítimas. 

Os meios de comunicação social estão de luto. 

A educação, o debate, a reflexão e os distintos pontos de vista são os meios que devem ser usados para a liberdade de expressão, cabendo, nesse aspecto, aos membros da comunicação um papel fundamental para a construção de sociedades sãs e livres. 

Os que cometem actos de terror como este, vulneram os princípios básicos da Mensagem do Islão e merecem que sobre eles se aplique todo o peso da lei e justiça. 

Este atentado cometido na sede do semanário em questão, aparentemente em nome de Deus e em defesa da honra do Profeta Muhammad (paz esteja com ele), não vem senão a denigrir a sua essência e provocar o horror de todos os muçulmanos. 

Por isso, a Al Furqán tem vindo a manifestar, quer através da sua revista, quer através das suas refle-xões islâmicas semanais, a sua mais contundente repulsa ao autoproclamado Estado Islâmico (que de islâmico não tem nada) e seus seguidores, por fazer uso de armas e violência para perpetrar o terror e por atentar contra la integridade dos po-vos e a unidade dos muçulmanos. 

Nenhuma pessoa, nem nenhum grupo, qualquer que seja a sua condição, tem o direito de manchar e desfigurar a imagem e a dignidade do Islão e os Muçulmanos, pelo que um acto de terror desta natu-reza só pode ser cometido por indivíduos inimigos desta religião e alheios aos seus princípios e valores universais. 

O Islão proíbe, terminantemente, o uso da força, o abuso e a agressão de seres humanos inocentes e não justifica sob nenhum conceito o crime e o assassinato. 

Não é propósito principal desta reflexão/comunicado, mas serve para recordar também que a Al Furqán sempre tem defendido e continua a defender a liberdade de consciência e a liberdade de expressão, por ser parte central do credo e discurso islâmico, como o é também o respeito ao próximo e as suas crenças. Importante é, em contra-partida, que a liberdade de expressão encontre os seus limites no respeito e reconhecimento da diversi-dade cultural, religiosa e ideológica. 

O terrível problema magno da situação política mundial é devido em grande parte àquela falta da nossa civilização. Sem «cultura ética», não há salvação para os seres humanos. 

Por último, queremos mencionar estas palavras do Sagrado Alcorão, que declara textualmente: 

«Quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assas-sinado toda a humanidade. E quem salvar una vida é como se tivesse salvado toda a huma-nidade». (5:32). 

« …Não te esqueças da tua porção neste mundo, e sê amável, como Deus tem sido para contigo, e não semeies a corrupção na terra, porque Deus não aprecia os corruptores». (28:77). 

Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Muhammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo!» (41-:34). 

Que Deus ilumine toda a humanidade. 

Wassalam (Paz)!■ 

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Mawlid an-Nabí O Nascimento do Último Profeta de Allah — o Selo dos Profetas

Prezados Irmãos, Assalamu Alaikum:

A PROFECIA É CUMPRIDA

Na Segunda-feira, 12 de Rabi-al-Awwal — 570 (Era Cristã) anos depois de Jesus (a.s.) ascender aos céus para esperar o seu regresso antes do fim do mundo – Hazrat Amina deu à luz o seu filho abençoado na casa de Abu Talib. 

Ash-Shaffa, a mãe de Abdul Rahman bin Auf, assistiu o seu nascimento e quando Hazrat Amina estava a dar à luz o seu bebé abençoado, este nasce prostrado sobre as suas pequenas mãos e pés; depois espirrou e disse: "Al Hamdullilah" – Louvado seja Allah – enquanto uma voz vinda dos céus respondeu: "Que Allah tenha piedade de vós". Quando Ash-Shaffa olhou para o céu escuro, o horizonte tornou-se tão iluminado que até os distantes castelos da Grécia se tornaram perfeitamente visíveis para ela. Por acaso, "Al Hamdulillah" era a mes-ma prece que o Profeta Adão (a.s.) proferiu, quando espirrou após ter chegado a terra. 

O belo bebé nasceu sem o menor traço de poeira sobre ele, e um suave aroma envolvia o seu pequeno e perfeito corpo. Hazrat Amina recordou-se das instruções que tinha recebido na sua visão e sobre elas su-plicou a Allah pelo seu pequeno menino e, em seguida, deu-o a Ash-Shaffa, a mãe de Abdul Rahman, para que o segurasse. Foram imediatamente enviadas notícias a Abdul Muttalib sobre Hazrat Amina ter dado à luz um rapaz. Logo que soube das boas notícias ele apressou- -se para ver o seu neto. Quando chegou a casa o seu coração estava cheio de alegria e grande amor. Emba-lou nos seus braços o doce bebé que estava embru-lhado num pano branco e em seguida levou-o à Caaba onde ofereceu uma prece de agradecimento pelo nasci-mento seguro do seu neto. Antes de devolver o seu neto a Hazrat Amina foi a casa para o mostrar à sua própria família. De pé, junto à porta, esperando pelo regresso de seu pai, estava o seu filho Abbas de três anos de idade. Amorosamente, Abdul Muttalib disse ao seu filho: "Ab-bas, este é o teu irmão, dá-lhe um beijo"; então Abbas, que na verdade era seu tio, dobrou-se e beijou o seu novo irmão bebé. Depois de toda a gente ter admirado o bebé, Abdul Muttalib regressou a casa de Hazrat Amina e de acordo com a visão dela e uma visão que Abdul Muttalib tinha tido, ao doce bebé foi dado o nome de Mu-hammad. Quando as pessoas perguntavam porque lhe tinham dado o nome de Muhammad, eles respondiam: "Para ser louvado nos céus e na terra". Até essa altura o nome Muhammad era desconhecido e nenhuma outra criança tinha jamais tido aquele nome especial. 

ACONTECIMENTOS ESPECIAIS  - DURANTE A NOITE SAGRADA

Ash-Shaffa não foi a única pessoa a testemunhar acontecimentos milagrosos nesta noite muito especial de nascimento do Profeta Muhammad (s.a.w.). No reino dos Chosroes, as fortificações abanaram, os varandins ruíram, enquanto as águas do Lago Tiberíades baixa-ram e a famosa chama da Pérsia, que não se apagava desde que tinha sido acesa mil anos antes, de repente e sem explicação possível, extinguiu-se. Nos céus, meteoros foram comandados para estarem de guarda como que para evitarem que os demónios ouvissem as notícias que os anjos traziam acerca dos acontecimen-tos desta muito abençoada noite.

O BEM INFORMADO JUDEU 

Entre os cidadãos de Meca havia vários Judeus, um dos quais era bom conhecedor das escrituras. Ele sabia, através dos seus estudos e dos sinais do tempo, que o nascimento de um novo Profeta estava iminente e, ansiosamente, esperava a sua chegada. Na noite em que o Profeta Muhammad (Sallallahu alaihi wassallam) nasceu, um estranho sentimento apoderou-se dele que o impeliu a apressar-se para a porta de sua casa e a perguntar a alguns homens da tribo Coraixita, que pas-savam por ali, se eles tinham conhecimento de alguns nascimentos naquela noite. Os homens da tribo respon-deram que não tinham conhecimento de nenhum, por isso ele pediu-lhes que fossem e indagassem e em seguida que lhe mandassem dizer. 

Ele sentia dentro de si a certeza que esta era a noite na qual o novo Profeta tinha nascido, e se os seus sen-timentos estivessem correctos, ele sabia que ele real-mente seria capaz de reconhecê-lo através de uma mar-ca especial e proeminente na sua pele e que se situava entre os seus ombros. Algum tempo mais tarde, os ho-mens da tribo regressaram junto do Judeu expectante e contaram-lhe que, na realidade, Hazrat Amina, viúva de Abdullah, filho de Abdul Muttalib, tinha tido um filho. O Judeu pediu-lhes que o levassem para ver o recém-nas-cido e sua mãe, por isso rapidamente se puseram a ca-minho da casa de Abu Talib. Quando ali chegaram, Haz-rat Amina apresentou-lhes o seu querido filho e quando o pano que o cobria foi delicadamente puxado para trás, o Judeu viu a inquestionável marca e desmaiou. Quando recuperou a consciência, ele anunciou que a Profecia tinha sido retirada aos Filhos de Israel e disse: "Ó povo de Coraixe, por Deus, ele conquistar-vos-á de tal modo que as notícias correrão de este a oeste". A marca a que o Judeu se referia era redonda e dizia: "Não há nenhu-ma outra divindade a não ser Allah e Muhammad é o Seu Profeta", e era a partir desta marca identificadora que se exalava o doce aroma de almíscar.

A DECISÃO DE HAZRAT AMINA  - E ABDUL MUTTALIB

Abdullah era um homem jovem quando morreu e, portanto, tinha muito pouco para deixar a sua mulher e ao seu filho ainda não nascido. Tudo o que lhes pode deixar foi um criado abissínio chamado Barakah, que significa bênção, alguns camelos e algumas cabras. Barakah era também conhecido por Umm Ayman. Du-rante os primeiros dias de vida do nosso amado Pro-feta, Barakah ajudou a sua mãe a tomar conta dele e Shuwaybah, que assistiu ao seu nascimento, tornou-se a sua primeira ama-de-leite. Naqueles dias era comum a prática das famílias nobres e com posses entregar os seus bebés recém-nascidos ao cuidado de boas famí-lias que vivam longe de Meca, onde a criança estivesse menos sujeita a contrair as muitas doenças que dema-siadas vezes acompanhavam os peregrinos. Entre as muitas vantagens de mandar um recém-nascido para ser criado no deserto, era porque lá o árabe era falado na sua mais pura forma, e o facto de falar árabe puro era uma qualidade muito procurada.

Os jovens também aprendiam a arte essencial da sobrevivência através do amor e carinho mútuos de uns para os outros, o que por sua vez conduzia a excelen-tes modos e a uma natureza cavalheiresca. Tendo isto em mente, a sua mãe Hazrat Amina e seu avô Abdul Muttalib decidiram mandar Muhammad para ser criado no deserto.

HALIMA

Logo após o seu nascimento, várias famílias Beduínas fizeram a sua jornada bianual a Meca à procura de uma criança para criar. Não era necessário nenhum imposto por parte dos pais adoptivos como se poderia supor, mas antes, a intenção era fortificar os laços entre os nobres e as famílias ricas e talvez receber algum favor dos seus pais ou parentes. Entre as possíveis mães adoptivas estava uma senhora chamada Halima, filha de Abdullah Al Sadiyyah, da tribo de Banu Hawazin. A família de Halima sempre tinha sido pobre e esse ano tinha sido particularmente difícil para eles, devido à seca que devastou a área. Halima tinha um bebé seu. Um dia, ela, juntamente com o seu marido Abi Kabshah e o bebé viajou na companhia de outras famílias da sua tribo até Meca. Halima transportava o seu filho montada no burro deles, enquanto o seu marido caminhava ao seu lado e as ovelhas corriam ao lado deles. Quando viajavam, o leite das ovelhas tinha sido sempre uma fonte constante de alimentação, mas a dificuldade da jornada levou a melhor e o leite das ovelhas secou. O próprio leite de Halima era insuficiente para satisfazer o seu bebé que, muitas vezes, chorava de fome até adormecer. Ainda antes de alcançarem Meca, houve outro contratempo, o burro de Há-lima começou a mostrar sinais de coxear e, portanto, eles continuaram lentamente no seu próprio ritmo, enquanto os outros continuaram o seu caminho. Devido ao atraso, Halima e a sua família foram os últimos candidatos a pais adoptivos a chegarem a Meca. Quando chegaram, cada uma das outras candidatas a mães adoptivas tinha já visitado as casas dos pais que desejavam mandar os seus recém-nascidos para a segurança do deserto, e tinham já escolhido um bebé. Porém, o plano de Allah era que todos declinassem a oferta de levarem o bebé de Hazrat Amina por causa de ele ser órfão, e assim quando Halima chegou ele era o único disponível. Quando Halima entrou na casa de Hazrat Amina ela encontrou o pequeno bebé a dormir embrulhado num xaile de lã branca, debaixo do qual tinha sido colocada um pedaço de seda verde. Ins- tantaneamente, apenas com um olhar, da mesma ma-neira que o coração da mulher do Faraó se enchera de amor para com o bebé Moisés, Allah encheu o coração de Halima com um amor extremo. Halima ficou exta-siada com a beleza do bebé e, à medida que se dobrava para pegar nele, sentiu o cheiro da delicada fragrância do almíscar. Com medo de o perturbar, ela colocou a sua cabeça sobre o peito dela e, enquanto o fazia, ele sorriu, em seguida abriu os olhos e deles irradiava uma luz maravilhosa. Gentil e amorosamente ela beijou-o en-tre os olhos e ofereceu-lhe o seu seio direito e imediata-mente sentiu uma golfada de leite; ele aceitou o seu seio e avidamente mamou. Passado algum tempo ela ofere-ceu-lhe o seu seio esquerdo, mas mesmo nesta tenra idade a justiça era-lhe inerente à sua natureza, e ele recusou deixando o seio para o seu recém-irmão de leite. Mais tarde nesse dia, Halima regressou para junto do seu marido e contou-lhe que não tinha dúvida na sua mente que ela queria adoptar o bebé de Hazrat Amina – não importava para ela que o bebé fosse órfão, ou que futuros favores não pudessem ser possíveis. O bebé tinha cativado completamente o seu coração.

A LIGAÇÃO

É através do leite alimentício que uma mãe adoptiva transmite a força e que o bebé ganha uma família alar-gada, na qual o casamento entre filhos dos mesmos pais não é permitido. E foi assim que a criança adoptiva de Halima se referiria a ela, alguns anos mais tarde, como sua mãe, e aos seus filhos como seus irmãos e irmãs.

Logo desde o início que a ligação entre Halima e o seu filho adoptivo provou ser uma grande bênção não só para a sua família mas também para toda a tribo e, posteriormente, para todo o seu povo.

A NOITE DE PAZ

Enquanto Halima alimentava o bebé de Hazrat Amina, o seu marido, Abi Kabshah, foi vigiar as suas ovelhas e ficou muito surpreendido ao encontrar as suas tetas cheias de leite. Quando as mugiu havia tanto leite que foi mais que suficiente para alimentar toda a família, pois que nessa noite eles beberam a sua parte e dormiram calmamente. Quando acordaram, Abi Kabshah excla-mou: "Halima, eu vejo que escolheste um espírito aben-çoado; reparaste como passamos uma noite abençoada e estamos a desfrutar dos seus benefícios?"■ 

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 25/12/2014.

ZAKAT, SADAKA E O TRABALHO – 11ª. Parte - Final

AssalamoAleikumWarahmatulahWabarakatuhu(Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) 
BismilahirRahmaniRahim(Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

O ZAKATE E OS ÓRFÃOS 

“Tens reparado naquele que desmente a religião (nega as recompensas e os castigos do Dia do Juízo Final)? Esse é quem repele o órfão. E não incentiva os outros a alimentarem o pobre (e ele também não o faz) …”.Cur’ane 107:1, 2 e 3.

Nos tempos mais antigos, as guerras e as doenças deixavam muitas crianças órfãs, com poucas possibilidades de sobrevivência. Outros órfãos herdavam fortunas dos seus pais, sem que tivessem condições de as assegurar convenientemente. O Profeta (SalalahuAleihiWassalam) também foi um órfão e na tenra idade foi entregue aos cuidados do seu avô e depois de um dos seus tios. Durante a sua vida, defendeu os direitos dos outros órfãos, incentivando as pessoas para os tratar bem, pois tinham direitos de serem educados, alimentados e de conservarem a herança dos seus pais. Uma das frases mais famosas do Profeta (SalalahuAleihiWassalam) foi quando referiu: “Eu e o guardião do órfão, estaremos juntos no Paraíso”.Ahman e AtTirmizi.

Em algumas situações alguns se aproveitam dos bens dos órfãos, não lhes dando os seus direitos enquanto menores (alimentação, vestuário e educação) e quando atingem a maioridade, defraudando-os na devolução dos bens que herdarem dos seus parentes, trocando os bons pertences por outros de valores irrisórios. “Concedei aos órfãos os seus patrimónios. Não devorais os seus bens misturando-os com os vossos, porque isto é um grande pecado”.Cur’ane 4:2. Nos tempos da Jahillia, alguns mal intencionados ao tomarem conta de meninas órfãs casavam-se com elas, com a intenção de ficarem as suas fortunas, tratando-as injustamente. Com o advento do Islam, os tutores tiveram dúvidas se casando com as órfãs, se seriam capazes de as tratar com justiça, de modo a não incorrerem à ira de Deus. O Cur’ane responde às suas preocupações, aconselhando-os a casarem com mulheres das suas escolhas, que não sejam órfãs a seu cargo. Cur’ane 4:127. Quem proteger e tomar conta de órfãos pobres da mesma maneira como trata os seus filhos, terá uma grande recompensa por parte de Allah, o melhor dos protectores. O Profeta (SalalahuAleihiWassalam) referiu: “A melhor casa é aquela em que o órfão é tratado com bondade”. IbnMajá. 

A herança do órfão está sujeita à contribuição do Zakat, como estaria se os seus pais estivessem vivos. O Profeta (SalalahuAleihiWassalam) referiu: “Façam comércio com os fundos dos órfãos para que os mesmos não sejam esgotados pelo Zakate”.At–Tabarani. O islão recomenda que o dinheiro deve criar riqueza e não ser simplesmente guardado. O tutor deverá criar as melhores condições para proteger a fortuna do órfão, de modo que ele a receba na íntegra, quando atingir a idade adequada para gerir o que é dele. 

“Não disponhais do património do órfão, senão da melhor forma possível, até que atinjam a maioridade”.Cur’ane 6:152. Assim, o tutor dos órfãos acaba por ter duas responsabilidades, uma é tomar conta do órfão como se fosse o seu próprio filho e outra é responsabilizar-se pela sua fortuna, criando condições para que o pagamento do Zakat não diminua os poucos, ou muitos bens. 

O ZAKAT E O FINAL DOS TEMPOS

Abu Huraira (Radiyalahuan-hu) relatou que Muhammad (SalalahuAleihiWassalam) disse: “A Hora (Dia do Juízo) não será estabelecida até que a riqueza aumente tanto que alguém ficará preocupado por não encontrar ninguém disponível para aceitar o Zakat e a pessoa a quem for solicitada para a receber, dirá: “Eu não estou precisando disso”.Bhukari 24:493. 

Referiu o Profeta (SalalahuAleihiWassalam) que chegará uma hora em que a pessoa não terá ninguém para receber a sua Sakada e lhe será respondido: “Se tivesses trazido ontem, eu aceitaria, mas hoje já não estou precisando”. Bhukari 24:505.

APRESSAR A ENTREGA DO ZAKAT 

São pertinentes e atuais, as exortações do Mensageiro de Deus (SalalahuAleihiWassalam) para apressarmos a entrega da caridade (para a satisfação de Deus) porque a morte, a doença e a pobreza podem atingir-nos e não teremos capacidade financeira para isso, porque já teríamos gasto o dinheiro dos necessitados. 

Terminam as mensagens referentes ao tema: “Zakat, Sadaka e o Trabalho”.“Wa ma alainaillalbalágulmubin""E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “WaÁhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”.E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. “Rabanághfirliwaliwalidaiáwalilmu-mininayau ma yakumulhisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41. 

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

01/01/2015

sexta-feira, dezembro 26, 2014

Barbárie Tribal em Peshawar em nome do Islão - Por: M. Yiossuf Adamgy

A 16 de dezembro de 2014, um grupo de terroristas entrou para a Escola Pública do Exército em Peshawar, no Paquistão e, impiedosamente, matou a tiro cerca de 150 alunos e professores.

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum: 

A 16 de Dezembro de 2014 um incidente bárbaro ocorreu em Peshawar. Sete terroristas do Tehrik-e-Taliban lançaram um ataque contra a escola pública do Exército. Os militantes estavam vestidos com o uniforme do Frontier Corps e entraram na escola pela parte traseira. Invadiram o local e mantiveram-no num cerco de nove horas. 

Durante esse tempo, andaram de sala em sala, matando cerca de 141 pessoas, 132 delas estudantes, e ferindo centenas. 

Este é sem dúvida um acto desumano. 

Matar crianças inocentes é um crime tão hediondo que não há nenhuma palavra no dicionário humano para expressar a sua barbárie. 

Qual foi a razão por trás deste ataque? 

O porta-voz do TTP disse: "Nós tomámos esta me-dida extrema como vingança. Vamos atacar cada instituição ligada ao exército a menos que interrom-pam as operações e assassinatos extrajudiciais dos nossos detidos". 

No entanto, isso não é justificação para tais ataques. É como justificar um erro cometendo outro erro. Matar alguém com o fundamento de vingança é o pior crime humano. Tanto a razão como a religião repudiam completamente este acto. Um dos sobreviventes do ataque narrou um aspecto muito estranho do incidente. Ele disse: "Os militantes primeiro pediram-nos para ler a “kalima” e, em seguida, começaram a disparar indiscriminadamente." 

Ao fazerem isso, os autores tornaram-se testemunhas contra o seu próprio acto. Há um versículo muito rele-vante no Alcorão a este respeito, que diz: 

«Quem matar, intencionalmente, um crente, o seu castigo será o inferno, onde permanecerá eterna-mente. Deus o abominará, amaldiçoá-lo-á e lhe pre-parará um severo castigo». (4:93) 

De acordo com este versículo, qualquer um que mata intencionalmente um crente certamente irá para o inferno. 

O relatório acima diz-nos que os militantes mataram as crianças sabendo que eles eram crentes. Assim, eles confirmaram que estavam a cometer um ato que é, sem dúvida, punível. O incidente prova que essas pessoas não têm nada a ver com o Islão. 

Este incidente sangrento deu a hipótese para que os muçulmanos, especialmente da área, reconsiderassem toda a questão. Apenas mais um caso deste tipo foi relatado no passado. Também foi realizado por terroristas islâmicos na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte, em 2004. 

Os muçulmanos devem reflectir porque é que esses acontecimentos ocorrem no mundo muçulmano, enquan-to nunca ocorreram no mundo não-muçulmano. 

É um facto que tanto o Paquistão como os Talibã no Afeganistão foram formados em nome do Islão. Mas, o resultado foi contraproducente já que ambos se tornaram centros de atividades não islâmicas. A razão é que tanto o Paquistão como os Talibã foram produtos de reacções negativas, e não produtos do Islão no verdadeiro sentido da palavra. O ditado: “Colherás o que semeares”, vale para ambos. Uma reação nunca pode conduzir a um resultado positivo. Qualquer coisa que vem à existência como resultado da cultura do ódio só pode levar a mais ódio e violência. Isto é o que está a acontecer no Paquistão e no Afeganistão. A condenação deste incidente não é suficiente. Ele exige reavaliação. O acontecimento en-via apenas uma mensagem para o Paquistão e Afeganistão: tanto a ideologia do Paquistão e da ideo-logia Talibã provaram estar erradas. Devem aceitar esse fato e corrigir a sua maneira de pensar. As pessoas dessa área devem realizar uma reforma na sua cultura e promover a cultura do amor. Devem adoptar o caminho da paz e abandonar o caminho da violência. A mensagem certa para o Paquistão e os Talibã é: esque-çam o passado e reconstruam o futuro. 

As pessoas que realizaram este ataque deram-nos o critério para julgar o seu acto, de acordo com um ver-sículo do Alcorão, matar um ser humano inocente é como matar toda a humanidade (05:32). À luz desse versículo, pode-se dizer que o incidente acima foi equi-valente a matar a humanidade inteira 150 vezes. Sem dúvida, não pode haver um crime mais hediondo do que este. 

Agora, qual é a mensagem dada pelo Alcorão para parentes de luto? Há, também, um versículo muito relevante no Alcorão a este respeito. Ele diz: «E pre-veni-vos contra a intriga, a qual não atingirá apenas os iníquos dentre vós; sabei que Deus é Severíssimo no castigo» (08:25). Este é um versículo alarmante para os parentes dos inocentes que foram mortos. É um facto que este tipo de incidentes no Paquistão já se arrasta há mais de 50 anos. No entanto, o povo do Paquistão tem permanecido quase indiferente…Os assassinatos em Peshawar mostram que permanecer indi-ferente a tais questões não é uma opção. As pessoas têm que se esforçar para impedir estes atos, caso contrário, tornar-se-á também vítima. De acordo com um Hadith, Deus ordenou que os anjos derrubassem uma cidade, porque o seu povo estava envolvido em atos de maldade. Os anjos disseram: "Ó Deus! Há uma pessoa que vive na cidade que O adora dia e noite, e não está directamente envolvida em qualquer mal." Deus respondeu: "Derrubem a cidade junto com essa pessoa, pois ele não tentou parar o seu povo de fazer maldades". 

Um aspeto dos assassinatos em Peshawar foi que foram realizados por um grupo militante da área. O outro aspecto é que a militância na área tinha sido constante, desde há muito. Mas, o seu povo era indiferente, pois considerava-se seguro. O Alcorão dá-lhes o aviso de que a indiferença em tais assuntos não pode mantê-los seguros. A indiferença é a participação indirecta, que aos olhos de Deus é tão má quanto o envolvimento directo. 

Por conseguinte, os parentes dos mortos têm duas escolhas. Uma delas é tornar-se vítima de pensamentos negativos. Isso, no entanto, significa tomar a opção do assassinato psicológico, depois de testemunhar a morte física. Os parentes devem orar neste momento. No que se refere às crianças, há uma oração na Bíblia: "Deixem que as crianças venham a mim e não as impeçais, porque delas é o reino dos céus". A outra opção é descobrir a sua falha a este respeito. Os parentes de luto e amigos devem abrir mão da sua indiferença, e devem fazer todos os esforços para acabar com esta situação. Devem dizer ao povo da sua área para abandonar a versão violenta do Islão e adotar a versão pacífica do Islão. Se os amigos e parentes das almas que partiram fizerem isso, então ficará registrado na história que essas pessoas foram capazes de converter o que poderia ter sido negativo em algo positivo para tornar o mundo mais seguro para todos, inclusive para os nossos filhos.

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 25/12/2014. 

quarta-feira, dezembro 24, 2014

Os Sahaba

Um Sahabi; é a pessoa que no estado de Iman "crença" viu ou esteve na presença do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), como no caso de Abdallah Ibn Ummi Maktum que era um cego; e faleceu nesse mesmo estado de Iman.

O Alcorão e o Hadiss estão repletos de testemunhos de que o Sahabas são virtuosos, e são os critérios da verdade. Eles são os mais ilustres no Islam. A dignidade e honra reservada a eles é tão grande que até Deus os escolheu para fazerem companhia ao Seu último Profeta e escutarem o Alcorão diretamente do Profeta Muhammad.

Foi também a firmeza dos Sahabas que ajudou a engrandecer o Islam, eles apoiaram o Profeta Muhammad nos momentos difíceis do Islam, sacrificaram as suas vidas para contentarem a Deus e o seu Mensageiro. A história não pode mostrar outro grupo de pessoas que se sacrificou tanto para glorificar o nome de Deus.

Há aproximadamente cem Ayats (versículos) no Alcorão que coloca o selo da santidade a elevada posição dos Sahabas.

Amor pelos Sahabas é um constituinte importante do Iman. Quem tem o mínimo de Iman nunca se atreverá ir contra os Sahabas.

O Profeta Muhammad disse:

‘’Que nenhum de vós fale mal dos meus Sahabas, pois se alguém de vós gastar (em caridade) ouro do tamanho da montanha de Uhud, jamais chegará a uma mão cheia de tâmaras gastas pelos Sahabas no caminho de Deus.’’

Deus diz no Alcorão que Ele está satisfeito com os Sahabas e os Sahabas estão satisfeitos com Ele. O Profeta Muhammad disse:

‘’Os meus companheiros são como os Astros, a qualquer um deles que seguirdes estareis bem encaminhados (guiados).’’

Eis aqui alguns Ayats relacionados com os Sahabas:

‘’Quanto aos primeiros muçulmanos, dentre os muhajirin e os ansar, que imitaram o glorioso exemplo daqueles, Deus se comprazerá com eles e eles se comprazerão n’Ele; e lhes destinou jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal é o magnífico benefício.’’ (Alcorão Sagrado 9:100)

‘’Porém, o Mensageiro e os fiéis que com ele sacrificaram seus bens e pessoas obterão as melhores dádivas e serão bem-aventurados. Deus lhes destinou jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal é a magnífica recompensa.’’ (Alcorão Sagrado 9:88 e 89)

Foi através dos Sahabas que o mundo aprendeu o Din, estabeleceu a verdadeira Chari’ah e obteve a Sunnah do Profeta Muhammad.

Pois, eles foram os primeiros narradores do Din trazido por Muhammad a humanidade.

Dentre os Sahabas os mais ilustres e célebres são os quatro Khulafá Rashidun (sucessores bem guiados); Abu Bakr, o primeiro Khalifa, seguido de Umar, o segundo Khalifa, depois o Uthman, o terceiro Khalifa e é ‘Ali, o quarto Khalifa.



Abu Bakr As-Siddiq
1º Khalifa

Após o falecimento do Profeta Muhammad os Ansar e Muhajirin Radiallahu Taala Anhum, juntaram-se num local chamado Saquifa Bani Sa'ad e unanimemente nomearam Abu Bakr, como o primeiro Khalifa dos muçulmanos, e todos, incluindo ‘Ali Bin Abi Talíb prestaram-lhe juramento de fidelidade. Isto porque reconheceram-no entre eles com o mais elevado grau de piedade, justiça e conhecimento do Din.

Era mais que lógico que todos aqueles Sahabas não se uniriam numa causa injusta e numa decisão errada, pois o Profeta Muhammad disse:

‘’O meu Ummah todo não pode unir-se na falsidade’’

Abu Bakr As-Siddiq, foi uma pessoa de grandes virtudes no Islam, mencionadas no Alcorão e nos Hadiss. Abu Bakr esteve junto com o Profeta Muhammad na caverna durante a emigração de Makkah para Madina, assim como consta no Alcorão:

‘’Se não o socorrerdes (o Profeta), Deus o socorrerá, como fez quando os incrédulos o desterraram. Quando estava na caverna com um companheiro(referencia a Abu Bakr), disse-lhe: Não te aflijas, porque Deus está conosco! Deus infundiu nele o Seu sossego, confortou-o com tropas celestiais que não poderíeis ver, rebaixando ao mínimo a palavra dos incrédulos, enaltecendo ao máximo a palavra de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.’’ (Alcorão Sagrado 9:40)

O Profeta Muhammad disse que dentre todas as pessoas, se havia alguém a quem ele algo devia esse era o Abu Bakr, e se tivesse que tomar alguém por amigo íntimo (Khalil) fora de Deus tomaria Abu Bakr, pois ele era seu irmão de fé e companheiro.

Consta no Al Bukhari; que uma pessoa perguntou a Muhammad :

‘’Quem é o, mais querido para ti? O Profeta respondeu: Aisha (sua esposa). O homem retorquiu: E entre os homens? O Profeta respondeu.- O Pai dela (isto é, Abu Bakr). A seguir o homem perguntou: e depois quem é? O Profeta disse; Umar.’’

Consta no At-Tirmizi que Muhammad disse:

‘’Restituímos a todos, os favores que devíamos, exceto a Abu Bakr, cujos favores são tantos que só Deus é que lhe vai pagar.’’

Consta ainda no At-Tirmizi que o Profeta Muhammad disse a Abu Bakr:

‘’Tu estás salvo do fogo do inferno, tu foste o meu companheiro na caverna e serás também o meu companheiro no lago Al-Kauthar.’’

Em outro hadiss relatado por Abu Dawud, o Profeta Muhammad disse a Abu Bakr:

‘’Ó Abu Bakr! Do meu Ummah tu serás o primeiro a entrar no Jannah"Paraíso".’’

At-Tirmizi relata que o Muhammad disse:

''Todos os Profetas tiveram dois wazires (ministros) no céu e dois na terra, os meus dois no céu são os anjos (Jibrail é Mikail), e aqui na terra são Abu Bakr e Umar.''

O Profeta Muhammad durante a sua vida já havia dado indicações diretas ou indiretamente de que o seu sucessor seria Abu Bakr, como foi o caso de o escolher para ser o Imam.

Uma senhora foi pedir algo ao Profeta Muhammad que aceitou, mas disse-lhe para ali voltar mais tarde e a senhora perguntou: E se eu não te encontrar? O Profeta Muhammad disse: ‘’Se não me encontrares vais ter com Abu Bakr.’’

At-Tirmizi relata, que o Profeta Muhammad disse:

‘’Segui o caminho daqueles que virão depois de mim; Abu Bakr e Umar.’’

Abu Bakr foi o primeiro homem a aceitar o Islam, foi sempre firme e fiel ao lado do Profeta Muhammad suportou torturas e todo o tipo de perseguições, esteve, sempre presente na companhia de Muhammad em todas as batalhas.

Numa das ocasiões entregou toda a sua riqueza, não deixando absolutamente nada em casa, para a causa de Deus. O Profeta Muhammad costumava consultá-lo, em todos os assuntos importantes era conhecido como o seu Ministro.

Consta no Al Bukhari que ‘Ali disse uma vez que depois do Profeta Muhammad ; Abu Bakr é o melhor entre todos eles. A seguir era Umar, e depois de Umar era uma outra pessoa. Então o filho de Ali chamado Muhammad ibn Hanifa ali presente disse: Ó pai a seguir és tu! ‘Ali respondeu: Eu sou uma entre essas pessoas.

Foi na base das grandes virtudes que o caracterizavam que os Muçulmanos o reconheceram entre todos os Sahabas o mais qualificado para esse cargo e o escolheram para sucessor e Khalifa do Profeta Muhammad . O Califado de Abu Bakr durou dois anos, três meses e nove dias, faleceu entre Maghrib e o Isha com 63 anos, no dia 17 de jamadil-Akhar, ano 17 depois da Hégira, está sepultado ao lado do Profeta Muhammad , na cidade de Madina.

Umar Ibn Khattab
2º Khalifa

Depois da morte de Abu Bakr, Umar Ibn Kattab foi nomeado unanimemente pelos Muhajirin e Ansar (todos muçulmanos) como segundo Khalifa por sugestão de Abu Bakr.

Umar, um homem de muita fibra foi companheiro do Profeta Muhammad , e era possuidor de grandes virtudes.

O Profeta Muhammad ; diz a respeito dele em um hadiss relatado por Abu Dawud:

‘’Deus colocou a verdade na língua de Umar.’’

Em outro Hadiss relatado por At-Tirmizi disse:

‘’Se houvesse outro Profeta depois de mim esse seria Umar.’’

E disse:

‘’Houve pessoas inspiradas dentre as comunidades que estavam antes de vós, e se há algum desses entre vós, esse é Umar Ibn Al-Khattab.’’ (Relatado por Al-Bukhári, Muslim).

O Profeta Muhammad disse a Umar:

‘’Ó Umar se tu estiveres a andar num caminho e Shaitan estiver também nesse mesmo caminho, ele preferirá mudar para outro caminho. (É o reconhecimento da sua firmeza).’’

O Profeta Muhammad diz em um hadiss (relatado por Al-Bukhari e Muslim) que enquanto ele dormia trouxeram-lhe uma chávena de leite, ele bebeu-a e, depois de estar satisfeito deu o resto a Umar. Perguntaram-lhe qual era a interpretação disso? Muhammad disse:

‘’É o 'Ilm, (sabedoria).’’

Isto é, Muhammad absorveu todo ilm que podia e o que restou passou para Umar. (Era reconhecimento do seu 'Ilm).

Antes de Umar tornar-se muçulmano o Profeta Muhammad tinha feito o seguinte duá:

‘’Ó Deus fortifica o Islam com um dos dois Umar’’

Que eram; Umar Ibn Al-Hakam conhecido por Abu Jahal e Umar Ibn Al-Khattab.

Deus aceitou o pedido do Profeta Muhammad a favor de Umar Ibn Al-Khattab.

De fato o Islam tornou-se bem forte após a entrada de Umar Ibn Al-Khattab. Foi durante o Califado de Umar que o Islamismo se expandiu a 36 mil cidades que entraram sob o controle de Islam na Ásia Central, Norte da África, etc.

Isto é mais uma evidência do reforço e contribuição na expansão do Islam durante a sua era, prognosticado pelo Profeta Muhammad .

Umar faleceu com 63 anos no dia um 1 de Muharram no ano 24 depois de Hégira, o seu Califado durou 10 anos, 6 meses e 5 dias. Foi enterrado ao lado do Profeta Muhammad , na cidade de Madina.

Usman Ibn Affan
3º Califa

Quando o majussi (adorador do fogo) escravo, de Al-Mughira Ibn Shoba chamado Abu Lulu, feriu mortalmente a Umar durante a oração Al-Fajr, e os Sahabas viram que a situação de Umar era crítica, só viveu 3 dias depois deste incidente, disseram-lhe para nomear um Khalifa.

Umar escolheu seis pessoas e disse que o Khalifa teria de ser escolhido entre aqueles seis. Disse-lhes ainda que poderiam tomar o seu filho Abdallah Ibn Umar como conselheiro, mas não designá-lo como Khalifa.E por motivos de segurança disse a Miqdad Al-Aswad:

Essa gente vai provavelmente juntar-se na casa de alguém, tu, deves guardá-la com uma espada nua. Não deixes ninguém além deles entrar na casa. Se eles não chegarem a uma conclusão no primeiro dia, continuarão a reunir-se no segundo dia, e tu deverás continuar a guardá-la no dia seguinte. Se eles não chegarem a uma conclusão no segundo dia, continuarão a sua reunião no terceiro dia e tu deverás continuar a guardá-la, e dizer-lhes que eles não terão permissão de abandonar a casa enquanto não for nomeado um Khalifa entre os seis, que eram, Uthman, ‘Ali, Abdurrahman Bin Auf, Talha, Zubair e Sa'ad Bin Waqqas.

E assim sucedeu, os seis Sahabas escolhidos juntaram-se em uma casa e a decisão final só apareceu no terceiro dia, e foi nomeado Uthman como o terceiro Khalifa, e unanimemente todos lhe prestaram o juramento de fidelidade.

Usman foi companheiro do Profeta Muhammad disse:

‘’E os anjos demonstraram a modéstia a Usman, porque então, eu não a demonstrarei a ele?’’ (Muslim).

Muhammad disse:

‘’Cada Profeta terá um amigo no Jannah e o meu será Usman.’’ (Tirmizi).

Uthman tinha o título de Zin-Nurain o possuidor de duas luzes, isto porque se casou, com duas das filhas do Profeta Muhammad ; Rukaia e Umm Kulsum, uma após outra.

Uma vez o Profeta Muhammad subiu a montanha de Uhud juntamente com Abu Bakr, Umar e Usman, e a montanha começou a tremer, então o Profeta Muhammad falando para a montanha; disse:

‘’Tem calma, pois hoje está por cima de ti um Profeta, um Siddiq (verdadeiro) e dois mártires (Shahid).''

A seqüência dos nomes mencionados neste hadiss também indica a seqüência dos seus graus.

O Califado de Uthman durou doze anos aproximadamente, Uthman martirizou-se no dia 18 de Zul-Hijja ano 35 depois de Hégira, foi sepultado no Jannatul Baqui.

'Ali Ibn Abu Tallib
4º Califa

Depois de martírio de Usman; 'Ali, primo e genro do Profeta Muhammad foi nomeado como Califa. 'Ali também foi pessoa com grandes virtudes, e a seu respeito o Profeta Muhammad disse:

‘’Eu sou a cidade de Prudência e 'Ali a sua porta.’’ (At-Tirmizi).

O Profeta Muhammad disse-lhe:

‘’ Tu és para mim como o Harun (Aarão) foi para Mussa (Moisés), a diferença é que não haverá outro Profeta depois de mim.’’ (Al-Bukhari e Muslim).

E disse:

‘’Aquele que é crente de certo que vai amar 'Ali e aquele que é hipócrita vai odiá-lo.’’ (Muslim, Ahmad e Tirmizi).

O Profeta Muhammad disse:

‘’Quem abusa de 'Ali está a abusar de mim.’’ (Narrado por Ahmad).

Durante a emigração o Profeta Muhammad escolheu o seu melhor amigo (Abu Bakr) para lhe acompanhar e também escolheu 'Ali para uma importante missão de grande risco de ocupar a sua cama, na casa do Profeta Muhammad e finalmente devolver os depósitos aos donos.

O Califado de ‘Ali durou cinco anos aproximadamente martirizou-se no dia 18 de Ramadan, ano 40 após Hégira, foi sepultado em Najaf, perto de Kufa no Iraque.

Depois do martírio de ‘Ali, os Muhajirin, e Ansar nomearam a Hassan seu filho como Califa, este governou apenas seis meses e tendo a seguir entregue o poder a Muawiya.

Depois dos Khulafa Rashidun distinguem-se os Ashara Mubashara Bil Jannah; que são os dez Sahabas a quem o Profeta Muhammad lhes anunciou aqui neste Mundo a boa nova da sua entrada no Jannah (Paraíso) por causa do grande sacrifício que eles fizeram para o engrandecimento do Islam. Eis aqui os seus nomes incluindo os quatro Califas:

ABU BAKR ASSIDIQ;

UMAR IBN AL-KHATTAB;

UTHMAN IBN AFFAN;

ALI IBN ABI TALLIB;

TALHA;

ZUBAIR;

ABDARRAHMAN IBN AUF;

SAA'D IBN ABI WAQA'S;

SAID IBN ZAID;

ABU UBAIDAH IBN AL JARRAH.

Além destes há outros mais a quem o Profeta Muhammad deu as boas novas da entrada no Jannah, que é o caso da sua filha Fátima, a respeito dela o Profeta Muhammad disse; que ela será líder das mulheres no Jannat, e de seus netos Hassan e Hussain que serão os líderes dos jovens no Jannah (At-Tirmizi).

Da mesma forma tiveram o privilegio de receberem a boa nova da entrada no Paraíso; Aisha, Hamza, Abbas, Salman, Suhail e Ammár Bin Yassir.

Depois dos Ashara Mubashara, vem o grau dos que participaram na batalha de Badr, a seguir são os que participaram na batalha de Uhud, e depois são os que participaram no Baiat Ar-Ridwan, a respeito dos quais Deus disse:

‘’Deus Se congratulou com os fiéis, que te juraram fidelidade, debaixo da árvore. Bem sabia quanto encerravam os seus corações e, por isso infundiu-lhes o sossego e os recompensou com um triunfo imediato.’’ (Alcorão Sagrado 48:18)

E assim sucessivamente consoante o trabalho que cada um prestou para o engrandecimento do Islam; Deus diz a seu favor.

‘’Quanto aos fiéis que migraram e combateram pela causa de Deus, assim como aqueles que os apararam e os secundaram – estes são os verdadeiros fiéis – obterão indulgência e magnífico sustento.’’ (Alcorão Sagrado 8:74)

‘’Muhammad é o Mensageiro de Deus, e aqueles que estão com ele são severos para com os incrédulos, porém compassivos entre si. Vê-los-ás genuflexos, prostrados, anelando a graça de Deus e a Sua complacência. Seus rostos estarão marcados com os traços da prostração.’’ (Alcorão Sagrado 48:29)

AMINUDDIN MUHAMMAD
(A FÉ E A CRENÇA MUÇULMANA)

Fonte: http://www.islamemlinha.com/index.php/artigos/os-companheiros-do-profeta/item/os-sahaba