sexta-feira, dezembro 19, 2014

Jesus (paz esteja com ele): A sua Mensagem e a sua próxima vinda. O anúncio de Muhammad (paz esteja com ele). O Anticristo.

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

Jesus (p.e.c.e.), nomeado no Alcorão como Issa ibn Maryam, Issa filho de Maryam, o Messias, a Palavra de Deus e o Seu Espírito.

A apresentação de Jesus (a.s.), o Verbo encarnado de Deus, um tanto diferente no Sagrado Alcorão, não é um desejo de confronto com os nossos irmãos cristãos; mas uma forma de clarificar o que o Islão diz a esse respeito, apesar das diferenças.

Segundo o Sagrado Alcorão — última Escritura Divina — Deus concedeu a Jesus milagres que apoiavam a veracidade da sua pregação. E curava os enfermos graves, leprosos e paralíticos, com o poder que provinha de Deus e, inclusivamente, ressuscitava mortos; pediu que descesse do Céu uma mesa servida para ele e para os seus discípulos, para convencer os cépticos. Falou no berço defendendo a sua mãe Maria das acusações falsas de infidelidade; e predicou o Evangelho (Palavras de Deus, através de Jesus). Mas apesar desses prodígios não acreditavam nele. Alguns divinizavam-no pelo seu nascimento sem pai e esqueciam-se do nascimento de Adão, sem mãe nem pai, que Deus criou dizendo: “Sê”, e foi; e da criação de Eva, que nasceu, também, sem mãe nem pai…

Aceitar Issa (a.s.) – Jesus – é uma parte importante da fé Islâmica. A fé nele é indispensável. Quem não o aceita como mensageiro de Deus, não pode aceitar Muhammad (s.a.w.), e quem crê verdadeiramente nele não pode deixar de crer em Muhammad.

E Jesus (p.e.c.e.) anunciou que Muhammad (p.e.c.e.) viria depois dele: 

«E de quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó Filhos de Israel! Na verdade, sou o mensageiro de Deus, enviado a vós(1), corroborante(2) de tudo quanto a Tora antecipou no tocante às predições, e alvissa-reiro de um mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad».(3) - (Alcorão, 61:6).

“Se me amais, observareis os meus mandamentos. Eu regressarei ao Pai e ele dar-vos-á outro conso-lador”. - (Bíblia, João 14,15-16).

Esta palavra tem nomes diferentes em distintas Bíblias, (Espírito da Verdade, Defensor, Advogado, Consolador, Confortador, etc. Mas na versão Grega era Parakleitos, cuja tradução para o árabe é Ahmad ou Muhammad.

Mais adiante disse: “O que não me ama, não guarda os meus ensinamentos; e a doutrina que escutais não é minha, mas de quem me enviou. Tenho-vos dito estas coisas estando convosco, mas o Parakleitos, que o “Pai” enviará em meu nome, ele ensinar-vos-á tudo e recordar-vos-á tudo quanto vos tenho dito”. - (Bíblia, João 14, 24-26).

Definitivamente esse Enviado é Muhammad (p.e.c.e.) e é fácil dar-se conta da semelhança da Mensagem do Alcorão, com a Mensagem original de Jesus (p.e.c.e.), isto é com o Cristianismo primitivo. Esta semelhança é inclusivamente maior que com o cristianismo atual, que segue mais os ensinamentos de Paulo, que de Jesus. 

No Islão, recorda-se repetidamente Jesus e a sua Santa Mãe, Maria. Encontramos no Sagrado Alcorão, uma Sura exclusiva dedicada a Maria, e que leva o seu nome, onde se relata o nascimento de Jesus (p.e.c.e.). Encontramos também a Terceira Sura do Livro Sagrado que leva o nome de “A Família de ‘Imrán” (Joaquim) que era o pai da Virgem Maria. A Quinta Sura denomina-se “A Mesa Servida”, na qual se relata a descida da ceia dos céus para Issa (Jesus) e seus companheiros. Deus nomeia no Sagrado Alcorão vinte e cinco vezes Jesus; e a Maria, trinta e quatro vezes. A fé dos muçulmanos em Jesus (p.e.c.e.) é a mesma que nele tinham os discípulos.

Os evangelhos antigos calcula-se que foram mais de trezentos, entre eles o de Barnabé e o de Tomás, dos quais se encontram algumas cópias em importantes Museus europeus; vários desses Evangelhos declaram que Jesus não é Deus, nem Seu filho de natureza divina, mas somente o Verbo encarnado de Deus, criado por Deus de uma maneira diferente.

Quanto ao sentido do termo "espírito de Deus", significa que quando foi concebido na sua mãe pela palavra divina “kun” (sê) infundiu-lhe com esta palavra o seu espírito humano por intervenção direta. 

As autoridades romanas que governavam Jerusalém viram em Jesus um perigo que ameaçava o seu despotismo e idolatria. Os sacerdotes do Tempo, também confabularam. Os romanos ordenaram que fosse crucificado, mas segundo o Alcorão, Jesus (p.e.c.e.) foi salvo e ascendeu aos céus por graça de Deus, e a sua crucificação não foi realizada.

Existem numerosos Ahadith do Profeta Muhammad (p.e.c.e) que confirmam a veracidade do retorno de Jesus à Terra, nos últimos tempos, para predicar o Tawhid (a Unicidade de Deus) e administrar a justiça. Disse, por exemplo, o Profeta (s.a.w.): “Quando Deus enviar Jesus, filho de Maria, este descenderá junto a um minarete branco a este de Damasco, com duas capas amarelas, apoiadas as suas mãos sobre as asas de dois Anjos". Também disse: “Eu sou o mais próximo de Jesus, filho de Maria, pois não existiu Profeta entre ele e eu. Ele descenderá fisicamente e ao vê-lo reconhecê-lo-eis: é homem de tamanho médio, e rosado”.

Jesus (p.e.c.e.) elevou-se com corpo e alma, com seres de luz (Anjos) e voltará fisicamente à Terra, tal como se elevou. A não morte de Jesus na Cruz não diminui em nada a sua grandeza nem a Omnipotência de Deus. Para o Islão não é necessária a sua morte porque não aceitamos que com ela limpou os nossos pecados. Nós continuamos a ser responsáveis pelos nossos atos; e a aceitação de Jesus e da sua Mensagem é o ensinamento e o caminho para chegar ao céu, cumprindo com os seus mandatos; não é uma salvação automática com unicamente crer nele, pois isso é extremamente prazenteiro e fácil ao extremo, mas contradiz o princípio Alcorânico e inclusivamente o mandato Bíblico: que a fé sem obras, não vale nada.

Jesus é grande, mas Deus é todavia Maior. Jesus reconhece-o ao dizer, Elohi Akbar, que significa: Que Deus é o Maior e que em árabe os muçulmanos dizem Allahu Akbar e que foi traduzido pelos gregos, como “Meu Pai é maior que eu”. (João 14: 28).

O Anticristo

Finalmente é bom clarificar, que quando Jesus (p.e.-c.e.) descer, estará a reinar o Anticristo, que gozará de poder, bons carros, relógios de ouro, joias, diamantes e prosperidade e que dirá que é Jesus Cristo e por conseguinte Deus e fará milagres e pedirá que o adorem. O verdadeiro Jesus (p.e.c.e.) descerá no Médio Oriente, da mesma forma como se foi e será humilde e dirá que tão só é um enviado de Deus, Seu Servo e Mensageiro.

Se se ensina que Deus ama o ouro, o dinheiro e a prosperidade, a quem seguireis? 

Se a fortuna é exibida e usada pelos dirigentes, a quem vos parecereis? Ao Cristo do burro ou ao “Cristo” de relógio de ouro e bens em abundância? 

Ao que diz que é Deus e ostenta riquezas? Ou ao humilde, que virá como se foi? 

Ao ostentoso que dirá que é Deus e pedirá que se o adore? Ou ao humilde que dirá a Deus que “não se faça a minha vontade mas a Tua” e que não pedirá que se o adore, mas que se adore o Altíssimo, com a mesma Oração, que Ele nos ensinou antes?

Deus nosso que estás nos céus / Santificado seja o Teu nome/ Venha a nós o Teu reino/ faça-se Senhor a Tua vontade/ assim na Terra/ como nos Céus./ O pão nosso de cada dia/ nos dai hoje/ e perdoa as nossas ofensas/ Como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido/ e não nos deixais cair em tentação/ mas livrai-nos de todo o mal./ Ámen”.

Os muçulmanos seguirão o humilde. O enviado de Deus. O Messias, Jesus, filho de Maria, a paz de Deus esteja com ele e com a sua mãe.

No Capítulo 2, versículo 4 do Alcorão estabelece-se que os muçulmanos devem crer, não só no Alcorão (a Revelação proveniente de Deus, dada ao Profeta Muhammad (s.a.w.), mas também nas Revelações anteriores. Dessa forma, a Tora de Moisés, os Salmos de David e o Evangelho de Cristo, são entre outras, também Revelações provenientes de Deus, nas quais, nós muçulmanos devemos crer. Isto é assim, uma demostração de amplitude e ecumenismo espetacular.

O capítulo 3:84 do Sagrado Alcorão, também, do mesmo modo explica: “Dize: Cremos em Allah e no que foi revelado, e o que foi revelado a Abraão e a Ismael, e a Isaac e a Jacob e às Tribos; e aquilo que foi dado a Moisés e Jesus e aos Profetas do teu Senhor; não fazemos distinção entre nenhum deles e só a Deus nos submetemos”.

Lemos também no Sagrado Alcorão: «Ó adeptos do Livro! (Cristãos e Judeus). Vinde, para chegarmos a um termo comum, entre nós e vós: Comprometamo-nos, formalmente, a não adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros por senhores, em vez de Deus”». – (3:64).

Possivelmente é este o chamamento mais antigo que pode encontrar-se, num Texto Sagrado, ao diálogo inter-religioso. Um chamamento a pôr-se de acordo para evitar disputas e conflitos e para unir forças na crença num mesmo e ÚNICO Deus.

Há dirigentes religiosos, de religiões cristãs não católicas, que recusam o ecumenismo e buscam o confronto, atacando descaradamente outras doutrinas. Pedimos ao único Deus de tudo, de todos e de todas, que os perdoe e ilumine e os afaste do erro.

O Sagrado Alcorão — a Última Escritura Divina — cujo texto original em língua árabe, tal como foi revelado ao longo dos 23 anos pelo Arcanjo Gabriel ao Profeta Muhammad (paz esteja com ele), foi memorizado e escrito pelos seus companheiros e seguidores, é um chamamento contínuo à unidade dos crentes: Innamál mumínuna íkhwa. “Certamente, os crentes são irmãos”. 

“Na verdade, aqueles que creem, e os judeus, e os cristãos, e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se entristecerão.” – (Alcorão, 2:62). 

Há que clarificar que os milhões de cristãos de língua árabe não conhecem outra palavra para nomear a Deus, senão “Allah”! Allah não é assim o Deus dos muçulmanos. É Ele mesmo o único Deus de todos e todas e é um termo semita usado em árabe e também (com algumas diferenças fonéticas vocálicas) em hebreu e aramaico, para indicar o nome do Uno e Único Deus.

Fora disso, o Islão não oferece a salvação automática só por crer; já que a fé sem obras não vale nada. No entanto, oferece um caminho real e autêntico para atuar corretamente, com um prêmio real para esta vida e para o Além. Dessa forma a oferta é sincera e cheia de verdade.

De que serve oferecer algo que encha de prazer e alegria mundana, para logo nos darmos conta – quando for demasiado tarde – que eram falsas esperanças? Vemo-lo nas grandes ofertas de ganancias econômicas inesperadas. Muita gente prefere-as às oportunidades razoáveis; para dar conta a posteriori, que foram enganados. Ao menos nesta vida algo se pode fazer; mas na Outra, se nos equivocamos, estaremos perdidos.

Este (Alcorão) não é mais do que uma Mensagem para o Universo. E, certamente, logo tereis conhe-cimento da sua veracidade.” (Alcorão, 38: 87-88).

Walaikum as-Salam wa Rahmatullahi, wa Barakatuhu. “E que a Paz de Deus, a sua Misericórdia e as suas Bênçãos se derramem sobre toda a Humanidade” Ámen.

(1) - A missão de Jesus era para o seu próprio povo, os judeus. Ver Mateus 10:5-6 e Mateus 15:24. "Não fui enviado, senão às ovelhas desgarradas da Casa de Israel". Ver também Mateus 15:26: "Não é dado tomar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos".

(2) - Comparar com Mateus 5:17: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cum-prir."

(3) - "Ahmad" ou "Muhammad", o louvado, é quase a tradução da palavra grega Paracleto. No Evangelho de João 14:16, 15:26 e 16:7, a palavra "Consolador", na versão portuguesa, refere-se a Paracleto, que significa "Intercessor", "alguém chamado em auxílio de outro, um amigo generoso"; é melhor do que "Consolador". Os nossos doutos afirmam que Paracleto é uma corruptela de Periclytos, e que no dito original de Jesus havia uma profecia sobre um Profeta, chamado Ahmad. Mesmo se lermos Paraclete, isto poderia ser aplicado ao Profeta Muhammad, que foi "uma misericórdia para a humanidade" (Alcorão, 21:107).▀


Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 18/12/2014.

quinta-feira, dezembro 18, 2014

ZAKAT, SADAQA E O TRABALHO – 9ª. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) 

Para além das contribuições monetárias e materiais, são também consideradas e recompensadas outras formas de caridade (Sadaqa). “O valor gasto pelo chefe da família aos seus dependentes, é também uma Sadaqa”. Abdullah Ibn Amr al Aas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O maior pecado é o cometido por um homem que esbanja o que seria o sustento daqueles que se encontram sob seus cuidados”. Abu Daud. Cada um dos membros do nosso corpo, é também “chamado” para a prática de Sadaka,

como é explicado no seguinte hadice transmitido por Abu Huraira (Radiyalahu anhu): O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Em todos os dias da vida de um ser humano, existe uma obrigação para cada uma das suas articulações para darem Sadaqa (contribuição voluntária) – como um sinal de agradecimento a Deus; Estabelecer a justiça entre duas pessoas, é uma caridade; ajudar uma pessoa a subir a sua montaria (o seu meio de transporte), ajuda-lo com a sua carga, é também uma caridade; a boa palavra é uma caridade; e cada passo que der em direção à oração é uma caridade; e retirar um obstáculo do caminho (para facilitar a circulação) é também uma caridade”. Bukhari 52:232. 

SADACATUL FITR - ZAKATUL FITR

Outra forma do Zakat, é a que conhecemos como “Fitra”, “Sadacatul Fitr” ou “Zacatul Fitr”. É uma excelente forma que o Sharia determinou para suprir as necessidades alimentares dos crentes desfavorecidos no dia de festa do final do mês de Ramadan – o Idul Fitr. Permite assim os carenciados passarem com alguma dignidade o referido dia. O Fitra é uma contribuição obrigatória para todos os muçulmanos financeiramente capazes e o responsável pelo agregado familiar, deve responsabilizar-se pelos seus dependentes. O valor é entregue antes da oração do Idul Fitr, de modo que todos possam também preparar-se para os festejos. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “ Tornai-os auto-suficientes nesse dia”. Al- Baihaqui.

Se distribuirmos o Fitra em gêneros alimentícios, os mesmos deverão ser de boa qualidade, aqueles que poderiam ser consumidos por nós. “Ó crentes, contribuí com o que do melhor que tiverdes adquirido, assim como com o que vos temos feito brotar da terra e não escolhais o pior para fazerdes caridade, sendo que vós não o aceitaríeis para vós mesmos, a não ser com os olhos fechados. Sabei que Allah é, por Si, Opulento, Laudabilíssimo”. Cur’ane 2:267. Porque não contribuir generosamente para que uma ou mais famílias necessitadas tenham um dia de festa com alegria? No caso da entrega do Fitra ser efetuada depois da oração, constituirá uma simples sadaqa (esmola). Os destinatários do Zakatul Fitr” são todos os muçulmanos necessitados susceptíveis de receber o Zakat. Não se pode dar aos familiares ascendentes e descendentes, porque para esses é responsabilidade da pessoa para os sustentar.

AS CONSEQUÊNCIAS DE NÃO PAGAR O ZAKAT

Ibn Abbas (Radiyalahu an-hu) narrou: “O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse. “Se um filho de Adão tivesse um vale de ouro, teria desejado ter dois vales; porém (na sua morte), nada lhe encherá a boca, excepto a areia. Ainda assim, Deus perdoará a todo aquele que se arrepender.” (Bukhari e Muslim).

Alguns muçulmanos não pagam o Zakat, apesar de serem possuidores de riqueza (mesmo sendo pouca, seria muito para os necessitados). Outros sabem que têm de contribuir para este importante pilar mas vão protelando, por preguiça de fazer as contas ou de desmobilizar poupanças. Assim o tempo vai passando e quando se recordam voltam outra a vez a prometerem a eles próprios, que têm de tratar do assunto. E o tempo vai passado até que a morte os surpreende.

Protelar o pagamento do Zakat (obrigatório) e da contribuição da Sadaqa (facultativa) para quando formos mais idosos, é uma cilada que montamos para nós próprios. Ninguém sabe quantos dias, meses ou anos ainda vai viver. Mas o prazer da vida, leva-nos a não pensar naquilo que é mais certo. Toda a alma experimentará o sabor da morte. Abu Huraira referiu que foi perguntado ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), qual a Sadaqa mais recompensável, ao que ele respondeu: “É quando ofereces Sadaqa enquanto estás saudável, tendo ambição da riqueza, receando a pobreza e tendo um grande desejo de  se tornar rico. Não demores (de assim o fazer) até ao aproximar do tempo da morte, quando dirás: “dêem a fulano e ao fulano, quando isso já é pertença de fulano e fulano (e para isso já é tarde demais). Bhukari 24:500.

In Sha Allah, Se Deus quiser, o tema continuará no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

18/12/2014

quinta-feira, dezembro 11, 2014

A árvore de Natal Mas será isso, porventura, um costume cristão? Autor: Dr. Armando Bukele Kattan - Fonte: webislam / aclarandoconceptos Versão portuguesa: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

Estamos no Natal e muitos cristãos iluminaram árvores, nas suas casas, escritórios e nos sítios públicos.  Mas, será isso, porventura, um costume cristão?

Definitivamente não. Tem as suas origens na antiga crença germânica, de que uma árvore gigantesca sustinha o mundo e que nos seus ramos estavam sustidas as estrelas, a lua e o sol (o que poderia explicar o costume de pôr nas árvores, luzes). Fora isso, os druidas, sacerdotes celtas originários primitivamente do sudoeste da Alemanha (ainda que logo se expandiram por quase toda a velha Europa, ficando finalmente confinados à Irlanda), consideravam que os deuses habitavam nas árvores, nas quais se tocava com as mãos para pedir favores; daí o costume de “tocar na madeira para impedir um mau presságio”.

A maioria dos povos da Alemanha (visigodos, germanos, celtas e saxões) tinham também o costume, de quando no Inverno as árvores perdiam as suas folhas, “vestiam as árvores” geralmente com maçãs ou pedras pintadas para pedir que regressassem rapidamente os espíritos bons que habitavam nas árvores.

Em algumas casas nos países nórdicos, durante o Inverno, cortavam-se alguns ramos e decoravam-se com pão, adornos chamativos e frutas, para pôr um pouco de cor nas casas enquanto decorria o gélido Inverno.

Por outro lado, ainda que não se saiba o dia exato do nascimento de Jesus (paz esteja com ele), muitos consideram-no na Primavera, no mês de Nisan, nosso atual Abril, quando os campos reverdeciam na Palestina e os pastores poderiam estar com as suas ovelhas em campo aberto.

No entanto, a meados do século IV, o Papa Júlio I, estabeleceu a data de 25 de Dezembro, dia próximo a muitas festas do solstício de Inverno e início das festas romanas, os bacanais, que duravam 1 semana e terminavam a 31 de Dezembro, que era o fim do calendário solar romano e o 1o de Janeiro que era o primeiro dia do Novo Ano. Dessa forma, transladou-se ao Inverno do norte da Europa cristã, a celebração mais importante da Cristandade.

O costume da “árvore do Inverno” incorporou-se assim à celebração do Natal. Conta-se que um missionário inglês na Alemanha, compreendendo que era impossível erradicar de raiz essa tradição pagã, adotou-a dando-lhe um sentido cristão, fazendo com que a árvore adornada fosse também um símbolo do nascimento de Cristo.

Os primeiros documentos que falam de colocar árvores de abeto ou de pinho nas casas são do século XVII na região de Alsácia.

Nos países nórdicos, por essa mesma data, começavam-se a reunir as famílias em torno de uma árvore de Natal. No dia 24 de Dezembro as crianças eram levadas a passear de dia no campo, enquanto os adultos colocavam e decoravam com doces ou adornos a árvore; no seu regresso, as crianças eram surpreendidas com a árvore e os presentes e assim tinha início a celebração da festa de Natal. Em 1750, em Bohemia, incorporam-se as bolas de cristal. Quando a Rainha Vitória de Inglaterra, para celebrar o Natal, faz colocar uma árvore, no palácio de Corandolo, com velinhas que fazem reluzir uma série de belos e finos adornos, o cosume da árvore de Natal torna-se moda.

A aparição do Papai Noel, também chamado Santa Claus, Sinterklaas ou Pére Noel, segundo o país, assim como a tradição da árvore natalícia ou a representação do presépio, são costumes básicos e permanentes, durante a celebração do Natal Cristão, bem como a partilha de presentes às crianças e a troca de lembranças com os adultos. (Em Espanha, no entanto, os presentes partilham-se no dia dos Reis Magos, a 6 de Janeiro).Se bem que a simbologia do Natal – árvore de natal inclusivamente – não tem uma origem cristã; nem a data de nascimento do menino Jesus, é cronologicamente correta; é lícito e conveniente, celebrar o Natal, partilhando a alegria e a meditação sobre esta data tão memorável... Não podemos isolar-nos de uma identidade comum e uma civilização partilhada, imersa nas tradições do nosso povo, do qual todos fazemos parte...

Em 25 países de maioria muçulmana considera-se festa nacional o Natal Católico (25 de Dezembro) ou o Natal Cristão Ortodoxo (6 de Janeiro). Veja o que diz o Alcorão a respeito do nascimento de Jesus AS «Explicou-lhe (o anjo Gabriel): Sou tão somente o mensageiro do teu Senhor, para agraciar-te com um filho imaculado.

Disse-lhe: Como poderei ter um filho, se nenhum homem me tocou e jamais deixei de ser casta?Disse-lhe: Assim será, porque o teu Senhor disse: Isso Me é fácil! E faremos disso um sinal para os homens, e será uma prova de Nossa misericórdia. E foi uma ordem inexorável.

E quando concebeu, retirou-se, com um rebento a um lugar afastado.

As dores do parto a constrangeram a refugiar-se junto a uma tamareira. Disse: Oxalá eu tivesse morrido antes disto, ficando completamente esquecida.

Porém, chamou-a uma voz, junto a ela: Não te atormentes, porque o teu Senhor fez correr um riacho a teus pés!

E sacode o tronco da tamareira, de onde cairão sobre ti tâmaras maduras e frescas. Come, pois, bebe e consola-te; e se vires algum humano, faze-o saber que fizeste um voto de jejum ao Clemente, e que hoje não poderás falar com pessoa alguma». — Alcorão, 19:19-26.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 11/12/2014.

: ZAKAT, SADAQA E O TRABALHO – 8a. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as  Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMUA MUBARAK 

A pessoa que foi criticada por praticar muita caridade, defendeu-se afirmando: “Se uma pessoa pretende transferir-se duma casa para a outra, deixará alguma coisa na primeira?”.

Aqueles que tiverem poucos recursos, deverão ter em atenção de que ao concederem o Sadaqa - a caridade facultativa), deverão deixar ficar o suficiente para o sustento das suas famílias. Evitam assim ficarem sujeitos da generosidade de outros e de recorrerem à mendicidade. A melhor Sadaqa é aquela que não deixa o doador numa situação de necessitado. Se o crente se encontrar endividado, deverá primeiro saldar as suas dívidas e só depois é que poderá conceder a Sadaqa. Toda a caridade deve ser efetuada de acordo com as capacidades econômicas e financeiras de cada um. “Que o abastado retribua isso, segundo as suas posses; quanto aquele, cujos recursos forem parcos, que retribua com aquilo com que Deus lhe agraciou. Deus não impõe a ninguém a obrigação superior ao que lhe concedeu; Deus trocará a dificuldade pela facilidade”. Cur’ane 65:7. 

A caridade dada por aquele que tem poucos bens, Somente para agradar a Allah, terá maiores recompensas em relação ao rico que tem oportunidade de dar muitas vezes. Se alguém tiver só duas moedas, sabendo que existe alguém ainda mais necessitado, se der uma das moedas como caridade, terá maiores recompensas em relação àquele que tem muito mais e que deu 100 moedas, porque esse gesto representa um grande sacrifício da sua parte. 

Após a morte do ser humano, todas as suas ações terminam. Se as recompensas resultantes das boas ações feitas durante a vida forem insuficientes para a obtenção da tranquilidade na vida futura, nada mais lhe valerá. Exceto se deixar algo do qual as pessoas continuarão a beneficiar, como por exemplo um poço para saciarem a sede. Assim, mesmo depois da sua morte, o crente continuará a obter recompensas através da Sadaqa Jariya – a Caridade Contínua. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A recompensa pelas ações praticadas pela própria pessoa chega ao fim com a morte dele. Contudo, poderá continuar a receber recompensas de três Coisas após a sua morte: o Sadaka cujo benefício seja contínuo, o conhecimento (por ele difundido) do qual as pessoas continuem beneficiando e um filho virtuoso que oferece preces para os seus parentes falecidos”. Muslim 13:4005 

Devemos fazer caridade em nome dos nossos pais, mesmo depois destes terem falecido. A prática regular do Zakat e da Sadaqa em nome deles, será benéfico para os nossos familiares que já se “despediram” deste mundo, para a tranquilidade nas suas sepulturas e para continuarem a ganhar recompensas, de modo que se apresentem no Dia do Julgamento Final com mais ações meritórias. 

Aisha (Radiyalahu an-há), referiu que uma pessoa perguntou ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “Minha mãe morreu de repente, e eu acho que se ela pudesse falar, teria dado caridade. Posso dar em nome dela?”. Ele respondeu: “Sim! Dê caridade em seu nome”. Bhukari 51:22 

O Islam é a religião da misericórdia. Allah é Misericordioso para com as suas criaturas e fica satisfeito quando vê que os crentes também espalham a misericórdia entre eles. Ajudar e facilitar a vida de um irmão, é uma forma de misericórdia. Quem não sente misericórdia pelo seu semelhante, no Dia da Ressurreição Allah também não vai sentir Misericórdia por ele. Todos são incentivados para darem o Sadaqa.

Ricos e pobres, devem contribuir com o melhoramento da situação dos irmãos que se encontram mais necessitados. Se alguém está com problemas graves, haverá sempre outro que se encontra numa situação ainda mais deplorável. Porque não um sorriso, um ouvido paciente, uma palavra amiga, e um conselho para a resolução dos seus problemas? Todas estas manifestações de solidariedade são também Sadaka. 

Abu Burda, ouviu do seu pai e do seu avô de que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Todo o muçulmano deve contribuir com a caridade”. As pessoas perguntaram: “Se alguém não tiver nada para dar, o que deve ele fazer?”. Respondeu: “Ele deve trabalhar com as suas mãos, beneficiando-se a si próprio e dar (uma parte) em caridade”. As pessoas perguntaram ainda: “Se ele não fizer isso?”. Ele respondeu: “Então deve realizar boas obras e manter longe as más ações e isso vai ser considerado como atos de caridade”. Bukhari 24:524. Podemos constatar a misericórdia do islam, quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) incentivou o seu companheiro Abu Dharr (Radiyalahu an-hu), apesar de ser pobre, para dividir a sua refeição com os vizinhos, como uma forma de fomentar a amizade e a misericórdia: “Ó Abu Dharr: “Quando preparares algum caldo (sopa, caril), lembre-se dos membros da família do seu vizinho, adicione água e ofereça uma parte como presente, com cortesia”. Musslim 32:6358. Que Allah nos ajude a espalhar a misericórdia entre nós. Amin. 

O jejum, a oração, a Sadaqa, proibir o mal e recomendar o bem, são vias para afastarmos as dificuldades que enfrentamos no que se refere às doenças, às nossas famílias e vizinhos. Bukhari 10.503. A Sadaqa, o mel e o Surat Fátiha, são remédios para muitos males e doenças. Também a Sadaqa afasta-nos e ajuda-nos a curar a avareza, o orgulho e o egoísmo. A Sadaqa dada em memória dos nossos falecidos, é uma das vias para a tranquilidade nas suas sepulturas e uma facilidade no dia da Prestação de Contas para eles e para nós. SubhanaAllah! Todos os Louvores são para ti, ó Allah, que instituíste a Sadaqa, uma contribuição para alívio dos que dão e dos que recebem. 

In Sha Allah, Se Deus quiser, o tema continuará no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.14:41. 
Cumprimentos 
Abdul Rehman Mangá 

11/12/2014

quinta-feira, dezembro 04, 2014

O Papa e o Grande Mufti de Istambul partilham oração

Papa com Mufti na Mesquita Azul
“O Corão é um livro de paz. É um livro profético de paz”, disse o Papa Francisco ao The Washington Post, na segunda-feira. “Espero que a visita seja frutífera e contribua para a paz mundial”, expressou Rahmi Yaran, o Mufti de Istambul. ( 01/12/2014 - Fonte: Agencias/Onislam – Versão Portuguesa: Al Furqán).

Prezados Irmãos,  Assalamu Alaikum: 

Lançando uma mensagem de unidade entre os seguidores das duas religiões, o Papa Francisco visitou a Mesquita Azul de Istambul, e rezou junto ao Grande Mufti de Istambul durante a sua estadia de três dias na Turquia. 

"Espero que a visita seja frutífera e contribua para a paz mundial", expressou Rahmi Yaran, o Mufti de Istambul, ao Papa, segundo informou a Agência Anadolu no passado sábado, 29 de Novembro.  "Necessitamos de oração, muita oração". 

Num gesto descrito pelo Vaticano como um "momento de adoração silenciosa" a Deus, o Papa faz uma reverência com a cabeça numa oração que se estendeu vários minutos junto ao Grande Mufti de Istambul, na Mesquita do Sultão Ahmet, do século XVII. 

"Que Deus a aceite", dirigiu-se o Grande Mufti ao Papa no final da oração. 

A visita do Pontífice de 77 anos de idade é a quarta visita de um Papa à Turquia. 

Em Novembro de 2006, o Papa Benedito XVI visitou a Turquia e rezou na Mesquita Azul de Istambul, também. 

A Mesquita Azul, conhecida oficialmente como a Mesquita do Sultão Ahmet, abriu as suas portas em 1616 e é considerada a mais famosa da Turquia. 

Recebeu o seu nome popular dos elegantes azulejos azuis de Iznik, presentes na principal sala de oração. 

A Mesquita encontra-se na praça do Sultão Ahmet, na zona antiga de Istambul, frente à Mesquita Aya Sofya, que já foi a igreja cristã de Santa Sofia. 

O Papa visitou a Mesquita depois de uma breve visita a Aya Sofya. Também visitou o mausoléu de Anitkabir, a tumba do pai fundador da Turquia, Mustafa Kemal Ataturk. 

Durante o seu primeiro dia na Turquia, o Papa reuniu- -se com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, e o chefe do Conselho de Administração de Assuntos Religiosos da Turquia, Mehmet Gormez. 

UNIDADE CRISTà

Ao concluir a sua visita ao país predominantemente muçulmano, o Papa reuniu-se com o Patriarca Bartolomeu I, líder espiritual dos 250 milhões de cristãos ortodoxos do mundo. 

Numa reunião que teve como objetivo a cura da cisma que apareceu desde a separação das igrejas católica e ortodoxa em 1054, espera-se que uma declaração conjunta sobre os esforços de reunificação seja emitida pelos dois líderes religiosos. 

A visita do Papa foi bem recebida por líderes cristãos turcos que expressaram a sua alegria e optimismo. 

"Estou feliz porque está a fortalecer a posição das pequenas igrejas e a dar-lhes uma nova esperança", manifestou o Padre Franz Kangler, um sacerdote católico de Istambul, à Voice of America. 

A visita também foi elogiada pelos cristãos do país e os estrangeiros, que têm a esperança de que esta fomente uns melhores laços inter-religiosos. 

"É muito bom que tenha vindo", confessou Garbis Atmaca, um joalheiro arménio de 72 anos radicado em Istambul, ao The Guardian. 

"A sua visita terá um bom impacto no mundo islâmico. Isto ajudará a fomentar a compreensão e a paz". 

Uma mensagem de esperança similar foi partilhada por Anthony Joyce, um turista de 60 anos procedente de Inglaterra, que chegou à Turquia na sexta-feira, 28 de Novembro. 

"É maravilhoso que o Papa tenha vindo até aqui para mostrar a unidade do mundo entre as diversas religiões", disse Joyce.  "É muito bom para o futuro." 

O Papa declarou que é errado que alguém reaja ao terrorismo estando “raivoso” contra o Islão. 

CAIRO – Concluindo a sua visita de três dias à Turquia, o Papa Francisco confirmou que o Islão é uma religião de paz, rejeitando os preconceitos que acusam os Muçulmanos de atos cometidos por minorias. 

O Corão é um livro de paz. É um livro profético de paz”, disse o Papa Francisco ao The Washington Post na segunda-feira, 1 de Dezembro. 

Durante a sua visita à Turquia, o Papa Argentino conheceu o Presidente Recep Tayyip Erdogan, o Primei-ro-ministro Ahmet Davutoglu e o chefe dos Assuntos religiosos da Turquia, Mehmet Gormez. 

O PAPA E O MUFTI TURCO PARTILHAM ORAÇÃO 

Ele também visitou a Mesquita Azul depois de uma breve visita à Aya Sofia, durante a qual esteve em oração conjuntamente com o Mufti Turco de Istambul. 

O Papa assegurou que era errado que alguém reagisse ao terrorismo “em raiva” contra o Islão. 

Simplesmente não podem dizer isso, da mesma forma que não podem dizer que todos os cristãos são fundamentalistas”, disse ele. 

Nós temos a nossa parte [de fundamentalistas]. Todas as religiões têm estes pequenos grupos.” 

O Papa Francisco chamou os líderes Muçulmanos para garantir uma condenação global ao terrorismo de forma a quebrar o estereótipo de que o Islão e a violência estão intimamente ligados. 

A sugestão foi feita pela primeira vez durante o encontro do Papa com o Presidente Turco Tayyip Erdo-gan, na passada sexta-feira. 

Eu disse ao presidente que seria lindo se todos os líderes islâmicos, quer sejam líderes políticos, acadêmicos ou religiosos, falassem claramente e condenassem isto, porque isto iria ajudar a maioria das pessoas Muçulmanas”, disse ele aos repórteres durante o voo, reportou The Independent. 

A visita do Pontífice de 77 anos foi a quarta visita de um Papa à Turquia. 

Em Novembro de 2006, o Papa Benedito XVI visitou a Turquia e também rezou na Mesquita Azul de Istambul. 

Um grande número de líderes por todo o mundo condenou o Estado Islâmico, fazendo declarações fortes com vista a negar qualquer relação entre o Islão e o grupo de militantes. 

Há dois meses, o Sheikh Ahmed el-Tayeb, o Grande Imam de Al-Azhar, o mais alto posto do ensino religioso do mundo sunita, condenou o ISIL, acusando-o de servir um princípio “Sionista” para “destruir o Mundo Árabe”. 

Antes, o Grande Sheik Mufti Saudita Abdul Aziz al-Sheikh condenou a Al-Qaeda e o Estado Islâmico jiha-dista como o “inimigo número um” do Islão, dizendo que é urgente que os Muçulmanos levantem os seus braços contra os membros do grupo militante como agressores que abusam das vidas das pessoas, posses e honra. 

A União Internacional de Estudos Muçulmanos (IUMS) negou o anúncio do ISIL de formar um “califado” nas áreas que controlam no Iraque e Síria, dizendo que era vazio de qualquer aspecto islâmico ou realista.■ /// 

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 04/12/2014.

A L M A D I N A COMO PASSAR AS FÉRIAS DE VERÃO!

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -    01.12.2014

De facto, a necessidade de a pessoa descansar depois do trabalho e do esforço, a necessidade de calma depois do movimento, é de entre os factos que nenhuma pessoa inteligente pode rejeitar.

A religião isslâmica, com o seu método fácil, em que a natureza humana é tomada em consideração, não impõe que o Homem passe todo o seu tempo em adoração. Estabeleceu uma porção para o descanso, para o gozo e para o prazer, dentro dos limites prescritos.

Quando An’zala (R.T.A.), companheiro do Profeta Muhammad (S.A.W.) se lamentou de estar a passar algum do seu tempo entretido com os filhos, com a esposa, e noutras atividades mundanas, o Profeta aquiesceu sobre a necessidade do entretenimento e do gozo lícito, dizendo três vezes: “Ó Han’zala! Deve haver tempo para isto, e tempo para aquilo”. (Relato de Musslim)

Os intelectuais que estabeleceram as férias periódicas, semanais, mensais ou anuais, foi porque prestaram atenção ao seu efeito positivo na renovação da atividade humana e na recuperação mental e física, para que se volte ao trabalho mais fresco e com melhor disposição.

Todavia, quando algo ultrapassa os limites e não é aplicado da forma mais correcta, passa de positivo para negativo. Portanto, se as férias se prolongarem, acabam criando muitas coisas negativas e muitos prejuízos como resultado do vazio que não está sendo preenchido da maneira mais correcta. E isso acontece quando os deveres e os direitos não estiverem a ser cumpridos.

O Isslam considera o tempo a coisa mais valiosa no Mundo, que se for bem aproveitado traz felicidade, pois de contrário pode trazer desgraça.

As férias de Verão ou noutra estação qualquer) são um tempo valioso e uma oportunidade importante que as pessoas aproveitam para descansar, abstraindo-se das preocupações inerentes ao trabalho durante o resto do ano. 

O Isslam ensina-nos que o crente não deve estar parado, inativo, sem fazer nada, seja relacionado com os assuntos mundanos, ou com assuntos da vida do Além, pois ele foi criado para trabalhar, para se esforçar e dar o melhor de si. No Dia da Ressurreição será interrogado sobre a sua vida, onde a passou. Será informado acerca das suas acções, sobre o que praticou. E ser-lhe-á exigida a prestação de contas. Consta no Al-Qur’án, Cap. 9, Vers. 105:

“Diz: trabalhai. Deus, Seu Mensageiro e os crentes verão vossas obras. Depois sereis levados ao Conhecedor do invisível e do visível, e Ele vos informará de tudo o que fazíeis”.

Na realidade, na vida de um crente não há tempo livre, sem proveito, pois o tempo é a vida, e o crente será recompensado se o aplicar no bem, e será considerado pecador se o aplicar no mal. E o Profeta Muhammad (S.A.W.) encorajou-nos a aplicá-lo correctamente, ao dizer: “ Aproveite cinco coisas antes de outras cinco te surpreenderem: 1) A vida antes de morreres; 2)A saúde antes de adoeceres; 3) O tempo livre antes de te ocupares; 4) A juventude antes de envelheceres; e 5) A riqueza antes de empobreceres”. (Relato de Al-Hákim)

Nisso o Profeta encoraja-nos a fazermos do tempo livre uma ocasião para preenchê-lo em coisas úteis, pois mesmo ele, na sua casa, nunca foi visto inactivo, sem fazer algo, facto relatado por sua esposa, Aisha (R.T.A.). Isto porque Deus, dirigindo-se ao Profeta diz, no Cap. 94, Vers. 7 - 8: 

“E quando estiveres livre (das tarefas imediatas), esforça-te arduamente (na adoração) e vira toda a tua atenção para o teu Senhor”. 

Esta mensagem é para todo o crente, para que evite ficar sem fazer nada. Se tiver terminado as tarefas mundanas deve esforçar-se na adoração, e ansiar o que está junto de Deus, nas Suas dádivas infinitas. E quando terminar as suas obrigações religiosas se ocupe nas suas actividades mundanas.

Quando terminar as suas necessidades físicas deve virar-se para as necessidades espirituais. Quando terminar os seus afazeres pessoais, que se dedique a assuntos familiares, ou a assuntos da sua sociedade.

É assim que o crente chega à conclusão que na vida nunca há tempo livre, sem nada apara fazer. Assim, todos os momentos da sua vida tornam-se momentos de adoração e aproximação a Deus. 

Costuma-se dizer que parar é morrer, pelo que nunca devemos parar de atuar, pois toda a vida tem de ser um movimento constante. O descanso não é o objetivo para o qual se deve gastar muito dinheiro, e nem devemos passar o nosso tempo livre em brincadeiras, mas sim aproveitando integralmente o tempo disponível em algo útil relacionado a este Mundo e também ao Outro Mundo, o que decerto trará benefícios, neste e no Outro Mundo.

Deus diz no Cap. 59, Vers. 18 do Al-Qur’án:

“Ó vós que credes! Temei a Deus. E que cada alma considere bem o que ela preparou para o (seu) amanhã! E temei a Deus. Na verdade Deus sabe bem tudo o que fazeis”.

Portanto, a pessoa deve fazer do tempo livre e da época das férias uma época de edificação e não de demolição. Época de obediência e não de desobediência (a Deus).

A época de férias de tem muitos aspectos positivos que devemos aproveitar, assim como tem aspectos negativos que devemos evitar.

O grande teólogo Ibn Al-Quyim diz: “O ano é como uma árvore. Os meses e os dias são como as suas ramificações. As horas são como as folhas, e a respiração é como o seu fruto. Portanto, quem tiver a sua respiração na obediência a Deus, então o fruto da sua árvore será bom. Mas quem tiver a sua respiração na desobediência (a Deus), então o seu fruto será amargo. E a colheita será no dia da ceifa, e aí ir-se-á saber qual das frutas será doce e qual será amarga.”

Nas férias do Verão a pessoa pode aproveitar o seu tempo para ler livros que lhe transmitam algum benefício, seja sob a forma de adoração a Deus ou sob qualquer outra forma, pois a adoração reforça a alma e o corpo. Deve-se abster do cometimento de pecados, já que estes enfraquecem o corpo, matam a alma, endurecem o coração e levam à perdição, tanto neste como no Outro Mundo.

Pode-se aproveitar o tempo de férias para atividades culturais, intelectuais e desportivas com amigos, tudo isso dentro dos limites prescritos, e assim tentar-se criar um equilíbrio entre as exigências físicas e as espirituais. 

Pode-se também aproveitar para fazer visitas aos pais, aos familiares, aos amigos, às pessoas piedosas, aos teólogos, aos doentes, aos pobres, aos cemitérios, etc.

Os estudantes podem aproveitar para se dedicarem a atividades, seja no plantio de árvores, na limpeza de jardins e praias, ou mesmo na aprendizagem de alguma arte ou profissão que no futuro poderão ajudar no combate ao desemprego.

O vazio na pessoa nunca permanece vazio, pelo que sempre acaba preenchido com algo bom ou mau. Se não ocuparmos a nossa alma com algo benéfico, ela ocupar-nos-á com coisas más.

Por isso, prestemos atenção, como e onde passamos as férias de Verão.

ZAKAT, SADAQA E O TRABALHO – 7ª. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)  -JUMA MUBARAK

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse que uma das 7 pessoas que será acomodada por Deus na sombra da Sua Misericórdia, no dia em que não haverá nenhuma sombra excepto a Sua, é a pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita) o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe.Bhukari 24:504. Muitos versículos do Cur’ane e ditos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) condenam o exibicionismo no que se refere à entrega da caridade.

No entanto, no caso de se pretender divulgar por outros crentes a necessidade de se completar uma certa verba destinada a colmatar uma emergência, não haverá mal nisso. Será uma forma de se encorajarem uns aos outros, angariando os donativos publicamente. “Aqueles que gastam os seus bens pela causa de Allah, sem acompanhar a sua caridade com exprobração nem injúria, terão a sua recompensa ao lado do Senhor e não serão presas do temor, nem se angustiarão”. Cur’ane 2:262. “Innamal an-mal bi nniyaiti”. O valor de cada acção depende da intenção”. Umar bin al-Khatab disse: “ouvi do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “As recompensas das acções dependem das intenções e cada pessoa receberá a recompensa de acordo com o que ele pretendia…” Bhukari 1.1. Se a intenção de publicitar a entrega da caridade como meio de adquirir fama e prestígio perante a sociedade, perante o Criador não terá qualquer valor nem recompensas. Mas Deus agraciará os bens intencionados porque “De toda a caridade que fizerdes, Deus o saberá”. Cur’ane 2:273.

A IMPORTÂNCIA DO SADAQA (CARIDADE FACULTATIVA)

Quando efectuamos as nossas orações, algumas vezes, a nossa mente divaga por diversos problemas da nossa vida. Outros estão nas orações, mas já estão a pensar no que têm para fazer de seguida, ao ponto de se enganarem no número dos rakates (ciclos das orações) e nos versículos do Cur’ane que estão a recitar. A mente humana viaja muito e em questões de segundos pode chegar a terras bem distantes! É verdade que não é fácil o crente manter-se alheio a tudo o que lhe preocupa. Só com concentração e uma fé muito grande é que se pode atenuar estas falhas. Porque o ser humano não é perfeito, ninguém se pode valorizar de que cumpre de forma correcta e rigorosa os preceitos religiosos. Podemos ter grandes ou pequenas recompensas, dependente da perfeição das orações. Em certas situações poderemos estar a aumentar os nossos pecados.

Assim, é recomendado ao crente, para além das orações obrigatórias, efectuar muitas orações facultativas (sunats e nafls), de modo que estas possam cobrir as eventuais falhas nas obrigatórias. Tendo em conta a qualidade do salah de cada um, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A pessoa que termina a sua oração, apenas um décimo, um nono, um oitavo, um sétimo, um sexto, quinto quarto, ou uma terça parte ou metade é considerado como aceitável”. Abu Daud. No dia do Julgamento final, se as orações forem consideradas boas, serão o garante para a facilidade de ganharmos a paz e a tranquilidade na vida futura. O mesmo se passa com os jejuns facultativos que irão cobrir as falhas dos nossos jejuns do mês de Ramadan.

Assim também se passa com a caridade facultativa que devemos fazer durante a nossa vida. Para suprir eventuais erros ou pecados cometidos na entrega do Zakat, devemos ter uma “reserva” substancial de recompensas obtidas pela distribuição de Sadaqa (contribuição facultativa). Sadaqa é um “empréstimo” a Allah. O nosso Senhor diz: “ Quem é que empresta a Allah um bom empréstimo para que Ele lho multiplique muitas vezes? Allah restringe e estende (a riqueza). E, para Ele regressareis.” Cur’ane 2:245. Nas interpretações dos nossos conhecedores, passados e presentes, o termo “emprestar a Allah”, significa gastar em caridade.
…Tudo quanto distribuirdes de caridade, Ele vo-lo restituirá, porque é O melhor dos Agraciadores”. Cur’ane 34:39.

Algumas falhas podem ocorrer na entrega do Zakat; lapsos no cálculo do valor devido; entregas do zakat muito para além do prazo prescrito; e a entrega do mesmo que inadvertidamente o fizemos sem o devido segredo. Assim, quanto maior for a Sadaqa, maior será a probabilidade da mesma vir a atenuar as falhas na distribuição do Zakat e será um meio de obtenção no Akhirat (vida futura) de inúmeras recompensas. As orações facultativas, a caridade voluntária e os jejuns facultativos, serão um meio para nos aproximarmos mais do Criador e de obtermos a Sua amizade. Subhanallah!

In Sha Allah, Se Deus quiser, o tema continuará no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

04/12/2014

sexta-feira, novembro 28, 2014

ZAKAT, SADAQA E O TRABALHO – 6ª. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Não existe criatura sobre a terra, cujo sustento não dependa de Allah …” Cur’ane 11.6.

Allah Subhana Wataala criou o ser humano e fez dele um sinal da Sua Perfeição e Misericórdia. Ensinou-lhe o que é certo e o que é errado. “Pela alma e por Quem a aperfeiçoou; e lhe imprimiu o discernimento entre o que é certo e o que é errado”. Cur’ane 91:7 e 8.

A relação de Allah com as Suas criaturas é baseada na Misericórdia e na Compaixão. Deus é o mais Misericordioso dos que mostram a misericórdia e transmitiu à sua criação uma parte da Sua Bondade e da Sua Misericórdia, para que todos possam sentir compaixão e ajudarem-se mutuamente. Yá Arhama Rahimin. Abu Huraira (Que Deus fique satisfeito com ele), referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Deus dividiu a misericórdia em cem partes, reteve noventa e nove partes, fazendo apenas descer uma à terra. Dessa (uma) parte, emana toda a compaixão com que a criação inteira divide entre si. É tamanha essa compaixão, que faz com que o animal levante bem as garras, para não causar dano à sua cria”. Bukhari e Muslim.

Allah, o Criador e o Sustentador, destinou e garantiu o sustento (rizk) para cada uma das Suas criaturas. Ninguém conseguiria apoderar-se do sustento destinado a uma outra pessoa. “Não existe criatura sobre a terra, cujo sustento não dependa de Allah …” Cur’ane 11.6. Mesmo aqueles que se encontram incapacitados, Allah também destinou o seu rizk. “E quantas criaturas existem que não podem procurar os seus sustentos! Deus as agracia da mesma maneira que a Vós e Ele é Oniouvinte, o Sapientíssimo”. Cur’ane 29.60. É o caso, por exemplo, dos fetos de todos os seres vivos que se encontram em gestação. O sustento inicia-se quando nos encontramos nas barrigas das nossas mães e cessa com as nossas mortes. Esta garantia de sustento é um dos sinais da Soberania e do Poder de Deus.

Deus criou tudo o que existe na terra para que os seres vivos, em especial os humanos, possam produzir, colher e usufruir equitativamente. Para cada ser vivo, dependendo da localização, do clima, das tradições alimentares e das condições sociais, existe uma diversidade de alimentos. Assim, ninguém se pode lamentar que Deus lhe deu um tipo de alimento “inferior” em relação ao do seu vizinho. O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse que não devemos olhar para quem está num nível superior ao nosso, mas sim quem se encontra abaixo do nosso nível. Assim, saberemos dar valor ao que nos foi concedido e não desprezarmos os favores concedidos pelo Sustentador. Procuremos saciar a nossa ânsia de ter os que os outros têm, encontrando a felicidade e a tranquilidade com a lembrança de Deus (dikr) e o aumento do íman (fé). “Mas, quem temer a Allah, Ele lhe apontará uma saída … e o agraciará, de onde menos espera. Quanto aquele que se encomendar a Deus, saiba que Ele será Suficiente, porque Deus cumpre o que promete. Certamente Deus predestinou uma proporção para cada coisa”. Cur’ane 65.2 e 3. 

Alguns mal intencionados, culpam a Deus pela miséria que se alastra pelo mundo! Referem que Deus não deveria permitir a fome e as maldades que existem entre as pessoas. Como são hipócritas estas línguas! São eles os primeiros a virarem as costas e a fecharem as suas mãos perante os seus semelhantes famintos. Não feches a tua mão excessivamente, nem a abras completamente, porque te verás censurado”. Cur’ane 17:29 . O Profeta (Salalaho Aleihi Wassalam) referiu: “quem não mostra misericórdia para com as pessoas, Deus, o Altíssimo, não mostrará Misericórdia para com ele”. Muslim. Deus fez a Sua parte e compete-nos a nós, cumprir com as Suas Leis e com as Orientações dos Seus Profetas. É uma responsabilidade colectiva que nos obriga à criação de condições para que todos se possam sustentar. E por tudo o que fazemos, responderemos perante Ele.

Um necessitado pediu apoio monetário ao Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam). Ele deu um machado para que pudesse, por ele próprio, encontrar um meio digno e honesto para obter o sustento para a sua família. Será assim muito melhor do que andar a pedir aos outros. 

Também recomendou o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) para quem se encontra extremamente necessitado, que deve solicitar apoio aos piedosos e virtuosos, porque essas pessoas saberão como auxiliar, não farão publicidade do que fizeram e darão com a mão direita, o que a mão esquerda não sabe. Por outro lado o aconselharão a encontrar um meio mais eficaz e digno para se sustentar. Meu duáh para que Allah, o Doador e o Sustentador, conceda muitos bens aos crentes piedosos e virtuosos, para que eles possam ter mais condições para cuidarem daqueles que nada têm. Amin.

Issa (Aleihi Salam) – Jesus (Que a Paz de Deus esteja com ele) disse: “Filho de Adão, assim como for a tua misericórdia, assim será a Misericórdia de Deus para contigo. Como esperas a misericórdia de Deus, se não tens misericórdia para com os Seus servos?”. Relato de Abu al Layth al Samarqandi. 

A melhor maneira de mostrar misericórdia para as pessoas, é visitar os doentes, auxiliar os necessitados, guiar (dar uma palavra de dawá) aos que se encontram perdidos e auxiliar os órfãos. Esta é a melhor caridade (sadaqa) perante Allah Subhana Wataala.

In Sha Allah, Se Deus quiser, o tema continuará no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

27/11/2014

A Mentalidade Aberta do Islão

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

Foram as capacidades desenvolvidas pelo entendimento islâmico que permitiram que os muçulmanos sem uma cultura científica a tal ponto avançada. Uma dessas capacidades era, tal como já referimos, a motivação de conhecer o universo e a natureza de acordo com os princípios do Islão. Outra capacidade desenvolvida pelo Islão foi a abertura de espírito. A verdade é que tanto a sabedoria do Alcorão como os ensinamentos proféticos facultaram aos muçulmanos uma visão global do mundo, ultrapassando todas as fronteiras culturais. No Alcorão, Deus afirma:


"Ó Humanidade! Fizemos-vos homem e mulher e distribuímos-vos por povos e tribos, para que pudessem conhecer-se uns aos outros." (Alcorão, 49:13).


Este versículo incita claramente ao enraizamento de relações culturais entre diferentes nações e comunidades. Noutro versículo do Alcorão, afirma-se o seguinte: "Tanto o Oriente como o Ocidente pertencem a Allah." (2:115). Assim sendo, os muçulmanos devem ter uma visão universalista e cosmopolita do universo. 

Os ahadith ou ditos do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) incitam, igualmente, a este tipo de abordagem. Num hadith muito conhecido, o Profeta (p.e.c.e.) diz o seguinte aos muçulmanos: 

"A sabedoria é o bem perdido dos muçulmanos; eles adquirem-na onde quer que a encontrem." 

Ora, o significado deste hadith é que os muçulmanos devem ser pragmáticos e ter a abertura de espírito para se adaptarem, recorrendo aos avanços culturais e científicos alcançados pelos não-muçulmanos, pois estes são igualmente criaturas e servos de Deus, mesmo que não o reconheçam. O "Povo do Livro", ou seja, os cristãos e judeus, são particularmente com-patíveis com os muçulmanos, pois acreditam em Deus e obedecem ao código moral que Ele revelou ao ser humano.

Na ascensão da ciência islâmica, a importância desta mentalidade aberta foi bastante óbvia. John Esposito, da Universidade de Georgetown, um dos mais proeminentes especialistas ocidentais no Islão, fez o seguinte comentário:

«A gênese da civilização islâmica surgiu, na verdade, de um esforço no sentido da cooperação, incorporando a aprendizagem e a sabedoria de muitas culturas e línguas». Tal como aconteceu na administração do governo, os cristãos e os judeus, que haviam sido a trave mestra em termos intelectuais e burocráticos dos impérios persa e bizantino, também integraram este processo, em colaboração com os muçulmanos. Este esforço "ecumênico" tornou-se evidente na Casa de Sabedoria do Califa al-Mamun (reinou entre 813-33) e no Centro de Tradução dirigido por um reconhecido escolástico de nome Hunayn ibn Isaq, um cristão nestoriano. A este período de tradução e assimilação seguiu-se uma fase de criatividade intelectual e artística muçulmana. Os muçulmanos deixaram de ser discípulos e tornaram-se mestres durante o processo da criação da civilização islâmica, dominada pela língua árabe e pela perspectiva islâmica, dando um importante contributo em muitas áreas, tais como: literatura e filosofia, álgebra e geometria, ciência e medicina, arte e arquitetura. Com efeito, os grandes centros culturais de Córdoba, Bagdad, Cairo, Neishabur e Palermo surgiram e ofuscaram a Europa cristã, na época embrenhada na Idade das Trevas. [1]

Segundo Seyyed Hossein Nasr, um dos mais proeminentes acadêmicos muçulmanos da nossa era, a ciência islâmica foi "a primeira ciência a ter uma natureza verdadeiramente internacional".[2]

Ainda assim, os muçulmanos não se limitaram a incorporar outras culturas, tendo igualmente desenvolvido a sua própria cultura. Alguns teóricos desvalorizam este facto e procuram associar o desenvolvimento científico muçulmano apenas à influência da Grécia Antiga e do Extremo Oriente. No entanto, as verdadeiras fontes da ciência islâmica foram a experimentação e as observações dos cientistas muçulmanos. No seu livro O Médio Oriente, o professor Bernard Lewis, um incontestado especialista em história do Médio Oriente, expôs o seguinte:

"A ciência islâmica medieval não se limitou a conseguir a preservação do saber grego, nem à incorporação no seu corpus de elementos provenientes de um Oriente ainda mais remoto e antigo. A herança que a ciência medieval islâmica transmitiu ao mundo moderno foi enormemente enriquecida pelo seu próprio empenho e contribuição. A ciência grega, em termos gerais, tendia a ser um pouco teórica, ao contrário da ciência medieval do Médio Oriente, que era muito mais prática. 

E a verdade é que em áreas como a medicina, a química, a astronomia e a agronomia, o legado dos Clássicos foi clarificado e complementado pelas experiências e estudo da ciência medieval do Médio Oriente”. [1]

Tal como é referido pelos ocidentais, a avançada cultura científica do mundo islâmico abriu caminho ao Renascimento Ocidental. Os cientistas muçulmanos agiam com o conhecimento de que a sua investigação relativamente à criação de Deus era o caminho que poderiam percorrer para O conhecer. 

Esposito salienta que: "Os cientistas muçulmanos, que frequentemente eram também filósofos e místicos, observavam o universo físico de acordo com o contexto e a perspectiva islâmica, enquanto uma manifestação da presença de Deus, o Criador, a fonte, a unidade e a harmonia na natureza." [2]

Com a transferência deste paradigma e a acumulação de conhecimento que, através dele, perpassou para o mundo ocidental, iniciou-se o desenvolvimento do Ocidente.


Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 27/11/2014 

[1] - Bernard Lewis, O Médio Oriente, 1998, p. 266. 

[2] - John L. Esposito, Islão: O Caminho da Virtude, s. 54. 

[1] - John L. Esposito, Islão: O Caminho da Virtude, Oxford University Press, 1991, s. 52-53. 

[2] - Citado in Weiss e Green, p. 187.

sexta-feira, novembro 21, 2014

OS DIREITOS DA CRIANÇA NO ISLÃO

Dia Internacional dos Direitos da Criança – 20 de Novembro

A data de 20 de novembro assinala o dia em que a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração dos Direitos da Criança (em 1959) e a Convenção sobre os Direitos da Criança (em 1989).

Dize (ainda mais): Vinde, para que eu vos prescreva o que vosso Senhor vos vedou: Não Lhe atribuais parceiros; tratai com benevolência os vossos pais; não sejais filicidas, por temor à miséria — Nós vos sustentaremos, tão bem quanto aos vossos filhos —; não vos aproximeis das obscenidades, tanto pública, como privadamente, e não mateis, senão legitimamente, o que Deus proibiu matar. Eis o que Ele vos prescreve, para que raciocineis». – Alcorão, 6:151.

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

Em primeiro lugar vamos estabelecer que as crianças, de acordo com o conceito islâmico, significa tanto homens como mulheres. Alguns islâmicos estão em desa-cordo e afirmam que o Islão diferencia entre meninos e meninas, preferindo o Islão os meninos sobre as meni-nas em termos de herança, 'Aqiqa (dois cordeiros para o nascimento de um bebé de sexo masculino, e de só um cordeiro no caso de ser menina) e outros assuntos. De acordo com os ensinamentos islâmicos verdadeiros, tan-to homens como mulheres são iguais ante os olhos de Allah, o Todo-Poderoso. Cada um, no entanto, está preparado e equipado para realizar certas tarefas e fun-ções adequadas à sua natureza física. Todos, em qual-quer caso, são iguais em deveres religiosos, com a excepção de certas questões que se definem e ilustram por Allah, o Todo-Poderoso, no Sagrado Alcorão, ou foram declaradas e especificadas pelo Mensageiro de Allah, a paz esteja com ele. Só estas diferenças hão-de ser reconhecidas e respeitadas, de acordo com o Islão e os seus ensinamentos.

As crianças, segundo o Islão, possuem vários direitos. O primeiro e mais importante destes direitos é serem corretamente criadas e educadas. Isto significa que as crianças devem receber uma adequada, suficiente, ra-zoável e válida orientação religiosa, ética e moral que lhes dure para toda a vida. Devem ser-lhes transmitidos os verdadeiros valores, o sentido do bem e do mal, o verdadeiro e falso, correcto e incorrecto, apropriado e inapropriado e assim sucessivamente. Allah, o Todo-Poderoso disse no Sagrado Alcorão:

«Ó crentes, precavei-vos, juntamente com as vossas famílias, do fogo, cujo alimento serão os ho-mens e as pedras, o qual é guardado por anjos infle-xíveis e severos, que jamais desobedecem às ordens que recebem de Deus, mas executam tudo quanto lhes é imposto». (66:6).

O Mensageiro de Allah, a paz esteja com ele, também disse: "Cada um de vós (as pessoas) é um pastor e cada um é responsável do que cai sob a sua respon-sabilidade. Um homem é como um pastor da sua própria família, e ele é responsável por eles...". (Bukhari e Muslim).

As crianças, portanto, são uma confiança dada aos pais, que serão responsáveis desta confiança no Dia do Juízo. Os pais são essencialmente responsáveis dos ensinamentos morais, éticos e religiosos básicos de seus filhos.

Se os pais cumprem com esta responsabilidade, estarão livres das consequências no Dia do Juízo. As crianças serão melhores cidadãos e um prazer para os olhos de seus pais, primeiro nesta vida, e depois no Além.

Allah diz no Alcorão Glorioso:

«E aqueles que creram, bem como as suas proles, que os seguirem na fé, reuni-los-emos às suas famílias, e não os privaremos de nada, quanto à sua re-compensa merecida. Todo o indivíduo será respon-sável pelos seus actos!» (52:21).

Por outro lado, o Mensageiro de Allah, paz esteja com ele, disse: "Depois da morte, as ações do ser humano serão (definitivamente) detidas com excepção de três obras, a saber: um fundo de caridade, doação ou benevolência permanente, o conhecimento deixado que beneficia as pessoas, e um filho/a piedoso, justo e temeroso de Allah que ore continuamente a Allah, o Todo-poderoso, pela alma dos seus pais". (Muslim).

De fato, esta declaração reflete o valor da criação adequada das crianças. Tem um efeito eterno, inclusivamente depois da morte.

Infelizmente, muitos pais, de todos os âmbitos da vida, em todas as sociedades, independentemente do seu credo, origem, condição social e econômica, etc., descuidaram este importante direito imposto pelos seus próprios filhos sobre eles. Estes indivíduos, de facto, perderam os seus filhos como resultado da sua própria negligência. Estes pais são descuidados sobre o tempo que os seus filhos passam sem nenhum benefício, os amigos que têm, os lugares a que vão, etc. Estes pais não se importam, são totalmente indiferentes acerca de onde vão os seus filhos, quando regressam e assim sucessivamente, fazendo com que as crianças cresçam sem nenhum adulto responsável e sem uma cuidada super-visão. Tais pais descuidam inclusivamente instruir, dirigir ou guiar os seus filhos para uma forma de vida e comportamento adequados, ou inclusivamente a atitudes corretas para com os demais. No entanto, é possível que estes pais sejam muito cuidadosos protegendo a sua riqueza e estejam extremamente preocupados com os seus negócios, trabalho e outras questões. Realizam todos os esforços possíveis para ter uma vida com muito êxito, em termos de benefício material, apesar de que toda esta riqueza não seja realmente sua. Ninguém vai levar essa riqueza para a tumba.

As crianças não devem só estar bem alimentadas, bem penteadas, vestidas apropriadamente para o clima e com bom aspecto, ou estar bem servidas em termos de vivenda e serviços públicos. É mais importante oferecer à criança a atenção necessária em termos de formação religiosa e educativa. O coração de uma criança deve estar cheio de fé. A mente de uma criança deve ser entretida com a devida orientação, conhecimento e sabedoria. Roupa, alimentos, habitação e escolaridade não são, de nenhuma maneira, indicação de uma atenção adequada da criança. A educação e a orientação adequada são muito mais importantes para uma criança que a comida, o asseio e a aparência.

Um dos direitos que possuem as crianças sobre os seus pais é o gasto para a sua saúde e bem-estar, de forma moderada. O excesso de gasto ou a negligência não é tolerado, aceite ou inclusivamente permitido no Islão, porque terão um efeito negativo na criança, independentemente da condição social. Insta-se os homens a não ser avaros com os seus filhos e os seus lares, que são os seus herdeiros naturais em todas as religiões e na sociedade. Porque seria miserável com os que vão herdar a sua fortuna? As crianças têm esse direito tão importante. Inclusivamente se lhes é permitido tomar moderadamente a riqueza dos seus pais para manter-se a si mesmos se o pai se nega a dar-lhes os fundos adequados para a sua vida.

As crianças também têm direito a ser tratadas por igual em termos de regalias financeiras. Ninguém deve ser preferido sobre os demais. Todos devem ser tratados com justiça e igualdade. Ninguém deve ser privado das regalias dos pais. Privar, ou proibir o direito de herança, ou outras regalias financeiras durante a vida dos pais, ou a preferência dos pais com uma criança sobre a outra considera-se, de acordo com o Islão, como um ato de injustiça. A injustiça sem dúvida dará lugar a uma atmosfera de ódio, ira e a consternação entre as crianças de um lar. De facto, um ato de injustiça pode, muito provavelmente, provocar a animosidade entre as crianças e, em consequência, isto afetará todo ambiente familiar. Em alguns casos, uma criança especial pode mostrar um terno cuidado pelo seu pai de idade avançada, por exemplo, fazendo com que o pai lhe conceda uma regalia especial, ou lhe doe a propriedade de uma casa, uma fábrica, uma terra, uma quinta, um carro, ou qualquer outro artigo de valor. O Islão, no entanto considera tal recompensa financeira ao cuidado proporcionado, por uma criança amada e que é obediente, um ato incorreto. Uma criança que cuida só tem direito à recompensa de Allah, o Todo-Poderoso. Ainda que seja agradável conceder a uma criança algo assim em reconhecimento da sua dedicação e esforços especiais, isto não deve conduzir a um ato de desobediência a Allah, o Todo-Poderoso. Pode ser que o coração e os sentimentos de uma criança tão carinhosa e atenta possam mudar, num momento no tempo, e que a façam converter-se numa criança desagradável e daninha. Da mesma maneira, uma criança desagradável pode mudar, num dado momento, e ser uma criança muito carinhosa e amável com o mesmo pai. Os corações e sentimentos estão, como todos sabemos, nas mãos de Allah, o Todo-Poderoso, e podem ser ativados em qualquer direção, em qualquer momento e sem prévio aviso. Isto, de facto, é uma das razões para prevenir o ato de preferência econômica de uma criança sobre outra. Por outro lado, tão pouco há segurança ou garantia de que uma criança que cuida, possa manejar a contribuição monetária do seu pai com sabedoria.

É narrado por Abu Bakr (r.a.), que disse que o Mensageiro de Allah, a paz esteja com ele, foi abordado por um dos seus companheiros, al-N'uman bin Bashir, (r.a.) que disse: «Ó Profeta de Allah, concedi um ser-vente a um dos meus filhos (pedindo-lhe para dar testemunho sobre esse presente)». Mas, Muhammad, a paz esteja com ele, perguntou-lhe: "Concedeste o mesmo para todos e cada um dos teus filhos?" Quando o Mensageiro de Allah, a paz esteja com ele, foi informado negativamente acerca disso, disse:.. "Teme a Deus, o Todo-Poderoso, e sê justo e equitativo com todos os teus filhos. Procura o testemunho de outra pessoa, que não seja eu, porque não vou dar fé de um ato de injustiça". (Bukhari e Muslim). 

Portanto, o Mensageiro de Allah, a paz esteja com ele, considerou este ato de preferência de um filho sobre os demais como um ato de "injustiça". A injustiça está excluída e proibida no Islão.

Mas, se um pai conceder a um dos seus filhos ajuda econômica para cumprir com uma necessidade, tal como cobertura médica para um tratamento, o custo de um matrimônio, o custo da iniciação de um negócio, etc., então tal concessão não seria considerada um ato de injustiça e falta de equidade. Tal regalia equipara-se com o direito a gastar nas necessidades essenciais das crianças, o que é um requisito que um pai deve cumprir.

O Islão considera que se os pais cumprirem com os seus deveres, para com todos os seus filhos, proporcionando-lhes a necessária formação, apoio educativo, moral, ético e uma educação religiosa, isto sem dúvida dará lugar a uma criança mais carinhosa, um melhor ambiente familiar e um melhor ambiente social e consciente. No entanto, qualquer negligência desses deveres parentais pode conduzir à perda dos filhos ou maltrato dos pais numa idade mais tardia.

M. Yiossuf Adamgy - 20/11/2014

quinta-feira, novembro 20, 2014

ZAKAT, SADAQA E O TRABALHO – 5ª. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Um exemplo de como podemos ajudar as pessoas a encontrarem o seu sustento, é referido no seguinte hadice: Anass (Radiyalahu an-hu) relatou que um ansari veio ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), pedindo esmola. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) perguntou-lhe se não tinha nada em casa.

Respondeu que tinha um saco do qual com uma parte se veste e com outra estende quando vai deitar-se e um copo que utiliza para beber água. O Mensageiro (Salalahu Aleihi Wassalam) disse-lhe para trazer ambas as coisas.

Depois de os trazer, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) perguntou aos presentes quem queria comprar os artigos, procedendo a um leilão, do qual obteve dois dirhames. De seguida, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) devolveu os utensílios e entregou os dois dirhames ao ansari e disse:

Compre comida com um dirhram e alimenta a tua família e com outro dirhram,  compra um machado e traga-o para mim.” Depois do ansari ter trazido o machado, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), com as suas mãos, colocou um cabo e disse-lhe: Vá, corte lenha e venda. Não te quero ver durante 15 dias.” Depois do homem ter feito o que lhe foi ordenado, veio ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) com dez dirhames, com os quais comprou roupa e comida. O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse-lhe: “Isto é melhor para ti, do que apareceres no dia do julgamento final com a marca na tua face indicando que eras um mendigo.” – Relato de Abu Daud, At- Tirmizi e Nassaei.

Não se deve cobiçar os bens dos outros, maldizendo de que Deus, o Doador deu mais a uns em relação aos outros. A inveja e a cobiça são dois males que infestam as mentes de algumas pessoas. “Não cobices tudo aquilo com que temos agraciado certas classes, nem te aflijas por eles, e abaixa gentilmente as asas para os crentes”. Cur’ane 15:88. 

Umar (Radiyalahu an-hu) disse: “A cobiça é uma pobreza (pois torna a pessoa dependente) e a verdadeira riqueza consiste em não desejar (cobiçar) algo que é dos outros”. Se alguém é dependente e não tem esse mal (a cobiça), então tende a ganhar independência necessária para se sustentar e resolver os seus problemas. Um piedoso disse: “As minhas posses consistem em demonstrar uma expressão de auto-suficiência em público, restrição de esperanças, moderação em privado e não cobiçar as posses de outros”.

A pessoa que vive exclusivamente do Zakat e da Sadaqa e no entanto tiver capacidade para trabalhar e de se sustentar a ele e à sua família, será ressuscitado no dia do Julgamento Final com a cara desprovida de carne. (Muslim). 

Os que têm o suficiente para viverem, mas com a ganância de ficarem ricos, recorrem às esmolas, disfarçando-se de pobres.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Raçulullah (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Aquele que pede (esmola) às pessoas com o intuito de aumentar os bens que (já) possui, é como estar a pedir carvão (em brasa) do inferno; assim ele que decida se pretende pedir (esses carvões) em pouca ou muita quantidade”.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) incentivava as pessoas para trabalharem e referiu que o melhor sustento e o melhor ganho, é o resultante do trabalho feito pelas próprias mãos e do negócio lícito e honesto. (Ahmad). O trabalho tem um valor imenso para as famílias, para as sociedades e para as nações. Nem mesmo os Profetas foram dispensados de o fazer. 

O Profeta Zacarias (Aleihi Salam) sustentou a sua família trabalhando como carpinteiro. (Muslim). Daúde (David) (Que a Paz de Deus esteja com ele) foi um Profeta e Rei, mesmo assim comia do fruto do trabalho das suas mãos. (Bhukari). Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) ainda jovem apascentou rebanhos e mais tarde foi um comerciante. Todos eles viveram com o fruto do seu trabalho e não dependiam de ninguém. Trabalhavam para servirem de exemplo aos seus seguidores. O trabalho honesto com vista ao sustento da família é também uma adoração a Deus.

Outros fazem alarido e ostentação quando distribuem o zakat, esquecendo o conselho: “dar com a mão direita, o que a mão esquerda não sabe”. Perdem por completo as bênçãos prometidas pelo Criador e Sustentador, passando mesmo a serem pecadores. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que o que mais receava acerca da sua Umah, é o pequeno shirk, isto é efectuar algo com intuito de se exibir. “O inferno diz: “o arrogante e o orgulhoso encontrarão em mim, a sua morada”.

Alguns utilizam a vaidade para se mostrarem. Fazem as orações na presença de outros, para serem vistos e elogiados. “…E não estimula (os outros) a alimentarem os necessitados; ai, pois, dos praticantes das orações, que as fazem por ostentação (para serem vistos)”. Cur’ane 107, 3, 4 e 6
Ó vós que credes! Não torneis nulas as vossas caridades pela censura ou injúria, como aquele que gasta a sua riqueza para ser visto pelos homens, e não crê em Allah, nem no Último Dia. A sua semelhança é como a rocha coberta por uma fina camada de terra que, ao ser atingida pela chuva, fica a descoberto. Tais pessoas de nada beneficiarão de quanto fizerem (por ostentação). E Allah não ilumina o povo descrente. Cur’ane 2:264.

In Sha Allah, Se Deus quiser, o tema continuará no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no  Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
20/12/2014