segunda-feira, junho 09, 2014

O Papel dos Muçulmanos na Transmissão da Ciência Islâmica

No aparecimento e desenvolvimento das diferentes civilizações, a troca de idéias pertencentes a diversas culturas e nações teve, sem margem de dúvidas, o seu papel preponderante, assim sendo, é de estranhar o fato de uma parte do Mundo Ocidental não dar aos Muçulmanos o que lhes é devido, nem reconhecer o papel importantíssimo dos Muçulmanos na História da Ciência.

Os Muçulmanos absorveram ciências, desenvolveram-nas a um grau elevado e transmitiram-nas, posteriormente, aos Europeus. Não obstante, o ponto de vista que parece prevalecer é o de que os Muçulmanos tiveram um papel muito pequeno no desenvolvimento e transmissão das ciências.

Uma outra idéia, largamente difundida, refere-se ao fato de supor que as ciências foram acumuladas pelos Europeus, diretamente dos Gregos. Parece-nos que a maioria da bibliografia relacionada com esta temática, e com a história de autores Europeus, tem que ser, ou revista, ou escrita de forma a que a verdade venha à tona.

Foram muitos os caminhos através dos quais os Tesouros da Civilização Islâmica se propagaram e influenciaram a Europa, durante os séculos de escuridão, ou seja, durante a Idade Média, uma vez que "a Idade Média foi realmente uma época sombria, já que a grande maioria dos historiadores nos mostrou apenas o seu lado mais «cinzento»; na realidade, estes séculos nunca foram tão «escuros» quanto a nossa ignorância acerca deles".

Estes caminhos estavam concentrados em três locais na Europa, o primeiro deles encontrava-se no Ocidente, ou seja, na Espanha Muçulmana (o domínio Muçulmano iniciou-se em toda a Europa em 711, tendo terminado em 1492); o segundo localizava-se no Sul, ou seja, na Sicília e no Sudeste da Itália (os Muçulmanos dominaram esta região durante mais de 200 anos de mais ou menos 840 até 1060) ; e o terceiro encontrava-se no Oriente, ou seja, em Constantinopla (1096 a 1274). A maioria dos historiadores desta temática encontra-se de acordo com a idéia de que a Espanha, ou Andaluzia, teve um papel de elevada importância no processo de transmissão da cultura Muçulmana, bem como das suas ciências, à Europa .

Se a Espanha ficou com a maior parte neste processo de transmissão, então, quais foram os caminhos e meios, através dos quais a Cultura e Ciências Muçulmanas foram transmitidas à Europa? Este processo pode ter tido lugar de diferentes maneiras. Só o fato de os Muçulmanos, e o seu "modus vivendis", terem dominado uma parte da Europa durante, praticamente, 800 anos é, por si só, uma grande proeza e, consequentemente, devido a esta proximidade e presença na Europa, o processo de transmissão foi grandemente acelerado.

Se não fosse a presença Muçulmana na Espanha, e a sua contribuição para a Ciência, receio que o mundo Ocidental talvez nunca tivesse conseguido alcançar o estádio do pensamento moderno, nem tão pouco proezas científicas e tecnológicas, que foram obtidas durante o presente século.

Por outro lado, se os Muçulmanos não tivessem dominado a Espanha, ou qualquer outro país Europeu, provavelmente nós encontrar-nos-íamos alguns séculos atrasados, visto que o processo de transmissão das Ciências Muçulmanas à Europa teria levado, neste caso, muito mais tempo a ser efetuado.

O fato dos Muçulmanos terem estado presentes em Espanha, ajudou largamente os meios através dos quais as Ciências Muçulmanas foram transmitidas à Europa.

Após o fim do domínio Muçulmano na Espanha, no século XV, é um prodígio relativo, digamos assim, encontrarmos a Espanha e Portugal Cristãos a liderarem os denominados "Descobrimentos Marítimos", na América e no Oriente, através da navegação da costa Africana. Refiro-me a estas viagens, "assim denominadas", uma vez que a maioria destes caminhos, sulcados pelos Espanhóis e Portugueses, eram já do conhecimento dos muçulmanos.

De fato, as embarcações espanholas e portuguesas fizeram uso dos mapas geográficos muçulmanos e, até mesmo, de navegadores muçulmanos, como no caso de Ibn Majid, que foi o piloto de Vasco da Gama.

Por exemplo, marinheiros muçulmanos já tinham dobrado o Cabo da Boa Esperança, muito antes de Vasco da Gama, e até o batizaram de "Jabal al Nadam", que significa "Montanha do Arrependimento", por causa da sua linha costeira extremamente perigosa. Ao que parece, o famoso geógrafo muçulmano do século XIV, Al Idrissi(3) (493-560 da Hégira / 1100-1165 da Era Cristã) teria alcançado as Índias Ocidentais e, provavelmente, até a América.

Face a estes fatos, poder-se-á colocar a seguinte questão: se estes caminhos marítimos eram do conhecimento dos Muçulmanos, então porque não foi tal fato celebrado entre os próprios Muçulmanos? A resposta a esta questão encontra-se estritamente ligada com os princípios básicos da crença e da fé dos Muçulmanos.

Nós sabemos que no Islam toda a Glória e Poder pertencem a Deus Todo-Poderoso, e a mais ninguém. Consequentemente, verificamos que, em toda a História do Islam, os Muçulmanos nunca celebraram o fato de terem descoberto um local, esta coisa, ou aquela, do mesmo modo que os Europeus fizeram (e continuam a fazê-lo), se bem que os Muçulmanos realizaram inúmeras descobertas em muitos campos, incluindo os das Ciências.

Neste ponto, julgo que a grande maioria dos livros históricos europeus encontra-se extremamente necessitada de uma profunda revisão, ou mesmo de ser escrito de novo, por forma a revelar a verdade ao Mundo.

Por: M. Yossuf Muhamad Adamgy

sexta-feira, junho 06, 2014

AS VIRTUDES DE SHA’BAN, o mês de MUHAMMAD (s.a.w. = p.e.c.e.)

É um mês que se situa entre Rajab e Ramadan e que é negligenciado por muitas pessoas. É um mês em que a conta do ser humano se apresenta diante de Deus, e eu desejo que as minhas ações sejam apresentadas estando em jejum».

Costuma-se dizer que o mês de Sha'ban é o Mensageiro e Embaixador do mês de Ramadan. 

Neste mês, Allah (Deus Uno) envia presentes ao Seu servo. 

Comecemos por ver o significado das CINCO letras que formam a palavra Sha'ban, pois esta palavra, na escrita árabe, se soletra com cinco letras: shin, ‘ain, ba’, alif e nun. 

SHIN representa sharaf (a nobreza); 

AIN representa ‘uluww (a sublimidade); 

BA’ representa birr (a devoção); 

ALIF representa ulfa (privacidade harmoniosa); e 

NUN representa nur (a luz radiante). 

Estes são, pois, os presentes de Allah a Seu servo, neste mês. É um mês em que os tesouros são exibidos e abertos, em que as bênçãos são enviadas, em que as faltas são perdoadas, os pecados expia-dos; e é o mês em que se multiplicam as bênçãos sobre o Profeta Muhammad (p.e.c.e.), considerado o melhor dos seres humanos. 

Este é o mês das bênçãos sobre o Profeta eleito, pois Allah diz, textualmente, no Nobre Alcorão: 

Inna ‘llaha wa mala’ikata-hu yussalluna ‘ala ‘n-Nabiyy ya ayyuha ‘lladhina amanu sallu ‘alai-hi wa sallimu taçlima. 

«Na verdade, Allah e os Seus anjos abençoam o Profeta; ó crentes, abençoai-o e saudai-o, reverente-mente». (33:56). 

A bênção de Allah é misericórdia; a dos anjos é mediação e pedido de perdão; e a dos crentes é súplicas e agradecimentos. 

Segundo Mujahid (que Allah esteja satisfeito com ele), disse: 

«A bênção de Allah é prosperidade e virtude; a dos anjos, ajuda e sustento; e a dos crentes, a submis-são e respeito». 

Ibn Ata disse: 

«A bênção de Allah sobre o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) é ligação; a dos anjos é o atencioso cuidado; e a dos crentes em segui-lo com amor». 

Ainda há quem disse: 

«A bênção de Allah sobre o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) é engrandecê-lo com respeito; a bênção dos anjos sobre o Profeta (p.e.c.e.) é a realização de seu favor atencioso; a bênção da sua comunidade, isto é da sua hummah sobre o Profeta (p.e.c.e.) é a súplica para a intercessão». 

Como o próprio Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: 

«Quando alguém pronuncia uma só bênção sobre mim, Allah o abençoa dez vezes». 

Por isso, longe de sermos negligentes durante este mês, cada crente, cada momin, consciente, deve aplicar--se a si mesmo e preparar-se para a chegada do mês sagrado de Ramadan, utilizando os dias que ainda faltam para limpar os seus pecados e arrepender-se do que tenha feito no passado. Deve suplicar a Allah neste mês de Sha’ban. Deve-se pedir a Allah S. T. através do dono deste mês, Muhammad (s.a.w.), até que a corrup-ção do nosso coração esteja corrigido e a doença esteja curada. 

Isto deve ser feito sem demora e sem retardá-lo para amanhã, porque os dias só são três: 

ONTEM, que é uma data passada (ajal); 

HOJE, que é o momento para a ação (‘amal); e 

AMANHÃ, que é uma expectativa de esperança (amal). 

Por conseguinte, o ontem é um aviso; o hoje é uma oportunidade; e o amanhã é um risco. 

Da mesma forma, os meses são três: RAJAB, que já passou e não se sabe se voltaremos a ver; RAMA-DAN, que esperamos chegar no futuro que talvez nem todos possamos ver; e no meio, SHA’BAN, que é hoje uma oportunidade para realizarmos as nossas devoções e adorações. 

O último Profeta de Allah, Muhammad (p.e.c.e.), uma vez, deu o seguinte conselho a uma pessoa: 

«Aproveita estas cinco coisas antes de esperar as outras cinco: a juventude antes da velhice; a saúde antes da doença; a riqueza antes da pobreza; o des-canso antes das ocupações; e a vida antes da mor-te». 

A terminar, louvado seja Allah, o Senhor dos mundos, e a paz e bênçãos estejam com o Seu último Mensa-geiro, com a sua família, com os seus companheiros e com os seus seguidores até ao Último Dia.■ 

Obrigado, boas leituras. Wassalam. M. Yiossuf Adamgy - 07/06/2014.

quinta-feira, junho 05, 2014

A L M A D I N A DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 02.06.2014
 
O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “A melhor prenda que um pai pode dar aos seus filhos é a boa educação”.

Neste dia 10 de Junho, dia tradicionalmente dedicado à situação da criança (em Moçambique) e dos seus direitos, vamos falar sobre a sua educação.

A educação é um direito fundamental da criança. Contudo, só nos podemos aperceber da sua importância quando os resultados emergirem na sua plenitude, pois se a pessoa mesmo depois de ter adquirido educação, se sentir incapaz de se inserir no meio de gente culta da sociedade, bem como se a sua personalidade não constituir modelo e exemplo para os outros, então a educação que lhe foi transmitida não lhe terá acrescentado nenhum bem, nenhum valor.

Neste século XXI, apesar da tendência de crescimento da educação, o que de alguma forma favorece o progresso do Ser Humano em termos de meios, os indivíduos sensíveis de todos os povos continuam preocupados com a educação das novas gerações por acharem que nos próximos tempos, se quiserem ter presença no Mundo em pé de igualdade com os povos avançados será necessário que os níveis de educação sejam os mais elevados, daí que muitos pais invistam avultadas somas na educação dos seus filhos.

Temos é que analisar se de facto todo o esforço estará a produzir algum benefício, e se as novas gerações estão a mudar para melhor, ou não.

A realidade é que para muitos, a educação atual só lhes aguçou o interesse pelo materialismo, pois quanto a valores humanos, morais e boas tradições, não há progressos. Pelo contrário, há retrocessos, pois os valores sublimes são quase inexistentes na vida das novas gerações. A maioria dos jovens de hoje detêm conhecimentos, mas são pouco cultos e estão longe de constituírem exemplo para os outros. Aliás, muitos de entre eles nem sequer detêm qualidades que deveriam ser intrínsecas a pessoas instruídas. Têm uma linguagem grosseira e com muitos palavrões pelo meio, não sabem como tratar o seu próximo, como tratar os mais velhos, como tratar os seus próprios pais, não têm misericórdia para com os mais novos, não apoiam os mais fracos, não são verazes e não se abstêm da obscenidade. Pelo contrário, nos dias que correm muitos dos supostamente instruídos estão envolvidos em práticas desumanas, na corrupção, no crime e enfim, em coisas que talvez até os mais iletrados não praticam.

A prostituição, o adultério e a imoralidade são venenos fatais para qualquer sociedade civilizada, mas infelizmente encontramos muitos dos ditos educados não só envolvidos, mas mais grave ainda, promovendo tão nefastas práticas. E tais práticas tornaram-se tão comuns nas escolas e na sociedade, que já ninguém se sente incomodado.

Portanto, a questão é: Por que razão os efeitos negativos a nível da sociedade estão a aumentar não obstante o aumento da escolaridade?

Por que razão os valores humanos e morais na sociedade estão a reduzir cada vez mais, e porque é que a educação não consegue transformar os humanos em Verdadeiros Humanos?

Quer parecer que falta algo na educação. A educação atual pode produzir materialistas que com o seu conhecimento produzam vários tipos de coisas, que possam voar, até mesmo chegar à Lua, mas dificilmente poderá produzir um Bom Ser Humano.

Por isso, os pais também devem educar os seus filhos nas suas casas. Devem procurar para eles as melhores escolas onde haja um bom ambiente, onde se ensine moral, humanismo e boas maneiras.

O ambiente dentro e fora de casa, a companhia e as amizades também são determinantes para o futuro da criança, pois isso exerce uma grande influência no seu comportamento, dado que o que estas aprendem agora, reflctir-se-á na edificação do seu futuro. Se apreenderem coisas negativas será inútil esperar delas coisas positivas, pois só se colhe o que se semeia.

Há na nossa sociedade pais alcoólatras ou tóxico dependentes, e a maldição dessa dependência não só destrói as suas vidas como também as vidas das suas famílias, das suas crianças, pois devido ao fato de se gastar no vício tudo o que se ganha, nada lhes resta para dar aos seus filhos. Nem comida, nem tratamento médico, nem livros, nem vestuário, nem casa condigna, etc., o que concorre para que muitas crianças abandonem as escolas, abandonem as suas casas para “procurarem abrigo” na rua, entregando-se à mendicância, e mais grave ainda, transformando-se em potenciais delinquentes. Isto constitui uma grosseira violação aos Direitos das Criança!

As religiões na generalidade recomendam que os pais cumpram com o seu papel para que os filhos tenham êxito na vida. A ênfase que o Isslam dá para o sucesso dos filhos pode ser percebida no Versículo 3 do Capítulo 17 do Al-Qur’án:

“E não mateis vossos filhos por temerdes a miséria, pois Nós lhes daremos o seu sustento, tal como a vós. Na verdade, matá-los é pecado grave”.

Deste versículo aprendemos que matar os filhos, qualquer que seja a forma, é um grande pecado. Hoje em dia já não se mata como se matava em tempos idos, quando por exemplo, os filhos eram enterrados vivos, mas mata-se de outras formas, mais sofisticadas, mas com o mesmo objetivo. Por exemplo o aborto nas suas variadas formas, constitui uma forma de matança, mas hoje na era moderna, em países ditos desenvolvidos, existem clínicas super sofisticadas, licenciadas, que praticam aborto aos milhões anualmente, mas cinicamente dizem defender os Direitos da Criança. Mas afinal qual é o maior Direito da Criança senão a vida? Isto é o cúmulo da hipocrisia!

Os pais têm a obrigação de cuidar das crianças e criá-las da melhor maneira, e não matá-las O direito das crianças à comida, à água, ao vestuário, à assistência médica, etc., é sagrado, e se não forem os pais a providenciar todos esses cuidados quem o fará?
Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu.

RECOMENDAR O BEM (MA’RUF) E PROIBIR O ILÍCITO (AL-MUNKAR) – 1ª. parte:

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK
1 - Recomendar o Bem e Proibir o Mal. “Yiá Buneiiá, Aquimi Salat……….” “Ó meu filho, faça a oração (na  sua devida hora), recomenda as pessoas para o bem (ma’ruf) , proibi o ilícito (al-munkar) e sofre pacientemente em tudo o que te suceda, porque isto é firmeza”. Cur’ane 31.17.
Allah, Rabbil Ãanlamin, Senhor (Protector e Sustentador) dos mundos, criou o ser humano na mais perfeita das condições. Atribuiu-lhe os critérios do bem e do mal, para que o homem possa reflectir e ser agradecido. Deus também criou tudo o que está na terra e nos céus para benefício do homem, mas alertou-o para se afastar da imoralidade e da corrupção. 

Deus dividiu os seres humanos em povos diferentes, para que se possam conhecer e ajudar-se mutuamente. A diversidade é benéfica e seria enfadonho estarmos todos “vestidos de amarelo”. O Islam é uma religião universal não sectária, que implica ter fé em Deus, praticar e recomendar o bem, afastar e combater o mal. “Os crentes são irmãos uns dos outros…”. Cur’ane 49:10. O Islam é viver em Paz consigo mesmo, com o seu semelhante e também com a natureza.
 
O bem e o mal estarão sempre presentes e em confronto na vida do ser humano. Os crentes que têm fé, temor em Deus e esperança na Misericórdia Divina, fomentarão o bem e afastar-se-ão do mal. Outros embriagados pelos prazeres da  vida terrena, esquecerão a verdadeira vida que lhes espera no além.
 
Deus com a Sua infinita Misericórdia, sabendo das inúmeras tentações que o ser humano está sujeito, alerta-o através de vários versículos do Cur’ane, para praticar e recomendar o bem e também para proibir e afastar-se do ilícito. “Deus ordena a justiça e a benevolência: “Deus ordena a justiça, a caridade, o auxílio aos parentes e veda a obscenidade, o ilícito e a iniquidade. Ele vos exorta que mediteis”. Cur’ane 16:90.

A disseminação do bem (ma’ruf) como barreira para protecção contra o mal (munkar), é um dever religioso aceite por todos os muçulmanos. O crente deve ser exemplar na prática e na recomendação do bem, não de acordo com os seus caprichos ou da vontade de cada povo, mas de acordo com os princípios revelados por Deus e das orientações que nos foram deixadas por todos os Seus profetas e
mensageiros.
Os que tem fé em Deus, dotados de conhecimentos religiosos e que praticam o bem, devem ser sentinelas permanentes para prevenir que outros pratiquem o ilícito (al-munkar), recomendando-os o caminho do mãnruf. “Os crentes e as crentes são protectores uns dos outros; ordenam o bem e proíbem o mal; observam a oração e pagam o zakat; obedecem a Allah e a Seu Mensageiro. Por isso tudo, Allah será Misericordioso para com eles. Na verdade, Allah é Poderoso e Sábio”. Cur’ane 9:7.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Rabaná af-rig ãleiná sab-ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concede-nos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”. Cur’ane 7:126
“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
05/06/2014

sexta-feira, maio 30, 2014

O Islão: A vanguarda histórica na Ciência e Arte

Os descobrimentos e avanços dos crentes islâmicos na História - Fonte: Webislam — Coord. e Adaptação: Al Furqán.

Cada vez se sabe mais extensamente que a Primeira Universidade da Europa foi estabelecida em Espanha por muçulmanos espanhóis, mas quantos de nós, inclinados ao acadêmico ou não, sabemos que os ves-tidos negros que os professores vestiam antes, foram criados com kaftan, traje de uso externo tradicional usado pelos homens árabes desde tempos antigos?

Seis séculos antes de Cristóvão Colombo navegar até ao Ocidente, para provar que a terra era redonda, antes de ser interrompido pelo novo mundo na sua investi-gação, os matemáticos muçulmanos de Kufa, no Iraque, não só sabiam que a terra era um globo e já tinham calculado, com exactidão notável, a sua circunferência.

Tão pouco nos podemos olvidar do desenvolvimento da arte da metalurgia, com as espadas de Damasco e as lâminas de Toledo cujo valor é altamente estimado, assim como o café, o açúcar e os condimentos que chegaram a toda a Europa.

Outra das grandes contribuições do Islão a Ocidente no campo da arte é o fabrico de papel, o qual se adap-tou e desenvolveu graças às técnicas pioneiras chine-sas, com uma muito boa qualidade e papel de alta qualidade para a impressão, o qual logo foi usado para a criação de livros de educação universal.

Assim mesmo o ritual da Peregrinação (Hajj), que é um dever de cada muçulmano com recursos e saúde, ao menos uma vez na sua vida, permitiu que eruditos de países longínquos pudessem encontrar-se ... e o conhecimento científico foi propagado rapidamente no mundo, sendo compartilhados e trocados facilmente todos os novos conhecimentos para além do Mundo Islâmico.

Por outro lado, enquanto a Europa estava na idade obscura, os muçulmanos estabeleceram uma civilização altamente avançada e sofisticada que, ainda hoje em dia, os historiadores não explicam ditos avanços tão notórios.

O escritor Belg May Sarton, nascido nos Estados Unidos, disse a respeito do Islão que a criação de uma nova civilização de magnitude internacional e enciclopédica, num prazo menor que dois séculos, é algo que se pode facilmente descrever mas não se pode explicar totalmente, sendo o movimento mais criativo da Idade Média até ao século XIII.

O Islão fomenta o livre pensamento e permite o de-senvolvimento dos métodos racionais e experimentais, que fundaram as ciências modernas e a filosofia. Antes do Profeta Muhammad (p.e.c.e.), as pessoas não se atreveram a realizar experiências devido ao temor de re-presálias por espíritos demoníacos, sendo que o Islão deu fim à grande quantidade de superstições falsas e medos, e permitiu que a sociedade fomentasse e usasse o seu grande potencial de investigação cien-tífica.

Vale a pena destacar que um dos mais memoráveis ditos do Profeta (p.e.c.e.) é: «A tinta do sábio é mais sagrada que o sangue do mártir».

O Profeta (p.e.c.e.) ensinou aos muçulmanos que a ignorância é a pobreza maior da humanidade e que uma mente sem educação é como um homem valente sem braços, sendo que o conhecimento dá às pessoas o mais alto grau de realização humana, indiferente ao seu género, idade, raça ou religião.

Por isso podemos dizer que o tratado Judeu maior da Idade Média foi escrito por Maimonides, não em hebreu mas em árabe, e um cristão serviu como Reitor de uma Universidade de Damasco.

O Islão também desenvolveu a sua própria arquitec-tura, influenciada pelo contacto com pensadores e arquitectos da Índia, China, África e Rússia, e os tártaros transmitiram a cultura e arte islâmica à Rússia, os turcos levaram-na aos Balcãs, Áustria, Polónia e Alemanha meridional; os trajes nativos bárbaros, as mantas hún-garas e os cascos prussianos revelam as suas origens islâmicas.

A Europa foi obviamente lenta a reconhecer que a Cultura Islâmica é a fonte que originou o Renasci-mento, especialmente com a influência islâmica na Cilícia e Espanha, com a que a civilização europeia foi transformada.

Hoje em dia, parece que as civilizações do Oriente e Ocidente, ou o mundo muçulmano e não muçulmano se inverteram, mas quem sabe é um possível caso de amnésia tardia, na qual as glórias anteriores se esfu-maram por meio da busca do material e das agendas políticas.

Um redescobrimento e apreço renovado dos alcances e descobrimentos feitos por muçulmanos beneficiam, novamente, toda a humanidade e permite-nos desenvol-vermos uma consideração, que traga a esperança em resolver os conflitos presentes, na mais ampla gama da história humana.■
Obrigado, boas leituras. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 18/05/2014.

A bondade e generosidade no Islam

Centro Islâmico de Brasília-DF - Khutuba : Sheikh Muhammad Zidan

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Não reparas em que Allah conhece tudo quanto existe nos céus e na terra ? não há confidência entre três pessoas, sem que Ele seja a quarta delas ; nem entre cinco, sem que Ele seja a sexta ; nem que haja menos ou mais do que isso, sem que Ele esteja com elas, onde quer que se achem. Logo, no Dia da Ressurreição, os inteirará de tudo quanto fizerem, porque Allah é Onisciente.

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos e irmãs muçulmanos nosso assunto desta Sexta-feira abençoada será sobre a caridade e a generosidade no Islam, isto é uma das característica do muçulmano. A religião é baseada em dar e gastar e não devemos ser avarento e mesquinho, pois são características compreensíveis cuja a presença estraga a alma e escurece o coração. Um homem generoso sempre irá partilhar o que tem com os outros, e pensar nas outras pessoas como ele pensa de si mesmo. Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL BAQARA vers 274 : « Os que despendem suas riquezas, quer de noite quer de dia, secreta e manisfestamente, terão seu prêmio junto de seu Senhor, e nada haverá que temer por eles, e eles não se entristecerão. » É uma obrigação, para todo muçulmano sempre ajudar o próximo, e não perder a sua riqueza toda ajudando-os, pois Allah(SWT) nos abençoou com sua riqueza. Devemos sempre ajudar os mais necessitados e os mais carentes. O Islam com a bondade e generosidade, combate a mesquinhez e o avarento. Assim se torna um sistema que não há e não haverá no mundo uma forma em que os seres humanos não se cooperem e se consolem entre si. E praticar as boas obras em silêncio e confiando em Allah(SWT). Os ricos devem ser compreensivo com os pobres. Na sociedade existe diferença entre ricos e pobres, assim os ricos sempre devem procurar ajudar os mais necessitados. E o Islam se importa que as pessoas mais privilegiadas realizem este ato de caridade, bondade e generosidade com seu próximo, estabelecendo bases valiosas que engrandece o ser humano. Todas essas ações quem se beneficia por ajudar os outros e resolver seus problemas, a tornado-as felizes, voltará para a pessoa que as pratica. Não é vergonhoso ser pobre, porém se o rico ver um pobre com suas roupas velhas, rasgadas e descalço e não ajuda-lo, ele não é um ser humano e nem um muçulmano. Entre os seres humanos existe misericórdia, que é necessário e deve chegar ao seu próximo afastando-o da miséria. E a nossa FÉ se sensibiliza com remorso das pessoas carentes. O Profeta Muhammad(SAAW), teve uma visão de triste sobre as pessoas carentes, e reuniu os fiéis muçulmanos e deu um sermão e lembrou que eles deviam se recordar dos seus irmãos carentes, e temer a Allah(SWT) e do Dia do Juízo Final, para continuarem a praticar o bem, e doar de suas riquezas e que façam caridade isso será melhor do que serem miseráveis. O ZAKAT, quando chega a uma pessoa carente faz a alegria e deixam eles mais felizes. O Islam nos ensina sempre a ter atitudes nobres e dar bons exemplos , pois tudo que for gasto voltará multiplicado e Allah(Louvado Seja) aumentará tudo que ele der neste mundo e no outro. Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL BAQARAH vers 271 : « Dai vossas esmolas aos pobres, que, impedidos pelo combate, no caminho de Allah, não podem percorrer a terra, para ganhar seu sustento. O ignorante supõe-nos ricos, por suas maneiras recatadas. Tu os reconheces por seu semblante ; não pedem esmolas aos outros, insistentemente. E o que quer que despendais de bom, por certo, Allah é, disso, Onisciente. » 

Meus irmãos se vocês estão afastado de Allah(SWT), procurem No e façam doações para purificarem e voltarem a estar próximo de Allah(SWT). Devemos gastar nossas riquezas com obras de caridade para diferenciar das ações como ZAKAT, caridade , doação, ou outra obra, desta forma quem fica zangado com essa ação é o Satanás, pois o trabalho dele é o contrario de deixar o fiel de praticar essa obra, tanto que no momento que for fazer uma caridade o Satanás fica dizendo em nossos consciente pra que fazer isso não há necessidade esta pessoa não precisa, fica tentando mais de setenta vezes para que o fiél desista de fazer a caridade. Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL BAQARAH vers 268 : «Satã promete-vos a pobreza e ordena-vos a obscenidade, e Allah promete-vos perdão dEle e favor. E Allah é Munificente, Onisciente. » A beleza da caridade são as pessoas que as praticam ; Essa ação pode fortalecer ou enfraquecer a nossa religião. O Profeta Muhammad(SAAW) disse : « 

A senha da caridade extingue a irá do Senhor.» Meus irmãos tudo que é dado para a causa de Allah(SWT), nunca irá diminuir sua riqueza, e sim irá abençoar e purificar e aumentá-la , como o Profeta Muhammad(SAAW) disse : « A caridade não diminui a riqueza. » também disse o Profeta Muhammad(SAAW) : « Um homem que dá sadaqa, ocultando-la para que a sua mão esquerda não saiba o que faz a mão direita. » Deve-se começar a dar primeiro a seus dependentes e familiares. E o melhor objeto de caridade é a que é dada por uma pessoa rica, pois não devemos deixar nossas famílias de lado, primeiro devemos nos importar e atender a necessidade dela, depois ajudar as pessoas mais carentes. Abu Khuraira(RA) relatou que o Mensageiro de Allah(que a paz de Allah esteja com ele) disse : « Do dinar você gastar como uma contribuição no caminho de Allah, ou do dinar gasto para libertar um escravo, ou do dinar gasto como sadaqa dado a um necessitado, ou do dinar gasto para apoiar a sua família, há uma recompensa maior a gasta com sua família. » Que Allah aceita o nossa caridade e o nossa ZAKAT, e nos deixe sempre generosos e bondosos com nossos familiares e os necessitados.

Ó Allah conceda gloria ao Islam e aos muçulmanos, proteja a unidade de sua religião, destrua os inimigos do Islam. Ó Allah conceda a vitória a sua religião e de seu Livro e a Sunna do Profeta Muhammad (SAAW) Ó Allah conceda piedade a nossas almas. Ó Allah cure aqueles que estão doentes. Ó Allah abençoe as almas daqueles que já morreram. Ó Allah nos pedimos que nos perdoe e tenha misericórdia de nós. Ó Allah nos faz pacientes tanto na dificuldade como na facilidade da vida. Que a Paz e as bênçãos estejam com nosso amado Profeta Muhammad sua família, companheiros .

E Todo o Louvor a Allah, O Senhor do Universo!

(SWT) = SUBAHANA WA TAALA = (LOUVADO SEJA ALLAH)

(SAAS) = SALA ALLAHU ALEIREM WA SALAM ( QUE A PAZ DE ALLAH ESTEJA COM ELE)

(R.A) = RADY ALLAHU AANHO( QUE ALLAH ESTEJA SATISFEITO COM ELE)

ALLAH = DEUS

ZAKAT= UM DOS PILARES DO ISLAM, CONTRIBUIÇÃO OBRIGATÓRIA ANUAL, DISTRIBUIDA PARA OS MUÇULMANOS MAIS NECESSITADOS, PARA PURIFICAR SEUS BENS, CORRESPONDE A 2,5% DE SEUS BENS

HADITH SHARIF= DITOS DE ALLAH(SWT) DIRETO PARA O PROFETA MUHAMMAD(SAAS)

Estamos conscientes de que a tradução do sentido tanto da khutba (Sermão) quanto do Alcorão Sagrado, seja qual for a precisão, é quase sempre inadequada para realçar o magnífico sentido do texto, a tradução pode conter falhas ou lapsos como todo ato humano. Que Allah (SWT) nós perdoe.

 Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

A L M A D I N A - MAIS UMA LUZ SE APAGOU!

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 26.05.2014

Sábado, 17 de Maio de 2014. Alguém me telefona para me informar da morte do nosso eminente ãlimo, Sheikh Muhammad Yussuf.

Ao ouvir essa triste notícia, a minha memória recuou no tempo e comecei a pensar nesta distinta personalidade que há pouco nos deixou.

O Sheikh Muhammad Yussuf deu um grande contributo na divulgação do Isslam em Moçambique, o que merece ser registado com letras de ouro. A sua morte deixa-nos consternados, pois há personalidades que são como faróis para as caravanas. Se por um lado a sua breve passagem por esta vida serviu para endireitar muita coisa, por outro a sua partida criou um vazio de difícil preenchimento, ainda mais nesta época em que os ãlimos verdadeiros rareiam cada vez mais.

Depois do pôr-do-sol podemos acender muitas lâmpadas para nos iluminar, mas não é possível adquirir o calor contido na luz do Sol.

Os âlimos são como lâmpadas brilhantes, que acabam com as trevas, e se estas lâmpadas começam a apagar-se uma a seguir a outra, então a escuridão espalhar-se-á por todo o lado.

O saudoso Sheikh foi uma personalidade abrangente, um ilustre ãlimo, um eloquente orador, um reformador, um esplêndido recitador de Al-Qur’án, Livro Sagrado de que era um tenaz defensor, assim como do Hadith. Cumpriu todas as suas tarefas com firmeza até ao fim da sua vida, e silenciosamente partiu ao encontro do seu Senhor. Sendo ãlimo, ele sabia dar o devido valor aos sábios. Deixou muitos alunos e adeptos. Com as suas eloquentes palavras, com a moderação que era uma das suas principais características, mostrou o caminho certo a milhões de pessoas, contribuindo bastante na erradicação de inovações, superstições e falsidades em Moçambique.

Tive a honra de conhecê-lo no início dos anos 70, ainda no tempo colonial, juntamente com o também já falecido Sheikh Abubacar Mangirá. Na altura eu ainda era estudante de teologia no Paquistão, e tinha vindo de férias, e escutei a sua palestra na Mesquita Anwaril Isslam. A sua retórica impressionou-me bastante, de tal maneira que retenho ainda o tema abordado na altura (Surat Fátiha – capítulo de abertura do Al-Qur’án).

A morte não é algo estranho, cuja ocorrência nos possa admirar. Ela é uma tradição nos filhos de Adão, pois a vinda para este Mundo já constitui o início da passagem para o Outro Mundo. Todos os que para aqui vêm, são para ir, pois ninguém é eterno e todos saborearemos a morte. Esta é uma lei divina inalterável, e o termo que foi fixado por Deus para cada um de nós será cumprido sem quaisquer atrasos ou adiamentos. Ninguém está isento da lei da morte portanto, todos os seres vivos terão que sair deste Mundo. Nenhum profeta, nenhum santo, nenhum sábio, nenhum ignorante, nenhum crente, nenhum descrente, nenhum presidente, nenhum rei, nenhum súbdito, nenhum plebeu, etc., escapou da morte. Todos os que ainda estão vivos, bem como os que estão por nascer, todos terão de ir um dia. O Criador fixou um tempo de saída para cada um, assim como consta no Al-Qur’án:

“Toda a alma saboreará a morte”.

Todavia, há alguns felizardos que mesmo indo, deixam marcas tão profundas quanto indeléveis pelas quais se guiam os que ainda ficam. Esses são como a vela que se consome, mas continua iluminando os outros.

Há quem que parte e ninguém chora por ele. Há quem têm a família para chorar por ele, mas há também quem parte e deixa um País inteiro a chorar por ele, pois a sua morte não só afecta a sua família, mas muita gente, sendo recordado por muito tempo.

A partida de um ãlimo entristece a todos nós, pois ficamos privados de um tesouro, de um manancial de sabedoria, um modelo de prática, pois os ãlimos são a garantia da continuidade do Isslam, e enquanto estiverem vivos e presentes, o Ummat dificilmente será desviado, daí que a sua ida deste Mundo seja uma grande perda.

Foi por isso que o Profeta Muhammad, (S.A.W.) disse que Deus não tira de uma única vez dos peitos das pessoas a sabedoria do Mundo, mas sim tira-a ao chamar para junto de Si os sábios um a um, até que quando já não existirem mais sábios, as pessoas tomam os ignorantes por líderes e estes, por não deterem nenhum conhecimento, desviam-se arrastando atrás de si os menos precavidos. (Mishkat)

São os ãlimos que defendem a pureza do Isslam contra todas as deturpações.

De facto, a morte na piedade nunca cessa, pois há gente que aparentemente está morta, mas ainda continua viva nos corações das pessoas.

O Sheikh Yussuf era humilde e amado, pois aqueles que alcançam a realidade suprema e o conhecimento divino, apesar dos seus múltiplos méritos, julgam-se sempre insignificantes e simples.

A parte mais triste da morte dos servos piedosos e queridos de Deus, é que com a sua partida as pessoas ficam privadas dos seus conhecimentos e bênçãos, do seu choro nas súplicas quando invocam Deus nas noites e madrugadas. Partem levando consigo a dor e preocupação para com o Ummat. Vai-se tudo e cria-se um vazio muitas vezes difícil de preencher.

Os teólogos e os Homens de Deus são como as fontes das quais as pessoas se saciam. Nessas fontes há as que saciam poucas pessoas, e há as que saciam inúmeras pessoas. O falecido Sheikh foi daqueles que saciou muita gente, pois cumpriu com o seu dever em várias mesquitas do Rovuma ao Maputo, em Nampula onde nasceu, e noutras cidades do País.

Pela Sua graça e generosidade para com aqueles que sacrificaram as suas vidas somente para elevar a Sua palavra, Deus reservou grandes prémios, recompensas e o Paraíso.

Rogo à Deus para que lhe cubra com o manto da Sua misericórdia, lhe conceda o melhor que houver no Paraíso, dê paciência aos seus familiares e entes-queridos, preencha o vazio criado pela sua morte, e nos mantenha firmes no caminho da Sua satisfação. Ameen!

A PACIÊNCIA – 10ª. E ÚLTIMA Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e  Misericordioso) - JUMA MUBARAK
inna Llaha maã sabirin. Na verdade, Deus está com os pacientes. Cur’ane, Surat Anfal 8:46.
A PACIÊNCIA NA DIVULGAÇÃO DO ISLÃO
O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), último Profeta enviado por Allah, foi o exemplo da paciência e da perseverança, na divulgação da palavra de Deus. A responsabilidade de espalhar a palavra da fé e da paciência, cabe a cada um dos membros da Umah, junto dos seus filhos, da sua família, dos seus amigos, ou junto da sua comunidade como responsável religioso.
 
Os que se dedicam ao trabalho da divulgação da religião, devem dar o exemplo através da conduta e do carácter. No inferno, habitam também os que mandavam fazer algo, mas faziam o contrário. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) quando visitou o inferno, viu umas pessoas com línguas de fogo e Jibrail (Aleihi Salam) anjo Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele, esclareceu de que se tratavam de eruditos que nos seus sermões mandavam praticar o bem, mas eles próprios não o faziam.
 
O trabalho da divulgação da religião requer muita fé, paciência e firmeza. Praticar a paciência neste tipo de trabalho, é um exercício de sabr e um requisito de fé. O divulgador da fé encontrará resistência e provocações, por parte de alguns não muçulmanos. Mas o pior é a oposição por parte dos muçulmanos e daqueles que se consideram mais esclarecidos. As pessoas esperam que um responsável religioso seja perfeito nas suas palavras e atitudes. Mas perante qualquer falha ou erro, elas não perdoam e lançam calúnias e palavras desagradáveis, esquecendo-se dos seus próprios erros e pecados. Haverá também os que pensam saber tudo sobre a religião e comentam entre eles de que até fariam melhor. Estar à frente duma comunidade religiosa, não é fácil. Os fundamentos da religião são únicos, mas difíceis de contentar todos os tipos de mentalidades. “Cada cabeça, sua sentença”.
Malik bin Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalhu Aleihi Wassalam) disse: “chegará um tempo em que a pessoa quando estiver firme na religião, será como segurar uma brasa na mão”. Tirmidhi.
Os corações dos seres humanos estão cada vez mais insatisfeitos e virados para o consumo exagerado e para outras questões mundanas. O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O coração do filho de Adão é mais instável do que a água fervendo numa panela”. Imam Ahmad. O coração está sempre em constante mutação e por isso Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) suplicava frequentemente a Allah Subhana Wataala: “Ó Transformador de corações, mantenha-nos firmes na Tua religião”.

Rabaná af-rig ãleiná sab-ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concede-nos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”. Cur’ane 7:126.

Com esta mensagem, termina o tema “Sabr - a Paciência”. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.

Cur’ane 14:41. Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmuminina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
29/05/2014

sexta-feira, maio 23, 2014

A L M A D I N A - A A S T R O M A N C I A

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 19.05.14

Muitos jornais, revistas, estações radiofónicas e televisivas, reservam nas suas edições um espaço onde inserem artigos relacionados com a futurologia isto é, o que acontecerá às pessoas nesse dia, nessa semana, ou num futuro breve ou distante. Os títulos geralmente usados nesses artigos são: “O que dizem as Estrelas” ou “O Horóscopo”. Neles informam-se as pessoas sobre a sorte de cada um, em função da sua data de nascimento, baseando-se em signos das constelações dos astros, que são doze.

Há pessoas que acreditam naquilo que tais publicações escrevem, pois compram-nas apenas para lerem sobre o prognosticado nos seus signos, ficando satisfeitos quando neles encontram informações que lhes agradam, ou entristecidos quando as informações são desagradáveis. Há também quem não acredita muito no que se prognostica, mas lê na mesma, sem contudo se deixar influenciar. 

Gostaria aqui de esclarecer o ponto de vista isslâmico. O Isslam veio para libertar as pessoas, corporal e espiritualmente, das superstições, falsidades, ilusões, fantasias e ficções, seja qual for a forma sob a qual se apresentem, e para isso ligou as pessoas à natureza e ao sistema de Deus na Sua criatura, ordenando-lhes que O respeitem e O considerem se quiserem alcançar o bem estar neste Mundo e o êxito no Outro Mundo.

Portanto, o Isslam condena todo o tipo de superstição, bem como os autores de tais atos que não passam de charlatães e exploradores. Em qualquer sociedade sempre existe uma camada vulnerável à acção deste tipo de gente, que se dedica à magia, seja ela branca ou negra, à bruxaria, à adivinhação e todo o tipo de manifestação de aparente conhecimento do oculto, como a futurologia através dos astros, demónios ou outras formas, orientais ou ocidentais. 

Ninguém é conhecedor do oculto, excepto Deus. Por isso Ele ordena ao próprio Profeta a anunciar que ele não conhece o oculto: 

Dize: Eu mesmo não posso lograr, para mim, mais benefício nem mais prejuízo do que o que for da vontade de Deus, E se estivesse de posse do incognoscível, aproveitar-me-ia de muitos bens, e o infortúnio jamais me açoitaria. Porém, não sou mais do que um admoestador e alvissareiro para os crentes”.

É por isso que Muhammad S.A.W. foi atingido por muitos dos males que atingiram outros mortais. Se ele conhecesse o oculto teria acumulado para si todo o bem e nenhum mal o teria atingido. Só Deus único é conhecedor do oculto.

O Profeta Muhammad diz: “Não serão aceites as orações (Salaat) de quem consultar o prestidigitador, o adivinho ou o bruxo, durante quarenta dias, e ele passará para o grupo dos descrentes”.

Os mágicos, os adivinhos e os bruxos pertencem ao mesmo grupo, pois todos eles reivindicam conhecer o oculto através dos demónios e astros.

Na história do Homem houve povos que acreditavam em astros, bem como na sua influência nos acontecimentos do Mundo, a tal ponto que os associavam à Deus. De entre esses povos, houve ainda os que deixaram de adorar a Deus passando a adorar astros.

A actual inclinação para a horoscopia não é mais do que a remanescência dos tempos em que as pessoas adoravam astros, pois desses tempos ficou a convicção de que o que acontece na vida de cada um é influenciado positiva ou negativamente pelo posicionamento dos astros no firmamento. No conceito dessas pessoas a ascensão ou o declínio na vida, a felicidade ou a infelicidade, a alegria ou a tristeza, a paz ou a guerra, a abundância ou a carência, o sucesso ou a adversidade, são resultado dos movimentos dos astros. 

O Isslam não só discorda em absoluto desse tipo de crença como a repudia, pois os astros não passam de criaturas de Deus neste Universo, colocados ao serviço da Humanidade. Um exemplo disso, é que o homem se serve dos astros para se orientar.

Portanto, o recurso aos astros para reivindicar o conhecimento do oculto e da futurologia é rejeitado no Isslam. Porém, não há mal nenhum que se recorra aos astros para a orientação geográfica ou para qualquer outro objectivo, baseado em experiências científicas, o que se enquadra no encorajamento pelo Isslam da procura do saber e do conhecimento para a melhoria da vida do homem na terra. Aliás nos primórdios do ressurgimento do Isslam, os muçulmanos de origem árabe destacaram-se como pioneiros na ciência de estudo dos astros.

A ideia de ligar a sorte das pessoas e o que lhes irá acontecer, com os astros em função das suas datas de nascimento, é algo sem base e sem fundamento algum no Isslam.

De fato a prevalência deste fenômeno assim como o seu alastramento, e a importância que os jornais, revistas estações radiofônicas e televisivas lhe dispensam, revelam-nos as seguintes realidades, deveras importantes:

1 - A existência de um vazio mental, espiritual e psicológico dentro das pessoas no mundo atual. E um vazio, exige sempre que seja preenchido, seja qual for a forma. É por isso que se costuma dizer que “Quem não se ocupa com a verdade será ocupado pela falsidade”. 
2 - O aumento de preocupações, inquietações, perturbações e a falta de sossego e tranquilidade íntimas. Estes dois fatores são o segredo da felicidade. E isto é um assunto que envolve a todos no Mundo, até mesmo os que atingiram níveis mais altos de estabilidade material, vivem numa tensão, stress e medo constantes.
3 - A conjugação destes dois aspectos - o vazio e a perturbação - na realidade resultam da falta de algo muito importante na vida de uma pessoa, bem como na sua autodeterminação. E o que está em falta nada mais é do que a fé, que é a fonte de sossego e da tranquilidade.

Se as pessoas desenvolvessem a fé convicta de que só Deus conhece o oculto e ninguém sabe o que irá acontecer amanhã, e que os magos, os adivinhos, os astrólogos, etc., são mentirosos e charlatães, pois passam a vida a enganar para obterem dinheiro fácil, este falso mercado não prosperaria, nem encontraria entre os muçulmanos gente para escrever e ler sobre astromancia.

quinta-feira, maio 22, 2014

RELEMBRANDO: A NOITE DE MI’RAJ

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as  Bênçãos de Deus) - 
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 

Refere o sagrado Cur’ane: “Glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu servo, da Mesquita sagrada (em Makka), à distante Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe alguns dos nossos sinais. Deus ouve tudo e vê tudo”. Cap.17, Vers.1. 

Devido à preocupação do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) por causa do seu umah (seguidores), não só por aqueles que o acompanhavam mas também por todos aqueles que iriam nascer depois dele, até ao final do mundo), Deus, nosso Criador, para o tranquilizar, concedeu-lhe a noite de Mi’raj. 

Isrá, significa viagem nocturna que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) efectuou a partir de Makkah, para Jerusalém. Mi’raj é derivado da palavra Uruj, que significa subida aos céus. 

No edifício original da Caaba, onde os jovens Quraischitas e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumavam descansar, veio Jibrail (Aleihi Salam) – O Anjo Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele, acompanhado de outros anjos, levaram o Profeta (Salalahu Aleihu Wassalam) para junto do poço da agua de zam-zam, abriram-lhe o peito, retiraram-lhe o coração que foi lavado. De seguida encheram o seu peito de fé e de luz e depois fecharam o peito. 

Com o animal que os anjos trouxeram o – Buraq, mais veloz que o relâmpago, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi transportado para Jerusalém. Na Mesquita sagrada de Al.Aqsá, fez dois rakates (2 ciclos de oração). Quando saiu da Mesquita, o Anjo Gabriel (Aleihi Salam), apresentou-lhe 2 taças. 

Uma com vinho e outra com leite. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) preferiu o leite, pelo que o anjo referiu: “Ainda bem que preferiste a taça de leite, porque senão a tua comunidade desviar-se-ia do bom caminho”. 

Ambos ascenderam ao céu. Na respectiva porta perguntaram quem é! Respondeu o anjo: “É o Anjo Jibrail acompanhado de Muhammad”. Perguntaram: “Foram chamados?”. Sim, disse ele. As portas do céu abriram-se. 

No primeiro céu viram um homem com muitas sombras nas duas faces da cara. Quando o homem olhava para o lado direito da cara, sorria. Quando olhava para o lado esquerdo da cara, chorava. O Profeta perguntou ao anjo, quem era. Respondeu-lhe: “ é o teu pai Adam (Adão), Aleihi Salam”. Do lado direito, estão as pessoas todas que irão para o paraíso. Do lado esquerdo, estão os que irão para o inferno. 

O Profeta foi passando por todos os céus, fazendo perguntas e obtendo respostas. Em cada céu, encontrava-se com Profetas (Aleihi Salam). Encontrou-se com Issa (Jesus) e Yáhhá (João Baptista), Que a Paz de Deus esteja com eles, que lhe apresentaram boas vindas. Depois encontrou-se com os Profetas José, Idriss, Aarão e com Moisés (que a Paz de Deus esteja com eles). Ao falar com o Profeta Mussa - Moisés (que a Paz de Deus esteja com ele), o Profeta Moisés começou a chorar e disse: “Ó meu Deus; Tu enviaste este jovem Mensageiro depois de mim, cujos seguidores serão mais a entrarem no paraíso do que os meus.” 

No sétimo céu, foi recebido pelo Profeta Ibrahim (Abraão), que a Paz de Deus esteja com ele. O Anjo Jibrail, que sempre acompanhava o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), disse-lhe: “Este é o teu pai”. 

A seguir foi apresentado a Allah, Senhor dos mundos, o Uno, o Majestoso. A distância em que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) se encontrava com Allah, Subhana Wataala, era somente o equivalente a dois arcos (arcos de atirar flechas). O Profeta chegou tão perto, onde o Anjo Jibrail nunca tinha chegado. Se o Anjo Jibrail desse mais um passo, transformar-se-ia imediatamente em cinzas! 

Aí começou o diálogo entre Allah, nosso Criador e o seu Mensageiro: Deus diz que chegou o momento de estarmos juntos. O Profeta responde que chegou o momento de estar com Allah. Allah, Subhana Wataala, diz que todo o universo é para si ó Rassulullah. Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) responde: “deixei tudo para satisfazer a Allah, somente para adorar a Allah”. 

O Profeta levou 3 ofertas para Allah: 1)- ATAHIATO LILAHI; 2)- WA SALAWATO; 3)- WA TAHIBATO. 

Atahiato Lilahi – Toda a adoração (ibádate) que é efectuada no mundo verbalmente; Wa Salawato – Toda a adoração que é efectuada no mundo, fisicamente; Wa Tahibato – Toda a adoração que é efectuada no mundo, monetariamente e com bens mundanos, É SÓMENTE PARA AGRADAR A ALLAH. 

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não regressou de mãos vazias. Trouxe também 3 presentes 
de Allah, Subhana Wataala: 1) – ASSALAMO ALEIKA AIHUHANABÍ; 2) – WA RAHMATULAHI; 3- WA BARAKATUHU. 

Assalamo Aleika Aihuhanabi – Que a Paz esteja acima de ti. Wa Rahmatulahi – Rahmat (Misericórdia) estejam também acima de ti; Wa Barakatuhu – As bênções também acima de ti. 

Sendo que a preocupação do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) era por causa do seu umah, seus seguidores, o que seria deles no dia do julgamento final? Aí o Profeta depois de receber as 3 ofertas, disse: ASSALAMO ALEINA WAALÀ IBADILAHI SUALIHINA – Que a Paz não só acima de nós, mas também acima de todas as pessoas piedosas. 

Em baixo o Anjo Jibrail, ao ouvir aquelas palavras disse em voz alta: ASH-HADU AN LA ILAHA ILALAHU, WA ASH HADU ANÁ MUHAMMAD ABDUHU WA RASSULUHU – Testemunho a unidade de Allah e que Muhammad é o Seu servo e apóstolo. 

Os muçulmanos lembram-se deste Atahiato, todos os dias nas suas 5 orações. 

Depois, Allah, nosso Senhor, instituiu a Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) 50 orações diárias. 

Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) estava de regresso, voltou a encontrar-se com o Profeta Mussa (Aleihi Salam), que lhe perguntou o que Allah lhe tornou obrigatório para ele e para a sua comunidade. Respondeu: “50 orações diárias.” Mussa (Aleihi Salam) disse: “A tua comunidade não conseguirá cumprir com isso, porque eu tenho experiência dos filhos de Israel. Volta ao nosso Senhor e pede-Lhe que reduza o número das orações. 

Na primeira redução conseguida para 45 orações, o Profeta Mussa (Aleihi Salam), continuou a dizer que os seus seguidores não conseguirão cumprir, pelo que lhe recomendou outra vez, ir solicitar uma redução. Com várias idas e regressos, finalmente o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) conseguiu a redução para 5 orações diárias. Porque já sentia vergonha de solicitar nova redução, ouviu do nosso Senhor e Criador, as seguintes palavras “Ó Muhammad! Na minha ordem já não haverá mais alterações. As orações obrigatórias serão apenas 5, mas a recompensa de cada oração será equivalente a 10 orações, o que equivale a mesma, às 50 orações diárias. 

Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) regressou à terra, o Anjo Jibrail (Que a Paz de Deus esteja com ele), ensinou-lhe como fazer as orações. 

O Profeta sempre se preocupou com todo o seu Umah e em especial com aqueles que virão depois dele, conforme o referido no seguinte hadice: O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), uma vez estava com os seus companheiros e disse: “Quando verei eu os meus irmãos?”. E os companheiros perguntaram-lhe surpreendidos, se eles não eram os seus irmãos. E ele respondeu “Vós sois os meus companheiros; mas os meus irmãos serão aqueles que acreditarão em mim sem nunca me terem visto”. – Hadice narrado por Ahmed. Alahhuma Sali Alã Muhammad Waalã Alihi Wassalam. 

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". 

Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 

Cumprimentos 

Abdul Rehman Mangá 

22/05/2014 

abdul.manga@gmail.com

terça-feira, maio 20, 2014

Não existe no Alcorão a pena capital como castigo para a apostasia

A intolerância revela ignorância relativamente ao Islão!
Por: M. Yiossuf Adamgy
Prezados Irmãos, 
Assalamu Alaikum: 

Embora os Muçulmanos se queixem da incompreensão Ocidental para com o Islão, certa interpretação errônea dos textos sagrados prevalece, infelizmente, em algumas mentes Muçulmanas. 

Matar uma pessoa devido à sua escolha intelectual, contradiz toda a essência dos princípios Islâmicos de liberdade de religião e de culto, repetidamente acentuada no Alcorão e na prática do Profeta Muhammad (p.e.c.e. = paz esteja com ele). 

Não existe compulsão na Religião. O fato de uma pessoa abandonar a fé Islâmica, trocando-a por uma outra, representa um grave pecado. Trata-se de uma violação clara do pacto individual firmado com Deus; contudo, tal não viola, seja de que forma for, a Lei Islâmica. O Alcorão condena repetidamente aqueles que trocam a fé Islâmica por uma outra, avisando-os do severo castigo que os espera no Dia do Juízo Final. Contudo, o Alcorão nunca determinou um castigo mundano para os apóstatas. Consequentemente, caso um Muçulmano pretenda mudar de fé, pode fazê-lo. A crença, por definição, emana do coração da pessoa. 

O Islão não deixa qualquer margem de dúvida ao dizer que a fé é uma questão de escolha e convicção pessoal; consequentemente, poder compulsório algum poderá ser usado para obrigar uma pessoa a adotar uma determinada fé ou impedi-la de mudar de credo. 

É dito o seguinte no Alcorão: 

«Não há imposição quanto à religião». (2:256). 

«Dize-lhe: A Verdade emana do vosso Senhor; quem quer crê e quem não quer não crê …» (18:29). 

«Se Deus quisesse, todos os que estão sobre a Terra creriam. Queres (ó Muhammad) obrigá-los a tornarem-se crentes? Na verdade, não é dado a ser nenhum crer sem a anuência de Deus. Ele lançará a sua indignação sobre àqueles que não raciocinam». (10:99-100). 

«Na verdade, temos-te revelado o Livro, para (instruíres) os humanos. Assim, pois, quem se encaminhar, será em benefício próprio; por outra, quem se desviar, será em seu próprio prejuízo. E tu não és guardião deles». (39: 41). 

«Admoesta, pois, porque és tão somente um admoestador! Não és, de maneira alguma, guardião deles». (Alcorão 88: 21-22). 

Em obediência a esta orientação Alcorânica, o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) nunca castigou ninguém por abandonar o Alcorão. 

Isto é prova evidente que o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) não pretendia castigar ninguém devido à sua escolha espiritual e intelectual. 

Se houvesse um castigo mundano para os apóstatas do Islão, Muhammad (p.e.c.e.) teria sido o primeiro a aplicá-lo. Contudo, era do seu conhecimento que Deus não lhe havia confiado uma tal autoridade. 

“O Islão não há de ser imposto nem pela coação nem pela violência, mas o povo há de aceitá-lo conscientemente e com plena liberdade”. — Az-Zamakhshari, in Al-Kaixaf, p.229. 

“Não se há de obrigar ninguém a abraçar o Islão: o Islão é, por si próprio, uma prova clara e manifesta, os seus argumentos fazem-se evidentes para o espírito; não há nenhuma necessidade, então, de obrigar ninguém a aceitá-los. Pelo contrário: o coração daquele que Deus guia para o Islão alarga-se e o olhar ilumina-se até o ponto de que o Islão se lhe aparece como toda uma evidência. Muito diferente é o caso daquele cujo coração Deus cega e cujos olhos e ouvidos fecha: nenhuma coação nem violência lhe farão converter-se em muçulmano (submisso à Vontade de Deus!” — Ibn Kaçir, in Mujtaçar, vol. 1/3, p.232. 

Existem dados que sugerem que o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) permitiu, a alguns judeus que se reconheceram muçulmanos, voltar ao judaísmo e que não castigou em absoluto os beduínos que voltaram à sua fé pagã depois de se terem feito (nominalmente) muçulmanos. 

Consequentemente, julgamentos referentes à fé deverão ser remetidos a Deus, que os avaliará no Dia do Juízo Final. 

Esperemos, in cha Allah, que a sudanesa Meriam Yehya Ibrahim Ishag, condenada, em Fevereiro deste ano, no seu país pelo crime de apostasia — condenação essa que, conforme sublinhou um dos diplomatas que esteve presente no julgamento, «não respeita a própria Constituição Sudanesa e as obrigações internacionais” e, pelos vistos, nem respeita a essência do próprio Islão — seja absolvida pelo Tribunal Constitucional, conforme o recurso feito pelo advogado da sudanesa, Mohamed Mustafa. 

De referir que, após o veredito, vários diplomatas e instituições manifestaram a sua “profunda preocupação” com o caso de Meriam e pediram ao Sudão que respeite o “direito à liberdade de religião”. 

Obrigado, boas leituras. Wassalam. 
M. Yiossuf Adamgy - 18/05/2014.

segunda-feira, maio 19, 2014

A L M A D I N A A NEGLIGÊNCIA PARA COM OS IDOSOS – UM PROBLEMA DA ATUALIDADE

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 12.05.2014

O Mundo de hoje enfrenta um problema tão grande, quanto crítico – os cuidados a dispensar à população de idosos. 

De acordo com estatísticas, quase metade da população mundial é constituída por idosos. Um estudo revela que num futuro não muito distante a população de idosos ultrapassará a de crianças de cinco anos, em particular na Europa, Ásia e Américas. Quer parecer que é a primeira vez que tal fenómeno ocorre na história da Humanidade. 

O crescimento do nível de vida em países prósperos, traduzido na melhoria no acesso aos cuidados médicos e na educação, e também no aumento da provisão, de alguma forma proporciona uma maior esperança de vida dos cidadãos desses países. 

É importante que olhemos para isso num sentido positivo. Todavia, é bastante triste que de um lado o nível de vida melhore, mas de outro, a situação dos idosos se nos apresente de forma negativa. Sente-se isso de forma particular, na atitude por parte das novas gerações que chegam ao extremo de praticar alguma forma descriminação aos idosos, o que leva a que estes se sintam marginalizados. 

Urge que se faça algo para se estancar esta tendência e nos dediquemos mais aos cuidados a dispensar aos idosos, pois com o avançar do século, a situação dos idosos pode vir a agravar-se. 

Há um ditado popular que diz que “O arroz quanto mais velho for, mais aumenta o seu valor”, mas contrariamente, na sociedade atual, quanto mais velho o Homem fica, mais se reduz o seu valor, o que revela a tortuosidade que reina na sociedade. 

Por isso hoje em dia os nossos concidadãos idosos vivem numa ânsia constante de estarem mais tempo ao pé dos seus entes-queridos, de passarem os últimos dias das suas vidas junto aos seus familiares, filhos e netos, pois apercebem-se que estes se distanciam cada vez mais deles, não se preocupando com os seus sentimentos. No fundo, o que eles desejam é que pelo menos os seus filhos estejam por perto, e os netos que são a sua maior alegria, se aconcheguem a eles. 

O materialismo e o egoísmo aumentam na razão directa da evolução da ciência e da tecnologia, ao ponto de as novas gerações esquecerem-se de muitos dos legados deixados pelas velhas gerações, considerando os idosos um fardo, um obstáculo à sua liberdade. 

As famílias no sentido mais alargado, dispersam-se cada vez mais, supostamente devido à preocupação na busca de provisão. Mas muitos têm alguma facilidade de deslocação, e deviam capitalizar essa facilidade, transformando-a em factor de aproximação e não de distanciamento. 

Por um lado a noção de liberdade está a aumentar, mas por outro, aumenta o isolamento, abandono e dependência dos idosos, o que leva a que estes julguem ser inúteis e estarem a mais nas sociedades modernas, já que não encontram um trabalho ou uma actividade compatível. Por isso os que não têm nenhuma receita, ou têm uma receita mínima, tornam-se mendigos como forma de conseguirem satisfazer as suas necessidades básicas. 

As pensões que os governos atribuem a alguns, são tão mesquinhas que não dão para nada, talvez nem mesmo para uma refeição condigna, quando os idosos necessitam, para além de alimentação, de medicamentos e cuidados médicos. 

Nos países ocidentais os governos têm casas ou lares onde albergam os idosos, onde conseguem algum conforto físico, mas que não lhes proporcionam a indispensável tranquilidade psicológica e emocional que as pessoas tem nas suas casas. 

Os nossos governos não têm meios para fazer o que os governos ocidentais fazem, mas é triste que não se faça o mínimo que se poderia fazer, de tal maneira que vemos idosos deambulando pelas ruas, postados em paragens, praças ou semáforos a mendigar. 

Não obstante a leis não serem suficiente para resolver este tipo de problemas, seria desejável que o Parlamento legislasse sobre os idosos para que a sua situação melhore e as novas gerações se sintam responsabilizadas. 

Tratar bem os idosos é uma particularidade especial da nossa tradição isslâmica, e as novas gerações têm que manter esta milenar tradição. 

Consta no Al-Qur’án, no Cap. 17, Vers. 23: 

O teu Senhor decretou que não adores senão a Ele; Que sejais bondosos com vossos pais. Se um deles ou ambos atingirem a velhice, em vossa companhia, não lhes digas “uff” (arre) nem os maltrates; Dirija-lhes palavras generosas. E por misericórdia (isto é, ternura) estende sobre eles a asa da humildade e diz: “Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram de mim, criando-me desde pequenino”. 

Consta ainda no Cap.46, Vers. 15: 

E recomendou ao Homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe carrega-o penosamente durante a sua gestação (9 meses) e posteriormente, sofre as dores do parto”. 

Consta também no Cap. 2, Vers. 215: 

“Perguntam-te o que devem gastar. Os bens que gastardes deverão ser (em primeiro lugar) para os teus pais, os parentes, os órfãos, os pobres e os viajantes (necessitados). Todo o bem que fizerdes, Deus conhece-o perfeitamente”.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu

A L M A D I N A DIA INTERNACIONAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 05.05.2014

Comemorou-se recentemente, a 03.05.2014, o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. É sobre o jornalismo que proponho, reflictamos. 

O jornalismo é uma profissão de grande importância, uma profissão que alberga dentro de si inúmeras obrigações e um vasto campo de acções. É uma actividade que exige coragem, força e capacidade mental, de argumentação e de redacção fora do vulgar. Para o seu exercício é importante que se seja verdadeiro, paciente e sempre pronto a consentir sacrifícios. Estes constituem os seus pilares fundamentais. 

Jornalismo é saber descrever o ambiente, a situação, os objectivos, o pulsar da opinião pública e as tradições e valores morais. 

Os jornalistas determinados, competentes e de pensamentos sublimes são aqueles cuja caneta é destemida e reportam a verdade sem temer eventuais perigos, e não são susceptíveis a pressões. 

Esta actividade enfrenta nos dias que correm, vários desafios. Contudo, é sua tarefa apresentar perante as pessoas as realidades do País e da sociedade. 

Para todos aqueles que estão ligados ao jornalismo nas suas várias vertentes, é importante que dominem com alguma profundidade as matérias que pretendem abordar. 

Se a reportagem versar por exemplo, matéria religiosa, legal, económica ou financeira, o jornalista deve ter profundos conhecimentos sobre a religião a que se propõe escrever, sobre as leis, sobre economia ou sobre finanças. 

É necessário que o jornalista, independentemente de pertencer a algum partido, grupo, religião, ou etnia, se abstenha de ser influenciado por esses factores, reportando com isenção, pois o verdadeiro jornalista deve ser destemido e imparcial. 

Infelizmente, o que nos é dado ver hoje em dia, salvaguardadas raras e honrosas excepções, deixa muito a desejar. O jornalismo de hoje é susceptível a pressões e muitos outros males, por enquanto no passado, era livre de mentiras, de falsas informações, de fanatismo, de parcialidade, de intolerância, de medo, de terror, etc. O profissional de comunicação social era uma pessoa apaixonada pela literatura, pela sua caneta e papel, abstendo-se sempre de se deixar arrastar pela propaganda barata. 

O jornalismo não é como qualquer outra profissão como por exemplo a de comerciante. Ele deve dedicar a sua vida a causas nobres. A profissão que abraçou obriga-o a denunciar a opressão e a injustiça, devendo sempre falar em nome dos oprimidos, e se necessário estar preparado para consentir sacrifícios pelas causas nobres. 

Infelizmente muitos jornalistas não têm isto presente. Ao invés de se sacrificarem, entregam-se a actos de desonra e menosprezo aos outros. Inventam estórias em que o opressor passa a oprimido, o mau passa a bom, o injusto passa a justo, o criminoso a vítima, o assassino a inocente, e vice-versa, e assim vai desvirtuando a justiça, as leis e a constituição, pois todos sabemos que o jornalismo é uma faca de dois gumes, pois ao menor descuido tudo acaba deturpado. 

Por isso, nessas circunstâncias é necessário que o jornalista seja fiel, honesto, veraz, corajoso, e cumpra com a sua missão sem ganância. 

Deve tratar a todos por igual, independentemente da sua religião, etnia, grupo ou filiação partidária, defender o direito de todos e insurgir-se contra a discriminação e contra as divisões na sociedade. 

Falar, escrever e publicar apenas a verdade, ainda que ninguém dê ouvidos ou preste a menor atenção. 

Os jornais, a rádio e a televisão devem ser o espelho da sociedade, contribuindo para a sua reforma, e promovendo as ciências e a tecnologia. 

Devido a pressões de vária ordem os jornalistas são levados a publicar notícias sem fundamento, boatos e enfim, matérias susceptíveis de criar desestabilização, confusão e cisões. Isso cria um impacto negativo no País e atenta contra a unidade nacional. 

O jornalismo não deve ser um meio para se acumular dinheiro, pois quando o jornalista pensa que com a sua profissão deve acumular dinheiro, acaba perdendo credibilidade e mancha o jornalismo. 

E o profissional de imprensa que se insurge contra os desequilíbrios sociais, acalenta alguma esperança aos desesperados. Ele acaba sendo a voz dos sem voz, pois denuncia as injustiças na sociedade, combate as falsas propagandas, contra a desordem, a imoralidade e a obscenidade, mostra e ensina o caminho recto, pois a verdade sempre é benéfica, enquanto a mentira sempre é prejudicial e destrutiva, devendo ser combatida. 

Os jornalistas devem desempenhar o seu papel tendo em conta a grandeza e nobreza da sua profissão. Caso se sintam incapazes de exercer a sua profissão com alguma verticalidade, então devem abandoná-la, evitando assim manchar esta nobre tarefa. 

O jornalista deve ser isento de egoísmo, deve escrever com seriedade, com o objectivo de beneficiar a sociedade e nunca com a intenção de prejudicar quem quer que seja, e esmerar-se no sentido de as suas reportagens serem de nível elevado, para que possam ser uma referência para os historiadores. 

Se se praticar esta profissão com honestidade e isenção, a caneta manter-se-á impoluta, a sociedade elogiará, o País progredirá, a profissão será respeitada, pois de contrário as pessoas perderão confiança e interesso na actividade jornalística. 

É triste e condenável o que ocorre em certos países, onde jornalistas são presos por exercerem com imparcialidade e profissionalismo a sua profissão, como se ser jornalista fosse sinônimo de criminoso. Há ainda casos noutros países, de jornalistas que são assassinados. Estas são práticas que todos nós devemos condenar, pois devemos respeitar esta nobre profissão, proporcionando aos jornalistas informações verdadeiras que permitam que eles cumpram com a sua missão de manter a sociedade informada.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

sexta-feira, maio 16, 2014

Por que razão há pessoas afortunadas e pessoas desafortunadas?

Deus concede riqueza e pobreza material às pessoas por motivos apenas por Ele conhecidos. Por exemplo, uma pessoa pobre pode herdar muito dinheiro de um parente rico quando este morre. Algumas pessoas herdam inteligência, habilidade e visão para os negócios, ao passo que outras também têm essas capacidades mas não as querem usar. 

Diz-se que o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse, numa determinada ocasião, que “Deus concede os bens deste mundo a quem Ele deseja, mas que o conhecimento dá-o somente àqueles que Lho pedem”. Este hadith é muito significativo. É evidente que os bens materiais não devem ser vistos como necessariamente bons em si mesmo. Deus nem sempre concede segurança ou felicidade material àqueles que Lhe pedem tais coisas. 

Há um bem em tudo o que Deus concede. Para a pessoa fiel, que faz boas ações e dá em caridade algo que lhe foi concedido, a riqueza é um meio de bondade. No entanto, se a fé do indivíduo for débil e se este tiver saído do caminho reto, então a riqueza converter-se-á num meio de maldade. Para a pessoa que tiver abandonado o caminho da boa ação, a pobreza poderá ser apenas a única desculpa de que necessita para começar uma rebelião interna ou externa - ou ambas - contra Deus. Aquelas pessoas que não se submetem totalmente a Deus, aquelas que não agem com sinceridade para agirem de acordo com os ensinamentos do Islão, encontrarão a sua riqueza como um meio de angústia, uma prova severa e exigente: “E sabei que tanto os vossos bens como os vossos filhos são para vos pôr à prova, e que Deus vos tem reservado uma magnífica recompensa.” (Alcorão, 8:28). 

Devemos, aqui, recordar um outro dito do Profeta (p.e.c.e.): “Entre vós há pessoas a quem, se levantarem as mãos e jurarem por Deus, Ele concederá tudo o que querem e nunca as fará jurar em falso”. Bara ibn Malik é um deles.” ( ) Este homem, o irmão mais novo de Anas (r.a.), viveu uma vida de total pobreza no nível mínimo de subsistência, até ao ponto de não ter alimentos suficientes nem um sítio para dormir. Embora fossem, aparentemente, pobres e desiguais, essas pessoas eram as mais amadas e apreciadas devido à sua piedade sincera. Elas eram elogiadas, e as suas ações foram apreciadas na asseveração do Profeta (paz esteja com ele) de que elas estavam entre aquelas. Está comprovado de que uma vez, quando Omar (r.a.) entrou no quarto do Profeta (s.a.w.), viu nas suas costas sinais da esteira áspera sobre a qual este dormira. Desatou a chorar, perguntando por que os imperadores bizatinos e persas viviam rodeados de luxos ao passo que o Mensageiro de Deus dormia sobre uma cama tão áspera. O Profeta (p.e.c.e.) contestou:Não queres que eles tenham este mundo e nós o outro?” ( ) Anos mais tarde, durante o seu califado, quando as tesourarias destes dois Impérios fluíram na tesouraria muçulmana, Omar continuou a viver uma vida simples. 

Isso não significa que a pobreza em si seja algo bom, é melhor o estado de espírito que disciplinou e triunfou sobre a parte mundana, pondo a sua vista sobre a vida eterna. A pobreza é, quiçá, um meio para conseguir este estado de espírito. Mas isso conduz algumas pessoas à angústia interior, ao rancor e à ingratidão para com Deus, e é a raiz da incredulidade. Da mesma forma, a abundância e a segurança mundial podem enganar certas pessoas e levá-las ao orgulho e ao amor próprio exacerbado  fazendo com que descuidem as necessidades dos outros e a sua dívida para com Deus. Tal arrogância e ingratidão estão também na base da incredulidade. 

A forma mais segura para que os crentes progridam, é entendendo que tudo o que Deus concede é concebido para aperfeiçoá-los. Sem ter em conta as circunstâncias pessoais, os crentes devem esforçar-se para melhorar o bem estar dos outros e ter confiança, interior e exteriormente, no Todo Poderoso e Todo Misericordioso. Esta é a melhor atitude para com o mundo, que é apenas um local de trânsito no caminho para o nosso destino eterno.■ 

— «Se a fortuna te sorri, teme o orgulho; 

se ela se afasta, teme o abatimento». 

— «Não são as riquezas que fazem a felicidade, mas sim o uso  que fazemos delas». 

— «A pobreza deixará  de ser sediciosa, quando a opulência deixar de ser opressiva». 

— «Duas coisas são para mim igualmente intoleráveis: saber que as crianças morrem de fome, e que se possa aconselhar a um escritor que renuncie a escrever"

Obrigado, boas leituras. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 15/05/2014. 

Reflexões Islâmicas — Ano II — nº. 67 — 15.Maio.2014 / 16.Rajab.1435 

e-mail: alfurqan2011@gmail.com - sites: www.islao.pt / www.alfurqan.pt

quinta-feira, maio 15, 2014

RELEMBRANDO: A ORIGEM DA NOITE DE MI’RAJ

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 

Refere o sagrado Cur’ane: “Glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu servo, da Mesquita sagrada (em Maka), à distante Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe alguns dos nossos sinais.  Deus ouve tudo e vê tudo”. Cap.17, Vers.1. Alahhuma Sali Alã Muhammad Waalã Alihi Wassalam. 

É conhecida a preocupação que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) teve por causa do seu Umah (Povo Muçulmano). Ele passava as noites a chorar e a pedir a Deus que encaminhasse o seu Umah para o caminho da verdade. Sua esposa, Hazrat Aisha (Radiyalahu an-há) pediu ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) para lhe fazer um duá (prece) para ela, o que ele respondeu que para ela lhe tinha feito uma prece, mas para o seu Umah em geral, tinha feito 5 preces. 

Consta-se que uma vez o anjo Gabriel - Jibrail (Aleihi Salam) apareceu ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) com a cara transtornada e foi-lhe perguntado o motivo. Jibrail (Aleihi Salam) respondeu de que tinha acabado de visitar o inferno. Rassulullah (Salalahu Aleihi Wassalam) pediu-lhe para contar o que tinha visto. Informou ele, que Deus, todo o Poderoso, mandou atear o fogo no inferno e manteve-o aceso por mil anos, acabando por ficar de cor branca. Depois Deus mandou atear mais o fogo por um período de mais mil anos. Aí as chamas tornaram-se vermelhas. Mais uma vez, Deus, mandou os anjos atearem o fogo por outro período equivalente e o anjo referiu que as chamas se tornaram tão pretas que não se conseguia distinguir nada. Disse Jibrail (Aleihi Salam) de que se Deus mandasse abrir o inferno, na dimensão de um furo de uma agulha, que o mundo ficaria destruído. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) vê o anjo a chorar e pergunta-lhe os motivos, já que não compreende as preocupações do Jibrail, devido ao estatuto que Deus lhe deu. Jibrail responde-lhe de que não sabe o que Deus pensa dele, porque Iblisse (o chefe dos cheitanes - diabos), era um dos mais próximos de Allah e tinha elevados graus, no entanto porque não cumpriu com uma ordem que lhe foi dada, deixou de ter a consideração de Deus. Também o Profeta chora. Através de outro anjo, Deus anuncia a ambos, que Deus lhes perdoará todas as falhas. 

Mais aliviado, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) ao regressar a casa, deparou com um grupo de pessoas que riam às gargalhadas, pelo que lhes disse: “Se soubessem o que eu sei, iriam chorar mais do que rir). 

Noutra passagem, narrada por Hazrat Anass (Radiyalahu an-hu), o anjo Jibrail (Aleihi Salam) disse ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) de que o inferno tem 7 graus. Ao procurar saber quem seriam residentes dos referidos infernos, foi-lhe informado que seriam os monafiquines (hipócritas), os que adoram estrelas e astros, os que seguiram o cheitane ibliss e os Judeus e os Cristãos não cumpridores. Aí Hazrat Jibrail não referiu o último grau do inferno e ficou calado. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) depois de insistir, o anjo Jibrail informou-lhe que o ultimo grau do inferno era destinado ao Umah do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), que cometerem pecados graves e que vão morrer sem pedir tauba (perdão). Nabi Karim (Salalahu Aleihi Wassalam ao ouvir esta resposta cai desmaiado. Depois o Profeta ficou tão angustiado que foi para casa,ficando fechado no seu quarto durante dias, a orar e a chorar pelo seu povo presente e dofuturo. Mesmo os seus amigos, Abubacar Siddik e Omar (Radiyalahu an-huma), nãoconseguiram falar com ele. A filha, Fatima (Radiyalahu an-há), foi falar com ele e encontrouoprostrado e a chorar. Vendo-o naquele estado também começou a chorar. O Profetadisse-lhe que os motivos da sua preocupação é de que tinha sido informado pelo anjo Jibrail que algumas pessoas do seu umah irão para o inferno, pois não se vão arrepender antes de morrerem.

A seguir, um resumo do que irá acontecer: O referido grupo de muçulmanos irá apresentar-se perante “Malik”, o anjo de guarda do inferno, que lhes perguntará: “Quem são estas pessoas? ”Responderão: “Nós somos as criaturas pertencentes a quem foi revelado o Cur’ane. E Malik dirá, “Mas o Cur’ane foi revelado a Muhammad (Salalahu AleihiWassalam). E então elas dirão: “Sim, Muhammad, Muhammad”. Então entrarão no inferno.

Passado algum tempo, Deus, mandará o anjo Jibrail ao inferno para ir ver como estão os pecadores do Umah do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Jibrail (AleihiSalam) dirá a Deus que as pessoas lembram-se do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e que os separa dele, são os pecados por eles cometidos na terra. Rassululah (Salalahu Aleihi Wassalam) irá ao trono de Allah, o Beneficente e Misericordioso, prostrar-se-á e pedirá compaixão pelo seu Umah que está no inferno. Deus, todo Poderoso, dirá: “Tirem do inferno quem alguma vez recitou LA ILAHA ILALAH MUHAMMAD RASSULULAH!

Essas pessoas serão conduzidas para uma ribeira, onde tomarão banho e sairão como pessoas novas com a indicação na testa de “aqueles que estiveram no inferno e que foram libertados por Allah”.

É esta a angústia e a preocupação que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) sentia pelo seu povo. No dia do julgamento final, intercederá a favor dos seus seguidores.

Por causa desta preocupação, Allah, nosso Guia e Senhor, elevou-o ao céu na noite de Miraj, onde recebeu uma prenda do nosso Criador: “As 5 orações”. Quem praticarcorrectamente as 5 orações diárias, ganhará a satisfação de Deus. “Aquele que obedecer o Mensageiro, obedecerá a Deus”. Cur’ane 4:80.

O amor pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), demonstra-se cumprindo com os mandamentos de Deus e as orientações que ele nos deixou. Em todos os momentos e em especial na noite de Mi’raj, deveremos pedir para que Deus derrame as suas bênçãos no Profeta Muhammad. Alahhuma Sali Alã Muhammad Waalã Alihi Wassalam.

Quem recitar um durud ser-lhe-á atribuído 10 misericórdias. Muslim e Abu Daud. Quem recitar 100 duruds, ser-lhe-á escrito na sua testa “isento de hipocrisia” e será salvo do inferno. Disse o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “No dia do julgamento final, a pessoa mais próxima de mim, será aquela que enviou mais durud para mim”. Tirmizi. “Na verdade, Deus e Seus anjos, derramam bênçãos sobre o Profeta. Ó vós que credes, pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação.” Cur’ane 33.56. Alahhuma Sali Alã Muhammad Waalã Alihi Wassalam.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil
hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
Abdul Rehman Mangá – Abdul.manga@gmail.com – 15/05/2014