sexta-feira, outubro 04, 2013

Cuidar da Aparência

Por: In Revista Islâmica Portuguesa Al Furqán, nº. 194, de Julho/Agosto.2013

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh,

Muito mais que uma religião, o Islão é um sistema de vida, completo, que abrange todas as facetas do dia-a-dia. Por trás de todo ensinamento, há uma sabedoria.

Além de nos ensinar sobre como cuidar do nosso lado interno e espiritual com perfeição, o nosso amado Pro-feta Muhammad (s.a.w.) também nos exortou sobre o cuidado com a aparência. Há vários relatos em que ele nos ensina que o muçulmano deve ter uma alimentação adequada e correta, pois, assim, o fiel consegue afastar certas doenças e será menos egoísta, pois, o excesso de comida também nos confere corações duros que não enxergam o sofrimento do irmão que passa fome.

Falou-nos também sobre a práticas de desporto, principalmente hipismo, para manter um corpo forte e saudável.

Falou-nos sobre o cuidado com a higiene, o cuidado com os cabelos, a barba e o cuidado com a saúde bucal, incentivando os muçulmanos a limparem os seus dentes aquando de cada uma das cinco orações diárias. O que os dentistas modernos diriam sobre esta recomendação? Foi comprovado cientificamente que muitas doenças, até mesmo cancerígenas, começam com problemas bucais.

Ensinou os homens a sempre vestirem trajes limpos e perfumados, sendo ele mesmo um grande apreciador de perfumes. É sabido que ele possuía uma vasilha a partir da qual ele próprio perfumava-se, e diz- -se que nela havia uma combinação de perfumes a partir de vários materiais. Ele tinha um cheiro forte a ponto de que se o Profeta (s.a.w.) passasse por uma rua em Medina, as pessoas diriam: "O Profeta passou por aqui", devido ao efeito de seu perfume. Ele também acon-selhou que os muçulmanos evitassem comer alimentos com odores fortes antes de irem para as Mesquitas, a fim de não causar mal-estar nos irmãos presentes.

Muitos podem perguntar-se: "isto é realmente importante?" "Deus olha para a nossa aparência"? De fato, estas orientações não são os principais pontos do Islão. E é narrado que o próprio Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse que o Nosso Senhor não olha para nossa aparência, mas sim, para os nossos corações. Porém, o muçulmano é orientado a ser um exemplo de conduta e comportamento impecável no seu círculo social. As pessoas que convivem com ele devem reconhecer os seus atributos e devem ligá-los diretamente ao Islão.

Tanto o nosso Profeta, como os muçulmanos comuns, são instruídos a se apresentarem da melhor forma para as pessoas, quer seja na conduta quanto na aparência, pois, assim elas estarão mais dispostas a ouvirem a palavra de Deus, estarão mais confortáveis com ela. A boa aparência abre portas, e quando falamos de boa aparência não falamos de beleza física, mas sim, de cuidados com o corpo. Bons cuidados. Nos cursos superiores voltados para moda, comércio, propaganda, marketing, psicologia etc., este tema é também bem conhecido e bem estudado. Qual o impacto que a boa e a má aparência causa na vida do ser humano? Ora, não é necessário nem fazer pesquisas sobre o tema, todo o ser humano se sente bem, com aquilo que é bom.

Louvado seja Nosso Senhor pela educação moral, ética, espiritual, tanto interna como externa, que Ele revelou ao nosso Profeta Muhammad (s.a.w.).

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

terça-feira, outubro 01, 2013

SOBRE TASAWWUF (MISTICISMO ISLÂMICO) E OS SUFIS - ( Hadrat ‘Abdul-Qádir al- Djílání, O Segredo dos Segredos)


O nome sufi é uma expressão derivada da palavra árabe sáf, "puro". A razão pela qual os sufis foram chamados por este nome é que seu mundo interior está purificado e iluminado pela luz da sabedoria, da unidade e da unicidade. Outro significado desta denominação é também porque eles estavam conectados espiritualmente com os companheiros imediatos do Profeta (que Allah o abençoe e lhe dê Paz), conhecidos como "os companheiros com manto de lã". 

Eles também podem ter usado o costumeiro manto de lã rústico (súf) quando noviços, e terem passado suas vidas em roupas velhas remendadas. 

Assim como seu exterior é pobre e humilde, também o é sua vida neste mundo. Eles são frugais na sua comida, sua bebida e demais prazeres deste mundo. No livro "al-Majma’" diz-se: "O que os faz vir a ser piedosos ascetas é a mais ordinária e humilde roupa e maneira de viver". Embora pareça muito pouco charmosos para o mundo, sua sabedoria se manifesta pela gentileza e delicadas maneiras, que os fazem atrativos àqueles que sabem. Na realidade eles são um exemplo para a Humanidade. Seguem as prescrições divinas. Eles estão à vista de seu Senhor, na primeira fileira da Humanidade. Aos olhos daqueles que buscam o seu Senhor, eles são formosos apesar de sua humilde aparência. Eles devem ser distinguidos e distinguíveis e devem ser assim, dessa maneira, um e todos, porque eles estão no nível da unidade e da unicidade, e devem aparecer como um. 

Em árabe, a palavra tasawwuf (Misticismo Islâmico; designa a disciplina e método dos sufis), consiste em quatro consoantes, T, S, W e F. 

A primeira letra, T, representa tawba, o arrependimento. Este é o primeiro passo que deve ser dado no caminho; é como se disséssemos um passo duplo, um vai para dentro e outro para fora. O passo exterior do arrependimento consiste em palavras, fatos e sentimentos: guardar a vida de pecado e de más ações, e inclinar-se para a obediência; fugir da revolta e a oposição, para procurar o acordo e a harmonia. O passo interior do arrependimento se realiza no coração. Consiste em limpar o coração de todos os desejos mundanos e conflitivos, e chegar à total afirmação do desejo pelo divino. Assim, o arrependimento, é dizer, ser consciente do errôneo e abandoná-lo, e ser consciente do correto e esforçar-se por ele, leva ao segundo passo. 

O segundo estágio é o estado de paz e alegria "safá". A consoante S é o seu símbolo. Nesta etapa também há dois passos a tomar: o primeiro, em direção da pureza do coração e o segundo para seu centro secreto. 

A paz do coração chega a um coração livre de ansiedade. A ansiedade está causada pelo peso de tudo que é material - o peso da comida, a bebida, o sono, a conversa fútil . Tudo isto, como a gravidade da Terra arrasta o coração etéreo para baixo, e se liberar deste peso cansa ao coração. Além do mais, há amarras - desejos, posses, amor da família e dos filhos - os quais atam o coração etéreo a terra, o que lhe impedem elevar-se. 

A maneira de liberar o coração, de purificá-lo, é louvar a Alláh. Ao princípio esta lembrança somente pode ser feita exteriormente, repetindo seus divinos Nomes, pronunciando-os em voz alta, de tal forma que tanto um quanto os outros possam escutar e recordar. Como a morização de Ele se torna constante, a recordação penetra no coração e se faz interior, silenciosa. Alláh diz: "Só são fiéis cujos corações, quando lhes é mencionado o nome de Alláh estremecem, e, quando eles são recitados os Seus versículos, é-lhes acrescentada a fé, e se encomendam a seu Senhor." (Sura Al-Anfal,VIII: 2). "Estremecem" significa temor, medo e amor a Alláh. Com sua lembrança e recitação dos Nomes de Alláh o coração acorda do sono da nconsciência, se limpa e chega a brilhar. Então formas e figuras procedentes do reino oculto e invisível se refletem neste coração. O Profeta (que Allah o abençoe e lhe dê Paz), diz: "Os homens de conhecimento exterior visitam e inspecionam coisas com suas mentes, enquanto que o sábio está interiormente ocupado limpando e lustrando seu coração". 

A paz do segredo do centro do coração é conseguida mediante a purificação do coração de toda e cada uma das coisas deste mundo e preparando-o para unicamente receber a essência de Allah, a qual entra quando o coração tem sido embelezado com o amor do divino. Os meios para esta limpeza são a constante lembrança interior e a recitação com a língua secreta da divina Confissão da Unidade, la illaha illa Llah - Não há mais deus que Alláh -. Quando o coração e seu centro estão em estado de paz e felicidade então a segunda etapa, representada pela letra S, foi completada. 

A terceira letra, W, simboliza a wiláya, que é o estado de santidade e proximidade dos amantes e amigos de Alláh. Este estado depende da própria pureza interna. Alláh menciona a seus amigos no Sagrado Alcorão: "Não é acaso, certo que os diletos de Alláh jamais serão presas do temor, nem se atribularão? Obterão alvíssaras de boas-novas na vida terrena e na outra..."(Sura-Yunis,X:62/64). 

Aquele que está no estado de santidade é totalmente consciente disto, está cheio de amor e está conectado com Alláh. Como resultado é embelezado com o melhor caráter e comportamento. Este é um presente divino com que foi agraciado. Nosso Mestre o Profeta (que Alláh abençoe e lhe dê Paz) disse: "Observa as divinas regras e comporta-te de acordo com elas...". Nesta etapa o homem consciente cobre sua mundaneidade e suas características temporais e aparece coberto em atributos divinos. Alláh disse através de seu Profeta (a paz e as bendições de Alláh sejam sobre ele): "Quando Eu amo a meu servo Eu me converto em seus olhos, sua língua, suas mãos e seus pés. Ele vê através de Mim, ele escuta através de Mim, ele fala em Meu nome, suas mãos chegam a ser as Minhas e ele caminha Comigo." 

Te limpa de todas as coisas e somente guarda a Essência de Alláh em ti, pois está escrito: "Chegou a Verdade, e a falsidade desvaneceu-se, porque a falsidade é pouco durável.” (Sura-Bani-Israil,-XVII:81). Quando a verdade chega à falsidade se desvanece e a etapa de wiláya foi completada.

A quarta letra, F, simboliza faná, a aniquilação de si mesmo, o estado de vacuidade (estar vazio de tudo o que não é a Essência de Alláh). A falsa identidade de si mesmo se derrete e se evapora quando os atributos divinos entram no ser íntimo, e quando a multiplicidade dos atributos mundanos desaparece, seu lugar é substituído pelo único atributo da Unidade. 

Na realidade, a verdade está sempre presente. Nunca desaparece nem declina. O que sucede é que o fiel se dá conta e chega a ser um com Aquele que o criou. Estando com Ele, o crente recebe Seu prazer: o ser temporal encontra sua verdadeira existência realizando o eterno segredo. "Tudo perecerá exceto Seu Rosto..." (Sura Al-Qassas,XXVIII: 88). 

O caminho para realizar Sua verdade é através de Seu prazer, através de Seu acordo. Quando vossas ações somente são feitas por Ele, somente para obter Sua aprovação, então os acercais a Sua Verdade, a sua Essência, tudo desaparece exceto Aquele que está agradecido e aquele com o qual Ele está agradecido, unido. 

As boas ações são a mãe que leva em seu ventre o fruto da verdade: a vida consciente de um verdadeiro ser humano. "Até a Ele ascendem às puras palavras e as nobres ações." (Sura Fáter,XXXV: 10). Atua-se e existe somente por Alláh, então se deixa de adjudicar sócios a Allah, deixa se de por a si mesmo ou a outros em lugar de Alláh (o imperdoável pecado que cedo ou tarde destrói a si mesmo). 

Mas quando o ego e o egoísmo são aniquilados alcança-se o estado da união com Alláh. O grau da união é o Reino da Proximidade a Alláh. Alláh descreve seu Reino desta maneira: "Certamente os homens retos estarão... no lugar da verdade, em presença do Soberano Onipotente" (Sura Al-Qâmar,LIV: 54 e 55). Este lugar é o lugar da Verdade Essencial, a verdade de todas as verdades, o lugar da unidade e da unicidade. É o lugar reservado aos Profetas, para aqueles que são amados por Alláh, para Seus amigos. Alláh está com aqueles que são verdadeiros. Quando uma existência criada se une a uma existência eterna já não pode ser concebida como uma existência separada. Quando todos os laços terrenos são abandonados e se está em união com Alláh, com a Divina Verdade, recebe-se a pureza eterna, nunca será amaldiçoado, e chegará a ser um dos "diletos do Paraíso, onde habitarão eternamente" (Sura Al-‘Araf,VII: 42). Eles são aqueles: "que praticam o bem" (Sura Al-‘Araf,VII: 42). E, no entanto, "jamais impomos a alguém uma carga superior às suas forças" (Sura Al-‘Araf,VII: 42), mas necessita-se uma grande dose de paciência, "porque Ele está com os perseverantes" (Sura Anfal,VIII; 66). 

sexta-feira, setembro 27, 2013

O Retorno do Islão a Espanha

Quando falamos do “retorno do Islão a Espanha” devemos evitar maus entendidos. Esta frase faz referência a uma situação precisa: depois do genocídio e da expulsão perpetrada contra os muçulmanos (como contra judeus, protestantes e cristãos unitários), o Islão volta a ser praticado no Estado Espanhol, tanto por causa da emigração como por causa do crescente número de cidadãos espanhóis, que se reconhecem muçulmanos.

Prezados Irmãos,
Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:
Esta realidade encontrou um reflexo na Legislação Espanhola na Constituição de 1978, e de um modo específico em 1989, quando o Islão foi reconhecido oficialmente como “religião notoriamente enraizada”, e em 1922, com a assinatura de um acordo de cooperação entre o Estado e a Comissão Islâmica de Espanha. Este acordo foi realizado num momento em que se cumpriam quinhentos anos das Capitulações de Granada, os pactos assinados pelos Reis Católicos com os Muçulmanos Espanhóis, através dos quais se garantia a sua liberdade de culto. Como é sabido, as Capitulações foram incumpridas de forma sangrenta, dando início ao período mais obscuro da história da Península Ibérica.

É necessário recordar que a prática do Islão permaneceu proibida nas nossas terras durante séculos, com o qual todo o mundo reconhecerá o Acordo como um feito saudável: o fim de quinhentos anos de monopólio religioso, de pensamento único imposto pela força, e a conseguinte recuperação da liberdade religiosa e da consciência que tinha caracterizado a Espanha Muçulmana. O retorno do Islão a Espanha não vem abrir uma ferida curada pelo tempo, mas é a possibilidade de fechar uma ferida aberta, com a conseguinte recuperação de um passado destruído pela violência e pelo fogo.

Este feito pode trazer novas luzes a isso que os intelectuais chamaram “a realidade histórica de Espanha”. Situamo-nos perante a possibilidade de reescrever a história da Península desde o ponto de vista do cruzamento de civilizações e culturas, recordar o nosso passado como expressão de um pluralismo que sempre devia ter prevalecido numa terra situada como confluência dos mundos. Estamos num momento privilegiado para rever a nossa história, para superar toda a tentação totalitária e plantar um futuro onde a convivência entre as religiões e concepções do mundo seja possível, o que nos exige o esforço pessoal de superar toda a tentação de considerar o nosso caminho como o melhor ou o único possível, de reconhecer a todo o mundo o seu direito de eleger aqueles princípios pelos quais quer guiar a sua vida.

No entanto, a situação da liberdade religiosa em Espanha está longe de ser boa. A resistência em cumprir com o mencionado Acordo por parte do Estado Espanhol tem a sua origem na resistência dos poderes que se beneficiaram de exercer o monopólio, e que olham para a diversidade como um perigo. Todos aqueles que advogamos pelo reconhecimento da realidade plural de Espanha, quer seja a nível religioso ou das diferentes nacionalidades vemo-nos defrontados com a mesma persistência de estruturas mentais que têm a ver com o Antigo regime. O facto de que estas correntes reacionárias vinculadas ao nacional catolicismo tenham tanta força constitui um autêntico escândalo, é a negação dos princípios do estado de direito que deveriam reger todos os cidadãos.

No caso dos muçulmanos, isto significa: dificuldades para abrir centros de culto, negação de espaços em cemitérios públicos, não comemoração de festivi-dades religiosas islâmicas, não regulamentação da alimentação halal, negação da participação dos mu-çulmanos na gestão do património de origem islâ-mica, restrição do direito ao ensino do Islão nas escolas, e uma geral desatenção das instituições para com as necessidades religiosas deste colec-tivo. Tudo o que foi mencionado são direitos legítimos dos cidadãos muçulmanos, mencionados como tal na Lei do Acordo de Cooperação, direitos que são vulne-rados uma e outra vez por juntas, comunidades au-tónomas e por todo o aparato do Estado.

A falta de cultura democrática em Espanha é desoladora. Hoje em dia, os princípios constitucionais de aconfessionalidade e de igualdade e não discriminação entre as religiões não são respeitados, ainda sendo os pilares da liberdade religiosa. A Igreja Católica recebe enormes quantidades de dinheiro, saído dos nossos bolsos, e goza de claros privilégios. Os políticos acodem a atos religiosos católicos, no exercício das suas funções públicas, e as Forças Armadas continuam a celebrar festividades religiosas católicas, que discriminam os membros de outras confissões. As câmaras financiam o restauro e manutenção de Igrejas, mas nega-se ajuda e proteção às confissões não católicas.

Os cidadãos de confissão muçulmana têm muitos motivos de queixa, e, no entanto, somos assinalados constantemente como causa de problemas. É curioso que se chamem constantemente os emigrantes muçulmanos a integrar-se na sociedade, a cumprir com os seus deveres, no entanto o Estado e a Sociedade no seu geral permitem-se vulnerar, de forma manifesta, os seus direitos. O que gostaria de saber é quais sãos os deveres como cidadãos que se supõe que os muçulmanos não cumprem em Espanha. Pelo contrário, sei muito bem quais são os direitos que o estado atual das coisas não nos garante.

“Wa salamu aleikum wa ráhmatullahi wa barakatuh.

E a paz de Deus esteja convosco... ."■

Fonte: 05/09/2013 - Autor: Abdennur Prado - Fonte: Webislam – Tradução: Yiossuf Adamgy

segunda-feira, setembro 23, 2013

As Boas Maneiras nos Cortejos Fúnebres

Um Cortejo Fúnebre passou pelo Rassulullah (r) e os companheiros elogiaram o morto. O Rassulullah (r) disse: “Ele merce.” Então passou outro Cortejo Fúnebre e os companheiros falaram mal do morto. O Profeta (SAAS) disse: “Ele merce.” Omar Ibn Al Khattab (t) perguntou ao Profeta (r) o que ele queria dizer com as suas palavras. O Profeta (SAAS) respondeu: “O primeiro foi elogiado e merece o Paraíso, o segundo foi mal falado e ele merece o Inferno. Vocês são as testemunhas de Allah na terra.” (Muttafac alaih). 

O Rassulullah (r) incentivou seguir os Cortejos Fúnebres mostrando a virtude disse, dizendo: “Quem presenciar o Cortejo Fúnebre até a oração terá um quilate. Quem o presenciar até o sepultamento terá dois quilates.” Foi-lhe perguntado: “Que são dois quilates?” Respondeu: “Como duas enormes montanhas.” (Muttafac alaih).

Cortejo Fúnebre possui boas maneiras que todo muçulmano deve seguir em relação ao morto. As mais importantes, são:
Fazê-lo pronunciar os dois testemunhos na hora da morte: Quem estiver presente na hora da morte de alguém deve lhe dizer: Diga: Lá iláha illal láh (não há outra divindade além de Allah), devido às palavras do Rassulullah (SAAS): “Fazem o moribundo dizer: lá ilaha illal Allah.” (Musslim).

O Profeta (SAAS) também disse: “Quem forem suas últimas palavras lá iláha illal Allah entrará no Paraíso.” (Tirmizi e Hákim).

Fechar-lhe os olhos e cobrir-lhe o rosto: A primeira coisa que o muçulmano deve fazer, ao presenciar a morte de alguém é fechar-lhe os olhos e cobrir-lhe o rosto. “Quando a alma sai, a visão vai junto.” (Musslim).

A paciência, a conformação e a repetição da fórmula de retorno a Allah: O muçulmano é paciente quando morre algum ente querido. Ele fica repetindo: “Somos de Allah e a Ele retornaremos. Ó Allah, protege-me nessa calamidade que me ocorreu e a substitua com algo melhor.” (Musslim). E diz: “Não há força nem poder a não ser em Allah.” Então, invoca a Allah pelo morto. O Profeta (SAAS) entrou na residência de Abu Salama que estava moribundo. Ele fechou-lhe os olhos e disse: “Quando a alma é retirada a visão vai junto.”

Alguns de seus familiares se agitaram. Ele lhes disse: “Não invoquem a não ser o bem, pois os anjos são encarregados do que dizem.” Então, disse: “Ó Allah, perdoa a Abu Salama, eleve a sua posição entre os servos orientados e cuide de seus familiares que ele deixou para trás. Ó Senhor do Universo, perdoa-o e a nós, amplie o seu túmulo e coloque luz nele para ele.”

O chorar nessa hora não contraria a paciência e a submissão à determinação de Allah. O Rassulullah (SAAS) chorou quando morreu o seu filho Ibrahim. Ele disse: “O olho chora, o coração está triste, e não dizemos a não ser o que agrada ao nosso Senhor. Estamos tristes pela tua partida ó Ibrahim.” (Bukhári e Abu Daúd).
O que se deve evitar é o que acompanha o choro com coisas contrárias à lei islâmica, como esbofetear o rosto, rasgar as roupas, e dizer palavras da época pré-islâmica.

A pressa em preparar o morto: Deve-se apressar em banhar, perfumar e amortalhar o morto. Não há necessidade para isso se morto for um mártir, morto por incrédulos em batalha. Ele não precisa ser lavado nem amortalhado. É enterrado com as roupas com que foi morto. Allah, glorificado seja, irá ressuscitá-lo, no Dia da Ressurreição com o cheiro de almíscar exalando dele.

O praticar a oração fúnebre: É direito do morto que os muçulmanos presentes ao seu sepultamento praticarem a oração fúnebre por ele.

O levar o morto para o enterro e se apressar com isso: O Rassulullah (SAAS) costumava acompanhar os mortos e aconselhava os outros fazê-lo. Aconselhava não se sentar a não ser após o enterro. O Rassulullah (SAAS) disse: “Ao verem a passagem de um Cortejo Fúnebre  fiquem de pé. Quem o acompanhar não deve sentar até ser enterrado.” (Bukhári).

A proibição de lamentos e o bater nos rostos: O Profeta (r) proibiu isso veementemente. Ele disse: “Não pertence a nós quem esbofeteia o rosto e rasgas roupas e pronunciar palavras da época pré-islâmica.” (Muttafac alaih).

Cumprir o testamento do morto: é dever dos familiares do falecido cumprirem o seu testamento, se não deixar testamento ilegal. Omar Ibn al ‘Ass (RAA), ao falecer não quero ser acompanhado por nenhum lamento nem fogo. Ao ser enterrado, joguem a terra sobre o túmulo com delicadeza. Então permaneçam ao redor do meu túmulo o tempo de sacrificarem animais e distribuírem sua carne. Dessa forma eu me sociabilizo com vocês e vejo o que dizer aos mensageiros de meu Senhor.” (Musslim).

O Invocar a Allah pelo Morto: É recomendável que os muçulmanos permaneçam ao redor do túmulo após   o enterro, invocando a Allah, glorificado seja, que o perdoe e seja misericordioso com ele. Entre as preces do Profeta (r) para o morto: “Ó Allah, perdoa-o e tenha misericórdia dele, sê generoso com ele, fortalece-o. Que a sua entrada seja ampla e confortável, lave-o com a mais pura e limpa água. Purifique-o dos pecados como o roupa branca é lavada da sujeira. Concede-lhe um lar melhor do que o lar dele (na terra) e uma família melhor do que a família dele, uma esposa melhor do que a esposa dele, e protégé-o do tormento do túmulo ou do tormento do Inferno.” (Musslim, Tirmizi e Nassá-i).

A Oração pelo morto ausente: Se morrer um muçulmano em local distante e nenhum dos muçulmanos consegue praticar a oração fúnebre por ele, os muçulmanos fazem a oração fúnebre onde estiverem e isso se chama: “a oração pelo morto ausente”. O Rassulullah (SAAS) fez a oração fúnebre pelo Négus, imperador da Abissínia, com o corpo ausente ao saber da morte dele.

Enviar comida aos familiares do morto: Isso por amizade e a cooperação para aliviar a aflição deles. Quando Jaafar Ibn Abi Tálib faleceu, o Rassulullah (r) disse: “Preparem comida para os familiares de Jaafar, porque eles estão ocupados com os seus problemas.” (Tirmizi e Ibn Mája).

Pagar as dívidas do morto: O pagamento das dívidas do morto é obrigatório. O Profeta (r) ordenava o pagamento da dívida do morto antes da oração fúnebre. (Tirmizi).

As condolências: O muçulmano presta condolências aos aflitos e os incentiva a terem paciência e aceitarem a determinação de Allah. É desaconselhável ficar sentado para as condolências, o fazer sala, o contratar recitadores do Alcorão, como é desaconselhável prestar condolências após o terceiro dia, a não ser ao ausente. Também é desaconselhável o que chamam de sétimo dia ou de quarenta dias. Tudo isso constitui em inovações que não ajudam o morto nem os seus parentes por motivo de orgulho e de vaidade.

Aproveitar as lições: O muçulmano tira lições do acompanhamento dos Cortejos Fúnebres  prendendo-se a Allah, lembra-se muito de Allah, obedece a Ele e afasta-se das desobediências, porque sabe que terá o mesmo destino. O seu enterro será preparado, o corpo será transportado, será enterrado em seu túmulo e deixado sozinho. Quem quiser um admoestador, a morte lhe é suficiente.

O muçulmano ignorante não entende sua religião e é extremista na sua ignorância e escuridão, ele é  mais perigoso para o Islam do que os seus inimigos... 

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

"Desejam em vão extinguir a Luz de Allah com as suas bocas; porém, Allah nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!" (41:33)

Mohamad ziad -محمد زياد

domingo, setembro 22, 2013

Palestra proferida pelo Sheikh Mohamad Al Bukai no Ato Ecumênico e Palestra sobre "Doação de Órgãos" na visão islâmica, realizada em 26/09/2011, às 14:00h, no Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.

Em nome de Deus, O Misericordioso, O Misericordiador raças a Deus, O Criador dos Mundos, que as bênçãos e a paz estejam com todos os profetas e mensageiros e com todas as pessoas que  seguem seus ensinamentos com benevolência.

Agradeço a presença de todos e em especial aos organizadores deste evento pelo  convite e a oportunidade que me foi dada em expor o ponto de vista do Islam sobre a doação de órgãos e tecidos humanos.

Esta questão é recente, não havendo menção na história que relata o passado, a não ser por alguns pequenos implantes de pele, o destaque veio com o contínuo avanço e desenvolvimento da ciência no campo da saúde humana.

A posição do Islam a esse respeito é clara e não deixa dúvidas. A comunidade de sábios e jurisprudentes islâmicos, reunidos no Congresso Islâmico de 06/02/1988, realizou várias interpretações de textos do Alcorão e da Sunna (tradições com base na vida e na prática do Profeta Muhammad, que a benção e a paz estejam com ele), para dar fundamento à declaração que torna licita a prática de doações de órgãos. O contexto das interpretações considera a doação um ato de humanidade recomendável e muito bem aceito.

Os sábios se guiaram por meio de diversos versículos do Alcorão e das nobres narrativas (hadices) da sunna (tradição). Algumas das bases para fundamentar a sua condição lícita são: “QUEM MATAR UMA PESSOA, SEM QUE ESTA TENHA COMETIDO HOMICÍDIO OU SEMEADO A CORRUPÇÃO NA TERRA, SERÁ CONSIDERADO COMO SE TIVESSE ASSASSINADO TODA A HUMANIDADE; QUEM A SALVAR, SERÁ REPUTADO COMO SE TIVESSE SALVADO TODA A HUMANIDADE”. ALCORÃO, VERSÍCULO 32, SURATA 05 - AL MAEDA (A MESA SERVIDA).

Fica óbvio nesse versículo que temos de ajudar outro ser humano a por fim ao sofrimento e à dor, caso isso seja possível, por meio de métodos que sejam de nosso conhecimento e estejam disponibilizados e ao nosso alcance.

Na sunna do Profeta Muhammad (SAAS) há um dito que contem uma ordem dada aos crentes por ele, para que se mediquem e se tratem de todas as doenças: “(...) mediquem-se, ó servos de Deus, pois Deus, para toda doença existente na Terra, disponibilizou a cura”.

Em outro hadice, o profeta diz: “Não há doença cuja cura para esta não tenha sido disponibilizada por Deus (...) a disponibilidade existe para quem a procura e inexiste para quem opta pela permanência na ignorância”.

Quando o Profeta foi perguntado sobre como conciliar a medicação e a prevenção das doenças e o tratamento por meio da imposição das mãos - Ciência do Rukai - com o que nos foi predestinado e reservado por Deus, ele respondeu: “A cura também faz parte da predestinação e do que Deus nos reservou”

Aproveito para fazer a indicação de pesquisa sobre temas tais como: os conceitos no Islam do livre arbítrio, do poder da fé, da intenção, da contemplação e da submissão total aos desígnios de Deus.

O transplante de órgãos deve ser inserido no contexto em que se encontrem meios para a cura; a procura de tais meios que leve à preservação do ser humano é lícita no Islam. 

a)o Islam é paz, a paz leva à continuidade da vida e à saúde;

b)o Islam é o equilíbrio; a boa saúde é uma das expressões do equilíbrio;

c)o Islam promove os meios que levam o equilíbrio à vida do ser humano;

d)a ligação com Deus, a família, a saúde e o trabalho são as bases para uma vida 

feliz e equilibrada;

e)os meios para se chegar a esse equilíbrio devem ser conciliados de forma a 

alcançá-lo em sua plenitude.

Logo, uma das regras conhecidas na ciência dos estudos islâmicos é: “TUDO É LÍCITO, ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO”.

Não há escrituras, explícitas ou não, que proíbam a doação de órgãos. São encontrados somente textos que, por meio do razoamento, nos levam a constatar a sua licitude.Os muçulmanos e seguidores de diferentes religiões são unanimes ao aceitar a como lícitos os seguintes itens:

1. A doação de bens materiais e dinheiro em prol da melhoria da condição de vida 

do próximo;

2. A doação de sangue para salvar a vida do próximo;

3. A doação de leite humano para ajudar na sobrevivência de crianças mesmo que 

não sejam seus filhos;

Partindo desta premissa, é permitida a doação de órgãos e tecidos para o fim de  salvar vidas humanas.

A doação de órgãos é considerada no Islam como uma caridade contínua, ou seja, mesmo após a morte do doador, a sua alma continuará recebendo as bênçãos e glórias pela eternidade. Disse o Profeta (SAAS): “No momento da morte do ser humano, é finda também a oportunidade de fazer a caridade e obter as suas bênçãos, a não ser que tenha realizado três tipos de caridade:

1. A caridade contínua;

2. A propagação de conhecimento que deixem marcas e afetem as gerações futuras 

positivamente;

3. A geração de um filho que receba os ensinamentos que o tornem benevolente e 

dirija suas súplicas a Deus em benefício de seus geradores;

Assim, o doador de órgãos recebe as bênçãos de sua caridade de forma contínua pela eternidade, mesmo após a sua morte, pois Deus lhe concede a misericórdia e o perdão por seus pecados. Basta ter a sincera intenção de fazê-lo sem nenhum interesse que não seja a de agradar a Deus, O louvado, O altíssimo.

As condições lícitas da doação de órgãos entre vivos, citadas pelos sábios islâmicos são:

1. gozar de pleno juízo para decidir;

2. no caso de menores de idade, os seus responsáveis podem optar pela doação de 

seus órgãos e tecidos;

3. não doar órgãos que leve à morte do doador, como o caso do coração;4. não doar órgãos que prejudique a saúde do doador;

5. não doar órgãos em troca de dinheiro,bens materiais ou favores;

6. não adquirir órgãos por meio do comércio legal ou ilegal destes.

As condições lícitas da doação de órgãos de mortos para vivos citadas pelos sábios muçulmanos são:

1. permissão da pessoa em vida; caso este não tenha se posicionado em vida, os 

herdeiros têm o direito de decidir pela doação ou não;

2. não doar órgãos em troca de dinheiro, bens materiais ou qualquer tipo de favor;

3. não adquirir órgãos por meio do comércio legal ou ilegal destes.

Muito obrigado e Graças a Deus, o Senhor dos Mundos!

Sheikh Mohamad Al Bukai

Liga da Juventude Islâmica Beneficente do Brasil – Mesquita do Pari Rua Barão de Ladário, 922 – Pari – São Paulo - Telefone (11) 3311-6734 / 3311-8697 - www.ligaislamica.org.br

Criação de Cães sem Necessidade

Manter cães dentro de casa sem qualquer necessidade, apenas como animais de estimação, foi proibido pelo Profeta Muhammad. Quando observamos o luxo com que as pessoas de boa situação(econômica) tratam os seus cães, ao mesmo tempo desprezando seus parentes, e quanta atenção eles dedicam aos seus cães ao mesmo tempo que negligenciam seus vizinhos, compreendemos a sabedoria desta proibição. Além do mais, a presença de um cão se torna anti-higiênicos os utensílios caseiros devido a serem lambidas pelo animal. O Profeta Muhammad, disse:

"Se um cão lambe um prato(ou panela), limpe-o diversas vezes, das quais uma pelo menos deve ser com areia(ou com terra)." (Al-Bukhari)

Alguns sábios são da opinião de que a razão para a proibição da manutenção de cães pode ser por eles latirem aos visitantes, espantarem os necessitados que vem em busca da caridade, e perseguem e tentam morder os que passam.

O Profeta Muhammad, disse:

"O anjo Gabriel veio a mim e disse: `Procurei-o ontem, mas o que me preveniu de entrar foi haver uma estátua à porta, uma cortina com imagens e um cão dentro da casa. Assim sendo, mande que seja quebrada a cabeça da estátua para que parece o tronco de uma arvore, que cortem a cortina e façam dela duas almofadas para reclinar, e que o cão seja posto para fora.`" (Abu Daud, An-Nissaí, e Ibn Hibban em seu Sahih)

Esta proibição se limita à criação de cães sem necessidade ou utilidade.

A Permissibilidade de Manter Cães de Caça e de Guarda

Os cães que são criados com um propósito, tais como os de caça, os pastores de gado ou guardas de colheitas e outros parecidos, estão livres da proibição. Em uma tradição relatada tanto por Al-Bukhari como por Muslim, o Profeta Muhammad, disse:

"Aquele que criar um cão que não seja de caça ou para guardar a colheita ou o gado, perderá uma medida de sua recompensa por dia." (Abu Daud, An-Nissaí, e Ibn Hibban em seu Sahih)

Com base nesta Tradição, alguns juristas argúem de que criar cães como animais de estimação podem ser considerado como desaconselhável e não ilícito já que o que é ilícito, é terminantemente proibido sem a preocupação de haver uma redução da recompensa ou não.

Entretanto, esta proibição de se manter cães em casa não significa que eles devem ser tratados com crueldade ou de que devam ser exterminados. Aludindo-os seguinte versículo do Alcorão:

"Não existe ser algum que ande sobre a terra, nem ave que voe, que não constituam nações semelhantes à vós." (6: 38)

O profeta Muhammad contou aos companheiros uma historia sobre um homem que havia encontrado um cão no deserto, resfolegando e lambendo a areia de sede. O homem foi até um poço, encheu seus sapatos de água, e aliviou a sede do cão. Disse o Mensageiro de Deus"Deus aprovou isto e perdoou-lhe todos os seus pecados." (Al-Bukhari)

As Descobertas Cientificas Sobre a Criação de Cães

Alguns admiradores do ocidente nos países muçulmanos, alegam estar imbuídos de amor e compaixão por todas as criaturas vivas, e questionam a razão do Islam prevenir contra o "melhor amigo"do homem. Para informação destes, citamos aqui um longo trecho de um artigo escrito por um cientista Alemão, o Dr. Gerard Finstimer, no qual o autor esclarece sobre os perigos à saúde humana resultante da criação de cães ou do contato constante com eles. Diz ele:

"O crescente interesse demonstrado por muita gente dos tempos atuais na criação de cães como animais de estimação, compeliu-nos a chamar a atenção do publico aos perigos que daí resultam, especialmente pelo freqüente carinho com que os cãezinhos são abraçados e beijados, deixando-se que lambam as mãos dos jovens e dos idosos, e o que é pior, deixando-os lamberem pratos e utensílios que são usados por seres humanos para comer e beber. Alem de anti-higiênico e desagradável, este costume é de má educação e abominável ao bom gosto. Entretanto, não estamos preocupados aqui com estes aspectos, deixando que eles sejam abordados por professores de boas maneiras e etiqueta. Ao invés disso, este artigo pretende apresentar algumas observações cientificas. Do ponto de vista medico, que é nossa principal preocupação aqui, os riscos à saúde e vida humana resultantes de se manter e brincar com cães, não podem ser ignoradas. Muitas pessoas já pagaram um alto preço por sua ignorância, adquirindo coisas como a solitária, verme transmitido pelo cães, e que causam doenças crônicas e à vezes fatais. Esse verme é encontrado no homem, no gado e nos suínos, mas só é encontrado completamente desenvolvido nos cães, lobos, e raramente nos gatos. Esses vermes diferem dos outros por serem pequenos e quase invisíveis, daí somente terem sido descobertos muito recentemente."

E ele continua,

"Biologicamente, o processo de desenvolvimento desse verme tem certas características singulares. Nas lesões que causa, um único verme dá origem a várias cabeças ou carnegões, que se espalham e formam outros tipos e variedades de lesões e abscessos. Essas cabeças se transformam em vermes "adultos" somente nas amídalas dos cães. Nos seres humanos e em outros animais eles só aparecem como lesões e abscessos completamente diferentes do verme ele próprio. Nos animais, o tamanho do abscesso pode chegar a ser igual ao uma maçã, enquanto que o fígado do animal infectado pode crescer até cinco ou dez vezes o seu tamanho normal. Nos seres humanos, o tamanho do abscesso pode chegar ao de um punho fechado ou mesmo igual ao de uma cabeça de recém-nascido; ele fica cheio de um liquido que pode pesar de 5 a 10 quilos. Em um ser humano contaminado, ele pode causar diversos tipos de inflamação nos pulmões, músculos, baço, rins e cérebro, e aparece em formas tão diversas e inesperadas que os especialistas, até recentemente, tinham dificuldade em reconhecê-lo. De qualquer modo, onde quer que tal inflamação é localizada, ela representa grave perigo a sua saúde e vida do paciente. O que é pior, apesar do nosso conhecimento de sua vida, história, origem e evolução, ainda não somos capazes de chegar a uma cura para ele. exceto que em certos casos esses parasitas se extinguem, talvez devido à formação de anticorpos produzidos pelo corpo humano. Infelizmente, os casos em que esses parasitas se extinguem sem causar danos são muito raros. Além disso, a quimioterapia não conseguiu produzir qualquer melhoria, e o tratamento comum é o da remoção cirúrgica das partes afetadas do corpo. Por todas essas razoes, devemos despender todos os recursos possíveis para combater esta horrível doença e salva o homem dos seus perigos. "O professor Noeller, por intermédio da dissecação post-mortem de corpos humanos na Alemanha, constatou que a contaminação com vermes provenientes de cães é de pelo menos um por cento. em lugares como a Dalmácia, a Islândia, o sudeste da Austrália e Holanda, onde se usam cães para puxar trenós, a taxa de incidência dessa verminose nos cães é de 12%. Na Islândia, o numero de pessoas que sofrem de inflamação causada por esse verme já alcançou a taxa de 43%. Se acrescentarmos a isso o sofrimento humano, o prejuízo em carnes devido à contaminação do gado, e o risco permanente que reapresenta à saúde humana a mera presença da solitária, não podemos permanecer impassíveis diante do problema.

"Talvez a melhor maneira de combater o problema é limitar os vermes aos cães, não deixando que se disseminem, uma vez que na realidade nós precisamos de alguns cães. Não devemos deixar de tratar dos cães quando necessário, eliminando os vermes de suas amídalas e talvez repetindo esse processo periodicamente com os cães pastores e de guarda."

"O homem poderá proteger melhor sua vida e saúde mantendo uma distância segura entre ele e os cães. Ele não deve ficar abraçando-os, brincando com eles, nem deixá-los aproximar-se das crianças. As crianças devem ser ensinadas a não brincar com cães nem de acariciá-los. Não se deve deixar o cão lamber as mãos das crianças ou mesmo permanecer no lugar onde elas brincam. Infelizmente, é comum deixar-se os cães vagar por todos os cantos, especialmente nos locais onde brincam crianças, e suas vasilhas ficam espalhadas por toda parte. Os cães devem ter suas próprias vasilhas, e não se deve deixá-los comer ou lamber vasilhas ou pratos usados pelos humanos. Não se deve deixá-los entrar nos mercados, restaurantes ou lojas de viveres. Em geral, muito cuidado deve ser exercido para que eles não tenham contato com coisas usadas pelo ser humano para comer e beber." (Traduzido da revista alemã `Kosinos`)

Nos já sabemos que o Profeta Muhammad proíbe misturar-se aos cães, e de que admoestava sempre contra deixá-los lamberem pratos e mesmo de criá-los desnecessariamente. Como é possível que os ensinamentos de um árabe iletrado, Muhammad, pudessem estar em conformidade com os últimos resultados de pesquisas cientificas? Em verdade, não sabemos dizer nada além de repetirmos as palavras do Alcorão:

"Nem fala por capricho. Isso não é senão a inspiração que lhe foi revelado." (53: 3-4)

sexta-feira, setembro 20, 2013

"Lê" (Iqra’),"“Lê, em nome do teu Senhor, Que Criou; Criou o homem (...)”. (96ª Surata, versículos 1-2)"

por: M. Yiossuf Adamgy

Algumas pessoas leem muitos livros, mas não podem compreender o que leem, e alguns são incapazes de assimilar o que têm vindo a saber. 

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Como seres humanos conscientes, o nosso compromisso primário tem de ser ler e estudar, uma vez que não há comparação entre quem sabe e quem não sabe. Tal como o Glorioso Único diz no Alcorão Sagrado:

"São iguais, aqueles que sabem e aqueles que não?" (39:9).

Este nobre versículo foi revelado para aqueles que nunca ponderam, digerem ou põem em prática o que lêem.

Algumas pessoas leem muitos livros, mas não podem compreender o que lêem, e algumas são incapazes de assimilar o que têm vindo a saber. Allah, o Exaltado e Glorioso, diz:

"O exemplo daqueles que estão encarregados da Tora, e não a observam, é semelhante ao do asno que carrega grandes livros". (Alcorão, 62:5).

Não há nenhuma diferença entre aqueles que leem sem apreensão e não praticam o que aprenderam, e o asno carregado de livros. Pôr à prova a nossa compreensão não é tarefa fácil. O nosso abençoado Mestre disse que uma hora de contemplação é mais amada por Deus que sessenta anos de adoração...

O turco místico Yunus Emre, escreve: conhecer é compreender o conhecimento, conhecer é compreender a si mesmo; se não te compreendes a ti mesmo, de que serve ler?

O conhecimento sem contemplação causa sofrimento igual que o alimento não digerido. Ler pode ser enten-dido simplesmente como virar as páginas, mas a reflexão e a meditação requerem que o leitor aplique os seus poderes de apreensão. Ler é a habilidade prática para saber os valores simbólicos das letras, enquanto a verdadeira compreensão requer o conhecimento daquilo que estes símbolos se referem. O mais nobre Mensageiro recebeu a ordem de meditar na solidão do Monte Hira (Caverna), antes que lhe fosse dada a sua missão Profética.

As Fontes Islâmicas estão de acordo em que foi após este longo período de meditação que o Anjo Gabriel lhe trouxe a inspiração Divina. O ser humano é, na verdade, a coroa da criação. Tudo o que vemos neste universo foi criado para a humanidade.

O Sufismo, Tasawwuf em árabe, é a ciência do caminho místico que ensina ao ser humano o seu próprio e verdadeiro valor. "Aquele que conhece a si mesmo, conhece o seu Senhor". Essa tradição nobre torna-nos conscientes de que se, na verdade, um ser humano conhecer a sua própria impotência e mortalidade, compreenderá o poder e força, o esplendor e a majestade do seu Senhor e experimentará o que é o amor e o que é temer a esse exaltado Ser. O ser humano se torna verdadeiramente humano quando ele vê que foi criado com amor, e que o temor reverente da Verdade Divina é o princípio da sabedoria.

Ó amante buscador da Verdade! Os servos fiéis dos amigos de Deus, não são abandonados na necessidade. Se Qitmir foi admitido ao Paraíso porque era o cão dos Companheiros da Caverna, será desapropriado o servo de um Santo? Deus o proíba! Por certo que não será despojado e entrará no Paraíso com o ser que serviu. Acaso não nos disse o mais nobre Mensageiro (s.a.w.): "Estamos com aqueles que amamos".

O discípulo é o filho ou a filha espiritual do guia. Seria uma mãe ou um pai capaz de abandonar os seus descendentes, sem importar que as crianças fossem boas ou más? Os verdadeiros guias estão ainda mais compassivos para com seus filhos espirituais. Através do excesso de indulgência, ignorância ou falta de experiência, muitas vezes os pais levam os seus filhos para uma posição inferior a que eles poderiam ter obtido.

No entanto, como pais espirituais, os verdadeiros guias são inteiramente dedicados à elevação de seus filhos espirituais para posições mais elevadas, para guiá-los para a segurança e a felicidade neste mundo e na Vida Futura e para garantir o seu bem estar. Eles não abandonam nem mesmo os filhos de espírito maligno. Não duvidais disso. A aprovação do verdadeiro guia é a aprovação do nobre Mensageiro, e a aprovação de nobre Mensageiro é a aprovação de Deus, o Todo-Glorioso.

“Wa salamu aleikum wa ráhmatullahi wa barakatuh.

E a paz de Deus esteja convosco... ."

quinta-feira, setembro 19, 2013

VIVER E MORRER MUÇULMANO (SUBMISSO A DEUS).

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - 
JUMA MUBARAK

Tawaffani musliman wa alhiqni bi sualihin” - “…Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Cur’ane 12.101

 “Rabbaná af-rig ãleiná sab-ran wa ta wa fana muslimin” - “…Senhor nosso, concede-nos a paciência e faz com que morramos submissos a Ti (como muçulmanos)!” . Cur’ane 7:126

Abdullah Ibn Massude (Radyialahu an-hu), referiu que O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) jurou por Deus e disse: “acontece que um de vós praticar acções próprias da gente do paraíso até não faltar senão um palmo para chegar a este (paraíso) e aí ele ser antecipado pelo livro e começar a praticar ações da gente do inferno e assim ele entrar no inferno. E acontece que um de vós praticar ações da gente do inferno até não faltar senão um palmo para chegar ao inferno e começar a praticar ações da gente do paraíso e entrar no paraíso. (Bukari e Muslim).

Deus deu a cada um de nós a faculdade de distinguirmos o bem e o mal. Este mundo passageiro, é um autêntico teste para determinação do nosso destino na vida futura. No momento da nossa morte, a nossa crença, ou não, no Deus Único e nos Seus Profetas, é crucial para a determinação do nosso futuro. Há certos crentes que passam a sua vida felizes e com estabilidade financeira, agradecidos e cumpridores das orientações de Deus e do Seu Profeta. Quando lhes acontece alguma desgraça, por exemplo, perda de um ente querido, ficam revoltados, culpando tudo e todos. Mais grave do que isso, acabam por perder a fé, culpando a Deus pelos seus infortúnios. E ainda outros que passam a sua vida com o suficiente para a subsistência e submissos a Deus. Quando a sorte bate-lhes à porta, não saberão utilizar a riqueza, perdendo-se na luxúria, nos jogos de azar e no adultério. Morrerão desgraçados!

Outros passam a maior parte das suas vidas praticando maldades e prejudicando o próximo, esquecendo as orientações divinas. Mas perto do final das suas vidas arrependem-se e pedem perdão a Deus. “Todos os filhos de Adão são pecadores. Mas o melhor dos pecadores, é aquele que se arrepende e pede perdão”. Tirmidi. Tentam remediar todo o mal causado aos outros, reconciliando-se com eles e no momento da morte, morrem submissos a Deus (muçulmanos). “E diz (Ó Muhammad); “Ó meus servos que se excederam contra si próprios, não desespereis da Misericórdia de Deus; certamente Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo”. Cur’ane 39.53.

A fé do ser humano tem sempre altos e baixos. Tudo o que lhe rodeia, condiciona ou lhe aumenta a fé. Embalado pelos bons momentos da sua vida esquece o Sustentador. As dificuldades que devem ser aproveitadas para nos reconciliarmos com o nosso Criador, podem também provocar desânimo e afastamento Dele. O ser humano deve preocupar-se em todos os momentos da sua vida, em manter acesa a chama da fé. O muçulmano deve pedir a Allah, o Criador e o Sustentador, para que lhe permita viver e morrer com fé e como muçulmano (submisso a Deus). Que lhe conceda a tranquilidade na sua sepultura e a facilidade na entrada no paraíso. O crente não deve limitar-se a pedir, mas deve demonstrar essa preocupação praticando boas acções e cumprindo com as obrigações religiosas. “Salvo aqueles que se arrependem crerem e praticarem o bem; a estes Deus computará as más acções como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo”. Cur’ane 25:70.

Para um crente, é melhor uma longa vida, porque lhe permitirá continuar a praticar boas acções, que lhe facilitarão a vida no Akhirat (vida do além). Quando uma doença grave nos atinge, não podemos pedir a Deus para nos levar depressa, mas devemos ter a paciência e pedirmos o alívio da dor. A dor e o sofrimento são uma espécie de purificação dos nossos pecados. Também servem de alertas para nos voltarmos para Deus, suplicantes e arrependidos. A dor é um “presente” e não um “castigo”. No Dia do Juízo Final, o fardo dos nossos pecados será menor. Procuremos em Deus, o bálsamo necessário para que a tranquilidade da alma atenue a dor do corpo. “Procurai o auxílio (de Deus) na paciência (Sabr) e na oração: na verdade isto é difícil, excepto para os que têm um espírito humilde”. Cur’ane 2: 45.

Ó Criador dos céus e da terra. Tu és o meu Protector neste mundo e no outro. Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Surat Yussuf: 101.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

sexta-feira, setembro 13, 2013

"Uma bela carta" - de Hazrat Aisha (r.a.), durante o reinando do Califa Muawiyya ...

Aisha durante o reinado do Califa Muawiyya

Muawiyya foi o sucessor do Imam Ali (r.a.), assassinado em momentos difíceis da história do Islão. A nossa intenção não é evocar aqui todas as intrigas que acompanharam a tomada de poder pelo califa Muawiyya e as suas desastrosas consequências para o futuro da comunidade muçulmana. Trata-se sim de insistir no papel e análise de Aisha (r.a.) ante a decadência do sistema político criado pelo Profeta (s.a.w.) e seus sucessores e ante o nascimento de um desvio do poder defendido por Muawiyya, que deu inicio ao primeiro sistema dinástico dos Omíadas.

Aisha (r.a.) não tardou em expressar o seu desacordo e a sua cólera face ao abuso de poder de Muawiyya. Muitos relatos históricos dão conta das suas propostas e críticas, particularmente, na morte do seu irmão, Mohammed Ibn Abi Bakr, governador do Egipto durante o reinado do Imam Ali (r.a.), assassinado pelos aliados de Muawiyya.[1] Por outro lado, criticou a recusa do novo califa e do seu governador Marwan Ibn al-Hakam, em enterrar al-Hassan perto do seu avô, o Profeta (s.a.w.). Também não mostrou medo ao condenar Muawiyya por ter mandado assassinar Hajar ibn Adi e os seus amigos, quando o visitavam. Publicamente, Aisha (r.a.) disse-lhe: “Ouve Muawiyya, não tens medo de Deus ao assassinar Hajar e os seus amigos?” [2]

Muawiyya sempre tentou, inutilmente, aproximar-se de Aisha (r.a.) para lhe pedir a sua opinião e o seu conselho. Enviava-lhe, com frequência, somas elevadas em dinheiro, que ela distribuía de imediato pelos mais necessitados. Um dia em que o Califa lhe escreveu a pedir conselhos, Aisha (r.a.) respondeu, clarificando o que pensava dele:

“As salam alaykum. Ouvi o Profeta (s.a.w.) dizer o seguinte: “Aquele que procura satisfazer a Deus decepcionando as pessoas, Deus o protegerá das pessoas. No entanto, aquele que busca satisfazer as pessoas decepcionando Deus, Deus deixá-lo-á como prisioneiro das pessoas. Salam”. [3]

Para instaurar uma espécie de monarquia hereditária durante o seu reino, Muawiyya aboliu o califado, primeiro sistema político da cidade muçulmana no qual, o califa é eleito depois de ser consultada a comunidade (shura). Desta maneira, lançou uma campanha, através de todos os territórios muçulmanos, favorecendo um juramento de fidelidade política para o seu filho Zayd.

Marwan ibn al-Hakam, filho do inimigo mais hostil do Mensageiro (s.a.w.), converteu-se num fervoroso apoiante da sucessão do filho de Muawiyya e pronunciou um discurso no qual justificava esta nova visão de poder. Isto provocou a ira de Abd ar-Rahman Ibn Abi Bakr, irmão de Aisha (r.a.), que respondeu:

“É mais parecido com uma ditadura hereditária como a de César. Agora vocês prestam juramentos de fidelidade aos vossos filhos!”[4]

Marwan, muito lastimoso com esta resposta, espalhou falsos rumores sobre Abd ar-Rahman, provocando um verdadeiro conflito no seio da comunidade. [5]

Aisha (r.a.) protestou violentamente contra o que dizia Marwan e defendeu o seu irmão neste contencioso político, optando pela shura (princípio da consulta). Ao recusar a designação de um sucessor entre família, o clã ou os amigos do califa, o Profeta (s.a.w.) decidiu um futuro e uma orientação específica para o conjunto dos muçulmanos. A mensagem que transmitiu sugeria o direito da comunidade eleger a pessoa mais qualificada e competente, sem ter em conta o sangue, a raça ou a etnia.

Aisha (r.a.) opôs-se a esta nova visão do poder no Islão que se converteria numa profunda chaga na história da civilização muçulmana: a monarquia hereditária despótica, verdadeira perversão do poder político que evoluirá até um verdadeiro despotismo arcaico (mulk).

Os leitores interessados em saberem mais sobre a nobre biografia de Hazrat Aisha (r.a.), poderão ler, em livro, a vida de "Aisha (r.a., Esposa do Profeta (s.a.w.)", de autoria de Asma Manrabet. Este livro encontra-se traduzido em português, e foi editado pela Al Furqán. A Sinopse completa sobre este livro pode ser vista neste link:

Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy
(Director de Al Furqán)

[1] - Said Ramadan al Bouti, Aisha um al-muminin, al Farabi, Damas,1998, p. 66.

[2] -Ver a este respeito a interessante análise política desta época no livro de Nadia Yassine, Todas as velas para fora, Alter Editions, Paris. 2002.

[3] - Said Ramadan al-Bouti, o. cit. p. 132.

[4] - A resposta às rectificações feitas por Aisha (r.a.) aos companheiros encontra-se na obra do Imam Az-Zarkashi, Edition al-Khangi, 2001, Cairo, p. 126.

[5] - Sobre esta questão, ver o debate dos ulemas. Ibid. P. 126

quinta-feira, setembro 12, 2013

TEMA DA SEMANA: A LÍNGUA – Terceira e Última Parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Outra forma de difamar um crente, é chamá-lo à atenção em frente de outras pessoas. É uma humilhação que alguns sentem o prazer de cometer. Se vermos alguém a praticar algo que consideramos errado, deveremos chama-lo à parte e conversar com ele. Nunca o devemos fazer à frente de todos e ainda em voz alta, para dar ênfase ao “nosso saber”. A melhor maneira é pedir ao responsável da Mesquita, ou alguém mais erudito para falar com ele. Lembremo-nos de que com a globalização, estamos juntos nas orações com irmãos de todos os quadrantes. Cada um aprendeu nos seus países, de acordo com as 4 escolas sunitas. O desconhecimento da existência dessas pequenas diferenças, podem causar estranheza e discussões desnecessárias. Já temos assistido a discussões violentas de duas pessoas, cada uma defendendo a sua posição e cada uma pensando que sabe mais do que o outro, quando na realidade, nada sabem. “Depois de assentar a poeira, verás se montavas num cavalo ou num burro.” (ditado popular muito utilizado no meio muçulmano). Os eruditos têm uma responsabilidade acrescida. Como responsáveis religiosos, dão orientações religiosas à comunidade e muitas vezes não seguem essas mesmas orientações. “Faz aquilo que eu digo e não aquilo que eu faço”. Ammar (Radiyalahu an hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tiver duas caras neste mundo, terá duas línguas de fogo no dia da Ressurreição” . 41-4855 Sunan Abudawud.

Os gestos também se expressam no bom e no mau sentido. Quantas vezes utilizamos gestos para ridicularizar, difamar e menosprezar os nossos semelhantes? Com os dedos das nossas mãos, fazemos gestos para caracterizar uma situação ou então para ofender as pessoas. Ai das mãos que também prestarão contas por tudo o que o nosso coração lhes ordenou! “Ó féis, evitai tanto quanto possível a suspeita, porque algumas suspeitas implicam em pecado. Não vos espreiteis nem vos calunieis mutuamente. Quem de vós seria capaz de comer a carne do seu irmão morto? Tal atitude vos causa repulsa! Temei a Deus, porque Ele é Remissório e Misericordiosíssimo”. Cur’ane 49:12

O Profeta proibiu a sua família de falar mal dos outros, como é referido numa passagem em que Aisha (Radiyalahu an-há), ao falar de Saffiya, dizendo tal e tal e um terno que significa de que ela é duma estatura baixa. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) repreendeu-a, dizendo: “Você disse uma palavra que se fosse misturado no mar, o mesmo mudaria de cor”. Sunan Abu Dawood. 41/4857. Aproveitemos a oportunidade, enquanto estiverem vivos aqueles que ofendemos, para lhes pedirmos desculpas pelo mal causado pelas nossas línguas , porque se não o fizermos, na prestação de contas as nossas boas acções serão entregues aos

ofendidos como compensação, até que se esgotem e passemos a assumir os pecados deles. Mas se o ofendido não aceitar o pedido de desculpas ou se a situação não for possível para essa remissão pelas teimosias dos ofendidos, então deve pedir perdão a Deus pelo sucedido e falar bem deles publicamente. “Ó meus servos que se excederam contra si próprios, não se desesperem da Misericórdia de Deus, certamente que Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Clemente e Misericordioso. ” Cur’ane 39:53.

Habituemos a nossa língua a falar o bem e a verdade. A verdade conduz à virtude e a virtude conduz ao paraíso. A mentira leva à maldade e a maldade leva ao inferno. Falamos mentiras, como se fosse algo normal e quando alguém nos pede contas, dizemos: “eu estava a brincar”. Na presença ou não dos nossos amigos, da nossa família, em especial dos nossos filhos, não devemos utilizar palavrões, mesmo a linguagem grosseira que possa ser considerada menos ofensivas. Lembremo-nos de que os nossos filhos têm tendência de nos copiarem, das nossas atitudes e das nossas palavras. Assim eles se absterão do mal dizer. Quando os nossos filhos nascem, preocupamo-nos em ensina-los a transformarem os pequenos sons em palavras. Porque não incluir também “Lá ilah ilallah”? Para os mais adultos, a língua deve estar sempre úmida, na recordação de Deus. O Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “As duas palavras a seguir, são frases os expressões muito fáceis para a língua e muito pesadas na balança (da recompensa) e muito amadas pelo Misericordioso Todo-Poderoso: Subhan Allah Wa Bi-Hamdihi; Subhana Allahi-L-Ãzim”. Bukhari 78:673.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

12/09/2012

sábado, setembro 07, 2013

IRMAMDADE NO ISLAM

Centro Islâmico de Brasília-DF - Khutuba : Sheikh Muhammad Zidan

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Não reparas em que Allah conhece tudo quanto existe nos céus e na terra ? não há confidência entre três pessoas, sem que Ele seja a quarta delas ; nem entre cinco, sem que Ele seja a sexta ; nem que haja menos ou mais do que isso, sem que Ele esteja com elas, onde quer que se achem. Logo, no Dia da Ressurreicão, os inteirará de tudo quanto fizerem, porque Allah é Onisciente.

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos e irmãs muçulmanos nosso assunto trata sobre a irmandade dentro do Islam, e como deve ser nosso comportamento com nossos irmãos muçulmanos. Assim devemos viver juntos com união e respeito para termos paz e confiança um com outro. Allah(SWT) criou duas pessoas, e com essa FÉ que devemos nos manter unidos . Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL HUJURAT vers 13 : « Ó homens ! Por certo, Nós vos criamos de um varão e de uma varoa, e vos fizemos como nações e tribos, para que vos conhecais uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah é o mais piedoso. Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor."

A essência da irmandade é o conhecimento que as pessoas tem uma com a outra, e esse conhecimento influência na união ; e da mesma forma que acontece os conflitos e as divergências, no qual a influência no relacionamento delas como brigas por direitos, limites, etc... de cada um, que demostra as diferenças entre o certo e o errado. Mesmo tendo essas diferenças não devemos nos esquecer a nossa origem e a nossa FÉ, e voltarmos ao caminho certo, que é a melhor decisão diante de Allah(Louvado Seja), pois Ele é o Todo Poderoso. O Islam veio com a mensagem da irmandade entre os muçulmanos, devemos nos dedicar e estudar para não desviar desse caminho que nos fortalesse e nos orienta ao caminho de Allah(SWT).

Todos nos somos da mesma origem do mesmo pai e mãe, e somos da mesma família. Quando nos unimos no mesmo caminho do Islam, não importa se é do sul ou do norte, essa união dos da força para suprir todas as nossas necessidades materias espirituais. Essa irmandade é como uma árvore que os galhos que crescem e se espalham,saindo de um só tronco. Também existem as pessoas egoístas que só gostam deles mesmos, não se preocupando com os outros irmãos, desejando o bem só para eles mesmos. E esse tipo de pessoa só procura as outras pessoas atrás de seus interesses e desejando resolver só o seus problemas. O Islam combate esse tipo de pessoa, o egoísta, pois a vida foi feita não para esse próposito individualista.

Pois Allah(SWT) nos deu responsabilidades a conciência para ajudar e matermos a irmandade entre nos muçulmanos um com outro. Não devemos desejar o mal ou coisas ruins para nossos irmãos, e sim desejar o bem, orientar ao caminho certo, ajuda-los nas dificuldades. No Hadith do Profeta Muhammad(que a paz de Allah esteja com ele) disse : « Como os crentes com seu amor mútuo, misericordia e compaixão nos tornamos um corpo só, se um membro se queixar de dor, o resto sente febre como se fosse um só corpo. » Esse sentimento nos faz mantermos unidos e nos aproxima com intuito de resolver o problemas de nossos irmãos, essa ação nos engrandece e Allah(SWT) abençoa a nossas vidas. Num outro Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) disse :

"O muçulmano é irmão de outro Muçulmano. »

Um dos sinais que a irmandade é amar seu irmão e desejar o bem, da mesma forma que você deseja para si mesmo, devemos desejar esse bem para nossos irmãos, esse sentimento nos aproxima de Allah(SWT) e Ele o Todo Poderoso nos da graça de nossas ações. Num outro Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) disse : « Meu amor é definitivo para aqueles que amam um ao outro por minha causa. E para aqueles que atendem a reunião por minha causa, e aqueles que visitam uns aos outros por amor de mim, e os que fazem o seu melhor para o outro por minha causa. Allah irá dizer no dia da ressurreição. Onde estão aqueles que amavam por causa da minha magnificência ? Hoje, vou dar-lhes a minha sombra, o dia não há outra sombra, exceto o meu. » Certa vez Abu Abass ao entrar na mesquita encontrou um homem e o saldou-o, percebendo que ele encontrava-se triste, questionou-o qual o motivo de sua tristeza ; respondendo que ele era um homem de grandes poderes junto do seu povo, e que Allah(SWT) havia tirado essa graça dele, por ele te-la usado de forma errada ; orientando se uma pessoa ou líder tiver esse poder deve saber usar com sabedoria em prol do povo e para a união do povo fazendo sempre o bem. Assim ao ter poder e ser humilde e ter o proposito de ajudar a unir as pessoas com objetivo de agradar a Allah(SWT). No Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) : « Um líder deve fazer sua obrigação e Allah(SWT) o abençoa, caso ele não faça essa graça passa para outro. » Meus irmãos muçulmanos quem teme a Allah(Louvado Seja) e quem da prioridade a união dos muçulmanos esse é o caminho mais favoravel, e desta forma se tornão irmãos de sangue e uma união permanente. Isso que fortalece a nação muçulmana. E o Profeta Muhammad(SAAW) enfatizou para essa irmandade para combater todas as ameaças que os muçulmanos estão recebendo no mundo e para que não sejamos perdedores. Como ocorreu e YATRIB atual Madina quando se tornou a primeira cidade muçulmana com a união de todos, esse fato só ocorreu com a união de todos os muçulmanos independente de raça cor ou língua, tudo isso para enfatizar que a unidade é um dos maiores objetivo dos Islam. Que Allah(SWT) nos ajude a estabelecer o verdadeiro espírito de irmandade e fraternidade por esquecer nossas diferenças e agirmos de acordo com os ensinamentos do Alcorão Sagrado e de nosso amado Profeta Muhammad(SAAW). Que nos guie para o caminho certo.

Ó fieis se arrependam, pois Allah(SWT) perdoa o pecado dos arrependidos. Salamo Aleikom

SWT) SUBAHANA WA TAALA (LOUVADO SEJA ALLAH)

(SAAW) SALA ALLAHU ALEIREM WA SALAM ( QUE A PAZ DE ALLAH ESTEJA COM ELE)

ALLAH= DEUS

YATRIB=ATUAL CIDADE DE MADINA

HADITH=DITOS DO PROFETA MUHAMMAD(SAAW)

Estamos conscientes de que a tradução do sentido tanto da khutuba (Sermão) quanto do Alcorão Sagrado, seja qual for a precisão, é quase sempre inadequada para realçar o magnífico sentido do texto , a tradução pode conter falhas ou lapsos como todo ato humano. (Que Allah (SWT) nós perdoe).

sexta-feira, setembro 06, 2013

Expliquem a seus filhos o que é a Hajj

Anualmente, os muçulmanos de todo o mundo se preparam para a época da Hajj, e aqueles que têm a intenção de realizar este ritual sagrado dirigem-se a Meca, numa viajem espiritual da fé. A esse cumprimento do 5º Pilar do Islam dá-se o nome de Hajj ou Peregrinação.

Nesses dias, os nossos filhos têm a oportunidade de ouvir um montão de notícias sobre a Hajj (Peregrinação a Meca [ár. Makkah]); no entanto, a maioria deles não está ciente dos muitos detalhes associados com este momento sagrado. Quando as crianças começam a per-guntar sobre a Hajj, alguns pais sentem-se um pouco desconfortáveis para fazê-las entender.

Neste artigo, recolho informações em forma de conselhos para ajudar os pais a explicar a temática da Hajj, de forma simples, a seus filhos.

Prepare-se, muito bem, para lição da Hajj, antes de juntar os seus filhos para uma palestra introdutória. Obtenha livros islâmicos para crianças ou artigos e leia o que as crianças podem dizer sobre a Hajj (consulte artigos a respeito neste link, em língua portuguesa: http://alfurqan.pt/index.php/temas-islamicos/hajj-peregrinacao-a-meca). Isso lhe vai ajudar a entender os principais pontos que se destacam na lição.

• Eles precisam de algo mais do que uma palestra. Poderá obter fotos de muçulmanos em peregrinação, cartazes, mapas, sites, trechos de livros e material de vídeo, por exemplo.

Cobrir estes pontos na sua lição:

- Os Cinco Pilares do Islão e onde a Hajj se ajusta nesses pilares. A Hajj é - uma vez na vida - obrigação para os muçulmanos que tenham a capacidade física e financeira para fazer a viagem. É também uma forma de adoração que envolve todo o ser: corpo, mente e alma.

- A história do Profeta Ibrahim [Abraão] (que a paz esteja com ele) e o sacrifício que Deus o pediu de fazer.

- Descreva a Hajj a seus filhos e explique mais sobre a diversidade de muçulmanos que se reúnem para adorar a Deus, e identifique as razões que dão os muçulmanos para realizar a Hajj:

1. Tente tratar da Hajj, descrevendo exactamente como ele é feito. Faça um modelo da Caaba: pode ser feito com uma caixa de papelão cúbica, um pouco de tinta preta, e uma linha de material franja com cor de ouro. Se possível, obtenha algumas bonecas e bonecos para demonstrar como se realiza a Hajj.

2. Explique às crianças que roupa costumam utilizar os muçulmanos na Hajj e por quê. Além disso, consiga que um de seus filhos seja o modelo com ihram, roupas que colocam os homens durante a Hajj e 'Umrah.

3. Fale sobre a Talbiyah (o que recitam os peregrinos durante a Hajj) e recitem junto o Takbir de 'Eid.

4. Além de falar sobre como realizar a Hajj, poderá dar detalhes sobre a Caaba, da sua construção e das suas reparações (Para o efeito, pode consultar o livro editado pela Al Furqán: «A História de Makkah Mukarramah»)

5. Fale sobre o que os muçulmanos fazem na Caaba:

- Explique como a Hajj é diferente de uma viagem de férias.

- Explique o que os muçulmanos fazem em Arafat, Muzdalifah e Mina.

- Incentive as crianças a reflectir sobre a ideia de que os muçulmanos viajam com a esperança de que a viagem vai mudá-los, ou seja, eles se tornarão mais desenvolvidos espiritualmente, pela experiência.

- Converse com seus filhos a ideia de que, para muitas pessoas, a vida religiosa consiste na sensação de estar envolvido na tarefa de desenvolver espiritualmente, na medida do possível.

Tempo para o exercício

Convide as crianças para explicar ou representar como uma pessoa pode voltar da Hajj e como ela se sente transformada pela experiência. As crianças podem ter acesso a uma variedade de recursos que existem, como fotos, mapas, histórias, material de vídeo, etc., a fim de encontrar respostas para o seguinte:

1. Localizar num mapa os lugares de peregrinação nos arredores de Meca.

2. Quem deve realizar a Hajj, e quando?

3. O que devem vestir quando os muçulmanos estão em peregrinação em Meca, e porquê?

4. Onde está a Caaba? Que aspecto tem e quem a construiu?

5. Que fazem os peregrinos quando chegam, pela primeira vez, na Caaba, em Meca, e porquê?

6. Que fazem quando os peregrinos vão para Arafat, e por quê?

Ao responder a estas perguntas, in cha Allah, os seus filhos terão compreendido o essencial sobre a Hajj e saberão o que significa a Hajj.

Para aqueles que irão, este ano, em Peregrinação, desejo-lhes uma boa viagem espiritual da fé, que orem por mim e que apresentem, em Medina, os salames também da minha parte, ao nosso querido Profeta Muhammad (s.a.w.) ■

Por: M. Yiossuf Adamgy / Al Furqán

quinta-feira, setembro 05, 2013

A LÍNGUA – Segunda Parte- JUMA MUBARAK

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)

Luqman foi agraciado por Deus com sabedoria e deixou importantes recomendações para toda a umanidade. Não foi um Profeta, mas Deus revelou um capítulo completo do Cur’ane com o seu nome. Lucman, dirigindo-se ao seu filho com palavras sábias e contundentes, exorta toda a humanidade para o melhor carácter e para terem cuidado com a língua , como por exemplo: “E modera o teu andar e baixa a tua voz, porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos ”.Cur’ane 31:19. Quem fala muito, pode exagerar no que diz ou pode até incorrer em erro. Por isso, Luqman recomenda: 

Ó meu filho, eu nunca senti qualquer arrependimento por guardar silêncio. Se as palavras são de prata, o silêncio é de ouro”. Uma vez, quando Luqman era escravo, o seu senhor ordenou-lhe para matar uma cabra e depois trazer-lhe duas das mais agradáveis partes . Luqman assim fez e trouxe para ele, a língua e o coração . E o seu senhor perguntou-lhe se não havia mais nada agradável, em relação àquilo que trouxe? E Luqman respondeu que não. Mais tarde, o seu senhor ordenou-lhe para matar outra cabra e trazer-lhe as duas partes mais malignas do animal. Assim fez Luqman e trouxe a língua e o coração . O ordenante, surpreendido, replicou: Eu ordenei-te que me trouxesses as partes mais deliciosas e tu trouxeste a língua e o coração. E depois ordenei-te para trazeres as partes mais malignas e tu voltaste a trazer a língua e o coração. Como pode ser isso? Luqman disse: “Nada mais pode ser mais delicioso do que a língua e coração se eles forem bons e nada mais poderá ser mais maldoso, se os mesmos forem malignos”.

Abdullah b. Amr b. al-As referiu que alguém perguntou ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quem dos muçulmanos é o melhor. O Profeta respondeu: “de cujas mãos e língua os (outros) muçulmanos estão seguros”. Muslim 1.64. Uma das recomendações do islam, é o de mantermos boas relações de amizade com os nossos vizinhos, independentemente da sua filiação religiosa. Não escolhemos os nossos vizinhos e por isso é natural que nos encontremos rodeados de pessoas de todos os extractos socias. São eles os primeiros a socorrer-nos quando surge uma preocupação. Esta belíssima recomendação não é seguida por alguns, que utilizam linguagem violenta, criando conflitos permanentes. Uma mulher (ou homem) que efectua as suas orações, jejua e distribui a caridade, mas que a sua língua incomoda e magoa os vizinhos, será uma das residentes do inferno. Bhukari.

Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, Deus fixou para o filho de Adam, a sua parte inevitável do adultério e ele está ciente disso ou não. O adultério do olho é olhar (para algo que é pecado olhar) e o adultério da língua é proferir (o que é ilícito); o que anseia e deseja (adultério) e as partes íntimas transformam isso em realidade ou se abstém de se submeter à tentação . Bhukari 77.609

Quando duas ou mais pessoas se encontram, é natural que depois de se cumprimentarem, troquem impressões acerca dos diversos aspectos das suas vidas. Esgotada a política o futebol e receitas culinárias, para preencherem os temas da conversa, passam a falar dos ausentes, caindo na calúnia . “Ai do difamador e do caluniador”. Cur’ane 104.1. Se não tiverem mais motivos de conversa, é melhor estarem juntos em silêncio, do que falarem só por falar, dizendo bobagens e acabando por caírem na calúnia. Diz o provérbio árabe: If you can’t say a good word, keep silent. Se não conseguires dizer uma boa palavra, fique calado!. 

O Isslam ensina-nos de que o valor do crente é medido pelo seu carácter e não pela etnia, cor ou riqueza. Nas entradas das Mesquitas, enquanto não se iniciam as orações, é habitual vermos os crentes em pequenos grupos dialogando. Infelizmente, em alguns desses agrupamentos afiam-se as línguas, difamando os que não se encontram presente. “Ó fiéis, que nenhum povo zombe do outro; é possível que (os escarnecidos) sejam melhores do que eles (os escarnecedores). Que nenhuma mulher zombe de outra, porque é possível que esta seja melhor do que aquela…”. Surat Hujjurat 49.11. Seria melhor que fizessem companhia aos que se encontram dentro da mesquita em meditação.

Consta num hadice de que o Profeta Muhammad (Sallalahu Aleihi Wassalam) estava a passar com os seus companheiros perto de duas sepulturas e foi-lhe revelado que os ocupantes dessas duas campas estavam a ser castigados, um porque andava sempre a intrigar e a caluniar e o outro porque não se cuidava da urina. –Bhukari e Musslim.

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!.

In Sha Allah, será concluído no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 05/09/2013 abdul.manga@gmail.com