sexta-feira, abril 26, 2013

O Caráter do Muçulmano - 11‏

Bismillah!

As Maneiras de Conversar - O Comportamento Correto nas Conversações - As Maneiras de Conversar Shaikh Mohamad Al Ghazali - Tradução: Prof. Samir El Hayek

A língua e o idioma são dádivas valiosos de Deus. São estas dádivas de Deus ao homem que o tornam superior às outras criaturas.

“O Clemente ensinou o Alcorão. Criou o homem e ensinou-lhe a eloquência“ (55ª:1-4)

Quanto maior a dádiva, maior deveria ser sua retribuição. Ser agradecido por ela é tão necessário quanto é repreensível ser ingrato.

O Islam explicou como as pessoas podem obter o melhor resultado (no uso) dessa dádiva sem igual, e como as palavras que fluem de suas línguas durante todo o dia, podem ser usadas para o bem e pela verdade. Não são poucas as pessoas que nunca se cansam de falar.

Se você analisar tais conversas, descobrirá que em sua maioria, consistem de coisas insensatas, absurdas e imprestáveis, apesar de Deus não ter conferido essa faculdade aos homens para tal uso:

“Não há utilidade alguma na maioria dos seus colóquios, salvo nos que recomendam a caridade, a benevolência e a concórdia entre os homens. A quem assim proceder, com a intenção de comprazer a Deus, agraciá-lo-emos com uma magnífica recompensa“ (4ª:114)

O Islam dedicou uma atenção especial à fala, seu estilo, sua etiqueta e suas regras, porque aquilo que sai da boca de um homem expõe seu nível intelectual e sua natureza moral, porque o comportamento conversacional em um grupo revela seu padrão geral, e demonstra o padrão de decência do seu meio ambiente. 

Antes de se dirigir-se aos outros, olha para si mesmo, e pergunte-se se aquele momento é asado para que fale. Se a resposta for afirmativa, então fale, em caso contrário, o silêncio será bem melhor. Para evitar de falar desnecessariamente em ocasiões apropriadas é uma forma de merecer grandes recompensas:
 
Abdullah ibn Masud disse:
“Pelo Ser além do qual não há nenhum outro Deus, nesta terra não há ninguém mais merecedor de aprisionamento do que a língua.” (Tabarani).

Abdullah Ibn Abbas disse: “Cinco coisas são mais importantes do que os cavalos de pernas listradas de preto:

1. Não te envolveres em conversações sem sentido, porque são inúteis e absurdas, e eu me preocupo pelo temor de que venhas a cometer um pecado;
2. Fala objetivamente quando houver uma oportunidade para isso, pois há gente que fala sem que haja motivo para tal. Isto e um estorvo;
3. Não te envolvas em discussões acaloradas nem com um homem inteligente nem com o tolo. Se ele for inteligente, ele ficará zangado contigo e te odiará, e se ele for tolo e mal educado, poderá te machucar;
4. Na ausência de um irmão, fala dele do mesmo modo como gostarias que ele falasse de ti na tua ausência, e considere-o inocente daquilo que tu gostarias que ele te achasse inocente;
5. Aja como um homem que pensa ser recompensado por uma boa ação e castigado ao cometer um crime.” (Ibn Abi-al-duniya).

O muçulmano é capaz de desenvolver estes atributos em si mesmo somente se mantiver sua língua sob controle, e for capaz de ficar calado sempre que necessário. Ele deve ser capaz de segurar as rédeas de sua língua; quando necessária, deve ser capaz de falar, e quando não for necessário, deve ser capaz de calar.

Aqueles que são dominados por sua língua, são sempre impelidos para trás, e nos afazeres da vida recebem insultos e má reputação.

A Segurança está no Silêncio

Ao falarmos absurdos e despropositadamente, perdemos nosso bom senso. Aqueles que querem impressionar aos outros participantes de uma reunião com sua eloquência  falam com tal habilidade e interminavelmente que as palavras lhes saem da boca como água de uma chuva torrencial. E apesar de procurarem convencer aos outros de quanto são sábios, inteligentes e previdentes, as vezes a impressão que resulta dos seus longos discursos e justamente a contrária, e de seus assuntos as pessoas concluem que não há nenhuma relação entre o que eles querem fazer as pessoas crerem a respeito deles e o que eles realmente são.

Quando um homem quer ponderar sobre a sua posição e quer arrumar seus pensamentos religiosos, ele geralmente foge dos ambientes barulhentos e da algazarra, refugiando-se em lugares tranquilos  E por isso, o Islam recomenda o silêncio e o considera como o meio mais adequado à instrução de forma civilizada, sem que dela advenham surpresas
O Profeta tinha, entre outras coisas, aconselhado Abu Zar da seguinte forma:

“Adote o silêncio. Esse e um modo de fazer Satanás fugir, e um grande aporte para você em relação à sua religião.” (Ahmad).

Sem duvida, a língua é uma corda nas mãos de Satanás. Ele a brande para o lado que quer. Quando um homem é incapaz de controlar os seus assuntos, sua boca se transforma em passagem para todas as conversas negativas que contaminam o coração e o cobrem com o manto da negligência .

O Profeta disse: “A fé de um homem não pode ser correta se o seu coração não for probo, e seu coração não pode ser probo se sua língua não for correta. (Ahmad).

A primeira etapa dessa correção e probidade e de que o homem deve lavar suas mãos de todos e quaisquer assuntos irrelevantes e não interferir naqueles assuntos que não lhe dizem respeito (pelos que ele não tiver responsabilidade).“A excelência da fé de um homem está em ele desistir de esforços inúteis.” (Tirmizi)

Saber Evitar a Tolice é uma Condição Para o Êxito

Saber evitar as coisas irrelevantes e tolas é uma condição para o êxito e para a perfeição. O Alcorão menciona isso entre dois deveres essenciais (Faraid) dos muçulmanos, o que dá uma ideia de sua importância.

“É certo que prosperarão os fiéis, que são humildes em suas orações, que desdenham a vaidade, que são ativos em pagar o zakat.” (23ª:1-4).

Se todos os homens do mundo somassem os esforços que fazem em participar de conversas e atos tolos, perceberão que uma grande parte das longas histórias que contam, noticias que transmitem, narrativas, discursos e anúncios consistem de coisas vãs, insignificantes e inúteis, que são até ansiosamente observadas, e ouvidas, mas das quais ninguém obtém qualquer beneficio.

O Islam manifestou sua desaprovação das conversas e coisas sem sentido, porque as coisas superficiais e inúteis não tem qualquer valor para ele. Ele não gosta de ver o homem não se ocupar dos assuntos para os quais foi criado, e em lugar disso, que fique a desperdiçar sua vida envolvendo-se com outros assuntos irrelevantes.

Quanto mais distante um muçulmano estiver de alguma coisa absurda e irrelevante, tanto mais digno será o conceito que Deus terá dele.

Anas ibn Málik diz que quando um homem morreu, outro fez um comentário a respeito dele na presença do Profeta dizendo que ele iria para o Paraíso. O Profeta o interrompeu e disse: “Então você não sabe? É possível que ele tenha praticado alguma conversação fútil ou tenha sido avaro em gastar sua riqueza, apesar de tais coisas não resultarem em qualquer redução.” (Tirmizi)

Um palrador fútil, devido à fraca coordenação entre seu pensamento e sua língua, diz qualquer coisa que lhe vêm na ponta desta. Algumas vezes diz até coisas que o põem em perigo, e ele destrói seu próprio futuro. Diz-se que quanto mais alguém fala, tanto mais erros comete. Certo poeta árabe disse:

O jovem morre pelas falhas de sua língua enquanto que não ocorre morte por causa da falha dos pés.”

Na tradição está afirmado: “Um homem diz algo para fazer quem está presente rir, apesar de em consequência disso ele vir a ser atirado às regiões mais longínquas entre a terra e o céu. O falhar das pernas causa muito menos mal do que a falha da língua.” (Baihaqui).

O Discurso Acalentador e o Recurso do Missionário

Quando um homem precisa falar, deve dizer algo bom e proveitoso. Ele deve acostumar sua língua a pronunciar coisas boas, decentes e respeitosas, porque a melhor manifestação dos pensamentos e sentimentos do coração e da mente e a literatura clássica, com a qual Deus abençoou os seguidores de todas as religiões.

O Alcorão mencionou claramente que o tratado firmado por Moisés com os Bani Israel também incluía a condição de que eles se dedicassem a conversas proveitosas e sadias:

E de quando exigimos o compromisso dos israelitas, ordenando-lhes: Não adoreis senão a Deus; tratai com benevolência vossos pais e parentes, os órfãos e os necessitados; falai ao próximo com doçura; observai a oração e pagai o zakat. Porém, vós o renegastes desdenhosamente, salvo um pequeno número dentre vós.” (2ª:83)

A conversa clara e decente impressiona tanto a amigos como a inimigos, e seus doces frutos podem ser prontamente desfrutados. Ela preserva o amor entre os amigos. Ela fortalece as amizades e as torna mais duráveis, e derrota todos os truques do demo para enfraquecer essas relações e de semear as sementes da discórdia entre eles.

“E dize aos meus servos que digam sempre o melhor, porque Satanás semeia dissenções entre eles, pois Satanás é um inimigo declarado do homem.” (17ª:53).

O diabo se esconde em cilada contra o homem. Ele tenta lançar nele as sementes da discórdia, da inimizade e do ciúme. Ele quer ver as discussões comuns se transformarem em sangrentas batalhas, e de que nenhum impedimento seja lançado nos seus empenhos por meio de conversa boa, decente e sadia.
Se você falar educadamente aos seus inimigos, fará desaparecer a inimizade deles, e esfriarás o ânimo deles, ou pelo menos será possível perceber uma nítida mudança na atitude hostil deles.

Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se em íntimo amigo!” (41ª:34).

Para tornar os muçulmanos de todas as condições bem-comportados e possuidores de boas maneiras, o Profeta disse: “Não sereis capazes de governar os povos através da vossa riqueza, mas sim por intermédio da boa figura e das boas maneiras poderão conquistar seus corações.” (Al-Bazzar). Ao modo de ver do Islam, não presentear alguém enquanto se comportar de maneira decente e com boas maneiras, e melhor do que presenteá-lo de maneira indecente e causando-lhe dor.

Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis à caridade seguida de agravos, porque Deus é, por Si, Tolerante, Opulentíssimo.” (2ª:263).

A conversa decente e um hábito tal que se conta entre as virtudes e os bons atributos, e aquele que pratica esse hábito se torna digno das graças de Deus e para ele se credita a felicidade eterna.

Anas narra que certo homem pediu que o Profeta lhe ensinasse um ato tal que o habilitaria a entrar no Paraíso.

O Profeta respondeu assim: “Alimente os pobres, pratique o cumprimento (salaam) à noite, quando as pessoas estiverem desfrutando de um bom sono, faça suas orações, e você entrará no Paraíso em paz.” (Al-Bazzar).

Deus nos mandou praticarmos modos decentes e sérios no falar, quando tivéssemos que debater com seguidores de outras religiões. Nossa conversa não deve nem ser intensa nem acalorada, nem irada. Entretanto, aqueles que forem agressivos conosco, e necessário fazer cessar a agressão deles.

E não disputeis com os adeptos do Livro, senão da melhor forma, exceto com os iníquos, dentre eles.” (29ª:46).

Os grandes homens sempre cuidam em todas as situações de não pronunciar nenhuma palavra a mais ou inútil, nem assumem quaisquer atitudes de orgulho ou tolice com qualquer espécie de criatura.

Malik relatou que Yahya ibn Said lhe contara que Jesus Cristo certo dia, passando por um porco, dirigiu-se a este dizendo: “Passe em paz.” Lhe perguntaram: “Falas assim com um porco?” E ele respondeu: “Temo que a minha língua não esteja habituada a conversa grosseira.”

A Resposta aos Malcriados e o Silêncio

Algumas pessoas continuam malcriadas, de ânimo esquentado e mal educados por toda a sua vida. A fé e a crença delas não parece ser perturbada por tais males, nem a moralidade deles os afeta ou admoesta. Eles não hesitam em contar aos outros coisas que lhes sejam desagradáveis. Onde quer que encontrem condição para desabafar, suas línguas se precipitam em soltar torrentes de palavras vulgares e obscenas, como cavalos em debandada. Nenhuma exclamação os interrompe, nem qualquer outra voz os inibe.

A atitude de um cavalheiro com tais pessoas e a de não se envolver em discussões com tais pessoas, porque qualquer provocação pode se transformar em grande tumulto, e é necessário calar tais fontes de problemas. Por esta razão o Islam ordenou que se ignorassem as pessoas tolas e insensatas.

Certa vez, uma dessas pessoas analfabetas se encontrava parada à porta da casa do Profeta, pretendendo entrar ali. O bom Profeta tratou-a com decência e conseguiu persuadi-la a ir-se embora. Não havia nenhum outro jeito de resolver a situação senão pela tolerância e indulgência, que são o único manto com que podem ser calados os ignorantes e os tolos. Se o Profeta houvesse permitido aquela pessoa de fazer tudo que ela pretendia, então teria tido que escutar toda a conversa fiada de que ficaram livres os seus ouvidos.

Aicha conta que certo homem pediu licença ao Profeta para entrar em sua casa, ao que o Profeta comentou: “Que mau exemplo e esse homem em sua família!” Quando ele entrou, o Profeta conversou com ele agradável e docilmente. Depois que ele se foi, ela perguntou-lhe: “O Mensageiro de Deus! Escutastes esse homem conversar daquela maneira e no entanto não houve nem sinal de perturbação no seu rosto, pelo contrário, conversastes com ele cordialmente?” O Profeta respondeu: “Ó Aicha! quando foi que me ouvistes falar vulgarmente? No Dia do Juízo Final diante de Deus, o pior dos homens será aquele que tiver evitado que as pessoas de fala vulgar o encontrassem.” (Bukhári)

Essa política é tão certa, que sua realidade se comprova por nossa experiência no dia-a-dia, pois como seria possível a tal homem macular suas boas maneiras consorciando com uma pessoa mal educada? Se ele começar a ensinar boas maneiras a toda pessoa mal educada e tola, então sua vida não passará de um monte de problemas. Por esta razão, o sagrado Alcorão, ao relacionar as qualidades dos servos de Deus, mencionou primeiramente esta tolerância deles!

E os servos do Clemente são aqueles que andam pacificamente pela terra e, quando os incipientes lhes falam, dizem Paz!” (25ª:63)

O homem é capaz de engolir sua ira uma vez, duas, mas a certa altura ele explode.

Já do muçulmano bem comportado, o Islam espera ser ele capaz de tolerar uma quantidade maior de problemas e adversidades, fazendo com que o mal não seja capaz de perdurar com firmeza diante dele.

Diz Said ibn Musayyeb: Quando o Profeta estava com seus companheiros, certa pessoa expressou-se com palavras insultuosas contra Abu Bakr, magoando-o, porém, Abu Bakr mantivesse calado. Pela segunda vez o homem dirigiu-lhe palavras amargas, e ainda assim Abu Bakr manteve-se calado. Quando o homem feriu-o com sua língua pela terceira vez, Abu Bakr tentou responder a ele. O Mensageiro de Deus levantou-se. 

Abu Bakr perguntou a ele: “Estás aborrecido comigo O Mensageiro de Deus?” O Profeta respondeu: “Não, mas acontece que do céu havia vindo um anjo que estava negando tudo que o homem dizia, e quando você começou a responder ao homem, o anjo foi-se embora e o diabo se sentou. E eu não sei permanecer onde está presente o diabo.” (Abu Daud).

Ser respeitoso para com os tolos e ignorantes não significa que seus atos superficiais tenham também de ser aceitos. Há uma grande diferença entre essas duas situações.

A primeira significa que um homem deve ter controle sobre si mesmo diante da tolice e da ignorância, e não deve proporcionar-lhes oportunidade para mostrar suas verdadeiras naturezas portadoras da ira e da raiva, e por isso se ver provocado a revidar.

Enquanto que o segundo aspecto tem um sentido totalmente oposto. Em tal situação equivale permitir-se ficar submisso à insensatez, à maldade e expor-se ao ridículo, e aceitar todas essas coisas que nenhum homem inteligente e decente deve aceitar com facilidade.

O sagrado Alcorão tratou desse assunto quanto às pessoas ignorantes e o despreza de seus atos vis e maldosos, da seguinte maneira:“Deus não aprecia que sejam proferidas palavras maldosas publicamente, salvo por alguém que tenha sido injustiçado; sabei que Deus é Oniouvinte, Onisciente. Quer pratiqueis o bem, oculta ou manifestamente, quer perdoeis o mal, sabei que Deus é Onipotente, Indulgentíssimo.” (4ª:148-149)

Evite a Polêmica

Os mandamentos que o Islam emitiu para que se mantivesse a língua livre da baixeza e das coisas absurdas, foram os de se evitar as polêmicas e os debates controversos, e de não permiti-los aos muçulmanos , independente de serem tais debates certos ou não.

Isto se deve ao fato de que em tais confrontos, o homem sempre quer ser melhor que outro. Na medida em que ele deseje superar seu oponente pela palavra, ele recorre a argumentos duvidosos e não confiáveis, para respaldar seu ponto de vista, e cita-os como afirmações sem hesitar para ajudá-lo no debate. Em tais reuniões, os que assistem, dão mais importância à vitória do que à expressão da verdade. No mais das vezes, is to provoca rancores e tumultos, nos quais o esclarecimento e o contentamento não tem lugar.

Ao Islam desagradam todas tais situações, e ele as considera um perigo para a religião e a moralidade.

Disse o Profeta: “Para aquele que desistiu de participar de um debate polêmico sem sentido e falso, será construída uma casa na parte baixa do Paraíso; e para aquele que corrigiu sua moralidade, será construída uma casa na parte alta do Paraíso.” (Abu Daud).

Existem pessoas as quais Deus ornou com a força da eloquência e as tornou especialistas nesse campo. E isso as leva a exercitar sua especialidade com todas as pessoas, sejam educadas ou não. E essa vontade se torna um desejo tão ardente em seus corações que eles não descansam enquanto não o satisfazem.

Quando este grupo faz dos outros vitimas de sua força de eloqüência e demonstram sua especialidade, eles magoam essas pessoas, mas quando essa qualidade e necessária para expressar as realidades religiosas, então toda a beleza e grandiosidade da verbosidade deles desaparece.

Ao Islam desagradam profundamente os insensatos que falam gritando o mais alto que podem elevar suas vozes, e os adverte com severidade.
O Profeta disse: “Para Deus, os mais detestáveis são os que discutem irascíveis.” (Bukhári)

Em outra tradição está afirmado: “Após receber instrução, nenhuma comunidade se perdeu nem desviou do caminho que estava seguindo, exceto quando debatedores viessem desvirtuá-la.” (Tirmizi).

Em razão de sua rapidez de verbosidade, este grupo não se contém dentro de quaisquer limites. Eles continuam a falar, se enchem de convencimento e empavonam-se. Para este grupo, a posição das palavras e de máxima importância, vindo em segundo lugar o significado delas. Quanto a um grande propósito ou um claro objetivo, este freqüentemente e relegado ao ultimo plano, e freqüentemente, toda tal querela não chega a conclusão nenhuma.

Narra-se que certa vez um homem falso, bem vestido, se apresentou diante do Profeta e durante a conversa levantou a sua voz mais alto que a do Profeta. Quando ele se foi, o Profeta disse: “A Deus não agradam as pessoas desse tipo. Elas exploram sua língua da mesma maneira que uma vaca faz para ruminar. De modo semelhante Deus há de torcer-lhes os rostos e as bocas no fogo do inferno no Dia do Juízo Final.” (Tabarani)

Quando os assim chamados oradores e escritores especialistas, vem propondo polêmicas e debates nos campos da religião, da política e outros campos do saber, então o espírito da religião sofre uma recaída. E desfigurada a aparência da política, do conhecimento e da ciência. E possivelmente tenha sido isto que tenha contribuído para apressar o declínio da nossa civilização e cultura, pela formação de grupismos nas escolas jurídicas, divisão da comunidade por razões sectárias e outras enfermidades próprias da desintegração. Também em outros assuntos religiosos e seculares este tipo de debate polêmico espalhou seu veneno.

O debate polêmico está a mundos de distancia do debate puro, limpo, sóbrio e agradável.
Um bom numero dos companheiros do Profeta relatou que certa vez eles estavam discutindo e debatendo certo ponto religioso, quando chegou o Profeta; e ficou fortemente zangado. Jamais o haviam visto tão zangado antes. Ele os advertiu e disse:

“Fiquem quietos, ó Comunidade de Mohammad! Nações inteiras se viram destruídas somente por isso. Há muito pouco de proveitoso nisso. Abandonem essa discussão e argumentação, pois esta não é uma qualidade para o muçulmano. Evitem essa polêmica e disputa, pois que a perda que atinge aquele que nela se envolve e total. Para seres pecador não precisas senão ser um debatedor. Abandonem tais debates, porque no Dia da Ressurreição não haverá ninguém para interceder pelo debatedor. Lavai vossas mãos desse hábito impuro, pois no Paraíso eu guiarei até somente três tipos de morada, sua parte inferior, a parte intermediária e a parte superior, que será para aquele que tenha desistido de polemizar com sinceridade e com boas intenções. Mantenham-se longe desse hábito porque depois da idolatria, a primeira coisa que meu Senhor proibiu foi justamente esse tipo de discussão.” (Tabarani).

Costumam se organizar reuniões onde surjam assuntos e palestras notáveis e atraentes para os homens. Ao Islam tais reuniões desagradam, pois os participantes não fazem senão perder tempo, e onde as pessoas sempre colhem e observam novidades e defeitos alheios. Eles tem riquezas em excesso, à cuja sombra procuram se divertir (dessa maneira). Eles não tem nenhum outro trabalho a fazer senão o de se divertirem com os assuntos de outras pessoas.

“Ai de todo difamador, caluniador, que acumula e as entesoura, pensando que suas riquezas o imortalizarão! Qual! Sem dúvida que ele será pricipitado naquilo que consome.” (104ª:1-4).

Atualmente, tais reuniões e assembleias estão em moda.

Esta é uma calamidade que fez com que a sociedade fosse infectada com um sem numero de enfermidades. Esta calamidade é encontrada em abundância nas cidades grandes e pequenas, mesmo que não haja nenhuma necessidade religiosa para tal.

Está mencionado na tradição: “Evite reunir-se a beira do caminho.” As pessoas disseram: “O Mensageiro de Deus! O que aconteceria a essas nossas reuniões sem as quais a vida não tem graça para nós.” Ele disse: “Se insistem em realizar tais reuniões, pelo menos façam-lhes justiça.” O povo perguntou: “E como fazermos-lhes justiça, ó Mensageiro de Deus?”
Ele respondeu: “Manterem vossos olhos baixos, removerem as coisas prejudiciais, responder aos cumprimentos, recomendar a prática de coisas boas e evitar o prática de coisas ruins.” (Muslim).

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

A MISERICÓRDIA – Segunda Parte.


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Deus enviou milhares de Profetas, como misericórdia para a humanidade, para nos transmitirem a Sua Palavra e para nos guiarem para o caminho da verdade. A vinda de um Profeta era sempre motivo de regozijo por parte dos crentes, mas após a sua morte, muitos recomeçavam a praticar maldades. Lembremo-nos do caso de Mussa (Aleihi Salam) – Moisés (Que a Paz de Deus esteja com ele), quando libertou o seu povo da escravatura, depressa se esqueceram da Misericórdia de Deus. Quando lhes foi anunciado de que iam deixar o Egipto, ficaram agradecidos a Deus. Mas quando se encontraram encurralados entre o exército do faraó e o mar vermelho, depressa se esqueceram dos favores de Deus, e começaram a implicar com Moisés. Com o milagre da separação das águas que lhes permitiu salvarem-se da ira dos perseguidores, o agradecimento a Deus não durou muito tempo. Sabendo da fraqueza  do ser humano, Deus demonstrando Misericórdia para com os Seus servos, continuou a enviar Profetas para transmitir palavras de esperança. Referiu Issa (Aleihi Salam) – Jesus (Que a Paz de Deus esteja com ele): “Filho de Adão, assim como for a tua misericórdia, assim será a Misericórdia de Deus para contigo. Como esperas a Misericórdia de Deus, se não tens misericórdia para com os Seus servos?”. Relato de Abu al Layth al Samarqandi.

Os Profetas sentiam também misericórdia pelos seus seguidores e pelos seus familiares. Abu Mussa Ashari (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) mencionou dele vários nomes, e disse: “Eu sou Muhammad, Ahmad, o último na sucessão, o Profeta do arrependimento, o Profeta da misericórdia. Muslim.     

Refere o Cur’ane: “Tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo para quem quer que creia em Deus e no Dia do Juízo Final”. 33:21.

Anas Bin Malik relatou. Fomos com o Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), ao ferreiro Abu Saif, que era o marido da ama de Ibrahim (o filho do Profeta). O Profeta tomou nas suas mãos o pequeno Ibrahim e beijou-o e cheirou-o. Ibrahim estava nos seus últimos suspiros. Os olhos do Profeta começaram a derramar lágrimas. 

Abdur Rahman Bin Awf perguntou: “Ó Apostolo de Deus, você está chorando?”. Ele respondeu: “Sim Ó ibn Auf, isto é a misericórdia!” Então ele chorou mais e disse: “Os olhos estão derramando lágrimas e o coração está triste e não vamos dizer mais, excepto o que agrada a Deus, nosso Senhor: Ó Ibrahim! Na verdade, estamos tristes por causa da tua separação”. Bukhari.

Abu Uthman narrou de que Osama Bin Zaid referiu que Sad e Ubai Bin Ka’b, estavam com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). A filha do profeta enviou-lhe uma mensagem, informando-o de que a filha dela estava a morrer e pedia a presença dele. O Profeta enviou-lhe uma saudação e disse: 

É por Deus o que Ele leva e o que Ele dá; e perante os Seus olhos, tudo tem um período limitado; então ela deveria esperar a recompensa de Deus e ser paciente. Ela mandou de novo um pedido, rogando-lhe por Deus, para ir. Foram todos na companhia do Profeta. A criança foi colocada no seu colo, com a respiração irregular e nos olhos do Profeta, escorriam lágrimas. Sad perguntou-lhe: “Que é isto, Profeta de Deus?” Ele respondeu: “esta é a misericórdia que Deus introduziu no coração dos seus servos, de quem Ele desejou. E Deus não concede a Sua Misericórdia, excepto na misericórdia entre os Seus servos.” Bukhari 70:559.

No dia da Ressurreição, demonstrando misericórdia para com a sua Umah, estará Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) para nos dar de beber a água de Khauçar, que nos acalmará a sede e os tormentos desse dia. Segundo Abu Hurairah (Radiyalahu an-hu), o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: 

“O meu haud (reservatório) será muito largo, maior do que a distância que separa Ealah de Aden. Será mais branco do que o gelo e mais doce do que o mel com leite; os seus utensílios serão em maior número do que as estrelas. Eu afastarei as pessoas estranhas, da mesma maneira que são afastados os camelos estranhos ao haud (reservatório). As pessoas perguntaram: “Reconhecer-nos-ás nesse dia, ó Profeta de Deus?” Ele respondeu: “Sim, vós tereis um sinal que mais nenhum ummah (povo) possuirá. Vireis ter comigo num estado tal que as vossas faces, mãos e pés brilharão devido aos efeitos do wudu (ablução).”

Muslim e Mishkaat. Disse o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “No dia do julgamento final, a pessoa mais próxima de mim, será aquela que enviou mais durud para mim”. Tirmizi. Alahhuma Sali Alã Muhammad Waalã Alihi Wassalam.

Outra passagem refere que, quando o Profeta (Salalahu Aleihi wassalam) foi informado por Gibrail (Aleihi Salam) de que o inferno tem 7 graus e o ultimo será destinado ao seu Umah que vão morrer sem pedir perdão, ficou tão angustiado que ficou fechado no seu quarto durante dias, a orar e a chorar pelo seu povo presente e do futuro. Após a prestação de contas, para o grupo dos muçulmanos que estarão no inferno, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) irá ao trono de Allah, o Beneficente e Misericordioso, prostrar-se-á e pedirá compaixão pelos seus seguidores. Deus, todo Poderoso, dirá: “Tirem do inferno quem alguma vez recitou LA ILAHA ILALAH MUHAMMAD RASSULULAH!. Essas pessoas serão conduzidas para uma ribeira, onde tomarão banho e sairão como pessoas novas com a indicação na testa de “aqueles que estiveram no inferno e que foram libertados por Allah”. (In origem da noite de Miraj).

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!.

In Sha Allah, este tema será concluído no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

25 /04/2013

abdul.manga@gmail.com

Xiitas, Xiismo e Islam

Em nome de Allah o Clemente e Misericordioso! Todos os louvores são para Ele, o Único sem parceiros, que jamais gerou ou foi gerado. E que as bênçãos de Allah estejam sobre seu último Profeta Muhammad SAAS, seus companheiros, seus seguidores até o dia do Juízo Final.

Esse é um assunto do qual eu havia prometido não falar em nosso blogger, haja vista, eu ser apenas um estudante do islamismo, sem qualquer formação teológica na área e até por considerar que esse assunto será resolvido espontaneamente quando vamos nos aprofundando nos estudos islâmicos, suas verdades e fundamentos. No entanto, um blogger que já ultrapassou a barreira dos quarenta mil acessos, é natural que algum leitor interessado em estudar nossa religião me questionasse sobre o assunto. Pois bem, eu também não posso omitir a minha fé e, tampouco negar a falar sobre a fé que me acolheu e que eu abracei como minha religião, eu sou muçulmano sunita, alhamidulillah( Louvado Seja Deus). 

Em minha pesquisas e estudos eu consegui encontrar um texto muito didático sobre o assunto, o qual eu venho me apoiando e que quero dividi-lo com vocês meus caríssimos irmãos e estimados leitores. 

O texto está no site http://www.islamismo.org/xiismo_e_islam.htm, e como eu não vi nenhuma recomendação de que o mesmo não poderia ser divulgado sem a permissão do autor, e por considerá-lo útil e de fácil entendimento repasso para vocês. Leiam na integras a matéria a seguir. Assalamu Aleikom (Hajj Hamzah Abdullah Islam).

Xiitas, Xiismo e Islam 

Um dos cenários mais surpreendentes para os não-muçulmanos e novos muçulmanos é a divisão que podem ver entre muçulmanos xiitas e sunitas. Alguns tendem a ficar confusos quando vêem que cada grupo reivindica estar seguindo o verdadeiro Islã. Para entender verdadeiramente esse assunto de forma profunda, deve-se pesquisar a história primitiva do Islã e ver sob quais circunstâncias essa divisão de fato começou, um estudo muito além do possível para a maioria das pessoas. Outra forma, muito mais no escopo da pessoa comum, é analisar qual grupo é fiel aos ensinamentos do Islã, uma comparação simples pode ser feita entre as crenças e práticas sunitas e xiitas com relação à evidência textual, o Alcorão – a palavra relevada de Deus, e a Sunnah – ou ensinamentos do Profeta Muhammad, que Deus o louve.

Muitas vezes as pessoas vêem essa como uma grande divisão, embora o fato seja que os xiitas perfazem meros 8% da população muçulmana, tendo alcançado esse número depois de assumir o controle de certas regiões políticas importantes na história. Pode-se dizer com confiança que os xiitas não são uma divisão, mas um dos vários grupos dissidentes que deixaram os ensinamentos puros do Islã tradicional. Os sunitas, por outro lado, não são um grupo dissidente, mas meramente se chamam dessa forma para se diferenciarem dos xiitas e outras seitas desviantes.

A palavra “sunita” em si vem do termo “Sunnah”, explicado anteriormente como sendo os ensinamentos do Profeta Muhammad, porque estão estritos em obedecer a esses ensinamentos sem quaisquer introduções, interpolações ou omissões. A palavra xiita (Shi’a em árabe) significa um “partido”, “seita”, “apoiadores” ou um “grupo de indivíduos com o mesmo pensamento”. Deus diz no Alcorão Se dirigindo a Seu Profeta, Muhammad:

“Não és responsável por aqueles que dividem a sua religião e formam seitas, porque sua questão depende só de Deus, o Qual logo os inteirará de tudo quanto houverem feito.” (Alcorão 6:159)

Embora os grupos específicos chamados os xiitas não sejam diretamente intentados nesse versículo, eles fazem parte.

Quando se estuda um pouco de história, se vê que o termo xiita foi primeiro usado entre os muçulmanos em relação à questão política sobre as quais os muçulmanos divergiram, 37 anos depois da morte do Profeta. Embora os xiitas aleguem que sua origem reside naquele cenário, o termo xiita para denotar essa seita específica ocorreu muito depois na história. Em qualquer caso, está claro que o termo não foi ouvido durante o tempo do Profeta e, portanto, podemos dizer que os xiitas eram um grupo que apareceu após a morte do Profeta.

Durante a longa evolução do pensamento xiita, eles incorporaram muitos conceitos estranhos à sua crença. Começando como uma opinião política que favorecia algumas opiniões de Ali, o primo do Profeta, em relação a de outros companheiros, se tornou uma seita contendo idéias estranhas desconhecidas para o Islã. Isso se deveu principalmente ao fato de que essa ideologia foi principalmente adotada por pessoas em áreas distantes dos centros de aprendizado islâmico, nomeadamente a Pérsia, aqueles que ou eram novos no Islã, ou tinham se convertido ao Islã apenas nominalmente e viviam em áreas onde uma grande porcentagem das pessoas permanecia com suas religiões anteriores. Sendo assim os xiitas se tornaram solo fértil para a introdução de idéias externas, que lutaram para incorporar em alguns aspectos e crenças mantidos pelo Islã, resultando em uma seita composta de idéias oriundas do Judaísmo, Zoroastrismo e Islã. Não é de se estranhar então quando vemos que um dos templos mais importantes no Xiismo, visitado por muitos xiitas, é o de Abu Lu’lu’ah, um zoroastriano que morreu depois do califado de Omar, localizado na cidade de Kashã no atual Irã. Muhammad Ali Mu’zi, um pesquisador xiita iraniano na França, afirmou:

“Os fundamentos básicos da religião zoroastriana entraram no Xiismo até nos mínimos detalhes. ... E sua relação marcou a irmandade entre o Xiismo e o Irã Magiano antigo.”[1]

Daremos agora uma breve olhada no Xiismo apenas a partir de um aspecto, o de crenças. A partir desses poucos exemplos se verá claramente o quão diferente ele verdadeiramente é da religião do Islã, trazida pelo Profeta Muhammad.

Existem vários artigos de fé no Islã, e a partir deles derivam outras crenças que devem ser mantidas por todos aqueles se vinculam ao Islã. Elas são mencionadas no versículo:

“...A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas;...” (Alcorão 2:177)

Isso também é mencionado em uma afirmação do Profeta, que Deus o louve:

“Fé é que creia em Deus, nos anjos, nas escrituras, nos profetas, no Dia do Juízo...” (Saheeh Muslim)

Esse breve discurso tocará meramente em alguns dos vários aspectos da fé, e mencionará apenas algumas das crenças dos xiitas e como diferem do Islã. 

Crença em Deus
A crença apropriada sobre Deus, ou credo, é o aspecto mais importante da religião do Islã. Durante os primeiros 13 anos da missão profética de Muhammad, ele corrigiu as crenças do povo sobre Deus e advertiu-os contra adorar a outros ao lado de Deus, sejam eles anjos, profetas, santos, mártires, árvores, pedras, estrelas ou ídolos. Explicou que apenas Deus, Aquele que os criou, era para ser adorado. Poucas legislações e atos de adoração foram revelados para esse período. A maioria do Alcorão em si chama para essa crença. Deus diz no Alcorão que adorar outros ao lado Dele é um pecado merecedor de danação eterna no Inferno:

A quem atribuir parceiros a Deus, ser-lhe-á vedada a entrada no Paraíso e sua morada será o fogo infernal!” (Alcorão 5:72)

Essa é uma crença inflexível no Islã e é a base a partir da qual se entra no Islã. Descobrimos, entretanto, que os xiitas acreditam na veneração de outros ao lado de Deus. Deve ser feito reverência aos grandes santos e mártires, como Ali, Hussein, Fátima, seus imames e são feitas súplicas diretamente para eles em tempos de necessidade. Eles acreditam que podem responder suas súplicas e interceder por eles junto a Deus, uma crença que de acordo com o Islã é uma descrença clara[2]. Deus diz:

“Por outra, quem atende o necessitado, quando implora, e liberta do mal e vos designa sucessores na terra? Poderá haver outra divindade em parceria com Deus? Quão pouco meditais!” (Alcorão 27:62)

Outro dogma importante que o Xiismo claramente viola é o conceito de que somente Deus administra os assuntos do universo e somente Ele sabe o que está Oculto. O Xiismo atribui esses poderes a seus líderes, chamados Imames, e os coloca numa posição superior a dos profetas e anjos. Deus diz:

“Dize: Ninguém, além de Deus, conhece o mistério dos céus e da terra. Eles não se apercebem de quando serão ressuscitados.” (Alcorão 27:65)

E entre os Seus sinais está o de mostrar-vos o relâmpago, provocando temor e esperança, e o de fazer descer a água dos céus, com a qual vivifica a terra depois de haver sido árida. Sabei que nisto há sinais para os sensatos.” (Alcorão 30:24)

Os xiitas dão muitos desses atributos a seus imames. Alguns deles até lhes atribuem o poder de causar o trovão[3]. 

Em textos autoritativos dos xiitas, é afirmado:

“Os Imames têm conhecimento o que ocorreu no passado e do que ocorrerá no futuro, e nada está oculto deles.” (Al-Kulaini, Al-Kaafi, p.260)

Os Imames têm conhecimento de todos os livros revelados, independentemente das línguas nas quais foram revelados” (Ibid, p.227)

Os Imames sabem quando morrerão, e não morrem exceto por sua própria escolha” (Ibid, p.258)

Tudo na terra pertence aos Imames.” (Ibid, p.407)

Existem muitos aspectos da fé no Xiismo que se opõem ao Islã e que colocam a pessoa fora de sua crença. Devido a essa razão, os muçulmanos não consideram que o Xiismo representa o Islã mas, ao contrário, acreditam que contradiz os verdadeiros fundamentos dos ensinamentos islâmicos.

A Shahada

O Xiismo difere do Islã até no primeiro e mais importante pilar do Islã e da fé, chamado de Shahada, o testemunho que se dá ao afirmar a fé no Islã, de que ninguém merece adoração exceto Deus e que Muhammad é Seu servo e mensageiro (laa ilaha illa-Allah). O testemunho é o aspecto mais importante do Islã, e toda a religião é construída sobre ele, que personifica esse monoteísmo e crença em Deus singular e total. É tão importante que o Profeta implorou a seu tio que estava no leito da morte para testemunhar:

Ó tio! Diga ‘laa ilaha illa-Allah,’ uma frase pela qual suplicarei em seu nome perante Deus.” (Saheeh al-Bukhari)

Seu tio não disse o testemunho devido ao temor de o que as pessoas diriam sobre mudar a religião de seus antepassados na hora da morte. Ele morreu e o Profeta foi informado através de revelação que ele estava entre as pessoas do Inferno.

O ponto é que essa frase e o que ela significa são tão importantes que o Profeta a faz um meio para a vida eterna no Paraíso. Ele disse:

“Ninguém diz 'La ilaha illa-Allah' e morre com crença firme nisso, sem entrar no Paraíso.” (Saheeh al-Bukhari)

Conseqüentemente essa frase é considerada o primeiro pilar do Islã, a afirmação que transforma alguém em um crente e dá a ele (ou ela) a oportunidade de entrar no Paraíso!

Os xiitas, entretanto, tem um ‘testemunho de fé’ diferente. Eles não só negam seu significado, como mostrado nos artigos prévios pela associação de outros a Deus, mas também acrescentam certos princípios que não são encontrados em nenhum lugar nos textos autênticos. Sua shahada compreende a declaração: “...ninguém merece adoração exceto Deus e Muhammad é Seu servo e mensageiro e Ali é Seu amado e escolhido, e sucessor do Profeta.”[1]

Isso se deve ao extremismo que têm em relação ao primo do Profeta Muhammad, Ali, de quem reivindicam sua origem. Os xiitas até reivindicam que a sucessão de Ali foi mencionada em todas as escrituras reveladas aos profetas anteriores[2]. Eles alegam que todos serão perguntados sobre a sucessão de Ali no Dia do Juízo[3], e que quem acreditar de forma diferente será considerado politeísta[4]. Embora Ali seja conhecido como um dos mais virtuosos dos companheiros do Profeta, em nenhuma narração encontramos que o Profeta Muhammad sequer mencionou sua sucessão no governo. De fato, quando olhamos para os trabalhos xiitas primitivos, eles próprios atribuem essa crença a Abdullah ibn Saba’, um renegado que alegou ter se convertido ao Islã e planejou contra o califa Utman, e também alegou que Ali era o Próprio Deus[5]. Assim, está claro que todas essas crenças são inovações que nunca foram pregadas pelo Profeta Muhammad, que Deus o louve. 

Crença nas Escrituras

Deus menciona no Alcorão que Ele revelou escrituras aos profetas que eles ensinaram e recitaram a seus povos. Alguns desses profetas e escrituras são mencionados no Alcorão:

“Dizei: ‘Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele.’” (Alcorão 2:136)

“Ele te revelou (ó Muhammad) o Livro (paulatinamente) com a verdade corroborante dos anteriores, assim como havia revelado a Tora e Evangelho.” (Alcorão 3:3)

Foram os profetas que receberam revelação e devido ao fato de que Muhammad, que Deus o louve, foi o último profeta, não haverão outras escrituras reveladas após a revelação do Alcorão. Os xiitas, entretanto, acreditam que houve uma escritura revelada após o Alcorão antes da morte do Profeta, que chamam de 'Tábua de Fátima'. Alegam que nela existem os nomes daqueles que seriam seus Imames no futuro[6].

Inventaram essas idéias devido ao fato de não poderem encontrar quaisquer versículos no Alcorão que pudessem usar para defender suas opiniões. Não pararam nisso, mas prosseguiram e desafiaram diretamente a autenticidade do Alcorão afirmando que não foi preservado[7], e que o Alcorão de hoje está incompleto, e que a versão completa está com seu décimo-segundo Imame, que tem estado oculto pelos últimos 900 anos na ‘caverna’. Acreditam que quando ele emergir trará a versão completa[8]. Isso, para que fique claro para todos, está em oposição direta aos ensinamentos do Islã, já que Deus claramente afirma que o Alcorão está sob a proteção direta de Deus:

“Verdadeiramente, Nós revelamos a Mensagem e somos o Seu Preservador.” (Alcorão 15:9)

Os xiitas afirmam que o Alcorão existente deve ter sido alterado, uma vez que não existe referência nele a qualquer de suas crenças desviadas. Um dos primeiros a afirmar explicitamente essa opinião foi Mirza Hussein Muhammad Taqiy al-Noori al-Tabrasi (morto em 1320 AH) em seu livro The Final Verdict on the Distortion of the Book of the Lord of Lords (O Veredito Final sobre a Distorção do Livro do Senhor dos Senhores, em tradução livre) [9]

Os xiitas se tornaram tão extremados em suas crenças que até tentaram inserir capítulos sobre Ali, que Deus esteja satisfeito com ele, no Alcorão, já que não puderam encontrar quaisquer textos claros. Um deles é o que chamaram de “O Capítulo da Sucessão”.

Crença nos Profetas
Como mencionado anteriormente, o Islã ensina que os Profetas foram os melhores entre a humanidade, especificamente escolhidos por Deus devido às suas excelentes qualidades para pregar a mensagem de Deus para a humanidade. Deus diz no Alcorão:

“Deus escolhe os mensageiros, entre os anjos e entre os humanos, porque é Oniouvinte, Onividente.” (Alcorão 22:75)

Os profetas eram os melhores dos humanos, exemplos vivos a serem emulados:

“Jamais enviaríamos um mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de Deus.” (Alcorão 4:64)

Os xiitas, entretanto, acreditam que seus Imames são melhores que os profetas[10], e que alguns profetas eram altamente louvados somente devido ao seu amor pelos Imames[11].

Se fossemos mencionar todas as crenças dos xiitas que se opõem aos ensinamentos do Islã, definitivamente seriam necessários muitos volumes. Deve ficar claro, entretanto, desse breve discurso, que as crenças defendidas pelo Xiismo não têm base em qualquer dos ensinamentos do Islã mas, ao contrário, são um conglomerado de crenças externas que evoluíram durante um período de tempo, todas revolvendo em torno de opiniões extremistas concernentes à liderança de certos candidatos preferidos, conhecidos como seus Imames. Uma religião que ensina a adoração a Deus somente e viver uma vida ensinada pelos profetas de Deus, uma mensagem pregada por todos os profetas, para eles se tornou uma vida e existência baseada exclusivamente no amor a Ali e afirmação de sua reivindicação, e a de seus Imames, à liderança, lutando para encontrar meios de incluí-los nos textos islâmicos por adição, interpolação ou distorção. A Criação passa a existir, profetas são enviados e escrituras são reveladas, tudo para o propósito da sucessão de Ali e os Imames[12]posteriores, e até no Dia do Juízo, serão seus Imames, e não Deus, que julgarão as pessoas[13]. Não é para surpreender, então, qual será a base para entrar no Paraíso ou Inferno de acordo com o Xiismo.

Uma religião baseada em um alegado amor pela família do Profeta Muhammad, que Deus o louve, levou-os a crenças que contradizem a própria essência da mensagem trazida por ele, a mensagem do Islã.

Footnotes

[1] The Role of Zoroastrianism in the Development of Shiaism (O Papel do Zoroastrismo no Desenvolvimento do Xiismo, em tradução livre). 

[2] Biha’r Al-Anwa’r, Al-Majlisi. Um exemplo dessas crenças prepósteras podem ser encontradas nas seguintes afirmações de um de seus imames, ou líderes:

“Quando o profeta Noé (que a paz esteja sobre ele) estava para ser afogado no dilúvio, ele invocou a Deus Todo-Poderoso através de nossos nomes (ou seja, os nomes dos Imames). Por essa razão Deus Todo-Poderoso veio em seu resgate. Quando o profeta Abraão (que a paz esteja sobre ele) estava para ser jogado no fogo, ele suplicou a Deus através de nossos nomes e Deus Todo-Poderoso ordenou que o fogo esfriasse e se tornasse um meio de segurança para ele [Abraão]. Quando o profeta Moisés (que a paz esteja sobre ele) golpeou o Mar com seu cajado em busca de uma passagem, invocou a Deus com respeito aos nossos nomes e Deus fez o mar secar. Finalmente quando os judeus planejaram matar Jesus (que a paz esteja sobre ele), ele suplicou a Deus mencionando nossos nomes e foi resgatado da morte. Deus o elevou.” (Wasa’il As-Sheea, 4/1143) 

[3] Bihaar al-Anwar, Al-Burhan, e outros.
[1] Abdul Kareem Mushtaq. 

[2] Al-Kulaini, Al-Kaafi, 1/437.

[3] The Wilayat of 'Ali ibne Abi Talib (as), Answering Ansar. 

[4] “Quem quer que estabeleça outro Imame ao lado de Ali e retarde o califado de Ali é um politeísta." (Al-Kafi fil-Usool, vol.10 p.55

[5] Rijaal al-Kishhi.

[6] Al-Kulaini, Al-Kaafi, 1/527-8, e muitos outros.

[7] Usul Kafi 1:228 

[8] Al-Anwar al-Nu’maniah, 2: 360-2. 

[9] Faslul Khitab Fi Tahreefi-Kitabi Rabbil Arbaab. 

[10] Wasa’il As-Sheea.

[11] Bihaar al-Anwar (26:267).

[12] I’tiqaadaat (106-7) 

[13] Rijaal al-Kishhi (337)


Fonte: Por IslamReligion.com - Publicado em 08 Nov 2010

quinta-feira, abril 25, 2013

Mulheres Citadas no Alcorão

O Alcorão relata histórias de muitas mulheres na história da civilização, que deixaram a sua mar-ca para a eternida-de; mulheres cren-tes e devotas, mu-lheres místicas e piedosas, mulheres mães e mulheres rebeldes contra as injustiças.

Mas uma única mulher é nomeada no Alcorão com o seu próprio nome e é notoriamente a preferida de Deus: Maria, a Virgem Mãe de Jesus. Um capítulo inteiro do Alcorão vem com o seu nome e é dedicado à sua linda história: "a fina palmeira carregava tâmaras doces para ela e quando ela se agarrava em dores do parto, o seu filho recém-nascido deu prova de sua pureza". Maria, a alma silenciosa e altruísta, altamente honrada no Islão, descrita em muitos versí-culos islâmicos de forma tão bonita: "Maria, Deus te escolheu, te purificou e te exaltou entre todas as mu-lheres da criação", "e Deus apresenta outro exemplo aos crentes, o exemplo de Maria, que aceitou a verdade das palavras de seu Senhor e foi das ver-dadeiramente devotas". "E recorda a Maria que guar-dou a sua castidade, e então nós insuflamos nela al-go de nosso espírito e fizemos dela e do seu filho um sinal da nossa graça para toda a humanidade". Assim é ela, Maria, no Alcorão, a eleita de Deus.

Também se narram no Alcorão outras histórias de mulheres, como a rainha de Sabá, descrita como um modelo de sabedoria, com imenso poder político, que governava a seu povo com inteligência e um sentido extremo de Justiça. A história Alcorânica refere-se a lenda maravilhosa do poder espiritual da princesa inspirada por Deus e seu amor pelo Profeta Salomão (p.e.c.e.), graças ao qual ela encontra a fé.

Além disso, no Alcorão, lemos a história da esposa de Abraão, paz esteja com ele, essa mulher que Deus deixou como um símbolo para um dos rituais da peregrinação a Meca. Com seu filho Ismael correu sete vezes num lugar do deserto, à procura de água para seu filho sedento, invocando a Deus, até que uma fonte de água pura começou a brotar, e, a partir daquele momento até hoje, tornou-se inesgotável e é conhecida como a fonte de "Zam-zam", em Meca. Esta é a razão pela qual os peregrinos muçulmanos caminham sete vezes neste santo lugar e bebem desta água pura.
Outra mulher que Deus deu como exemplo é a crente esposa do Faraó, que salvou o pequeno Moi-sés. Ela é o modelo da mulher crente que adoptou e protegeu o futuro Profeta, paz esteja com ele, não obstante as disposições cruéis de seu marido, e as-sim Deus prometeu-lhe o Paraíso.

A mãe de Profeta Moisés, paz esteja com ele, também é descrita no Alcorão como uma mulher muito altruísta a quem Deus lhe pediu para deixar o seu filho no rio e que, mais tarde, o recuperou graças a Sua misericórdia.

O Alcorão também conta a história de paixão e amor de uma mulher com o Profeta José (Yussuf a.s.), que é descrito na revelação como a personi-ficação da beleza. Embora o seu nome não seja citado no Alcorão, ela é conhecida na literatura islâ-mica como Zulaika, uma mulher espiritual, que passa a sua vida em dura penitência e infinitas saudades. A história de Zulaika e Yussuf inspirou muitos poetas e escritores do mundo islâmico. Assim o descreve um místico do século IX, Yussuf Arrazi:

"Enquanto Zulaika adorava Yussuf, cada dia ela mais afundava. Quando ela deixou a sua adoração, Deus devolveu-lhe a juventude e beleza. Quando a amante avança, o amado retrocede, mas quando a amante está satisfeita apenas com amor, então se aproxima o amado”.

Num outro conto diz que "Zulaika foi atingida por uma flecha. Quando escorria o sangue sobre a terra, ela escreveu em muitas partes Yussuf, Yussuf, porque este nome sempre o tinha repetido constante-mente, e fluía como sangue correndo nas suas veias". Assim se converte esta mulher na personificação da alma humana que, como o Alcorão diz, é incitada para o mal, mas que, com uma luta interior contínua, é purificada através do sofrimento e, finalmente, co-mo alma em paz, pode retornar ao seu Senhor.

Quer se informar melhor sobre o conceito de família no islam ai está a dica:

O CONCEITO DE FAMÍLIA NO ISLÃO Por: M. Yiossuf M. Adamgy 2ª. Edição Revista e Acrescentada [EDIÇÃO LIMITADA] Livro com 64 PÁGINAS Formato: 20 X 14 cm. — Preço: 4 € (c/Iva)

Sinopse As famílias muçulmanas estão hoje em dia numa encruzilhada. O modelo Ocidental não é um exemplo apropriado para a vida familiar. Seu estilo de vida familiar tem resultado em infidelidade conjugal, grande número de casamentos desfeitos, altas taxas de divórcios, separações, lares desfeitos, alcoolismo, viciados em estupefacientes, libertinagem e coisas semelhantes. A única solução para a dificuldade da família muçulmana é a manutenção dos valores familiares Islâmicos. O Islão edifica a família sobre alicerces sólidos, que são capazes de proporcionar continuidade, segurança, amor recíproco e amizade. Com vista a fazer os alicerces da família forte e natural, o Islão não somente reconhece mas também dá ênfase ao casamento, que é um saudável modelo de intimidade, harmoniosamente válida, misturada com decência, moral e prazer. O casamento e a família são o centro no sistema Islâmico. Há muitos versículos no Alcorão e muitos ditos do Profeta (paz esteja com ele), que declaram ser o casamento uma garantia moral e um compromisso sócio religioso.

Poderá adquirir esta obra na Mesquita de Lisboa (às Sextas-Feiras), ou telefonando para 96 545 96 46, ou pedindo por e-mail: alfurqan00@hotmail.com

terça-feira, abril 23, 2013

A DIFAMAÇÃO - Algo que desagrega profundamente a Comunidade Islâmica

Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah, criador do céu e da terra. Recordamos-nos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia. 

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Muhammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT). 

Que Allah (SWT) abençoe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final. 

Meus irmãos e irmãs muçulmanos, nosso assunto trata sobre uma Surat AL HUJURAT, essa Surat abençoada que veio para explicar sobre as regras e a abordagem que consistem como lidar com certas situações como o próprio mensageiro de Allah(SAAW) lidava, com base sólidas da sociedade verdadeira na crença Islâmica com sentimentos puros e com palavras cordiais, com educação e polidez e evitando os pecados e cuidando das nossas aparências recatadas. 

Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL HUJURAT vers 6 : « Ó vós que credes ! Se vos chega um perverso com um informe, certificai-vos disso para não lesar por ignorância, certas pessoas: então, tornar-vos-íeis arrependidos do que havíeis feito”. 

Devemos nos afastar da difamação, pois Allah(SWT) nos orienta para vivermos em paz e harmonia e fraternidade dentro do Islam, se isso desaparecer é como se estivéssemos vivendo em perigo e prejudicando as pessoas, fugindo da regra e base do Islam. Assim o princípio de verificarmos e identificarmos as informações, e não correr atrás dos falsos rumores que existem em qualquer lugar e em qualquer tempo. Devemos evitar em falar sobre terceiros, criando mentiras e fofocas e difamando-as prejudicando pessoas inocentes, esse tipo de ação deve ser evitado dentro do Islam. Quando alguém fala mal difamando outras pessoas, não sabem da consequência do que eles dizem. Meus irmãos se soubessem da consequência dessa difamação, o perigo dessas palavras, pois uma palavra você entra na religião de Deus e com uma palavra você sai da religião, que Allah nos livre! E também com uma palavra você pode purificar uma mulher ou prejudicá-la difamando-a, ou com uma palavra você pode deixar uma família feliz e uma palavra você pode destruí-la, da mesma forma uma palavra você pode unir ou desunir, e ainda uma palavra você pode unir ou separar um irmão. 

Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL AHZAB vers 70 : « Ó vós que credes ! Temei a Allah, e dizei, sempre, dito adequado. ». 

Com a chegada do Profeta Muhammad (SAAW), veio para purificar os muçulmanos desses difamadores e hipócritas como, por exemplo, o líder dos hipócritas Abdallah Bin Ubai Ibn Salul, que usava palavras podres, pecaminosas e maliciosas, para prejudicar as pessoas, esse tipo de pessoas existem em todos os lugares. 

Certa vez esse difamador Abdallah Bin Ubai Ibn Salul, falou contra Aicha, esposa do Profeta Muhammad (SAAW), tratando sobre rumores falsos lançados contra Aicha, mãe dos crentes, durante a viagem da campanha de Bani Mustalak, no último dia da viagem, quando a caravana parou no local de repouso, o Profeta(SAAW) ordenou à noite, que os muçulmanos que regressassem a Madina. No entanto, Aicha(R.A) tinha saído a fim de satisfazer suas necessidades naturais e ainda não havia regressado. Ela atrasou-se por que perdeu o colar que estava usando e este colar não lhe pertencia então ela se preocupou em recuperá-lo e isto provocou a demora. Sem dar conta de sua ausência a caravana seguiu sem ela, os guias dos camelos não notaram a sua ausência, pois as mulheres eram transportadas em tendas fechadas sobre o camelo. Após ter recuperado o colar, ela retornou para o acampamento, mas para sua surpresa, não encontrou ninguém no local e por isso ficou muito preocupada. Então, preferiu ficar no local e não se movimentar dali e, sentada, adormeceu. Já era noite, ela tinha convicção que os guias descobririam o seu erro e voltariam atrás, mas ninguém voltou. 

Profeta(SAAW) para escoltar na retaguarda, para apanhar as coisas que eventualmente ficassem para trás. Ao analisar o acampamento, em busca de objetos perdidos, ficou chocado ao ver a mãe dos crentes, Aicha . Safwan disse em voz alta: « LA ILLAH ILLA ALLAH. » Ao ouvir essa voz Aicha despertou e logo cobriu seu rosto com o véu. Safwan baixou o camelo, Aicha subiu-o e sentou-se no coche sozinha. Tudo isso se passou sem que se dirigissem uma palavra. Safwan conduziu o camelo a pé, até alcançarem o exercito dos muçulmanos. Quando chegaram, e os muçulmanos souberam do que tinha acontecido tiveram muita pena, mas ficaram descansados ao verem-nos chegar são e salvos. 

Todavia, os hipócritas aproveitam essa oportunidade para lançarem calunias contra Aicha. Quem lançou as calunias foi Abdallah Bin Ubai Ibn Salul, o chefe dos hipócritas. Falaram muitas palavras feias, e falsa alusão acusando-a de adultério, que criaram uma agitação curiosa na tropa dos muçulmanos. O Profeta Muhammad (SAAW) estava muito hesitante mas mantinha-se calado. 

Logo após a chegada em Madina Aicha adoeceu esse estado em que durou um mês e por fora as pessoas passavam os dias em comentários, sem ela saber do que estava acontecendo. Antes, sentia o carinho do Profeta (SAAW), mas esse carinho diminui bastante, passava a porta de seu quarto e limitava-se a perguntar, como ela estava. Estas atitudes criaram suspeitas e duvidas. Quando ela melhorou relativamente, saiu foi informada do que se passava. Ao ouvir isso Aicha sentiu-se mal, o que piorou a sua doença. Quando o Profeta foi vê-la em sua visita habitual, Aicha pediu-lhe para ir à casa de seu pai, Abu Bakir (R.A). O Profeta (SAAW) autorizou-a. Entretanto, o Profeta iniciava uma investigação minuciosa sobre o assunto, na presença de seus companheiros, ouvindo a suas opiniões, perguntando as mulheres se tinham notado algo duvidoso na pessoa de Aicha. E todas afirmavam a inocência de Aicha. 

Então o Profeta Muhammad (SAAW) subiu ao púlpito na mesquita e lamentou a atitude tomada por algumas pessoas na difamação de sua família. Depois, o Profeta, foi até a casa de Abu Bakir, entrou, cumprimentou os presentes, sentou-se e disse: « Aicha, ouvi a teu respeito tais rumores. Se és inocente, Allah confirmará a sua inocência, e se cometeste algum pecado, pede perdão a Allah, e volta-te a Ele arrependida porque um servo quando reconhece o pecado e se volta arrependido a Allah, Ele o perdoa. » Ela dirigiu-se aos pais dizendo : « Respondei ao Profeta » Os pais disseram : « Por Allah ! não sabemos o que responder. ». Aicha disse: « Realmente eu, por Allah, já sei que ouviste esta conversa a meu respeito e acreditastes nela. Por isso se vos disser que sou inocente, não me acreditarão, e se confessar perante vós qualquer pecado enquanto Allah sabe que sou inocente, acreditar-me-eis imediatamente. Portanto, eu não pedirei perdão por uma coisa que Allah sabe que não pratiquei. Aicha manteve-se firme e respondia a todos que Allah(SWT) não é injusto

Nesta ocasião Allah revelou o seguinte versículo confirmando a inocência de Aicha na Surat AN NUR vers 11: « Por certo, os que chegaram com a calúnia são um grupo coeso de vós. Não suponha que ela vos seja um mal. Mas vos é um bem. Para cada um deles, haverá o que cometeu de pecado. E aquele que, dentre eles, se empenhou em ampliá-la, terá formidável castigo. » 

Que Allah nos proteja contra os difamadores e nos oriente no caminho da senda reta. 

Ó fieis se arrependam, pois Allah(SWT) perdoa o pecado dos arrependidos. 

Salamo Aleikom 

Glossário: 
Surat AL HUJURAT = Surat do Alcorão Os Aposentos 

Surat AN NUR= Surat do Alcorão A Luz 

Surat AL AHZAB= Surat do Alcorão Os Partidos 

Aicha = esposa do Profeta Muhammad (SAAW) considerada a mãe dos fieis 

(R.A.) = Rady Allahu Aanho(que Allah esteja satisfeito com ele) 

(SWT) Subahana Wa TaAllah(Louvado seja Allah) 

(SAAW)= Sala Allahu Aleihem Wa Salam( que a paz de Allah esteja com ele) 

Abu Bakir(R.A)= pai de Aicha, e o primeiro Califa do Islam 

LA ILLAH ILLA ALLAH= Não há Deus a não ser Allah 

sexta-feira, abril 19, 2013

Reflexão Nº2: Nigéria homenageia a mais jovem criança a decorar o Alcorão

Rukkayatu Fatahu Umar com 3 anos
decorou o Alcorão, coisas de família
Sua mãe hoje com 29 decorou aos 12
Elas são nigerianas filha e neta do
 Sheik Dahiru Bauchi

É o orgulho dos seus pais e surpreendeu a assistência, havendo mesmo quem dissesse que era um génio: Rukkayatu Fatahu Umar, uma jovem nigeriana de apenas 3 anos de idade, conseguiu no passado dia 24 de Janeiro um feito incrível na presença de um areópago de eruditos muçulmanos, entrando nos anais da recitação do Alcorão.

O Estado de Bauchi, na Nigéria, homenageia hoje a mais jovem criança a decorar o Livro Sagrado, que deu mostras do seu talento incrível num concurso que reuniu 75 alunos de diversas escolas Alcorânicas sob a égide da Fundação do Sheik Usman Dahiru Bauchi, um sábio de renome que não é outro senão o avô desta menina.

“Filho de peixe sabe nadar”, pois Rukkayatu Fatahu Umar sai ao seus, embora a sua prodigiosa memória tenha surpreendido os seus familiares e calado os cépticos! Seguindo os passos do seu ilustre avô, esta jovem criança tem vivido num ambiente familiar particularmente estimulante já que os seus pais decoraram na íntegra o Alcorão, tendo a sua mãe conseguido esta proeza aos 12 anos.

Não poupando elogios, o director da escola islâmica do Sheik Dahiru, tornou oficial o seu record: “Rukkayatu Fatahu Umar, uma criança de 3 anos, é o orgulho da Nigéria por ser a criança mais jovem do país a ter decorado o sagrado Alcorão”, enquanto a sua mãe, de 29 anos, Sayyada Maimunatu, muito emocionada, ficou embevecida perante tamanha façanha, agradecendo a Deus por ter concedido à sua filha capacidades intelectuais extraordinárias.

“Sinceramente, não tenho muito que dizer, a não ser que estou muito grata a Allah por isto. É uma bênção de Allah. Estou-Lhe muito grata por me ter dado um pai como Sheik Dahiru Bauchi, que me guiou no caminho do Islão. Possa Allah dar-lhe uma longa vida para que possa continuar a servir Allah e ser útil ao Islão e à humanidade em geral”, disse ao Sunday Tribune.

Doravante famosa em toda a Nigéria, a pequena Rukkayatu Fatahu Umar regressará em breve à escola Alcorânica, aureolada pelo seu primeiro título de glória.■

Inglaterra: Os muçulmanos de Bradford mobilizam-se para salvar a sinagoga da cidade 09/03/2013 – Fonte: http://oumma.com /Tradução portuguesa: Al Furqán

A mão muçulmana estendida para a mão do seu próximo judeu e até mesmo no bolso para salvar do marasmo uma sinagoga em apuros, a imagem com forte carga simbólica é bela e impressionante, e afasta, pura e simplesmente, todas as ondas negativas que poluem a atmosfera.

É necessário atravessar o Canal da Mancha até Bradford, no condado de Yorkshire, para assistir a esta espontânea manifestação de solidariedade que fortalece os laços entre as comunidades de fé, perante estes fiéis muçulmanos que não poupam esforços para angariar fundos para que as portas do derradeiro local de culto judaico permaneçam abertas. 

Erguida em 1880, a sinagoga de Bradford é um belíssimo edifício, cuja arquitetura vitoriana faz dela uma pérola rara do património local, mas, devido ao desgaste do tempo, uma renovação dispendiosa afigura-se premente. Se a erosão corrói o edifício, ameaçado de encerramento, a comunidade judaica da região vê, por sua vez, o número dos seus seguidores diminuir ao longo dos anos. Face a esta situação crítica, os representantes da comunidade muçulmana mobilizaram-se, como se fos-sem um só, em conjunto com as autoridades da Cidade para angariar fundos para a pequena sinagoga em perigo.

“Em Bradford, trabalhamos arduamente para fortalecer os laços entre os crentes de diferentes confissões, para que se apoiem uns aos outros como bons vizinhos”, declarou Zulfi Karim, secretário do Conselho das Mesquitas de Bradford, ao Telegraph & Argus, congratulando-se pela formidável reação dos cidadãos e fiéis muçulmanos, que não se fizeram rogar para darem o seu contributo financeiro. 

“O apoio precioso da comunidade muçulmana foi extraordinário, e inscreve-se numa tradição de solida-riedade e harmonia comunitárias e cultuais, da qual a região se orgulha”, elogiou, por sua vez, Rudi Leavor, presidente da sinagoga. 

Este magnífico exemplo de entreajuda dado pelos muçulmanos de Bradford aquece não somente os cora-ções, mas constitui, certamente, uma das mais notáveis exibições contra todas as sombrias projeções fan-tasmáticas do Islão.

Mesquitas, Igrejas e Sinagogas são lugares especiais de oração, onde o nome de Deus é reverenciado.  No Alcorão, Deus diz que todos os Santuários devem ser respeitados e preservados.

quinta-feira, abril 18, 2013

A MISERICÓRDIA – Primeira parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Nesta mensagem serão referidos três tipos de misericórdias: 1) - a misericórdia dos nossos pais, em especial das nossas mães; 2) - a misericórdia dos Profetas que continua a orientar-nos, através dos seus legados; 3) - e a Misericórdia de Deus, nosso Criador e Sustentador.

Antes de nascermos, encontramo-nos protegidos nas barrigas das nossas mães. Apesar do lugar pequeno, apertado e escuro, “sentimo-nos” aconchegados e confortáveis. “…e (Deus) criou-vos no ventre das vossas mães, criação após criação em três véus de escuridão…(escuridão do ventre, escuridão do útero e escuridão da placenta com os seus líquidos)” Cur’ane 39:6. Milagrosamente, somos alimentados e assim vamos ganhando forma e vamos crescendo. A futura mãe, com todos os infortúnios que vai passando com a gravidez, carregando um peso que vai aumentando ao longo dos 9 meses e com enjoos constantes, espera ansiosamente pelo dia que o filho vai nascer, para o pegar ao colo e dar-lhe todos os mimos. Esta é a primeira Misericórdia que Deus dá aos seres humanos. Seguir-se-ão muitas mais misericórdias ao longo das suas vidas.

Ainda pequenos, somos amamentados e o leite materno torna-se suficiente nos primeiros tempos da nossa existência. Vamos crescendo e a nossa mãe continua a tratar-nos duma forma carinhosa e especial. Quando choramos ou ficamos doentes, é nos braços dela que encontramos a segurança, a tranquilidade e o conforto. Umar Ibn Khatab (Radiyalahu an-hu) referiu que certa vez ele chegou a Madina acompanhado de alguns cativos. Entre eles, estava uma mulher que angustiada procurava o seu pequeno filho. Quando o encontrou, abraçou-o e o amamentou. Foi quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) questionou: “Essa mulher seria capaz de arrastar o seu próprio filho para o inferno?” Responderam: “Não, por Deus!”. E continuou: “Pois sabeis que Deus é mais Misericordioso com os Seus servos do que essa mulher o é para com o seu próprio filho”. Bukhari. 

Quando nos portamos mal, carinhosamente, a nossa mãe dá-nos um “puxão de orelhas”, mas sempre duma forma educativa. Os nossos pais garantem-nos a subsistência, a educação e transmitem-nos a moral e os ensinamentos religiosos. “Ó Senhor meu, tem Misericórdia dos meus pais, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequeno”. Cur’ane 17:24. Esta é a misericórdia dos nossos pais, mas que nos esquecemos, quando as posições se invertem, quando eles mais velhos necessitam do nosso apoio e carinho. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Um filho não pode “pagar” ao seu pai, até que o encontre como escravo, o compre e o conceda a liberdade”. Bhukari. Por outro lado, o ser humano esquece-se de agradecer as dádivas que Deus vai concedendo. Mas Deus, com a Sua Misericórdia, vai enviando pequenos sinais para a Sua Criação, lembrando-lhes pacientemente da Sua existência. Mas o ser humano continua distraído com os prazeres da vida e só se lembra, quando algo de grave lhe acontece na vida.

O carinho e a misericórdia que os pais transmitem aos seus filhos, constituem momentos de alegria e de harmonia para toda a família. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que Al-Aqra B. Habis viu o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) beijar o seu neto Hassan. Ele disse: “Eu tenho 10 filhos, mas nunca beijei nenhum deles”. O Profeta disse: “Aquele que não mostra misericórdia para os seus filhos, nenhuma Misericórdia será mostrada a ele.” Muslim. Também referiu: Quem não mostra misericórdia para com o povo, Deus o Altíssimo, não mostrará Misericórdia para ele.” Muslim.

Outra manifestação de misericórdia dos pais que se encontram numa extrema pobreza, é o de reforçarem a alimentação dos seus filhos, em detrimento das suas próprias necessidades. Vejamos o amor e a preocupação que uma mãe tem para com os seus filhos, que nos foi relatada por Aisha (Radiyalahu an-ha): “uma mulher pobre veio pedir caridade, acompanhada de duas filhas. Não encontrei mais nada a não ser três tâmaras que entreguei à mãe. Ela deu uma tâmara a cada uma delas e em seguida quando pretendia meter a outra na boca, as suas filhas olharam para ela manifestando o desejo de comer a tâmara. Então ela dividiu a tâmara, em duas partes e deu a cada uma das filhas

Este tipo de tratamento por parte da mãe impressionou-me tanto que eu mencionei o facto ao Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), que disse: “Deus lhe concederá paraíso por esse acto, ou então a libertará do inferno”. Muslim 32:6363 e também em Bukhari. Quantas lágrimas não teriam sido derramadas por Aisha ao presenciar a misericórdia dessa mãe para com as suas duas filhas?

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!.

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá - 18/04/2013 - abdul.manga@gmail.com

segunda-feira, abril 15, 2013

Aisha (r.a) tinha 19 anos quando se casou com o Profeta (s.a.w.) A história do casamento de Aisha aos sete anos de idade é totalmente um mito

Prezado Irmão Abdul Rehman Manga

Ilustre Presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto 

Assalamu Alaikum W. W.: 

Na sequência do teu apelo e o do teu amigo do Brasil, que era cristão (Bispo Auxiliar da ICAB), e se converteu ao Islão em 15/02/2002, eis mais um esclarecimento, desta feita sobre a incorreta história do casamento de Hazrat Aisha (r.a.) aos sete anos com o Profeta Muhammad (s.a.w.) QUE É TOTALMENTE UM MITO, conforme se pode verificar, seguidamente: 

Uma das críticas mais frequentes e ataques contra o Islão é que o Profeta Muhammad (que a paz e bênçãos de Deus estejam com ele) se casou com Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) e começou a ter relações sexuais com ela, quando esta tinha apenas 9 anos de idade. 

No entanto, um erudito (1) islâmico desacreditou esse mito, argumentando que as evidências apontam para o fato de que Aisha tinha realmente 19 anos de idade quando se casou com o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele). No seu livro "A verdade sobre a idade de Aisha, a Veraz", Hakim Niyaz Ahmed teve em conta todas as informações e menções de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) nos Ahadith – ditos e atos do Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele) – assim como os textos históricos islâmicos para determinar a idade revista da menina.

"A informação de Hadith sobre o casamento de Aisha aos nove anos de idade não é confiável, porque todas as coleções de Ahadith reportam este hadith na autoridade solitária de Hisham Urwah," diz no seu volume. 

"Hisham é geralmente aceite como uma pessoa confiável, mas na sua velhice tinha perdido o seu prestígio entre os especialistas em Medina. Eles não aceitaram o seu hadith narrado neste período. Hisham narrou esta história por volta do ano 145 da Hégira, quando ele tinha 84 anos de idade. O casamento de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) teve lugar no ano 2 da Hégira, mais de 140 anos antes. Foi a época em que a maioria das pessoas, que poderiam comprovar os fatos de sua narração, tinha morrido ", disse Niyaz Ahmed. 

As novas descobertas poderiam lançar uma nova luz sobre o início da história do Islão e ajudar a levar por diante um novo comentário sobre o que aconteceu e como sucedeu. Para muitos não muçulmanos, a idade de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) revista, podem limitar os seus ataques contra o Islão, que muitas vezes recorrem para chamar o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele), de um "abusador de crianças" por ter casado com uma menina de 9 anos.

"O casamento de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) não foi um facto comum que apenas uma pessoa poderia narrá-lo". Ibn Ishaq, Ibn Saad e outros relatos históricos da vida do Profeta entre o primeiro grupo de pessoas que abraçaram o Islão, nunca deixam de mencionar a Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela). Se Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) era de nove anos de idade em 2 DH / 624 DC, ela seria de cinco anos de idade no ano 610 DC, quando Muhammad (paz esteja com ele) anunciou a sua missão profética. 

"É muito mais razoável supor que ela era adulta na-quela época, o que significa que ela tinha, sem dúvida mais de nove anos de idade no ano em que emigrou para Medina," continuou o perito. 

"Mishkat al-Masabih, Al-Bidaya wa'l Nihaya, Siyar A'lam al-Nubala e al Isti'ab, são as mais conhecidas fontes que, claramente, mencionam que Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) era 10 anos mais nova do que a sua irmã Asma (que Allah esteja satisfeito com ela) ". 

"A maioria das fontes, em particular Abu Na'im al-Asma Isfahani sugere que ela (Asma) tinha 27 anos de idade no momento da migração". Isto significa que Aisha tinha pelo menos 17 anos de idade naquela época", continuou a dar antecedentes históricos sobre Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela), uma das mulheres mais elogiadas no início do Islão, para desenvolver o seu argumento de que ela era mais velha do que muitos acreditam quando ela se casou com o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele). 

"Quando o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele) fez a proposta de casamento, Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) já estava comprometida para Jubayr bin Mut'im, cujo pai era o chefe dos coraixitas". A família de Jubayr não ficou feliz quando a família de Aisha abraçou o Islão. Ambas as famílias estavam em dificuldades para pôr fim ao compromisso. 

"O pai de Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) teve que negociar o divórcio". Ele pediu à família de Jubayr que concluíssem o contrato de casamento e levassem a Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) para a casa de Jubayr, como era o costume. Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) sabia que a família de Jubayr não estaria de acordo com o contrato, e que então poderia negociar o divórcio ou a separação. Era depois da separação, que poderia ser comprometida para o Profeta (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele), disse. 

O autor está afirmando que o fato de Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) puder negociar para a conclusão do contrato ou o divórcio é prova evidente de que Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) era adulta e na idade de se casar. No seu volume, Niyaz Ahmed detalha mais evidências sugerindo que Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela) não era a menina de 9 anos de idade, como tem sido transmitido através da história, mas que era uma adulta em idade de se casar. ■

(1) - Há mais eruditos islâmicos, entre os quais Shaykh Dr. Ridhwan Saleem, Shayk Resit Haylamaz, Dr. T.O. Shanavas que, também, escreveram a respeito, graças a Deus, e que chegaram a mesma conclusão e têm alguns pontos adicionais que são interessantes. 

Eis alguns títulos do livro a respeito: 

- At What Age did Aisha Marry the Prophet?, por Reşit Haylamaz. 

- La edad de Aisha, - La historia del casamiento de Aisha a los siete años es totalmente un mito, (26/09/2011) - Autor: Dr. T. O. Shanavas.

APELO AOS IRMÃOS MUÇULMANOS 
A Editora Al Furqán, in cha Allah, vai publicar, brevemente, o livro, com cerca de 116 páginas, intitulado 

AISHA,  A ESPOSA DO PROFETA (S.A.W.) - De autoria de: Asma Lamrabet - Versão portuguesa de: M. Yiossuf Adamgy  

Os irmãos que queiram colaborar para a feitura deste importante livro com a aquisição de, pelo menos 50 exemplares, poderão contactar a Al Furqán, com brevidade possível. O preço de cada exemplar ficará, in cha Allah, aproximadamente por 3,75 euros (3,75 x 50 = 187,50 euros). 

Contacto: e-mail: alfurqan04@yahoo.com  - Telf.: 21 988 20 28 — tm.: 96 545 96 46 

Permita Allah S. T. que a recordação desta mulher, emblema de valor, piedade e ciência, possa renascer nos nossos corações de crentes e que nunca mais caia na penumbra da indiferença que mata. Aisha (r.a.) morreu há catorze séculos, mas a sua luta continua viva e é nossa, mais hoje que ontem. 

Permita Allah S. T. que a memória de uma mulher erudita como Aisha (r.a.) possa contribuir para dar às mulheres muçulmanas de hoje, a esperança e a convicção do triunfo nesta vida e no Além e ressuscitar este Islame de igualdade, de sabedoria e de justiça como nos foi legado pelo Profeta de Allah, que a paz e bênçãos estejam com ele. 

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!