domingo, março 17, 2013

Qual é a posição das mulheres no Alcorão e nos Aha-dith (pl. de Hadith)!


Qual é a posição das mulheres no Alcorão e nos Aha-dith (pl. de Hadith)? É muito interessante comparar aqui-lo que é dito no Alcorão acerca das mulheres com aquilo que surge acerca delas na literatura de alguns Ahadith. E não me estou a referir aqui aos Ahadith de outras fontes, mas àquela que é conhecida como Sihah Sitta (i.e. as seis fontes mais autênticas dos Ahadith). Espero que os nossos Ulema reflictam sobre a diferença entre a forma como o Alcorão vê as mulheres e a perspectiva que alguns Ahadith têm delas. Muitas das angústias das mulheres muçulmanas terminarão, se nos guiarmos pelo Alcorão em vez de seguirmos estes Ahadith. 

As mulheres perderam nos Ahadith aquilo que haviam conquistado no Alcorão. Actualmente, se o mundo pensa que o Islão trata as mulheres de forma extremamente injusta, tal deve-se ao facto de seguirmos esses Ahadith, em vez de nos guiarmos pelo Alcorão, no que respeita às mulheres. Na fase pré-islâmica, as mulheres ti-nham o mais baixo dos estatutos sociais e o Alcorão elevou-o consideravelmente, algo que o nosso Ule-ma nunca se cansou de referir. Mas no espaço de algumas décadas após a revelação do Alcorão, as mu-lheres voltaram a descer à sua condição pré-islâmica, no seio de uma sociedade ferozmente dominada pelos homens. E tal foi alcançado recorrendo aos Ahadith como fator de legitimação. 

Aqueles que narraram os Ahadith nunca pararam um momento para pensar no quanto os mesmos contra-dizem o Alcorão, uma vez que eles serviam, de forma exímia, o seu propósito social. O Alcorão facultou ideais e valores, mas a sociedade foi incapaz de ascender a esse nível, tendo, pelo contrário, arrastado o Islão ao seu próprio nível, pelo que os Ahadith serviam melhor os seus interesses. 

Quando o Islão estava confinado à península arábica, era diferente, mas a partir do momento em que se disse-minou por paragens longínquas, a zonas do Império Romano, ao Império Sassânida (Irão), à Ásia Central, etc., regiões muito díspares na sua cultura, valores religiosos e ética social, foi perfeitamente natural que o Islão se tenha adaptado às necessidades dessas sociedades. Todos os juristas (fuqaha') afirmam que até a Chari'ah integra bastante das adati árabes (leis consuetudinárias). Não era fácil evitar todos estes valores culturais e práticas consuetudinárias que existiam nas sociedades não-árabes quando os povos destas regiões se converteram ao Islão. O estatuto das mulheres nestas regiões não era muito diferente daquele que tinham na Árabia pré-islâmica; quando nos convertemos a uma religião que teve origem longe da nossa própria zina, não pomos automaticamente de parte os nossos valores culturais e ética social própria. 

Da mesma forma, é sabido que o Islão se disseminou de forma abrangente, ampla e mais rapidamente do que a compilação das leis da Chari'ah nas diferentes escolas. Com efeito, surgiram várias escolas da Chari'ah (madahibi) nas diferentes zonas pelas quais o Islão se disseminou. Mesmo antes de os árabes terem conseguido apreender o significado pleno do Islão e ajustar as suas vidas a novos valores e ideais, ele já se tinha espalhado por várias zonas do mundo, até à China. A verdade é que o Islão se disseminou por estas regiões a uma velocidade alucinante. 

É também interessante realçar que uma série de com-panheiros do Profeta (p.e.c.e.) se espalharam por várias regiões do mundo e, em muitos casos, estes companheiros casaram com mulheres locais, tendo adotado os valores culturais da região, mas, visto que continuavam a ser companheiros do Profeta (p.e.c.e.), eram igualmente fontes de conhecimento islâmico, e aqueles que se convertiam ao Islão seguiam-nos em busca de orientação. A partir desta altura, vários Ahadith foram narrados por estes companheiros, com base nas memó-rias que tinham e no seu entendimento do Islão. Assim sendo, a par da autenticidade dos Ahadith, a sociologia a elas associada torna-se igualmente importante. 

Enquanto o Alcorão foi compilado durante a vida do Profeta (p.e.c.e.) e quando foram notadas algumas va-riações em relação à récita padrão (principalmente devido a dialetos tribais), o Califa Hazrat Osman (r.a.) teve a sabedoria de compilar a versão padrão e destruir todas as outras, tendo-se desta forma preservado o Alcorão das diferenças textuais. Todas as outras cópias do Alcorão foram concebidas com base nesta. 

Os Ahadith, por outro lado, foram compilados dois a três séculos depois da morte do Profeta Sagrado (p.e.-c.e.) e sofreram muitas alterações, devido à passagem do tempo. Embora tenham existido vários narradores e apesar da sua honestidade e integridade, havia grande probabilidade de os textos serem modificados de narrador para narrador, uma vez que estes tinham, inclusivamente, diferentes interpretações e origens culturais. Infelizmente para os Ahadith, a honestidade e integridade dos seus narradores tornaram-se nos únicos critérios, em vez de se valorizar a conformidade com a perspectiva, valores e ideais do Alcorão. 

Por outro lado, havia também aqueles que não hesitavam em criar um Hadith com o intuito de legitimar um qualquer comportamento ou necessidade de algum indivíduo importante e poderoso. Assim sendo, enquanto nunca houve qualquer divergência em relação ao Texto do Alcorão, têm surgido alguns desacordos em relação à autenticidade ou carácter apócrifo de alguns Ahadith. Na verdade, poder-se-iam ter evitado muitos problemas se não tivesse sido aceite um número tão grande de Aha-dith. Foi exatamente por estas razões que o Profeta (p.e.c.e.) desencorajou a compilação destes Ahadith. Mas os Ahadith tornaram-se necessários a nível sócio- cultural e sócio religioso, em circunstâncias muitíssimo diferentes. Estas necessidades eram de tal forma pre-mentes que se desenvolveu uma doutrina segundo a qual, se um Hadith entrasse em contradição com o Al-corão, o Hadith prevaleceria. Muitas leis da Chari'ah tiveram esta orientação por base. Depois surgiram muitas questões relativas ao fato de o Hadith ser fraco (da'if), ser narrado por apenas um ou vários narradores, de existirem diferentes versões da mesma e de os seus narradores (ravi) serem da'if (fracos), entre outras. Parte da literatura sobre os Ahadith está repleta destas contro-vérsias. Acrescenta-se que diferentes facções se basearam em diferentes Ahadith, para legitimar as suas perspectivas. Resumindo, muitas controvérsias se geraram devido a uma sujeição excessiva em relação aos Aha-dith. 

E ainda muitos mais Ahadith foram usados para rebaixar o estatuto das mulheres, na medida em que os ideais e os valores do Alcorão a respeito das mulheres não podiam ser aceites por sociedades que tratavam as mulheres como subordinadas dos homens. Os homens queriam manter a sua superioridade em todas as cir-cunstâncias. Pensavam que tinham poder sobre as mulheres, e muitos versículos do Alcorão eram explicados de acordo com a ética da superioridade masculina. A maioria dos versículos do Alcorão que fala sobre as mulheres não é explicada à luz de outros versículos do Alcorão (a única metodologia fiável para compreender o verdadeiro significado do Alcorão), mas sim com a abordagem dos Ahadith que aviltam as mulheres. 

Gostaria de comparar neste artigo os Ahadith acerca das mulheres com versículos do Alcorão, para demonstrar os quão contraditórios entre si são estes versículos do Alcorão e os Ahadith. O Alcorão refere a igual dignidade de homens e mulheres, e até a história de Adão e Eva é contada de uma forma que não culpa, de forma alguma, Eva por ter comido o fruto da árvore da qual Adão estava proibido de se aproximar. O Alcorão fala acerca da criação dos homens e mulheres a partir de um só nafs (alma), enquanto o hadith afirma que Eva foi criada com base numa costela de Adão. O Alcorão declara que foi Adão quem desobedeceu ao seu Senhor e que agiu com ignorância. Assim, o Alcorão afirma: «E Adão desobedeceu ao seu Senhor e foi contrariado». (20:121). 

Da mesma forma, todo o discurso do Alcorão acerca das mulheres é baseado nos direitos delas, ao passo que, na Chari'ah, graças à literatura dos Ahadith, todo o discurso se centra nos deveres das mulheres e nos direitos dos homens, algo que se percebeu durante o período da jahiliyyah (ignorância). Era demasiado difícil para os homens aceitar a igual dignidade entre homens e mulheres na sociedade feudal em que as regras da Chari'ah foram compiladas. 

O Alcorão atribui igualdade de direitos e de digni-dade a homens e mulheres, mas os textos dos Ahadith estão repletos de Ahadith que contradizem esta perspectiva do Alcorão. Por exemplo, no Bukha-ri, encontramos um hadith que entra em contradição com o versículo 33:35 do Alcorão. O hadith narra o seguinte: 

"O Profeta (p.e.c.e.) exortou as mulheres a serem generosas nas suas oferendas, pois quando vislumbrou as chamas do Inferno, constatou que a larga maioria das pessoas atormentadas eram mulheres. As mulheres ficaram furiosas, tendo-se uma delas levantado de imediato para saber a que razão se devia aquilo. - Porque - respondeu ele - as mulheres resmungam muito e são ingratas para com os seus maridos! Mesmo que os pobres passem a vida a fazer coisas por vocês, basta-vos estar aborrecidas com qualquer coisa para dizerem: 'Nunca me fizeste bem nenhum!' E então as mulheres começaram a tirar as alianças energicamente e atirá-las à capa de Bilal." (Bukhari 1.28, Abu Dawud 439). 

Repare-se no conteúdo e tom deste hadith. Está repleto de uma atitude machista, sendo que, de acordo com este hadith, as mulheres são ingratas para com os maridos. Para ver como esta ideia é contestada, consulte-se o versículo do Alcorão 33:35, que diz: «Para os homens e mulheres que se submetem ao Islão, para os homens e mulheres crentes, para os homens e mulheres obedientes, para os homens e mulheres verdadeiros, para os homens e mulheres que são pa-cientes, para os homens e mulheres que são humildes, para os homens e mulheres que dão para caridade, para os homens e mulheres que fazem jejum, para os homens e mulheres que preservam a sua castidade e para os homens e mulheres que se empenham no louvor a Allah, para todos eles Allah reservou o perdão e uma grande recompensa». 

Veja-se como neste versículo o Alcorão trata da mesma forma homens e mulheres, referindo um igual grau de perdão e iguais recompensas. No hadith atrás narrado, por outro lado, são condenadas ao fogo do Inferno mais mulheres que homens, devido ao facto de serem ingratas em relação aos maridos. O Alcorão não exige em parte nenhuma que a mulher seja obediente ao marido. É ao marido que se adverte para que seja generoso para com a esposa (consultar 2:229) "faz-lhe boa companhia (bi ma'ruf) e trata-a com gentileza" (bi ihsanin). 

Também o vestuário dos homens e mulheres é descrito (libaç) (2:187 Está-vos permitido, nas noites de jejum, acercar-vos de vossas mulheres, porque elas são vossas vestimentas e vós o sois delas. ). De acordo com o Alcorão, homens e mulheres são entre si zawj (parte do casal), tal indicando a existência de igual dignidade, amor e respeito e não obediência ou subordinação. O Profeta (p.e.c.e.) nunca tratou nenhuma das suas esposas como subordinada. Não só se limitava a tratá-las com dignidade, mas também aconselhava-se junto delas com frequência acerca de várias questões, seguindo mesmo os conselhos que elas lhe davam. Com efeito, o conselho de Umm Salma (r.a.) que consistia no sacrifício de um animal em Hudaybiya revelou-se muito positivo. 

“A MULHER É APENAS MEIA TESTEMUNHA?” 

Examinemos mais um hadith que aparenta estar em conformidade com as disposições do Alcorão, mas que, na verdade, não está. O seu autor é Muslim. O hadith é narrado da seguinte forma: 

Conta-se que o Profeta (p.e.c.e.) terá dito: “Não conheço mais ninguém, a não serdes vós, com falta de senso comum e em incumprimento para com a religião, mas desprovendo (simultaneamente) o sábio da sua sabedoria". Ao ouvir estas palavras, houve uma mulher que fez o seguinte comentário: - O que tem o nosso senso comum e a nossa prática religiosa de errado? - Ele observou: - A vossa falta de senso comum é provada pelo fato de o senso comum de duas mulheres equivaler ao de um homem; é essa a prova de que têm falta de senso comum. E há noites (e dias) em que não fazem as vossas orações, e também não cumprem o jejum durante o mês do Ramadão (durante o período menstrual); é esse o vosso incumprimento em relação à religião”. (Muslim, 31). 

Este hadith apresenta várias falhas. O Alcorão não afirma que a mulher não é uma testemunha na sua plenitude, nem que é desprovida de senso comum. E o mensageiro de Allah (p.e.c.e.) nunca diria palavras que denigram as mulheres com quem se aconselhou em alturas difíceis, tal como foi referido atrás. O Alcorão limita-se a declarar que, quando fazemos um empréstimo, devemos fazer registo dele por escrito, com duas testemunhas do sexo masculino, e no caso de estas não estarem disponíveis, deverá optar-se por ter como testemunhas duas mulheres e um homem, para que, no caso de uma se esquecer, a outra se poder lembrar. (2:282 ".Ó fiéis, quando contrairdes uma dívida por tempo fixo, documentai-a; e que um escriba, na vossa presença, ponha-a fielmente por escrito; que nenhum escriba se negue a escrever, como Deus lhe ensinou. Que o devedor dite, e que tema a Deus, seu Senhor, e nada omita dele (o contrato). Porém, se o devedor for insensato, ou inapto, ou estiver incapacitado a ditar, que seu procurador dite fielmente, por ele. Chamai duas testemunhas masculinas de vossa preferência, a fim de que, se uma delas se esquecer, a outra recordará. Que as testemunhas não se neguem, quando forem requisitadas. Não desdenheis documentar a dívida, seja pequena ou grande, até ao seu vencimento. Este proceder é o mais equitativo aos olhos de Deus, o mais válido para o testemunho e o mais adequado para evitar dúvidas. Tratando-se de comércio determinado, feito de mão em mão, não incorrereis em falta se não o documentardes. Apelai para testemunhas quando mercadejardes, e que o escriba e as testemunhas não seja coagidos; se os coagirdes, cometereis delito. Temei a Deus e Ele vos instruirá, porque é Onisciente".)
Este versículo não declara de forma alguma que a mulher tem falta de senso comum. A mulher poderia ser considerada inexperiente, pois naquela época as mulheres não se dedicavam a transações financeiras. A falta de experiência não pode ser equiparada à ausência de senso comum. Igualmente, se as mulheres não podem fazer preces ou praticar o jejum durante a menstruação, como podem ser esses fatos considerados como "incumprimentos à religião"? Esse é um estado de incapacidade, e não de ausência de crença ou empenho. A crença ou religião está relacionada com a nossa alma e com o nosso coração, e não com a nossa condição física. O nosso Profeta (p.e.c.e.) tinha um grande respeito pelas mulheres e pelas suas esposas. É impensável que ele dissesse este tipo de coisas aviltantes acerca das mulheres. Ele amava profundamente Khadija, Fatima e Ayisha (r.a.). Todas estas mulheres eram extremamente inteligentes e grandes defensoras do Islão. Com efeito, eram mais consistentes na sua crença no Islão do que muitos homens. Todo o mundo muçulmano respeita bastante estas mulheres. A verdade é que o Islão deu um estatuto de grande elevação às mulheres e garantiu os seus direitos numa altura em que, em todo o mundo, elas não tinham quaisquer direitos. Com efeito, foi esta tendência de aviltamento das mulheres que se refletiu nestes Ahadith. 

“AS MULHERES NO GOVERNO DÃO AZAR ÀQUE-LES QUE SÃO POR ELAS GOVERNADOS” 

Encontramos outro hadith de Bukhari que é citada com frequência contra o facto de as mulheres se tornarem governantes de países. Com efeito, Bukhari relata três tradições associadas a este episódio, duas das quais se encontram no capítulo sobre "A Carta do Profeta a Chosroe e César". O hadith de Abu Bakra tem o nº 4425. O hadith anterior, o nº. 4424, é relatado por Ibn Abbas, que afirmou o seguinte: "O Profeta de Allah enviou Abdullah Ibn Huzaifa com a sua carta para Chosroe. Quando Chosroe a leu, rasgou-a. Creio que Bin Musay-yab disse: Depois o Profeta rezou a Allah para que os destruísse completamente. O terceiro hadith tem o nº 6639 e é relatado no Bukhari no capítulo que versa sobre "como era o juramento do Profeta", narrando o seguinte: "Quando César morrer, nenhum César lhe sucederá. Quando Chosroe morrer, nenhum Chosroe lhe sucederá." 

Bukhari (4425) fala do seguinte hadith de Abu Bakra: "Allah concedeu-me bastantes benefícios durante a batalha do Camelo, proferindo apenas uma palavra (ou expressão). Quando o Profeta (p.e.c.e.) ficou a saber que os persas tinham escolhido a filha de Chosroe como sua governante, disse: Uma nação que coloca os seus assuntos nas mãos de uma mulher nunca poderá prosperar!" 

Agora é do conhecimento de todos que Abu Bakra relatou este hadith após a batalha do Camelo, na qual participou Hadrat Ayisha (r.a.), tendo como alvo Hazrat Ali (r.a). Este hadith surge apenas na narração de Abu Bakra, que desejava governar uma das províncias e queria agradar a Hazrat Ali. Abu Bakra tinha, como é óbvio, um objetivo quando narrou este hadith. 

A perspectiva que se apresenta é bastante contraditória em relação ao Alcorão, na medida em que este apoia a liderança da Rainha de Sheba (Bilquis), que rejeitou os conselhos dos seus conselheiros homens se estabeleceu a paz com o Profeta Salomão (Sulaiman). Consultar os versículos 32 a 35 do Capítulo 27 "32.Disse mais: Ó chefes, aconselhai-me neste problema, posto que nada decidirei sem a vossa aprovação. 33.Responderam: Somos poderosos e temíveis; não obstante, o assunto te incumbe; considera, pois, o que hás de ordenar-nos. 34.Disse ela: Quando os reis invadem a cidade, devastam-na e aviltam os seus nobres habitantes; assim farão conosco. 35.Porém, eu lhes enviarei presente, e esperarei, para ver com que voltarão os emissários". Quando Bilquis pediu a opinião a um dos seus conselheiros homens sobre se deveria declarar guerra ou paz a Sulaiman, eles aconselharam-na a lutar e a não se render. Mas ela ignorou-os e decidiu estabelecer a paz, defendendo: "Decerto que os reis, quando invadem uma cidade, a arruínam, tornando os seus cidadãos mais nobres nos mais humildes; e assim farão eles." 

Assim se verifica que o Alcorão defende a sabedoria de uma mulher em se abster de lutar e em estabelecer a paz com um governante mais poderoso, salvando o país da ruína. Mas o hadith citado atrás defende exatamente o contrário, afirmando que se uma mulher se tornar governante, tal irá revelar-se desastroso para o país. O hadith sugere então que o Profeta (p.e.c.e.) contradiz a revelação de Allah, o que é inconcebível. A única conclusão é que o narrador tinha as suas próprias razões para narrar o hadith, ou então não compreendia em absoluto aquilo que o Profeta disse. Deixa-se a conclusão a cargo dos leitores. 

Consideram-se ainda mais chocantes os Ahadith que versam sobre as mulheres e que são atribuídos ao Profeta (p.e.c.e.). 

Um desses Ahadith encontra-se no Sahih Bukhari e foi narrado por Sahl ibn Sa'de, da seguinte forma: "Um mau agoiro foi revelado ao Profeta (p.e.c.e.). O Profeta disse: 'Se existe um mau agoiro em qualquer lugar, o mesmo está na casa, na mulher e no cavalo. '" 

Este hadith equipara a mulher a uma casa e a um cavalo. Não pode haver qualquer comparação entre os três. Tanto a casa como o cavalo são, aliás, extremamente úteis para os seres humanos, facilitando-lhes o seu dia-a-dia e as suas deslocações. Uma casa é uma necessidade básica do ser humano e o cavalo era necessário àqueles que viajavam, sendo, por isso, altamente valorizados. Os cavalos eram também usados nas guerras, graças ao fato de os seus movimentos serem bastante velozes. Estas teorias foram o produto de um tipo de mente muito fraca e, infelizmente, foram atribuídas a uma mente que Allah havia agraciado com os mais elevados dos pensamentos. Ele escolhera-o como Seu Profeta e Mensageiro. É impensável que ele dissesse este tipo de coisas. 

Existe um hadith interessante, que se encontra no Bukhari e que foi narrado por Ayisha (r.a.). Este hadith relata o seguinte: as coisas que invalidam as orações foram-me referidas (a Ayisha). Afirmaram: "a oração é invalidada por um cão, um burro e uma mulher (no caso de passarem à frente de alguém que esteja a fazer as suas orações) ". 

Ayisha (r.a.) declarou: "Transformaram-nos (ou seja, às mulheres) em cães. Eu vi o Profeta (p.e.c.e) rezar enquanto estava deitada na cama, entre ele e a Qiblah. Quando precisava de alguma coisa, saía de mansinho, pois não gostava de passar pela frente dele." 

Podemos aqui ver a forma como alguns narradores equipararam mulheres a cães e burros, e como Ayisha os desafiou. Isto mostra como os homens tinham pouca consideração pelas mulheres, tendo atribuído os seus pensamentos desprezíveis ao Profeta (p.e.c.e.). Pode nem sempre haver mulheres como Ayisha (r.a.), que desafiem estes pensamentos medíocres, sendo assim os Ahadith passíveis de aceitação sem uma abordagem crítica. 

Da mesma forma, encontramos no Sahih Bukhari um hadith narrado por Osamah, que volta a ser totalmente contraditório em relação ao que diz o Alcorão. O hadith relata: "E aconselho-vos a tomarem conta das mulheres, pois elas foram criadas de uma costela, e a parte mais inclinada da costela é a parte de cima. Se a tentarem endireitar, ela vai partir, e se a deixarem incólume, permanecerá torta. Por isso, insisto em que tomem conta das mulheres." 

Este hadith é muito depreciativo em relação às mulheres, tal como outros ahadith do mesmo tipo. Contra-diz totalmente o Alcorão, onde não se menciona em parte alguma a criação de Eva a partir de uma costela de Adão. Este hadith foi igualmente criado para provar a inferioridade das mulheres. Em todos os versículos do Alcorão onde se fala sobre mulheres, não existe um único versículo que denigra as mulheres desta forma ou que prove a sua inferioridade seja em que aspecto for. 

Estes eram preconceitos sociais dominantes, por parte dos homens, em relação às mulheres, que os levaram a criar este tipo de ahadith para as poderem subjugar e para que as mulheres não pudessem usar o Alcorão para reclamar a sua igualdade em relação aos homens. O Alcorão foi revelado ao Profeta (p.e.c.e.) para que ele pudesse conferir igual dignidade e estatuto às mulheres, mas a sociedade não estava, de qualquer forma, preparada para tal, tendo tentado rebaixar as mulheres através da criação destes ahadith. Uma vez que não as podiam controlar através do Alcorão, recorreram a outra arma para denegrir o estatuto das mulheres. 

É triste que alguns dos nossos Ulema ainda não estejam preparados para avaliar criticamente estes ahadith machistas. Pelo contrário, continuam a citá-los, de modo a manter o estatuto inferior das mulheres na sociedade, subjugando-as aos homens. É precisamente por esta razão que os não-muçulmanos têm uma opinião muito negativa em relação ao Islão e ao fato de o Islão ter "suprimido" a dignidade e estatuto das mulheres. 

Chegou a hora de as mulheres muçulmanas avaliarem criticamente estes Ahadith e refutarem os fatwas que os Ulema publicaram com base em Ahadith deste tipo. Precisamos que surjam grandes escolásticas entre as mulheres, que possam ter uma postura independente. 

■Fonte: Institute of Islamic Studies, dirigido por Teólogo Islâmico Prof. Asghar Ali Engineer Tradução e adaptação em português por M. Yiossuf Adamgy - Director da Revista Islâmica Portuguesa Al Furqán.

quinta-feira, março 14, 2013

Seria mesmo o Islam uma religião de homens intolerantes?



A foto trata de um pai na Arabia Saudita que perdoou o assassino de seu filho e o livrou da pena de morte, em contrapartida, o assassino deverá memorizar o Alcorão Sagrado.

"... (aqueles) que reprimem sua raiva e perdoam (todos) os homens - porque Allah ama aqueles que praticam o bem." (Alcorão 3:134)

O verdadeiro muçulmano, cuja alma está plena de sua religião, não abriga rancores; se ele reprimir sua raiva, logo se segue o perdão e ele estará entre aqueles que praticam o bem.

A raiva é um sentimento difícil de reprimir porque é uma carga muito pesada no coração. Mas, quando perdoamos o outro este peso é retirado, libertando-nos, aliviando-nos e trazendo paz de espírito. Estes são os sentimentos de ihsaan (perfeição) que o muçulmano sente quando perdoa seu irmão.

O verdadeiro muçulmano é indulgente com seu irmão por causa de Allah. Ele espera alcançar a honra a que o Profeta (saw) se referiu no hadice:

"Allah só aumentará Seu servo em dignidade e honra. Ninguém se humilha senão por causa de Allah e Ele elevará sua posição." (Muslim)

É uma grande honra de Allah, que combinada com as características do muçulmano tolerante e indulgente, faz com que ele se torne um daqueles que pratica o bem e que Allah estima e um daqueles que são dignos e que as pessoas estimam.

O ressentimento não tem lugar no coração do muçulmano sensível que compreende verdadeiramente sua religião. Ele percebe o valor do perdão e a pureza do coração e a importância que têm quando ele busca o perdão de Allah, conforme o Profeta (saw) explicou:

"Três são os pecados que aquele que morrer livre deles será perdoado por qualquer coisa, se for da vontade de Allah: associar parceiros a Allah, praticar a magia ou feitiçaria e ter ressentimento por seu irmão." (Relatado por al-Bukhari em Adab al-Mufrad).

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

A ESCURIDÃO NA SEPULTURA:

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK.

Quando vamos acompanhar o funeral do nosso ente querido para o deixar na sua morada provisória, diversos pensamentos assaltam as nossas mentes. 

Ficamos perturbados com a situação, pensado na pequenez, na escuridão e na solidão da sepultura. Um arrepio invade-nos e desperta-nos para a realidade de que um dia também lá iremos parar. “Inna Lilahi Wa inna ileihi Rájiuna – Viemos de Deus e para Ele será o nosso regresso”. Cur’ane 2:156.

Issa (Aleihi Salam), Jesus (que a Paz de Deus esteja com ele) e os seus discípulos, passavam por uma sepultura, quando um morto foi descido à terra. Os discípulos ficaram impressionados e lamentaram a solidão e a escuridão do lugar apertado em que irá ficar o falecido. Issa (Aleihi Salam) recordou-lhes de que já estiveram num lugar como aquele, no ventre das mães, que apesar do lugar ser ainda mais pequeno e escuro, se Deus quiser aumentar a Sua Misericórdia o fará. ”- Ahmad ibn Hambal- Kitab al-zuhd. “…e criou-vos no ventre das vossas mães, criação após criação em três véus de escuridão…” Cur’ane 39:6. 

São aqui referidas: 1) a escuridão do ventre das mães, 2) a escuridão do útero e 3) a escuridão da placenta com os seus líquidos que envolvem o feto.

Toda a alma provará o sabor da morte e vos provaremos com o mal e com o bem e a Nós retornareis”. Cur’ane 21:35. Depois de terminado o enterro e quando se começar a ouvir os passos dos amigos e familiares a retirarem-se do local, começará o interrogatório que determinará a situação em que o morto depois de acordado, ficará a aguardar na sua sepultura, o dia da Ressurreição. Este lugar provisório poderá ser um local alargado, de conforto e iluminado, como poderá ser um local comprimido, escuro e de castigos. 

Tudo dependerá do tipo das ações (amal) praticadas durante a sua vida. As boas ações serão o “candeeiro” que iluminará o local, ao contrário das suas más ações que servirão de “combustível” para o fogo que o irá castigar.

A recitação regular e com convicção de LA ILAHA – ILLA LLAHNão há outra divindade, senão Deus, será uma vela, uma lâmpada, uma iluminação que nos fará companhia e não nos abandonará até ao dia da Prestação de Contas e até à nossa entrada no paraíso. Utban Bin Malik Al-Ansari, que era um dos homens da tribo de Bani Salim, referiu: “O apóstolo de Deus veio ter comigo e disse: “Se alguém se apresentar no dia da Ressurreição e que tenha dito LA ILAHA – ILLA LLAH, com sinceridade e com a intenção de obter a satisfação de Deus, Deus fará que o fogo do inferno lhe seja proibido”. Bukari 76:431.

Abu Darda (Radiyalahu an-hu), referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A pessoa que recitar LA ILAHA – ILLA LLAH cem vezes diariamente, no Dia do Julgamento Final, será ressuscitada com a sua face brilhando como a lua cheia e ninguém a ultrapassará nesta categoria excepto aquele que recitar o Kalimah mais vezes do que ele”. Ibn Majá.

A recordação constante de Deus, dos Seus atributos, nomeadamente, Yá Allah, Yá Rahman, Yá Rahim, Yá Haiú, Yá Kaiiúm (Ó Meu Deus, Ó Beneficente, Ó Misericordioso, Ó Vivente, Ó Subsistente), é uma luz que iluminará a nossa sepultura. Jabir Ibn Abdullah (Radiyalahu an-hu) relatou: As pessoas viram uma luz no cemitério e eles foram ver do que se tratava. Encontraram o Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) ao pé de um túmulo e estava dizendo: “Dê-me a sua companhia!”. Era um homem que costumava mencionar o nome de Allah, em voz alta”. Sunan Abu Dawud 20:3158.

Quando estivermos ao pé do falecido que está a ser preparado para o funeral, ou quando visitamos os cemitérios para orarmos pelos nossos falecidos, devemos suplicar a Deus o bom, porque os anjos vão dizer “amin” aos nossos pedidos. Devemos pedir: “Ó Senhor nosso, perdoa fulano de tal, eleve o grau dele entre aqueles que estão bem encaminhados, faça da sua sepultura, um lugar espaçoso e iluminado”. Muslim 4:2003. Por que na verdade, a sepultura é um lugar cheio de trevas para os seus moradores.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Com os meus cumprimentos e votos de um bom dia de Juma. Abdul Rehman Mangá - 14/03/2013.

terça-feira, março 12, 2013

O Caráter do Muçulmano - 7‏

Bismillah!
A Verdade - O Conselho de Ser Verdadeiro
Shaikh Mohamad Al Ghazali
Tradução: Prof.Samir El Hayek

Deus criou o universo todo com base no amor, e exigiu das pessoas que elas edificassem suas vidas sobre os alicerces da verdade, de fazerem da verdade e da honestidade a prática de suas vidas, usando tão somente da verdade nas suas conversas e entendimentos.

Quando um povo perde este sentido claro de vista, e as histórias falsas, as superstições e crenças absurdas passam a governar seus ser, idéias e pensamentos, então surge neles a insensibilidade e a aspereza, eles se afastam do caminho correto, e abandonam completamente as realidades cuja adoção era necessária.

Por esta razão, o pilar forte e sólido do caráter muçulmano e a honestidade. E dever dele se aliar à verdade em todos os assuntos e de examinar todas as coisas através das lentes da verdade. Mantê-la diante de si em todas as decisões será a manifestação mais clara do seu modo e temperamento de proceder. Da mesma forma, o edifício da sociedade no Islam e também alicerçado neste mesmo alicerce, e de que se deve combater as meras conjecturas e superstições, expulsar as coisas vãs e as histórias de fantasia, não se devendo estimular nem dúvidas nem apreensões, porque só as realidades fortes e sólidas merecem ser manifestadas; elas devem deixar sua marca sobre a sociedade, e a elas deve se recorrer para o 

Fortalecimento dos diversos relacionamentos.

O Mensageiro de Deus disse:
Afastai-vos dos maus pensamentos, por que os maus pensamentos são a maior falsidade.” (Bukhári)

Outra tradição diz:
“Deixai de lado as coisas duvidosas, segui aqueles assuntos em que não haja dúvidas, pois a verdade e o meio da satisfação e a falsidade e a causa das dúvidas e das apreensões.” (Tirmizi).

O Alcorão enunciou a condenação das comunidades que se norteiam por conjecturas e superstições que lhes permearam as mentes de absurdos e puseram em jogo o presente e o futuro delas, com o suporte de histórias falsas, e apostando na corrupção e na ruptura.

Não seguem senão as suas próprias conjecturas e as luxúrias de suas almas, não obstante ter-lhes chegado a Orientação do seu Senhor.” (53ª:23).
Embora carecem de todo conhecimento a esse respeito. Não fazem senão segir conjecturas; sendo que a conjectura jamais prevaleceu, em nada, sobre a Verdade.” (53ª:28).

Uma vez que o Islam respeita a verdade vigorosamente, ele repele os mentirosos rispidamente. Ele os admoesta severamente. Aicha narrou:

O Mensageiro de Deus não detestava coisa alguma mais do que à falsidade. Se ele fosse informado de que determinada pessoa havia mentido, ele arrancava todo o respeito e dignidade que pudesse sentir em seu coração por aquele homem, até que viesse a ser informado de que ele havia se arrependido.” (Ahmad)
Outra narrativa dela afirma:

“Para o Mensageiro de Deus, a falsidade era o pior hábito que uma pessoa poderia ter. Se alguém contasse uma mentira diante dele, a lembrança daquele indivíduo o perturbava sempre enquanto não viesse a saber que ele havia se arrependido.” (Ibn Hibban)

Essa atitude do Profeta não deveria nos surpreender. Ela era a prática dos nossos antepassados. Suas relações se formulava com base na probidade e no bom caráter moral. Eles se conheciam uns aos outros. Se algum possuisse qualquer nódoa de caráter, e se pudesse ser isolado em razão dos seus delitos, então sua situação naquela comunidade ficava igual à de alguém que sofresse de uma sarna infecciosa no meio de pessoas sadias, e lhe consideravam desmerecedor de qualquer respeito até que ele se redimisse daquele defeito.

A característica que distinguiu a sociedade muçulmana no seu primeiro período foi a verdade, a disciplina, a tolerância e a cautela no falar. A falsidade, o rompimento de promessas, o falso testemunho e outras baixezas são sinais de desintegração ou de rompimento da relação com a religião. Ou se é possível dizer-se que tivessem qualquer relação religiosa, esta então seria chamada de transação religiosa dos falsos acusadores, dos enganadores e embusteiros, ou a religiosidade dos mentirosos e dos homens sem palavra.

A Falsidade é uma Grande Maldição
A falsidade é um mal de tal ordem que põe a mostra a corrupção e a maldade internas do mentiroso; e este nome se dá a toda ação delituosa que só serve para espalhar o mal, a tal ponto que mesmo sem necessidades prementes ou tendências impetuosas, leva as pessoas a cometerem pecados.

Algumas tentações são tão profundas que o homem se envolve nelas completamente. Elas são como doenças que exigem um tratamento prolongado; elas são como o medo e a covardia, que sempre obstam o progresso do covarde e do homem amedrontado, ou como a ganância que torna o homem mesquinho e avarento.

Quando algumas pessoas se juntam ao jihad para acompanhar os soldados, elas vem trémulas. Ou algumas outras pessoas, que ficam aterradas ao calcular o valor que têm que pagar a título de zakat. Qual a comparação entre essas naturezas covardes e miseráveis com aquelas naturezas valentes e generosas que enfrentam a morte rindo ou que gastam as suas fortunas pela causa de Deus espontaneamente e com boa vontade!

Aqui poderemos ainda encontrar justificativas para tais pessoas na medida que elas se tornam presas dos seus temores e dúvidas, quando são convocadas para fazerem algum sacrifício.
Mas não pode existir absolutamente nenhuma justificativa para aqueles que transformam sua mentira em hábito e que durante todas as suas vidas enganam as pessoas com suas falsidades.

O Mensageiro de Deus disse:
Todos os defeitos podem ser encontrados num muçulmano, menos a desonestidade e a falsidade.” (Ahmad).

Perguntaram ao Mensageiro de Deus se algum muçulmano poderia ser um covarde. Ele respondeu, “Sim.” Perguntaram-lhe: “Pode um muçulmano ser mesquinho?” Ele disse que sim, que ele poderia ser mesquinho. E novamente perguntaram a ele: “Pode um muçulmano ser mentiroso?” Ele respondeu: “Não!”. (Málik)

As respostas do Profeta mostram que estes fatores de deficiência e fraqueza penetram na natureza de algumas pessoas, e quando estas (pessoas) são convocadas a cumprirem seu dever ou pagar o que é devido a Deus e aos Seus servos, então esses fatores os influenciam negativamente. Mas isto não quer dizer que a mesquinhez é tolerada, nem que a covardia é um mal menor. Como seria isto possível se o não pagamento do zakat e a evasão de participar do jihad são atos que se aproximam da incredulidade (kufr)?

Por mais que um mentiroso ou uma pessoa omissa possam estender suas falsidades –†e†não importa quão grande a extensão dela venha a ser –†o pecado dele diante de Deus será de igual proporção. Os jornalistas que desvirtuam as pessoas com notícias falsas, os políticos que deturpam importantes questões públicas, e os servos do egoísmo que lançam suas imposturas sobre as pessoas eminentes e as senhoras de caráter ilibado – todos eles cometem crimes terríveis e o castigo deles poderá vir a ser muito severo.

O Mensageiro de Deus disse: “Certa noite vi dois homens. Eles vieram a mim e disseram: “Qualquer homem que vires esticar a mandíbula para falar, considere-o um mentiroso. Ele conta uma mentira que e copiada por seu intermédio até ser falada em todo o mundo. E ele vai fazendo isto até o Dia do Juízo Final.” (Fathul Bári).

Nesta mesma categoria se enquadram as falsas promessas feitas pelos governantes aos seus súditos, porque as falsidades faladas de um pódio se espalham pelos quatro cantos do mundo.

Está na Tradição que “Três pessoas jamais entrarão no Paraíso. Primeiro, o ancião que praticar sexo ilícito, segundo o homem que contar mentiras, e terceiro, o pobre orgulhoso.” (Al Bazzar).

Inventar mentiras sobre a religião de Deus e o pior mal. Aquele que tiver a menor relação que seja com Deus e com Seu Mensageiro jamais se entregará a tal atividade.

Esse e o pior tipo de mentiroso, e as consequências que ele terá de enfrentar serão terríveis.

O Profeta disse: “A consequência de se inventar falsidades contra mim não é tão ruim quanto aquela que corresponderá ao que inventa falsidades sobre qualquer outra pessoa. Deixemos que aquele que propositadamente e premeditadamente venha a atribuir-me falsidades, tenha por destino próprio o Inferno.” (Bukhári)

Na relação de falsos testemunhos estão incluídas todas as invenções e absurdos que os incultos tem fabricado sobre a religião de Deus, e que não tem lugar próprio na fé. O público em geral tomou-as como sendo religião, apesar de na verdade nada terem a ver com ela. Na realidade, não são mais que um passatempo e uma diversão.

O Mensageiro de Deus avisou seus seguidores contra as fontes desses absurdos inventados, admoestando-os de tomarem cuidado para não adotar quaisquer costumes ou práticas outras que as são indicadas no Alcorão e na Sunna. Ele disse:

No último período da minha Umma (comunidade muçulmana), surgirão pessoas que serão enganadoras e mentirosas. Elas lhes dirão coisas que vocês jamais ouviram, nem os vossos antepassados tampouco as escutaram. Tomem cuidados com essas pessoas; não lhes permitam misturar-se a vós e não as deixeis envolvê-los com a corrupção.” (Musslim).

Ensinem Vossos Filhos a Falar a Verdade

O Islam ordena que nos corações das crianças sejam plantadas as sementes da grandeza e da importância da verdade, para que elas possam crescer e desenvolver alicerçadas na verdade e possam se tornar jovens no colo dela; e possam dar-lhe o devido lugar em todos os assuntos de suas conversas.

Abdullah Ibn Ámir diz: “Certa vez minha mãe me chamou estando o Profeta de visita em minha casa. Minha mãe pediu-me para ir ter com ela pois ela queria me dar algo. Ele perguntou o que era que ela queria me dar. Ela disse que queria dar-me uma tâmara (fruta). O Profeta disse: “Se você não lhe tivesse dado a tâmara, teria sido lançado no seu registro de atos o débito por uma falsidade.” (Abu Daud)

Abu Huraira relata que o Profeta disse:

Qualquer que tenha chamado uma criança dizendo-lhe que iria dar alguma coisa a ela, e não o fez, comete uma mentira.” (Ahmad).

Vale a pena observar de que maneira sabia o Profeta instruiu seus seguidores a instruir suas crianças, de tal modo que estas viessem a considerar a mentira e a honestidade coisas respeitáveis e passariam a evitar de contar mentiras. Tivesse o Profeta ignorado tais coisas e não as tivesse descrito com ênfase, então teria acontecido que as crianças cresceriam sem considerar a mentira como um pecado.

Preferir a honestidade e o dizer a verdade tem sido um ponto persistentemente apontado, tanto é que a injunção impõe que se mantenha tais atitudes até nos menores afazeres domésticos.

Asma Bint Yazid narra que certa vez ela perguntou ao Mensageiro de Deus:
“Se alguma de nós mulheres dissesse que ela não tinha vontade algum de possuir determinada coisa mesmo que ela realmente a desejasse, seria isto considerado uma mentira?” Ele respondeu: “A falsidade está escrita como falsidade e uma pequena falsidade está escrita como uma pequena falsidade.” (Musslim)

A Proibição de se Mentir até ao Contar uma Anedota

Aquele que instituiu a chari‘a, admoestou a respeito de todas as situações em que pode vir a ser usada a falsidade e a consequência adversa resultante, tanto o fazendo que não é possível nem a um guardião comum mentir às pessoas sobre a realidade nem de diminuir a importância desta.

O homem tende a fazer afirmações falsas quando conta anedotas, imaginando que por estar divertindo as pessoas, não há nenhum mal em relatar quaisquer informações infundadas ou acontecimentos imaginários. 

Mas o Islam, que considera lícito distrair e consolar os corações, determinou que somente se o deve fazer dentro dos limites adequados e permissíveis da verdade, por as coisas lícitas são muito mais numerosas do que o que e ilícito, e que a verdade independe da falsidade.

O Mensageiro de Deus disse:

Morte ao homem que se dedica a contar histórias para fazer as pessoas rir enquanto depender da falsidade para isso. A ele está reservada a morte, a ele está reservada a destruição.” (Tirmizi)
Eu garanto uma moradia no centro do Paraíso para o homem que desistiu da falsidade, mesmo que lhe fosse necessário desenvolver uma veia cômica.” (Baihaqui).

O Profeta disse:
Um muçulmano não pode ter uma fé íntegra a não ser que se abstenha da falsidade nas suas anedotas e debates, mesmo que em todos os demais assuntos só fale a verdade.” (Ahmad).

Diariamente se observa que as pessoas dão vasa solta às suas línguas em matéria de através de sua conversa provocar o riso dos outros, e não hesitam em espalhar histórias inventadas tanto por amigos como por inimigos com o único propósito de obter algum prazer ou simplesmente para troçar de alguém, quando o mundo proibiu terminantemente tal prática, e é um fato que tal tipo de diversão e distração com atos falsos, gera inimizades e rivalidades.

Evite o Exagero no Elogio

Algumas pessoas, quando elogiam alguém, se excedem a ponto de exagerar e fazer afirmações inverídicas. Para um muçulmano, e necessário que, quando ele elogia alguém, ele o faça dentro dos limites do conhecimento que tem daquela pessoa. Ele deve evitar o exagero e a falsidade ao formular elogios àquele a quem deseja exaltar, mesmo que esse mereça louvores, pois o exagero é um tipo de falsidade que foi proibido.

A uma pessoa que estava elogiando o Profeta, ele disse: “Não cometas exagero ao me elogiar, como os cristãos fizeram no caso de Maria (Mãe de Jesus). Eu não sou senão um servo. Portanto será suficiente que digas (a meu respeito) que ele é um servo de Deus, e Seu Mensageiro.” (Razin)

Sempre se encontra um certo numero de tais pessoas que lisonjeiam os lideres e os governantes do pais a ponto de quase os entronizar no céu. O propósito principal da vida delas e o de compor longos panegíricos ou de escrever compridos ensaios em louvor dos seus benfeitores. Nesse afã, transformam um formigueiro em montanha e colocam algum desconhecido no palácio da fama. As vezes, tais pessoas não hesitam nem em chamar a governantes tirânicos de defensores modelares da justiça, e a alguns soldados covardes e medrosos de bravos e valentes combatentes. O único propósito dessas pessoas é o de obter vantagens.

Este é o pior tipo de falsidade. O Mensageiro de Deus nos aconselhou a rejeitá-los inteiramente, denunciando-os (continua-mente), até que abandonem esse hábito.

Abu Huraira conta que o Profeta ordenou que atirássemos poeira no rosto daqueles que se aprazem exagerar os seus louvores. (Tirmizi).

Os exegetas mostraram as pessoas aqui mencionadas são as que transformam o exagero em hábito e por esse meio buscam ganhar presentes daqueles a quem elogiam, e não as que louvam os praticantes de bons atos com vistas a encorajá-los e a incitar outros a seguirem o exemplo delas.

Os limites que o muçulmano adota e que o distinguem dos bajuladores e dos que exageram são: ele elogia seu benfeitor ou a uma pessoa realmente boa, mas não lhe permite enlevar-se pela vaidade ou orgulho. Esses limites foram esclarecidos pelo Profeta.

Abu Bakr conta que certo homem elogiou alguém na presença do Mensageiro de Deus, e o Profeta lhe teria dito: “Infortunado sejas, decepastes a cabeça do seu companheiro.” Ele repetiu estas palavras e acrescentou: “Se alguém deseja elogiar seu irmão, e se então for conhecedor dos fatos, deverá dizer que pensa que tal pessoa é assim e assim, mas que é Deus Quem sabe melhor, pois que ninguém mais é mais puro e inocente que Deus; e eu o considero possuidor dessas qualidades.” (Bukhári)

Afaste-se da Falsidade e da Ilusão no Comércio
Mercadores fazem afirmações falsas ao demonstrarem seu produtos e cotarem seus preços. A base de comércio em nosso meio e a ganância sem limites. O comerciante deseja vender pelo preso mais alto, enquanto o consumidor quer comprá-lo a bem dizer de graça. É a riqueza que controla as atividades de compra e venda, nos mercados e em outros campos. O Islam detesta esse tipo de negócios enganosos e o debate e a disputa insensatos que envolvem.

O Profeta disse: “Os compradores e os vendedores estão livres até que não se separem (enquanto não estão juntos), e se eles agiram com honestidade, e explicaram as deficiências ou defeitos de suas mercadorias, então Deus os abençoará com a prosperidade. E se ambos tentaram tratar desonestamente e esconder os defeitos, então é mais provável que possam até conseguir algum lucro, mas a prosperidade escapará ao seu comércio.”

Em outra tradição está dito:
“Se encerra a prosperidade de ambos os negociantes. A afirmação inverídica e falsa ajudará a vender a mercadoria, mas reduzirá seu lucro.” (Ahmad).

Os compradores que vão aos comerciantes geralmente ignoram a verdadeira condição, e acreditam no que quer que o negociante lhes diga. O procedimento honesto é de não tirar vantagem indevida da simplicidade dos homens com o propósito de obter um preço dobrado ou para esconder algum defeito.

O Mensageiro de Deus disse:

Que desonestidade seria maior do que a de quando estiverdes conversando com um vosso irmão e ele possa imaginar que estejais dizendo a verdade, mas na verdade estiverdes enganando-o com mentiras.” (Bukhári).

Ele também disse:

“Não e lícito a um muçulmano vender alguma mercadoria que possua um defeito, a não ser que faça o comprador saber qual esse defeito.” (Bukhári).

Ibn Abi Adna conta que um homem abriu uma loja no mercado, e jurou que venderia mercadorias como ninguém mais teria iguais, pretendendo assim enganar alguns muçulmanos; por isso foram revelados os seguintes versículos:

Aqueles que negociam o pacto com Deus, e sua palavra empenhada, a vil preço, não participarão da bem-aven-turança da vida futura; Deus não lhes falará, nem olhará para eles, no Dia da Ressurreição, nem tampouco os purificará, e sofrerão um doloroso castigo“ (3ª:77).

Desprezar a verdade ao prestar testemunho e o pior tipo de falsidade. Quando um muçulmano se apresentar para dar testemunho, ele deve afirmar a verdade sem vacilar, independente de ser ela contra um amigo ou preferido seu. Nenhum relacionamento ou preconceito deve desviá-lo do caminho correto, nem qualquer interesse ou suborno deve torná-lo capaz de vacilar no seu testemunho.

Ó crentes, sede firmes em observardes a justiça, atuando como testemunhas, por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deus incumbe protegê-los. Portanto, não sigais os vossos caprichos, para não serdes injustos; e se falseardes o vosso testemunho ou vos recusardes a prestá-lo, sabei que Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.” (4ª:135).

Abu Bakr conta que o Mensageiro de Deus afirmou:
Não posso contar-vos quais os maiores pecados?” E por três vezes ele repetiu a mesma frase. Nós então pedimos-lhe: “Porque não, ó Mensageiro de Deus?” E ele respondeu: “Associar alguém a Deus, desobedecer os vossos pais, e assassinar alguém injustamente.” Ele estava curvado. Em seguida ele se levantou e disse; “E contar mentiras e prestar falso testemunho.” E ele continuou a repetir isso até que nós dissemos para nós mesmos que teria sido melhor se ele estivera calado então.” (Bukhári).

O embuste e o logro são uma falsidade que tem camadas sobre camadas de escuridão. Não só ela envolve a ocultação da verdade, como também tenta provar ser verdade o que e falso. Em certos assuntos específicos só causa danos a uns poucos indivíduos, mas em assuntos públicos, se torna um sério e mortal perigo contra toda a nação.

Por esta razão, o Profeta aconselhou clara e energicamente que nos mantivéssemos afastados dela e nos admoestou contra ela.

Não Deixai de Cumprir as vossas Promessas
Os comerciantes e os industriais em especial, deveriam ter um cuidado especial com que suas promessas sejam cumpridas, de que sejam fiéis às suas palavras e de que não voltem atrás nas suas afirmações. E em verdade uma situação desagradável e triste reconhecer que entre os muçulmanos, a tendência de não cumprir promessas, e extrapolar os limites, tornou-se muito comum, mesmo tendo a religião deles denunciado a promessa em falso como símbolo da desintegração.

O Mensageiro de Deus considerou serem sagradas as palavras que saem da boca, e dignas de respeito aquelas que entram nos seus ouvidos. Antes de atingir a condição de profeta, estas qualidades de decência e hombridade já se encontravam em seu caráter.

Abdullah ibn Abi Hama diz que ele fechou um contrato de venda de certa produto com o Profeta ainda antes deste ter atingido a condição de Profeta, do qual restou uma parte ainda por vender. Ele prometeu ao Profeta que entregaria determinada coisa a ele em determinado lugar. Mas ai esqueceu-se disso. Depois de três dias, lembrou-se de sua promessa e foi ao lugar combinado. Ali ele viu o Profeta, aguardando-o no lugar combinado. Este disse somente isto:

“Ora, meu jovem! Você me deixou preocupado. Eu estive esperando por você aqui estes últimos três dias.” (Abu Daud).

Conta-se que o Profeta havia prometido dar a Jabir ibn Abdullah alguns presentes do estoque de produtos vindo de Bahrain, mas antes de cumprir a promessa, ele faleceu. Quando o lote de Bahrain chegou n a localidade, o primeiro califa fez anunciar ao público de que, aqueles a quem o Profeta houvesse prometido dar alguma coisa das mercadorias daquela remessa, ou alguém que houvesse emprestado alguma coisa ao Profeta, deveriam apresentar-se para receber o que lhes cabia. (Bukhári).

É digno de nota observar como a palavra era respeitada e como se procedia para cumpri-la, para que ela não perdesse o seu valor e fosse abandonada. As promessas em falso geram danos incontáveis aos interesses da sociedade. Elas causam incômodos e perda de tempo às pessoas. Redimir nossas promessas e uma qualidade meritória. Deus considera o cumprimento de promessas como um dos atributos da condição de profeta:

E menciona no Livro (a história) de Ismael; porque foi leal às suas promessas, e foi um Mensageiro e Profeta. Encomendava aos seus a oração e a paga do zakat, e foi dos mais aceitáveis aos olhos do Senhor.” (19ª:54-55).

Nesses versículos, a ordem das boas qualidades mostra a posição que a qualidade de lealdade de palavra ocupava; e Ismael provou-se cumpridor de sua palavra quando seu pai lhe disse ter visto num sonho no qual ele abatia o próprio filho, Ismael, e perguntou-lhe o que ele pensava disso. O filho, leal à sua palavra, respondeu: “Se Deus quiser, verás que sou paciente e constante.”

Algumas vezes, o homem recorre à falsidade quando comete um erro, e deseja salvar-se das mas consequências desse erro. Isto não convém e lhe aufere uma péssima reputação. E se resume em ir de um mal a outro, que é ainda pior que o primeiro. É necessário que o homem encare seus próprios erros. E provável que sua sinceridade e sua tristeza pelo seu erro possam salvá-lo das más consequências deste e ele possa obter o perdão.

Quando um muçulmano percebe algum perigo ou tem medo de dizer a verdade, e mais apropriado que se arme de coragem e tente evitar de se enredar na teia da falsidade.

O Mensageiro de Deus disse:
“Adote a verdade, mesmo que vejas nela o desastre, pois é nela que está a salvação final.” (Ibn Abi-dunyia)

Em outra tradição se diz:
“Quando uma pessoa diz uma mentira, o mau cheiro que dela emana, mantém os anjos afastados mais de uma milha.” (Tirmizi)

A Sinceridade no Falar Conduz à Honestidade na Ação

Se um homem é sincero e objetivo no seu falar e nos seus negócios, então, inevitavelmente, haverá honestidade e sinceridade nos seus atos e bondade e reforma nas suas condições. Adotando métodos honestos e diretos no trato com os outros, esta luz da verdade também ilumina o coração e a mente do homem, fazendo desaparecer deles as trevas:

“Ó crentes, temei a Deus e falai apropriadamente. Ele emendará as vossas ações e vos absolverá dos vossos pecados; e quem obedecer a Deus e ao Seu Mensageiro terá logrado um magnífico benefício.” (33ª:70:71).

A ação correta é a ação desejada, sobre a qual não pairam dúvidas, porque ela é fruto da certeza (convicção). Não se lhe atribui nenhum defeito, por ela e a companheira da sinceridade. Não há nenhum volta nela, porque ela é a fonte da verdade.

O sucesso das comunidade e das nações em matéria de comunicarem as suas mensagens depende de serem os seus portadores dessa mensagem, pessoas que agem corretamente. Se elas tiverem um passado abundante de atos corretos e legítimos, elas serão capazes de atingir o ápice do sucesso e da glória; de outro modo, elas vacilam em alcançar seus destinos podendo ficar pelo caminho, por mero ócio, por se ater a atividades insensatas, e não adiantará nada ficar proclamando frases de efeito (slogans) nem auto elogios.

O Mensageiro de Deus disse: “Adote a verdade, pois a verdade mostra o caminho da probidade, e a probidade mostra o caminho do Paraíso. O homem que fala a verdade constantemente e adota maneiras honestas, se verá inscrito como pessoa correta perante Deus; e mantenha-se afastado da falsidade pois a falsidade leva à maldade, e a maldade leva ao Inferno. A pessoa que mente constantemente e se alia à falsidade, o faz até ser inscrita como mentirosa perante Deus.” (Fathul Bári).

O mal e a maldade em cuja direção a mentira nos conduz é a ultima etapa da auto-destruição e da renegação da fé.

O Imame Málik relatou uma tradição narrada por Ibn Massud: “Uma pessoa conta mentiras constantemente e adota falsidades como sua maneira de agir, até um ponto negro ser gerado no seu coração, a partir do qual, progressivamente, todo o coração se torna negro. Nessa altura, seu nome é inscrito no rol dos mentirosos perante Deus.”

Deus afirmou, no Alcorão:
“Os que forjam mentiras são aqueles que não creem nos versículos de Deus. Tais são os mentirosos ” (16ª:105)

A probidade cujo caminho e indicado pela verdade, e o ápice da bondade à qual somente os homens de maior determinação alcançam. Neste sentido, o seguinte versículo do Alcorão deve ser suficiente:

A virtude não consiste só em que orienteis vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribui seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos (escravos). Aqueles que observam a oração, pagam o zakat, cumprem os compromissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade, ou durante os combates, esses são os verazes, e esses são os tementes (a Deus)” (2ª:177).

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد


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segunda-feira, março 11, 2013

Meus queridos Irmãos! Agarrai-vos à Corda de Allah SW e não Vos Separeis- Al Imran 103

Meus queridos irmãos!

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Muhammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

O mundo (haiet dunia) tem colocado a prova nosso relacionamento com Allah SW e nosso Profeta SAAS. Temos nos esquecido as instruções divinas e nos mergulhado na inovação (bidar) e com isso gerando confusão, que tem afastado nosso convívio fraterno. Famílias, amigos, se separando e se juntando aos infiéis, suas crenças, seus costumes. 

O que eu posso informar é que tenho sentido uma grande tristeza toda vez que faço uma reflexão da atual situação da Nação Islâmica. Os grandes líderes que deveria trabalhar e dar seus testemunhos diários à Religião de Allah SW massacrando seu povo. Pessoas que utilizam diariamente do Islam para se promoverem e embolsarem verdadeiras fortunas. Em fim, onde está o nosso ideal de propagar nossa religião? Onde está o nosso testemunho pessoal que é a maior exemplo que podemos oferecer aos não muçulmanos? Onde está o nosso compromisso que firmamos no dia da nossa shahada? E vocês muçulmanos de berço? 

Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na Surat AL’IMRAN vers 103 : « E agarrai-vos todos à corda de Allah, e não vos separeis. E lembrai-vos da graça de Allah para convosco, quando éreis inimigos e Ele vos pôs harmonia entre os corações, e vos tornastes irmãos, por Sua graça. E estáveis à beira do abismo do fogo e Ele, deste, vos salvou. Assim, Allah torna evidentes, para vós Seus sinais, para vos guiardes. » 

Esse versículo abençoado desrespeito a melhor coisa com a chegado do Profeta Muhammad (que a paz de Allah esteja com ele), para mostrar para sua nação que o melhor caminho do islam é FÉ e a união, pois somos todos irmãos. Que o ser humano saiu da escuridão para a luz. Da escuridão da injustiça e ignorância e agressão, para a luz correta e ensinamento da FÉ, e o Islam nos ensinou a amar o próximo e sermos uma irmandade. Corrigiu o relacionamento das pessoas que antes do Islam havia discórdia e agressão e oravam para estatuas e pedras e eram incrédulos e não acreditavam em um Deus Único e nem no Dia do Juízo Final. 

Viviam sem FÉ, sem amor em guerras e conflitos, não existiam leis nem princípios, não tinham relacionamento com os parentes e se odiavam e matavam um ao outro, praticavam coisas proibidas até a chegada do Islam, e veio o Profeta Muhammad(SAAW), que mudou o mundo e a história, e abençoou a terra com a permissão de Allah(SWT). E esclareceu o certo do errado e nos mostrou a verdadeira FÉ para o mundo árabe e combateu as coisas erradas e os incrédulos entraram e aceitaram a religião muçulmana e seguiram o Alcorão e a Sunna do Profeta Muhammad(SAAW), esse é o caminho para afastar do fogo do inferno é o guia para o povo a senda reta. E o Islam é a benção de Allah(Louvado Seja) para toda a nação é a misericórdia para toda a humanidade. Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na Surat AL MAI’DAH parte do vers 3 : « Hoje, eu inteirei vossa religião, para vós, e completei Minha graça para convosco e agradei-Me do Islam como religião para vós. » 

Com isso se completou a religião do Islam para todos, e devemos agradecer a Allah(Louvado Seja), por essa bença. Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na AL IMRAN vers 164 : « Com efeito, Allah fez mercê aos crentes, quando lhes enviou um Mensageiro, vindo deles, o qual recita Seus versículos, para eles, e os dignifica e lhes ensina o Livro e a Sabedoria. E, por certo, antes, estavam em evidente descaminho. » o versículo mostra a Misericórdia de Allah(SWT), com o Profeta e o mundo. O Islam orienta seus seguidores para a união e a irmandade, e a mensagem de respeito e liberdade, nos orientou para a melhor forma de convivência. 

O Islam não destingue seus fieis pela cor ou raça, lingua ou aparência, e sim pela união de todos com amor e fraternidade. Disse o Profeta Muhammad(SAAW) : « Os crentes em seu amor mútuo, com a misericórdia e compaixão, são como um só corpo, se um sentir dor ou febre, esse sentimento todos sentiriam. »

Assim Allah(SWT), nos ensinou a melhor forma de conviver com nossos irmãos em união e força. Quem se afastar do caminho do Islam como se fosse um pecador, falso e tirano. Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na AL IMRAN vers 85 : « E quem busca outra religião que o Islam, ela não lhe será aceita, e ele, na Derradeira Vida, será dos perdedores. » O Islam não é só oração, hajj e sim uma doutrina de leis e constituição, e veio como obrigação para a FÉ no Islam, que é uma religião para o bem deste mundo e do outro, e nos realiza o direito da felicidade, essa é a nossa religião que nos ensina o caminho da união, e sobre esse pilar que nos mostra o melhor modo de se conviver, e devemos nos dedicar e agir pelas normas, e pelo melhor caminho.

Os muçulmanos só melhoraram suas vidas depois da chegada do Islam e com o respeito das leis do Alcorão, defendendo sua religião e combatendo pela causa do Islam defendendo Allah(Louvado Seja) e seu Profeta , todos pela irmandade muçulmana, eles gostavam mais fa FÉ da união do que, seus pais, filhos e seus bens, dedicavam pela causa do Islam tornando-se até mártires. Disse o Profeta Muhammad(SAAW) : « Devemos nos direcionar para religião, e agarrar na religião muçulmana em seu Livro e sua Sunna, que nos não perderemos o caminho certo. » 

Meus irmãos muçulmanos o Islam nos orienta para a união e nos afasta das coisas maléficas para fazermos um mundo melhor, e procurarmos a verdade e não causar conflitos entre as pessoa, e não ser influenciados a tomar partido em favor de alguém  e sim ser verdadeiro e desejar sempre o bem, procurando esse caminho nos tornaremos um muçulmano verdadeiro e honesto, pois o Islam nos ensina a ser educado e civilizado. Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na AL A’RAF vers 33 : « Dize : « Apenas, meu Senhor proibiu as obscenidades, aparentes e latentes, e o pecado e a agressão desarrazoada, e que associeis a Allah aquilo de que Ele não fez descer, sobre vós, comprovação alguma, e que digais acerca de Allah o que não sabeis. » e veio o Islam para dar um basta para todo o mal, todo o pecado e toda a ignorância, e libertar a alma e abrir o coração para FÉ sincera, para adoração e conduta com obediência a Allah(SWT). Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na Surat AL KAHF vers 46 : « As riquezas e os filhos são o ornamento da vida terrena. 

Mas as boas obras, duradouras, são, junto de seu Senhor melhores em retribuição e melhores em esperança. » Meus irmãos muçulmanos devemos escolher sempre as coisas boas e afastar das coisas ruins e nos fortalecer no islam, desta forma afastando das coisas mundanas dedicando mais em nossa FÉ ficará mais forte, procurando sempre a verdade e desejando sempre o bem e aceitar o que Allah(SWT) e o nosso Profeta(SAAW) nos ensinou e nos orientou. Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na AL NUR vers 37 ; « Homens, a quem não entretém nem comércio nem venda da lembrança de Allah e do cumprimento da oração e da concessão de az-zakah – eles temem um dia, em que os corações e as vistas serão transtornados. » 

O Islam é uma religião que deseja a união e é favorecida com sua graça com as melhores coisas para a sua nação. Crer em Allah(SWT) com FÉ e desejar com FÉ suas obrigação como muçulmano, pois tudo que temos a nossa vida a nossas riquezas e conquistas são benças de Allah(Louvado Seja), façamos um bom usa de todas essa graça com boas obras no caminho da FÉ e do Islam. E finalmente Disse Allah(Louvado Seja) no Alcorão Sagrado na AL IMRAN ver 110 : « Sois a melhor comunidade que se fez sair, para a humanidade : ordenais o conveniente e coibis o reprovável e credes em Allah. E, SE OS SEGUIDORES DO Livro, cressem, ser-lhes-ia melhor. Dentre eles, há os crentes, mas sua maioria é perversa. »

Esse assunto foi tratado oportunamente na khutb de 08/03/2013 no Centro Islâmico de Brasília por sua Eminência Sheikh Mohammad Rasmy Zidan, que Allah o proteja, o ilumine juntamente com toda comunidade de Brasília DF, Brasil e todo mundo.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu.

quinta-feira, março 07, 2013

Racismo, Guerra e Paz no Islamismo


O islamismo nunca pregou nenhum tipo de racismo, todos os homens são iguais para os muçulmanos, seja negro, branco ou o que for. Ao longo da história muitas pessoas têm utilizado o islam para alimentar sua fúria, seus sonhos de vingança e outras atitudes que só faz deturpar o islamismo. Na prática os muçulmanos pelo mundo afora sempre condenaram as práticas e a versão deturpada de tudo que vai de encontro ao Alcorão Sagrado e a Sunnah. 

Eu afirmo uma coisa qualquer ensinamento sob o rótulo de “Islã”, que contradiga, ou que sejam uma variação dos verdadeiros ensinamentos da crença e da prática do Islã, devem ser rejeitados e essa religião deve ser considerada um culto falso islâmico. Ou seja, o que nós chamamos de Bidar (Inovação). Vale afirmar que toda inovação leva a confusão e toda a confusão leva ao inferno. 

Vejamos o que fala o livro sagrado e a Sunnah do Profeta SAAS a esse respeito

A cor, o idioma e a diferença entre os povos é um sinal de Deus para os refletidos; 

E entre os Seus sinais está a criação dos céus e da terra, as variedades dos vossos idiomas e das vossas cores. Em verdade, nisto há sinais para os que refletem.” (Surata dos Bizantinos -22) 

Não reparas em que Deus faz descer a água do céu? E produzimos, com ela, frutos de vários matizes; e também há extensões de montanhas, brancas, vermelhas, de diferentes cores, e as há de intenso negro. E entre os humanos, entre os répteis e entre o gado, há indivíduos também de diferentes cores. Os sábios, dentre os servos de Deus, só a Ele temem, porque sabem que Deus é Poderoso, Indulgentíssimo.” (Surata do Criador 27-28) Al Fatr

”Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado.” (Surata dos Aposentos13) 

O Profeta Muhammad SWS, disse: “Ó povo! Vosso Deus é um e vosso antecessor (Adão) é um. Um árabe não é melhor do que um não-árabe e um não-árabe não é melhor do que um árabe, e um branco não é melhor do que um negro e um negro não é melhor do que um branco, exceto pela piedade”. (Narrado Musnad Ahmad, 22978). 

A palavra Islam significa "fazer a paz" 
Muito embora quase todos falem sobre o Islam nos dias de hoje, infelizmente muito poucos sabem o real significado dessa palavra. Para a maior parte das pessoas, é apenas o nome de uma religião. Entretanto, poucos ponderam sobre o fato de que o nome pode carregar os pontos essenciais da fé. De fato, a maioria dos preconceitos e dos erros de interpretação que existem em relação ao Islam, é na verdade baseados nessa propagada de ignorância sobre o significado básico do termo Islam. Em seu sentido literal, Islam significa "fazer a paz", Islam, é a religião e o modo de vida da construção da paz. Fazer a paz, exatamente como o nome sugere, é o objetivo do Islam. O Islam quer produzir a paz em todas as esferas de importância da humanidade. O homem existe para estabelecer a paz com Deus, consigo próprio, com seu semelhante e com a criação de Deus. Uma pessoa que tenta fazer isso, é um muçulmano "alguém que busca construir a paz". 

Guerra Santa 
Eis outro erro que os inimigos do islam sempre utilizam. Eu posso afirmar que não há nenhuma relação entre "guerra santa" e o Islam. Esse termo se quer encontra no Alcorão, ou nas Sunnah do Profeta SAAS. Na verdade foi criado na idade média, na época das Cruzadas, quando apelos foram feitos no ocidente cristão por uma campanha de guerra ao Oriente, e, naquela época, contra o Islam e os muçulmanos. Isso sim foi chamada de "guerra santa". Como sabemos hoje, aquelas cruzadas foram tudo, menos santas. Veja essa ironia, hoje o termo é aplicado para os muçulmanos, enquanto de fato foi um termo criado para combater os muçulmanos. 

Então, o que é Jihad? 
Alguém então poderia perguntar "Muito bem, o termo "guerra santa" não é encontrado no Alcorão, mas há o termo Jihad, é não é a mesma coisa?" Jihad é uma palavra do Alcorão, mas não significa nem "santa" tampouco "guerra". Não é muito fácil de ser traduzido. O melhor meio de expressá-la pode ser: "Fazer algo com todos os esforços" ou "empenhar-se totalmente". Portanto, tudo o que um muçulmano fizer "com todo seu empenho" é Jihad. Seu esforço por paz e justiça sem "jihad" seria sem sinceridade. 

“O Profeta Mohammad (S.A.A.S.) disse: “O melhor Jihad é falar a verdade diante de um governante injusto”.” Esse dizer “indica claramente que tipo de esforço completo” significa aqui: superação pessoal do medo, da omissão interessada e do egoísmo. Esse Jihad é também um esforço contra o próprio ego. Portanto, o dizer seguinte é atribuído ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.), quando uma vez ele, com seus companheiros, retornavam de uma batalha: "Nós estamos retornando do jihad menor para o jihad maior.” Lutar com armas é aqui chamado "jihad menor" em comparação com a luta contra o próprio ego. Essa obrigação deve ser mantida em vista quando se fala de guerra e paz no islam. 

Islam oriente bem seus seguidores quanto ao Pacifismo 
O Islam não aprova um pacifismo cego, tampouco ordena a seus seguidores a sacrificar suas vidas ou a vida de outros, ou de alguém que seja responsável, por uma absoluta renúncia da violência. O Alcorão diz: 

Está-vos prescrita a luta (pela causa de Deus), embora o repudieis. É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência. (Surata AL Bakara 216)

Desse modo, o Alcorão reconhece que uma ordem de violência não é desejável, mas isso não é totalmente descartável e fornece claros princípios para tratar com a ameaça de violência, aplicação da violência e renúncia da violência. 

Em todos os tempos e situações o Islam mostrou-se tolerante 
O esforço prescrito aos muçulmanos no versículo alcorânico mencionado tem um objetivo claramente definido, é contra a compulsão na convicção religiosa e defende a liberdade de crença. O Alcorão diz: 
não há imposição quanto a religião, porque já se destacou a verdade do erro...” (Surata Al Bakara 256) .

Não conhecemos em nenhum outro Livro revelado uma declaração de tolerância religiosa como esta. Contudo o muçulmano poderá ser convocado para proteger seu direito de liberdade de crença em Deus por todos os meios, e se necessário pela aplicação da força, muito embora isso possa significar a quebra de algumas convenções existentes, como na Arábia antiga, quando lutar nos meses sagrados não era permitido diz Deus no Alcorão: 

“quando te perguntarem se é lícito combater no mês sagrado dize-lhes: a luta durante este mês é um pecado grave; porém, desviar os fiéis da senda de Deus, negá-lo, privar os demais da mesquita sagrada e expulsar dela (makka) os seus habitantes é mais grave ainda aos olhos de Deus, porque a perseguição é pior do que o homicídio. Os incrédulos, enquanto puderem, não cessarão de vos combater até vos fazerem renunciar a vossa religião...” (Surata AL Bakara 217).

Um muçulmano não apenas tem o direito, mas também a obrigação de defender a liberdade de crença em Deus mesmo por meios não convencionais contra aqueles inimigos, que impedem os que creem a viver de acordo com a senda impostas por Deus, a acreditar Nele, visitar seus lugares de adoração e permanecer ali em paz. Todos esses atos de transgressão contra os direitos humanos são resumidos em outras partes do Alcorão sob o termo de Dzulm, que significa opressão e violência injustificada. 

Combater a Opressão 
Empenho contra a compulsão na religião é ao mesmo tempo um empenho contra a violência injustificada e a opressão. Portanto, o Alcorão demonstra claramente essa ligação dizendo: 

“e o que vos impede de combater pela causa de deus e dos indefesos , homens, mulheres e crianças? que dizem: ó senhor nosso, tira-nos desta cidade (makka) cujos habitantes são opressores. designa-nos, de tua parte, um protetor e um socorredor.” (Surata das Mulheres 75), 

A um muçulmano não é apenas permitido, ele tem obrigação lutar pela proteção das pessoas, que pedem a ajuda de Deus contra a tirania. Isso é o que o Alcorão chama de "luta na senda de Deus". Luta ou guerra por objetivos mundanos é, no entanto, rejeitada pelo Islam. 

O Alcorão que ordena a luta contra a imposição religiosa e a opressão proíbe qualquer guerra por outras razões, seja, por poder político, influência econômica, recursos naturais, orgulho nacional ou tribal e tudo o mais que possa ser imaginado. Todas essas razões o Alcorão denomina com o termo coletivo de "bens deste mundo". De acordo com a perspectiva Islâmica, este mundo está em oposição ao além, "Ainda que a outra seja preferível, e mais duradoura! (Surata do Altíssimo 17), portanto o comportamento de um muçulmano não é determinado à guerra pelos bens deste mundo O Alcorão proíbe isso com este versículo: 

Ó fiéis, quando viajardes pela causa de Deus, sede ponderados; não digais a quem vos propõe a paz: Tu não és fiel - com o intento de auferirdes (matando-o e despojando-o) a transitória fortuna da vida terrena. Sabei que Deus vos tem reservado numerosas fortunas. Vós éreis como eles, em outros tempos; porém Deus voa agraciou (com o Islam). Meditai, pois, “porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis”. (Surata das Mulheres 94). 

Podemos afirma com isso que se um crente se envolver em algum conflito fora dos parâmetros definidos por Deus estaria agindo como um infiel, ou igualmente quando ainda não era muçulmano. Seu dever uma vez muçulmano é construir a paz. Empenho e guerra pelos bens deste mundo não produzem a paz. Portanto, o Alcorão sugere certas medidas para prevenir as guerras e assegurar a paz. 

Como o Islam Garante a Paz 
Quatro princípios para assegurar a paz e prevenir a guerra são mencionados no Alcorão. Esses podem também ser chamados de princípios da educação islâmica para a paz. Primeiramente, o Alcorão aplica o já mencionado princípio da "não compulsão na religião". Estabelecendo a liberdade das criaturas humanas de professar a fé em Deus como base para assegurar a paz. O segundo diz que o propagador da guerra deve ser punido severamente de acordo com o Alcorão e atentando para a consequência de seus efeitos maléficos. De acordo com o Alcorão, o que conspira para a guerra é para ser punido com a morte, ou ao menos com o banimento. Dessa maneira deve se prevenir a guerra. O terceiro princípio é o que o Alcorão exige dos que nele creem não apenas assegurar a paz por palavras, mas também por medidas visíveis, que expliquem para todos que o objetivo de posicionar-se contra a compulsão religiosa e a tirania e assegurar a paz não são apenas proclamar, mas também estar protegidos contra ameaças: 

Mobilizai tudo quando dispuserdes, em armas e cavalaria, para intimidar, com isso, o inimigo de Deus e vosso, e se intimidarem ainda outros que não conheceis, mas que Deus bem conhece. Tudo quanto investirdes na causa de Deus, ser-vos á retribuído e não sereis defraudados.” (Surata dos Espólios – v.60). 

Obs: O objetivo desta medida é claramente declarado: a prevenção da guerra. 

O quarto princípio: o Alcorão menciona em vários lugares a conclusão de tais tratados que garantem que a guerra não aconteça. Esse tratado é apenas anulado quando a outra parte rompe seus termos. Isso os muçulmanos não aceitarão, já que o Alcorão nos instrui: 

porém, se depois de haverem feito o tratado convosco perjurarem e difamarem a vossa religião combata os chefes incrédulos, pois são perjuros; talvez se refreiem." (Surata do Arrependimento 12). 

Auto Defesa um dom Natural defendido pelo Alcorão 
O Alcorão nos instrui para não começar uma guerra, mas se for inevitável concluí-la o mais rápido possível, isso também são meios de garantir a paz. Um muçulmano tem o sagrado direito de se defender, se atacado, mas ele é também é obrigado a terminar a luta quando o ataque cessar. A atitude do muçulmano no caso de guerra é sempre a atitude em resposta ao que aconteça a ele: “ 

“combatei pela causa de deus aqueles que vos combatem porém, não pratiqueis agressão porque deus não estima os agressores.” (Surata Al Bakara 190) 

"matai-os onde quer que os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram...” (Surata AlBakara 191) 

"e combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de deus. porém se desistirem não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos.” (Surata AlBakara 193) 

Aqui uma vez mais, as únicas razões permissíveis para a guerra são mencionadas: autodefesa contra a agressão e a expulsão. Ainda mais claramente o Alcorão declara em outra passagem: 

39.Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em verdade, Deus é Poderoso para socorrê-los. 40.São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Deus! E se Deus não tivesse refreado os instintos malignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas, onde o nome de Deus é freqüentemente celebrado. Sabei que Deus secundará quem O secundar, em Sua causa, porque é Forte, Poderosíssimo.” (Surata da Peregrinação 39 e 40). 

No entanto o versículo “... porém se desistirem, não haverá mais hostilidades exceto contra os iníquos.” (Surata Al Bakara.193) instrui aos muçulmanos um esforço pelo restabelecimento da paz. 

Essa boa vontade para com a paz é exigida pelo Alcorão em qualquer caso “Se eles se inclinam à paz, inclina-te tu também a ela, e encomenda-te a Deus, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.” (Surata dos Espólios 61). 

Concluindo não existe no verdadeiro islamismo espaço para qualquer prática de racismo. 

Quanto à guerra, única e exclusivamente, em favor da proteção contra a compulsão religiosa, proteção contra a opressão e a tirania, restabelecer paz e os direitos humanos, defesa contra o ataque e a agressão, o que também chamamos de autodefesa. 

Nosso objetivo principal esclarecer ao mundo o verdadeiro islamismo, aquele praticado na cidade de Medina, quando da migração do Profeta SAAS da cidade de Meca, e sermos permanentes agentes da paz, apesar das invasões de nossas terras e do uso de nossas riquezas naturais, em nome de pseudo-guerras contra o terrorismo.

Perseguições aos crente Muçulmanos a Saga Continua

Assalamu Alaikum

Em verdade, que Allah seja louvado. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e perdão. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro; Que a paz e bênçãos de Allah esteja com o Seu mensageiro, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro: “ Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos.”

Em verdade, a palavra mais verdadeira está no Alcorão. A melhor orientação é a de Mohammad (s). A pior coisa é a Bid`aa (A Inovação), que é uma heresia. E toda heresia é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.

A demais! Queridos Irmãos e irmãs no Islam, vamos observar que nada mudou desde que o profeta Muhamad (S) proclamou sua missão em publico. Bastou Ele anunciar que “Não há outra divindade a não ser Deus” que a inimizade, ódio e a barbaridade dos incrédulos ficaram evidente. Os coraixitas (o povo de Maca) achavam que o seu pão de cada dia dependia da defesa da idolatria, mas a voz da verdade já tinha chegado longe, varias pessoas já tinham aderido ao chamamento do Profeta (s). Mas outros se opuseram com unhas e dentes. Caros Irmãos e irmãs devemos saber que o caminho da divulgação do Islam não é um caminho fácil e repleto de flores; na verdade ele é um caminho de dificuldades e com espinhos .

Os chefes de Maca costumavam ficar sentados perto da Kaaba, uma vez o profeta Muhamad (s) entrou para fazer a oração e Abu Jahal quando o viu disse aos seus companheiros: “No local tal foi abatido um camelo, vão buscar as tripas desse animal, e ponham em cima da cabeça da Muhamad quando ele se prostrar”. Um deles Ucba Bin Abi Moit levantou-se, foi buscá-las e veio pólas em cima da cabeça do profeta quando ele encontrava-se prostrado. Com o peso das tripas na cabeça o profeta nem se podia movimentar. Os outros que estavam a assistir continuavam a rir até que apareceu a filha mais nova do profeta, Fátima (r), e removeu essa sujidade da cabeça do pai. Isso tudo era feito contra ele dentro do Haram, fora era pior, colocavam espinhos no caminho dele e de cima atiravam sujeira quando ele passava. Mesmo com esta oposição o numero dos crentes aumentava e o profeta nunca se lamentou contra ninguém. Pelo contrario orava a favor deles e tinha a convicção que Deus faria triunfar a verdadeira religião.

Apesar de tudo, o profeta Muhamad (S) continuou sua missão e o número de crentes ia aumentando gradativamente. Por outro lado as perseguições e agressões não cessavam. O profeta e os crentes foram muito mau tratados, torturados e perseguidos e alguns mortos. A intenção dos incrédulos era tornar a vida dos crentes absolutamente insuportável. Mas Deus tornou-os firmes apesar de serem fracos e em menor numero .

Dentre os que foram torturados pela causa de Deus estão: Bilal Ibn Rabah, conhecido como muazin do profeta, nascido na Africa, era escravo de Umaia bin Khalaf. Quando Bilal se converteu, Umaia, no meio da tarde, no máximo do calor deixava o Bilal deitado de costas em cima da areia escaldante do deserto e colocava por cima dele uma pedra grande e em seguida dizia-lhe : “hás de permanecer assim até morrer ou então renegar a Muhamad “, mas em resposta ele dizia: “Ahad Ahad” que significa Uno Uno a referir-se a Deus. E quando não havia sol, amarravam-lhe uma corda no pescoço e entregavam-lhe para as crianças para arrastá-lo pelas ruas de Maca, ate que um desses dias estava passando no local Abu Bakr que ao ver aquilo disse a Umaia: “ Oh Umaia, tu não temes a Deus no que diz respeito a esse pobre?

Até quando vais castigá-lo?”. Umaia respondeu: “Vos é quem o corrompeu, agora salvai-o daquilo que estais a ver“. Abu Bakr pagou- lhe o preço e libertou Bilal fazendo isso somente para agradar a Deus.

Também dentre os que foram massacrados e torturados na causa de Deus estão Ammar Ibn Yasser, seu pai Yasser e sua mãe Sumaia. Eles eram castigados com fogo em publico só porque tinham convertido ao Islam. Certa vez o profeta (s) viu-os sobre tortura e tentava tranqüilizá-los ao dizer: “ Paciência... Paciência... Ó família de Yasser porque o vosso lugar prometido é o Paraíso” , e orava por eles. O pai e a mãe não suportaram o castigo e morreram; ao filho batiam tanto até desmaiar.

O profeta Muhamad (s) foi oprimido e torturado e viu seus companheiros serem massacrados e torturados, mesmo assim, por mais que isso lhe causava dor jamais abandonou a divulgação do Islam até estabelecer um governo justo, que respeita o direito de livre credo religioso. 

Caros irmãos e irmãs; Ontem, Abu Jahl atacou o Profeta(s) e quis impedir a propagação e manifestação da fé. Hoje atacam os muçulmanos e os taxam de atrasados, terroristas, etc. temendo a propagação do Islam sendo que o Islam é a solução para o mundo.

Ontem, os muçulmanos, representados pela pessoa do Profeta Muhammad(s) e seus companheiros não se abateram com as insinuações e ataques e fizeram a religião chegar ao oriente e ocidente, hoje somos nós que faremos insha Allah!

Hoje, estamos aqui, para fazer ecoar a verdade dizendo: “Chega desta falsa guerra contra o terrorismo. Chega destes ataques sem piedade, e torturas, maus tratos aos muçulmanos pelo mundo inteiro” E estamos aqui para dizer que o Islam prega a paz, e que os muçulmanos são, foram e sempre serão amantes da paz. E esclarecemos ainda, que se entramos em guerra é pela paz e pela justiça. E nós muçulmanos, não combatemos se não os que nos massacram, os que são injustos conosco e os que tomam nossas terras, lutamos contra os que não respeitam a santidade das mesquitas e das escolas e dos hospitais. Esclarecemos que é obrigação do muçulmano se defender, como qualquer outro povo injustiçado, é sua obrigação defender seu lar, sua família, sua nação, seus irmãos no islam. E a maior prova de que os muçulmanos são amantes da paz é que nós não participamos das duas grandes guerras mundiais onde juntas mais 75 milhões de pessoas foram mortas, e 28 milhões ficaram mutilados, e culminou com duas bombas nucleares. As duas grandes guerras por acaso não foram atos de terrorismo contra a humanidade? A verdade é que a nação muçulmana foi vitima deste verdadeiro terrorismo, que resultou na queda do Kalifado na primeira guerra mundial e na segunda guerra foi dividida a nossa nação. Foi dividida como espolio de guerra. A nação muçulmana até então, era um povo unido pela língua do sagrado Alcorão e pelo credo . Ua Salamu Alaikum! 
-- 
“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

O CIÚME E A INVEJA – 4ª. e última parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

O ciúme corrói as boas acções, assim como o fogo devora a lenha. (Sunan Abudawud) Anas bin Malik (Radiyalahu an-hu) relatou que ele e outros companheiros estavam sentados com o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) que disse: “Um homem do paraíso vai agora entrar”. Nisto entrou um homem de al-Ansar com a sua barba pingando água por causa da ablução e na sua mão segurando os chinelos.

No dia seguinte, quando novamente nos encontrávamos juntos, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) novamente voltou a dizer: “Um homem do paraíso vai agora entrar”. E o mesmo homem voltou a entrar. No terceiro dia, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) repetiu as mesmas palavras, dizendo: “Um homem do paraíso vai agora entrar”. E o mesmo homem, entrou com a sua barba pingando a água da ablução.

Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) se retirou, Abdullah Ibn Amr Ibn al-As (Radiyalahu an-hu) seguiu o homem e disse-lhe: “eu briguei com o meu pai e eu jurei que não lhe iria fazer companhia durante três dias e três noites; será que você me pode dar o abrigo por estes dias?”. O homem aceitou o pedido.

Continuando, Anas disse que Abdullah ficou com o referido homem durante as três noites e não o viu rezar durante a noite (orações facultativas), mas sempre que mudava a posição de dormir, ele lembrava-se de Deus, dizendo “Allahu Akbar – Deus é o Maior”. E isto se prolongava até à hora do salat de Al Fajr oração da alvorada).

Abdullah ainda referiu: “Eu não ouvi (mais) nada dele, mas bom.

Quando as três noites passaram, Abdullah disse ao homem: “Ó servo de Deus, realmente eu não estava zangado com o meu pai, nem eu estava com raiva dele. Mas eu ouvi o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) falando de você durante três ocasiões distintas, em que ele disse que um homem do paraíso iria entrar; e você foi o único que entrou nas três vezes. Então, eu queria ficar consigo para (aprender e) ver o que você faz, para que eu possa segui-lo (e aprender para obter o paraíso). Mas eu não o vi fazer muito (que possa merecer tal distinção). Então o que é que você faz para que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) tenha dito tais palavras?”. O homem respondeu: “Não faço mais nada do que você viu”. Na hora de eu me ir embora, ele chamou-me de volta e me disse: “Sim, não há mais nada para além do que você viu, só que em mim, não há lugar para as más intenções, invejas e ciúmes, para qualquer muçulmano, que Deus lhe tenha dado algo”. Abdullah disse: “Isto é o que o tornou merecedor dos elogios (de lhe ser concedido o paraíso), mas (que infelizmente) isso, nós não conseguimos fazer”. Musnad Ahmad.

Umar ibn al-Khatab referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Há pessoas, servos de Deus, que não são profetas nem mártires, mas vão ser invejados pelos profetas e mártires no Dia da Ressurreição, por causa das suas posições perante Deus, o Altíssimo”. Perguntaram. “Diga-nos ó Apóstolo de Deus, quem são eles?” Ele respondeu: “São as pessoas que se amam em espírito de Deus (ou seja, o Cur’ane), sem terem qualquer parentesco mútuo, mas dando propriedade a um. Eu juro por Deus, os seus rostos vão brilhar e eles serão sentados em púlpitos de luz. Nesse dia, eles não terão medo, quando as pessoas tiverem medo e eles não sofrerão os que os outros irão sofrer”. Ele então recitou o seguinte versículo do Cur’ane: “Eis a verdade para os amigos de Allah, não haverá medo, nem se atribularão. 10:62”. Sunan Abudawud 23:3520.

Encontramos no Cur’ane, a melhor cura e proteção contra a inveja. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) recomendou-nos para recitarmos regularmente: ”Kul ãzuzo birabbil falaqui, min sharri má halaká wua min sharri kassiquim izá wua cabá, wua min sharri nnaffásati fil uncadi, wua min sharri hássidim izá hassada” Cur’ane 113. 

1) Diz: peço refúgio no Senhor da manhã; 2) Contra o mal que Ele criou; 3) E contra o mal da escuridão (da noite) quando ela aparece; 4) E contra o mal dos que praticam ciências ocultas (praticantes de feitiçaria); 5) E contra o mal do invejoso, quando inveja.

Labeed bin al-A’sam, um mágico judeu fez magia contra o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), que ficou gravemente doente. Na sequência, Deus revelou este capítulo do Cur’ane. Devemos recitá-lo para nos precavermos da inveja e contra o mal que nos pretendam fazer.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Com os meus cumprimentos e votos de um bom dia de Juma. 

Abdul Rehman Mangá - 07/03/2013 -abdul.manga@gmail.com

Vítimas de pedofilia na Igreja divulgam lista negra de "papáveis"


Uma associação americana de vítimas de abusos sexuais por padres pedófilos publicou nesta quarta-feira uma lista negra de doze possíveis candidatos "papáveis" e exortou à Igreja Católica a levar a sério a proteção das crianças, a ajuda às vítimas e as denúncias de corrupção. "Queremos dizer aos prelados católicos que deixem de fingir que o pior já passou" sobre o escândalo de pedofilia dentro da Igreja, declarou David Clohessy, diretor da Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres (Snap, por sua sigla em inglês).

"Tragicamente, o pior com certeza ainda estar por vir", acrescentou.

A organização citou uma dúzia de cardeais da Argentina, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Gana, Honduras, Itália, México e República Tcheca, acusados de proteger os padres pedófilos ou por terem feito declarações defendendo os padres ou minimizando a situação.

Todos eles são considerados candidatos para suceder Papa Bento 16, muito criticado pela forma como conduziu os escândalos.

A Snap também se opõe à eleição de qualquer membro da Cúria romana, a administração da Santa Sé.

"Acreditamos que ninguém de dentro do Vaticano tem verdadeira vontade de 'limpar a casa' no Vaticano e em outras partes", indicou Clohessy em um comunicado.

"Promover um membro da Cúria desencorajaria as vítimas, as testemunhas, os denunciantes e seus defensores a relatar más condutas".

A lista negra inclui os seguintes cardeais: Leonardo Sandri da Argentina; George Pell da Austrália; Marc Ouellet do Canadá; Timothy Dolan (Nova York), Sean O'Malley (Boston) e Donald Wuerl (Washington) dos Estados Unidos; Peter Turkson de Gana; Oscar Rodríguez Maradiaga de Honduras; Tarsicio Bertone e Angelo Scola da Itália; Norberto Rivera Carrera do México; e Dominik Duka da República Tcheca.

Entre os mais citados para ser o sucessor de Bento 16, estão Angelo Scola, Marc Ouellet, Peter Turkson e Oscar Rodriguez Maradiaga.

Brasil é hora de acordar e proteger nossas crianças.

Assalamu Aleikom