sexta-feira, setembro 20, 2013

"Lê" (Iqra’),"“Lê, em nome do teu Senhor, Que Criou; Criou o homem (...)”. (96ª Surata, versículos 1-2)"

por: M. Yiossuf Adamgy

Algumas pessoas leem muitos livros, mas não podem compreender o que leem, e alguns são incapazes de assimilar o que têm vindo a saber. 

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Como seres humanos conscientes, o nosso compromisso primário tem de ser ler e estudar, uma vez que não há comparação entre quem sabe e quem não sabe. Tal como o Glorioso Único diz no Alcorão Sagrado:

"São iguais, aqueles que sabem e aqueles que não?" (39:9).

Este nobre versículo foi revelado para aqueles que nunca ponderam, digerem ou põem em prática o que lêem.

Algumas pessoas leem muitos livros, mas não podem compreender o que lêem, e algumas são incapazes de assimilar o que têm vindo a saber. Allah, o Exaltado e Glorioso, diz:

"O exemplo daqueles que estão encarregados da Tora, e não a observam, é semelhante ao do asno que carrega grandes livros". (Alcorão, 62:5).

Não há nenhuma diferença entre aqueles que leem sem apreensão e não praticam o que aprenderam, e o asno carregado de livros. Pôr à prova a nossa compreensão não é tarefa fácil. O nosso abençoado Mestre disse que uma hora de contemplação é mais amada por Deus que sessenta anos de adoração...

O turco místico Yunus Emre, escreve: conhecer é compreender o conhecimento, conhecer é compreender a si mesmo; se não te compreendes a ti mesmo, de que serve ler?

O conhecimento sem contemplação causa sofrimento igual que o alimento não digerido. Ler pode ser enten-dido simplesmente como virar as páginas, mas a reflexão e a meditação requerem que o leitor aplique os seus poderes de apreensão. Ler é a habilidade prática para saber os valores simbólicos das letras, enquanto a verdadeira compreensão requer o conhecimento daquilo que estes símbolos se referem. O mais nobre Mensageiro recebeu a ordem de meditar na solidão do Monte Hira (Caverna), antes que lhe fosse dada a sua missão Profética.

As Fontes Islâmicas estão de acordo em que foi após este longo período de meditação que o Anjo Gabriel lhe trouxe a inspiração Divina. O ser humano é, na verdade, a coroa da criação. Tudo o que vemos neste universo foi criado para a humanidade.

O Sufismo, Tasawwuf em árabe, é a ciência do caminho místico que ensina ao ser humano o seu próprio e verdadeiro valor. "Aquele que conhece a si mesmo, conhece o seu Senhor". Essa tradição nobre torna-nos conscientes de que se, na verdade, um ser humano conhecer a sua própria impotência e mortalidade, compreenderá o poder e força, o esplendor e a majestade do seu Senhor e experimentará o que é o amor e o que é temer a esse exaltado Ser. O ser humano se torna verdadeiramente humano quando ele vê que foi criado com amor, e que o temor reverente da Verdade Divina é o princípio da sabedoria.

Ó amante buscador da Verdade! Os servos fiéis dos amigos de Deus, não são abandonados na necessidade. Se Qitmir foi admitido ao Paraíso porque era o cão dos Companheiros da Caverna, será desapropriado o servo de um Santo? Deus o proíba! Por certo que não será despojado e entrará no Paraíso com o ser que serviu. Acaso não nos disse o mais nobre Mensageiro (s.a.w.): "Estamos com aqueles que amamos".

O discípulo é o filho ou a filha espiritual do guia. Seria uma mãe ou um pai capaz de abandonar os seus descendentes, sem importar que as crianças fossem boas ou más? Os verdadeiros guias estão ainda mais compassivos para com seus filhos espirituais. Através do excesso de indulgência, ignorância ou falta de experiência, muitas vezes os pais levam os seus filhos para uma posição inferior a que eles poderiam ter obtido.

No entanto, como pais espirituais, os verdadeiros guias são inteiramente dedicados à elevação de seus filhos espirituais para posições mais elevadas, para guiá-los para a segurança e a felicidade neste mundo e na Vida Futura e para garantir o seu bem estar. Eles não abandonam nem mesmo os filhos de espírito maligno. Não duvidais disso. A aprovação do verdadeiro guia é a aprovação do nobre Mensageiro, e a aprovação de nobre Mensageiro é a aprovação de Deus, o Todo-Glorioso.

“Wa salamu aleikum wa ráhmatullahi wa barakatuh.

E a paz de Deus esteja convosco... ."

quinta-feira, setembro 19, 2013

VIVER E MORRER MUÇULMANO (SUBMISSO A DEUS).

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - 
JUMA MUBARAK

Tawaffani musliman wa alhiqni bi sualihin” - “…Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Cur’ane 12.101

 “Rabbaná af-rig ãleiná sab-ran wa ta wa fana muslimin” - “…Senhor nosso, concede-nos a paciência e faz com que morramos submissos a Ti (como muçulmanos)!” . Cur’ane 7:126

Abdullah Ibn Massude (Radyialahu an-hu), referiu que O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) jurou por Deus e disse: “acontece que um de vós praticar acções próprias da gente do paraíso até não faltar senão um palmo para chegar a este (paraíso) e aí ele ser antecipado pelo livro e começar a praticar ações da gente do inferno e assim ele entrar no inferno. E acontece que um de vós praticar ações da gente do inferno até não faltar senão um palmo para chegar ao inferno e começar a praticar ações da gente do paraíso e entrar no paraíso. (Bukari e Muslim).

Deus deu a cada um de nós a faculdade de distinguirmos o bem e o mal. Este mundo passageiro, é um autêntico teste para determinação do nosso destino na vida futura. No momento da nossa morte, a nossa crença, ou não, no Deus Único e nos Seus Profetas, é crucial para a determinação do nosso futuro. Há certos crentes que passam a sua vida felizes e com estabilidade financeira, agradecidos e cumpridores das orientações de Deus e do Seu Profeta. Quando lhes acontece alguma desgraça, por exemplo, perda de um ente querido, ficam revoltados, culpando tudo e todos. Mais grave do que isso, acabam por perder a fé, culpando a Deus pelos seus infortúnios. E ainda outros que passam a sua vida com o suficiente para a subsistência e submissos a Deus. Quando a sorte bate-lhes à porta, não saberão utilizar a riqueza, perdendo-se na luxúria, nos jogos de azar e no adultério. Morrerão desgraçados!

Outros passam a maior parte das suas vidas praticando maldades e prejudicando o próximo, esquecendo as orientações divinas. Mas perto do final das suas vidas arrependem-se e pedem perdão a Deus. “Todos os filhos de Adão são pecadores. Mas o melhor dos pecadores, é aquele que se arrepende e pede perdão”. Tirmidi. Tentam remediar todo o mal causado aos outros, reconciliando-se com eles e no momento da morte, morrem submissos a Deus (muçulmanos). “E diz (Ó Muhammad); “Ó meus servos que se excederam contra si próprios, não desespereis da Misericórdia de Deus; certamente Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo”. Cur’ane 39.53.

A fé do ser humano tem sempre altos e baixos. Tudo o que lhe rodeia, condiciona ou lhe aumenta a fé. Embalado pelos bons momentos da sua vida esquece o Sustentador. As dificuldades que devem ser aproveitadas para nos reconciliarmos com o nosso Criador, podem também provocar desânimo e afastamento Dele. O ser humano deve preocupar-se em todos os momentos da sua vida, em manter acesa a chama da fé. O muçulmano deve pedir a Allah, o Criador e o Sustentador, para que lhe permita viver e morrer com fé e como muçulmano (submisso a Deus). Que lhe conceda a tranquilidade na sua sepultura e a facilidade na entrada no paraíso. O crente não deve limitar-se a pedir, mas deve demonstrar essa preocupação praticando boas acções e cumprindo com as obrigações religiosas. “Salvo aqueles que se arrependem crerem e praticarem o bem; a estes Deus computará as más acções como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo”. Cur’ane 25:70.

Para um crente, é melhor uma longa vida, porque lhe permitirá continuar a praticar boas acções, que lhe facilitarão a vida no Akhirat (vida do além). Quando uma doença grave nos atinge, não podemos pedir a Deus para nos levar depressa, mas devemos ter a paciência e pedirmos o alívio da dor. A dor e o sofrimento são uma espécie de purificação dos nossos pecados. Também servem de alertas para nos voltarmos para Deus, suplicantes e arrependidos. A dor é um “presente” e não um “castigo”. No Dia do Juízo Final, o fardo dos nossos pecados será menor. Procuremos em Deus, o bálsamo necessário para que a tranquilidade da alma atenue a dor do corpo. “Procurai o auxílio (de Deus) na paciência (Sabr) e na oração: na verdade isto é difícil, excepto para os que têm um espírito humilde”. Cur’ane 2: 45.

Ó Criador dos céus e da terra. Tu és o meu Protector neste mundo e no outro. Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Surat Yussuf: 101.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

sexta-feira, setembro 13, 2013

"Uma bela carta" - de Hazrat Aisha (r.a.), durante o reinando do Califa Muawiyya ...

Aisha durante o reinado do Califa Muawiyya

Muawiyya foi o sucessor do Imam Ali (r.a.), assassinado em momentos difíceis da história do Islão. A nossa intenção não é evocar aqui todas as intrigas que acompanharam a tomada de poder pelo califa Muawiyya e as suas desastrosas consequências para o futuro da comunidade muçulmana. Trata-se sim de insistir no papel e análise de Aisha (r.a.) ante a decadência do sistema político criado pelo Profeta (s.a.w.) e seus sucessores e ante o nascimento de um desvio do poder defendido por Muawiyya, que deu inicio ao primeiro sistema dinástico dos Omíadas.

Aisha (r.a.) não tardou em expressar o seu desacordo e a sua cólera face ao abuso de poder de Muawiyya. Muitos relatos históricos dão conta das suas propostas e críticas, particularmente, na morte do seu irmão, Mohammed Ibn Abi Bakr, governador do Egipto durante o reinado do Imam Ali (r.a.), assassinado pelos aliados de Muawiyya.[1] Por outro lado, criticou a recusa do novo califa e do seu governador Marwan Ibn al-Hakam, em enterrar al-Hassan perto do seu avô, o Profeta (s.a.w.). Também não mostrou medo ao condenar Muawiyya por ter mandado assassinar Hajar ibn Adi e os seus amigos, quando o visitavam. Publicamente, Aisha (r.a.) disse-lhe: “Ouve Muawiyya, não tens medo de Deus ao assassinar Hajar e os seus amigos?” [2]

Muawiyya sempre tentou, inutilmente, aproximar-se de Aisha (r.a.) para lhe pedir a sua opinião e o seu conselho. Enviava-lhe, com frequência, somas elevadas em dinheiro, que ela distribuía de imediato pelos mais necessitados. Um dia em que o Califa lhe escreveu a pedir conselhos, Aisha (r.a.) respondeu, clarificando o que pensava dele:

“As salam alaykum. Ouvi o Profeta (s.a.w.) dizer o seguinte: “Aquele que procura satisfazer a Deus decepcionando as pessoas, Deus o protegerá das pessoas. No entanto, aquele que busca satisfazer as pessoas decepcionando Deus, Deus deixá-lo-á como prisioneiro das pessoas. Salam”. [3]

Para instaurar uma espécie de monarquia hereditária durante o seu reino, Muawiyya aboliu o califado, primeiro sistema político da cidade muçulmana no qual, o califa é eleito depois de ser consultada a comunidade (shura). Desta maneira, lançou uma campanha, através de todos os territórios muçulmanos, favorecendo um juramento de fidelidade política para o seu filho Zayd.

Marwan ibn al-Hakam, filho do inimigo mais hostil do Mensageiro (s.a.w.), converteu-se num fervoroso apoiante da sucessão do filho de Muawiyya e pronunciou um discurso no qual justificava esta nova visão de poder. Isto provocou a ira de Abd ar-Rahman Ibn Abi Bakr, irmão de Aisha (r.a.), que respondeu:

“É mais parecido com uma ditadura hereditária como a de César. Agora vocês prestam juramentos de fidelidade aos vossos filhos!”[4]

Marwan, muito lastimoso com esta resposta, espalhou falsos rumores sobre Abd ar-Rahman, provocando um verdadeiro conflito no seio da comunidade. [5]

Aisha (r.a.) protestou violentamente contra o que dizia Marwan e defendeu o seu irmão neste contencioso político, optando pela shura (princípio da consulta). Ao recusar a designação de um sucessor entre família, o clã ou os amigos do califa, o Profeta (s.a.w.) decidiu um futuro e uma orientação específica para o conjunto dos muçulmanos. A mensagem que transmitiu sugeria o direito da comunidade eleger a pessoa mais qualificada e competente, sem ter em conta o sangue, a raça ou a etnia.

Aisha (r.a.) opôs-se a esta nova visão do poder no Islão que se converteria numa profunda chaga na história da civilização muçulmana: a monarquia hereditária despótica, verdadeira perversão do poder político que evoluirá até um verdadeiro despotismo arcaico (mulk).

Os leitores interessados em saberem mais sobre a nobre biografia de Hazrat Aisha (r.a.), poderão ler, em livro, a vida de "Aisha (r.a., Esposa do Profeta (s.a.w.)", de autoria de Asma Manrabet. Este livro encontra-se traduzido em português, e foi editado pela Al Furqán. A Sinopse completa sobre este livro pode ser vista neste link:

Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy
(Director de Al Furqán)

[1] - Said Ramadan al Bouti, Aisha um al-muminin, al Farabi, Damas,1998, p. 66.

[2] -Ver a este respeito a interessante análise política desta época no livro de Nadia Yassine, Todas as velas para fora, Alter Editions, Paris. 2002.

[3] - Said Ramadan al-Bouti, o. cit. p. 132.

[4] - A resposta às rectificações feitas por Aisha (r.a.) aos companheiros encontra-se na obra do Imam Az-Zarkashi, Edition al-Khangi, 2001, Cairo, p. 126.

[5] - Sobre esta questão, ver o debate dos ulemas. Ibid. P. 126

quinta-feira, setembro 12, 2013

TEMA DA SEMANA: A LÍNGUA – Terceira e Última Parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Outra forma de difamar um crente, é chamá-lo à atenção em frente de outras pessoas. É uma humilhação que alguns sentem o prazer de cometer. Se vermos alguém a praticar algo que consideramos errado, deveremos chama-lo à parte e conversar com ele. Nunca o devemos fazer à frente de todos e ainda em voz alta, para dar ênfase ao “nosso saber”. A melhor maneira é pedir ao responsável da Mesquita, ou alguém mais erudito para falar com ele. Lembremo-nos de que com a globalização, estamos juntos nas orações com irmãos de todos os quadrantes. Cada um aprendeu nos seus países, de acordo com as 4 escolas sunitas. O desconhecimento da existência dessas pequenas diferenças, podem causar estranheza e discussões desnecessárias. Já temos assistido a discussões violentas de duas pessoas, cada uma defendendo a sua posição e cada uma pensando que sabe mais do que o outro, quando na realidade, nada sabem. “Depois de assentar a poeira, verás se montavas num cavalo ou num burro.” (ditado popular muito utilizado no meio muçulmano). Os eruditos têm uma responsabilidade acrescida. Como responsáveis religiosos, dão orientações religiosas à comunidade e muitas vezes não seguem essas mesmas orientações. “Faz aquilo que eu digo e não aquilo que eu faço”. Ammar (Radiyalahu an hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tiver duas caras neste mundo, terá duas línguas de fogo no dia da Ressurreição” . 41-4855 Sunan Abudawud.

Os gestos também se expressam no bom e no mau sentido. Quantas vezes utilizamos gestos para ridicularizar, difamar e menosprezar os nossos semelhantes? Com os dedos das nossas mãos, fazemos gestos para caracterizar uma situação ou então para ofender as pessoas. Ai das mãos que também prestarão contas por tudo o que o nosso coração lhes ordenou! “Ó féis, evitai tanto quanto possível a suspeita, porque algumas suspeitas implicam em pecado. Não vos espreiteis nem vos calunieis mutuamente. Quem de vós seria capaz de comer a carne do seu irmão morto? Tal atitude vos causa repulsa! Temei a Deus, porque Ele é Remissório e Misericordiosíssimo”. Cur’ane 49:12

O Profeta proibiu a sua família de falar mal dos outros, como é referido numa passagem em que Aisha (Radiyalahu an-há), ao falar de Saffiya, dizendo tal e tal e um terno que significa de que ela é duma estatura baixa. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) repreendeu-a, dizendo: “Você disse uma palavra que se fosse misturado no mar, o mesmo mudaria de cor”. Sunan Abu Dawood. 41/4857. Aproveitemos a oportunidade, enquanto estiverem vivos aqueles que ofendemos, para lhes pedirmos desculpas pelo mal causado pelas nossas línguas , porque se não o fizermos, na prestação de contas as nossas boas acções serão entregues aos

ofendidos como compensação, até que se esgotem e passemos a assumir os pecados deles. Mas se o ofendido não aceitar o pedido de desculpas ou se a situação não for possível para essa remissão pelas teimosias dos ofendidos, então deve pedir perdão a Deus pelo sucedido e falar bem deles publicamente. “Ó meus servos que se excederam contra si próprios, não se desesperem da Misericórdia de Deus, certamente que Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Clemente e Misericordioso. ” Cur’ane 39:53.

Habituemos a nossa língua a falar o bem e a verdade. A verdade conduz à virtude e a virtude conduz ao paraíso. A mentira leva à maldade e a maldade leva ao inferno. Falamos mentiras, como se fosse algo normal e quando alguém nos pede contas, dizemos: “eu estava a brincar”. Na presença ou não dos nossos amigos, da nossa família, em especial dos nossos filhos, não devemos utilizar palavrões, mesmo a linguagem grosseira que possa ser considerada menos ofensivas. Lembremo-nos de que os nossos filhos têm tendência de nos copiarem, das nossas atitudes e das nossas palavras. Assim eles se absterão do mal dizer. Quando os nossos filhos nascem, preocupamo-nos em ensina-los a transformarem os pequenos sons em palavras. Porque não incluir também “Lá ilah ilallah”? Para os mais adultos, a língua deve estar sempre úmida, na recordação de Deus. O Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “As duas palavras a seguir, são frases os expressões muito fáceis para a língua e muito pesadas na balança (da recompensa) e muito amadas pelo Misericordioso Todo-Poderoso: Subhan Allah Wa Bi-Hamdihi; Subhana Allahi-L-Ãzim”. Bukhari 78:673.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

12/09/2012

sábado, setembro 07, 2013

IRMAMDADE NO ISLAM

Centro Islâmico de Brasília-DF - Khutuba : Sheikh Muhammad Zidan

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Não reparas em que Allah conhece tudo quanto existe nos céus e na terra ? não há confidência entre três pessoas, sem que Ele seja a quarta delas ; nem entre cinco, sem que Ele seja a sexta ; nem que haja menos ou mais do que isso, sem que Ele esteja com elas, onde quer que se achem. Logo, no Dia da Ressurreicão, os inteirará de tudo quanto fizerem, porque Allah é Onisciente.

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos e irmãs muçulmanos nosso assunto trata sobre a irmandade dentro do Islam, e como deve ser nosso comportamento com nossos irmãos muçulmanos. Assim devemos viver juntos com união e respeito para termos paz e confiança um com outro. Allah(SWT) criou duas pessoas, e com essa FÉ que devemos nos manter unidos . Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL HUJURAT vers 13 : « Ó homens ! Por certo, Nós vos criamos de um varão e de uma varoa, e vos fizemos como nações e tribos, para que vos conhecais uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah é o mais piedoso. Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor."

A essência da irmandade é o conhecimento que as pessoas tem uma com a outra, e esse conhecimento influência na união ; e da mesma forma que acontece os conflitos e as divergências, no qual a influência no relacionamento delas como brigas por direitos, limites, etc... de cada um, que demostra as diferenças entre o certo e o errado. Mesmo tendo essas diferenças não devemos nos esquecer a nossa origem e a nossa FÉ, e voltarmos ao caminho certo, que é a melhor decisão diante de Allah(Louvado Seja), pois Ele é o Todo Poderoso. O Islam veio com a mensagem da irmandade entre os muçulmanos, devemos nos dedicar e estudar para não desviar desse caminho que nos fortalesse e nos orienta ao caminho de Allah(SWT).

Todos nos somos da mesma origem do mesmo pai e mãe, e somos da mesma família. Quando nos unimos no mesmo caminho do Islam, não importa se é do sul ou do norte, essa união dos da força para suprir todas as nossas necessidades materias espirituais. Essa irmandade é como uma árvore que os galhos que crescem e se espalham,saindo de um só tronco. Também existem as pessoas egoístas que só gostam deles mesmos, não se preocupando com os outros irmãos, desejando o bem só para eles mesmos. E esse tipo de pessoa só procura as outras pessoas atrás de seus interesses e desejando resolver só o seus problemas. O Islam combate esse tipo de pessoa, o egoísta, pois a vida foi feita não para esse próposito individualista.

Pois Allah(SWT) nos deu responsabilidades a conciência para ajudar e matermos a irmandade entre nos muçulmanos um com outro. Não devemos desejar o mal ou coisas ruins para nossos irmãos, e sim desejar o bem, orientar ao caminho certo, ajuda-los nas dificuldades. No Hadith do Profeta Muhammad(que a paz de Allah esteja com ele) disse : « Como os crentes com seu amor mútuo, misericordia e compaixão nos tornamos um corpo só, se um membro se queixar de dor, o resto sente febre como se fosse um só corpo. » Esse sentimento nos faz mantermos unidos e nos aproxima com intuito de resolver o problemas de nossos irmãos, essa ação nos engrandece e Allah(SWT) abençoa a nossas vidas. Num outro Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) disse :

"O muçulmano é irmão de outro Muçulmano. »

Um dos sinais que a irmandade é amar seu irmão e desejar o bem, da mesma forma que você deseja para si mesmo, devemos desejar esse bem para nossos irmãos, esse sentimento nos aproxima de Allah(SWT) e Ele o Todo Poderoso nos da graça de nossas ações. Num outro Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) disse : « Meu amor é definitivo para aqueles que amam um ao outro por minha causa. E para aqueles que atendem a reunião por minha causa, e aqueles que visitam uns aos outros por amor de mim, e os que fazem o seu melhor para o outro por minha causa. Allah irá dizer no dia da ressurreição. Onde estão aqueles que amavam por causa da minha magnificência ? Hoje, vou dar-lhes a minha sombra, o dia não há outra sombra, exceto o meu. » Certa vez Abu Abass ao entrar na mesquita encontrou um homem e o saldou-o, percebendo que ele encontrava-se triste, questionou-o qual o motivo de sua tristeza ; respondendo que ele era um homem de grandes poderes junto do seu povo, e que Allah(SWT) havia tirado essa graça dele, por ele te-la usado de forma errada ; orientando se uma pessoa ou líder tiver esse poder deve saber usar com sabedoria em prol do povo e para a união do povo fazendo sempre o bem. Assim ao ter poder e ser humilde e ter o proposito de ajudar a unir as pessoas com objetivo de agradar a Allah(SWT). No Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) : « Um líder deve fazer sua obrigação e Allah(SWT) o abençoa, caso ele não faça essa graça passa para outro. » Meus irmãos muçulmanos quem teme a Allah(Louvado Seja) e quem da prioridade a união dos muçulmanos esse é o caminho mais favoravel, e desta forma se tornão irmãos de sangue e uma união permanente. Isso que fortalece a nação muçulmana. E o Profeta Muhammad(SAAW) enfatizou para essa irmandade para combater todas as ameaças que os muçulmanos estão recebendo no mundo e para que não sejamos perdedores. Como ocorreu e YATRIB atual Madina quando se tornou a primeira cidade muçulmana com a união de todos, esse fato só ocorreu com a união de todos os muçulmanos independente de raça cor ou língua, tudo isso para enfatizar que a unidade é um dos maiores objetivo dos Islam. Que Allah(SWT) nos ajude a estabelecer o verdadeiro espírito de irmandade e fraternidade por esquecer nossas diferenças e agirmos de acordo com os ensinamentos do Alcorão Sagrado e de nosso amado Profeta Muhammad(SAAW). Que nos guie para o caminho certo.

Ó fieis se arrependam, pois Allah(SWT) perdoa o pecado dos arrependidos. Salamo Aleikom

SWT) SUBAHANA WA TAALA (LOUVADO SEJA ALLAH)

(SAAW) SALA ALLAHU ALEIREM WA SALAM ( QUE A PAZ DE ALLAH ESTEJA COM ELE)

ALLAH= DEUS

YATRIB=ATUAL CIDADE DE MADINA

HADITH=DITOS DO PROFETA MUHAMMAD(SAAW)

Estamos conscientes de que a tradução do sentido tanto da khutuba (Sermão) quanto do Alcorão Sagrado, seja qual for a precisão, é quase sempre inadequada para realçar o magnífico sentido do texto , a tradução pode conter falhas ou lapsos como todo ato humano. (Que Allah (SWT) nós perdoe).

sexta-feira, setembro 06, 2013

Expliquem a seus filhos o que é a Hajj

Anualmente, os muçulmanos de todo o mundo se preparam para a época da Hajj, e aqueles que têm a intenção de realizar este ritual sagrado dirigem-se a Meca, numa viajem espiritual da fé. A esse cumprimento do 5º Pilar do Islam dá-se o nome de Hajj ou Peregrinação.

Nesses dias, os nossos filhos têm a oportunidade de ouvir um montão de notícias sobre a Hajj (Peregrinação a Meca [ár. Makkah]); no entanto, a maioria deles não está ciente dos muitos detalhes associados com este momento sagrado. Quando as crianças começam a per-guntar sobre a Hajj, alguns pais sentem-se um pouco desconfortáveis para fazê-las entender.

Neste artigo, recolho informações em forma de conselhos para ajudar os pais a explicar a temática da Hajj, de forma simples, a seus filhos.

Prepare-se, muito bem, para lição da Hajj, antes de juntar os seus filhos para uma palestra introdutória. Obtenha livros islâmicos para crianças ou artigos e leia o que as crianças podem dizer sobre a Hajj (consulte artigos a respeito neste link, em língua portuguesa: http://alfurqan.pt/index.php/temas-islamicos/hajj-peregrinacao-a-meca). Isso lhe vai ajudar a entender os principais pontos que se destacam na lição.

• Eles precisam de algo mais do que uma palestra. Poderá obter fotos de muçulmanos em peregrinação, cartazes, mapas, sites, trechos de livros e material de vídeo, por exemplo.

Cobrir estes pontos na sua lição:

- Os Cinco Pilares do Islão e onde a Hajj se ajusta nesses pilares. A Hajj é - uma vez na vida - obrigação para os muçulmanos que tenham a capacidade física e financeira para fazer a viagem. É também uma forma de adoração que envolve todo o ser: corpo, mente e alma.

- A história do Profeta Ibrahim [Abraão] (que a paz esteja com ele) e o sacrifício que Deus o pediu de fazer.

- Descreva a Hajj a seus filhos e explique mais sobre a diversidade de muçulmanos que se reúnem para adorar a Deus, e identifique as razões que dão os muçulmanos para realizar a Hajj:

1. Tente tratar da Hajj, descrevendo exactamente como ele é feito. Faça um modelo da Caaba: pode ser feito com uma caixa de papelão cúbica, um pouco de tinta preta, e uma linha de material franja com cor de ouro. Se possível, obtenha algumas bonecas e bonecos para demonstrar como se realiza a Hajj.

2. Explique às crianças que roupa costumam utilizar os muçulmanos na Hajj e por quê. Além disso, consiga que um de seus filhos seja o modelo com ihram, roupas que colocam os homens durante a Hajj e 'Umrah.

3. Fale sobre a Talbiyah (o que recitam os peregrinos durante a Hajj) e recitem junto o Takbir de 'Eid.

4. Além de falar sobre como realizar a Hajj, poderá dar detalhes sobre a Caaba, da sua construção e das suas reparações (Para o efeito, pode consultar o livro editado pela Al Furqán: «A História de Makkah Mukarramah»)

5. Fale sobre o que os muçulmanos fazem na Caaba:

- Explique como a Hajj é diferente de uma viagem de férias.

- Explique o que os muçulmanos fazem em Arafat, Muzdalifah e Mina.

- Incentive as crianças a reflectir sobre a ideia de que os muçulmanos viajam com a esperança de que a viagem vai mudá-los, ou seja, eles se tornarão mais desenvolvidos espiritualmente, pela experiência.

- Converse com seus filhos a ideia de que, para muitas pessoas, a vida religiosa consiste na sensação de estar envolvido na tarefa de desenvolver espiritualmente, na medida do possível.

Tempo para o exercício

Convide as crianças para explicar ou representar como uma pessoa pode voltar da Hajj e como ela se sente transformada pela experiência. As crianças podem ter acesso a uma variedade de recursos que existem, como fotos, mapas, histórias, material de vídeo, etc., a fim de encontrar respostas para o seguinte:

1. Localizar num mapa os lugares de peregrinação nos arredores de Meca.

2. Quem deve realizar a Hajj, e quando?

3. O que devem vestir quando os muçulmanos estão em peregrinação em Meca, e porquê?

4. Onde está a Caaba? Que aspecto tem e quem a construiu?

5. Que fazem os peregrinos quando chegam, pela primeira vez, na Caaba, em Meca, e porquê?

6. Que fazem quando os peregrinos vão para Arafat, e por quê?

Ao responder a estas perguntas, in cha Allah, os seus filhos terão compreendido o essencial sobre a Hajj e saberão o que significa a Hajj.

Para aqueles que irão, este ano, em Peregrinação, desejo-lhes uma boa viagem espiritual da fé, que orem por mim e que apresentem, em Medina, os salames também da minha parte, ao nosso querido Profeta Muhammad (s.a.w.) ■

Por: M. Yiossuf Adamgy / Al Furqán

quinta-feira, setembro 05, 2013

A LÍNGUA – Segunda Parte- JUMA MUBARAK

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)

Luqman foi agraciado por Deus com sabedoria e deixou importantes recomendações para toda a umanidade. Não foi um Profeta, mas Deus revelou um capítulo completo do Cur’ane com o seu nome. Lucman, dirigindo-se ao seu filho com palavras sábias e contundentes, exorta toda a humanidade para o melhor carácter e para terem cuidado com a língua , como por exemplo: “E modera o teu andar e baixa a tua voz, porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos ”.Cur’ane 31:19. Quem fala muito, pode exagerar no que diz ou pode até incorrer em erro. Por isso, Luqman recomenda: 

Ó meu filho, eu nunca senti qualquer arrependimento por guardar silêncio. Se as palavras são de prata, o silêncio é de ouro”. Uma vez, quando Luqman era escravo, o seu senhor ordenou-lhe para matar uma cabra e depois trazer-lhe duas das mais agradáveis partes . Luqman assim fez e trouxe para ele, a língua e o coração . E o seu senhor perguntou-lhe se não havia mais nada agradável, em relação àquilo que trouxe? E Luqman respondeu que não. Mais tarde, o seu senhor ordenou-lhe para matar outra cabra e trazer-lhe as duas partes mais malignas do animal. Assim fez Luqman e trouxe a língua e o coração . O ordenante, surpreendido, replicou: Eu ordenei-te que me trouxesses as partes mais deliciosas e tu trouxeste a língua e o coração. E depois ordenei-te para trazeres as partes mais malignas e tu voltaste a trazer a língua e o coração. Como pode ser isso? Luqman disse: “Nada mais pode ser mais delicioso do que a língua e coração se eles forem bons e nada mais poderá ser mais maldoso, se os mesmos forem malignos”.

Abdullah b. Amr b. al-As referiu que alguém perguntou ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quem dos muçulmanos é o melhor. O Profeta respondeu: “de cujas mãos e língua os (outros) muçulmanos estão seguros”. Muslim 1.64. Uma das recomendações do islam, é o de mantermos boas relações de amizade com os nossos vizinhos, independentemente da sua filiação religiosa. Não escolhemos os nossos vizinhos e por isso é natural que nos encontremos rodeados de pessoas de todos os extractos socias. São eles os primeiros a socorrer-nos quando surge uma preocupação. Esta belíssima recomendação não é seguida por alguns, que utilizam linguagem violenta, criando conflitos permanentes. Uma mulher (ou homem) que efectua as suas orações, jejua e distribui a caridade, mas que a sua língua incomoda e magoa os vizinhos, será uma das residentes do inferno. Bhukari.

Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, Deus fixou para o filho de Adam, a sua parte inevitável do adultério e ele está ciente disso ou não. O adultério do olho é olhar (para algo que é pecado olhar) e o adultério da língua é proferir (o que é ilícito); o que anseia e deseja (adultério) e as partes íntimas transformam isso em realidade ou se abstém de se submeter à tentação . Bhukari 77.609

Quando duas ou mais pessoas se encontram, é natural que depois de se cumprimentarem, troquem impressões acerca dos diversos aspectos das suas vidas. Esgotada a política o futebol e receitas culinárias, para preencherem os temas da conversa, passam a falar dos ausentes, caindo na calúnia . “Ai do difamador e do caluniador”. Cur’ane 104.1. Se não tiverem mais motivos de conversa, é melhor estarem juntos em silêncio, do que falarem só por falar, dizendo bobagens e acabando por caírem na calúnia. Diz o provérbio árabe: If you can’t say a good word, keep silent. Se não conseguires dizer uma boa palavra, fique calado!. 

O Isslam ensina-nos de que o valor do crente é medido pelo seu carácter e não pela etnia, cor ou riqueza. Nas entradas das Mesquitas, enquanto não se iniciam as orações, é habitual vermos os crentes em pequenos grupos dialogando. Infelizmente, em alguns desses agrupamentos afiam-se as línguas, difamando os que não se encontram presente. “Ó fiéis, que nenhum povo zombe do outro; é possível que (os escarnecidos) sejam melhores do que eles (os escarnecedores). Que nenhuma mulher zombe de outra, porque é possível que esta seja melhor do que aquela…”. Surat Hujjurat 49.11. Seria melhor que fizessem companhia aos que se encontram dentro da mesquita em meditação.

Consta num hadice de que o Profeta Muhammad (Sallalahu Aleihi Wassalam) estava a passar com os seus companheiros perto de duas sepulturas e foi-lhe revelado que os ocupantes dessas duas campas estavam a ser castigados, um porque andava sempre a intrigar e a caluniar e o outro porque não se cuidava da urina. –Bhukari e Musslim.

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!.

In Sha Allah, será concluído no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 05/09/2013 abdul.manga@gmail.com

sexta-feira, agosto 30, 2013

Vamos abrir o Qur'an? Após lermos certos versículos, precisamos fazer uma prostração. Quantos são esses versículos?

Há 14 aya (versículos) no Alcorão que é sunnah fazer uma prostração ao recitá-los.

Ao todo encontramos 15 os versículos de prostração, e embora muitos considerem que sejam 14 (muitos não consideram o versículo 24 de Surat Sad). Destes 15, os sábios são unânimes quanto à 12, e divergem sobre 3.

1. Surat al-A`raaf (surah 7, versículo 206) Por certo, os que estão juntos de teu Senhor não se ensoberbecem, diante de Sua adoração e O glorificam. E prosternam-se diante dEle.

2. Surat ar-Ra`d (surah 13, versículo 15) E diante de Allah prosterna-se, de bom ou de mau grado, quem está nos céus e na terra, e também suas sombras, ao amanhecer e ao entardecer.

3. Surat an-Nahl (surah 16, versículo 49-50) E, diante de Allah, prosterna-se o que há nos céus e o que há na terra de ser animal, e também os anjos, e eles não se ensoberbecem. Eles temem seu Senhor, acima deles, e fazem o que lhes é ordenado.

4. Surat al-Israa' (surah 17, versículo 107-9) Dize: “Crede nele, ou não creais. Por certo, aqueles aos quais fora concedida a ciência, antes dele, quando é recitado para eles, caem de mento, por terra, prosternando-se. E dizem: “Glorificado seja nosso Senhor! Por certo, a promessa de nosso Senhor foi cumprida”. E caem de mento por terra, chorando, e ele lhes acrescenta humildade.

5. Surat Maryam (surah 19, versículo 58) Esse, os que Allah agraciou –dentre os profetas da descendência de Adão, e dos que levamos, na arca, com Noé, e da descendência de Abraão e Israel, e dos que guiamos e elegemos – quando os versículos dO Misericordioso se recitavam para eles, caíam prosternados e chorosos.

6. Surat al-Hajj (surah 22, versículo 18) Não viste que diante de Allah se prosterna quem está nos céus e quem está na terra, e o sol e a lua e as estrelas e as montanhas e as árvores e os seres animais e muitos dos humanos? E sobre muitos destes, cumpre-se o castigo. E aquele, a quem Allah avilta, não terá quem o honre. Por certo, Allah faz o que quer.

7. Surat al-Hajj (surah 22, versículo 77) Ó vós que cedes! Curvai-vos e prosternai-vos e adorai a vosso Senhor, e fazei o bem, na esperança de serdes bem-aventurados.

8. Surat al-Furqan (surah 25, versículo 60) E quando se lhes diz: “Prosternai-vos diante dO Misericordioso”, dizem: “O que é O Misericordioso? Prosternar-nos-emos diante do que nos ordenas?” E isso lhes acrescenta repulsa.

9. Surat an-Naml (surah 27, versículo 25-6) “Afastou-os, para que não se prosternassem diante de Allah, Quem faz sair o recôndito nos céus e na terra, e sabe o que escondeis e o que manifestais. Allah, não existe deus senão Ele, O Senhor do magnífico Trono!”

10. Surat as-Sajda (surah 32, versículo 15) Apenas, crêem em Nossos versículos os que, ao lhes serem estes lembrados, came, em prosternação, e glorificam, com louvor, a seu Senhor, e não se ensoberbecem.

11. Surat Sad (surah 38, versículo 24) (...) E Davi pensou que Nós o provássemos; então, implorou perdão a seu Senhor e caiu em prosternação, e voltou-se contrito para Nós.

12. Surat Fussilat (surah 41, versículo 37-8) E, entre Seus sinais, está a noite e o dia e o sol e a lua. Não vos prosterneis diante do sol nem da lua, e prosternai-vos diante de Allah, Quem os criou, se só a Ele adorais. E se eles se ensoberbecem, os que estão junto de teu Senhor O glorificam noite e dia, enquanto não se enfadam.

13. Surat an-Najm (surah 53, versículo 62) Então, prosternai-vos diante de Allah, e adorai-O.

14. Surat al-Inshiqaaq (surah 84, versículo 21) E quando lhes é lido o Alcorão, não se prosternam?

15. Surat al-`Alaq (surah 96, versículo 19) Em absoluto, não lhes obedeças; e prosterna-te e aproxima-te de Allah.

Sujud al-Tilawah

Uma das etiquetas da recitação do Qur’an é fazer o sujud al-tilawah ou prostração de recitação, quando alguém recita uma ayah contendo ‘sajdah’ ou lugar onde a prostração é exigida. Em Seu Livro,Allah descreve os profetas e os virtuosos da seguinte forma:
“… Quando os versículos dO Misericordioso se recitavam para eles, caíam prosternados e chorosos.” (Surah Maryam 19:58)

Ibn Katheer, que Allah tenha misericórdia dele, disse: “Os sábios concordaram que nós devemos nos prostrar aqui (quando recitar esta ayah] para seguir o exemplo deles (o mencionados nesse versículo).” (Tafsir al-Qur’an al-‘Azim, 5/238)

Sujud al-Tilawah é muito importante porque aumentao khushu. Allah diz:

“E came de mento por terra, chorando, e ele (Quran) lhes acrescenta humildade (khushu)” (Surah al-Israa’ 17:109)

Foi relatado que o profeta s.a.w. prostrava-se quando recitava Surah al-Najm em sua oração. Al-Bukhari, que Allah tenha misericórdia dele, relatou em seu Saheeh que Abu Raafi’ disse:

“Eu rezei o ‘Isha com Abu Hurayrah, que Allah esteja satisfeito com ele, e ele recitou Idhaa al-samaa’u inshaqqat [Surah al-Inshiqaaq] e se prostrou. Eu perguntei a ele sobre isso e ele disse: ‘Eu me prostrei atrás de Abu’l-Qaasim [o Profeta s.a.w.], e vou continuar a fazer isso até que eu o encontre novamente.” (Saheeh al-Bukhari, Kitaab al-Adhaan, Baab al-Jahr bi’l-‘Ishaa’).

É importante mante a prática do sujud al-tilawah, principalmente porque ela perturba o Shaytan e o reprime, enfraquecendo sua influência sobre o servo. Abu Hurayrah disse: que o Mensageiro de Allah s.a.w. disse:

‘Quando o filho de Adão recita uma sajdah, o Shaytan se vai chorando, dizendo, “Ai dele! Foi-lhe ordenado que se prostrasse e ele se prostrou, então dele é o Paraíso; Foi-me ordenado prostrar-me e eu desobedeci, então o Inferno é meu destino!” (Muslim no.133)

É sunnah fazer uma prostração do Quran, ao ler os versículos apropriados, para quem os recita, para quem está escutando atentamente e para quem os escuta por acaso.

O Imam al-Bukhari também relatou que ‘Umar disse: “Ó gente, às vezes nós recitamos um versículo de Sajdah, então quem fizer a prostração agiu corretamente e não há pecado sobre aquele que não o faz”.

Como identificamos no Quran um versículo de sajdah?

Uma linha fica acima das palavras do versículo que indicam a prostração . Algumas vezes a indicação para prostração aparece no versículo anterior ao versículo de prostração. O símbolo do sujud aparece sempre no final do versículo após o qual fazemos a prostração.
Fontes: Al Quran - ILAEI

http://spa.qibla.com/issue_view.asp?HD=3&ID=2164&CATE=389

http://honeyfortheheart.wordpress.com/khushu-in-the-prayer/sujud-al-tilawah/

quinta-feira, agosto 29, 2013

A LÍNGUA – Primeira Parte.

JUMA MUBARAK -“Na verdade, Deus fixou para o filho de Adam, a sua parte inevitável do adultério e ele está ciente disso ou não. O adultério do olho é olhar (para algo que é pecado olhar) e o adultério da língua é proferir (o que é ilícito); o que anseia e deseja (adultério) e as partes íntimas transformam isso em realidade ou se abstém de se submeter à tentação . Bhukari 77.609

O coração é a parte mais importante do nosso corpo, donde emanam todas as ordens para os órgãos do nosso corpo. “Allah não olha para os vossos corpos nem para os vossos rostos, mas sim para os vossos corações”. Muslim 32:6220. É o coração que comanda todos os órgãos do nosso corpo. E todas as nossas ações serão julgadas de acordo com as nossas intenções. A língua age em conformidade com os desejos do nosso coração. Se o coração for bom, a língua habituar-se-á a falar bem e se o coração se encontrar corrompido, a língua expressará as maiores barbaridades. A língua tem uma capacidade de se mover com maior rapidez, em relação a qualquer outro membro do corpo. Se alguém não ponderar no que vai dizer, mesmo que seja uma palavra, poderá destruir num segundo, um trabalho, uma amizade ou um relacionamento que se considerava duradouro. Por causa desse perigo, os restantes órgãos do corpo avisam a língua: “Temei a Deus por nós, pois nós estamos dependentes de ti. Se tu fores justo, as nossas acções serão justas. Se tu estiveres corrompido, nós também estaremos todos corrompidos”. At Tirmidi.

Os animais apesar de terem línguas, não conseguem falar. Ao ser humano, Deus deu-lhe a capacidade de falar, tornando-se assim mais fácil a comunicação e o entendimento e infelizmente também o desentendimento. A língua , é uma verdadeira bênção concedida por Deus, que devemos agradecer, utilizando-a para aumentar os nossos conhecimentos, manter a língua úmida (na recordação de Deus), recomendando o bem, proibindo o mal e reconciliando os que se encontram de costas voltadas. Porém, a língua deve manter-se recatada , falando só o necessário, não difamar e nem prejudicar o próximo. Antes de falarmos, devemos pensar primeiro no que vamos dizer, se é bom ou se vamos ferir alguém. Issa Ibn Mariam (Aleihi Salam) – Jesus filho de Maria, que a paz de Deus esteja com eles, passou por um porco e ele disse: “vá em paz”. Alguém perguntou: “Está a dizer isso para um porco?”. Issa disse: “Não quero acostumar a minha língua a falar mal”. Maliks Muwatta 56.1.4.

A maior parte dos nossos pecados, são cometidos através da língua. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem crê em Deus e no Dia do Juízo Final, deve falar boas palavras ou então, o melhor é manter-se em silêncio” . Muslim 01.75. Devemos ter em atenção com as nossas palavras, porque por cada insulto ou difamação, Deus será severo na nossa prestação de contas. Deus é conhecedor de tudo o que fazemos e o que falamos . “Criamos o homem e sabemos o que a sua alma lhe confidencia, porque estamos mais perto dele do que a (sua) artéria jugular. Eis que dois anjos da guarda são apontados para anotarem (as suas obras), um sentado à sua direita e outro à esquerda. Não pronunciará palavra alguma, sem que junto a ele esteja presente uma sentinela (anjo), pronta para a anotar”. Cur’ane 50: 16,17 e 18.

Muitas vezes as disputas religiosas, trazem consequências graves para os interlocutores. Nas discussões acerca das questões duvidosas, cada um dará a sua opinião que muitas vezes é contrária à do outro. Teremos dois “sábios” a discutirem uma matéria sobre a qual não têm qualquer conhecimento. Das discussões, passarão às palavras ofensivas e deixar-se-ão de falar por longos períodos. Mais uma vez as línguas corromperam-se e eles caíram na armadilha do sheitan, cometendo vários pecados graves. Não seguiram as orientações do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “Devemos estar longe do que é duvidoso, do qual não temos conhecimento, porque aquele que se protege contra as coisas duvidosas, mantém a sua religião e a sua honra irrepreensíveis; Bhukari 2:49 e Muslim 10:3882. “Não é permitido a um crente deixar de falar com outro crente, por um período acima de três dias. Se passarem 3 dias, ele deve procurar com quem se zangou e saúda-lo. Se o outro responder a saudação, ambos partilharão a recompensa. Mas se não retribuir a saudação, então este carregará o fardo do seu pecado e quem tiver cumprimentado, estará livre do pecado”. Relato de Abu Daud.

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 29/08/2013 abdul.manga@gmail.com

sábado, agosto 24, 2013

Que profeta é conhecido como Dhul-Nun ذو النون- Profeta Jonas (Yunus) Aleihi Salam

E Zan-Nun, quando se foi, irado, e pensou que não tínhamos possibilidade de repreensão contra ele; então clamou nas trevas: “Não existe deus senão Tu! Glorificado sejas! Por certo, fui dos injustos.” 21:87

Allah, O Todo-Poderoso, convocou Yunus para pregar para o povo de Nineveh. Nineveh era uma grande cidade, capital de Assíria, e tinha se tornado um lugar muito perverso. Yunus foi até este povo e lhes disse para abandonarem seus maus hábitos e se voltarem para Allah. Mas eles não lhe deram ouvidos e assim Yunus os abandonou invocando a ira de Allah sobre eles. Sua pregação havia falhado então ele saiu enraivecido. Este foi a primeiro toque humano da história de Yunus. Mesmo sendo um profeta, Yunus era um ser humano e saiu enraivecido da cidade de onde ele não conseguiu o que queria. Ele sentiu que sabia o que Allah deveria fazer com aquele povo, pedindo a Allah que os punisse. Podemos identificar Yunus aqui, certo? Em um nível humano, nós geralmente desistimos muito rápido, e geralmente nos afastamos quando não conseguimos o que queremos. Em um nível espiritual, nós vemos muita perversidade no mundo e pensamos que sabemos como os malfeitores deveriam ser tratados. Algumas pessoas até assumem a punição desses.

Tendo deixado a cidade para trás. Yunus embarcou em um navio. Ele já estava farto de pregar a mensagem de Allah e decidiu navegar para longe do cenário desta falha. Uma vez no mar, entretanto, uma tempestade surgiu e a tripulação ficou aterrorizada. Esses navegantes pagãos pensaram que os deuses dos mares deviam estar insatisfeitos com eles, então fizeram um sorteio para retirar um homem da embarcação e acalmar a tempestade. Yunus foi sorteado, não uma, mas três vezes, e a tripulação aterrorizada o lançou no mar para protegerem a si e a embarcação.

Na água, algo extraordinário aconteceu. Allah enviou um peixe enorme, que alguns descreveram como sendo uma baleia, para engolir Yunus inteiro. No ventre na baleia, Yunus desceu ao fundo do oceano, tomado de desespero. Como ele poderia sobreviver a esse desastre? Que saída poderia haver para tal situação? Ele foi coberto pela escuridão: a escuridão da profundeza; a escuridão do ventre da criatura; e a pior de todas, a escuridão do desespero. Mesmo sendo um homem religioso, convocado para ser profeta, ele experimentou a dúvida e o desespero, e foi quando ele estava nas profundezas do desespero que as coisas mudaram para ele. No Quran, nós lemos que Yunus “clamou nas trevas”. Ele de deu conta de que Allah, O Todo-Poderoso, e não ele, estava no controle das coisas. Ele clamou: “Não existe deus senão Tu!” e pediu por ajuda. E pedindo ajuda, sua prece foi atendida.

Ibn Kathir comentou sobre esta parte da história, que quando Yunus admite que não existe nenhuma divindade além de Allah e que só Allah pode salvá-lo, algo maravilhoso acontece. Primeiro, a baleia começa a cantar louvores a Allah, depois também todos os pequenos peixes próximos a ela, e então todas as criaturas do mar, cada um de sua própria forma, até que houvesse um grande coro de louvor. A baleia nadou até a superfície e expeliu Yunus na praia. Assim como Allah usou a baleia para salvar Yunus na tempestade e de se afogar no oceano, Ele também a usou para levar Yunus a salvo para a terra novamente.

E tem mais. Yunus se sentia enjoado e dolorido enquanto deitava na areia sob um calor abrasador, ainda sem saber o que seria dele. Allah cuida ainda mais dele e faz crescer uma planta sobre ele para cobri-lo com sua sombra. Quando ele se recuperou do suplício e sua pele parou de doer por causa dos ácidos no estômago na criatura, ele decidiu retornar à Nineveh e ver o que tinha acontecido com a cidade e com seus habitantes. Quando ele chega lá, para sua grande surpresa ele vê que a cidade e os habitantes não tinham sido destruídos, mas que haviam todos se voltado para Allah. Sua mensagem os havia alcançado. Talvez quando eles viram a tempestade terrível crescendo distante, eles tenham visto nela uma imagem do que os atingiria se eles não se arrependessem. Não sabemos porque eles se voltaram para Allah, mas eles o fizeram. Yunus, então, após suas aventuras, finalmente ficou feliz pois sua missão havia sido completada.

Há muito que esta história de Yunus pode nos ensinar. Primeiro, leiam vocês mesmos no Quran. Yunus é mencionado nos seguintes versículos:

Surat an-Nissa 4:163; Surat Al-An’am 6:86; Surat Yunus 10:98; Surat Al- Anbiyah 21:87; Surat As-Saffat 37:139-148; e Surat Al Qalam 68:48-50.

sexta-feira, agosto 23, 2013

O Véu, Arma Contra a Islamofobia na Suécia

Na Suécia, apresentadoras de televisão, cantoras, políticas e dezenas de mulheres e homens anônimos, não muçulmanos, decidiram pôr um véu como forma de protesto, depois de um suposto ataque racista (em apoio a muçulmana grávida agredida no país). A iniciativa provocou furor nas redes sociais. Usando o hijab, as mulheres publicaram as sus fotos 'veladas'. As fotos podem, igualmente, ser vistas no Instagram.

O acontecimento que deflagou  a iniciativa ocorreu sexta-feira passada num parque de estacionamento em Estocolmo. Uma moça de 20 anos, grávida, foi agredida no subúrbio de Farsta. Um desconhecido bateu a cabeça dela contra um carro. Segundo o porta-voz da polícia, Ulf Hoffman, na imprensa local, diz não haver nenhuma dúvida de que isso é um crime racista.

Os organizadores dizem que não é um caso único, e que tais crimes estão crescendo na Suécia. "Queremos que as pessoas usem o lenço, na segunda-feira. Em primeiro lugar, porque queremos normalizá-los. As pessoas vêem os véus e os muçulmanos como algo estranho (impróprio). Esta poderia ser uma boa oportunidade para conhecer o que as mulheres muçulmanas estão passando", explicou Bilan Osman, um dos organizadores, ao Diário Göteborg.

Segundo um amigo da mulher atacada, que falou com a Radio Sveriges, resgaram o véu da vítima e depois bateu com a cabeça dela contra um automóvel até ela desmaiar, enquanto proferiram insultos racistas.

Num artigo de opinião publicado no jornal sueco 'Aftonbladet' no domingo, os organizadores do #hijabuppropet instaram a Ministra da Justiça, Beatrice Ask, a tomar medidas para "garantir o direito à segurança pessoal e a liberdade religiosa muçul-mana sueca, sem estar sujeita a ataques verbais e físicos", recolheu a Al Jazeera.

A apresentadora da Televisão mudou Gina Dirawi mudou a sua foto de Twitter e, juntou-se, também ao movimento da política Palma de Verônica.

«O princípio da liberdade religiosa é um princípio por todos partilhados. Contudo, será isto o que verdadeiramente se verifica? «Governos e a Sociedade Civil devem reagir perante a ISLAMOFOBIA e diante de qualquer prática que fomente o ódio e a intolerância religiosa, incluídos os ataques aos lugares de culto; só o fomento da compreensão, da tolerância e do respeito em questões de liberdade cultural e religiosa poderão assegurar o futuro da convivência democrática».

Fonte: 22/08/2013 - Autor: Amanda Figueras - Fonte: elmundo.es http://www.elmundo.es/elmundo/2013/08/20/internacional/1377009073.html (Tradução: M. Yiossuf Adamgy / Al Furqán).

quinta-feira, agosto 22, 2013

E NÃO NOS CABE MAIS DO QUE TRANSMITIR A MENSAGEM. Segunda e última parte do tema:

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" .

No Surat 36 (capítulo do Cur’ane com o nome Yácin), encontramos palavras de conforto que Deus, o Altíssimo, transmitiu ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), quando ainda estava em Maka, após as primeiras revelações. Nos primeiros tempos da divulgação do monoteísmo, apelando aos Coraixitas para deixarem de adorar ídolos, que nada lhes serviam, foi muitas vezes agredido e maltratado. Os descrentes referiram que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) não podia ser um mensageiro por ser um homem como eles e que ele pretendia desvia-los das tradições dos seus antepassados. Assim, nos seguintes versículos do Surat Yácin, Deus explica ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) que a mesma situação aconteceu aos mensageiros que mandou para uma certa cidade:

E lembra-lhes como exemplo o que aconteceu aos moradores duma certa cidade, quando lá chegaram os mensageiros. Yácin 36:13

Alguns comentadores referem-se à cidade de Antioquia, onde reinava o rei Antíoco. Outros referem que não há evidências de que se refere a esta cidade. O objectivo deste versículo foi alertar os Coraixitas por seguirem o mesmo exemplo da teimosia do povo daquela cidade, negando as mensagens de Deus, transmitidas pelos Seus Mensageiros.

Quando Nós (em primeiro lugar) lhes enviamos dois mensageiros e eles os desmentiram; e então Nós reforçamo-los com um terceiro; Eles (os três) disseram: “Ficai sabendo que fomos enviados a vós como mensageiros”. Yácin 36:14

Eles disseram: “Não sois senão mortais como nós, sendo que o Beneficente não vos revelou nada; vós não fazeis mais do que mentir”. Yácin 36:15.

Foram rejeitados muitos Mensageiros porque os povos não acreditavam que simples humanos pudessem ser portadores de revelações divinas. “Eles dizem: que espécie de mensageiro é este que come e se move nas ruas” . Al.Furqan 7. O povo de ‘Ad também rejeitou o Profeta Hud (Aleihi Salam) referindo que ele não era mais do que um ser humano. Ao Profeta Salih (Aleihi Salam) também foi-lhe dito pelo povo de Thamud: “vamos seguir um homem entre nós mesmo?”. (Al Qamar 24). E os Profetas de Deus sempre lhes respondiam: “É verdade que não somos mais do que seres humanos como vocês, mas Deus mostra o Seu favor aos Seus servos que Lhe apraz. (Ibrahim 10,11). Os descrentes de Maka também não aceitaram Muhammad (Salalahu Aleihi wassalam), por ser um homem como eles e saído deles mesmos. No Cur’ane e em todos os outros Livros Sagrados, é referido de que os mensageiros eram seres humanos e não anjos ou seres sobrenaturais.

Os mensageiros disseram-lhes: “Nosso Senhor sabe na verdade que somos enviados a vós, como mensageiros”. Yácin 36:16 
“E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Yácin 36:17

Com estes versículos Deus tranquiliza e também lembra ao Profeta Muhammad (Salalalu Aleihi Wassalam) de que a sua missão é só o de transmitir a palavra de Deus. Se a aceitarem, serão bem aventurados neste e no outro mundo. Se a rejeitarem, prestarão contas por isso. E cabe a Deus encaminhar ou não os desviados. 

Lembremo-nos de que o Profeta insistia com o seu tio Abdul Talib para se converter ao Islam. De acordo com a narração de Al-Musaiyab, quando Abu Talib estava no seu leito da morte, Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) foi visitá-lo e encontrou Abu Jahl que estava sentado ao lado dele. O Profeta disse: Ó meu tio diga: “Ninguém é digno de ser adorado, excepto Deus”, uma expressão com a qual te vou defender perante Deus”. Abu Jahl e Abdullah Bin Umaya disseram: “Ó Abu Talib, tu vais deixar a religião de Abdul Mutalib?”. E eles continuaram a dizer estas palavras e as ultimas palavras proferidas por ele (antes de morrer), foram: “Eu estou na religião de Abdul Mutalib”. Então o Profeta disse “Eu vou continuar a pedir perdão a Deus para ti, a menos que eu seja proibido de o fazer”. Então, foi revelado o seguinte versículo do Cur’ane: “É inadmissível que o Profeta e os fiéis implorem perdão para os idólatras, ainda que estes sejam seus familiares…” 9:113. Outro versículo foi revelado: “Por certo que não és tu que orientas a quem queres; contudo Deus orienta a quem Lhe apraz, porque conhece melhor do que ninguém os encaminhados. 28:56. Bhukari 58:223.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 22/08/2013 abdul.manga@gmail.com

quarta-feira, agosto 21, 2013

A Compaixão no Islão - Por: M. Yiossuf Adamgy (Director da Revista Islâmica Portuguesa Al Furqán)

Será a compaixão central ao Islão? Muitas pessoas pensam que a jihád é mais importante para o Islão do que a compaixão. Pelo menos, esta é a impressão geral das pessoas, incluindo, naturalmente, os muçulmanos. Mas não é bem assim. A compaixão é muito mais central ao Islão do que a jihád. Certos acontecimentos na história do Islão e também no mundo contemporâneo é que fizeram com que esta impressão sobre a jihád se fosse espalhando...

De fato, a compaixão representa o verdadeiro espírito do Islão e é muito mais essencial aos ensnamentos islâmicos do que outra coisa qualquer. Existem certas palavras-chave no Alcorão que são extremamente destacadas, das quais quatro são frequentemente repetidas: rahmah, ihsan, ‘adl e hikmah (compaixão, bondade, justiça e sabedoria). Rahmah (compaixão, misericórdia) e as suas raízes abundam no Alcorão Sagrado. Entre os próprios nomes de Deus (ár. Allah) estão Rahman e Rahim (Beneficente e Misericor-dioso). Um muçulmano começa tudo por recitar Biçm-i-Allah al-Rahman al-Rahim (ou seja, começará em nome de Allah, Beneficente e Misericordioso). Assim, um muçulmano deverá invocar Deus como sendo compas-sivo e misericordioso em todos os momentos. Não invoca os outros nomes de Allah (de acordo com a crença islâmica, Allah tem 99 nomes), apenas o invoca como sendo Misericordioso e Compassivo.

O Alcorão também diz que os crentes (Mu'minin) são misericordiosos uns com os outros. Allah é chamado, pelo Alcorão, como Rahim e Rahman. E de acordo com Mufradat, do Imame Raghib, Rahman é Aquele cuja misericórdia engloba todos, não apenas todos os seres humanos, mas também toda a criação. Assim, só Deus pode ser Rahman, ninguém mais. Nós, os seres humanos, temos as nossas próprias limitações.

Amamos os nossos companheiros religiosos mais do que aqueles que pertencem a outros grupos religiosos; amamos aqueles que falam a nossa própria língua mais do que aqueles que falam outras línguas; e amamos os seres humanos mais do que os animais.

Mas não é assim com Allah. Allah ama e concede a Sua misericórdia de forma igual para todos. E se fomos realmente crentes em Allah, também não devemos fazer tais distinções. Devemos amar todos os seres humanos, independentemente de pertencerem ou não à nossa religião, falarem ou não a mesma língua ou terem ou não a nossa cor de pele. Se Deus é Rahman (Misericordioso) para todos nós, os Seus servos também devem tentar imitá-Lo tanto quanto puderem. A verdadeira ‘ibadah (adoração) pode apenas ser afirmada quando tentamos beber os elementos da Sua conduta.

Desta forma, um verdadeiro muçulmano é aquele que, embora fiel às suas tradições, mostra igual amor e compaixão por todos os seres humanos, quer pertençam ou não à sua fé. Cada fé é única e deverá ser reconhecida como tal, mas não deve ser uma ferramenta para a discriminação. O próprio Alcorão declara que todos os seres humanos, todos os filhos de Adão foram honrados da mesma forma (17:70). Assim, não há justificação para mostrar discriminação com base na religião, no que respeita aos ensinamentos do Alcorão.

Muitos ‘Ulema (eruditos) proeminentes alegaram que Deus é Rahman (Misericordioso) porque gostava até de kafirs (descrentes). Há uma importante tradição sufi que é um bom indicador desta compaixão de Allah. Diz- -se que o Profeta Ibrahim (Abraão), paz esteja com ele, não comia a menos que houvesse algum convidado na sua mesa. Uma vez, aconteceu que nenhum convidado apareceu e o Profeta Abraão (a.s.) estava com fome. Então, Abraão saiu à procura de um convidado e encontrou um homem muito idoso na floresta próxima. Convidou o homem para jantar com ele e o homem concordou e começou a caminhar com Abraão. No caminho, Abraão perguntou-lhe sobre a sua religião e o homem respondeu que era ateu. O Profeta Abraão ficou irritado e cancelou o seu convite. Após ter feito isto, ouviu uma voz do alto: “Ó Abraão, Nós toleramo- lo (esse homem muito idoso) durante setenta anos, apesar da sua descrença e tu não conseguiste tolerá-lo uma milionésima parte de 70 anos”. Abraão arrependeu-se e levou o homem para jantar.

A lição é clara: em que acreditar e quem está certo e quem está errado é uma questão que deve ser deixada a Allah e não ao nosso juízo fraco. Os nossos julgamentos são frequentemente influenciados por vários factores, incluindo o nosso ego, os nossos interesses, as nossas crenças, a cor da nossa pele e a nossa etnia. Só Deus pode julgar da forma mais imparcial. Assim, o nosso respeito pelos outros e a nossa compaixão não devem estar destinados a um número limitado de grupos. Devem ser o mais amplo possível.

Quando o Alcorão refere os pontos fracos (musta’ifun), não os qualifica como muçulmanos. Usa os musta’ifun como sendo de todos os seres humanos. E todos eles são igualmente merecedores da nossa compaixão e da misericórdia de Allah, nem mais, nem menos. O Alcorão não usa palavras como órfãos muçulmanos, viúvas muçulmanas ou escravos muçulmanos. Usa essas palavras no geral, sem qualificação alguma. Da mesma forma, o Alcorão não usa qualquer qualificação para os poderosos e arrogantes. Podem pertencer a qualquer religião, raça ou etnia. A arrogância é condenável, seja qual for o lugar em que se encontre.

A atitude do Alcorão é tão compassiva para com todos os seres humanos que, mesmo na questão de wassiyyah (ou seja, fazer um testamento) aconselha que, tirando a família, se alguém necessitado estiver presente nesse momento, há que tomar providências para com ele também. Além disso, o Alcorão usa a palavra sadaqah para a caridade, que deriva da raiz que significa Sidq – veracidade. A verdadeira caridade (sadaqah) é feita com total sinceridade e honestidade. Tudo o que for dado para mostrar e exibir, ou que não for dado com a intenção sincera e compassiva, não será considerada sadaqah.

Apenas esse sentimento se pode qualificar como compaixão, que move o nosso coração para o sofrimento dos outros e que nos motiva a ajudar os outros. Por isso, o uso da palavra sadaqah para caridade é muito significativo. É a condição de uma pessoa humana e não a sua religião que deve movê-la a ajudar. A compaixão é a uma das melhores qualidades que se pode ter para com as outras criaturas, especialmente em relação aos outros seres humanos e animais. É o sofrimento que é mais fundamental; não é a nossa religião, língua ou raça.

O Alcorão, que descreve algumas qualidades de um bom crente, diz: “Apressai-vos em obter a indulgência do vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e da terra, preparado para os tementes, que fazem caridade, tanto na prosperidade, como na adversidade; que reprimem a cólera; que perdoam o próximo. Sabei que Allah aprecia os benfeitores, que, quando cometem uma obscenidade ou se condenam, mencionam a Allah e imploram o perdão por seus pecados – mas quem, senão Allah perdoa os pecados? – e não persistem, com conhecimento, no que cometeram.” (3:134).

Assim, constata-se que aqueles que controlarem a sua raiva e perdoarem os outros e fizerem o bem aos outros, são aqueles a quem Deus ama. E essas qualidades estão muito na base da compaixão. A raiva e a violência são sempre denunciadas por Allah. São o exato oposto da compaixão. Um dos nomes de Deus é Ghafur, ou seja, aquele que perdoa, aquele que não é vingativo. Uma pessoa compassiva jamais pode ser vingativa.

Do estudo mais minucioso do Alcorão e dos Ahadith pode-se concluir que a compaixão é a melhor qualidade humana e que ninguém merece ser considerado humano a menos que seja compassivo. Por conseguinte, a compaixão é bastante central aos ensinamentos do Islão. 

Fonte:Reflexões Islâmicas - nº. 26 - www.islao.pt /www.alfurqan.pt - alfurqan2011@gmail.com / alfurqan04@yahoo.com

segunda-feira, agosto 19, 2013

O meu Comentário à reflexão islâmica intitulada «Seguindo as Tradições» da autoria de Joseph Islam, e traduzida e enviada por Yassin Fakir

Por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

O nosso irmão e leitor de “Al Furqán” Yassin Fakir traduziu e enviou para a Al Furqán o artigo intitulado «Seguindo as Tradições», da autoria de Joseph Islam, o qual foi publicado na “Reflexão Islâmica” nº. 24.

Na altura, não obstante o artigo em questão requerer um comentário esclarecedor da minha parte, em ralação a alguns pontos, publiquei-o na sua íntegra, acrescentando-lhe, no entanto, apenas e em separado, uma informação sobre o livro «Um Dia na Companhia do Profeta Muhammad (s.a.w.)», editado pela “Al Furqán”, livro esse que apresenta 100 “Ahadith” seleccionados, para que os Muçulmanos e Não-Muçulmanos se familiarizem com a Sunnah do Profeta Muhammad (s.a.w.).

Decidi fazer o meu comentário, posteriormente e em separado, na “Reflexão Islâmica” seguinte, ou seja esta, a nº. 25.

Entretanto, quando me preparava para a publicar, recebi do ilustre Maulana Rizwan, Director do Colégio Islâmico de Palmela, um e-mail, onde manifesta o seu desagrado em relação ao conteúdo do artigo de Joseph Islam, e dizendo, a dado passo, o seguinte, que passo a citar:

«No artigo que Bhai Yussuf enviou, o autor (Joseph Islam) diz:

"Comer com a mão esquerda ou a mão direita não é uma questão do Alcorão. Mas, se alguém afirma, sem o mandado do Alcorão que os crentes são obrigados a comer com a mão direita por uma questão religiosa, então isso é inaceitável à luz do Alcorão, independentemente de como muçulmanos tentam justificar as tradições em nome do Profeta."

Isto é muito grave, não sei se Bhai Yussuf conhece pessoalmente o autor ou não, mas o teor do artigo evidencia a teoria dos Munkirin Hadith (ou Quránis).

Hoje falou de comer com a mão direita não estar no Qurán, por isso, simplesmente, rejeita-se apesar de à luz de claros Ahadith Sahih este acto ser considerado Sunnah do nosso Querido Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam). Hoje é isso amanhã talvez se questione onde está no Qurán que Salatul Fajr tem dois Fardh e Zuhr quatro e que Asr tem quatro e assim sucessivamente.

Com certeza que terá conhecimento dos Ahadith mas apenas por uma questão de relembrar deixo aqui dois Hadith claros: 

a) Sayyiduna Abdullah Ibn Umar (Radiyalláhu Anhuma) relata que Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) disse: "Quando um de vós comer, deve comer com a mão direita e se beber também deve beber com a mão direita." (Musslim, Tirmizi)

b) Sayyiduna Abdullah Ibn Umar (Radiyalláhu Anhuma) relata que Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) disse: "Nenhum de vós não deve comer ou beber com a mão esquerda pois o shaitán é que come e bebe com a mão esquerda." (Musslim)

Referir-se acerca deste tipo de narrativas claras e sucintas como não aceitável à luz do Alcorão é simplesmente o caminho da rejeição da fonte do Islám ou seja a Sunnah (Hadith). Pelo conhecimento que tenho de si, creio que até Bhai Yussuf não corroborará com essa visão pois nesse mesmo email há o anúncio de mais uma obra sua onde o Senhor, Mashaallah, escreve no sinopse o seguinte:

«Este livro observa as regras e as normas desde ao erguer-se ao alvorecer até à hora de ir dormir, na última parte da noite.

Os 100 Ahadith apresentados neste livro foram seleccionados e traduzidos pelo autor, das colecções de Sahi al-Bukhari, Sahi Muslim, Jami al-Tirmidhi, Sunan Abu Daud, Sunan al-Nissa’i e Sunan Ibn Maja. A maior parte foi retirada de Miskatal-Masabih e Riyad al-Salihin».

Bhai Yussuf sabe que o nosso querido Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) deixou para a Ummah duas coisas acerca das quais ele foi claro:

"Deixo ficar convosco duas coisas que se segurarem a elas jamais se desviarão: Livro de Allah e a minha Sunnah."

Por conseguinte, tentar compreender o Quran sem a Sunnah (Hadith) não só é impossível como até é contra a orientação do próprio Qurán que diz:

"E a Ti enviamos a Mensagem para que expliques os humanos a respeito do que foi revelado, para que meditem." (Surah Nahl (16), Versículo 44).

Portanto, Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) é o Mufassir (explicador) do sagrado Qurán, não sendo possível entender o Sagrado Qurán sem a sua explicação.

O facto de este artigo ter sido enviado por si, um homem respeitado por todos na nossa Comunidade, poderá criar nos nossos irmãos e irmãs muitas dúvidas e confusão, algo que shaitán aproveitará para desestabilizar o Imán (fé) que infelizmente nem é tão forte, nos dias de hoje.

Assim, agradeço que reflicta sobre as observações que deixo aqui e inshaallah se pretender, poderemos falar pessoalmente, também.

Jazakallah pela sua atenção.

Wassalam.

Rizwan».
///
Respondi ao Maulana Rizwan, dizendo-lhe que concordava com ele, agradecendo a sua intervenção. Que eu próprio era de opinião que se deve esclarecer, tanto que estava já a preparar um artigo a esse respeito. Com a sua ajuda, seria melhor.

Face ao exposto, solicitava a sua autorização para, baseando nesse seu e-mail, divulgar estas suas observações (e outras mais que fossem convenientes) na próxima reflexão. E que esperava que, in cha Allah, com esse esclarecimento, pudesse transmitir e rebater essas posições, não obstante o autor do artigo ter a respectiva liberdade de pensamento.

Quanto à sua afirmação ou opinião, no final do seu e-mail: “o facto de este artigo ter sido enviado por si, um homem respeitado por todos na nossa Comunidade, poderá criar nos nossos irmãos e irmãs muitas dúvidas e confusão...”, devo dizer, aqui, com todo o respeito e sinceridade, que não comungo dessa opinião, pois não obstante estar em desacordo em relação a alguns pontos deste artigo de Joseph Islam (traduzido e enviado por Yassin Fakir) que aqui se irá esclarecer, há que sublinhar o respeito que o autor merece, como testemunho revelador da tolerância, da liberdade de pensamento e do nível intelectual do debate de ideias dos pensadores. A minha missão é trazer luz à essas questões, de acordo com a Sunnah do Profeta (s.a.w.), sem contundir com o Alcorão.

Posto isto, aqui vai o meu simples e curto esclarecimento (embora, a esse respeito, já o tivesse feito, noutros meus artigos):

É certo que a primeira fonte do Islão é o Alcorão e depois a Sunnah, os Ahadith que servem para explicar e esclarecer os versículos Alcorânicos. Não para os contrariar. Por conseguinte, os Quranis não estão certos na sua inclinação de seguirem exclusivamente o Alcorão, pois erram ao supor que se seguirem Muhammad (p.e.c.e.) não estão a seguir o Alcorão. Obedecer ao Profeta é obedecer a Deus (ár. Allah). [Alcorão, 4:80]. Na verdade, vós tendes um bom exemplo no Mensageiro de Allah… [Alcorão, 33:21].

Por outro aldo, o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) distinguia, inequivocamente, aquilo que lhe tinha chegado sob a forma de revelação divina, e o que não: «Não passo de um ser humano. Quando vos ordeno algo relativo à vossa religião, aceitem-no. Se vos ordenar algo baseado na minha opinião pessoal, sou meramente um ser humano».

Os seus seguidores assim o sabiam, pois ele frequen-temente seguia os seus conselhos ao invés de insistir nas suas próprias ideias, quando estas não eram reve-lações.

Aceitam a palavra do Alcorão e de Muhammad (p.e.-c.e.), que este era um ser humano que cometia falhas mas, como era um Profeta, era corrigido por Allah. 

Aceitam a palavra do Alcorão e que o Alcorão (os seus ensinamentos, como originalmente transmitidos, — i.e. o seu significado, Alcorão, 56:77-80) será preser-vado. Esta promessa não abarca os Ahadith. Os Aha-dith, apesar de conterem a Sunnah do Profeta (s.a.w.) são variáveis, tanto em termos de qualidade, confiança e interpretação. Devemos ser cautelosos na sua abordagem, embora não haja necessidade de os rejeitar a todos. É através dos Ahadith (Sahih) que sabemos a história do Profeta (s.a.w.) e a compre-ensão da revelação do Alcorão.

Existe sempre a possibilidade de seleccionar alguns Ahadith que são triviais, outros que aparentemente con-tradizem o Alcorão, outros que se contradizem entre si, outros ainda que são relatos diferentes de um mesmo acontecimento, outros elaborados como acrescentos ou distorções por sectários e assim por diante. Apesar dis-so, existem muitos que nos relatam as circuns-tâncias em que alguns dos versículos do Alcorão foram revelados, outros que nos dizem como aque-les foram interpretados e aplicados em determinada altura, e outros ainda que iluminam os versículos do Alcorão.

Se Allah me ajudar e se tiver algum apoio financeiro, gostaria, de um dia, publicar, para esclarecimento desta temática (Alcorão e a Sunnah são fontes inseparáveis do Islão), um trabalho intitulado "A Ciência do Hadith", estudando duas ciências principais: ‘ilm al-hadîz riwâyatan (a ciência do hadith enquanto a sua trans-missão) e o ‘ilm al-hadîth dirâyatan (a ciência do hadith como investigação)..., dando ênfase que a Sunnah tem, categoricamente, o seu lugar na Legislação Islâmica, e isso porque o Profeta Muhammad (s.a.w.) ordenou aos seus companheiros que obesdecessem o Alcorão e a Sunnah.

Para os eruditos do Islão, na verdadeira acepção da palavra, a Sunnah é o registo de todos os feitos, ditos e confirmações do Mensageiro, não obstante ser a segunda fonte da Legislação Islâmica (o Alcorão é, obviamente, a primeira).

O Alcorão e a Sunnah são inseparáveis. A Sunnah clarifica as ambiguidades que contém o Alcorão, explicando-se sobre o mencionado de modo sucinto neste; especificando o não condicionado; generalizando o específico; e particularizando o geral...

Por exemplo, como orar, jejuar, dar esmola e fazer a peregrinação é estabelecido e explicado na Sunnah. Na verdade, a Sunnah é relevante no que diz respeito a todos os aspectos do Islão e os muçulmanos devem viver de acordo com isso. Por este motivo, tem sido estudado e transmitido, de geração em geração, quase com o mesmo cuidado que com o Alcorão. 

O Profeta (p.e.c.e.) ordenou aos seus Companheiros que obedecessem a Sunnah categoricamente. Falou claramente para que eles pudessem entender e memorizar as suas palavras e os exortou que transmitissem a sua palavra às gerações futuras. Às vezes, ele até pedia que eles escrevessem as suas palavras, uma vez que "tudo o que digo é verdade". Os Companheiros prestavam toda atenção aos seus ditos e feitos e mostravam um grande desejo de moldar as suas vidas à dele, mesmo nos pequenos detalhes. Consideravam cada palavra e ação dele como um mandato divino ao qual deviam respeitar e seguir da forma mais fiel possível. Ao considerar as suas palavras como presentes divinos, eles interiorizaram-nas, preservaram-nas e transmitiram-nas.

Considerando que a verdade é a pedra angular do carácter muçulmano, os Companheiros não mentiam. Da mesma forma não alteraram o Alcorão, fazendo tudo o possível para preservar as tradições e confiá-las para as gerações futuras, memorizando-as ou escrevendo-as. Entre as colecções de Hadith feitas na época dos Companheiros, existem três muito famosos: a Al-Sahifa al-Jurema por Abdallah ibn Amr ibn al-As, Al-Sahifa Al- Saheehah por Hammam ibn Munabbih e Al-Majmu por Zayd ibn Ali ibn Husayn.

Os Companheiros foram extremamente sérios narran-do as tradições. Por exemplo, Aisha e Abdallah ibn Omar (r.a.) narraram-nas palavra por palavra, sem mudar sequer uma única letra. Ibn Massud e Abu al-Darda (r.a.) tremiam como se tivessem febre, quando se lhes pedia para que transmitissem uma tradição.

O Califa Omar ibn Abd al-Aziz (que governou durante a época de 717-720 d.C.) ordenou que fossem escritas as tradições preservadas oralmente e rela-tado numa base individual. Personalidades famosas tais como Said ibn al-Musayyib, Alqama, Sufyan al-Zawri e Zuhri, foram os pioneiros desta tarefa sagrada. Em seguida, eles foram seguidos pelos grandes especialis-tas que concentraram completamente na transmissão exacta das tradições e no estudo de seu significado, formulação e prudentes críticas de seus narradores.

Graças a todos eles, temos uma segunda fonte do Islão na sua pureza original. Somente através do estudo da vida do Profeta (s.a.w.) e moldando a ela a nossa vida, é que se pode alcançar a satisfação de Allah e o caminho que conduz ao Paraíso. Os grandes santos receberam a sua luz deste "sol" e guia, o Profeta Muhammad (s.a.w.), enviando-a aos que se encontra-vam na obscuridade, a fim de que pudessem encontrar o seu caminho.

Posteriormente o Bukhari e o Muslim e outros fizeram o seu melhor ao seleccionarem os Ahadith, não obstante terem rejeitado milhares de Ahadith aquan-do da sua consagrada selecção, por duvidarem da veracidade dos mesmos; ainda assim, eventualmente, poderão ter passado alguns Ahadith com falhas ou não serem correctos. Por conseguinte, os eruditos islâmi-cos são, na sua maioria, unanimes em afirmar que qualquer hadith que, em vez de esclarecer, contrarie o espírito dos versículos Alcorânicos, deve ser rejeitado.

«Quem introduza na nossa Sunnah uma opinião que não existia, será rejeitado”. (Bukhari, Muslim e Ibn Maja).

Este válido critério foi observado pelos grandes eru-ditos do Islão, desde o início. Hazrat Aisha (r.a.) teve um papel de capital importância no que se chamou a codificação ou regulamentação da Tradição do Profeta (s.a.w.) ou Tawtiq as-sunna. Foi a primeira sábia que criou as bases para esta codificação utilizando, parti-cularmente, o princípio da confrontação do hadith com o Alcorão. A sua célebre frase “Entre vocês e eu está o Livro de Deus”, dita num dos seus debates com outros sábios, foi tomada como base da legislação de nume-rosas disciplinas a fim de avaliar qualquer hadith, antes da sua propagação e difusão.

Continua a ser o fio condutor dos pensadores actuais. Ibn Khaldun escreveu: "Não acredito em nenhum Hadith ou relato de um Companheiro do Profeta, paz esteja com ele, como sendo verdadeiro se diferir do sentido do Alcorão, por muito fidedignos que tenham sido os seus narradores. Não é impossível que um narrador pareça fidedigno, embora seja movido por outros motivos. Se os Ahadith fossem analisados pelos seus conteúdos como o foram relativamente à cadeia de narradores que os transmitiram, grande parte deveria ter sido rejeitado. Um princípio aceite é o de que um Hadith pode ser rejeitado se divergir do sentido do Alcorão, dos princípios da Chariah, das leis da lógica, ou de qualquer outra verdade evidente". Este critério, que foi apresentado pelo Profeta Muhammad (p.e.c.e.) e seguido por ibn Khaldun, está em perfeita harmonia com a análise científica moderna».

Espero ter esclarecido, satisfatoriamente.

Que Deus nos abençoe a todos, concedendo-nos orientação e felicidade. Qualquer bem que advenha deste esclarecimento, deve-se à benevolência de Deus e, caso eu tenha dito algo inútil, foi por defeito meu. Deus, o Altíssimo, é perfeito.

Crê quem quiser, não crê quem quiser. Apenas Allah nos julgará.

"Ó Allah! É de Ti que dependemos, é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos." (Alcorão, 15:19). ■