quinta-feira, agosto 23, 2012

Abu Huraira al Dawsi- Um grande Sahaba do Profeta SAAS

Bismillah Arahmani Rahim - Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu

Por: Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

Ele aprendeu e transmitiu mais de mil e seiscentos ahadice do Profeta (SAAS), e os pôs a serviço da comunidade muçulmana. 

Sem dúvida, o leitor já ouviu falar dessa brilhante estrela dos círculos de pessoas que constituíam os companheiros do Mensageiro de Allah (S). Não há um muçulmano vivo que não tenha ouvido falar dele.

Seu nome, antes de tornar-se muçulmano, era Abd Shams, que significa “servo do sol”. Quando Allah o honorificou com a crença no Islam, e ele teve o privilégio de se encontrar com o Profeta (S), este perguntou:

“Como é o teu nome?”

“Abd Shams”, ele respondeu.

“De agora em diante, ele irá ser Abd al Rahman (servo do Misericordiosíssimo)”, disse o Profeta (SAAS).

“Sim, Abd al Rahman”, concordou o Abu Huraira, “pois eis que te trocaria pelo meu pai e pela minha mãe, ó Mensageiro de Allah (S) !”

O fato de como ele veio a ser conhecido como Abu Huraira é uma outra história. Quando era criança, costumava ter sempre um gatinho, que levava consigo a toda parte, e com o qual brincava, tanto que os seus amiguinhos o apelidaram de Abu Huraira (pai do gatinho). Quando o destino de Abu Huraira tornou-se ligado à comunidade islâmica, o Profeta (SAAS) com freqüência o chamava de “Abu Hirr” (pai do gato), por carinho familiar e afeição a ele. O próprio Abu Huraira começou a preferir o seu segundo apelido, e dizia:

É o nome com que o meu querido Profeta (S) costumava chamar-me. Ademais, ‘Huraira’ tem um cunho feminino e pequeno, e eu sou homem.”

Abu Huraira foi convertido ao Islam por intermédio de Al Tufayl b. Amr al Dawsi (Para a biografia de Al Tufayl, ver a Parte Um destas séries), e permaneceu nas terras da tribo deste, os Daws, até seis anos depois da Hégira. Nesse tempo, ele foi com gentes do seu povo, numa delegação, visitar o Mensageiro de Allah (S).

Uma vez assentado em Madina, o jovem Abu Huraira se dedicou a servir ao Profeta (SAAS), e a passar todo o seu tempo aprendendo com ele. Fez da mesquita a sua casa, e tinha o Profeta (SAAS) na conta de ser o seu professor e guia espiritual. Enquanto o Profeta (SAAS) permaneceu vivo, o Abu Huraira não se casou nem constituiu família. O único parente que tinha era a sua idosa mãe, que insistia em permanecer pagã. Abu Huraira constantemente a incitava a tornar-se muçulmana, pois que desejava o melhor para ela, e temia que a idolatria fosse ser a causa da sua ruína na Vida Futura. Ela sempre rejeitava a sugestão, e saía de perto dele, zangada. Não querendo apoquentá-la mais, ele ia embora cheio de tristeza.

Após uma daquelas cenas, em que ela disse algo cruel e desrespeitoso acerca do Profeta (SAAS), o Abu Huraira foi embora em lágrimas, e procurou o Profeta (SAAS), que lhe perguntou:

“Que te fez chorar, ó Abu Huraira?”

“Eu nunca vacilei nos meus esforços de chamar minha mãe para o Islam, embora ela sempre resistisse. Hoje eu tentei novamente convencê-la, e ela disse coisas odiosas sobre ti. Reza para que o Todo-Poderoso Allah incline favoravelmente o coração dela para o Islam!” Então o Profeta (S) fez uma oração por ela.

O próprio Abu Huraira mais tarde relatou o que se seguiu:

“Fui para casa, e constatei que a porta estava fechada. Ouvi ruídos de água sendo esparrinhada, e estava a ponto de entrar, quando minha mãe gritou:

“‘Fica onde estás, ó Abu Huraira!’

“Ela se vestiu, e disse:

“‘Agora podes entrar.’

“Entrei, e ela declarou:

“‘Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, e que Mohammad (S) é o Seu servo e Mensageiro!’

“Voltei para o Profeta (S), derramando lágrimas de alegria – sendo que apenas uma hora antes havia derramado lágrimas de tristeza –, e disse:
“‘Ouve esta boa notícia, ó Mensageiro de Allah (S)! O Senhor ouviu a tua oração e guiou a mãe de Abu Huraira para o Islam!’”

O amor que o Abu Huraira nutria pelo Mensageiro de Allah (S) era tão profundo, que se tornou parte das próprias fibras do seu ser. Nunca se cansava de olhar para ele, e dizia acerca dele:

“Jamais vi nada mais belo ou mais pleno de luz do que o Profeta (S). É como se os raios de sol se soltassem do seu rosto!”

Abu Huraira constantemente louvava a Allah e dava graças a Ele por Este ter-lhe concedido o privilégio de passar horas e horas com o Seu Profeta (S), e seguir a Sua religião. Ele dizia mais:

“Louvado seja Allah Que guiou o Abu Huraira para o Islam! Louvado seja Allah Que ensinou ao Abu Huraira o Alcorão! Louvado seja Allah Que concedeu ao Abu Huraira a companhia de Mohammad (S)!”

Do mesmo modo com que o Abu Huraira se tornou apegado ao Profeta (S), tornou-se também comissionado com o aprendizado. Este tornou-se o seu interesse intrínseco, coisa que estava acima de tudo o que ele desejava deste mundo.

O Zaid b. Sábit(Para a biografia de Zaid b. Sábit, ver o Capítulo 7 deste volume) relatou, numa ocasião:

“O Abu Huraira, um outro amigo, e eu, estávamos na mesquita tecendo louvores a Allah e fazendo-Lhe súplicas, quando o Mensageiro de Allah (S) entrou. Chegou-se para perto de nós, sentou-se, e disse:

“‘Não deixeis que eu vos interrompa!’

“Então, meu amigo e eu continuamos a fazer súplicas, ao que o Profeta (S) dizia ‘Amém!’

“Então foi a vez do Abu Huraira, e ele disse:

“‘Ó Allha, peço-Te tudo aquilo que meus companheiros Te pediram, e peço-Te que me dês conhecimentos que eu jamais venha esquecer!’ ao que o Profeta (S) disse ‘Amém!’ Então nós outros dissemos:

“‘Nós também queremos pedir-Te que nos dês conhecimentos que jamais venhamos esquecer!’
“Tarde demais’, disse o Profeta (S); ‘vosso jovem amigo, dos Daws, antecipou-se a vós nisso.”

Abu Huraira não apenas amava o aprendizado para si mesmo, mas ainda gostava que outras pessoas adquirissem conhecimentos. Um dia ele estava passando pela praça do mercado, em Madina, e ficou admirado de quanto materialista todo mundo se havia tornado, e de como a única preocupação deles era a barganha, a compra, e a venda. Ele se postou à frente de todos, e anunciou:

“Quão incompetentes vos tornastes, ó povo de Madina!”

“Por que achas que somos incompetentes?” perguntaram.

“O legado do Mensageiro de Allah (S) está sendo dividido e distribuído, e vós estais aqui! Por que não ides reivindicar o vosso quinhão?” ele perguntou.

“Onde, ó Abu Huraira?” perguntaram.

“Na mesquita”, foi a resposta dele. Então todos correram, enquanto o Abu Huraira ficou onde estava, até que eles voltaram, e disseram:

“Ó Abu Huraira, nós fomos até à mesquita, entramos, e não vimos nada sendo distribuído!”

“Será que não vistes ninguém na mesquita?” ele inquiriu.

“Sim, vimos umas pessoas”, responderam. “Algumas estavam fazendo orações, e outras estavam estudando a lei religiosa.”

“Oh, quão tolos sois!” ele exclamou. “Pois esse é o legado do Mensageiro de Allah (S).”

Abu Huraira passou severas provações por causa da escolaridade e da freqüência às assembléias mantidas pelo Mensageiro de Allah (S). Ele contou muitas estórias do que suportou, e mencionou que ficava tão ávido de conhecimento, que chegava a perguntar a outros Companheiros algo sobre o Alcorão, embora ele próprio estivesse melhor informado. Ele fazia isso, na esperança de que fosse convidado a entrar na casa do interlocutor, e lhe fosse oferecido algo para comer.

Um dia, ele ficou tão faminto, que chegou a amarrar uma pedra chata ao estômago para aliviar a dor. Sentou-se a esperar, no caminho que era usualmente tomado pelos Companheiros, e aconteceu passar por ali o Abu Bakr. O Companheiro em questão perguntou-lhe acerca de certo versículo do Alcorão, mas apenas na esperança de que fosse ser convidado à casa do Abu Bakr, mas isso não aconteceu.

Um pouco mais terde, passou o Ômar. Novamente o Abu Huraira inquiriu sobre um versículo do Alcorão. Mais uma vez ele ficou desapontado. Então o Profeta (S) apareceu, e exclamou:

“Ó Abu Huraira!”

“Estou ao teu serviço, ó Mensageiro de Allah (S)!” ele respondeu, e seguiu o Profeta (S), que o levou para a própria casa. O Profeta (S) encontrou um cântaro de leite, e perguntou para a sua esposa de onde aquilo havia vindo. Ela respondeu que alguém tinha enviado para ele, então ele disse:

“Ó Abu Huraira,vai até às pessoas que moram na mesquita, e convida-as para virem aqui!” Pobre do Abu Huraira! Ele desejava, do fundo do seu coração, que lhe fosse oferecido um pouco de leite, antes que saísse para chamar as pessoas da mesquita. Mas ele saiu obedientemente, imaginando:

“Como pode ser, um cântaro de leite para todas aquela pessoas?”

Abu Huraira levou as pessoas para a casa do Profeta (S), e todos se sentaram. Então o Profeta (S) disse:

“Ó Abu Huraira, pega o cântaro e dá-lhes de beber!” Abu Huraira deu-o ao primeiro homem, que bebeu a se fartar. Um após outro, todos eles beberam o quanto puderam. Então o Abu Huraira entregou-o para o Mensageiro de Allah (S) que o olhou sorridentemente, e disse:

“Só restamos nós dois.”

“E verdade, ó Mensageiro de Allah (S).”

“Bebe primeiro”, disse o Profeta (S), e o Abu Huraira bebeu. O Profeta (S) o incitou a meber mais e mais, até que o Abu Huraira disse:

“Juro por Aquele Que te enviou com a verdade, que estou cheio, e não posso beber mais.” Então o Profeta (S) pegou o cântaro e terminou o restante do leite.

Aquilo foi um curto período de tempo, antes que a riqueza começasse a fluir para a comunidade muçulmana. A expansão do Estado Islâmico trazia incontáveis riquezas para o tesouro. Abu Huraira por fim passou possuir uma pequena propriedade, um lar e mobiliário. Casou-se e constituíu família. Todas aquelas mudanças não alteraram o seu caráter virtuoso, e jmais se esqueceu do seu passado. Costumava dizer:

“Fui criado sem pai. Empreendi a Hégira como pobre, e realizei trabalho braçal para a Busra bint Ghazwan em troca da minha ração diária. Servi de criado para os viajantes quando faziam uma parada para descanso, e lhes levava de volta as montarias quando reiniciavam a viagem. Allah me destinou casar-me com aquela senhora. Louvado seja Allah Que tornou a religião um modo de vida, e fez de mim um líder.”

Abu Huraira foi feito governador de Madina pelo Muawiya b. Abi Sufyan, mais de uma vez. Nem mesmo aquela posição de autoridade alterou a doce disposição e a virtude de Abu Huraira. Uma vez ele estava indo por uma estreita alameda, em Madina, carregando nas costas um feixe de lenha para queimar, para a sua família(Aqui, não devemos pensar num feixe de lenha bem cortada, por igual, mas num braçado de gravetos, que eram o único combustível disponível naquele tempo). Ia passar pelo Salaba b. Málik, para o qual disse:

“Dá caminho para o príncipe, ó filho de Málik!”

“Que Allah tenha misericórdia de ti!” exclamou o Ibn Málik. “Será que o caminho não é suficientemente largo?”

“Dá caminho para o príncipe”, respondeu Abu Huraira, “e para o feixe que está carregando nas suas costa!”
Em acréscimo à sua erudição e personalidade agradável, o Abu Huraira era uma pessoa religiosa e temente a Allah. Era capaz de passar muitos dias em jejum voluntário, e muitas noites em vigília oracional. Orava num terço da noite, depois acordava a sua esposa, entes de ir dormir. Ele então orava por outro terço da noite, antes de acordar a sua filha, que terminava a noite em oração. Daquela maneira, a oração era mantida pela noite adentro, na casa do Abu Huraira.
Abu Huraira tinha um escrava africana, uma garota que uma vez o insultou, e que a sua esposa aborrecia. Ele pegou uma vara e levantou a mão para bater nela com aquilo, mas reconsiderou, dizendo:
“Não fosse pelo fato de que irá haver castigo, no Dia do Julgamento, iria ferir-te do mesmo modo que me injuriaste. Ao invés, eu te venderei para Alguém Que me irá dar o teu valor em toda a medida – e eu preciso disso. Vai, pois estás livre, por amor a Allah.”

Sua filha costumava dizer-lhe:

“Pai, as garotas gozam de mim, dizendo: ‘Por que teu pai não pensa mais um pouco em ti, dando-te alguma jóia de ouro?’”

Abu Huraira respondeu:

“Dize-lhes que teu pai teme que sofras o Fogo, por causa da vaidade e da arrogância.”

Em verdade, não era por mesquinhez que o Abu Huraira não adornava a sua filha, pois que era generoso quando se tratava de abrir a mão pela causa de Allah.

E DEPOIS DO RAMADAN?


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e
as Bênçãos de Deus) JUMA MUBARAKA!
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)

Adeus Ramadan!. Ou esperamos encontrá-lo no próximo ano?. Só Deus é que conhece o futuro de cada um de nós. É importante um pequeno balanço individual, para refletirmos:  a)- o que intencionamos fazer, b)- o que foi feito e c)- o que ficou por fazer.

Em relação aos restantes meses do ano, o mês de Ramadan é uma altura muito especial, que nos motiva e incentiva para dedicarmos mais tempo, a fim de cuidarmos e alimentarmos a nossa alma. O Ramadan alerta-nos para o nosso relacionamento com o Criador e abana as nossas consciências. É um verdadeiro milagre que acontece a cada um de nós. Fazemos sempre algo mais, em relação aos restantes meses. É sempre muito, mesmo para aqueles que durante o ano se esquecem das suas obrigações religiosas ou para aqueles que o são regulares. Se procuras o teu Criador, O encontrarás misericordioso. Se O esqueceres, Ele espera que te recordes Dele. “E quando te esqueceres, lembra-te do Teu Senhor….” Cur’ane 8:24. Uns e outros acrescentam sempre algo de virtuoso neste mês.

Mas depois de finalizado o mês e após a festa do Idul Fitr, muitos de nós voltamos à situação anterior, não damos continuidade às virtudes praticadas e esperamos pelo próximo Ramadan. Outros, por cada ano que passa, aprendem mais, que depois utilizam nos momentos de ibadat (adoração). O ontem passou e quem o aproveitou, alimentou mais a alma. O presente é hoje, que devemos aproveitar, porque não sabemos, se amanhã teremos capacidade, saúde ou vida para melhorarmos a situação em que nos encontramos. A alma, tal como o corpo, necessita de ser alimentada, continuamente.

“Pela gloriosa luz da manhã e pela noite quando serena, O teu Senhor não te abandonou, nem te odiou” Cur’ane 93:1,2,3.

Pequenas coisas que podem aumentar as nossas provisões para o futuro, por exemplo: 1)- Depois das abluções, efectuar dois ciclos de oração, Tahiátul Uzú, cumprimentando o Uzú. 2)- Ao entrar na Mesquita, não nos sentarmos sem fazer dois ciclos de oração, Tahiátul Masjid, cumprimentando a Mesquita. 3)- Louvar a Deus depois de cada oração obrigatória, recitando 33 x Subhána Allah, 33 x Allhamdulliláh e 34 x Allahu Akbar. 4)- Recitar Surat Yassin de manhã e aproveitar para fazer duá para os falecidos. 5)- À noite, recitar Surat Mulk (Tabaraka Lasi). 6)- “Bismilahir Rahmani Rahim”, é a chave para tudo e deve ser uma constante na nossa vida. 7)- Reforce a sua convicção de fé no Deus Único, recite “La Ilaha Ilallah”. 8)- Peça a Deus bênçãos para o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), enviando muitos Duruds, utilizando, por exemplo esta forma mais simples, “Allahuma Sali alã Muhammad”. 9)- Tenha por hábito cumprimentar o seu irmão /irmã de fé com “Assalamo Aleikum”.

1)- Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse para Bilal (Radiyalahu an-hu): “Ó Bilal, diz-me qual das tuas acções foi mais auspiciosa, depois de teres abraçado o Islam, porque escutei o ruído dos teus passos adiante de mim no Paraíso!”. Bilal (Radiyalahu an-hu) respondeu: “Não pratiquei nenhuma acção mais meritória do que o de me purificar (lavar-me, banhar-se ou realizar abluções) durante o dia ou a noite e, em toda a ocasião, ter oferecido tantas orações quantas Deus me tem destinado (orações de Tahiátul Uzú)”. Bukhari e Muslim.

2)- Abu Catada, referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:”Quando alguém entra numa mesquita, não se deve sentar sem antes praticar duas rakats (dois ciclos de oração de Tahiátul Masjid)”. Bukhari e Muslim.

3) - Ka’b Ibn Ujrah (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A pessoa
nunca se desiludirá se depois de cada oração obrigatória, recitar as seguintes palavras: 33 x Subhána Alláh, 33 x Alhamdulilláh e 34 x Alláhu Akbar”. Refere o Cur’ane: “A sua prece será: “Glória para TI, ó Allah”! E a sua saudação será: “Paz”! E concluirão as suas orações dizendo: “Louvado seja Deus, senhor dos mundos”. 10.10.

4)- Tudo tem o seu coração e o coração do Cur’ane é o Surat Yassin. Ata Bin Raibah (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem recitar o Surat Yassin no início da manhã, todas as suas necessidades do dia serão preenchidas.”

5)- Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Há um capítulo no Cur’ane com 30 versículos, que intercederá a favor da pessoa, até esta ser perdoada. É o Surat Tabarakal Lasi.” Também referiu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) de que o referido Surat é um grande protector contra os castigos da sepultura. Tirmizi.

6)- É imperfeito e defeituoso; é desprovido de qualquer barakah e de graça divina; não há bênção no trabalho; quando não há bênção, a pessoa não terá sucesso no seu projecto: Assim, BISMILLAHIR RAHMANIR RAHEEM (Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso), deve ser recitado antes de
se iniciar qualquer tarefa. Hazrat Ali (Radiyalahu an-hu), referiu que BISMILLAHIR RAHMANIR RAHEEM é um duá efectivo (prece) para facilitar qualquer dificuldade que esperamos encontrar numa tarefa e remove qualquer mágoa, aflição e trás felicidade para o coração. 

7)- Ditos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): de Abu Darda (Radiyalahu an-hu) “A pessoa que recitar “Lá Iláha Ilalláh” cem vezes diariamente, será ressuscitada no dia do Julgamento com a sua face brilhando como a lua cheia e ninguém a ultrapassará nesta categoria, excepto aquele que recitar o Kalimah mais vezes do que ele”. De Anass (radiyalahu an-hu): “Allah, Todo Poderoso, decretará no dia do Julgamento: “Tirem do inferno a pessoa que professou “Lá Iláha Ilalláh” e tirem aquele que tinha fé do seu coração do tamanho de um grão. Tirem todos estes que recitaram“Lá Iláha Ilallá” ou Me recordaram em qualquer altura, ou M e temeram.”

8)- “Na realidade, Allah e Seus anjos derramam bênçãos sobre o Profeta. Ó vós que credes, pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação”. Cur’ane 33:56. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No Dia do Julgamento Final, a pessoa que estará mais próxima de mim, será aquela que enviou mais Durud para mim.” Tirmizi. É referido no Bukhari, 55:588, que as pessoas perguntaram ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), qual a melhor maneira de pedir bênçãos para ele. Ele referiu o Durud-Ebrahim, que nós recitamos nas nossas orações, na posição de sentado.

9) – Imran Ibn Al Hushain (Radiyalahu an-hu) contou que um dia apareceu um homem onde se encontrava o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam e nos saudou, dizendo “Assalamo Aleikum – Que a Paz de Deus esteja convosco). O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) retribuiu a saudação e depois disse “Dez”. Aquele homem se sentou e logo apareceu outro e fez a saudação “Assalamo Aleikum Warahmatulah – Que a Paz e a Misericórdia de Deus estejam convosco”. O Profeta lhe retribuiu a saudação e lhe disse “Vinte”. Depois chegou outro e os saudou dizendo “Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu – Que a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus estejam convosco” . Satisfeito devolveu-lhe a saudação e disse “Trinta”. (Abu Daud e Thirmizi). Nota: 10, 20 e 30 (recompensas de Deus). “Quando fordes saudados, retribuí com uma saudação melhor, ou pelo menos igual, porque Deus leva em conta todas as coisas”. Cur’ane 4:86.

Quando o Ramadan termina, o crente suplica a Deus, com sinceridade, para que possa viver, pelo menos, mais um ano, a fim de beneficiar das bênçãos do próximo Ramadan. Ele sabe que é nesse mês que consegue incrementar as suas acções meritórias, em relação aos restantes meses do ano. Assim, rogamos a Deus para que aceite o nosso pedido, a fim de termos a Sua misericórdia. Se entretanto morrermos e não alcançarmos o objectivo pretendido, pedimos a Deus para ter piedade da nossa alma. “Rabanná Wa Takabaal Duãi”. 14:40 – “Ó Nosso Senhor, aceitai a nossa prece”. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41 .

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Não guardem a felicidade só para vós. Façam também os outros felizes. Distribuam sorrisos, cumprimentos, abraços e fraternidade. Cumprimentos e um bom dia de Juma. 
Abdul Rehman Mangá
23/08/2012

terça-feira, agosto 21, 2012

E o Ramadan se Foi! Que tal seguirmos com a mesma intensidade a nossa Fé

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Mais um Ramadan passou por nós e ficou registrado nas nossas vidas. Nos aproximamos de Allah(SWT), nos esforçamos nas orações e no du’a. E agora o Ramadan se foi e é como se estivéssemos desorientados sem saber o que fazer agora sem Ramadan, bateu a tristeza destes dias abençoados terem passado e a tristeza e preocupação de não sabermos se teremos a benção de passarmos por outro Ramadan ou não. Lembrem-se quando falávamos do Ramadan e do quanto deveriamos nos esforçar na adoração a Allah(SWT).

Feliz daquele que aproveitou o Ramadan e que saiu dele abastecido com a fé para se firmar durante o resto do ano. Feliz daquele que saiu do Ramadan purificado dos pecados e escrito dentre o povo do Paraíso. Feliz daquele que se apegou no Ramadan com unhas e dentes e saiu dele mais temente a Allah.
O Profeta SAAS disse: “Se vocês soubessem o que é o Ramadan teriam desejado que todo o ano fosse Ramadan!”

E agora irmãos, como ficaremos agora? Como ficarão as nossas orações obrigatórias que estávamos cumprindo com entusiasmo? Como ficarão as nossas orações voluntárias pela noite? Como ficarão os nossos du’a pelas madrugadas? Como ficarão as nossas leituras do Quran? Devemos refletir e continuar a praticar as boas ações, suplicar a Allah(SWT), pelos nossos perdão, continuar a praticar as nossas orações orações, continuar com a leitura do Alcorão Sagrado para firmar a nossa fé.

Irmãos, nós vivemos com Allah 30 dias, 30 dias e Ele SWT nos guiou à adoração, ao jejum, à oração, nos guiou a estarmos vivos e passarmos pelo Ramadan, pela Laylatul Qadr. Allah SWT derramou sobre nós a Sua Misericórdia, nos perdoou os nossos pecados e erros, permitiu que nós sentíssemos o sabor do du’a e o sabor da fé, permitiu que nós o adorássemos, depois disso tudo vamos esquecer de Allah? Irmãos o Ramadan é uma das bênçãos de Allah, não pense que porque nós rezamos ou lemos o Alcorão isso foi feito com nosso mérito, não! Isso também foi uma benção de Allah, uma lágrima sequer que nós derramamos nessas noites por temor a Allah foi porque Ele permitiu, se você louvou a Allah, se você implorou o Seu Perdão isso só aconteceu porque Ele te guiou a isso. 

Sobre Sadacatul Fitre (contribuição destinada aos muçulmanos carentes para passarem com alguma dignidade o Ide-Fitre – (festa do final do Ramadan) é obrigatório para os muçulmanos financeiramente capazes. O responsável pelo agregado familiar deve pagar pelos seus dependentes (filhos, esposa e outros a seu cargo). O valor deve ser entregue antes da oração de Idul Fitr,. Se a contribuição for entregue depois, deixa de constituir o Sadacatul Fitre e passa a ser um simples sadacah. Lembre-se que as ações praticadas durante o mês de Ramadan estão penduradas entre o céu e a terra e só serão elevadas depois do cumprimento desta obrigação. O Sadacatul Fitre é também um meio purificador dos nossos jejuns.

Segundo Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu), no dia de Idul Fitr, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não saía de casa sem comer algumas tâmaras. Anas acrescentou, que as tâmaras consumidas eram de número impar. Nas orações de Idul-Fitr e de Idul-Adhá, não há azan nem ikhamah (chamamento para a oração). Não há também qualquer oração facultativa entre as orações de Fajr e dos Ides. Primeiro realiza-se a oração e depois o Khutuba (ao contrario da oração de Juma). Não é permitido jejuar nos dias de Ide Segundo o referido no Bukahri, o crente que pretenda dirigir-se para efetuar a oração de Ide, deve ir por um caminho e regressar noutro. Outra recomendação do Profeta(Salalahu Aleihi Wassalam), é o de vestir a melhor roupa e de utilizar o melhor perfume. Nesse dia festivo, os crentes comprimentam-se, pedindo a Deus que aceite todos os atos de adoração praticados durante o mês de Ramadan.

Votos de um Idul Fitre muito feliz, com saúde, na companhia das vossas famílias e dos amigos. Que Allah(SWT) nosso Senhor, aceite o nosso jejum e nos perdoe.

CONCEITO DE SADAQATUL-FITR

Bismillah!

[Extraído do livro “Zakát - O Terceiro Pilar do Isslam”, da autoria do Sheikh Aminuddin Muhammad]

A instituição do Zakát no Isslam é caracterizada pelo princípio de solidariedade social, e encontra a sua maior expressão no Zakátul-Fitr, que nos termos do Shari’ah é conhecido por Fitr ou Sadaqatul-Fitr. O Sadaqatul-Fitr é Wájib para todo o muçulmano monetariamente capaz, pois o profeta Muhammad (S) antes do dia de Idul-Fitr durante os Khutbas ordenava o cumprimento desta obrigação.

O Sadaqatul-fitr foi instituído no II ano de Hijra, quando foi instituído o Jejum de Ramadhán, e quando foi celebrado o primeiro Idul-Fitr em Madina. O objectivo principal do Sadaqatul-Fitr, assim como consta no Hadice narrado por Abu Dawud, é a purificação do jejuador de qualquer pecado ou futilidade que tenha cometido, e também alimentar o pobre, assegurando assim que todo o muçulmano passe condignamente este dia solene em que terminou com êxito o jejum do mês de Ramadhán, e assim partilhar a satisfação e a felicidade com todo o crente.

Consta de um Hadice narrado por Umar (R) em que o Profeta (S) instituiu o Zakátul-Fitr e disse: “Tornai-os auto-suficiente neste dia (Ide)” [Baihaqui e Ad-Dár Al-Qutni].

E no relato de Baihaqui consta: “Satisfaçam-lhes as necessidades (tornai-os auto-suficiente) para que não mendiguem neste dia”. À semelhança do Zakát, o Sadaqatul-Fitr também é uma rígida obrigação para todo o crente - homem ou mulher, incluindo o menor e o insano – desde que tenha capacidade financeira para tal.

PERÍODO PARA O PAGAMENTO DO FITR

O Profeta (S) ordenou que o Zakátul-Fitr fosse entregue antes das pessoas realizarem o Salátul-Ide [Bukhari]. O Sadaqatul-Fitr assume o pico da sua grande força vinculativa quando se atinge o Al-Fajr do dia do Idul-Fitr, tendo-se estabelecido que os que morrem antes e os que nascem depois de Al-Fajr deste dia ficam isentos do seu cumprimento.

Portanto, para a criança que nasce e para quem abraça o Isslam antes do Al-Fajr, há lugar ao pagamento do Sadaqatul-Fitr, enquanto que para quem morre ainda antes do Al-Fajr, não há lugar, isto é, está isento do pagamento do Sadaqatul-Fitr.

Para a criança que nasce e para aquele que abraça o Isslam depois do Al-Fajr, não há lugar ao Sadaqatul-Fitr, enquanto que para quem morre, já depois de Al-Fajr, há lugar ao pagamento do Sadaqatul-Fitr, havendo mesmo necessidade, poder-se-á recorrer aos bens por ele deixados para se cumprir com essa obrigação. O Sadaqatul-Fitr do recém-nascido, como já terá sido referido antes, é da responsabilidade dos pais, naturalmente, se reunirem condições.

O Fitr tem que ser pago obrigatoriamente antes de se cumprir o Salát congregacional de Ide, ou mesmo alguns dias antes, para permitir que os irmãos necessitados partilhem as felicidades deste dia solene. Porém, se alguém por qualquer razão não o tiver feito, deve fazê-lo imediatamente após o Salát.

O facto de o Profeta (S) ter instituído o Sadaqatul-Fitr antes do Salátul-Ide é um bom exemplo da grande preocupação que o Isslam tem pelo bem estar dos crentes necessitados, de modo a permitir que também se preparem para os festejos do Ide.

Se alguém der o seu Fitr durante o mês de Ramadhán, muito antes do dia de Ide, é perfeitamente válido, não sendo necessário repetir. O Imám Sháfei permite que o Sadaqatul-Fitr seja dado a partir do primeiro dia de Ramadhán.

O Sadaqatul-Fitr é obrigatório também para aquele que não tiver jejuado por qualquer motivo durante o mês de Ramadhán. Pode-se juntar o Fitr de várias pessoas e dar a um único pobre, assim como se pode dividir entre vários pobres.

Os beneficiários do Fitr devem ser preferencialmente os pobres do local onde a pessoa passou o seu último jejum do mês de Ramadhán. O Idul-Fitr é símbolo de fraternidade e alegria em todo o mundo isslâmico. O festival de Ide não é só uma grande fonte de rejuvenação espiritual, mas também é uma força vital para reforçar os laços de amor e cooperação mútua.

SOBRE QUEM O SADAQATUL-FITR É OBRIGATÓRIO?

a) Todo o muçulmano – homem ou mulher – que possua os seus próprios meios de subsistência, que se situem acima das suas necessidade diárias (comida, vestuário, abrigo, etc.) deve pagar o Sadaqatul-Fitr para si e para seus familiares dependentes. O Sadaqatul-Fitr deve cobrir não apenas o chefe de família mas também os seus familiares dependentes (esposa e filhos).

b) Se é dependente, a obrigação de dar o Fitr recai na pessoa de quem a pessoa depende, se este for muçulmano. O empregado, não assalariado (mesmo que seja Káfir ou seja, não muçulmano) que trabalha e não recebe (nem ordenado, nem prémios ou quaisquer subsídios) e vive com o patrão, este será responsável pelo seu Fitr.

c) O órfão que não tiver os seus próprios bens, isto é, que não tiver nenhuma riqueza, o seu Fitr será dado pela pessoa de quem ele depende. O tutor do menor (órfão) e do insano ricos, deve pagar da riqueza deles. Se não pagar, ficará uma dívida sobre eles, que terão que pagar quando atingirem a adolescência (bulugh) ou a sanidade.

d) As mulheres casadas ou solteiras que possuam riquezas, são obrigadas a cumprir com o Sadaqatul-Fitr. Todavia, o marido pode voluntariamente dar pela parte da sua esposa. De acordo com o Imám Abu Hanifa, se assim fizer será válido.

Porém, a opinião dos Imámes Sháfei e Málik, é de que o Fitr da mulher casada e obediente ao marido deve ser sempre tirado pelo marido que legalmente é o responsável pelo seu sustento e mantimento.

e) Aquele que por algum motivo se atrasar na entrega do Sadaqatul-Fitr, isto é, que deixar passar o tempo-limite estabelecido, logo que seja possível, na primeira oportunidade, deve fazê-lo, embora sob o ponto de vista do Shari’ah, o Fitr tirado depois do tempo limite, seja considerado uma simples caridade, de acordo com o seguinte Hadice: “Abu Dawud, Ibn Májah e Ad-Dar Al-Qutni relatam que Ibn Abbass narrou que o Profeta (S) instituiu o Sadaqatul-Fitr como meio para a purificação do jejuador contra qualquer conversa fútil ou actos ou linguagem obscena, e também como sustento para o pobre.

Quem der o Sadaqatul-Fitr antes do Salátul-Ide será considerado um Sadaqatul-Fitr aceite, e quem der depois de Salát, será considerado uma caridade normal. Este Hadice revela-nos também o objectivo e o benefício da instituição do Sadaqatul-Fitr.

PESSOAS ELEGÍVEIS DE RECEBER O SADAQATUL-FITR

Pode receber o Sadaqatul-Fitr todo o individuo que legalmente pode receber o Zakát. Portanto o pobre e os contemplados no Al-Qur’án, podem receber o Sadaqatul-Fitr:

“As esmolas são tão somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de ALLAH, e para o viajante; isso é um preceito emanado de ALLAH, porque é Sapientíssimo, Prudentíssimo.” [Al-Qur’án 9:60]

Não se pode dar Sadaqatul-Fitr aos seus ascendentes nem descendentes, ou seja, pais, avós ou bisavós paternos ou maternos, nem aos filhos, netos ou bisnetos. O Sadaqatul-Fitr destina-se unicamente aos muçulmanos, tal como o Zakát.

Alahuma sali Muhammad wa ali Muhammad.

Como Preparar um Morto Muçulmano para o Funeral

Em nome de Deus, o Clemente e Misericordioso!

Queridos irmãos,

Nossa religião é rica em detalhes de obediência à Allah SW. Cada detalhe é importante e deve ser cumprido. Por isso é inevitável que aprendamos todos os procedimentos para serem utilizados nas horas alegres e nas horas tristes. Nós sabemos, que nem todos os muçulmanos moram perto de um centro islâmico, por isso a importância de ensinar a todos os muslim da comunidade os serviços essenciais, como por exemplo a preparação de um corpo para um correto sepultamento. 

Bom lembrar, que eu não sou Sheikh, tampouco sou um sábio, sou apenas um irmão dedicado aos estudos e a prática de nossa religião. O correto é transportar nossos mortos para um Centro Islâmico onde terá um tratamento adequado. Mas, e , se não houver jeito. Temos que saber pelo menos prepará-los para a derradeira morada terrestre. Por favor não fiquem presos a essa informação. Procure aprimorá-lo através do ensinamento Sheikh ou um sábio, com maiores conhecimento.

É necessário saber como preparar o morto para sua oração. 

1. Se for confirmada a morte de uma pessoa, deve-se fechar seus olhos. 

2. Ao começar a lavar o morto deve-se cobrir suas partes privadas, logo levantá-lo levemente a apertar suavemente seus estomago, logo quem o banhar deve cobrir suas mãos para limpar os excrementos. Depois se inicia a ablução (Udu’) semelhante à ablução para orar, logo se lava a cabeça e a barba e as perfuma. 

Logo se lava o lado direito e após o lado esquerdo. Isto se efetua duas ou três vezes, em cada vez aperta-se suavemente o estomago, se suceder à excreção de alguma substancia, tal orifício deve ser tampado com algodão ou algo semelhante. Repita a ablução, porem se o corpo não se encontra completamente limpo, então o lave cinco ou até sete vezes. Logo deve secá-lo com um pano e perfumar suas axilas e os lugares do corpo sobre os quais fazia sua prostração. Depois, perfume sua mortalha com incenso, se estão grandes seus bigodes e/ou unhas, então os corte e depois penteie. Enquanto a mulher deve-se colocar seu cabelo para traz e deixá-lo solto atrás. 

3. Cobrir o defunto: O melhor é amortalhar o homem com três tecidos brancos de algodão que não sejam uma camisa ou um turbante nem tenha costuras. Porem não há inconveniente se o deve amortalhar com uma camisa, uma saia ou um lençol branco. A mulher deve amortalhar-se com cinco panos: pode ser um vestido, um véu, um lençol branco e dois lençóis por cima. Se cobre o menino com uma ou até três panos. Se cobrem os jovens com uma camisa e dois lençóis brancos. 

4. É direito de toda a pessoa que seja lavado, se ore por ele e seja enterrado por aquelas pessoas mais próximas, em ordem segue seus pais, seus avôs e os parentes. Os que têm prioridade para lavar a mulher são: sua prole, sua mãe, sua avó, e por ultimo, os parentes do sexo feminino mais próximo. Os esposos podem lavar um ao outro. Isto é aceitável porque Abu Bakr (que Allah esteja comprazido com ele) foi lavado por sua esposa; e Ali (que Allah esteja comprazido com ele) lavou sua esposa Fátima (que Allah esteja comprazido com ela); 

5. A Oração Funeral: 

Se começa com o Takbir (Allahu Akbar) e a recitação da Sura Al Fatihah, se pode também recitar outra Sura curta, ou um ou dos versículos, de acordo com o Hadiz narrado por Ibn Abbas (que Allah esteja comprazido com ele). 

Logo após o segundo Takbir, se roga paz e as bênçãos de Allah ao Profeta Muhammad (que a paz de Allah esteja com ele) tal como se faz durante o Tashahud na oração. 

Logo no terceiro Takbir se diz: 

“Oh Allah! Perdoa-nos e a nossos mortos, a os aqui presentes aos ausentes, pequenos e grandes, homens e mulheres”. 

“Oh Allah! A quem der a vida honra-o com o Islam, e aquele a quem Tu retira a vida que morra crente”. 

“Oh Allah! Perdoa-o e tenha misericórdia dele. Concede o bem estar e absolve suas faltas. Honra sua morada, e faz ampla sua tumba. Purifica-o com água, gelo e granizo de seus pecados como se purifica a roupa branca da sujosidade. Ingressa-o ao Paraíso e protege-o do castigo do tumulo e do tormento do fogo”. 

“Oh Allah! Não nos vedes a recompensa dessa suplica não permita que nos extraviemos”. 

Transliteração: 

“Allahummma aghfirl haiinaa, 

wa maiitanaa, wa shaahidina, 

wa ghaibinaa, 

wa saghiirina, 

wa kabiirina, 

wa dhakarina, 

was anaazana. 

Allahummma man ahiaithu minna faahiahu ’alal islaam, 

wa mam taufaiitahu fatawaffahu ’ala al iman. 

Allahummma aghfirlahu, wa arhamhu, 

wa ’aafahu, 

waa’fii anhu, 

wa akrim nuzulahu, 

wa wasi’ mudjalahu, 

wa a’gsilhu bi maain waz zalji wal barad, 

wa naqqihu min al dhunubi wa al Khataaia kama iunaqaa al zauba al abiadu min ad danas, 

wa abdilhu daran Khairan min darahu, 

wa ahlaan khairan min ahlahu, 

wa adjilhu al jannah, wa u ’idhuhu min ’adhabu al qabri wa ’adhaabun naar, 

wa afsah lahu fi qabrihi wa nawir lahu fihi, Allahummma la tahrimnaa ajrahu, 

wa la tudil-lanaa ba’dahu”. 

Logo se pronuncia o quarto Takbir e depois dele o Taslim uma só vez para a direita. 

É recomendado se levantar as mãos em cada Takbir. 

Se o morto é um feto ou criança pequena, a suplica é: 

“Oh Allah! Recompensa os seus pais por terem paciência, e faz de sue filho um intercessor ante a Ti, e aceita sua intercessão”. 

“Oh Allah! Que a paciência e resignação de seus pais ante essa dor pesem em sua balança aumentando sua recompensa. Coloque-os entre os bons crentes e ponha-os debaixo da proteção de Abraão. Guarda-os com Tua misericórdia do tormento do inferno”. 

Transliteração: 

“Allahummma aj ’alhu faratan wa dhujran li waalidaihi, 

wa shafii’an muyaaban. 

Aláhuma zaqqil bihi mawaziinahuma, 

wa a’dhim bihi uyuurahumaa, 

wa al hiqq hu bisaalih al mu’minin, 

wa aj’alhu fi kafaalat Ibrahiim, 

wa qihi birahmatika ’adhabal jahiim”. 

A sunnah é que o Iman se posicione na direção da cabeça do defunto se for homem, se é mulher no meio. Se há um menino homem e a oração funeral é múltipla, o menino deve ser colocado à frente da mulher, porém se é uma menina, após desta. A cabeça do menino deve ser colocada à frente da mulher, porém se é uma menina, após esta. A cabeça do menino deve estar na altura da cabeça do homem, e a mulher deve ser colocada de tal maneira que seu estomago coincida com a cabeça do homem. Se entre os defuntos há uma menina, sua cabeça deve ser colocada à altura da mulher. 

Os orantes devem situar-se detrás do Iman, a menos que seja somente um, devendo posicionar-se à direita do Iman. 

Todos os louvores pertencem unicamente a Allah. Que a Paz e as bênçãos estejam com, o Profeta Muhammad (que a paz de Allah esteja com ele), sua família e companheiros.

sexta-feira, agosto 17, 2012

A L M A D I N A - E I D M U B A R A K !

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 13.08.2012 

O Ser Humano vive permanentemente envolvido numa batalha, cujo inimigo, de forma silenciosa, vai gradualmente arrancando dele a coisa mais valiosa que Deus lhe deu. 

O que é tão irónico quanto trágico, é que ele nem sequer se apercebe da grande perda que sofre diariamente. Isso é trazido à nossa atenção de forma bastante eloquente no Al-Qur’án, quando Deus descreve a alternância do dia e da noite, e que cada novo dia ou noite significa perda de tempo, perda de parte da nossa vida. 

Estávamos à espera do Ramadhaan, que veio e já se vai embora. Dentro de dias iremos celebrar Eid. Cada Ramadhaan que passa, leva com ele parte da nossa vida, colocando-nos mais próximos à nossa sepultura. 

O Ramadhaan e o Eid transmitem-nos apenas uma única mensagem, de forma bem expressiva. A nossa vida assemelha-se à uma vela que se extingue com o sopro de vento repentino, ou como um cubo de gelo que exposto ao Sol se derrete. 

O Isslam dá grande ênfase ao tempo e à sua importância, em muitos versículos do Al-Qur’án, e também nas narrações do Profeta Muhammad (S.A.W.). 

É no mês de Ramadhaan que comemoramos mais um aniversário da revelação deste grandioso Livro. E é neste mesmo Al-Qur’án que Deus, em vários versículos jura pelo tempo. Não só jura pelo tempo, mas jura também pelos objectos que são usados para medir a passagem do tempo. 

Para o crente, cada Ramadhaan significa um tempo para reflexão, tempo para a mudança, de uma vida de desobediência para uma vida de sujeição e respeito a Deus e Seu Mensageiro. Um tempo em que a sua vida conhece algumas emendas. Portanto, esse tempo valioso deve ser usado para o nosso benefício espiritual e não em seu detrimento. O tempo não é como as outras coisas valiosas do Mundo, pois o tempo perdido jamais pode ser recuperado, enquanto que muitas das outras coisas podem ser recuperadas. 

O Eid-Ul-Fitr marca o fim do jejum do sagrado mês de Ramadhaan, sendo um momento de alegria e festejo na companhia de familiares, pais, amigos, vizinhos e da comunidade em que vivemos. 

Os muçulmanos têm um motivo para festejar o dia do Eid, pois o jejum liberta-nos da ganância, do individualismo, e da rotina de vida obstinada com o consumo sem limites. 

É no mês de Ramadhaan que o treino espiritual se torna mais intenso, operando transformações a todos os níveis, seja individual, familiar, ou colectivo. 

Foi um momento de intensa disciplina pessoal, de reflexão, de abstinência e de reforma, para restaurar o equilíbrio e a proporção nas nossas vidas. 

Perdoar e ser perdoado é um dos aspectos mais importantes de todas as religiões, e foi no mês de Ramadhaan que intensificamos as nossas preces procurando o perdão de Deus, estando também inclinados a sermos mais indulgentes para com a nossa família, amigos e outras pessoas. 

Um dos atributos de Deus é “Perdoador”, pelo que devemos também perdoar aos que de alguma forma nos ofenderam ou prejudicaram. De facto, é algo difícil dizer “desculpa” aos que nos ofenderam ou prejudicaram, pois é preciso muita coragem para isso. Imagine-se o fardo das pessoas incapazes de perdoar, por estarem acorrentadas ao peso de um coração que não pode perdoar. Sem dúvidas que isso é bastante doloroso espiritualmente. 

Sair do Ramadhaan com um coração capaz de perdoar aos que nos fizeram mal, é de facto muito libertador. 

O jejum do Ramadhaan liga-nos à Deus através da caridade, ao renovar os laços familiares e através do Último Testamento para a Humanidade, que é o Al-Qur’án. 

O dia de Eid é um dia de alegria, mas também é um dia de dar aos pobres e aos necessitados. É um dia de alegria, mas também é um dia de tristeza para muitas famílias. 

Nesse dia, muitos dos muçulmanos têm a mesa repleta de comidas e iguarias, mas não nos devemos esquecer que há também muitos esfomeados, tanto aqui na nossa praça como em muitas outras partes por esse Mundo fora. 

Por isso, apelo aos que têm, a passarem este dia com os necessitados, a partilharem a sua mesa repleta com um órfão, ou com os que nada têm. 

Passemos algum momento a reflectir neste grande desequilíbrio da vida, num Mundo cheio de comidas e prosperidade por um lado, enquanto que há uma grande pobreza por outro. O que se passa neste nosso Mundo, em que alguns estão a morrer de fome, enquanto outros morrem de excesso de comida? 

Caro leitor muçulmano, não se esqueça de pagar a caridade alusiva ao Eid (Sadaqatul-Fitr) antes da sua celebração, para permitir que o pobre também possa passar condignamente este grande dia. 

Celebremos os festejos deste grande dia, dentro dos limites prescritos por Deus. Evitemos toda e qualquer transgressão que possa incorrer na ira do Senhor. 

Troquemos prendas e felicitações com os nossos amigos e familiares. 

Façamos o “save” de tudo o que aprendemos e praticamos ao longo do sagrado mês de Ramadhaan 

Para terminar, gostaria de desejar a todos os meus irmãos muçulmanos UM FELIZ EID-UL-FITR. 

O FINAL DO MÊS DE RAMADAN - FITRA

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) -JUMA MUBARAK

O Sadacatul Fitre (contribuição destinada aos carenciados para passarem com alguma dignidade o Ide-Fitre - festa do final do Ramadan), é obrigatório para os muçulmanos financeiramente capazes. O responsável pelo agregado familiar, deve pagar pelos seus dependentes (filhos, esposa e outros a seu cargo). O valor deve ser entregue antes da oração de Idul Fitr, de modo a facilitar que os necessitados possam também preparar-se para os festejos do Ide. Se a contribuição for entregue depois, deixa de constituir o Sadacatul Fitre e passa a ser um simples sadacah.

Lembre-se que as ações praticadas durante o mês de Ramadan estão penduradas entre o céu e a terra e só serão elevadas depois do cumprimento desta obrigação. O Sadacatul Fitre é também um meio purificador dos nossos jejuns.

Para além de cumprir com aquela obrigação, dentro das possibilidades, contribua generosamente para que uma ou mais famílias possam ter na mesa do almoço, um pouco daquilo que vai ter na sua casa.

- EID MUBARAK – IDUL FITR - Hambani, Hambani iyá Ramadan (Língua local Moçambicana) (Adeus, Adeus, ó Ramadan). Tu virás outra vez para o ano, mas nós não sabemos se te vamos encontrar! 

Após um mês inteiro de sacrifício, a jejuar e a incrementar as orações , Deus, o Altíssimo, concedeu-nos o Idul Fitr, (festa religiosa em comemoração do final do mês de Ramadan). É um dia de alegria, comemorado pelos muçulmanos, começando por dirigirem-se à Mesquita para a oração. Nesse dia, Deus pergunta aos anjos: “Qual deve ser a recompensa daqueles servidores que cumpriram o serviço deles devidamente?” Os anjos respondem: “Ó nosso Senhor e Mestre!, na verdade eles devem receber toda a recompensa por completo. Aí Allah diz. “Eu testemunho-vos, ó anjos, por eles terem jejuado para Mim durante o mês de Ramadan e por terem ficado em pé nas orações nas noites, Eu lhes garanti como recompensa a Minha satisfação e lhes garanti o perdão”.

ALLÁHU AKBAR - ALLÁHU AKBAR. LÁILAHA IL – LALLÁHU. WALLÁHU AKBAR. ALLÁHU AKBAR. WALIL – LÁHIL – HAMD. Allah é o Maior. Allah é o Maior. Não há outra divindade excepto Allah e Allah é o Maior, Allah é o Maior e todos os louvores pertencem só a Allah.

Segundo Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu), no dia de Idul Fitr, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não saía de casa sem comer algumas tâmaras. Anas acrescentou, que as tâmaras consumidas eram de número impar.- Bukhari. 

Nas orações de Idul-Fitr e de Idul-Adhá, não há azan nem ikhamah (chamamento para a oração). Não há também qualquer oração facultativa entre as orações de Fajr e dos Ides. Primeiro realiza-se a oração e depois o Khutbá (ao contrario da oração de Juma).

Não é permitido jejuar nos dias de Ide – Bukhari. Segundo o referido no Bukahri, o crente que pretenda dirigir-se para efectuar a oração de Ide, deve ir por um caminho e regressar noutro. Outra recomendação do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), é o de vestir a melhor roupa e de utilizar o melhor perfume.

Nesse dia festivo, os crentes cumprimentam-se, pedindo a Deus que aceite todos os actos de adoração praticados durante o mês de Ramadan. Utilizando uma recomendação feita há mais de 1.400 anos, distribuam prendas entre vocês. De pais para filhos de filhos para pais, entre vizinhos e amigos, vamos comemorar este Ide que se aproxima, aumentando a nossa amizade e harmonia. É isso também o que o Islam nos ensina – a paz e a irmandade entre as pessoas. As prendas devem ser úteis e não necessariamente dispendiosas. Também é uma prenda o cumprimento, um abraço efusivo entre amigos, um sorriso, um telefonema para os familiares e amigos que se encontram distantes. Segundo o nosso Profeta Muhammad (Salalahu Alei Wassalamo), dar prendas, aumenta e fomenta a amizade entre os muçulmanos.

Segundo Aisha (Radiyalahu an-há), o Profeta (Salalahu Aleihu Wassalam) aceitava prendas e em retribuição, também dava prendas. - Bukhari. - SHAWWAL –

De acordo com o relato de Abu Ayyub al-Ansari (Radiyalahu an-hu), o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Todo aquele que jejuou durante o mês de Ramadan e de seguida observou 6 dias de jejum de Shawwal, é como tivesse  jejuado todos os dias. – Livro 6 – Hadice 2614.

Não é obrigatório, mas é recomendável fazer os 6 dias de jejum. Dependerá da disponibilidade, saúde e entusiasmo de cada um. De preferência, os 6 dias devem ser seguidos. No caso de impossibilidade, podem ser observados alternados ou não, mas durante o mês de Shawwal.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 
Votos de um Idul Fitre muito feliz, com saúde, na companhia das vossas famílias e dos amigos. Que Allah nosso Senhor, aceite o nosso jejum e nos perdoe.

O mês de jejum, é quando o muçulmano quer. Aproveite a oportunidade para ganhar “embalagem” e continuar a incrementar a solidariedade. Distribua também sorrisos.

Façam o favor de ter um bom dia de Juma.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

16/08/2012

quarta-feira, agosto 15, 2012

Noite de Ramadã de 1433 “A Noite do Decreto”

Em nome de Deus o Clemente o Misericordioso  

Allah, Exaltado seja, diz: "Sabei que o revelamos (o Alcorão), na Noite do Decreto. E o que te fará entender o que é a Noite do Decreto? A Noite do Decreto é melhor do que mil meses. Nela descem os anjos e o Espírito (Anjo Gabriel), com a anuência do seu Senhor, para executar todas as Suas ordens. (Ela) é paz, até ao romper da aurora!" (97:1-5).

Das virtudes do mês de Ramadan, é que foi revelado nele o Alcorão; que há nele a noite do decreto, quem for privado de seu bem estará privado para sempre. Nesta importante Surata, o nosso Senhor nos informa que Ele revelou o Alcorão na Noite do Decreto, que a Noite do Decreto acontecerá durante o mês de Ramadan. É uma abençoada noite. Allah Altíssimo, disse: "Nós o revelamos numa noite Bendita." e disse: "O mês de Ramadan em que foi revelado o Alcorão." Ibn Abbas disse: "O Alcorão foi enviado de uma só vez da Tábua Conservada para a casa da honra, do céu terreno. Então, foi revelado em detalhes de acordo com os fatos durante vinte e três anos ao Rassulullah (S).

As causas da revelação da nobre Surata: Ibn Abi Hátim relatou, com base em Mujáhid que o Profeta (S) citou um homem dos israelitas que se armou para lutar pela causa de Allah durante mil meses. Os muçulmanos estranharam aquela afirmativa. Então, Allah revelou: : "Sabei que o revelamos (o Alcorão), na Noite do Decreto. E o que te fará entender o que é a Noite do Decreto? A Noite do Decreto é melhor do que mil meses." em que o homem que usou as armas pela causa de Allah durante mil meses.

Quando acontece a Noite do Decreto, a adoração durante ela equivale à adoração de mil meses. Está confirmado nos dois sahihain, com base em Abu Huraira (R) de que o Rassulullah (S) disse: "A todo aquele realizar a oração voluntária, na Noite do Decreto, guiado por um profundo sentimento de fé, com esperança na recompensa de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas anteriores.” (Bukhári e Musslim).

O que acontece nesta noite? Os anjos descem do céu para a terra ao por do sol e até o amanhecer por causa de suas muitas bênçãos. Os anjos descem com a bênção e da misericórdia, como descem quando da recitação do Alcorão, rodeando as reuniões de recordação de Allah. Estará com eles o Espírito, Jibril, (A.S.). Esta noite é a noite de paz e de segurança. Os demônios não são capazes de praticar algum mal ou causar algum dano. Qatada disse: "Nesta noite as coisas são resolvidas, A Subsistência e os destinos são determinados. Allah, Exaltado seja, disse: "Na qual se decreta todo assunto prudente." (44:4).

Os sinais de grande Noite do Decreto: Dentre os sinais da Noite do Decreto é que uma noite clara, iluminada, como se tivesse uma lua cheia. É uma noite tranquila, sem frio ou calor. O sol de seu amanhecer nascerá plena não tem um raio como a Lua cheia. Ibn Abbas relatou que o Rassulullah (S) disse a respeito da Noite do Decreto: "Uma noite tranquila, sem frio ou calor, o sol da manhã será fraco, avermelhado." (Narrado por Tayálissi).

Fonte:  Sheikh Ali Hamdoun Ahmad Mahmoud – Imam da Mesquita de Santos - Brasil

quinta-feira, agosto 09, 2012

RAMADAN SEXTA PARTE: 1 - LAILATUL KADR (A NOITE DO PODER)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)- JUMA MUBARAK

Durante o mês de Ramadan, os muçulmanos incrementam as suas actividades religiosas e a solidariedade humana. Sabem que neste mês, Deus multiplica em muito, todas as boas acções praticadas. Apesar disso, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), sentia-se oprimido e angustiado quando ponderava as longas vidas das pessoas do passado, comparando-as com a vida do seus seguidores. É uma vida curta, provavelmente não suficiente para “amealhar” os benefícios necessários com vista à satisfação de Deus e a obtenção do paraíso.

Por outro lado, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) mencionou nomes de 4 antepassados piedosos, que passaram, cada um deles, oitenta anos a adorar e a servir a Deus, sem transgredirem nenhuma ordem Dele. Eram eles os Profetas Ayub, Zacariya, Izkil e Yusha (Aleihi Salam - Que a Paz de Deus esteja com eles). 

Os companheiros do Profeta (Radiyalahu an-huma), ficaram espantados e preocupados ao ouvirem esta narrativa e perguntaram como poderiam ultrapassá-los. Devido a esta preocupação , Deus mandou o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele, revelar o Surat Kadr, na qual, foram informadas as grandes bênções desta noite.

“EM NOME DE DEUS, O BENEFICENTE E O MISERICORDIOSO: - NA VERDADE NÓS REVELAMOS ESTA (MENSAGEM) NA NOITE DO PODER. O QUE É QUE TE FARÁ CONHECER O QUE É A NOITE DO PODER? A NOITE DO PODER É MELHOR DO QUE UM MILHAR DE MESES (83 anos e 4 meses). OS ANJOS E O ESPÍRITO DESCEM, ENTÃO, COM A PERMISSÃO DO SEU SENHOR, COM TODOS OS DECRETOS. ESSA NOITE É DE PAZ ATÉ AO ROMPER DA AURORA.” – Cur’ane – Surat 97.

Hazrat Anas (Radiyalahu an-hu), referiu que o profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No Lailatur Kadre, Gibrail (Alaihi Salam), vem com um grupo de anjos e rezam para a misericórdia a favor daqueles que se encontram ocupados no ibadat (adoração).

Apesar de muitos ulamás serem de opinião de que a noite de Lailatul Kadr, ocorre na 27ª. noite, ela deve ser procurada nas noites impares – 21, 23, 25, 27 e 29 do mês de Ramadan. Hazrat Anas (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, chegou um mês perante vós, no qual existe uma noite melhor do que mil meses. Aquele que perder uma noite destas, na verdade, ficou privado de todos os bens, e ninguém ficará privado, excepto aquele que é infortunado”.

Hazrat Aisha (Radiyalahu an-há) relatou: “Eu disse; Ò Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), se me encontrar na Lailatul Kadr (Noite do Poder), que prece devo efectuar? O Profeta respondeu: “Diz Allahumma Innaka Afuwun Tuhibbul Afwa Fa’fu anni – Ó Allah, na verdade, És perdoador, gostas de perdoar, por isso perdoa-me.”

Abu Huraiara (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A todo aquele que se levantar da cama para oferecer a oração voluntária (nafl), na Noite Bendita, guiado por um profundo sentimento de fé, com esperança na recompensa de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas anteriores”. Bukhari e Muslim.

Nessa noite, o crente deverá ocupar-se com preces, recitação do Cur’ane, zikr e orações facultativas.

2 - I’TIKAF (Retiro no Masjid)

Significa a permanência na Mesquita com a intenção de i’tikaf, por períodos curtos ou por dias completos. È sempre vantajoso fazermos a intenção do i’ticaf ao entrarmos na Mesquita, enquanto lá permanecemos, para as orações, recitação do Cur’ane e Zikre. Assim, vamos obtendo benefícios espirituais duplos, do i’tikaf e das outras práticas. A pessoa que permanece na Mesquita com a intenção de i’tikaf, é igual à pessoa que se dirigiu a um sítio e não sai de lá enquanto não obter o pretendido. A recompensa do i’tikaf é enorme, pois o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sempre o praticou. Estamos habituados a associar o i’ticaf à permanência dos crentes nas Mesquitas, durante os últimos 10 dias do mês de Ramadan. No entanto, o i’ticaf pode ser praticado em qualquer altura do ano, por períodos longos ou curtos.

Era prática do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), efectuar o i’tikaf nos últimos dias do mês de Ramadan. Ele referiu, segundo Hazrat Ibn Abbás (Radiyalahu an-hu): “A pessoa que efectua o i’ticaf, permanece livre dos pecados e na verdade, é recompensada igualmente como aquele piedoso que praticou boas acções (apesar de não as ter praticado), simplesmente por ter permanecido no Masjid (Mesquita). As recompensas são imensas, porque no i’tikaf (dentro da mesquita), afastamos do nosso íntimo, as preocupações diárias e dedicamo-nos com alma e coração à recordação de Deus.

Aisha (Radiyalahu an-há), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava fazer o retiro na Mesquita, para o i’tikaf, durante os últimos dez dias do mês de ramadan e dizia: “buscai a Noite Bendita (Lailatul Kadre) entre as últimas dez noites do mês de Ramadan”. Bukhari.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Um bom dia de Juma e a continuação de um bom mês de Ramadan 
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá - 09/08/2012

quarta-feira, agosto 08, 2012

Rezar e adorar a Deus diante dos nossos filhos

O seu filho estará, então, sempre consciente do que significa uma submissão plenamente reconhecida. Devemos dispor de um lugar e ter um momento para a realização das orações em nossa casa. Devemos realizar as nossas orações em congregação em casa, se possível, ou levar os nossos filhos à Mesquita, levan-do-os pela mão durante o caminho. Esta últi-ma opção é mais prática, sobretudo se a mãe não puder realizar as orações em determinados dias, visto que os filhos poderão pensar: “Parece-me que as orações são opcionais”. E é por esta razão que seria uma boa ideia levarmos os nossos filhos à Mesquita nesses dias especiais. No entanto, existe ou-tra forma de reparar esse mal-entendido. Nos dias em que a mulher não realiza as orações, esta pode realizar a ablução como de costume, sentar-se na sua almofada para a oração, elevar as mãos em direcção ao Altíssimo e suplicar. Se fizer isso, obterá o mérito de ter realizado a oração e evitará, assim, que as crianças possam perceber mal. Em muitas obras islâmicas de consulta, recomenda-se este tipo de comportamento, visto que é essencial no que diz respeito à educação das crianças. Ao actuarmos desta forma, o que as crianças verão ao seu redor serão cabeças que se prosternam, olhos com lágrimas e mãos abertas em sinal de adoração. Os seus filhos terão, então, sempre consciência do que significa uma submissão plenamente as-sumida.

Chegará uma altura em que, mesmo quando não ouvir o adhan (a chamada para a oração), os seus filhos avisá-los-ão, como se se tratasse de um despertador, dizendo:

«Papá, mamã, é hora de rezar!». É nessa altura que colherá, então, os frutos dos seus esforços.

Além disso, é necessário que tenha tempo, todos os dias, para orar ao Senhor. Em período de tempo previamente determinado, deve oferecer as suas orações ao Altíssimo, invocando-o, e demonstrando, desta forma, que pode sempre procurar refúgio no Exaltado Criador. É preferível fazer a súplica (duá) em voz alta, abertamente. Os companheiros do Mensageiro de Deus — a paz e as bênçãos estejam com ele — aprenderam as súplicas que ele recitava enquanto rezava. Estas foram transmitidas pela sua esposa, Aisha (r.a.), embora houvesse narrações similares de Ali, Hassan e Hussain (r.a.).

Isto indica, claramente, que para ensinar os seus filhos a rezarem, deve realizar as suas súplicas em voz alta, para que eles possam ouvi-las. Se deseja que os seus filhos sejam pessoas sensíveis, que se comovam quando o nome de Deus é pronunciado, deve, acima de tudo, mostrar-lhes um exemplo prático.

Na minha vida, presenciei essas cenas, as quais, quando me lembro, me fazem arrepiar. A visão da devoção da minha avó para com o Senhor teve uma grande influência em mim. Quando ela morreu, eu era ainda apenas uma criança, mais ainda me lembro como costumava estremecer quando o meu pai recitava versículos do Alcorão ou começava a falar do Islão. Estes assuntos eram de tamanha importância para ela que se dissesses com entusiasmo “Deus” - que a Sua glória seja exaltada - perto dela, ela empalidecia imediatamente e ficava assim durante todo o dia. O seu comportamento teve uma grande influência sobre mim. Apesar de ser pouco letrada e de não ter estudos, as suas sinceras orações e lágrimas genuínas influenciaram-me muito. Já ouvi pessoas instruídas pregar com entusiasmo, mas nenhuma delas me impressionou tanto como o fazia a minha avó. Parece-me que a minha condição de muçulmano se deve, em grande parte, à sinceridade dos meus pais e da minha avó.

Assim, os pais devem agir com extrema cautela no que diz respeito aos actos que realizam em casa. Como já o mencionei anteriormente, até mesma a mais leve expressão das suas preocupações ao Altíssimo, ou a súplica perante a Sua porta ou a oração em completa submissão ao Criador Exaltado afectarão ao seu filhos muito mais profunda-mente do que qualquer outra coisa. A memória dos esforços que realizou para garantir a Outra Vida, que deve ser a sua maior preo-cupação, ficará impressa na mente dos seus filhos e estes sempre se lembrarão de si a rezar num estado de admiração reverencial. De facto, deve rezar como se visse o Altíssimo, como se estivesse sempre consciente de estar na Sua presença. A forma como se ergue, se inclina, se ajoelha e se senta durante a oração devem lembrá-lo a Ele. A sua condição perante Ele pode ser descrita da seguinte forma: «Imagine que tenha ido ao encontro de Deus e Ele lhe diz: “Meu servo! Levanta-te e dá conta das tuas acções no mundo”, e, deste modo, permaneceremos em pé, numa atitude submissa e respeitosa, à espera da Sua Misericórdia. Este estado de oração, em que sentimos o Seu carácter sublime e reconhecemos plenamente à nossa insignificância, é um estímulo sincero e ge-nuíno para todas as pessoas no nosso lar, incluindo os nossos amigos». Num hadith (Tradições e ditos do Profeta [s.a.w.]) – embora não tenhamos a certeza da sua autenticidade por completo — o Mensageiro de Deus declarou: «Senti um momento tal de estreita relação com Deus, que, nesse mesmo momento, nem os anjos do mais alto nível nem qualquer outra criatura poderia aproximar-se de mim». (Al-Ajluni, Kashf al-Khafa, 2:173).

Assim, devemos ser capazes de viver um momento semelhante, um momento de ilu-minação tal, e os nossos filhos inspirar-se-ão nesse momento para realizar as suas pró-prias orações, quando chegar a sua vez. No futuro, sempre que os nossos filhos enfren-tarem um perigo que possa corromper a sua fé ou devoção a Deus, a memória de o ver rezar virá ao seu socorro, como um guia que lhe mostra o caminho.

Este facto não deveria ser descurado, já que na Sura Yussuf, o Alcorão alude a este efeito psicológico. Sabemos que o Profeta José (Yussuf), paz esteja com ele, não era uma pessoa que caísse facilmente na armadilha de uma mulher. No entanto, o Alcorão declara: «… se não tivesse sido por um sinal do seu Senhor». (12:24)

Embora este seja um facto controverso, segundo alguns grandes sábios que explicaram o Alcorão, o sinal que José viu foi a imagem do seu pai, o Profeta Jacob (Yaqub a.s.), que colocou a mão na sua boca e gritou assombrado: «José!». Isto fez com que José recuperasse a consciência — ele, que era um paradigma da castidade — e gritara: «Deus o proíbe!». Os seus olhos banhados de lágrimas e o seu sincero refúgio no Senhor de-sempenharão um papel fundamental na vida futura do seu filho, ajudando-o a evitar a ruina ou a perdição.

Estas memórias converter-se-ão em imagens tão vivas no subconsciente do seu filho que o seu rosto parecerá dizer «Querido filho, o que estás a fazer?», quando este se defrontar com qualquer tipo de tentação, servin-do-lhe de guia que lhe permitirá afastar-se de diversos perigos. In-cha-Allah.■

* Durante o período menstrual, etc.
Junho.2012 - Coord. Por: M. Yiossuf Adamgy – Fonte: Webislam

A L M A D I N A - S REGRAS ALIMENTARES ISSLÂMICAS

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 30.07.2012

A religião isslâmica não se resume apenas a um conjunto de práticas e rituais, mas sim, é um código de vida completo, pois exige dos seus seguidores o cumprimento integral dos mandamentos do Criador em todos os aspectos da sua vida.

O Isslam não ensina aos seus seguidores apenas os preceitos espirituais dogmáticos, mas também orienta detalhadamente nos aspectos de preservação da saúde física, no que se deve vestir e no que se deve evitar.

Na nossa crónica desta semana vamos falar do aspecto alimentar. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 114 – 115:

Comei portanto, dos alimentos halaal (lícitos) e bons que Deus vos deu, e agradecei o favor de Deus se é só a Ele que adorais. Ele apenas vos proibiu (comer) da carne do animal que morre por si mesmo (morte natural), o sangue, a carne de porco, e o que é degolado em nome de qualquer outro e não de Deus. Mas se alguém for forçado (a comer dessa carne) por necessidade, não desejando nem transpondo o limite (da necessidade absoluta, só para se manter vivo), então Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Este versículo indica-nos três pontos essenciais:

1 – Os crentes podem comer todos os alimentos que sejam halaal e bons;

2 – Os alimentos sujos (imundos) são proibidos;

2 – Em momentos de necessidade podem-se consumir alimentos haraam (ilícitos).

Antes de mais, devemos compreender que, só Deus detém autoridade absoluta de declarar algo halaal ou haraam. Ninguém fora d’Ele tem essa autoridade. Consta no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 116:

E não digais a respeito daquilo que as vossas línguas mentirosas descrevem falsamente: isto é halaal e isto é haraam, com o fim de inventardes a mentira contra Deus”.

Nem mesmo ao Profeta Muhammad (S.A.W.) lhe foi conferida essa autoridade, pois conforme consta no Al-Qur’án, no Cap. 66, Vers. 1, numa ocasião Deus censurou-o dizendo:

Ó Profeta! Porque é que declaramos haraam (mesmo para ti) algo que Deus fez halaal para ti, procurando agradar as tuas esposas”?
Deus ordena-nos a comermos na terra tudo o que é halaal, puro e saudável, e a não seguirmos os passos de Satanás. Portanto, temos à nossa disposição uma vasta gama de alimentos à escolha, desde verduras, cereais, frutas, leite e mariscos. A carne de todos os animais (exceptuando alguns), desde que sejam degolados à mão, em nome de Deus e usando uma faca, de acordo com os preceitos religiosos, ao derramar o seu sangue, é halaal. Isto nos animais que estão sob o nosso controlo. Mas se se tratar de animais de caça, isto é, fora do nosso controlo, deve-se pronunciar o nome de Deus quando estivermos a disparar a arma de fogo, ao soltar a arma de arremesso, ou ao soltar o animal ou ave de caça.

Consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 4:

Todas as boas coisas são halaal para vós, e também é halaal para vós aquilo que agarram para vós os animais caçadores (cães, aves) treinados por vós a caçar, ensinando-lhes daquilo que Deus vos ensinou. Portanto, comei o que eles caçam para vós, mas invocai o nome de Deus ao soltá-los”.

Se os caçadores (animais de caça) trouxerem o animal caçado ainda vivo, deve-se degolá-lo, mas se já estiver morto, comam, pois é halaal.

Quanto à comida dos adeptos do Livro (judeus e cristãos), Deus diz no Cap. 5, Vers. 5 do Al-Qur’án:

“Hoje todas as boas coisas foram declaradas halaal para vós. E os alimentos daqueles aos quais foi dado o Livro também são halaal para vós, e vosso alimento é halaal para eles”.
Os alimentos dos adeptos do Livro só são halaal para nós nas mesmas condições que nos são impostas, isto é, devem ser degolados em nome de Deus.

Hoje em dia os cristãos transgridem os mandamentos da Bíblia, (Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres. Deuteronômio 14:8), pois comem todo o tipo de carne. Portanto, quando se diz: “os seus alimentos são halaal para nós”, tal não significa que podemos consumir carne de porco ou de qualquer outro animal morto de morte natural, ou degolado sem a observância dos preceitos recomendados, pois a proibição de consumo de porco, de sangue, ou do animal morto de morte natural, consta na Bíblia, Levítico II, Deuteronômio 14.

Portanto, o alimento dos adeptos do Livro só é halaal para nós se nos seus ingredientes não incluír que seja haraam como porco e seus derivados, sangue, vinho, etc. De salientar que mesmo se alguém que se intitula muçulmano degolar um animal e deixar de propositadamente de pronunciar o nome de Deus, então esse animal não é halaal.

Quanto aos alimentos proibidos, o Al-Qur’án diz no Cap. 5, Vers. 3:

“São-vos proibidos o animal morto (não degolado), o sangue, a carne de porco, o (animal) que tenha sido morto em nome de outro que não Deus, o animal morto por estrangulamento ou morto com pancadas violentas ou por queda, de qualquer altura, ou morto ao ser ferido pelo chifre de outro animal, ou o que for devorado parcialmente pelas feras, excepto os que tenham sido degolados de forma apropriada por vós, enquanto ainda estão vivos. E são-vos proibidos o que foi sacrificado nos altares, em honra dos ídolos, e também é-vos proibido consultar a sorte através das setas (de adivinhação). Tudo isso é pecado”.

Existem outros animais proibidos que não estão nessa lista, mas que através da Revelação, o Profeta (S.A.W.) anunciou-nos. São todos os carnívoros e os que se servem das suas garras para se alimentarem.

Estas são as regras alimentares no Isslam, e porque com tudo isso Deus quis o nosso bem-estar e não dificultar a nossa vida, consta no AlQur’án, Cap. 5, Vers. 3:

Se alguém estiver em situação de necessidade e se sentir forçado devido à fome severa, a consumir dessas coisas proibidas sem que esteja premeditadamente inclinado ao cometimento de pecados, então Deus é Perdoador, Misericordioso”.

Falamos aqui na proibição de consumo de sangue, mas se algum muçulmano estiver doente e necessitar de fazer uma transfusão, ou de ingerir algum medicamento com ingredientes haraam como por exemplo o álcool, tal lhe é permitido. E o doente deve fazê-lo para que a doença de que padece não se agrave. Mas assim que deixar de ser necessária a ingestão de tais medicamentos, deve abster-se imediatamente.

O crente verdadeiro é aquele que se submete plenamente no seu dia a dia às ordens do seu Senhor, e se abstém de escolher o que lhe convém deixando o que não lhe convém, procurando vários tipos de pretextos e justificações.

Como se pode ver, as coisas que nos são proibidas são poucas e contáveis, daí que não haja necessidade de deixarmos a incontável lista de produtos halaal para recorrermos ao haraam.

Continuação de um bom Ramadhaan. Alahu Akbar!

terça-feira, agosto 07, 2012

O Mundo deve intervir para deter as violações graves e sérias contra os muçulmanos de Mianmar

A WAMY (Assembléia Mundial da Juventude Islâmica) alerta para a escalada da repressão, perseguição e expulsão perpetrada contra os muçulmanos Rohingya em Mianmar, em violações que chegam à limpeza étnica e crimes contra a humanidade. Nos últimos dois meses, sucessivos relatórios revelaram uma onda de discriminação coletiva injusta contra essa minoria, incluindo assassinatos, detenções arbitrárias, violações, e queima de casas, instalações e mesquitas, impedindo-os de praticar os ritos religiosos, até mesmo no mês de Ramadan, assim como a expulsão do país.

Os muçulmanos Rohingya sofrem com a negação completa de seus direitos de cidadania, bem como os mais básicos direitos civis e liberdades fundamentais, enquanto o Estado adota uma ideologia extremista em relação a eles, pedindo sua expulsão coletiva e deportação do país. Esta política é traduzida pelas forças de segurança, sob a forma de violações gravíssimas. A situação é ainda mais preocupante, dadas as declarações do Presidente de Mianmar, Thein Sein, na qual ele se recusou a reconhecer o direito dos muçulmanos Rohingya para a cidadania, enquanto a líder da oposição e ganhador do Prêmio Nobel, a Sra. Aung San Suu Kyi, adotou posições relaxadas sobre as atrocidades em curso.

É surpreendente que essa escalada ocorra logo depois de Mianmar entrar em uma nova era de liberdade e abertura democrática. No entanto, estes novos desenvolvimentos, repletos de atrocidades e violações contra os muçulmanos Rohingya no início de Junho de 2012, foram bastante chocantes, trazendo à mente as sucessivas ondas de segregação injusta contra essa minoria nos últimos trinta anos. A continuação deste padrão de violações e intimidações ameaça a completa erradicação desta minoria de sua pátria nativa, provocando um problema dos refugiados de dimensões trágicas, em um dos lugares mais pobres e privados de necessidades básicas no mundo.

A Assembéia Mundial da Juventude Islâmica manifesta a sua solidariedade com os muçulmanos Rohingya nesta fase difícil de sua história, e condena as atrocidades cometidas pelo governo de Mianmar, que não devem ser permitidas no mundo civilizado. Os organismos internacionais são obrigados a adotar posições firmes para impedir estas atrocidades, para a qual não é aceitável fechar os olhos ou ficar em silêncio.

A WAMY convida os muçulmanos do Brasil a organizarem atividades em solidariedade aos oprimidos em Mianmar, a fornecerem ajuda humanitária aos refugiados e às famílias das vítimas e supliarem muito a Deus, aproveitando o mês do Ramadan, para que alivie o sofrimento deles e trazer um fim rápido para a sua provação.

São Bernardo do Campo, 03 de Agosto de 2012 - WAMY (Assembléia Mundial da Juventude Islâmica) - Escritório América Latina

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

quinta-feira, agosto 02, 2012

RAMADAN QUINTA PARTE – O QUE FAZER NO MÊS DE RAMADAN?

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

No mês de Ramadan, o tempo deve ser criteriosamente distribuído, em especial para quem trabalha. É um mês de sacrifícios. Na hora que seria dedicada ao almoço, antes do iftar e aos fins de semana, podemos dedicar algum do nosso precioso tempo, procurando aliar o jejum com outras actividades meritórias. 

Durante o ano, o nosso iman, os nossos conhecimentos religiosos enfraquecem e esta é a oportunidade para relembrarmos e aumentarmos o nosso ilm religioso. Aprender mais acerca da nossa religião, dos seus fundamentos e das práticas. A oração não ficará completa sem aprofundar o ilm. É o mês do conhecimento. 

Se tem dúvidas daquilo que nos é “bombardeado” pela imprensa escrita e falada, aproveite para procurar saber, que afinal, nada daquilo de que nos acusam é verdadeiro e os que falam mal do Islão estão mal informados, equivocados ou mal intencionados. Só conseguiremos argumentar, se conhecermos a nossa própria religião. Também, nunca é demais conhecermos os princípios das outras religiões. Com conhecimento se combate a ignorância e a provocação. E o Islão precisa de todos, para que juntos, possamos erguer bem alto as nossas convicções.

Entre este Ramadan e o anterior, o que fiz para o bem da minha alma? Alimentei a alma, ou só me preocupei com o aspecto e a saúde do meu corpo? O que posso corrigir daqui para a frente? Será que posso melhorar ainda mais a minha relação com Deus? O que fazer mais em benefício dos que estão ao meu cargo? É um mês de reflexão. Uma altura que nos facilita mudar o rumo da nossa vida. Aproveitemos a oportunidade. É também o mês da oração. Os crentes incrementam as orações facultativas, porque sabem que neste mês, uma acção obrigatória é recompensada 70 vezes mais em relação aos restantes meses. Uma acção não obrigatória é como se duma acção obrigatória se tratasse. Assim, aproveitemos este mês para efectuar orações facultativas, por exemplo, após cada uma das nossas abluções (udhú), o Tahhiatul Udhú, 2 ciclos de oração, “cumprimentando o Udhú”. E quando entramos na Mesquita, antes de nos sentarmos, fazer duas rakates de Tahhiatul Masjid “cumprimentando a Mesquita”. Habituados, ganhamos embalagem para assim procedermos ao longo da nossa vida.

Se tem familiares residentes no país ou no estrangeiro e com quem não contacta há muito tempo, aproveite esta oportunidade do mês da reconciliação, para fortalecer os laços familiares. Visite-os ou fale com eles ao telefone. Aproveite também para fazer as pazes com aqueles que nos ofenderam. “Perdoa-os generosamente”. Cur’ane 15:85. Seja o primeiro a pedir desculpas. Não espere que a outra parte lhe peça desculpas. Uma das dificuldades do ser humano é pronunciar a palavra “desculpa-me”. Orgulho?. É mais fácil pedir perdão a Deus?. Rompa com esse preconceito. Ajude também a reconciliação de dois irmãos que não se falam há muito. “Sabei que os crentes são irmãos; reconciliai, pois, entre vossos irmãos”. Cur’ane 49:10.

Este é o mês das preces, para pedir a Deus para os outros, para os nossos pais, filhos, maridos/mulheres, familiares. Para os amigos e conhecidos que aparentemente se encontram bem e os que atravessam dificuldades de vária ordem. Para aqueles que estão doentes, uma visita, um telefonema, um pequeno presente. Para aqueles que deste mundo já partiram, e que não têm possibilidades de pedir perdão e de amealhar recompensas, faça-o por eles.
 
Peça a Deus, mas peça muito por eles. “…Ó Senhor nosso, perdoa-nos, assim como também aos nossos irmãos que nos precederam na fé”. Cur’ane 59.10. Faça caridade em memória deles. Recite yacin e faça duá (prece). Lembre-se frequentemente deles nas suas preces. Se tiver possibilidades financeiras, mande publicar livros religiosos em sua memória. Auxilie escolas onde estudam crianças pobres. Visite os cemitérios, as sepulturas e lembre-se de que um dia, também será um dos residentes. Buraida (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) ensinava as pessoas que iam visitar os cemitérios a recitarem a seguinte prece: “Que a Paz de Deus esteja convosco, moradores deste lugar, crentes e muçulmanos. Se Deus quiser, breve estaremos convosco. Imploro a Deus o perdão para nós e também para vós”. Muslim. Conhece algum muçulmano recentemente convertido (revertido) ao Isslam? É o mês da ajuda. Ajude-o, acompanhe-o no iftar. Converse com ele, ajude-o a integrar-se nesta Umah.

Ajude também os irmãos muçulmanos que estão nas trevas e que têm vergonha de solicitar ajuda. Ajude-os, mas seja discreto. “Convoca (os humanos) ao caminho do teu Senhor, com sabedoria e bela exortação”. Cur’ane 16:125. Sim, preocupe-se também consigo. Mas dê prioridade aos outros e também aos que já partiram deste mundo. Descubra você mesmo o que pode fazer pelos outros. Pode ter a certeza de que Deus tomará conta de si. Muitas vezes, mais valioso do que a ajuda financeira, é importante a amabilidade, o tempo, a disponibilidade e um simples sorriso. Já pensou que pequenos gestos podem fazer a diferença? Não seja forreta. “Não descures praticar qualquer acto de benevolência, nem que seja o de receberes um irmão com semblante alegre”. Dito do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Muslim.

Se conhece alguém que tem algum vício, aproveite este mês da purificação do corpo e da alma, para lhe incentivar a acabar definitivamente com o maléfico do vício. Assim, ele aproveitará para limpar o corpo daquilo que lhe faz mal e que se intromete na sua vida espiritual. É o mês do auto-controle. Treine os seus membros do corpo para se controlarem na altura de agirem. “…que controlam a sua cólera e são indulgentes para as pessoas – e Deus ama os benfeitores”. Cur’ane 3:134. Arrefeça a fúria, a cólera. 

Controle a vista e a língua – uma palavra mal proferida, pode provocar um grave incidente. Limpe a alma, limpe os  seus pensamentos, limpe os seus sentimentos, torne-os mais puros, mais humildes. “Do teu ouvido, da tua vista e do teu coração, de tudo isto serás responsável”. Cur’ane 17:36.

Este é o mês da fraternidade e da caridade. Ajude aos mais necessitados. Na sua localidade, há sempre alguém que espera por uma mão direita generosa. Abra o seu coração e os “cordões da sua bolsa”. É o mês em que os muçulmanos devem ter o suficiente para o iftar e para o suhur. Mesmo que não tenha possibilidades financeiras para isso, participe na angariação de fundos e de géneros alimentícios para distribuição a quem mais precisa.

“Aqueles que (em caridade) gastam das suas riquezas, de dia e de noite, em segredo e em público, terão a sua recompensa junto do seu Senhor; e não sofrerão de temor, nem de preocupações”. Cur’ane 2:274.

Neste mês sagrado, leia com atenção os emails que contêm temas religiosos. Mas saiba filtrálos.

Reencaminhe-os depois para os seus contactos. Evite ou abstenha-se de enviar ou reencaminhar os emails que nos distraem para o essencial e que nos ocupam inutilmente o nosso precioso tempo.

Neste mês de Ramadan façamos algo, que nos possa beneficiar. Não o deixemos passar sem obter as recompensas. Será que o encontraremos no ano seguinte? Certa vez, Jibrail (Aleihi Salam), fez 3 preces e para cada uma delas, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu com “Amin”: Numa das preces, pediu o seguinte: “Seja afligida com mágoa aquela pessoa que encontrou o mês de Ramadan, um mês cheio de bênçãos e deixou-o passar sem ganhar o seu perdão”. Relato de Kaab Ibn Ujra (Radiyalahu an-hu).

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Um bom dia de Juma. Votos da continuação de um mês de Ramadan, repleto de bênçãos.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

02/08/2012

segunda-feira, julho 30, 2012

A L M A D I N A - A RELIGIÃO E O ATEÍSMO

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -23.07.2012

A base da religião reside no reconhecimento da existência de um Criador Eterno deste Universo, Sábio, e Prudente, perante Quem estamos submissos, e perante Quem teremos que responder por tudo o que fazemos aqui na vida mundana. A Sua grandeza é tão vasta e infinita, que a nós, sendo finitos, não nos é possível humanamente compreender a sua realidade.

Contrariamente, a base do ateísmo reside na rejeição da existência desse Grande Ser, e de tudo cuja realidade não é alcançada mentalmente. Portanto, os ateus rejeitam tudo o que não compreendem.

Vejamos então, qual das duas posições tem mais lógica.

As coisas ocultas que a religião exige que as pessoas creiam nelas, estão baseadas nas informações verídicas trazidas pelos profetas escolhidos por Deus, um após outro, desde Adão até ao último dos profetas – Muhammad S.A.W. – e nós não temos nenhuma razão lógica para desmentir ou rejeitar tais informações.

No ateísmo, a sua base reside na conjectura, na imaginação, na suposição.

Os ateus não possuem nenhuma prova sólida para sustentarem as suas teorias, e à medida que o tempo passa e se vão registando novas descobertas que põem em dúvidas tais teorias evolucionistas, eles vão alterando as suas teses.

Nos dias que correm, virou moda as pessoas declararem o seu agnosticismo para não serem apelidadas de atrasadas e fundamentalistas, passando assim a ser tomadas por modernas e civilizadas.

Se não conseguimos alcançar a realidade de Deus que é infinito com a nossa mente finita, tal não pode ser motivo de rejeição da Sua existência, pois há muitas coisas no Universo por Ele criadas, cujas realidades não conseguimos alcançar. Aliás, se não conseguimos ainda compreender a realidade de todas as criaturas existentes, como então, com as nossas mentes limitadas, poderemos saltar logo para o Criador Infinito, querendo compreender a Sua realidade? Será que é possível colocar as águas dos oceanos numa tigela isto é, o ilimitado no limitado?

Todos os que acreditam em Deus repetem sempre: “Deus é Grande”! Mas Deus não é só Grande. É o Maior (Allaho Akbar”, e a Sua grandeza é inimaginável pela mente humana limitada, razão pela qual foi-nos dito para repetirmos constantemente “Allaho Akbar” (Deus é Maior).

Os nossos cinco sentidos têm um alcance limitado. Por exemplo, o ouvido escuta até uma certa distância, não indo mais além. Os olhos enxergam até uma certa distância, não conseguindo ver para além dessa distância. A mente humana também tem limites na sua capacidade de raciocínio, por muito que se exercite.

Um astronauta americano diz que nas suas viagens ao espaço não conseguiu alcançar a realidade de nenhuma coisa. Porém, ver tantas estrelas bem como os seus movimentos ilimitados aumentou-lhe ainda mais o espanto.

O siso humano, para ir para além da sua capacidade, precisa da orientação da revelação divina isto é, dos profetas. O alcance da ciência mundana vai até onde o siso permite. Se alguém quiser compreender outras realidades fora disso, tal só é possível através da religião, pois o campo dos dois não é o mesmo, para se poder imaginar o choque entre eles.

Portanto, resumindo, o deus que cabe na tua mente não pode ser Deus, é uma imaginação da tua mente.

Se Deus é o Criador do teu juízo, como é que um Ser Infinito pode caber no juízo limitado e finito?

Existe uma profunda ligação e um arranjo e ordem lógicas no sistema do Universo. O Sol, a Lua as Estrelas giram sob um sistema perfeito aliás, até as partes da máquina do nosso corpo estão colocadas nos seus locais com uma perfeição total. E caso haja qualquer falha ou defeito nisso, tal afeta o funcionamento da nossa vida normal.

Tudo isso indica que Alguém com o Seu conhecimento perfeito, com prudência, criou este Universo.

Por isso, Deus pergunta-nos no Al-Qur’án, Cap. 52, Vers. 35-36:
“Ou foram eles criadores do nada? Ou são eles próprios os criadores (que criaram a si próprios)? Ou criaram os céus e a terra? Não! Mas eles não estão certos de nada”!

Será que há alguma coisa no Mundo que aparece por acaso? Uma casa bem feita e mobilada, aparece por si própria, do nada, sem alguém a construir?

Será possível que o acaso se continue a repetir com tanta perfeição durante milhões de anos? Todas as coisas no Mundo indicam que há um Criador.

Se acreditar na religião é um atraso, não há problema, mas quer parecer que os religiosos não são tão baixos, sem o mínimo de juízo para aceitarem tais disparates.

A religião não é, de forma alguma um impedimento ao progresso. Imagine-se o que seria de nós sem a religião! Não seríamos nada mais que o capim, ou o animal cujo objectivo é apenas comer, beber, e satisfazer as suas necessidades carnais, talvez até pior que os animais, como está acontecendo com os que se entregam à práticas não convencionais, e também com os que não reconhecem Deus e nem acreditam que terão que se apresentar perante Ele para a prestação de contas no Dia do Juízo Final, daí cometerem massacres e crimes horrendos.

A religião honrou e elevou o Ser Humano, colocando-o como Khalifa (Vice-Rei) de Deus na terra, enquanto que os outros reduziram-no a um simples macaco evoluído.

Continuação de um Bom Ramadhaan para todos. 

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!