quinta-feira, junho 14, 2012

A VISUALIZAÇÃO DA LUA E A IMPORTÂNCIAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 11.06.2012 

Transposto o Século XX e ainda no dealbar do Século XXI, confrontamo-nos com várias questões, todas elas novas, questões estas ligadas ao aspecto social, civil, político e científico, que nos obrigaram a operar mudanças na estrutura básica da vida, por forma a enquadrá-las em função das exigências da era atual, pois se os entendidos na matéria assim não procedessem, a vida não teria nem proveito, nem atração. Ficaria estagnada como ficaram as ideologias filosóficas antigas. 

Da mesma maneira, no aspecto religioso também surgiram muitas questões novas, mas porque Deus deu-nos através do Isslam um sistema de vida atrativo, conseguiu-se apresentar soluções positivas. E foi este aspecto do Isslam que muito contribuiu para a sua propagação. 

Para se resolverem todas as questões novas que foram surgindo no passado, nunca foi necessário alterar a estrutura básica do Isslam, porque os quatro principais imamos (guias), cada um deles ocupando o cargo de “Mujjahid”, souberam apresentar regras abrangentes à luz do Al-Qurá’n e das máximas do Profeta Muhammad, S.A.W. (Hadith), resolvendo assim de forma satisfatória os problemas do período em que cada um dos imamos viveu. 

Não há dúvidas que cada época tem os seus problemas, exigências e necessidades específicas, pelo que os muçulmanos são convidados a refletir sobre isso, por forma a apresentarem soluções, pois de contrário enfrentaremos grandes confusões, que aliadas à indevida interferência dos media, e ao atrevimento de alguns indivíduos incompetentes na matéria, tornam a situação ainda mais crítica e complicada. 

O nosso grande problema atual é a questão da Lua. Com a aproximação do sagrado mês de Ramadhán e do Eid, sempre enfrentamos divergências na questão da sua visualização, tanto aqui como em muitas partes do Mundo, o que baralha as mentes de muitos leigos na matéria, o que por sua vez leva à cisões na comunidade, celebrando o Eid em dois dias diferentes, o que para nós é deveras vergonhoso. De salientar que ninguém pode reivindicar a razão exclusivamente para si, condenando o outro, pois o Al-Qur’án e o Hadith não falam acerca do testemunho (shahádah) da visualização da Lua, do seu anúncio e das suas regras. Porém, os juristas isslâmicos que surgiram depois da época do Profeta, tanto os primeiros como os últimos, elaboraram algumas regras acerca do testemunho da visualização da Lua, que atualmente não são consideradas suficientes. Mesmo assim não se compreende por que razão o Ummat não tenta resolver de uma forma unânime esta questão tão importante da visualização da Lua. 

Quer parecer que é chegado o momento de nós, pelo menos ao nível da nossa terra – Moçambique – meditarmos sobre os meios e motivos que estão criando confusão e divergências no nosso meio, e tentamos ultrapassá-los sem preconceitos, olhando apenas para a nossa realidade. 

O Profeta Muhammad, S.A.W. somente nos ordenou que jejuássemos e celebrássemos o Eid depois de se provar a visualização da Lua, pois de contrário devíamos completar os 30 dias do calendário lunar. 

Mais tarde os juristas, cada um na sua época, elaborou algumas regras e princípios relacionados ao testemunho da visualização, cujo objectivo era garantir e eliminar quaisquer dúvidas ou suspeitas na questão da confirmação. 

Mas uma questão se coloca: o que é que obsta ao uso dos meios modernos de comunicação, se os mesmos nos podem ajudar na pesquisa e na eliminação da dúvida? 

De fato, os princípios isslâmicos são válidos e aplicáveis em todas as eras, e neles encontramos patentes as formas de resolução de todos os problemas do Mundo, tanto os atuais como os que surgirão. O que é preciso é descobri-los. 

Saliente-se que encontramos nos livros de jurisprudência isslâmica sete formas de se provar a visualização da Lua: 

1 - Testemunho (shahádah); 

2 - Testemunho sobre testemunho (shahádah alá ash-shahádah); 

3 - Aceitação de um juiz do testemunho de outro juiz (shahádah all-qadá); 

4 - Apresentação de um juiz do seu testemunho por escrito a outro juiz (kitábul qádi elal-qádi); 

5 - Confirmação da visualização da Lua por vários grupos, com base na visualização num outro local (isstifádhah); 

6 - Completar-se o mês lunar; e 

7 - O troar de canhões, isto é, as pessoas que vivem na periferia podem considerar a visualização da Lua confirmada ao ouvir o troar dos canhões anunciando a visualização da Lua. 

Se meditarmos na essência destes sete métodos e olharmos para os meios de comunicação atualmente existentes, concluiremos que a televisão, a rádio, as telecomunicações (de todos os tipos, desde as convencionais, GSM ou internet), e outros meios de comunicação, não só são aceites a nível oficial, como o seu uso é bastante necessário ao funcionamento do sistema governamental. Os mesmos meios são usados no Mundo inteiro, não apenas em conferências importantes, mas até podemos considerar que as atividades oficiais, as questões econômicas, sociais, educacionais e políticas estão dependentes desses meios de comunicação modernos. 

Portanto, nessa situação é necessário pensarmos até que ponto podemos utilizar os mesmos meios de comunicação modernos para o testemunho da visualização da Lua, e como encaixar isso nas regras elaboradas pelos juristas isslâmicos. Essa é que deve ser a função dos que se intitulam “muftis”. 

No primeiro método que é o testemunho (shahádah), a condição é que a pessoa que tenha visto a Lua testemunhe pessoalmente perante o juiz (qádi). 

Se pusermos de lado os meios de comunicação modernos, torna-se quase impossível durante a mesma noite que as testemunhas se apresentarem pessoalmente perante vários juízes, instalados em certos locais. 

Consta que como condição para a aceitação da visualização da Lua no último Eid, foi exigido à uma pessoa que a partir dos subúrbios a visualizara, que se apresentasse perante um teólogo da cidade de Maputo, a fim de testemunhar. 

Mas através dos meios de comunicação modernos como por exemplo a vídeo-conferência ou a câmara-web ligada à internet, dentro ou fora do País, as testemunhas podem facilmente atestar perante o juiz, dando-lhe as informações necessárias, incluindo a sua identidade, e em caso de dúvidas acerca dos testemunhos pode-se confirmar através do telemóvel, fax, telefone fixo, etc. 

Todavia, caso alguém rejeite esses métodos e meios de comunicação, argumentando que tais meios modernos não existiam no passado, então diremos que as regras de testemunho também não existiam no tempo do Profeta. Haverá alguma lógica por exemplo, que a televisão saudita, egípcia ou de qualquer outro país predominantemente isslâmico difunda uma notícia errada acerca de uma questão tão importante como o início ou o fim do Ramadhán, só para baralhar e confundir os muçulmanos por esse Mundo fora? 

E se supusermos que a notícia que nos chega sobre a visualização está errada, então podemos através do nosso telemóvel confirmar junto aos nossos amigos, familiares ou outras pessoas idôneas e confiadas que residem nessa zona, acerca da veracidade da notícia, pois se aceitamos esses meios de comunicação e esses instrumentos em todos os aspectos da vida, então por que razão não aceitar no questão do testemunho da visualização? 

Se alguém achar que os meios de comunicação modernos não nos dão nenhuma certeza ou que suscitam dúvidas, diremos que estas sempre existirão em todos os outros métodos, pois mesmo nos sete métodos atrás descritos, a pessoa que presta testemunho perante o juiz (qádi) também pode mentir. 

Nos outros quatro métodos de testemunho (shahádah), também se podem aplicar estes meios de comunicação. 

Gostaria de aqui lançar o meu apelo sincero às organizações isslâmicas existentes em Moçambique, e também aos teólogos, no sentido de meditarem nisto e tentarem ultrapassar este problema antes do tempo. Não se deixe isto para a última hora. Forme-se uma comissão central da Lua, pois as conspirações que estão sendo feitas contra os muçulmanos exigem que estejamos unidos, pelo que se revela necessário darmos ponto final a esta situação vergonhosa, pois ninguém de entre nós ganha com isso, antes pelo contrário, todos nós perdemos.

A IGUALDADE DO GÊNERO (Masculino e Feminino)

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad  - 04.06.2012 

No que diz respeito ao seu relacionamento com Deus, não existe, em absoluto, nenhuma diferença entre homem e mulher, pois a ambos foi prometida a mesma recompensa pela boa conduta, e o mesmo castigo para a má conduta. 

O Al-Qur’án, quando se dirige aos crentes, geralmente utiliza a expressão “homens e mulheres crentes” para enfatizar a qualidade de homem e mulher no que respeita aos seus deveres, direitos, virtudes e méritos. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 33, Vers. 35: 

Na verdade, os homens submissos e as mulheres submissas; os homens crentes e as mulheres crentes; os homens obedientes e as mulheres obedientes; os homens verdadeiros e as mulheres verdadeiras; os homens pacientes e as mulheres pacientes; os homens humildes e as mulheres humildes; os homens que dão esmola e as mulheres que dão esmola; os homens que jejuam e as mulheres que jejuam; os homens que resguardam as suas partes de vergonha e as mulheres que resguardam as suas partes de vergonha (contra atos sexuais ilícitos); os homens que se recordam constantemente de Deus e as mulheres que se recordam constantemente de Deus, para todos eles Deus preparou um perdão e uma enorme recompensa”

Este versículo do Al-Qur’án contradiz claramente algumas correntes religiosas de outras confissões, que argumentam que as mulheres não possuem alma, e que no Outro Mundo elas existirão como seres assexuados. 

O Livro Sagrado diz que as mulheres possuem alma, exatamente da mesma forma que os homens, e que entrarão no Paraíso como recompensa pela prática de boas ações. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 43, Vers. 70: 

“Entrai no Paraíso, alegremente, vós e vossas esposas”. 

E diz, no Cap. 16, Vers. 97: 

“Quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for crente, fá-lo-Emos viver uma vida feliz no Mundo, e certamente dar-lhe-Emos (na Outra Vida) a sua recompensa com o melhor daquilo que eles faziam”. 

O Al-Qur’án adverte os homens que oprimem ou maltratam as mulheres. Consta no Cap. 4, Vers. 19: 

Ó crentes! Vós estais proibidos de tomar as mulheres (dos parentes) forçosamente como herança (contra sua vontade). E não as trateis com crueldade, com intenção de receberem de volta parte do (dote) que lhes destes, exceto no caso de elas terem comprovadamente cometido adultério. Pelo contrário, convivei com elas de boa maneira. Se as odiais por qualquer motivo, é possível que odieis algo em que Deus colocou um grande bem (para vós)”. 

E diz ainda no Cap. 4, Vers. 1: 

“Ó gente! Temei o vosso Senhor que vos criou (pela primeira vez) de um só ser (Adão), e deste criou a sua esposa (Eva), e depois dos dois seres (criou e) espalhou pela Terra muitos homens e mulheres. Temei a Deus em nome de Quem vós pedis uns aos outros (os vossos direitos) e respeitai também as relações uterinas. Na verdade, Deus está-vos a vigiar”. 

Numa forma muito bela, o Al-Qur’án enfatiza a unidade essencial de homens e mulheres ao dizer no Cap. 2, Vers. 187: 

“Elas (as vossas esposas) são vestuário para vós, e vós sois vestuário para elas”

Assim como o vestuário esconde a nossa nudez, também o esposo e a esposas fazem o mesmo entre si, pois ao se casarem asseguram a castidade um do outro. O vestuário proporciona conforto ao corpo, da mesma forma que o marido encontra conforto junto à esposa, e esta também encontra conforto junto do seu homem. O vestuário é uma graça e beleza do corpo à semelhança das esposas em relação aos seus maridos, e vice-versa. 

O Isslam não considera a mulher um “instrumento do Diabo”, pelo contrário, o Al-Qur’án chama-a por “Muh’sanah” (uma fortaleza contra Satanás) porque uma boa mulher, ao se casar com um homem, ajuda-o a manter-se no caminho da retidão na sua vida. Por isso, o Profeta Muhammad, S.A.W. encoraja o casamento e considera-o um ato muito virtuoso. Ele disse: “Quando o homem se casa, completa uma metade da sua religião”. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 30, Vers. 21: 

“E, de entre os Seus sinais está o de Ele ter criado para vós esposas, da vossa espécie, para encontrardes tranquilidade nelas. E Ele criou amor e compaixão entre vós. Realmente, em tudo isto há sinais para um povo que reflete”. 

O Profeta elogiou as mulheres virtuosas ao dizer: “O Mundo e tudo o que nele existe é precioso, mas a coisa mais preciosa no Mundo é uma mulher virtuosa”. 

Uma ocasião, dirigindo-se a Umar (R.T.A) disse: “Não queres que te informe sobre o melhor tesouro que o homem pode acumular? É a esposa virtuosa que lhe agrada sempre que olha para ela, e que se preserva a si própria quando ele está ausente”. 

Numa outra ocasião o Profeta Muhammad S.A.W. disse: “A melhor riqueza que um homem pode ter, é uma língua que constantemente se recorda de Deus, um coração grato, e uma mulher crente que o ajude na preservação da sua fé”. 

E disse também: “O Mundo inteiro é uma comodidade, e a melhor comodidade do Mundo é uma mulher virtuosa”. 

Antes do ressurgimento do Isslam as pessoas tratavam mal as suas esposas. Tratavam-nas pior que aos animais. O Profeta S.A.W. proibiu todo o tipo de crueldade contra elas, ensinou a bondade para com elas e disse: “Temei a Deus no que respeita às mulheres” e “O melhor de entre vós é quem melhor trata a sua esposa”. 

E recomendou que: “O crente não deve odiar a sua esposa, pois caso não esteja satisfeito com alguma má qualidade nela, deve procurar ficar satisfeito com alguma outra boa qualidade que ela possa ter”. 

E disse: “Quanto mais bondoso e polido for o crente para com a sua esposa, mais perfeita será a sua fé”. 

No Isslam a mulher é uma personalidade completamente independente. Ela pode celebrar contratos ou negócios em seu próprio nome, pode herdar como mãe, como esposa, como irmã, ou como filha, e goza de total liberdade na escolha de marido. 

A mulher como mãe, está na dianteira na deferência que o Isslam lhe confere, ao ponto de o Profeta Muhammad, S.A.W. dizer que o Paraíso está debaixo dos pés da mãe, e que os direitos desta estão três vezes acima dos direitos do pai”. 

A ideia predominante nos ensinamentos do Isslam relativamente à mulher e ao homem é de que os cônjuges devem ser parceiros fiéis um ao outro, fazendo da sua casa um local feliz, aprazível e próspero, devendo cuidar dos interesses um do outro, e também dos interesses dos filhos. 

O Isslam tomou em conta a postura física do homem e da mulher, pelo que incumbiu ao homem os trabalhos mais pesados, e fê-lo responsável pela subsistência da família. À mulher, incumbiu a gestão da casa, a criação e os cuidados devidos aos filhos, algo que tem uma grande importância na edificação de uma sociedade próspera e saudável. 

É um facto que uma boa administração dentro de casa é quase impossível sem uma política comum aos dois cônjuges, pelo que o Isslam defende que o homem, como chefe de família, em assuntos respeitantes à família deve consultar a sua esposa, abstendo-se de ser autoritário e de abusar da sua qualidade de homem para injuriar a sua companheira. Qualquer transgressão a este princípio incorre-se no risco de danos no que respeita aos favores de Deus, pois sua esposa não é sua subordinada mas sim a rainha da sua casa. 

Contrariamente a estes belos ensinamentos e em nome de uma pretensa liberdade, vemos noutras culturas a exploração do corpo da mulher, privando-a da sua honra, e degradando a sua alma.

 Ai então perguntamos? Se você conhece algum muçulmano que maltrata mulheres (mãe, esposa, filha, primas, cunhadas, vizinhas etc) a culpa é da religião islâmica ou do mau comportamento dessa criatura de Allah SW?  Que Allah SW tenha piedade de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza a vida eterna. Amin... (Nota Hajj Hamzah Abdullah)

domingo, junho 10, 2012

Sahaba - 60‏- Ramla bint Abi Sufyan

Bismillah!
Ramla bint Abi Sufyan
A Umm Habiba foi aquela que amou a Deus e ao Seu Mensageiro mais do que qualquer coisa no mundo, e temia voltar ao paganismo mais do que uma pessoa teme ser queimada viva.

Nunca ocorrera ao Abu Sufyan b. Háris que alguém do Coraix pudesse negar-lhe a autoridade, ou agir contrariamente aos seus desejos em questões sérias. Ele era o inconteste mestre de Makka, e era reconhecido por todos que ele deveria ser o líder.

Porém, sua filha Ramla, que tinha o matronímico de Umm Habiba, fez arrefecer as ilusões dele quanto àquela sua autoridade, ao repudiar os deuses do seu pai, e aceitar, juntamente com o seu marido, o Ubaidullah b. Jahch, a crença tão-somente em Deus, nada associando a Ele, e na missão do Seu Profeta, o Mohammad b. Abdullah (SAAS).

Abu Sufyan tentou usar todo o seu poder para forçar sua filha e o marido dela a voltarem para o seu culto ancestral. Contudo, fracassou nos seus esforços, porquanto a convicção de fé estava tão profundamente enraizada no coração da Ramla, para ser extirpada pelas invectivas de Abu Sufyan, e estava mui firmemente estagnada para ser abalada pela ira dele. Abu Sufyan ficou tomado de tristeza por causa da acitação da sua filha quanto ao Islam. Ele não sabia como iria ser capaz de comandar o Coraix depois de ter falhado em fazer com que sua própria filha se submetesse à sua vontade, ou de ter evitado que ela seguisse a religião de Mohammad (SAAS).

Quando os coraixitas souberam que o Abu Sufyan estava com raiva da sua filha e do marido dela, puseram-se a agir impetuosamente contra o casal, fustigando-os e perseguindo-os, até que os cônjuges se viram numa situação intolerável em Makka. Então, quando o Profeta (SAAS) anunciou a sua decisão de permitir que alguns dos muçulmanos emigrassem para a Abissínia, a Ramla b. Abi Sufyan, sua filhinha Habiba e o seu marido, o Ubaidullah b. Jahch, estiveram entre os primeiros que abandonaram tudo o que possuíam, a fim de estarem livres para cultuar a Deus, fugindo para a proteção do Najachi, nada levando, a não ser suas crenças.

O Abu Sufyan b. Háris e os seus camaradas, chefes do Coraix, não se conformavam com o fato de que alguns dos muçulmanos haviam escapado da tirania deles e estivessem gozando de conforto e segurança, na Abissínia. Então o Abu Sufyan e sua corte enviaram agentes para Al Najachi, com o fito de o porem contra os muçulmanos, para que ele os entregasse de volta aos líderes de Makka. Os enviados disseram para Al Najachi que os muçulmanos, a quem ele estava a proteger, procuravam insuflar idéias desrespeitosas e insultantes acerca de Jesus e sua mãe, Maria.

Al Najachi mandou chamar os líderes dos muçulmanos emigrados, e perguntou-lhes o que tinham a dizer sobre Jesus, o filho de Maria, e sua mãe. Ele pediu que eles lhe recitassem alguma coisa do Alcorão que havia sido revelado para o profeta deles, Mohammad (SAAS). Quando eles o puseram a par dos ensinamentos do Islam, e lhe recitaram alguns versículos do Alcorão, ele ficou tão comovido, que chorou, e disse:

“Isso que tem sido revelado para o vosso Profeta, Mohammad, e aquilo que foi trazido por Jesus, o filho de Maria, são luzes que vêm da mesma fonte!”

Depois ele declarou sua crença num só Deus, sem ninguém associado a Ele, bem como sua crença na missão do Profeta Mohammad (SAAS). Declarou ainda a sua proteção formal a qualquer muçulmano que escolhesse imigrar para o seu país, a despeito do fato de que os seus bispos se recusassem a aceitar o Islam com ele, e insistissem em permanecer cristãos.

Depois de uma longa e difícil porfia, a Umm Habiba pensou que os novos acontecimentos fossem tornar a vida mais fácil para ela. Achava que tinha chegado a um final feliz de uma amarga jornada, mas não tinha como saber que as suas atribulações estavam apenas começando.

Deus, na Sua profunda e imperscrutável sabedoria, quis que a Umm Habiba passasse por um teste que poderia privar mesmo o mais equilibrado dos homens da sua sanidade mental. Tão-somente Ele sabia que ela iria sair-se do teste com singular sucesso.

Uma noite, a Umm Habiba foi dormir e sonhou que via seu marido, o Ubaidullah b. Jahch, caindo num mar revolto, e enegrecido por pesadas nuvens escuras, e que estava em perigo de morte. Acordou tremendo e horrorizada, mas não querendo contar para o seu marido ou para ninguém o que a assustara tão seriamente.

O significado do sonho tornou-se patente no dia seguinte, quando o Ubaidullah declarou sua rejeição ao Islam e optou por tornar-se cristão. Logo, logo, ele começou a freqüentar as tabernas e a beber quanto podia do vinho maléfico, como se fosse um saco sem fundo. Por fim, ele a intimou com um derradeiro choque, dizendo-lhe que ou ela se tornava cristã, ou ele se divorciaria dela.

A Umm Habiba viu que estava cara a cara com três escolhas, nenhuma das quais fáceis de ser feita. Poderia ceder ao seu marido, que era persistente na sua demanda de que ela se tornasse cristã. Como apóstata, ela iria trazer desgraças sobre si mesma, neste mundo, e castigo no Outro. Não, não poderia fazer aquilo, mesmo que suas carnes lhe fossem arrancadas do corpo com um rastelo de ferro.

Ou ela poderia voltar para a casa do pai, em Makka, onde iria viver em abusiva degradação, por causa das suas crenças religiosas.

Ou poderia permanecer na Abissínia, só e ultrajada, sem família nem protetor.

Por fim, deu-se à escolha que era a mais prazerosa aos olhos do Todo-Poderoso Deus, e que ela realmente preferia. Escolheu ficar na Abissínia até que Deus achasse para ela uma saída para o seu transe.

A Umm Habiba viu que não teve de esperar muito, pois sua sorte apareceu logo após o seu idda1, depois do divórcio do seu marido, que, de qualquer modo, não viveu por muito tempo. Inesperadamente, como uma ave do paraíso que tivesse pousado no telhado da casa dela, bateram à sua porta.

Na luz brilhante das primeiras horas da manhã, a Umm Habiba abriu a porta, e lá estava a Abraha, uma das criadas da corte de Al Najachi, o imperador da Abissínia. Saudando-a calorosamente, pediu permissão para entrar, e disse para a Umm Habiba:

“O rei te envia seus cumprimentos e este recado: que Mohammad, o Mensageiro de Deus (SAAS) pede a tua mão em casamento. Ele enviou uma carta para o rei autorizando-o a ser o seu representante na cerimônia matrimonial, assim que tu poderás escolher alguém para te representar.”

A Umm Habiba ficou hilariante além da conta, e exclamou:

“Que Deus algum dia te dê uma boa notícia como esta!” Como não tinha nenhum dinheiro para dar à Abraha, para expressar sua gratidão por ter-lhe levado tão boa notícia, ela começou a se defazer das suas jóias. Primeiro tirou seus braceletes e suas tornozeleiras, e os deu à Abraha, depois adicionou àquilo seus anéis e brincos. Naquela altura, se ela possuísse todos os tesouros da terra, ela os teria dado de presente para a garota. Por fim, a Umm Habiba disse:

“Aponto como meu representante a Khalid b. Saíd b. al As, pois ele me é o mais achegado.”


O contrato matrimonial foi finalmente assinado no palácio de Al Najachi. Naquele palácio, situado num monte com árvores frondosas, com a frente dando para o verdejante inteiror da Abissínia, encontraram-se os mais eminentes dos Companheiros que residiam naquele país. Liderando a delegação estavam o Jafar b. Abi Tálib, o Khalid b. Saíd b. al As e o Abdullah b. Huzafa al Sahmi. Eles se encontraram com Al Najachi num dos seus espaçosos saguãos que eram decorados com brilhantes mosaicos, iluminados por cintilantes lanternas de bronze, e acarpetados como esplêndidos tapetes. Em meio àquela nobre assembléia, Al Najachi deu um passo à frente e se dirigiu a eles como se segue:

“Louvado seja Deus, o Sacratíssimo, Aquele que concede segurança, o Poderoso. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é o Seu servo e mensageiro, e que é aquele cuja vinda foi profetizada por Jesus, o filho de Maria.

“O Mensageiro de Deus (SAAS) pediu-me que contratuasse um casamento entre ele e a Umm Habiba b. Sufyan, e estou a obedecer-lhe o pedido e, por ele, estou oferecendo um dote de quatrocentos dinars de ouro. Realizo esta cerimônia matrimonial de acordo com a lei de Deus e do Seu Mensageiro.”
Então ele colocou as moedas de ouro perante o Khalid b. Saíd b. al As. Este se pôs de pé, e disse:

“Louvado seja Deus a Quem dou graças, de Quem busco perdão, e a Quem me volto em arrependimento. Presto testemunho de que Mohammad é o Seu servo e mensageiro, e que Ele enviou a Mohammad com a diretriz religiosa e a verdade, que a sua deverá ser a melhor e a mais forte religião, embora os seus inimigos digam o cantrário.

“Estou a satisfazer o pedido do Mensageiro de Deus, ao dar-lhe em casamento a minha afiançada, a Umm Habiba bint Abi Sufyan. Que Deus abençoe a esposa do Seu Mensageiro. E que Deus conceda a ela felicidade na sua boa sorte, a qual Ele ocasionou a ela!”

Depois ele recolheu o dote e deu-o a ela, e seus companheiros se levantaram para irem embora, mas Al Najachi lhes pediu:

Sentai-vos, pois a norma que nos foi ensinada por todos os profetas é a de que se dê um banquete quando acontece um casamento!” Ele ordenou que fossem levadas as comidas e, depois que todos comeram, eles partiram.

O resto da estória está contida nos livros de história, como foi relatado pela própria Umm Habiba. Ela disse:

Quando o dote me foi entregue, eu mandei que fossem dadas cinqüenta medidas dele para a Abraha, juntamente com uma mensagem que enviei a ela dizendo que lhe dera aquele modesto presente, quando ela me levou a notícia da proposta do Profeta (SAAS), porque eu não tinha dinheiro. Pouco depois a Abraha foi me visitar, e me deu de volta o ouro. Levou também uma caixinha contendo as jóias de prata que eu lhe havia dado, deu-as de volta para mim, dizendo:

‘O rei não quer que eu receba nenhuma recompensa de ti. Ele ordenou também que as mulheres da sua domesticidade te enviem todos os seus perfumes, para que te possas adornar adequadamente, como deve fazer uma noiva.’
“No dia seguinte ela me visitou de novo, dessa vez levando consigo açafrão, sândalo e âmbar–cinzento, e disse:
“‘Tenho um pedido a te fazer.’
“Perguntei-lhe o que poderia ser, e ela disse:
“‘Eu aceitei o Islam, e agora sigo a religião de Mohammad (SAAS); portanto, transmite minhas saudações ao Profeta, e dize-lhe que eu creio em Deus e no Seu Mensageiro. Por favor, não te esqueças!’
“Depois ela me ajudou a fazer as malas e a me vestir para a viagem; e eu fui levada para o Mensageiro de Deus (SAAS), em Madina. Quando eu contei a ele acerca dos trâmites, sobre o que se havia passado entre a Abraha e mim, e de como ela lhe enviava os respeitos, ele ficou jubiloso, e disse:
“‘E que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam com ela, também!’”

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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!
Mohamad ziad -محمد زياد

Os Muçulmanos Amam Jesus!

Você que mora no sul do Brasil visite o site: www.islamboy.com.br
duvidas/ informações: info@islamismo.org

quinta-feira, junho 07, 2012

OS INÚMEROS BENEFÍCIOS PELO CUMPRIMENTO DA RELIGIÃO- Terceira e última parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 
 
Continuação do tema referente aos seis dos milhares benefícios que foram referidos pelo Maulana Umar Palanpuri (Rahmatulahi Aleihi), (que Allah tenha Misericórdia dele e lhe conceda o paraíso). Allah Subhana Wataala os concederá aqueles que forem cumpridores assíduos dos Seus Mandamentos:
1) A tranquilidade;
2) a vida pura;
3) a Baraka – a abundância: 
4) o amor de outras pessoas;
5) a aceitação das preces e
6) o ficar conhecido entre os anjos.

A aceitação das preces, constituirá o quinto benefício. O crente sabe que só pode dirigir as suas preces a Deus, o Criador de todas as coisas. “Adorai a Deus e não Lhe atribuais parceiros…” Cur’ane 4:36. É de bom carácter e não se cansa de pedir a Deus para preencher as suas necessidades. Na generalidade, as suas preces são aceites, porque pede a Deus só aquilo que é permitido e bom para ele. Ó Allah, aceitai as preces de todos os que são submissos a Ti! “Rabbaná Wuatakabbal duãiSenhor nosso, aceitai a nossa prece”. Surat Ibrahim 14:40. Pede que a sua família siga sempre o caminho da verdade e não a da perdição. Yá Hadi Hehdina Siratal Mustaquim. Pede provisão para ele, para a família e para os necessitados.
 
Pede saúde para que possa ter forças para ajudar os que sofrem com a falta dela. É paciente, sabe que se Deus não lhe dar aqui neste mundo, é porque não será bom para ele. Obtém o essencial para viver e para dar aos outros. Apesar de realizar acções destinadas aos residentes do paraíso, tem consciência que é um ser humano e está sempre sujeito a tentações. De um momento para o outro e mesmo às portas da morte, pode ser tentado e morrer descrente. Por isso pede humildemente a Deus para que lhe faça morrer muçulmano (submisso a Ele). “’Ó Criador dos céus e da terra. Tu és o meu Protector neste mundo e no outro. Faz com que eu morra muçulmano (submisso a Ti) e junta-me aos virtuosos”. Surat Yussuf: 101. E a prece que mais recita é: “Rabbaná átina, fi ddunia, hassanatan, wuafil áhirati hassanatan wuaquiná ázabal nnari” “Nosso Senhor, conceda-nos o bem neste mundo e no akhirat (vida futura) e salve-nos dos castigos do fogo (do inferno)”. Cur’ane 2:201.

Por ser um pessoa temente e cumpridor dos mandamentos de Deus e ter aceite as claras evidências das palavras do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), beneficiará do sexto benefício, ficando conhecido entre os anjos. Abu Huraira (Radiyalahu anhu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: Os anjos continuam a pedir o perdão de Deus para os que estão nos seus mussalah, dizendo: “Ó Deus! Seja Misericordioso com ele”. Bukhari. Nos dias de Juma, às portas das Mesquitas, os anjos apontam os nomes das pessoas que vão chegando para a oração. Pelas horas e ordens de chegada, terão recompensas, respectivamente, como se tivessem sacrificado um camelo, uma vaca, um carneiro, uma galinha, ou um ovo. O crente não expõe na casa, quaisquer imagens. “Os anjos não entram nas casa onde existam imagens”. Para ficar na companhia dos anjos, quando entra em casa, cumprimenta a família, dizendo em voz alta: “Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu” e recita o surat Iklas e pede bênçãos para o Profeta (Salalahu Aleihu Wassalam). Esta forma de saudação é utilizada, mesmo que não esteja ninguém em casa. “… e Quando entrardes numa casa, cumprimentai-vos mutuamente, com uma saudação bendita e cordial, com referencia a Deus….” Cur’ane 24:61.
 
Ao visitar um irmão de fé, o crente será saudado por um anjo. Abu Huraira, Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: Um homem que se dirige a um outro povoado para visitar o seu irmão, pelo amor a Deus que os une, no seu regresso, Deus lhe envia um anjo para lhe dizer: “ Deus te ama, tal como amas outro, por amor a Ele”. Muslim. Quando chega a hora das orações, Israil (Aleihi Salam), o anjo da morte, vê quem efectua as orações. A prática regular das orações, permite a Israil ficar familiarizado com o crente. Este conhecimento irá beneficiá-lo na altura da morte, porque é o momento em que o sheitane procura desviar a atenção das pessoas e muitas morrem sem pronunciar a chaada- LA ILAHA – ILLA LLAH. Assim, Israil irá afastar o sheitan, permitindo o crente pronunciar a palavra chave para o paraíso.
 
Ó Tu, mais Misericordioso dos que mostram a misericórdia, peço-Te que recompenses com o Paraíso, todos os piedosos que nos deixaram ensinamentos, nos quais inspiramo-nos para aumentar a nossa fé e o nosso carácter. Para Ti será o nosso retorno. Amin.
 
“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil
hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
 
Votos de um bom dia de Juma.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
07/06/2012

segunda-feira, junho 04, 2012

Sete Perguntas Comuns sobre o Islam

Bismi Lahi Arahmani Rahim! Queridos Irmão e Caríssimos leitores,

Temos recebido alguns comentários em nosso blogger de estudantes que recorre aos sites islâmicos para fazer seu trabalhos escolares. Ficamos bastante felizes com isso, uma vez que graças a Allah SW alguns iniciam sua fé islâmica exatamente na execução desses trabalhos. Jesus (AS) diz no Evangelho de João 8:32:" E conhecereis a verdade e a verdade vos Libertará". O Profeta Muhammad (SAAS) disse: "Caberá a todos os crentes (homens e mulheres) buscarem o conhecimento até o final de suas vidas". Façam bom uso dos nossos sites. E o que não encontrarem nos passe um e-mail (hamzaabdullah357@hotmail.com), que vamos correr atrás e procurar sanar todas as suas dúvidas. 

Como um dos principais questionamento é O que é o Islam? O que é Muçulmano? Hoje passamos um excelente artigo dividindo esses questionamentos em 7 (sete) perguntas. Isso com certeza irá facilitar o entendimento. Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu (Que a paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam convosco).

1. O que é Islam?

Islam é o nome da religião, ou mais adequadamente do “modo de vida”, que Deus (Allah) revelou e que foi praticado por todos os Profetas e Mensageiros de Deus enviados para a humanidade. Até o nome se destaca como único entre as outras religiões na medida em que significa um estado de ser; não se refere a qualquer pessoa em particular, como Cristianismo, Budismo ou Zoroastrismo; uma tribo como Judaísmo ou uma nação como Hinduísmo. A palavra raiz árabe da qual Islã é derivada implica paz, segurança, saudação, proteção, irrepreensibilidade, salubridade, submissão, aceitação, rendição e salvação. Islã significa especificamente estar em estado de submissão a Deus, adorando somente a Ele e aceitando e obedecendo reverentemente Sua Lei. Através dessa submissão, são alcançados a paz, a segurança e o bem-estar completos implícitos em seu significado literal. Conseqüentemente, um muçulmano ou muçulmana é uma pessoa nesse estado de submissão. O Islã de uma pessoa enfraquece através de pecados, ignorância e transgressão e se torna nulo em sua totalidade pela associação de parceiros com Deus ou descrença Nele.

2. Quem são os Muçulmanos?

A palavra árabe “muçulmano” significa literalmente “alguém que está em estado de Islã (submissão à vontade e lei de Deus)”. A mensagem do Islã é para o mundo inteiro, e qualquer um que aceite essa mensagem se torna um muçulmano. Algumas pessoas acreditam equivocadamente que o Islã é apenas uma religião para árabes, mas nada poderia estar mais distante da verdade. Na verdade, mais de 80% dos muçulmanos do mundo não são árabes! Embora a maioria dos árabes seja muçulmano, existem árabes que são cristãos, judeus e ateus. Se dermos uma olhada nos vários povos que vivem no Mundo Muçulmano - da Nigéria a Bósnia e do Marrocos a Indonésia - é fácil ver que os muçulmanos vêm de raças, grupos étnicos, culturas e nacionalidades diferentes. O Islã sempre foi uma mensagem universal para todos os povos. Isso pode ser constatado pelo fato de que alguns dos primeiros companheiros do Profeta Muhammad não eram somente árabes, mas também persas, africanos e romanos bizantinos. Ser muçulmano implica aceitação completa e obediência ativa nos ensinamentos e leis revelados de Deus, o Exaltado. Um muçulmano é uma pessoa que aceita livremente basear suas crenças, valores e fé na vontade de Deus Todo-Poderoso. No passado, mesmo que não seja tão comum hoje em dia, a palavra “maometanos” era usada com frequência como rótulo para muçulmanos. Esse rótulo é incorreto e é resultado de distorção intencional ou pura ignorância. Uma das razões para a concepção errônea é que os europeus foram ensinados por séculos que os muçulmanos adoravam o Profeta Muhammad da mesma forma que os cristãos adoram Jesus. Isso não é verdade, uma vez que não é considerado muçulmano aquele que adora alguém ou algo ao lado de Deus, o Exaltado. 

Exemplo disso foi quando o Profeta Muhammad (SAAS) morreu algumas pessoas se desesperaram e tentaram reverenciá-lo de forma blasfêmica. Então seu fiel companheiro e Primeiro Califa (Sucessor) Abu Bakr, chamou-lhes a atenção e disse: "Adoradores de Muhammad, Muhammad está morto, Adoradores de Allah (Deus), Allah (Deus) vive e jamais morrerá".).

3. Quem é Allah?

Com freqüência ouve-se a palavra árabe “Allah” sendo usada em discussões relacionadas ao Islã. A palavra “Allah” é simplesmente a palavra árabe para Deus Todo-Poderoso e é a mesma palavra usada por muçulmanos, cristãos e judeus que falam árabe. De fato, a palavra Allah estava em uso muito antes de a palavra Deus passar a existir, uma vez que o português é uma língua relativamente nova. Se pegarmos uma tradução árabe da Bíblia, veremos a palavra “Allah” sendo usada onde a palavra “Deus” é usada em português. Por exemplo, cristãos que falam árabe dizem que Jesus é, de acordo com sua crença, o Filho de Allah. Além disso, a palavra árabe para o Todo-Poderoso, “Allah”, é muito semelhante à palavra para Deus em outros idiomas semitas. Por exemplo, a palavra hebraica para Deus é “Elah”. Por várias razões, alguns não-muçulmanos equivocadamente acreditam que os muçulmanos adoram um Deus diferente do Deus de Moisés e Abraão e Jesus. Esse com certeza não é o caso, uma vez que o monoteísmo puro do Islã conclama todas as pessoas a adorarem o Deus de Noé, Abraão, Moisés, Jesus e todos os outros profetas, que a paz esteja sobre eles.

4. Quem é Muhammad?

O último e final profeta que Deus enviou para a humanidade foi o Profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele. Com a idade de quarenta anos, ele recebeu a revelação de Deus. Ele então passou o resto de sua vida explicando e vivenciando os ensinamentos do Islã, a religião que Deus lhe revelou. O Profeta Muhammad é o maior de todos os profetas por muitas razões, mas basicamente porque foi escolhido por Deus para ser o último profeta – cuja missão para guiar a humanidade continuaria até o Último Dia – e porque foi enviado como misericórdia para toda a humanidade. O resultado de sua missão trouxe mais pessoas à crença pura em um Deus Único do que qualquer outro profeta. Desde o início dos tempos, Deus enviou profetas para a terra, cada um para sua nação específica. O Profeta Muhammad, entretanto, foi enviado como mensageiro final para toda a humanidade.

Mesmo que outras comunidades religiosas reivindiquem acreditar em um Deus Único, com o passar do tempo algumas idéias corrompidas entraram em suas crenças e práticas, afastando-as do monoteísmo puro e sincero dos profetas. Algumas adotaram seus profetas e santos como intercessores junto a Deus Todo-Poderoso. Algumas até acreditaram que seus profetas eram manifestações de Deus ou “Deus Encarnado” ou o “Filho de Deus”. Todas essas concepções errôneas levam à adoração de seres criados ao invés do Criador e contribuíram para a prática idólatra de acreditar que Deus Todo-Poderoso pode ser abordado através de intermediários. De modo a prevenir essas falsidades, o Profeta Muhammad sempre enfatizava que era somente um ser humano com a missão de pregar e obedecer a mensagem de Deus. Ele ensinou os muçulmanos a se referirem a ele como “o mensageiro e servo de Deus”. Através de sua vida e ensinamentos, Deus fez de Muhammad o exemplo perfeito para todas as pessoas – ele foi o profeta exemplar, estadista, líder militar, governante, professor, vizinho, marido, pai e amigo. Ao contrário de outros profetas e mensageiros, o Profeta Muhammad viveu à luz plena da história e todos os seus ditos e atos foram meticulosamente registrados e coletados. Os muçulmanos não precisam ter mera “fé” que ele existiu, ou que seus ensinamentos estão preservados – eles sabem disso como fato. Deus Se encarregou de proteger a mensagem revelada a Muhammad da distorção ou de ser esquecida ou perdida. Isso foi necessário porque Deus prometeu que Muhammad era o mensageiro final para a humanidade. Todos os mensageiros de Deus pregaram a mensagem do Islã – ou seja, submissão à lei de Deus e a adoração somente de Deus – mas Muhammad é o último profeta do Islã que trouxe a mensagem final e completa que nunca será mudada até o Último Dia.

5. Quais são os ensinamentos do Islam?

A base da fé islâmica é a crença no monoteísmo absoluto (a Unicidade de Deus). Isso significa acreditar que existe somente um Criador e Sustentador de tudo no Universo e que nada é divino ou merecedor de ser adorado exceto Ele. Na verdade, acreditar na Unicidade de Deus significa muito mais que simplesmente acreditar que existe “Um Deus” – em oposição a dois, três ou quatro. Existem várias religiões que reivindicam crença em um “Deus Único” e acreditam que existe apenas um Criador e Sustentador do Universo, mas o verdadeiro monoteísmo é acreditar que somente a Verdadeira Deidade é para ser adorada, de acordo com a revelação que Ele enviou para Seu mensageiro. O Islã também rejeita o uso de todos os intermediários entre Deus e o homem e insiste que as pessoas se aproximem de Deus diretamente e reservem toda a adoração somente para Ele. Os muçulmanos acreditam que Deus Todo-Poderoso é Compassivo, Amoroso e Misericordioso.

Um equívoco comum é a alegação de que Deus não pode perdoar Suas criaturas diretamente. Ao enfatizar demais o fardo e a punição do pecado, assim como alegar que Deus não pode perdoar os humanos diretamente, as pessoas se desesperam da Misericórdia de Deus. Uma vez que se convencem de que não podem se aproximar de Deus diretamente, se voltam para falsos deuses em busca de ajuda, como heróis, líderes políticos, salvadores, santos e anjos. Com freqüência descobrimos que as pessoas que adoram, oram ou buscam intercessão dessas falsas deidades, não as consideram como um “deus”. Alegam crer em um Deus Único Supremo, mas que oram e adoram outros ao lado de Deus somente para ficarem mais próximas Dele. No Islã existe uma distinção clara entre o Criador e o criado. Não existe ambigüidade ou mistério em questões de divindade: qualquer coisa criada não merece ser adorada; somente Allah, o Criador, é merecedor de ser adorado. Algumas religiões crêem falsamente que Deus se tornou parte de Sua criação, e que deixou as pessoas acreditarem que podem adorar algo criado para alcançar seu Criador.

Os muçulmanos acreditam que embora Deus seja Único e Exaltado além de compreensão especulativa, Ele definitivamente não tem parceiros, associados, iguais, antagonistas ou descendência. De acordo com a crença islâmica, Allah “não gerou e nem foi gerado” – seja literal, alegórica, metafórica, física ou metafisicamente. Ele é absolutamente Único e Eterno. Está em controle de tudo e é perfeitamente capaz de conceder Sua misericórdia e perdão infinitos a quem Ele escolher. Por isso Allah também é chamado o Todo-Poderoso e Misericordiosíssimo. Allah criou o universo para o homem e como tal quer o melhor para todos os seres humanos. Os muçulmanos vêem tudo no universo como sinal da criação e benevolência do Deus Todo-Poderoso. E a crença na unicidade de Allah não é um conceito meramente metafísico. É uma crença dinâmica que afeta a visão de humanidade, sociedade e todos os aspectos da vida prática. Como um corolário lógico para a crença islâmica na unicidade de Allah, existe a crença na unicidade da humanidade.

6. O que é o Alcorão?

O Alcorão é a revelação final de Allah para toda a humanidade, que foi pronunciado por Allah o Exaltado e transmitido através do arcanjo Gabriel em árabe ao Profeta Muhammad em palavra e significado. O Alcorão foi então retransmitido aos companheiros do Profeta e eles diligentemente o memorizaram palavra por palavra e meticulosamente o compilaram em forma escrita. O Alcorão Sagrado tem sido recitado continuamente pelos companheiros do Profeta e seus sucessores até o dia presente. Em resumo, o Alcorão é o livro revelado de escritura divina de Allah para toda a humanidade, para sua orientação e salvação.

Hoje o Alcorão continua a ser memorizado e ensinado por milhões de pessoas. A língua do Alcorão, o árabe, continua a ser uma língua viva para milhões de pessoas. Ao contrário das escrituras de algumas religiões, o Alcorão continua a ser lido em sua língua original por milhões de pessoas. O Alcorão é um milagre vivo na língua árabe e é conhecido por seu estilo, forma e impacto espiritual inimitáveis, assim como o conhecimento único que contém. O Alcorão foi revelado em uma série de revelações ao profeta Muhammad ao longo de 23 anos. Em contraste aos livros de muitas outras religiões, sempre se acreditou que o Alcorão era a Palavra exata de Allah. O Alcorão foi recitado publicamente perante comunidades muçulmanas e não-muçulmanas durante a vida do profeta Muhammad e após sua morte. O Alcorão inteiro também foi completamente registrado durante a vida do profeta e vários companheiros dele memorizaram o Alcorão palavra por palavra como foi revelado. O Alcorão sempre esteve nas mãos de crentes comuns; sempre foi considerado a palavra de Deus e devido à memorização propagada, foi perfeitamente preservado. Nenhuma parte dele foi alterada ou decretada por qualquer concílio religioso. Os ensinamentos do Alcorão compreendem uma escritura universal dirigida para toda a humanidade e não para uma tribo em particular ou “povo escolhido”. A mensagem que ele traz não é nova e sim a mesma de todos os profetas: “submeter-se a Deus Todo-Poderoso e adorar somente a Ele, seguindo os mensageiros de Allah para o sucesso nessa vida e salvação na vida futura”. Dessa forma, a revelação de Allah no Alcorão foca em ensinar aos seres humanos a importância de acreditar na Unicidade de Deus e de enquadrar suas vidas com base na orientação que Ele enviou, que é articulada na Lei Islâmica. O Alcorão contém histórias dos profetas anteriores, como Abraão, Noé, Moisés e Jesus, que a paz esteja sobre todos eles, e também muitos mandamentos e proibições de Deus. Nos dias atuais, em que tantas pessoas são presas da dúvida, desespero espiritual e alienação social e política, os ensinamentos corânicos oferecem soluções para o vazio de nossas vidas e a desordem que domina o mundo hoje.

7. Como os muçulmanos vêem a natureza do homem, o propósito da vida e a vida futura?

No Alcorão Sagrado Allah ensina os seres humanos que foram criados para glorificá-Lo e adorá-Lo e que a base de toda adoração verdadeira é a consciência de Deus. Todas as criaturas de Allah O adoram naturalmente e somente os humanos têm o livre arbítrio para adorar Allah como seu Criador ou rejeitá-Lo. Esse é um grande teste, mas também uma grande honra. Uma vez que os ensinamentos do Islã abrangem todos os aspectos da vida e da ética, a consciência de Deus é encorajada em todos os assuntos humanos. O Islã deixa claro que todos os atos humanos são atos de adoração se forem feitos somente para agradar a Deus e de acordo com Sua Escritura e Lei Divinas. Dessa forma, a adoração no Islã não está limitada a rituais religiosos e por essa razão é mais adequadamente conhecida como um “modo de vida” do que uma religião. Os ensinamentos do Islã agem como misericórdia e cura para a alma humana e qualidades como humildade, sinceridade, paciência e caridade são fortemente encorajadas. Além disso, o Islam condena o orgulho e o auto-elogio, já que Deus Todo-Poderoso é o único juiz da virtude humana.

A visão islâmica da natureza do homem também é realista e bem equilibrada na medida em que seres humanos não são vistos como inerentemente pecadores, mas com capacidade igual para o bem e o mal; cabe a eles escolher. O Islã também ensina que a fé e a ação devem andar de mãos dadas. Deus deu às pessoas o livre arbítrio e a medida da fé são os atos e ações. Entretanto, como os seres humanos foram criados fracos e regularmente caem em pecado, precisam buscar orientação e arrependimento continuamente, o que é também, por si só, uma forma de adoração amada por Allah. Essa é a natureza do ser humano como criado por Deus em Sua Majestade e Sabedoria. Não é inerentemente “corrupta” ou precisando de reparos. O caminho do arrependimento está sempre aberto para todos. Deus Todo-Poderoso sabia que os humanos cometeriam erros, de modo que o verdadeiro teste é se arrependerão por seus pecados e tentarão evitá-los ou se preferirão uma vida de negligência e pecado, sabendo bem que não está agradando a Deus. O verdadeiro equilíbrio de uma vida islâmica é estabelecido através do temor saudável da punição justa de Allah para crimes e pecados, associado à crença sincera de que Allah, em Sua infinita misericórdia, tem prazer em conceder Sua recompensa pelos nossos bons atos e adoração sincera a Ele. Uma vida sem temor a Allah leva ao pecado e a desobediência, enquanto que a crença de que pecamos tanto que Deus não poderia nos perdoar só nos leva ao desespero. À luz desse fato, o Islã ensina que somente os desorientados se desesperam da misericórdia de seu Senhor, e somente os criminosos malvados são destituídos do temor a Allah, seu Criador e Juiz. O Alcorão Sagrado, como revelado ao profeta Muhammad, que a paz esteja sobre ele, também contém muitos ensinamentos sobre a vida após a morte e o Dia do Juízo. Os muçulmanos acreditam que todos os seres humanos serão no fim julgados por Allah, o Soberano e Juiz Absoluto, por suas crenças e ações em suas vidas terrenas. Ao julgar os seres humanos, Allah o Exaltado, será ao mesmo tempo absolutamente justo, ao punir somente os verdadeiramente culpados e criminosos rebeldes que não se arrependeram, e absolutamente misericordioso com aquelas pessoas que Ele, em Sua sabedoria, julgar merecedoras de misericórdia. Ninguém será julgado por algo acima de sua capacidade ou pelo que não fez. É suficiente dizer que o Islã ensina que a vida é um teste elaborado por Allah, o Criador, Todo-Poderoso e Sábio, e que todos os seres humanos serão responsabilizados perante Allah pelo que fizeram com suas vidas. Uma crença sincera na vida após a morte é a chave para levar uma vida moral e bem equilibrada. De outra forma, a vida é considerada com um fim em si mesma, o que faz com que as pessoas se tornem mais egoístas, materialistas e imorais na busca cega de prazer, às custas da razão e da ética. 
Fonte: Por Daniel Masters, Isma'il Kaka e Robert Squires (islamreligion.com).

Será que os Livros Sagrados, Alcorão e Bíblia Confirmam a Divindade atribuída a Jesus AS?

Cristãos e muçulmanos acreditam em Jesus, o amam e honram. Entretanto, estão divididos em relação à sua divindade.

Felizmente essa diferença pode ser resolvida se referirmos a questão tanto à Bíblia quanto ao Alcorão, porque tanto a Bíblia quanto o Alcorão ensinam que Jesus não é Deus.

Está claro o bastante para todos que o Alcorão nega a divindade de Jesus e, por essa razão, não precisamos despender muito tempo explicando isso.

Por outro lado, muitas pessoas não entendem a Bíblia. Sentem que a crença em Jesus como Deus é tão propagada que deve ter vindo da Bíblia. Esse artigo mostra de forma muito conclusiva que a Bíblia não ensina isso.

A Bíblia claramente ensina que Jesus não é Deus. Na Bíblia Deus é sempre outro além de Jesus.

Alguns dirão que algo que Jesus disse ou fez durante sua estada na terra prova que ele é Deus. Mostraremos que os discípulos nunca chegaram à conclusão de que Jesus é Deus. E aquelas foram pessoas que viveram e caminharam com Jesus e, portanto, sabiam em primeira mão o que ele disse e fez. Além disso, nos é dito em Atos dos apóstolos na Bíblia que os discípulos estavam sendo guiados pelo Espírito Santo. Se Jesus é Deus, certamente eles deviam saber. Mas não sabiam. Continuaram adorando o único e verdadeiro Deus que era adorado por Abraão, Moisés e Jesus (ver Atos 3:13).

Todos os escritores da Bíblia acreditavam que Deus não era Jesus. A ideia de que Jesus é Deus não se tornou parte da crença cristã até após a Bíblia ser escrita e muitos séculos se passaram até se tornar parte da fé dos cristãos.

Mateus, Marcos e Lucas, autores dos três primeiros evangelhos, acreditavam que Jesus não era Deus (ver Marcos 10:18 e Mateus 19:17). Acreditavam que ele era o filho de Deus no sentido de ser uma pessoa virtuosa. Muitos outros também são igualmente chamados filhos de Deus (ver Mateus 23:1-9).

Paulo, considerado o autor de treze ou quatorze cartas na Bíblia, também acreditava que Jesus não é Deus. Para Paulo Deus primeiro criou Jesus e então usou Jesus como agente para criar o resto da criação (ver Colossenses 1:15 e 1 Coríntios 8:6). Idéias semelhantes são encontradas na carta aos Hebreus e também no evangelho e cartas de João, compostos setenta anos depois de Jesus. Em todos esses escritos, entretanto, Jesus continua uma criatura de Deus e, como tal, para sempre subserviente a Deus (ver 1 Coríntios 15:28).

Porque Paulo, João e o autor de Hebreus acreditavam que Jesus foi a primeira criatura de Deus, parte do que escreveram mostra claramente que Jesus era um poderoso ser preexistente. Isso é com freqüência entendido de forma equivocada que ele deve ter sido Deus. Mas dizer que Jesus era Deus é ir contra o que esses mesmos autores escreveram. Embora esses autores tivessem essa crença posterior de que Jesus era superior que todas as criaturas, também acreditavam que ele continuava inferior a Deus. De fato, João cita Jesus dizendo: “... o Pai é maior que eu.” (João 14:28). E Paulo declara que a cabeça de toda mulher é seu marido, a cabeça de todo homem é Cristo e a cabeça de Cristo é Deus (ver 1 Coríntios 11:3).

Conseqüentemente, encontrar algo nesses escritos e alegar que ensinam que Jesus é Deus é utilizar e citar de forma errônea o que esses autores disseram. O que escreveram deve ser entendido no contexto de sua crença de que Jesus é uma criatura de Deus como eles disseram claramente.

Vemos então que alguns dos escritores posteriores tinham uma visão superior de Jesus, mas nenhum dos escritores da Bíblia acreditava que Jesus é Deus. A Bíblia ensina claramente que existe apenas um único Deus, o único a quem Jesus adorou (ver João 17:3).

No restante dos artigos exploraremos a Bíblia mais profundamente e lidaremos com as passagens que são citadas equivocadamente com mais freqüência como provas da divindade de Jesus. Mostraremos, com a ajuda de Deus, que não significam o que com freqüência são usadas para provar.

Atos dos Apóstolos

Jesus realizou muitos milagres e sem dúvida disse muitas coisas maravilhosas sobre si mesmo. Algumas pessoas usaram o que ele disse e fez como prova de que era Deus. Mas seus discípulos originais que viveram e caminharam com ele e testemunharam o que ele disse e fez, nunca chegaram a essa conclusão.

Os Atos dos Apóstolos na Bíblia detalha a atividade dos discípulos em um período de trinta anos após Jesus ser elevado aos céus. Ao longo desse período, eles nunca se referiram a Jesus como Deus. De forma contínua e consistente usam o título de Deus para se referir a outro e não a Jesus.

Pedro se levantou com os onze discípulos e se dirigiu à multidão dizendo:

“Homens de Israel, ouçam: Jesus de Nazaré era um homem aprovado por Deus entre vós por milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis.” (Atos 2:22).

Era Deus, portanto, Quem realizava os milagres através de Jesus para convencer as pessoas de que Jesus era apoiado por Deus. Pedro não viu os milagres como prova de que Jesus é Deus.

De fato, a forma como Pedro se refere a Deus e a Jesus deixa claro que Jesus não é Deus. Porque ele sempre mantém o título de Deus distante de Jesus. Tome as seguintes referências, por exemplo:

“Deus elevou esse Jesus...” (Atos 2:32)

“Deus fez Jesus, que crucificastes, Senhor e Cristo.” (Atos 2:36)

Em ambas as passagens o título de Deus é distanciado de Jesus. Por que ele fez isso, se Jesus era Deus?

Para Pedro Jesus foi um servo de Deus. Pedro disse:

“Deus elevou seu servo...” (Atos 3:26)

O título de servo se refere a Jesus. Isso está claro da passagem anterior na qual Pedro declarou:

“O Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de nossos antepassados, glorificou seu servo Jesus.” (Atos 3:13)

Pedro deve ter sabido que Abraão, Isaque e Jacó nunca falaram de um Deus trino. Sempre falaram de Deus como o único Deus. Aqui, como em Mateus 12:18, Jesus é o servo de Deus. Mateus nos diz que Jesus era o mesmo servo de Deus mencionado em Isaías 42:1. Então, de acordo com Mateus e Pedro, Jesus não é Deus, mas servo de Deus. O Velho Testamento diz repetidamente que Deus é único (por exemplo, Isaías 45:5)

Todos os discípulos de Jesus tinham essa opinião. Em Atos 4:24 nos é dito que os fiéis oravam a Deus dizendo:

“...eles elevaram suas vozes unanimemente em oração a Deus. ‘Senhor,’ eles disseram, ‘tu que fizestes os céus, a terra e o mar, e tudo que neles há.’”

Está claro que não estão orando para Jesus porque dois versos depois se referem a Jesus como

“...teu santo servo Jesus, ao qual ungiste.” (Atos 4:27).

Se Jesus era Deus, seus discípulos deviam ter dito isso claramente. Ao invés disso, continuaram pregando que Jesus era Cristo de Deus. Em Atos é dito:

“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.” (Atos 5:42)

A palavra grega “Cristo” é um título humano. Significa “ungido”. Se Jesus era Deus, porque os discípulos se referiam a ele continuamente com títulos humanos como servo e Cristo de Deus e usavam de forma consistente o título de Deus para alguém que ressuscitou Jesus? Temiam os homens? Não! Corajosamente pregavam a verdade sem temer aprisionamento ou morte. Quando confrontados pela oposição das autoridades, Pedro disse:

“Importa antes obedecer a Deus que aos homens. O Deus de nossos pais que ressuscitou Jesus...” (Atos 5:29-30)

Eles não estavam o Espírito Santo? Não! Eram apoiados pelo Espírito Santo (ver Atos 2:3, 4:8 e 5:32). Estavam simplesmente ensinando o que aprenderam de Jesus - que Jesus não era Deus, mas sim servo e Cristo de Deus.

O Alcorão confirma que Jesus era o Messias (Cristo) e que era servo de Deus, (ver Alcorão Sagrado 3:45 e 19:30)

Jesus não é Todo-Poderoso e não é Onisciente

Cristãos e muçulmanos concordam que Deus é Todo-Poderoso e Onisciente. Os evangelhos mostram que Jesus não era todo-poderoso e nem onisciente, já que teve algumas limitações.

Marcos nos diz em seu evangelho que Jesus foi incapaz de fazer qualquer obra poderosa em sua cidade exceto algumas poucas coisas: “Ele não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns enfermos, impondo-lhes as mãos.” (Marcos 6:5). Marcos nos diz que quando Jesus tentou curar um cego o homem não foi curado após a primeira tentativa, e Jesus tentou uma segunda vez (ver Marcos 8:22-26).

Sendo assim, embora tenhamos um grande amor e respeito por Jesus, precisamos entender que ele não era o Deus todo-poderoso.

O evangelho de Marcos também revela que Jesus tinha limitações em seu conhecimento. Em Marcos 13:32 Jesus declarou que não sabia quando seria o último dia, mas que somente o Pai sabia (ver também Mateus 24:36).

Conseqüentemente, Jesus não podia ter sido o Deus onisciente. Alguns dirão que Jesus sabia quando o último dia ocorreria, mas escolheu não dizer. Mas isso complica ainda mais a situação. Jesus podia ter dito que sabia, mas não queria dizer. Ao invés disso, disse que não sabia. Devemos acreditar nele. Jesus não mente.

O evangelho de Lucas também revela que Jesus tinha conhecimento limitado. Lucas diz que Jesus cresceu em sabedoria (Lucas 2:52). Em Hebreus também (Hebreus 5:8) lemos que Jesus aprendeu obediência. Mas o conhecimento e sabedoria de Deus são sempre perfeitos e Deus não aprende coisas novas. Ele sempre sabe tudo. Então, se Jesus aprendeu algo novo isso prova que ele não sabia tudo antes disso e, conseqüentemente, não era Deus.

Outro exemplo para o conhecimento limitado de Jesus é o episódio da figueira nos evangelhos. Marcos nos diz o seguinte: “E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, Jesus teve fome. E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.” (Marcos 11:12-13).

É claro desses versos que o conhecimento de Jesus era limitado. Primeiro, ele não sabia que a árvore não tinha frutos. Segundo, não sabia que não era a estação para ter expectativa de encontrar figos nas árvores.

Ele podia se tornar Deus depois? Não! Porque existe apenas um Deus e Ele é Deus da eternidade até a eternidade (ver Salmos 90:2).

Algumas pessoas podem dizer que Jesus era Deus, mas tomou a forma de um servo e, conseqüentemente, ficou limitado. Bem, isso significaria que Deus mudou. Mas Deus não muda. Deus disse isso de acordo com Malaquias 3:6.

Jesus nunca foi Deus e nunca será. Na Bíblia Deus declara: “... antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías 43:10).

O Mandamento Mais Importante na Bíblia e no Alcorão

Alguns dirão que toda essa discussão sobre a divindade de Jesus é desnecessária. Dizem que o importante é aceitar Jesus como seu salvador pessoal. Ao contrário disso, os escritores da Bíblia enfatizaram que, para ser salvo, é necessário entender quem é Deus exatamente. A incapacidade de entender isso violaria o primeiro e mais importante de todos os mandamentos na Bíblia. Esse mandamento foi enfatizado por Jesus, que a paz esteja sobre ele, quando um professor da lei de Moisés lhe perguntou: “’De todos os mandamentos, qual é o mais importante?’ ‘O mais importante,’ respondeu Jesus, ‘é este: Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.’” (Marcos 12:28-30).

Note que Jesus cotou o primeiro mandamento do livro Deuteronômio 6:4-5. Jesus confirmou não somente que esse mandamento continua válido, mas também que é o mais importante de todos os mandamentos. Se Jesus achasse que era Deus, por que não disse? Ao invés disso, ele confirmou que Deus é único. O homem que questionou Jesus entendeu e o que o homem disse em seguida deixa claro que Jesus não é Deus, porque ele disse a Jesus: “’Muito bem, Mestre,’ respondeu o homem. ‘Com verdade disseste que Deus é um, e fora dele não há outro.’” (Marcos 12:32).

Agora, se Jesus era Deus, ele teria dito isso ao homem. Ao invés disso, deixou o homem se referir a Deus como alguém que não era Jesus e até constatou que o homem falava sabiamente: “E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: ‘Não estás longe do reino de Deus.’” (Marcos 12:34). Se Jesus sabia que Deus é uma trindade, porque não disse? Por que não disse que Deus é um em três ou três em um? Ao invés disso, ele declarou que Deus é único. Imitadores verdadeiros de Jesus o imitarão também nessa declaração da unicidade de Deus. Não acrescentarão a palavra três onde Jesus nunca disse isso.

A salvação depende desse mandamento? Sim, diz a Bíblia! Jesus deixou claro quando um outro homem se aproximou dele para aprender (Marcos 10: 17-29). O homem caiu de joelhos e disse a Jesus: “Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?” Jesus respondeu: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, exceto Deus.” (Marcos 10:17-18).

Ao dizê-lo, Jesus fez uma distinção clara entre si próprio e Deus. Então prosseguiu com a resposta à pergunta do homem sobre como obter salvação. Jesus lhe disse: “Se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos.” (Mateus 19:17, ver também Marcos 10:19).

Lembre que o mais importante de todos os mandamentos, de acordo com Jesus, é conhecer Deus como o único Deus. Jesus também enfatizou isso no evangelho de acordo com João. Em João 17:1, Jesus levantou seus olhos para os céus e orou, dirigindo-se a Deus como Pai. Então no verso três, falou a Deus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem tu enviaste.” (João 17:3).

Isso prova acima de qualquer dúvida que se as pessoas querem obter a vida eterna devem conhecer o Único, Aquele para quem Jesus orou, o único e verdadeiro Deus, e devem conhecer Jesus como enviado pelo verdadeiro Deus. Alguns dizem que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Mas Jesus disse que o Pai sozinho é o único e verdadeiro Deus. Os verdadeiros seguidores de Jesus o seguirão nisso também. Jesus tinha dito que seus verdadeiros seguidores são aqueles que se apegam aos seus ensinamentos. Ele disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos.” (João 8:31). Seu ensinamento é que as pessoas devem continuar a guardar os mandamentos, especialmente o primeiro mandamento, que enfatiza que Deus é único e que Deus deve ser amado de todo coração e com todas as forças. 

Amamos Jesus, mas não devemos amá-lo como Deus. Hoje muitos amam Jesus mais do que amam Deus. Isso é porque vêem Deus como uma pessoa vingativa que queria puni-los e Jesus como o salvador que os resgatou da ira de Deus. Entretanto, Deus é nosso único salvador. De acordo com Isaías 43:11, Deus disse: “Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador.” Deus também disse, de acordo com Isaías 45:21-22: “Porventura não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.”

O Alcorão confirma o primeiro mandamento e o dirige a toda a humanidade (ver Alcorão Sagrado 2:163). E Deus declara que os verdadeiros crentes O amam acima de tudo e de todos (Alcorão 2:165).

Paulo Acreditava que Jesus não era Deus

Em sua primeira carta a Timóteo, Paulo escreveu: “Conjuro-te diante de Deus, e de Cristo Jesus, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas,...” (1 Timóteo 5:21).

Está claro que o título de Deus não se aplica a Jesus Cristo, mas a outro. No capítulo seguinte, ele novamente diferencia entre Deus e Jesus quando diz: “Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa confissão,...” (1 Timóteo 6:13).

Paulo prossegue falando da segunda vinda de Jesus: “a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;… a qual Deus manifestará no tempo próprio...” (1 Timóteo 6:14-15).

De novo, o título de Deus é deliberadamente afastado de Jesus. Muitas pessoas acham que quando Jesus é chamado de “Senhor” na Bíblia isso significa “Deus”. Mas na Bíblia esse título significa mestre ou professor e pode ser usado para humanos (ver 1 Pedro 3:6).

O que é mais importante, entretanto, é notar o que Paulo disse sobre Deus na seguinte passagem, que mostra claramente que Jesus não é Deus: “aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno.” (1 Timóteo 6:15-16).

Paulo disse que somente Deus é imortal. Imortal significa que ele não morre. Cheque qualquer dicionário. Agora, quem quer que acredite que Jesus morreu não pode acreditar que Jesus é Deus. Tal crença seria contradizer o que Paulo disse aqui. Além disso, dizer que Deus morreu é uma blasfêmia contra Deus. Quem geriria o mundo se Deus morresse? Paulo acreditava que Deus não morre.

Paulo também disse naquela passagem que Deus habita em luz inacessível – que ninguém viu ou pode ver Deus. Paulo sabia que muitas milhares de pessoas tinham visto Jesus. Ainda assim Paulo disse que ninguém tinha visto Deus, porque estava certo que Jesus não era Deus. Foi por isso que Paulo continuou ensinando que Jesus não era Deus, mas era o Cristo (ver Atos 9:22 e 18:5).

Quando estava em Atenas, Paulo falou de Deus como “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” (Atos 17:24). Então identificou Jesus como “o homem que ele (ou seja, Deus) ordenou.” (Atos 17:31).

Claramente, para Paulo, Jesus não era Deus, e ele ficaria chocado em ver seus escritos usados para provar o oposto do que acreditava. Paulo até testemunhou em corte dizendo: “Admito que adoro o Deus de nossos pais...” (Atos 24:14).

Também disse que Jesus é o servo daquele deus, pelo que lemos em Atos: “O Deus de Abraão, Isak e Jacó, o Deus de nossos antepassados, glorificou seu servo Jesus.” (Atos 3:13).

Para Paulo, somente o Pai é Deus. Paulo disse que existe “um Deus e Pai de todos...” (Efésios 4:6). De novo Paulo disse: “... todavia para nós há um só Deus, o Pai,... e um só Senhor, Jesus Cristo...” (1 Coríntios 8:6).

A carta de Paulo aos Filipenses (Filipenses 2:6-11) é freqüentemente citada como prova que Jesus é Deus. Mas a mesma passagem mostra que Jesus não é Deus. Essa passagem tem que concordar com Isaías 45:22-24 na qual Deus disse que todo joelho deve se dobrar para Deus e toda língua deve confessar que virtude e força estão somente em Deus. Paulo estava consciente dessa passagem, porque a citou em Romanos 14:11. Sabendo disso, Paulo declarou: “Me ajoelho diante do Pai.” (Efésios 3:14).

A carta aos hebreus (Hebreus 1:6) diz que os anjos de Deus devem adorar o Filho. Mas essa passagem depende de Deuteronômio 32:43, na versão septuaginta do Velho Testamento. Essa frase não pode ser encontrada no Velho Testamento usado pelos cristãos hoje, e a versão septuaginta não é mais considerada válida pelos cristãos. Entretanto, mesmo a versão septuaginta não diz para adorar o Filho. Diz para deixar os anjos de Deus adorarem Deus. A Bíblia insiste que somente Deus deve ser adorado. “Quando o Senhor tinha feito um pacto com os israelitas, e lhes ordenara, dizendo: Não temereis outros deuses, nem vos inclinareis diante deles, nem os servireis, nem lhes oferecereis sacrifícios; Mas sim ao Senhor, que vos fez subir da terra do Egito com grande poder e com braço estendido, a ele temereis, a ele vos inclinareis, e a ele oferecereis sacrifícios. Quanto aos estatutos, às ordenanças, à lei, e ao mandamento, que para vós escreveu, a esses tereis cuidado de observar todos os dias; e não temereis outros deuses; e do pacto que fiz convosco não vos esquecereis. Não temereis outros deuses, mas ao Senhor vosso Deus temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos.” (2 Reis 17:35-39).

Jesus, que a paz esteja sobre ele, acreditava nisso porque também enfatizou em Lucas 4:8. E Jesus se prostrou em sua face e adorou Deus (ver Mateus 26:39). Paulo sabia que Jesus adorava Deus (ver Hebreus 5:7). Paulo ensinou que Jesus permanecerá para sempre subserviente a Deus (ver 1 Coríntios 15:28).

Evidência do Evangelho de João

O evangelho de João, o quarto evangelho, foi concluído com sua forma presente setenta anos após Jesus ser elevado aos céus. Esse evangelho em sua forma final diz mais uma coisa sobre Jesus que era desconhecida dos três evangelhos anteriores – que Jesus era o Verbo de Deus. João quer dizer que Jesus foi o agente através do qual Deus criou tudo. Isso com freqüência é mal interpretado como significando que Jesus era o próprio Deus. Mas João estava dizendo, como Paulo já havia dito, que Jesus foi a primeira criatura de Deus. No Apocalipse na Bíblia, encontramos que Jesus é: “o começo da criação de Deus” (Apocalipse 3:14; ver também 1 Coríntios 8:6 e Colossenses 1:15).

Quem diz que o Verbo de Deus é uma pessoa distinta de Deus deve também admitir que o Verbo foi criado, porque o Verbo fala na Bíblia: “O Senhor me criou como a primeira das suas obras...” (Provérbios 8:22).

Esse evangelho, entretanto, ensina claramente que Jesus não é Deus. Se não continuasse esse ensinamento, contradiria os outros três evangelhos e também as cartas de Paulo que claramente estabelecem que Jesus não é Deus. Encontramos aqui que Jesus não era igual com o Pai, porque Jesus disse: “... o Pai é maior que eu.” (João 14:28).

As pessoas esquecem disso e dizem que Jesus é igual ao Pai. Em quem devemos acreditar – em Jesus ou nas pessoas? Muçulmanos e cristãos concordam que Deus é auto-existente. Isso significa que Ele não deriva Sua existência de ninguém. Ainda assim João nos diz que a existência de Jesus foi causada pelo Pai. Jesus disse nesse evangelho: “... eu vivo por causa do Pai…” (João 6:57).

João nos diz que Jesus não pode fazer nada sozinho quando cita Jesus dizendo: “Não posso de mim mesmo fazer coisa alguma...” (João 5:30). Isso está acordo com o que aprendemos sobre Jesus dos outros evangelhos. Em Marcos, por exemplo, aprendemos que Jesus realizou milagres através de um poder que não estava em seu controle. Isso fica especialmente claro no episódio em que uma mulher é curada de sua hemorragia incurável. A mulher veio por trás dele e tocou seu manto, e ela foi imediatamente curada. Mas Jesus não tinha ideia de quem o tocou. Marcos descreve as ações de Jesus: “E logo Jesus, percebendo em si mesmo que saíra dele poder, virou-se no meio da multidão e perguntou, ‘Quem me tocou as vestes?’” (Marcos 5:30). Seus discípulos não puderam fornecer uma resposta satisfatória, então Marcos nos conta: “Mas ele olhava em redor para ver a que isto fizera.” (Marcos 5:32). Isso mostra que o poder que curou a mulher não estava dentro do controle de Jesus. Ele sabia que o poder tinha saído dele, mas não sabia para onde tinha ido. Algum outro ser inteligente tinha que guiar aquele poder para a mulher que precisava ser curada. Deus foi aquele ser inteligente.

Não é de admirar, então, que em Atos dos apóstolos lemos que foi Deus quem fez os milagres através de Jesus (Atos 2:22).

Deus fez milagres extraordinários através de outros também, mas isso não faz dos outros Deus (ver Atos 19:11). Por que, então, Jesus é tomado como Deus? Até quando Jesus ressuscitou seu amigo Lázaro dos mortos, teve que pedir a Deus para fazê-lo. A irmã de Lázaro, Marta, sabia disso porque disse a Jesus: “E mesmo agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.” (João 11:22).

Marta sabia que Jesus não era Deus, e João que relatou essa aprovação sabia disso também. Jesus tinha um Deus, porque quando foi elevado aos céus, disse: “...eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17).

João estava certo que ninguém tinha visto Deus, embora soubesse que muitas pessoas tinham visto Jesus (ver João 1:18 e 1 João 4:12). De fato, o próprio Jesus disse às multidões que nunca tinham visto o Pai, nem ouviram a voz do Pai (João 5:37). Note que se Jesus era o Pai, sua declaração aqui teria sido falsa. Quem é o único Deus no evangelho de João? Somente o Pai.

Jesus testemunhou isso quando declarou que o Deus dos judeus é o Pai (João 8:54). Jesus também confirmou que somente o Pai é o único e verdadeiro Deus (ver João 17:1-3). E Jesus disse aos seus inimigos: “Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido;” (João 8:40). De acordo com João, portanto, Jesus não era Deus e nada que João escreveu deve ser tomado como prova de que ele era Deus – a menos que se deseje discordar de João.

Deus e Jesus são Dois Seres Separados

Por exemplo, em Mateus 9:2, Jesus disse a certo homem: “Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados.” Por causa disso alguns dizem que Jesus deve ser Deus, uma vez que somente Deus pode perdoar pecados. Entretanto, se estiver disposto a ler apenas uns poucos versos adiante, encontrará que a multidão “... glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens.” (Mateus 9:8). Isso mostra que a multidão sabia, e Mateus concorda, que Jesus não era o único homem a receber tal autoridade de Deus.

O próprio Jesus enfatizou que não falava com base em sua própria autoridade (João 14:10) e não fazia nada com base em sua própria autoridade, mas fala somente o que o Pai o ensina (João 8:28). O que Jesus fez foi o que se segue. Jesus anunciou ao homem o conhecimento que recebeu de Deus de que Deus havia perdoado o homem.

Note que Jesus não disse “eu perdoei seus pecados”, mas sim “seus pecados foram perdoados”, implicitando que, como seria entendido pelos ouvintes judeus, que Deus havia perdoado o homem. Jesus, então, não tinha o poder de perdoar pecados e naquele mesmo episódio chamou a si mesmo de “o Filho do Homem” (Mateus 9:6).

João 10:30 é freqüentemente usado como prova de que Jesus é Deus porque Jesus disse “eu e o Pai somos um.” Mas, lendo os próximos seis versos, encontraremos Jesus explicando que seus inimigos estavam errados em pensar que ele alegava ser Deus. O que Jesus obviamente queria dizer aqui é que ele é um com o Pai em propósitos. Jesus também suplicou que seus discípulos fossem um assim como Jesus e o Pai eram um. Obviamente, ele não estava suplicando que todos os seus discípulos de alguma forma se fundissem em um único indivíduo (ver João 17:11 e 22). E quando Lucas relata que os discípulos eram todos um, Lucas não quer dizer que se tornaram um único ser humano, mas que compartilhavam um propósito comum embora fossem seres separados (ver Atos 4:32). Em termos de essência, Jesus e o Pai são dois, porque Jesus disse que são duas testemunhas (João 8:14-18). Eles têm que ser dois, uma vez que um é superior ao outro (ver João 14:28). Quando Jesus suplicou para ser salvo da cruz, disse: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42).

Isso mostra que tinham duas vontades separadas, embora Jesus submetesse sua vontade a vontade do Pai. Duas vontades significam dois indivíduos separados.

Além disso, é relatado que Jesus disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Se um deles desamparou o outro, então devem ser duas entidades separadas.

De novo, é relatado que Jesus disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lucas 23:46). Se o espírito de um pode ser colocado nas mãos do outro, eles devem ser dois seres separados.

Em todas essas instâncias, Jesus é claramente subordinado ao Pai. Quando Jesus se ajoelhou e orou obviamente não estava orando para si mesmo (ver Lucas 22:41). Estava orando para seu Deus.

Em todo o Novo Testamento, somente o Pai é chamado de Deus. De fato, os títulos “Pai” e “Deus” são usados para designar um indivíduo, não três, e nunca Jesus. Isso também é claro do fato que Mateus substituiu o título “Pai” no lugar do título “Deus” em pelo menos dois lugares em seu evangelho (compare Mateus 10:29 com Lucas 12:6 e Mateus 12:50 com Marcos 3:35). Se Mateus estava certo ao fazê-lo, então somente o Pai é Deus.

Jesus era o Pai? Não! Porque Jesus disse: “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.” (Mateus 23:9). Então Jesus não é o Pai, uma vez que estava na terra quando disse isso.

O Alcorão busca trazer as pessoas de volta para a verdadeira fé que foi ensinada por Jesus e por seus verdadeiros discípulos que continuaram em seus ensinamentos. Aquele ensinamento enfatizou um comprometimento contínuo com o primeiro mandamento de que Deus é único. No Alcorão Deus orienta os muçulmanos a chamar os leitores da Bíblia de volta para a verdadeira fé. Deus disse no Alcorão:

Dize: “Ó povo do Livro (cristãos e judeus)! Vinde, para chegarmos a um termo comum, entre nós e vós: Comprometamos, formalmente, a não adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros por senhores, em vez de Deus.” (Alcorão 3:64).

Sermão do Sheikh Mohamad Al Bukaí‏ - Direitos Humanos

Bismillah ar_rahman ar_Rahim - Queridos Irmãos e Caríssimos Leitores!

Assistimos hoje no mundo moderno a uma grande hipocrisia revestida de virtudes de justiça. Entidades com a ONU, dentre outras proferem discursos que impressionam pelo seu conteúdo teórico mas, que na realidade estão muito longe da prática. As medidas são tomadas com energia e força sobre determinados povos, enquanto outros agem a revelia da lei e da justiça Divina, e , jamais são punidos. Ouçamos uma constatação feita por Vossa Eminência Sheikr Mohamad Al Bukaí, sobre um relatório feito por uma instituição de Direitos Humanos sobre a atual situação dos prisioneiros palestinos, presos, humilhados e torturados na pátria que por imposição dos imperialistas foi dividia e agora tomada e dominada pelo Estado de Israel. Até quando senhores dono do mundo vamos ter que assistir essas barbáries e conviver com esse, que com certeza é o maior genocídio do século XXI.  Ou o plano realmente é acabar com a nação Palestina? É hora de acordar humanidade! Se a paz dos nossos irmãos estão ameaçadas a nossa também não está segura. Muito cuidado com essa Paz de Faixada sustentada por trilhões de dólares e acordos obscuros! Subhanna Allah! Al Karim, Al Rahman, Al Rahim!

Bismillah ar_rahman ar_Rahim! Louvado seja Allah, o Senhor dos mundos. Testemunho que não há divindade além de Allah e que Muhammad (SAAS) é seu servo e mensageiro.

Queridos irmãos, confesso ter ficado chocado quando li um relatório feito por uma instituição de Direitos Humanos sobre a situação à qual os prisioneiros palestinos são submetidos. No relatório eram descritas toda sorte de torturas e humilhações. Confesso que no começo senti como se estivesse lendo um conto da Idade Média tamanha atrocidade a que me deparei. Mas essa impressão logo mudou quando notei a data da publicação do relatório. O que vivem os presos palestinos está acontecendo nos dias de hoje.

O ser humano se orgulha da existência de organizações internacionais que se dizem defensoras dos direitos humanos. Nesse relatório feito por uma instituição chamada Consciência foram citadas muitas violações aos direitos humanos, a começar pela forma de captura dos prisioneiros, seguida de prisões arbitrárias e de investigações mal feitas e que condenam pessoas há anos de prisão sem direito a um julgamento justo. É sabido que crianças e mulheres não são poupadas dessa situação, seus pais, irmãos são retirados de casa a força deixando para trás uma família inteira que sofre pela ausência. Na convenção de Genebra foi estabelecido que um prisioneiro deve ser tratado dentro de normas que garantam o seu bem estar e que não violem os direitos humanos.

Não é permitido a um prisioneiro ser exposto a atos de violência, ou ameaça a sua integridade. Todos devem ter os seus direitos civis protegidos e garantidos igualmente. O mesmo vale para as mulheres prisioneiras que devem ser tratadas com toda a consideração levando em conta todas as suas necessidades. Isso é o que está no papel. Mas infelizmente não é o que acontece. O respeito é garantido na teoria, mas na prática, os presos palestinos são torturados e impedidos de exercer o seus direitos básicos. Queridos irmãos, o Islã tem como fundamento conceder aos prisioneiros o seu direito antes mesmo de qualquer organização. Há 14 séculos atrás, o Islã declarou a obrigação no tratamento adequado ao prisioneiro, para tanto é necessário dar a esse o respeito merecido.

Deus diz no Alcorão sagrado, na Surata 76 - Versículo 8. "Por amor a Allah alimentem os necessitados, os órfãos e o cativo, dizendo certamente, vós o alimentamos por amor a Allah, não vos exigimos recompensa e nem gratidão". Nesse versículo Deus ordena a não apenas respeitar o prisioneiro, mas sim tratá-lo da melhor forma. O Islã nos dá a possibilidade de perdoá-los mediante o resgate feito perante a sociedade. Não nos é permitido o uso da força, violência ou tortura. Deus diz no Alcorão Sagrado na Surata 47 - Versículo 4 "Tomai os sobreviventes como prisioneiros, libertai por generosidade ou mediante a resgate, quando a guerra houver terminado". Existe uma antiga história que diz que certa vez o profeta Mohamad (SAAS) viu alguns prisioneiros no deserto com o sol sobre os seus corpos e sedentos.

Ele então falou: “os responsáveis não podem expor sobre eles o calor do sol e o sofrimento da prisão. Para eles tem que ser permitido a sua cesta e água para que refresquem os seus corpos e matem a sua sede”. A atitude do profeta levou muitos prisioneiros a abraçarem o Islã, entre eles o chefe de uma tribo chamado Thmama, que ao ser preso foi amarrado dentro de uma mesquita. No 1º dia de prisão, o profeta perguntou o que ele tinha a dizer sobre o seus crimes, ele então respondeu: “eu mereço a morte por ter tirado a vida de muitos muçulmanos, mas se o senhor me perdoar lhe serei eternamente grato”. No dia seguinte o profeta fez a mesma pergunta ao prisioneiro, e assim se deu por mais um dia. No quarto dia o profeta deu ordens para que Thmama fosse libertado. 

Não demorou muito tempo Thmama voltou ao profeta dizendo que havia testemunhado a divindade de Allah em suas atitudes e assim se reverteu ao Islã. Com tudo isso fica claro que o Islã presa pelos direitos de todos que um dia erraram e se deixaram seduzir pelas armadilhas da vida. Queridos irmãos, as ilustrações divinas confirmam o direito inalienável ao respeito e a unidade que não devem ser negados a ninguém. A luta pela justiça e pela dignidade faz parte da estrutura do Islã, por isso, devemos entregar a ele as nossas aflições, nele devemos confiar e meditar sobre as injustiças do mundo. Louvado seja Deus, o senhor do universo.

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!


Você que mora no sul do Brasil visite o site: www.islamboy.com.br
duvidas/ informações: info@islamismo.org

Fonte:Mohamad ziad -محمد زياد