sexta-feira, março 16, 2012

Tema da Semana: As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: QUINTA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, exceto a Sua: 
1) – O Rei justiceiro; 
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus; 
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide;
4) – Aquelas duas pessoas quepor Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe; 
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

5 ) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”
Abdullah b. Massud (Radiyalahu an-hu), disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu 3 pecados graves, perante o nosso Criador. São eles:
1)- associar alguém a Deus;
2)- matar um filho com o receio de não  conseguir alimentá-lo; e
3)- cometer adultério, com a esposa do vizinho. Bukhari.

No tempo dos nossos Profetas, as relações fora do casamento eram severamente punidas. 

Aqueles que não invocam com Deus outra divindade, nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar senão legitimamente, nem cometem adultério; pois sabem se assim procederem, receberão a sua punição”. Cur’ane 25:68. 

Nos tempos atuais, nas chamadas sociedades desenvolvidas, a imoralidade é uma constante da vida das pessoas. Segundo Anas B. Malik, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que nos últimos tempos, o conhecimento será retirado, a ignorância irá prevalecer, os bêbados aumentarão e o adultério será uma constante. Muslim.


A companheira do adultero, pode ser esposa de alguém. uma mãe, uma tia, filha, irmã. O adultério também se comete com a vista, com as palavras, com o andar e com o pensamento.

Atualmente, a imoralidade é uma constante das sociedades. Tudo é permitido, em “defesa” duma sociedade que se diz avançada. Para qualquer lado que virarmos os nossos olhares, depararemos com algo que perturba a mente de quem é temente a Deus. Até na publicidade afixada nas ruas, tudo serve para chamar a atenção dos olhares maliciosos. O adultério da vista, é olhar para coisas proibidas. Pode parecer uma falha inocente, mas não o é, porque quem assim procede, não deixará de cometer outros tipos de imoralidades. Perderemos as nossas convicções e passaremos a permitir o que não é permitido. Sem nos apercebermos , facilmente cairemos numa das inúmeras armadilhas que cercam o inferno.

Rejeitar a tentação de uma mulher bela, é muito difícil, exceto para aqueles que temem a Deus e no Dia do Juízo Final. Aqueles que não têm estas convicções, facilmente se expõem ao pecado, sem qualquer sentimento de culpa. O casamento é o pilar fundamental duma sociedade. É uma tendência, um impulso espontâneo e natural do ser humano. É um meio para se evitarem as imoralidades. Porque somos humanos e sujeitos às tentações do satanás, o nosso Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) recomendou que os jovens devem casar, quando atingirem a idade própria. É um Sunnah (tradição) do Profeta) que todos devemos seguir. Abdullah (Radiyalahu an-hu) narrou: “Nós estávamos com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), enquanto éramos jovens e não tínhamos qualquer riqueza. Então o Apóstolo de Deus disse: “Ó jovens! Quem dentre vós puder casar, deve casar-se, porque isto o ajudará a baixar o olhar e guardar a sua modéstia. E quem não tiver condições para se casar, deve jejuar (também para guardar a modéstia)”.Bukhari.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

15/03/2012

“Ó Senhor meu, tem Misericórdia dos meus pais, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequeno”. Cur’ane 17: 24.

segunda-feira, março 12, 2012

Allah SW ama aos que praticam a Fraternidade

Em nome de Allah (SWT), o Clemente, o Misericordioso. Louvado seja Allah (SWT), criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençõe e dê paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Hoje vamos conversar sobre um versículo da Suratu Al-Hujurat que se caracteriza com boas expressões e profundas palavras como se fosse uma alma unida em vários corpos. A fraternidade é uma graça de Allah (SWT) que desce sobre os fiéis, é pura e por isso, se encontramos irmãos sem fé, concluímos que não é uma fraternidade verdadeira da religião.

Allah (SWT) colocou a fraternidade como uma tamara de fé. Allah (SWT) disse: "Sabe que os fiéis são irmãos uns dos outros; reconciliai, pois, os vossos irmãos, e temei a Deus, para vos mostrar misericórdia." Suratu Al- Hujurat V 10

A fraternidade é amar uma pessoa em nome de Allah (SWT) e é o segundo fenômeno direto após a fé. O Profeta Mohamed (SAAW) construiu o mundo muçulmano tendo como base a fraternidade e a fé, com a eliminação dos idólatras e hipócritas por um lado e de outro uma grande construção quando não havia muitas condições.

Com a fé e a fraternidade, o Profeta (SAAW) uniu pessoas distintas de várias e diferentes aparências, cores, raças, países, raízes e sangues. Uma comunidade não pode ser forte sem ter plena fé e instinto e flamejar a bandeira da fraternidade.

O Profeta Mohamed (SAAW) ensinou a seus companheiros a prática do montoteísmo com a fé e seguir no caminho correto e fraterno entre seus companheiros com base na primeira declaração feita.

Na história do Profeta (SAAW) em relação a fraternidade encontramos a narração de El-Bukhari e Muslim quando um homem faminto foi em direção ao Profeta e disse: "Oh, Profeta de Allah, estou com fome. Me dê do que comer." O Profeta (SAAW) foi então conversar com suas mulheres (as mães dos fiéis, que Allah esteja satisfeito com elas) e perguntou se havia comida. Elas responderam que tinham apenas água, o Profeta (SAAW) saiu em direção ao homem que o aguardava e disse que jurava que o Profeta de Allah não tinha do que dar de comer ao homem. Após isso, foi ao encontro a seus companheiro e perguntou quem iria convidar aquela pessoa durante a noite. 

Uma pessoa da tribo de Anssar assumiu a responsabilidade e levou o homem para sua casa. Disse para a mulher que aquele homem era um convidado do Profeta e então deveria ser bem tratado com uma boa hospitalidade, não poderiam esconder nada daquele homem. Ela respondeu que havia apenas a comida para as crianças, então o bom homem respondeu que era para colocar as crianças para dormir, assim não teriam fome e o convidado do Profeta poderia ficar satisfeito com a comida e também quando os pratos fossem servidos. Seria o momento em que a mulher deveria apagar as luzes como se a intenção fosse a de arrumar. Assim, o bom homem fingia que comia com o convidado mesmo sem a luz. Tudo foi feito e o convidado ficou satisfeito.

Ninguém soube o que o bom homem fez naquela noite, porém existe o olho de Allah (SWT) que não dorme, tudo vê e tudo escuta. Após a saída do bom homem pela manhã, o Profeta (SAAW) sorriu e disse que Allah (SWT) gostou daquilo que foi feito naquela noite. Então o Profeta (SAAW) relatou o versículo 9 da Suratu Al-Hachr: "E os que habitaram o lar e abraçaram a Fé, antes deles, amam os que emigraram para eles, e não encontraram em seus peitos cobiça do que lhes foi concedido. E preferem-nos a si mesmos, mesmo estando em necessidade. E quem se guarda de sua própria mesquinhez, esses são os bem-aventurados."

Amados irmãos, a fraternidade em nome de Allah é uma custódia pesada, e o maior direito da fraternidade acontece quando uma pessoa ama a seu irmão em nome de Allah (SWT) sem traição ou interesse nesta vida.

O Profeta (SAAW) disse que quem ama em nome de Allah, odeia em nome de Allah, doa em nome de Allah e impede em nome de Allah possui sua fé completa.

E lembramos agora de uma cerimonia de sexta-feira, quando esclarecemos que Allah (SWT) albergará sete tipos de pessoas na Sua Sombra no Dia em que não haverá outra Sombra além da Sua. Entre elas, as duas pessoas que se amam, se juntam e se separam em nome de Allah (SWT), se reunem em Seu nome e partem em Seu nome. A imagem do dia em que as chamas do inferno sairão com intenso calor, junto ao sol sob as cabeças, neste momento tudo ficará em silêncio onde escutarão a voz do Rei da Eternidade onde estão as pessoas que se amam em nome de Allah que albergará este dia com Sua sombra.

E no Hadice narrado por Muslim, que Abul Huraira relatou que o Profeta (SAAW) disse que existia um homem que ia visitar seu irmão em uma cidade e Allah (SWT) desceu um anjo no caminho. O anjo perguntou ao homem para onde ele ia. O homem respondeu que ia visitar um irmão na cidade. O anjo perguntou se havia algum interesse, o homem respondeu que não, pois amava o irmão em nome de Allah (SWT). O anjo disse que o Profeta (SAAW) deu a notícia que Allah (SWT) também o amava.

Em outro Hadice, narrado por Annas um homem encontrou o Profeta (SAAS) e perguntou quando aconteceria o Dia do Juízo Final, o Profeta (SAAW) então questionou o que o homem havia feito para aquele dia. O homem respondeu que não fez muitas coisas, porém amava Allah (SWT) e o Profeta (SAAW). O Profeta disse que então aquele homem estará entre aqueles que serão amados no Dia do Juízo Final.

Asslamu Aleikom ua Ramatulahi ua Baraketu - Samir - Centro Islâmico de Brasilia - 09/03/2012

Como Converter-se ao Islam e se Tornar Muçulmano

A palavra “muçulmano” significa “aquele que entrega sua vontade a Deus”, sem distinção de raça, nacionalidade, gênero ou origem étnica. Se tornar um muçulmano é um processo simples e fácil que não exige requisitos prévios. A pessoa pode se converter ao Islam de forma privada ou na presença de outros. Se alguém um verdadeiro desejo de se tornar um muçulmano e uma convicção plena juntamente com uma forte crença que o Islam é a verdadeira religião de Deus, então, todo o que falta fazer é pronunciar verbalmente a “Shahada”, o testemunho de fé, e nada mais. A Shahada é o primeiro e mais importante dos cinco pilares do Islam.

Ao pronunciar o testemunho de fé, ou seja, a Shahada, com fé e convicção, torna-se parte da comunidade de irmãos muçulmanos do Islam.

Ao entrar no Islam buscando sinceramente comprazer a Deus, lhes são perdoados todos os pecados anteriores, e começa uma nova vida de piedade e correção. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse a uma pessoa que havia colocado a condição de que aceitaria o Islam se Deus perdoasse todos seus pecados:

Por acaso não sabes que ao aceitar o Islam Deus te perdoa todos teus pecados anteriores?” [Muslim].

Quando alguém aceita o Islam, em essência se arrepende das atitudes e crenças de sua vida anterior. Não é necessário carregar a carga pesada dos pecados cometidos antes de aceitá-lo. É apagado o registro deles, tal como se estivesse recém saído do ventre de sua mãe. Por isso deve tentar o maximo possível em manter seu registro limpo e esforçar-se em pratica a maior quantidade possível de boas ações.

O Sagrado Alcorão e os ditos do Profeta, conhecidos como hadith, enfatizam a importância de seguir o Islam. Allah diz (significado em português):

“Por certo,, a religião, perante Allah é o Islam (submissão a Allah)”. [Surah Al-Imran 3: 19]

“E quem busca outra religião que o Islam, ela não lhe será aceita, e ele, na Derradeira Vida, será dos perdedores”. [Surah Al-Imran 3: 85]

Em um dito, Muhammad, o Ultimo dos profetas falou:

“Todo aquele que testemunhe que não existe nada digno de adoração exceto Deus, que não possuí associados. E que Muhammad é Seu servo e profeta, e que Jesus é servo de Deus, Seu profeta e Sua palavra que Ele concedeu a Maria. E que Jesus é um espírito criado por Deus; e que o Paraíso existe, e que o Fogo do inferno existe. Deus o fará entrar no Paraíso de acordo com suas ações”.[Al-Bukhari]

Testemunho de Fé (Shahada)

Para converter-se ao Islam e ser muçulmano, a pessoa necessita pronunciar o seguinte testemunho com convicção e entender seu significado:

La ilaha ila Allah, Muhamadan rasulu Allah – لا إله إلا الله محمد رسول الله

Cujo significado é:

“Testemunho que não existe nada com o direito de ser adorado exceto Deus, e que Muhammad é um Mensageiro (Profeta) de Deus”.

Quando alguém pronuncia este testemunho com convicção, se converte em muçulmano. Pode ser feito em privado, porém é muito melhor se feito perante testemunhas de sua comunidade para que eles o ajudem a pronunciá-lo de forma correta.

A primeira parte do testemunho consiste em afirmar a verdade mais importante que Allah revelou a humanidade: Que não existe nada e nem ninguém digno de adoração exceto Deus o Todo-Poderoso. Vemos no Alcorão Sagrado (significado em português):

E não enviamos, antes de ti (ó Muhammad), Mensageiro algum, sem que lhe revelássemos qu não existe deus senão Eu; então, adorei-Me”. [Surah Al-Anbia’ 21: 25].

Isto significa que todas as formas de adoração, seja ela orar, jejuar, suplicar ou pedir refugio, por exemplo, devem ser dirigidas a Deus e somente para Deus e mais ninguém. Praticar qualquer forma de adoração a outro que não seja Allah (como por exemplo, um anjo, um profeta, a Jesus, a Muhammad, a um santo, a um ídolo, ao sol, a lua, a uma pedra, a uma arvore) é uma contradição com a mensagem fundamental do Islam e é um dos pecados imperdoáveis para Deus, a menos que a pessoa se arrependa e não volte a praticá-lo antes de morrer. Todas as formas de adoração devem ser dirigidas para Deus unicamente.

Adorar significa realizar ações e pronunciar palavras que agradam e comprazam Deus, coisas que Ele ordenou ou incentivou a fazer, seja através de um texto sagrado ou por analogia. Por tanto, adorar não se restringe somente a pratica dos cinco pilares do Islam, mas também, inclui todos os aspectos da vida do ser humano. Prover alimento a família, dizer palavras de ânimo, carinho e conforto a uma pessoa para alegrá-la também são considerados atos de adoração, se estes realizados com a intenção sincera de comprazer Deus. Isto significa que, para serem aceitos todos os atos de adoração, estes devem ter como principal motivador a sinceridade em conjunto com a intenção de agradas e satisfazer Deus unicamente.

A segunda parte do testemunho significa crer que o Profeta Muhammad também é servo e Mensageiro de Deus. Isto envolve o dever de seguir os ensinamentos do Profeta. Deve acreditar no que ele disse, por tanto, adorar Deus somente de acordo com seus ensinamentos, pois todos os ensinamentos do Profeta foram em verdade revelações e inspirações por parte de Deus.

Deve-se tentar tanto quanto seja possível praticar seus ensinamentos, porque o Profeta foi o exemplo mais sublime de conduta para a humanidade. Disse Allah no Alcorão Sagrado (significado em português):

“E, por certo, és de magnífica moralidade”. [Surah Al-Qalam 68: 4]

Come feito, há, para vós, no Mensageiro de Allah, belo paradigma (exemplo), para quem espera em Allah, e no Derradeiro Dia, e se lembra amiúde (frequentemente) de Allah”. [Surah Al-Ahzaab 33: 21]

Muhammad foi enviado para implementar de maneira pratica o Alcorão, em suas palavras, ações, legislação e em todos os outros aspectos da vida. A’isha, esposa do Profeta, disse o seguinte quando perguntaram a ela sobre o caráter do Profeta:

“Seu caráter era o Alcorão”. [As-Suiuti]

Apegar-se verdadeiramente a segunda parte da Shahada é seguir seu exemplo em todos os temas e assuntos da vida. Allah disse no Alcorão (significado em português):

Dize: Se amais a Allah, segui-me, Allah voa amará e vos perdoará os delitos. E Allah é Perdoador, Misericordiador”. [Surah Al-Imran 3: 31]

Também significa que Muhammad é o Ultimo Profeta e Mensageiro de Deus, e que nenhum outro profeta ou mensageiro virá depois dele (significado em português):

Muhammad não é pai de nenhum de vossos homens, mas o mensageiro de Allah e o selo (ultimo) dos Profetas. E Allah, de todas as cousas, é Oniscinete”. [Surah Al-Ahzaab 33: 40].

Todos aqueles que alegarem ser profetas ou receberem revelações depois de Muhammad serão em realidade impostores, e reconhecer eles como verdadeiros equivale a descrer no Islam.

Damos-lhe a boa vinda ao Islam e felicitamos por tua decisão!

Fonte: Islamweb

sexta-feira, março 09, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: QUARTA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua:
1) – O Rei justiceiro;
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide; 
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe;
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.


4 ) – Aquelas duas pessoas que se amam, que se reúnem por

Sua causa e por causa Dele se separam: No tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), alguns Sahabas (Companheiros do Profeta) (Radiyalahu an-huma), tinham um lugar reservado na Mesquita do Profeta, onde lhes eram ministrados ensinamentos religiosos do Cur’ane e do Sunah.

Reuniam-se por amor a Allah Subhana Wataala e ao seu Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Nestes agrupamentos criavam-se grandes amizades. Muitos deles, foram obrigados a separarem-se e enviados para outras localidades distantes. Assim, se uniram pela causa de Deus e também pela causa Dele se separaram. Foram para bem longe das suas famílias, as quais nunca mais voltaram a ver.

Outros Sahabas (Radiyalahu an-huma) também pelo amor e amizade pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) ansiavam ficar ao lado dele, a todo o tempo. Mas tal não era possível, porque cada um tinha as suas próprias actividades e responsabilidades, nomeadamente familiares e por isso sentiam-se sempre tristes com a separação, mesmo que momentânea. Também tinham consciência de um dia todos iam morrer e que a separação era inevitáve. Foi o exemplo de Thawban (Radialahu an-hu) que ajudava o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) em diversas tarefas. Certa vez, quando se encontrava na companhia do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), ficou com os olhos lacrimejando. Ao ser perguntado os motivos da tristeza, ele referiu o amor que sentia pelo Profeta e que tinha medo de não o encontrar no Akhirat (vida futura) e não suportava estar longe dele. Referiu também que o Profeta estará num lugar privilegiado, bem distante dele, devido ao elevado grau que tinha perante Deus. 

Por outro lado, ele não tinha a certeza de que iria para o Paraíso. Tudo isto lhe causava uma imensa tristeza. Por causa desta preocupação, Deus revelou o seguinte versículo do Cur’ane: "E aqueles que obedecem a Allah e ao Seu Mensageiro, estarão na companhia dos que foram agraciados por Allah; dos Profetas (que ensinam), dos sinceros (amantes da fé), dos mártires (que comprovam) e dos justos (que fazem o bem); que excelentes companheiros serão!". 4:69.

No versículo do Cur’ane, Deus refere diversos tipos de crentes; dos Profetas que vieram difundir a palavra de Deus; os que com fé em Deus, actuam sempre pela verdade e se opõem veemente contra as injustiças; os shaídes (mártires), que foram “testemunhas”, que morreram defendendo a cauda de Deus; são também shaídes os justos que dão testemunho da verdade, da sua fé, em todos os aspectos da sua vida.

Quem se preocupar, neste mundo, em procurar a companhia de tais piedosos e com eles compartilhar as virtudes, seguramente que se será um afortunado, pois no outro mundo (Akhirat), estará com eles.

Actualmente, é muito comum os jovens deslocarem-se para outros países, para se formarem em teologia islâmica. Nos anos em que decorre o curso, criam-se grandes amizades. Mas depois de terminado o curso, regressam aos seus países de origem, para transmitirem aos seus conterrâneos, o que aprenderam durante aquele tempo.

Uniram-se e separaram-se por um propósito, o de servir a Deus. Nos meses de Ramadan, em todos os países do mundo, alguns muçulmanos permanecem na Mesquita durante os últimos 10 dias (Itikaf). Juntos passam o tempo a efectuar as orações e o Zikr. Reúnem-se para recordarem os ensinamentos religiosos. 

Criam-se amizades e no final, separam-se para reiniciarem as suas vidas profissionais e familiares. Numa Mesquita de Leicester, com o Maulana Salim Dhorat Saheb, juntam-se para o Itikaf cerca de 400 pessoas.

Com fé em Deus se juntam e por causa Dele, se separam. Outro exemplo, é quando se juntam diversos irmãos no Tablik, de 40 dias ou 4 meses e se deslocam para várias localidades, passando todo tempo a lembrarem a eles próprios e aos irmãos a quem visitam, o caminho da salvação. Todo o tempo que passaram juntos, foi exclusivamente dedicado a Deus, seguindo as orientações do Seu Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam).

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

08/03/2012

quarta-feira, março 07, 2012

O ILM (A PROCURA DO CONHECIMENTO) – SEGUNDA PARTE

O ILM DOS PROFETAS E DOS PIEDOSOS.

Toda a ciência e o conhecimento, provém de Deus. Só Ele conhece o passado, o presente e o futuro. “…Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto.” – 20:7. Foi Ele que agraciou os Seus Profetas com sabedoria, para poderem falar aos seus povos. Os Profetas sempre foram os melhores da humanidade, no que se refere à aparência, personalidade e capacidades especiais, de modo a não serem alvo de troça ou desprezo. Mas mesmo assim, os Profetas foram maltratados por alguns, por não aceitarem a palavra de Deus. Abdullah (Radiyalahu an-hu), relatou: “Como se eu tivesse visto o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) falar de um Profeta, cuja nação o tinha agredido, ao ponto de sangrar e enquanto estava a limpar o sangue do seu rosto pediu: Ó Deus, perdoe a minha nação! Pois eles não têm conhecimento.” Bhukari.

Ao longo da história da humanidade, Deus enviou milhares de Profetas, para nos transmitirem e nos incentivarem a procura do conhecimento, para esta vida passageira e em especial para a outra que não terá fim. Outras personalidades também tiveram o privilégio de obterem o ilm, para o benefício da humanidade.

Quando Deus criou Adam (Aleihi Salam) – Adão (Que a Paz de Deus esteja com ele) e o colocou como seu Khalifa na terra (vice - regente), dotou-o de certos poderes e deu-lhe o dom da palavra. “Criou o homem e ensinou-lhe a expressar-se” Cur’ane 55.3,4. Deu-lhe a conhecer os nomes de todas as coisas. Transmitiu-lhe a sabedoria necessária, que aprendeu e os passou para os seus filhos, para estudarem as leis da natureza, reflectirem sobre eles e utiliza-los correctamente, em benefício da humanidade. “Na verdade, Nós honramos os filhos de Adam” (Isto é, demos-lhes superioridade em relação a todas as criaturas) Cur’ane 17:70. O ser humano tem assim a capacidade para aprender, aumentar os seus conhecimentos e perceber as leis do universo.

Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele), nasceu numa casa de idólatras. Mas ainda pequeno, Deus iluminou-o e guio-o, para o caminho do monoteísmo. No Cur’ane, é referido o diálogo entre o Profeta Ibrahim (Alei Salam) e o pai, adorador de ídolos: “Pai, porque adoras aquilo que não ouve nem vê e em nada te pode beneficiar? Pai, foi-me revelado algo de sabedoria que tu não recebeste. Segue-me pois, vou conduzir-te para o caminho recto.” 19:42,43.

Mussa (Aleihi Salam) – Moisés (Que a Paz de Deus esteja com ele) recebeu ordens de Deus para ir falar com o Faraó, que se encontrava extraviado, pensando, ser o rei dos reis. Moisés apercebeu-se da grande responsabilidade que tinha acabado de receber, sabendo de que era lento a falar e não era um bom orador. Com receio de não conseguir influenciar o faraó e o seu séquito, pediu a Deus para que o seu irmão Aarão, um bom orador, o acompanhasse. Recusada a pretensão, Moisés orou a Deus, pedindo: “ Ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala.”Curane 20:25 a 28. As dificuldades foram removidas e ele pode falar com o Faraó, sem qualquer situação de inferioridade. As palavras por ele proferidas, perante o tirano, são extraordinárias na eloquência e na retórica, conforme é referido na Bíblia e no Cur’ane. 

Issa (Aleihi Salam) – Jesus (Que a Paz de Deus esteja com ele), quando ainda era recém-nascido, recebeu de Deus, o dom da fala e falou às pessoas ainda no berço. Depois do parto e quando Mariam (Que a Paz de Deus esteja com ela) regressou com a criança algumas pessoas repreenderam-na, afirmando de que ela fizera algo detestável e que a família dela nunca fora adultera. Mariam colocou os dedos nos lábios e apontou para a criança. Admirados ouviram Issa dizer: “Sou o servo de Deus, que me concedeu o Livro e me designou Profeta. Fez-me abençoado onde quer que eu esteja e encomendou-me a oração e a esmola, enquanto eu viver….”

Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) – Que Deus derrame as suas bênçãos nele, era iletrado, e recebeu, através do Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel (Que a paz de Deus esteja com ele), a revelação da palavra de Deus. Na primeira revelação, Deus ordenou-lhe para recitar os seguintes versículos: “
1 – Iqra (Recita) em nome do teu Senhor que criou;
2 – Criou o homem de um coágulo;
3 –Recita e o teu Senhor é o mais generoso;
4 – Que ensinou com a caneta;
5 – Que ensinou ao homem aquilo que ele não sabia”. Cur’ane 96. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu ao anjo de que não sabia ler. Mas o anjo pressionou-o e ele acabou por recitar e reter as primeiras palavras da revelação.

Os que estiveram ao lado dos Profetas também foram agraciados por Deus, que lhes deu certas capacidades físicas, intelectuais e espirituais, para suportarem os enormes sacrifícios, necessários para ajudarem a divulgação da palavra Dele. Foi também o caso dosSahabas (Radiyalahu an-huma) – Que Deus esteja satisfeito com eles – Companheiros do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Especializaram-se nas diversas áreas religiosas. Muitos deixaram os seus bens e as suas famílias e deslocaram-se para terras distantes, para a divulgação do Isslam. Yahya Ibn Khatir (Radiyalahu an-hu), referiu: “A procura do ilm e o conforto, não podem estar juntos”. Eles reuniam-se num local, denominado de Ass-Hábus Suffa (Pavilhão dos Sahabas). Neste momento, o local encontra-se dentro da Mesquita do Profeta, em Madina, e de fácil reconhecimento, por ser um local saliente, acima do nível do chão e bem visível. Os Sahabas reuniam-se de dia e de noite, para aprendizagem e eram enviados para outros locais, para ensinarem a religião. Eles juraram manter-se junto do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Eram materialmente pobres, mas ricos em ilm religioso. O número deles era de cerca de 100 e neles estava incluído o Sahaba Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), muito conhecido pela transmissão de inúmeros hadices. Várias são as narrativas, referindo a bravura, a dedicação e o sacrifício dos Sahabas, perante Deus e Seu Profeta.

Uma prece muito utilizada pelos muçulmanos رَّبِّ زِدۡنِى عِلۡمً۬ا “Rabbi zidni ilm” – Ó meu Senhor, aumentai-me o conhecimento”. Surat TA HÁ. De acordo com Ibn Abbas (Radiyalahu an-hu), no início da revelação, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sentia uma grande ânsia e esforço para acompanhar e reter a revelação que o anjo lhe transmitia. Ele movia a língua e apressava-se a recitar o que lhe era transmitido. Foram então revelados alguns ayates: “…Não te apresses com o Alcorão, antes que a sua inspiração te seja concluída. Outrossim, diz: Ó Meu Senhor, aumentai-me o conhecimento”. 20:114 Também no capitulo 75, os versículos 16 a 19, referem-se à mesma advertência. Deus instruiu ao Profeta para seguir atentamente a recitação do anjo Jibrail e só depois é que deveria repetir as palavras. Deus deu ao Profeta, a capacidade de reter e transmitir as revelações. Segundo Ibn Uyaynah, o Profeta não deixou de melhorar os seus conhecimentos até que Deus, o Altíssimo, o levou.

Outra fonte de inspiração para a procura do ilm e do conhecimento em geral, é o exemplo de Luqman, negro e antigo escravo. Um verdadeiro sábio, que teve o privilégio de ser referido no Cur’ane, através de um capítulo com o seu próprio nome. Não era um Profeta, mas Deus agraciou-lhe com a sabedoria e com o conhecimento mundano e divino, conforme o seguinte versículo: “Agraciamos a Luqman com a sabedoria, (dizendo-lhe): Agradece a Deus, porque quem agradece, o faz em benefício próprio” Cur’ane 31:12 . Luqman colocava esses mesmos conhecimentos na prática, transmitindo-os aos ricos, necessitados, reis e juízes.

Um Bom Dia de Juma,

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

O ILM (A PROCURA DO CONHECIMENTO):


بِسۡمِ اللهِ الرَّحۡمٰنِ الرَّحِيۡمِ  - رَبِّ اشۡرَحۡ لِىۡ صَدۡرِىْ ۙ‏ ﴿۲۵﴾ وَيَسِّرۡ لِىۡۤ اَمۡرِىْ ۙ‏ ﴿۲۶﴾ وَاحۡلُلۡ عُقۡدَةً مِّنۡ لِّسَانِیْ ۙ‏ ﴿۲۷﴾ يَفۡقَهُوۡا قَوۡلِیْ
Bismilahir Rahmani Rahim “Rabbis sherah li sadrí; uias ssir li amrí; uahlul uqdatan min lissani; iáfkahú kauli”. - Ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala.” 20: 25 a 28.

A palavra árabe “ilm”, é por norma traduzida por “conhecimento” - “knowledge”. Mas “ilm”, tem um significado muito amplo, pois abrange, nomeadamente, a informação acerca de algo divino ou terreno, mais acção do que a teoria, a procura do conhecimento e a educação. Por isso a civilização islâmica dá a palavra “ilm”, uma forma distinta. Nenhuma outra religião deu tanta importância ao “ilm”. Porque o Islão é o caminho para o conhecimento, as palavras ilm, caneta, escrever, livro e seus derivados, são referidos centenas de vezes no Cur’ane e nas tradições do Profeta. “Nun. Pelo cálamo (caneta) e pelo que com ela escrevem”. Cur’ane 68:2. A caneta e o livro, são essenciais para a procura do conhecimento. A primeira revelação do Cur’ane, começa com a palavra “iqra” (leia - recite).

...Poderão equiparar-se os sábios com os ignorantes?”..” refere o Cur’ane, 39:9. Os pais têm a obrigação de criarem condições para que os seus filhos obtenham conhecimentos escolares e religiosos. Alguns pais preocupam-se que os seus filhos só aprendam os conhecimentos mundanos. Outros só com o ilm religioso. As duas componentes são importantes para formar um jovem para que no futuro, possa vir a ter uma contribuição para o desenvolvimento do seu país. Felizmente, já vemos muitos jovens formados em diversas áreas universitárias e simultaneamente, graduados em diversos ramos do ilm religioso (Hafez, Muftis, Alimos, etc..). É uma satisfação para os pais, pois é a melhor herança que podem deixar para os filhos. “Quando um homem morre, as suas acções chegam ao fim, com excepção de três actos: a caridade contínua, o conhecimento que transmitiu, o qual as pessoas continuarão a beneficiar e um filho piedoso que rezará para ele”. * (1).

Mesmo depois de terminada a época da escolarização obrigatória, devemos dedicar um pouco do nosso tempo, para relembrarmos e aumentarmos os nossos conhecimentos religiosos e de tudo o que nos rodeia. A mente humana tem uma capacidade extraordinária para armazenar informações, para recordarmos mais tarde. Errar, é próprio do ser humano e a perfeição só a encontramos em Deus, o verdadeiro Haquim (Sábio). Com o passar dos anos, a nossa memória acaba por falhar e esquecemos parte ou totalidade do que aprendemos. Por isso, devemos treinar a nossa mente, em especial relembrar os conhecimentos religiosos, para uma oração perfeita. A procura do conhecimento em geral, é uma obrigação das mulheres e dos homens. “Não é permita a inveja, excepto em 2 situações: A pessoa a quem Deus deu riqueza e ele a utiliza no bom caminho e a pessoa a quem Deus deu a sabedoria (por exemplo a religiosa) e que dá as suas decisões em conformidade e transmite aos outros”. *(2). O muçulmano deve preocupar-se em ensinar o seu semelhante, mas também deverá ter humildade em aprender com os outros. “Os sábios são herdeiros do Profeta” *(3).

Se não encontrarmos condições nas nossas localidades, para aumentar os nossos conhecimentos académicos ou religiosos, devemos procurar o ilm noutras paragens. “Procurai a sabedoria, mesmo se para isso tiverdes de viajar até à china” *(4). Encontramos no Islão, o incentivo para o combate à ignorância e ao analfabetismo. Só assim é que os muçulmano poderão contribuir com o desenvolvimento dos países onde se encontram a viver, de maioria muçulmana ou não. Temos a obrigação de contribuir para o desenvolvimento do mundo, como forma de erradicarmos a ignorância e a pobreza. Para efectuar a Oração, o pilar importante do Islão, o muçulmano deverá conhecer todas as regras, sem as quais a oração será considerada inválida. Nada obterá, senão o cansaço e a insatisfação de Deus. Não há oração sem o ilm, o conhecimento religioso. “Entre os Seus servos, somente os sábios temem verdadeiramente a Deus.” Cur’ane 35:28. 

Os muçulmanos viveram uma época de esplendor numa altura em que o resto da Europa e do mundo, viviam nas trevas. As pessoas de todo o mundo deslocavam-se a Bagdad, Cairo, Córdova, Damasco e outras cidades, à procura do ilm. “Quem viajar a procura doilm, Deus facilitar-lhe-á o caminho para o paraíso e os anjos estenderão as suas asas em honra do viajante.” *(5). Na altura, os muçulmanos preocuparam-se no desenvolvimento do conhecimento religioso e científico, vivendo em paz com outras culturas e religiões. Após o pôr do sol, a escuridão invadia as ruas da Europa, com a excepção de Córdova, onde as casas e as vias públicas eram iluminadas, não só pelas luzes artificiais, mas também pelas luzes do conhecimento e da sabedoria.

Apesar de todas as capacidades demonstradas pelo ser humano, para aumentar os seus conhecimentos, chegará o tempo das trevas. As más acções prevalecerão em relação às virtuosas, o adultério será dominante e o homem semeará a corrupção na terra. As religiões fragmentar-se-ão. A confusão ficará instalada. O homem piedoso terá dificuldades em reconhecer quem falará a verdade.“Perto da Hora estabelecida, haverá dias, nos quais o conhecimento religioso será retirado e a ignorância irá espalhar-se. Haverá em abundância, o assassinato de pessoas.” *(6). Será o aproximar da hora final, conforme está previsto no Cur’ane: :“Tudo o que existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo”. 55:26-27.

* Ditos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam); (1) Relato de Abu Huraira em Muslim; (2) Relato de Ibn Massud em Bhukari; (3) e (4) Relatos de Abú Daúd; (5) Relatos de Muslim, Abú Daúd e At-Tirmizi; (6) Relato de Abu Mussa em Bhukari.

Um bom dia de Juma

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

segunda-feira, março 05, 2012

AL SALAT ( A oração)

Em nome de Allah (SWT), o Clemente, o Misericordioso. Louvado seja Allah (SWT), criador do céu e da terra. Recordamos-nos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençoe e dê paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus queridos irmãos, nosso assunto desta sexta-feira é sobre a oração no islam AL SALAT. A oração é o contato entre o muçulmano e Allah (SWT). Na lei islâmica é a relação diária com o Criador, Allah (SWT) é o único pilar que foi escrito desde o sete céus, quando o profeta (SAAW), foi elevado aos céus com o anjo Gabriel e recebido esta ordem do SALAT. Quem deseja falar com Allah (SWT) é através das orações e quem deseja que Allah fale com ele, que faça a leitura do Livro Sagrado o Alcorão. A oração é mencionada no Alcorão mais de oitenta vezes.

Inúmeros ditos relatam que quando alguém se queixava da pobreza ao profeta, ele aconselhava a pratica regular da oração, e recita-se o versículo 132 da surat TAHA que diz:

« E ordena a teus familiares, com a oração e sê constante, tu também. Não te impomos ganhares o teu sustento, pois Nós te proveremos. A recompensa é dos devotos. »

A oração para o profeta, e seus companheiros era um refugio para qualquer coisa, mesmo que seja da vida, mesmo que seja relacionado a pequenas coisas, eles procuravam o refugio na oração. Sempre a oração é usada pelo muçulmano para ajudá-lo em varias situações como na hora de escolher entre dois assuntos, ele faz duas RAKAHS consultando Allah, está oração e conhecida como SALAT ALISTIKARA, também há orações de saudação na mesquita que é a casa de Allah (SWT), há oração de agradecimentos, oração de pedir chuva, oração da ZIKER, isto é, de lembrar do nome de Allah, oração de DUA (suplicar a Allah), outro exemplo é a história do profeta YUSUF (José), que quando estava na cadeia, ele pediu ajuda ao rei, e não pediu ajuda a Allah (SWT), foi motivo de ficar na cadeia alguns anos; também o profeta Jonas, quando recordava do nome de Allah, salvou-se do mar e da baleia.

Caros irmãos, quem abandona, a oração na lei islâmica é pior que roubar beber álcool, adulterar e merece o castigo de Allah nesta vida e após a morte. A oração é no islam como um pilar de uma casa, ou uma tenda, ela fortalece a fé e a religião. Na surat al calam vers 42 e 42 Allah disse:

« No dia em que a perna fica exposta (ou seja, na primeira hora do dia do QUIAMA) em que forem convocados á prostração e não o conseguirem. Seus olhares serão de humilhação, cobertos de ignomínia, porque foram convocados á prostração, enquanto podiam cumpri-la (e se recusaram). »

Também na surat MARIAM, versículo 59 e 60 disse Allah:

« Sucedeu-lhes, depois uma descendência que perdeu a oração, e se entregou ás concupiscências, porem, logo terão o seu merecido castigo. Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; esses entraram no paraíso e não serão injustiçados. »

A oração como todos os pilares islâmicos são aceitos quando são realizados, com total sinceridade, total humildade a Allah (SWT), e que não seja para mostrar e esperar recompensas de outros humanos. Faz parte da verdadeira religião se preocupar de saber, estudar bem o Alcorão, realizar o WUDU (ablução) antes de ficar perante Allah, e sabe as quantidades de RAKAS, seus horários e a direção da QUIBLA (Meca).

A oração ela nunca pode deixar de se realizar mesmo se estiver viajando ou doente. Há lugares no qual a oração tem valor maior como se for realizada na mesquita de Meca, Madina e Quds (Jerusalém) ou no campo de guerra. Como há alguns meses que também são mais importantes como o mês de Ramadan , as orações que são realizadas a noite ou no dia de Sexta-feira.

Irmãos vale lembrar que a oração de Sexta-feira (JUMAAH) são duas RAKAS e não quatro como na oração do ZOHR e que o Sermão do Cher equivale as outras duas Rakas, não pode falar, nem cumprimentar , quem faz isto é como se estivesse falando dentro da oração.

ASSALAMO ALEIKOM.
Samyr - Centro Islâmico de Brasília DF -02/03/2012

quinta-feira, março 01, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus - TERCEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua: 
1) – O Rei justiceiro;
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração de Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide;
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam;
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”;
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe;
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

3 ) – A pessoa cujo intimo está ligado ao Masjide (Mesquita)

O Masjide (Mesquita), é o local de adoração para os muçulmanos. “Sabeis que Almasjid são casas de Deus; não invoqueis, pois, ninguém, juntamente com Deus”. Cur’ane 72:18. Desde a antiguidade, é um lugar de muita importância espiritual para a humanidade. A primeira Casa de Deus (Caaba), foi construída pelo nosso pai Adam (Aleihi Salam), reconstruída pelo Profeta Ibrahim, com a ajuda do seu filho Esmael (Que a Paz de Deus esteja com eles). Mais tarde, purificada pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Quando Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), se retirou de Maka para Madina, por causa da perseguição movida pelos idólatras de Maka, ao chegar na cidade de acolhimento, a sua primeira preocupação foi edificar um Masjid, tendo participado na respectiva construção. Foi o primeiro Masjid edificado, depois da era do Isslam. A importância do Masjid foi referido pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), no seguinte hadice: “Quem construir um Masjid, com a intenção de obter recompensas por parte de Deus, Deus irá construir para ele, uma casa no Paraíso”. Bukhari e Muslim.

Um Masjid é um local de adoração a Deus, mas também de aprendizagem religiosa. 

Na Mesquita do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), havia um pequeno lugar, onde se reuniam os seus companheiros (Que Deus esteja satisfeito com eles), para receberem formação na interpretação do Cur’ane e de outros ensinamentos religiosos. A partir desta Mesquita, foram enviados para diversos locais, para transmitirem a mensagem do Deus Único. É meritório realizarem-se casamentos nos Masjids.

Todos os lugares limpos são locais dignos para adoração a Deus, No entanto, Deus conferiu às mesquitas um lugar de destaque para adoração. Várias são as exortações dadas pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), referindo as virtudes de frequentarmos as Casas de Deus. Quanto entrarmos na Mesquita, antes de nos sentarmos, devemos efetuar duas rakates (ciclos de orações), de “Tahiatul Masjid” – “Saudação” ao Masjid”. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quanto aquele que fizer a ablução correctamente em sua casa, em seguida for a uma Casa de Deus para realizar uma das orações obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á perdoada uma falta ou ele será elevado em um grau”. Muslim. Outra importância das Mesquita, é-nos transmitida pelo seguinte Hadice narrado por Abu Huraira (Radiyalahu an-hu): “Um cego (Ibn Ummu Mactum) (Radiyalahu an-hu) foi ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e pediu autorização para fazer as orações em casa, porque não tinha ninguém que o acompanhasse à mesquita. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acedeu ao pedido. Mas quando o cego se estava a retirar, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) o chamou e perguntou se conseguia ouvir o Adhan (chamamento para a oração). O homem respondeu afirmativamente. Então foi-lhe dito para responder à chamada (dirigir-se à Mesquita). Muslim.

Nas orações em congregação, as recompensas são superiores a 25 ou 27 vezes mais, em relação às realizadas em casa. Os crentes ficam perfilados ombro a ombro, não interessando quem está ao lado de quem. As atenções estão viradas somente para o Criador. O crente cujo coração está ligado à Mesquita, preocupa-se em permanecer na Casa de Deus, aguardando a oração seguinte. Enquanto espera, recita o Cur’ane, faz o Zikr (recorda e louva a Deus). O crente sente uma satisfação quando se encontra dentro da Mesquita ao contrário do hipócrita que sente-se incomodado e enclausurado. Aproveita para ouvir dos Álimos, baianes (explicações religiosas) sobre diversos temas. Assim, é como se estivesse permanentemente em oração e também em constante alerta. Que grande mérito para o crente que assim procede, na certeza de que no Dia do Juízo Final, Deus o acomodará na Sua sombra e o destinará ao Paraíso.

Encontramos no seguinte hadice, a importância da oração em congregação na Mesquita e de a efetuarmos na primeira fila: “Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Se as pessoas soubessem a recompensa de se pronunciar (ouvirem) o adhan (chamamento para a oração) e de (se preocuparem em) ocupar a primeira fila (na oração em congregação). 

E se não conseguissem outra maneira de a encontrar (a primeira fila), senão por sorteio, eles o fariam por sorteio, e se eles soubessem as recompensas da oração do Zuhr (efectuada no momento exato do seu tempo), eles se apressariam a executá-la, e se eles soubessem que a recompensa das orações de Isha e de Fajr feitas em congregação (na mesquita), as cumpririam, mesmo que tivessem que (ir a) rastejando”. Bukhari 11:589.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

01/03/2012

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

A L M A D I N A - A BONDADE INATA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 27.02.2012

Certa vez, um santo estava sentado a beira de um rio, onde queria fazer ablução (wudhu) para cumprir uma oração (salaat). 

Ao estender a sua mão em direção à água viu um escorpião que tentava sair do rio, mas as pequenas ondas que se formavam na margem não lhe permitiam. 

Ao ver isso, sentiu alguma pena e pensou em ajudá-lo, pois tratava-se de uma criatura de Deus. Ato contínuo, meteu a mão na água, e assim que pegou o escorpião para o retirar, este ferrou-lhe. A dor do ferrão cravado no seu dedo foi tão forte, que o santo imediatamente o largou, e na tentativa de minimizar a dor que sentia, começou a massajar o local afetado. Em seguida estendeu de novo a mão para a água para fazer ablução, mas de novo viu o mesmo escorpião lutando com as ondas na tentativa de sair do rio. O santo, julgando ser sua obrigação fazer o bem sem olhar a quem, estendeu de novo a mão em direção ao escorpião para salvá-lo. Assim que pegou nele, o bicho voltou a ferrar-lhe, obrigando-o assim a largá-lo. A segunda ferroada foi mais dolorosa que a primeira. 

Depois de algum tempo voltou a estender a mão em direção à água para iniciar a ablução, e viu outra vez o escorpião naquela situação aflitiva. Preocupado com o bicho, fez uma terceira tentativa para tirá-lo da água, mas pela terceira vez voltou a sentir a forte dor da ferroada do lacrau. 

Entretanto, sentado a uma curta distância e assistindo àquela cena, estava um jovem, que não resistiu e foi ter com o santo e perguntou: “O que se passa consigo, está maluco”? O santo respondeu: “Qual é o problema”? O jovem retorquiu: “Então deixa que o escorpião lhe ferre repetidamente e insiste em querer salvá-lo”? O santo disse: “Tem razão, mas pensei que sendo este um escorpião, Deus pôs no seu instinto e na sua natureza o cravar o seu ferrão em todo aquele que constitua ameaça. Todavia, eu sou seguidor do Profeta Muhammad, S.A.W., que foi enviado como misericórdia para o Mundo, e Deus colocou no meu instinto, o servir e ajudar a criatura de Deus. E continuo a pensar que, se o escorpião não pode abdicar do seu instinto maldoso, porque razão terei eu que renunciar do meu instinto bondoso”? 

De fato, todo o mal e todo o bem no Mundo são praticados na base do instinto. Há pessoas que são más por instinto, pois só sabem fazer mal. Mesmo que sejam presas, passando anos na prisão, quando saem voltam ao mundo do crime, pois o mal está no instinto dessas pessoas. 

Certa vez o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) estava caminhando na companhia dos seus discípulos, e passou por algumas pessoas que por sinal eram suas inimigas. Essas pessoas começaram a insultá-lo, a dizer mal dele. Mas em troca, Jesus começou a orar a seu favor. Os seus discípulos, estranhando esta atitude do seu Mestre, disseram: “Senhor! Eles estão a insultá-lo”! Então Jesus disse: “Cada um gasta o que tem. Eles só têm o mal, e eu só tenho o bem”. 

Infelizmente, na nossa era, quer parecer que os maus é que detêm o domínio de tudo. É difícil ver nas nossas sociedades gente que seja capaz de amparar os destituídos, de se levantar em defesa dos injustiçados, de ajudar os fracos, de consolar os órfãos, de estender a mão às viúvas, de confortar os corações entristecidos, de compartilhar a dor dos pobres, de proporcionar tecto aos desprovidos de casa. 

Ao invés de se manietarem as mãos dos opressores e injustos, o que vemos é gente a dar-lhes apoio e cobertura no cometimento de mais opressão e injustiça. 

O Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Ajude o seu irmão, seja ele opressor ou oprimido”. Então alguém observou: “Ó Mensageiro de Deus! Compreendemos que tenhamos que ajudar o oprimido. Mas como é que se pode ajudar o opressor”? O Profeta respondeu: “Ao impedi-lo de cometer opressão e injustiça. Isso é que é ajudá-lo”! (Al-Bukhari; Musslim) 

Hoje, no sistema ocidental, infelizmente destruiu-se o sistema familiar, criando-se no seu lugar uma barreira entre os velhos pais e seus filhos, degolando-se à luz do dia, o carinho paterno, e a ternura e afeto maternos. 

A sombra carinhosa dos velhos pais é uma grande bênção e um tesouro. É nela que os filhos angustiados se refugiam e resolvem muitos dos assuntos complicados com que se deparam, e onde as lanternas acesas encontram o caminho com os seus valiosos conselhos, e os nós complicados da vida se desfazem. 

Por outro lado, o pai e a mãe, quando ficam velhos, querem usufruir do fruto da árvore que plantaram. Precisam de companhia e os filhos são um escudo e apoio, para onde eles se podem inclinar. É claro que ninguém pode servir os pais melhor que os seus próprios filhos. 

Essa civilização ocidental eliminou e arrumou os pais velhos, fechando-os “enclausurando-os” em lares de idosos. Tudo isso atenta contra os ensinamentos islâmicos. 

No Al-Qur’án, em vários versículos, Deus ordena-nos a tratar com bondade os nossos pais, abstendo-nos de os maltratar. E considera a sua satisfação como se da satisfação de Deus se tratasse. Tomemos como exemplo o Cap. 23, Vers. 24: 

“O teu senhor decretou que não deveis adorar a ninguém, a não ser a Ele; E que deveis ser bondosos para com os vossos pais. Se a velhice atingir um deles ou ambos, em vossa companhia, não dizei ‘uff” por irritação. Nem os ralheis, mas falai-lhes com palavras generosas (com respeito). E, por misericórdia, submetei-vos perante eles com humildade e dizei: “Senhor meu! Tem pena deles, assim como eles tiveram pena de mim, ao me criarem quando eu era pequenino”. 

O Profeta Muhammad S.A.W. também nos ordenou a tratarmos bem os nossos pais, a falarmos com respeito com eles, abstendo-nos de lhes dirigir ofensas ou causar-lhes mágoa, nem desobedecer. Disse até, que o Paraíso está debaixo dos pés das mães. E mais. Ordenou-nos a tratar bem os nossos empregados (homens ou mulheres) alimentando-os com aquilo com que nos alimentamos, e vestindo-os daquilo com que nos vestimos. 

Quão bons são os ensinamentos que Deus e o Seu Mensageiro nos transmitem! 

Para onde, então, as pessoas se desviam? 

A prisão não são apenas as paredes, os cadeados, as portas e janelas gradeadas, e as restrições impostas ao recluso. A verdadeira prisão é envergonhar e humilhar o seu semelhante, e fazê-lo sentir que está a mais e que não tem nenhuma importância, esteja ele vivo ou morto, satisfeito ou zangado, perto ou longe

"A hereditariedade e a boa educação têm uma grande influência na bondade inata". 

domingo, fevereiro 26, 2012

O calendário islâmico

Os Árabes utilizam dois calendários: O islâmico: para o quotidiano e os propósitos religiosos; O gregoriano: para assuntos civis e comerciais.


Vejamos as diferenças e vamos conhecer o calendário islâmico.

O ano gregoriano, adotado também no Brasil, corresponde a um giro da Terra em torno do Sol, tem 365 ou 366 dias, divididos em 12 meses de 28 a 31 dias, e seu calendário tem início no ano de nascimento do Cristo.

O Calendário Islâmico, ou calendário da Hijra, ou Hégira, cujo significado é migração, é lunar, isto é, organizado com base na revolução da Lua em torno da Terra. Um mês equivale ao ciclo entre duas luas novas e realizado em 29 dias, 12 horas e 40 minutos. O calendário lunar tem 354 ou 355 dias, divididos em 12 meses, 6 de 29 dias e 6 de 30 dias e se inicia no dia em que o Profeta Muhammad (SAAS1) migrou da Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e continuar a proclamar as Revelações. O primeiro dia da Hijra corresponde ao dia 16 de julho de 622 DC no calendário gregoriano.

Assim, o ano islâmico é 11 dias mais curto do que o ano gregoriano, fazendo com que o calendário inicie mais cedo a cada ano, quando comparado ao gregoriano. Ele também precisa ser ajustado com um dia adicional nos anos “bissextos”. Nestes anos, chamados “anos abundantes”, o mês de Thu al-Hijjah, que normalmente tem 29 dias, passa para 30 dias no 2º, 5º, 7º, 10º, 13º, 16º, 18º, 21º, 24º, 26º e 29º ano a cada ciclo de 30 anos.



Os meses do calendário islâmico são:

Nome do mêsNº diasSignificado
Muharram30Mês sagrado
Safar29Mês da partida (viagem)
Rabi' al-Awwal301º mês da Primavera
Rabi' al-Thaani292º mês da Primavera
Jumada al-Awwal301º mês da seca
Jumada al-Thaani292º mês da seca
Rajab30Mês do respeito e da abstinência
Sha'bán29Mês da germinação
Ramadhán30Mês do grande calor
10ºShawwál29Mês do acasalamento dos animais
11ºThu al-Qa'dah30Mês do descanso
12ºThu al-Hijjah29Mês da peregrinação

O dia muçulmano começa no instante em que se distingue um fio de linha branca de um fio preto e termina com o pôr do Sol, no instante em que os dois fios se confundem. Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. A maioria dos países islâmicos adotou a semana de cinco dias, e, portanto, não se trabalha sexta e sábado, na maioria deles, ou quinta e sexta em alguns, como na Arábia Saudita.

Embora os conhecimentos de hoje permitam determinar com exatidão o movimento dos astros, os muçulmanos preservam suas tradições e as datas importantes, como o início do mês de Ramadhán, são definidas pela observação direta dos astros celestes. Todo mês lunar começa quando uma tênue lua nova é percebida no céu, depois do pôr-do-sol. O Qur'an (Al Corão, livro sagrado dos muçulmanos) determina que os fiéis iniciem o jejum do mês sagrado de Ramadhán após observação, a olho nu, da lua nova que marca o inicio do nono mês do calendário. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato às autoridades islâmicas que decretam, então, o início do jejum.

Cálculo aproximado

Para fazer um cálculo aproximado do ano da Hijra correspondente a um determinado ano gregoriano:

subtrai-se 622 (ano da Hijra) do ano gregoriano.

multiplica-se o resultado por 1,031, resultado do número de dias do ano gregoriano dividido pelo número de dias do ano lunar.

Por exemplo:

O ano de 2005 corresponde a 2005 - 622 = 1383 ? 1383 x 1,031 = 1425,873

Portanto o ano gregoriano de 2005 corresponde aos anos 1425 / 1426 islâmicos.

Principais feriados e suas datas no calendário gregoriano


Feriado (*)2007200820092010
Eid Ra’s as Sana (Ano novo)Jan 20Jan 1028 Dez (2008)17 Dez (2009)
Mawlid al-Nabi (Aniversário do Profeta)Mar 31Mar 20Mar 9Fev 26
Inicio do Ramadán (Início do mês de jejum)Set 13Set 2Ago 22Ago 11
Eid al-Fotr (Festa do desjejum)Out 13Out 2Set 21Set 10
Eid al-Adha (Festa do sacrifício)Dez 20Dez 8Nov 28Nov 17
*Nota: As datas listadas são projeções para efeito meramente ilustrativo. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se confirmá-las.

As datas mais importantes do ano islâmico 

Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb): Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Muhammad (SAAS1) efetuou, um ano antes da Hijra, montado em lendário animal trazido pelo Anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus. 

Mês do Ramadhán (1 a 30 de Ramadhán): Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais, do nascer ao pôr-do-sol, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis interrupções. 

Eíd Al-Fitr (1 a 3 de Shawwál): Feriados em que se comemora o término do mês de jejum. 

Período do Hajj (1 a 10 de Thu al-Hijjah): Período em que os muçulmanos, de todo o mundo, cumprem o dever de peregrinar à Meca. Obrigação a realizar, pelo menos uma vez na vida, como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj (peregrinação) dura uma semana, mas a movimentação, na Meca, começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todos os negócios com estrangeiros. 

Eid Al-Adha (10 de Thu Al-Hijjah): a mais importante data do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como os cristãos fazem entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahím (Abrahão), cumprindo a ordem de Deus de sacrificar seu próprio filho, em demonstração de sua fé. Deus impediu o Profeta de consumar o ato, no último momento, lhe enviando um cordeiro para tanto. A pedra negra, sobre a qual Ibrahím ia executar o sacrifício do próprio filho, está na Meca, no centro da Kaabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias. 

Eid Ra's As-Sana (1 de Muharram): O dia de Ano Novo muçulmano. Achura (10 de Muharram): Dia do martírio do Imán Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Muhammad (SAAS1), comemorado pelos Shiítas. 

Eid-Al-Maulid An-Nabawi (12 de Rabi´ al-Awwal): Data do nascimento do Profeta Muhammad (SAAS1). 

Lailat al Miraj (27 de Rajab): Noite em que o Profeta Muhammad (SAAS1) viajou (Isra) da Meca à "mesquita distante" (al-masjid al-aqsa) em Jerusalém, acompanhado pelo Anjo Gabriel. De Jerusalém, Ele ascendeu ao céu (Miraj) onde dialogou com profetas anteriores antes de encontrar-se com Deus. 

Lailat al Qadr (27 de Ramadhán): Noite da glória e poder em que o Qur’an (Livro Sagrado) foi revelado ao Profeta Muhammad (SAAS1), “é melhor que mil meses” durante esta noite os anjos, incluindo o Anjo Gabriel, descem com a permissão de Deus, Noite de paz até o romper do dia. Estas são as principais datas e comemorações entre os muçulmanos. Existem ainda outras datas. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se obter maiores informações sobre os feriados religiosos do país de interesse. 

Detalhes 

Considera-se o começo de um novo mês quando um observador vê, pela primeira vez e a olho nu, o crescente lunar, depois de uma Lua Nova. Apesar do cálculo da Lua Nova ser bastante preciso, a visibilidade do crescente é muito mais difícil de predizer. Depende de fatores como as condições do tempo, as propriedades óticas da atmosfera e a localização do observador. Portanto, as datas podem variar de acordo com a cidade – e, normalmente varia - e é muito difícil fazer a previsão de quando um novo mês terá início. Este fato gera problemas, no mínimo, curiosos. Um deles é a impossibilidade de se imprimir calendários antecipadamente. 

O segundo Califa, sucessor do Profeta, Omar (RAA) , que governou de 634 a 644, estabeleceu como norma o dia 1º de Muhharram como 1º dia do ano e a contagem dos anos começando pela Hijra, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 de Muhahham do ano 1 A.H (Anno Hegirae, ano da Hégira). 

Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês de Ramadhán, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Eid al-Adha). O calendário solar, que considera o tempo decorrido para que a Terra complete uma volta em torno do sol, está sintonizado com o ciclo das estações (primavera, verão, outono e inverno). Como o ano lunar é mais curto do que o ano solar, os meses acabam se deslocando em relação às estações do ano. Assim, há fases em que o Ramadhán cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os muçulmanos, em regiões onde a temperatura pode chegar aos 50ºC.1SAAS: Salaláhu Aleihi ua salam: que a paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam sobre ele. 

sábado, fevereiro 25, 2012

Suraca b. Málik - Mais um Sahaba do Rassulolah

Bismillah!
Suraca b. Málik

“Imagina-te, ó Suraca, usando os amuletos do Cosroé!’

Numa manhã, a tribo do Coraix despertou ao rumor de notícias que causou consternação a todos. Os chefes mal podiam acreditar no rumor de que Mohammad (SAAS) fugira de Makka sob o manto da noite. Primeiramente eles encetaram uma busca casa a casa, na vizinhança, ocupadas pelo clã dele, os Banu Háchim. Depois eles o procuraram nas casas de todos os companheiros dele. Quando chegaram a casa do Abu Bakr, a jovem Asmá b. Abi Bakr saiu para fora, e o Abu Jahl perguntou:

“Onde está teu pai, ó garota?”

“Não sei onde ele está neste momento”, foi a resposta dela. O Abu Jahl levantou a mão e deu-lhe um tamanho tapa no rosto, que arrancou-lhe o brinco da orelha.

Os líderes do Coraix ficaram fulos de raiva quando constataram que Mohammad (SAAS) deveras tinha deixado Makka. Escolheram, dentre os da tribo, os mais habilidosos rastreadores para pesquisarem que rota ele havia tomado, e se porem na perseguição dele. Quando chegaram à Caverna Çawr, os betedores disseram para os chefes:

“Aqui é onde a trilha termina. Eles não foram além daqui.” E eles não estavam errados, pois Mohammad (SAAS) e seu companheiro estavam na caverna, e os coraixitas estavam bem em cima deles(A maioria das cavernas, incluindo a de Çawr, são buracos subterrâneos, e não constituem cópias esteriotipadas de habitações domésticas com uma grande entrada). Abu Bakr Al Siddik podia ver os pés deles se mexendo, e ficou tão assustado, que quase chorou. O Profeta lançou-lhe um olhar de afetuosa e gentil desaprovação, e o Abu Bakr sussurrou para ele:

“Juro por Deus que não choro por mim, ó Mensageiro de Deus, mas temo que algo de ruim aconteça a ti!”

O Profeta (SAAS) disse, confortantemente:

“Não te entristeças, ó Abu Bakr; Deus está conosco!” E Deus fez com que a tranquilidade tomasse conta do Abu Bakr, que olhou para os pés dos perseguidores, e disse:

“Ó Mensageiro de Deus, se um deles olhar para baixo, para onde seus pés estão, ele poderá ver-nos!’

“Mas o que esperas, ó Abu Baker, sendo que há duas pessoas, e a Terceira, Que lhes faz companhia, é Deus?”

Então eles ouviram um dos jovens do Coraix dizer para os outros:

“Vamos descer até a caverna e ver o que há lá.”

Umayia b. Khalaf disse, zombeteiramente:

“Será que não vês que a entrada está coberta por teias de aranha, que são mais velhas que o próprio Mohammad?”

Então o Abu Jahl disse:

“Juro por Al Lat e Al Uzza que suspeito fortemente que ele está por perto, e pode ver tudo o que fazemos, e ouvir tudo o que dizemos, mas a mágica que ele pratica faz com que a nossa visão fique encoberta!”

No entanto, os coraixitas não abandonaram o empreendimento de procurarem por Mohammad (SAAS). Persistiram na sua determinação de o perseguirem, e anunciaram a todas as tribos localizadas nas áreas que se situavam nas estradas para Madina, que iriam dar cem dos mais finos cmelos a quem lhes levasse Mohammad, vivo ou morto.

Um dos mensageiros do Coraix foi à tribo dos Madlaj, que viviam numa área próxima a Makka, chamada Cudaid. O mensageiro foi para o local do encontro tribal e anunciou a notícia do prêmio oferecido pelo Coraix para a captura de Mohammad (SAAS), vivo ou morto. Na reunião estava um homem conhecido pelo nome de Suraca b. Málik.

Tão logo o Suraca soube dos cem camelos, seu coração se encheu de cobiça e ansiedade. Controlando-se, ele não disse uma palavra sequer que fosse aguçar semelhantes sentimentos de cupidez àqueles em torno dele. Antes que o Suraca pudesse levantar-se e deixar o local da reunião, um homem da sua tribo se acercou dele, e disse:

“Juro por Deus que três homens passaram por mim, há poucas horas, e eu suspeito que sejam Mohammad, Abu Bakr e o guia deles.”

“Não, eles são os filhos de fulano”, interrompeu o Suraca. “Eles estiveram fora todo o dia à procura de um dos seus camelos que se extraviou do seu rebanho.”

“Pode ser”, disse o homem, e ficou calado. Suraquah permaneceu sentado, para não levantar suspeita junto aos outros, no local da reunião. Logo que todos se envolveram em conversas sobre outros assuntos, o Suraca se desvencilhou deles. Rapida e silenciosamente, 

dirigiu-se para sua casa, e sussurrou para a sua criada que preparasseo cavalo para ele, sem que ningéum soubesse. Ela teria que amarrar o cavalo numa ravina por perto, onde ele o iria apanhar. Depois ordenou ao seu servo que tirasse sorrateiramente suas armas da casa, e as escondesse na ravina, perto do seu cavalo.

Suraca foi sozinho para a ravina, onde vestiu a sua cota de malha, amarrou as armas ao corpo, montou em seu cavalo, e se pôs, às pressas, à tarefa de apanhar a Mohammad (SAAS), antes que alguém mais pudesse capturá-lo e ganhar o prêmio oferecido pelo Coraix.

O Suraca era um dos mais notáveis cavaleiros dentre seu povo, e montava a mais fina égua árabe que podia ser encontrada. Era alto e atarracado, habilidoso no mister de restreamento, e possuía grande resistência ao enfrentar os rigores das viagens. Sobre tudo isso, era um aguçado e intuitivo poeta.

Suraca estava a ganhar terreno a grande velocidade, quando sua égua tropeçou e caiu ao chão.

“Caramba, que belo cavalo és!” ele explodiu, depois remontou, cheio de raiva. Não tinha ido muito longe, e sua égua tropeçou novamente. Sua apreensão pessimista aumentou, e estava a ponto de desistir da busca, quando se lembrou dos cem camelos, e foi esporeado pela sua ganância.

O Suraca tinha viajado uma curta distância, quando divisou a Mohammad (SAAS) e seu companheiro. Ia pegar o arco e a flecha, mas estancou ao ver que as patas da égua se estavam enterrando no chão. Na frente dela subia uma fumaça, obscurecendo a visão dele. Ele incitava a égua para a frente, mas sentiu que ela estava chumbada ao terreno, como se seus cascos estivessem pregados ao solo. Então ele olhou para o lugar onde havia divisado o Profete e seu companheiro, e gritou, suplicando:

“Ei, vós aí, orai para que o vosso Senhor liberte as patas da minha égua, e eu prometo que vos deixarei em paz!”

O Profeta (SAAS) orou, como lhe foi pedido, e Deus libertou as patas da égua. Porém, a ganância do Suraca falou mais alto. Ignorando a sua promessa, ele incitou a égua na perseguição do Profeta (SAAS). Imediatamente as patas dela mais uma vez se enterraram no chão, dessa vez, mais profundamente que entes. Suraca gritou em desespero:

“Dar-vos-ei a minha comida, bagagem e minhas armas. Pegai-as, e eu juro perante Deus que até evitarei que outros vos persigam!”

“Nós não precisamos das tuas provisões”, eles responderam, “mas vê se manténs os outros longe de nós.”

Assim, o Profeta (SAAS) fez uma oração, e a égua foi liberada. Quando o Suraca estava para voltar para casa, ocorreu-lhe chamar por eles:

“Espera, quero falar contigo; juro por Deus que nada farei que vos cause dano!”

“Que queres de mim?” perguntou o Profeta (SAAS).

“Ó Mohammad, juro por Deus que eu sei que a tua religião em breve irá prevalecer. Tu irás ser poderoso. Promete-me que quando eu for visitar-te no teu reinado, tu irás tratar-me com honra? e dá-me tua promessa por escrito!”

O Profeta (SAAS) disse para Al Siddik fazer o que o Suraca pedira; Al Siddik encontrou um osso chato no qual escreveu a promessa, e deu-o para o Suraca. Conforme este ia indo embora, o Profeta (SAAS) lhe disse:

“Imasgina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!”

“O imperador da Pérsia!?” exclamou o Suraca.

“Sim, Cosroé, o filho de Hurmuz”, respondeu o Profeta (SAAS).

Suraca partiu em direção a sua casa, e no caminho encontrou pessoas do seu povo que vinham na sua direção à procura do Mensageiro de Deus (SAAS). Disse a eles:

“Voltai! já percorri cada decímetro quadrado de terreno, e bem sabeis o quão habilidoso sou no tocante a localizar rastros.” Assim, eles desistiram da busca e voltaram para casa.

O Suraca guardou, do que havia-se passado entre ele e o Profeta (SAAS), segredo, até certificar-se de que o Mensageiro de Deus (SAAS) e seu companheiro haviam chegado a salvo a Madina, onde não poderiam ser injuriados pelos coraixitas. Então ele tornou pública a estória. O Abu Jahl foi um dos que ouviram o que se passou entre o Profeta (SAAS) e o Suraca, e como este permitira que o Profeta (SAAS) seguisse livremente. Abu Jahl se pôs a repreender o Suraca, que respondeu:

“Ó Abu Hakam, juro por Deus, se visses como o meu cavalo se enterrava no chão, irias saber, por certo, que Mohammad é um

Mensageiro, com provas cabais a apoiá-lo! Como poderia alguém resisti-lo?”

O tempo passou, grandes eventos tiveram lugar, e Mohammad (SAAS), que tinha deixado Makka como um exilado perseguido que, na fuga, procurara cobrir-se com o manto da escuridão, voltava então para aquela cidade como herói conquistador, rodeado por milhares de apoiadores que portavam suas espadas cintilantes e escuras lanças. Os chefes do Coraix, que andavam livremente por toda parte, cheios de arrogância e orgulhosos do poder, agora iam, humilde e temerosamente, ter com o Profeta (SAAS), suplicando-lhe que os tratasse com misericórdia. Com a clemência de todos os profetas, ele dissera:

“Podeis movimentar-vos em liberdade, pois nada quero de vós!”

Foi neste comenos que o Suraca preparou a sua montaria e viajou para encontrar-se com o Profeta (SAAS), com o fito de declarar a sua crença no Islam. Levou consigo a promessa por escrito que tinha recebido do Profeta (SAAS), havia vinte anos. Suraca relata a estória com as seguintes palavras:

“Soube que o Profeta estava em Jiranah; fui até lá, e tentei passar através das fileiras dos seus apoiadores, que o circundavam. Batiam em mim com as traseiras das suas lanças, dizendo:

“Para trás, para trás, que queres?” Contudo, eu os ignorei, mas continuei me esforçando no meio deles, até chegar perto do Profeta (SAAS), que estava montado em seu camelo. Ergui minha mão com a promessa escrita, e gritei:

“‘Ó Mensageiro de Deus, sou eu, o Suraca b. Málik. Eis o que escreveste para mim!’ O Profeta (SAAS) respondeu:

“‘Aproxima-te, ó Suraca b. Málik! Esta é a hora do cumprimento da promessa e para a benevolência!’ Assim eu fui até ele, declarei a minha crença no Islam, e fui tratado benévola e caritativamente pelo Profeta Mohammad (SAAS).’”

Apenas uns poucos meses depois daquele encontro entre o Profeta (SAAS) e Suraca b. Málik, Deus chamou o Seu Profeta, que deixou este mundo para passar a eternidade ao Seu lado. Suraca ficou profundamente entristecido com a morte do Profeta (SAAS). Tinha frqüentes retrospectos do tempo em que tentou matar o Profeta (SAAS) por causa de cem camelos, e se conscientizava de que todos os camelos do mundo tinham então menos valor do que uma simples apara de uma das unhas do Profeta (SAAS). Repetia para si mesmo o que ele lhe dissera:

“Imagina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!” e nunca lhe ocorreu duvidar de que iria deveras usá-los.

O tempo passou e, eventualmente, a liderança da comunidade muçulmana tornou-se o mister de Al Faruk Ômar b. al Khattab (que Deus esteja comprazido com ele). No abençoado tempo da sua liderança, os exércitos muçulmanos varreram o império persa feitos tornados. Os exércitos demoliram fortalezas, derrotaram forças inimigas, depuseram governantes despóticos, e tornaram-se donos do Estado e da riqueza da longa linha de imperadores, que chegara ao fim.

Um dia, durante os dias finais da liderança de Ômar, os mensageiros de Saad b. Abi Waccas chegaram a Madina portando a notícia da vitória do califa. Também levaram para o tesouro dos muçulmanos a quinta parte que lhe cabia da riqueza de que se haviam apossado aqueles que lutaram pela causa de Deus. Quando aqueles bens foram colocados à frente do Ômar, ele os olhou com espanto. Viu a coroa de ouro do Cosroé, juncada de pérolas, suas vestes, tecidas com tramas de ouro, sua precinta, com pedras preciosas como que tecidas nela, e seu par de amuletos, que não tinha comparação, juntamente com outros inúmeros objetos de valor.

O Ômar remecheu o monte das preciosiddades com uma vara que portava. Então voltou-se para aqueles que o acompanhavam, e argumentou:

“As pessoas que empunham preciosidades como estas e as entregam ao governo são verdadeiramente confiáveis!”

O Áli b. Abi Tálib calhou estar entre os presentes, e respondeu:

“Tu nunca demonstraste ganância por tais coisas; assim também as pessoas que tu comandas estão livres da ganância. Se tu te quisesses locupletar, eles, também, iriam querer locupletar-se.”

Lembrando-se da promessa do Profeta (SAAS), Al Faruk mandou chamar o Suraca b. Málik. Fez com que ele vestisse a roupa, as calças e a capa de Cosroé, até os seus chinelos. Depois Al Faruk abotoou o cinturão de espada de Cosroé no Suraca, e lhe pôs a coroa na cabeça. Por fim, enfiou os amuletos de Cosroé nos pulsos do Suraca, e o apresentou aos muçulmanos, que exclamaram:

“Allahu akbar! Allahu akbar!”(Allahu akbar! – Deus é o Maior!)

O Ômar perscrutou o Suraca com prazer, e disse:

“Eis que um dos nossos beduínos da tribo dos Madlaj usa agora a coroa e os amuletos do Cosroé!” Depois o Ômar ergueu os olhos para o céu, e continuou:

“Oh Deus, Tu não quiseste que o Teu Mensageiro recebesse esta riqueza, sendo que ele era mais digno do Teu amor e das Tuas benesses do que eu. Nem tampouco queiseste que o Abu Bakr os recebesse, sendo que ele, também, era mais merecedor do que eu. Rezo para que me protejas quanto a isso ser a causa do meu castigo!” E, antes de Ômar deixar o local, providenciou para que os bens fossem distribuídos entre os muçulmanos, nada restando para ele mesmo.
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد