sexta-feira, novembro 18, 2011

VISITA Á CIDADE DE MADINA


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK!

 “Na realidade, Deus e os Seus anjos derramam bênçãos sobre o Profeta. Ó vós que credes: pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação”. Cur’ane 33:56.

Quem já foi fazer a Peregrinação e teve a felicidade de visitar a cidade de Madina,encontrou lá conforto espiritual, a tranquilidade e a paciência, que não encontrou em Makka. Em Madina, o peregrino nota uma grande diferença na sua vida, ao ponto de quando regressar à sua terra natal, sentir-se triste por deixar aquele lugar sagrado.

Muitos fatores tornam a cidade de Madina num lugar de paz e de tranquilidade. 

1)- Encontra-se lá a sepultura do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam); 

2)- O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) fez uma prece, pedindo a Deus para dar o dobro das bênçãos que deu a Makka (Relato de Musslim). Foi a cidade que acolheu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quando ele foi obrigado a deixar Makka no ano 622 da era Cristã, conhecida por Al-Hijra, que marca o início do calendário Islâmico.

Para os muçulmanos, existem 3 lugares sagrados que devem ser visitados. Abu Huraira (Radyialahu an-hu), referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Não viajai (com o objectivo da visita espiritual), senão para três Massjides (Mesquitas): Al-Massjidil-Háram (em Makka), Al-Massjidil Acssá (Jerusalém) e para este meu Massjid (em Madina)”. Relato de Al Bhukari e Musslim.

É importante referir que a visita à cidade de Madina, não faz parte dos rituais de Haj ou do Umra. Mas é recomendável a visita, caso existam condições financeiras para o feito. A visita a Madina, permitirá ao crente estar mais próximo do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). É a ansiedade de todo o Muçulmano em estar junto à campa dele para cumprimentá-lo.

Ibn Omar (Radyialahu an-hu) narra que a tradição consiste em visitar a campa do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e dizer “Assalamo Aleika Ayu Hannabiyo Warahmatullah Wabarakatuhu” “Ó Profeta de Deus, que a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus, estejam contigo”.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No dia do Julgamento Final, a pessoa mais próxima de mim, será aquela que enviou mais durud para mim.” Tirmizi.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

 “Aquele que envia Durud perto da minha campa, eu próprio ouço-o e aquele que me envia Durud longe, é me transmitido”. Baihaiqui, Mishkat.

A confirmação de que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sentia compaixão pelo todo o seu Umah (seguidores), não só para aqueles que estavam com ele durante a sua vida, mas também para aqueles que seguiriam as suas orientações depois da sua morte, é comprovada pelo seguinte hadice narrado por Ahmed:

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), uma vez estava com os seus companheiros e disse: “Quando verei eu os meus irmãos?”. E os companheiros perguntaram-lhe surpreendidos, se eles não eram os seus irmãos. E ele respondeu: “Vós sois os meus companheiros; mas os meus irmãos, serão aqueles que acreditarão em mim sem nunca me terem visto”. – Hadice narrado por Ahmed.

Dentro da Mesquita do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), existe um pequeno lugar muito procurado pelos visitantes e também pelos residentes, para fazerem as orações e preces. Nas alturas de grande influência, é necessária muita paciência para se encontrar um pequeno espaço.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Entre a minha casa (campa) e o meu mimbar (púlpito), há um jardim de entre os jardins do Paraíso, entre a minha casa (campa) e o meu púlpito, está sobre o meu lago de Al-Kauçar”. Bukhari.

Anass Ibn Málik (Radyialláhu an-hu) narrrou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

 “Quem fizer quarenta orações no meu Massjid, sem falhar uma sequer, ser-lhe-á garantida a isenção do fogo, do castigo e da hipocrisia.” (Relato de Ahmad e At-Tabarani).

Anáss Ibn Málik referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

“A recompensa da oração obrigatória feita em casa é de uma vez; Na Mesquita é de 25 vezes; Na Mesquita durante a oração de sexta-feira, é de 500 vezes; Na Mesquita Al-Acssá (Jerusalém) é de 5.000 vezes; na Mesquita do Profeta em Madina (Massjid Nabawi) é de 50.000 vezes; e na Mesquita em Maka (Massgidul Háram) é de 100.000 vezes.” (Relato de Ibn Mája/Michkát).

A Mesquita do Profeta, como também é conhecida, foi o centro importante de liderança e de governança, que se estendeu pelos três sucessores de Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam).

A área inicial da mesquita era pequena, cerca de 4.200 metros quadrados. Atualmente, ocupa uma área muito vasta, devido a diversas ampliações a que foi sujeita ao longo dos anos.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Se este Massjid for expandido até Saná (Yémene), continuará a ser considerado o meu Massjid”.
Em Madina, encontram-se os seguintes lugares que devem também ser visitados: - JANNATUL BAQUI, cemitério onde estão sepultados cerca de 10.000 sahabas (Radyialahu an-huma), companheiros do Profeta;

- MONTE OHUD, onde ocorreu a batalha de Ohud;

- MASSJID CUBÁ, é o primeiro massjid construído, cuja primeira pedra foi colocada pelo próprio Profeta. Fazer uma oração nA Mesquita Cubá, é merecedor de grandes recompensas por parte de Allah Subhana Wataala. O Cur’ane refere a Mesquita e as gentes de Cubá no capítulo 9, versículo 108. E referiu o Profeta “Salalahu Aleihi Wassalam): “Quem fizer a ablução na sua casa e for fazer a oração na Mesquita Cubá, terá a recompensa de fazer um Umra (Ahmad, Na-Nassai e Ibn Majá).

– MASSJID QUIBLATAIN (Dois Quiblas – orientações). É visível na Mesquita as duas orientações para as orações. Uma quando os muçulmanos ainda oravam virados para Jerusalém e outra virada para Maka. (Assunto referido no Cur’ane, 2:143).

- Existem também os seguintes Massjides a visitar, nomeadamente, Jumá, Ghamáma, Abubarkar, Omar, Áli, Al-Ijába e Fath/Ahzáb.

Duá que deve ser feito pelo peregrino, no final da visita à cidade de Madina:

“Ó Allah, não faça desta visita ao Seu Profeta, ao seu Massjid, ao seu santuário, a última visita, mas facilita-nos novamente a vinda e a permanência aqui. E conceda-nos o perdão e o bem neste e noutro mundo. E leva-nos para junto das nossas famílias com segurança e com recompensa abundante pela tua misericórdia, Ó Misericordiosíssimo de entre os misericordiosos, ÁMIN”.

Façam o favor de ter um bom dia de Juma.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

17/11/2011

quarta-feira, novembro 16, 2011

Versículo DO TRONO "Ayat Al-Kursi"

Queridos irmãos e prezado leitor! O versículo 255 da Surata Al Bakara ( Surata da Vaca) é com certeza poderosíssimo. Várias pessoas já comprovaram a eficiência da recitação desse versículo em algum momento de dificuldade, ou mesmo, com prevenção. Ele é tão importante que recebeu o nome de Versículo do Trono! Decore, ou escreva e ande sempre com ele. Antes de sair de casa, ao deitar, ao iniciar uma viagem, ou seja, em qualquer momento faça recordação de Allah SW recitando esse poderoso versículo. Veja abaixo uma nota sobre o versículo emitida por SAMIR EL HAYEK, o maior tradutor das escrituras islâmica para a língua portuguesa. Que Allah SW cuide com carinho de sua vida, de seus familiares e de sua sabedoria.

Significada dos versículos do Alcoran Sagrado em Português SAMIR EL HAYEK

Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso.
ALLAH, não há mais divindade além d'Ele,Vivente, Auto-Subsistente, a Quem jamais alcança a inatividade ou o sono; d'Ele é tudo quanto existe nos Céus e na Terra, Quem poderá interceder junto a Ele, sem o Seu consentimento? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e eles (humanos) nada conhecem da Sua ciência, senão o que Ele permite. o Seu Trono abrange os Céus e a Terra, cuja preservação não O abate, porque é O Ingente, O Altíssimo.

Transliteração, ou seja como se diz foneticamente. (Idioma de referência inglês)
Allahu laa ilaaha illaa Huwal-Hayyul-Qayyum. Laa ta-khudhuhu sinatun walaa nawm. Lahu maa fis-samaawaati wa maa fil-ard. Man dhal-ladhi yashfa’u ‘indahu illaa bi idhnih. Ya’lamu maa bayna aydihim wa maa khalfahum. Wa laa yuhituna bi shay-in min ‘ilmihi illaa bi maa shaa. Wasi’a kursiyyuhus-samaawaati wal-ard. Wa laa ya-uduhu hifdhuhumaa wa Huwal-’Aliyyul-’Adhim.

Versículo original na língua árabe.

Este versículo número 255 da 2ª Surata do Alcoran Sagrado, é um dos mais célebres e possantes versículos do ALCORAN; é reproduzido diversas vezes e em diferentes formas nos quadros das Mesquitas, casas e em vários outros lugares.

Realmente, é bastante difícil traduzir o seu glorioso significado ou retransmitir o ritmo das suas bem escolhidas e compreensivas palavras. No original em árabe, o significado que as palavras podem transmitir parece ser mais expressivo do que as respectivas traduções noutras línguas.

O tema deste grande versículo é o monoteísmo puro (Unicidade de Deus), e a grandeza dos atributos de ALLAH, numa forma muito simples e interessante. Nos relatos do nossa Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Allah estejam com ele), constam inúmeras virtudes do Ayatul-Kurssi:

Abu Huraira narra que o Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Allah estejam com ele) disse: ﴾Existe na Surata Al-Baqarah, um versículo que é líder dos versículos do ALCORAN, fazendo com que o Shaitán (Satanás) fuja da casa onde esse versículo é recitado (uma alusão ao Ayatul-Kurssi)﴿. [Tafssir Ma’áriful-Qur’án]

Salienta-se a superioridade deste versículo em relação aos outros devido ao seu conteúdo, pois nele fala-se de ALLAH e dos Seus atributos.

Os atributos de Allah são tão diferentes de qualquer coisa que conhecemos, no nosso mundo presente, que devemos ficar satisfeitos com a compreensão de que a única palavra adequada, com que podemos designá-Lo, é "Ele".

Ele vive, mas a Sua vida é auto-subsistente e eterna; ele não depende de outros seres e não inclui apenas a idéia de "auto-subsistente", mas também a idéia de "resguardo e manutenção de todas as vidas". A Sua vida é a fonte e o esteio, constantes de todas as formas derivadas de vida. A vida perfeita constitui atividade perfeita, em contraste com a vida imperfeita, que vemos a nos rodear, a qual não apenas está sujeita à morte, mas também à necessidade de descansar, ou de diminuir as atividades (algo entre atividade e sono, para o qual nós, de comum acordo com os outros tradutores, usamos a palavra "inatividade"), pela necessidade de um sono reparador. Porém, Allah não tem necessidade de descansar ou de dormir.

Depois de nos conscientizamos de que a Sua vida é uma Vida absoluta, de que o Seu Ser é um Ser absoluto, ao passo que outras vidas vidas e outros seres são eventuais e evanescentes, nossas idéias de Céus e Terra desvanecer-se-ão como brumas na presença da luz. O que está por detrás dessas brumas é Ele. Tal realidade, como a que os nossos Céus e Terra possuem, é um reflexo da Sua absoluta Realidade.

Os panteístas transmitem uma ideia errada, ao dizer que tudo é Ele. A verdade será melhor evidenciada dissemos que tudo é d'Ele.

Como poderia alguém postar-se ante Ele, arrogando-se ante Ele, por direito, e clamar por intercessão junto ao seu próximo? Em primeiro lugar, ambos pertencem a Ele, sendo que Ele vela tanto pela vida de um como pela vida de outro. Em segundo, ambos estão na dependência da Sua Vontade e Comando. Porém Ele, em Sua Sapiência e Planificação, pode cotejar as Suas criaturas e conceder-lhes graus de superioridade umas sobre outras. Então, pela Sua Vontade e Permissão, tais criaturas poderão interceder ou auxiliar em muitas questões, de acordo com as leis e os deveres que lhes forem impostos.

Os conhecimentos de Allah são absolutos e não estão condicionados pelo Tempo ou pelo Espaço. A nós, Suas criaturas, estas condições sempre se aplicam.

Notas do Autor SAMIR EL HAYEK

segunda-feira, novembro 14, 2011

A VERDADE SOBRE A MULHER NO ISLAM DE ACORDO COM O LIVRO SAGRADO - ALCORÃO

Amados irmãos e caríssimos leitores. Não julguem o Islam sem antes conhecê-lo! Eu fui clérigo católico apostólico brasileiro e aprendi em meus estudos o lado podre, que parte da sociedade mundial quer atribuir ao islam. Isso por que o crescimento do islam incomoda a zona de conforto das religiões imperialistas e que hoje escravizam boa parte da humanidade, com seus dogmas e frases de efeito. 

É inegável e notório o crescimento econômico das religiões modernas. Fabricadas em cima de marketing negociais e que visam apenas o enriquecimento dos seus dirigentes. Pouco são os líderes religiosos que hoje atuam em suas verdadeiras funções, ou seja, médicos de almas. Os ensinamentos hoje se baseiam na cura e na prosperidade dos fiéis. E o pós morte? A vida eterna jundo do nosso Criador? Onde foram parar esses conceitos? 

Vocês já imaginaram, uma vez que no islam não existe hierarquia eclesiástica, quantas pessoas perderiam cargos, que lhes garantem vida farta, status e poder? Pois é meus queridos, são essas pessoas os escarnecedores na última mensagem revelada por Deus Louvado Seja a humanidade. 

Dia 11 de novembro sua Iminência Sheikh Nururddin, proferiu um sermão durante a Oração de Sexta Feira ( Salatul Jumua), que nos esclarece  um assunto, que é uma bandeira dos inimigos do islam, a mulher. Essas pessoas pegam exemplos e imagens de mulheres que são maltratadas por homens, que apesar de se intitularem muçulmanos, não abandonaram seus regimes tribais pré-islâmicos, para acusarem o islamismo de escravização e preconceitos contra a mulher. 

Vejam abaixo o texto baseado no Alcorão Sagrado e tire sua própria conclusão. É o  Islam ou alguns de seus seguidores o culpado por esse crimes contra a mulher? Que Allah SW tenha piedade de nós, perdoe nossos pecado e nos conduza ao Paraíso. amin! 

"Louvado seja Allah, O Senhor do Universo, O Clemente ,O Misericordioso. testemunho que não há divindade alem dele e que Mohamad(SAAW), é seu servo e seu mensageiro.

Nos dias atuais, onde tantas questões polêmicas nos são colocadas diariamente, onde mal temos tempo de digerir o noticiário, tal a rapidez com que as coisas acontecem no mundo, vamos estabelecendo nossos julgamentos e entendimentos em bases que carecem de uma análise mais profunda.

Assim é com relação ao Islam, tão incompreendido, tão desconhecido. Assim é a questão da mulher no Islam, onde preconceitos e falsas informações estão disseminados de tal forma que ocupam o imaginário dos não muçulmanos, estereotipando essas mulheres, transformando-as em personagens que nunca correspondem à realidade. Tomamos para nós alguns conceitos, que passam a ser verdade, a nossa verdade, que sequer é nossa, e engrossamos o rol desta vasta legião de meros repetidores de falsas verdades, aliás, uma característica do nosso tempo. O Islam é fanatismo. O Islam é terrorismo. O Islam é atraso. O Islam oprime e submete a mulher.

Há 1400 anos, o Islam afirmou que a mulher é um ser humano, que tem uma alma da mesma natureza que a do homem, e que ambos, homens e mulheres, gozam dos mesmos direitos. No Islam, a mulher é um ser responsável e não pode ser desrespeitada ou discriminada em razão de seu sexo. No ocidente, apesar dos avanços conseguidos pelos movimentos feministas, as conquistas alcançadas não representam sequer a terça parte do que o Islam já havia garantido. Sabemos que a mulher ainda é discriminada, o maior contingente de analfabetos está na população feminina, ela é vítima da violência, que começa em casa, recebe um salário menor para o exercício de funções que ela executa em igualdade de condições com o homem, etc.

Deus esclarece no Alcorão que, ao longo de toda a história da humanidade, cada povo teve o seu mensageiro, em sua própria língua, em linguagem compatível com a compreensão do ser humano, anunciando a unicidade de Deus, confirmando o Dia do Juízo Final e determinando a subordinação ao que foi legislado por Ele.

Prescreveu-vos a mesma religião que tinha instituído para Noé, a qual te revelamos, a qual recomendamos a Abraão, a Moisés e Jesus (dizendo-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso.(cap. 14:5)

A crença nos profetas e nos livros são artigos de fé para o muçulmano. Depois de Mohammad não haverá mais nenhum profeta e nem revelação alguma será feita.

Hoje, aperfeiçoei a religião para vós; agraciei-vos generosamente e aponto o Islam por religião. (Cap. 5:3)

Foi somente com o advento do Islam, que a mulher passou a desfrutar de uma posição dignificada, sem qualquer traço de paternalismo ou exploração, um ser responsável, a quem são exigidos deveres, mas a quem também são assegurados direitos, em igualdade de condições com o homem. Homens e mulheres são criaturas de Deus, e o melhor entre eles é o mais justo, o mais piedoso, independentemente de sexo, raça, cor, posição social etc.. As pessoas se diferenciam no Islam pela fé, pela consciência de Deus e pela conduta reta. 

Assim, estabelece Deus no Alcorão:

Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (Cap. 49:13)

Também, disse Deus:

Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros… (Cap. 3:195)

O novo modo de vida implantado a partir do Alcorão, assegurou uma posição dignificada tanto para os homens como para as mulheres. As mulheres passaram a ser respeitadas e honradas. 

A "maldição" do sexo feminino, como herdeiro do "legado de Eva", portanto, a responsável por todas as desgraças desta vida, deixou de ter sentido. Homens e mulheres são iguais.

Nada no conjunto social da Arábia daquele tempo, ou em qualquer outra cultura ou civilização, evidenciou uma tal elevação na posição da mulher. Não foi nenhuma consideração social ou econômica que a tornou necessária ou desejável. Foi antes uma mudança deliberada, feita pelo Islam, por razões que são completamente diferentes daquelas deste mundo e daquelas da sociedade humana em particular. O que a mulher ocidental levou mais de 12 séculos para conseguir, enfrentando as mais duras resistências, o Islam já havia outorgado voluntariamente, tomando a iniciativa, sem submissão a necessidades sócio-econômicas, mas dentro do critério de justiça e verdade, características básicas do Islam.

A mulher é reconhecida no Islam como a parceira completa do homem e igual a ele na procriação da humanidade. Ele é o pai e ela é a mãe e ambos são essenciais para vida. O papel da mulher não é menos vital do que o do homem. Nesta parceria as partes são iguais em cada aspecto, têm direitos e responsabilidades iguais e são dotadas das mesmas qualidades, seja homem ou mulher.

No Islam, a mulher se iguala ao homem ao ser responsável por seus atos. Ela possui uma personalidade independente, dotada de qualidades humanas e digna de aspirações espirituais. Sua natureza humana não é nem inferior nem superior à do homem. Homens e mulheres têm as mesmas obrigações e responsabilidades sociais, morais e religiosas e devem enfrentar a consequência de seus atos.

Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão defraudados, no mínimo que seja. (Cap. 4:124)

No Islam, a mulher é independente economicamente, uma vez que ela pode ser proprietária, com direito a administrar seus bens e ninguém, pai, marido ou irmão, tem ingerência no trato de questões financeiras.

Estes direitos não estão estabelecidos de uma forma apenas retórica. O Islam tomou medidas para salvaguardá-los e colocá-los em prática como artigos de fé. O Islam não tolera o preconceito contra a mulher ou a discriminação entre os sexos. O Islam reprova todo aquele que considera a mulher inferior ao homem.

Além do reconhecimento da mulher como um ser independente, considerada como essencial para a sobrevivência da humanidade, o Islam deu à mulher o direito à herança. Antes do Islam, ela não só era privada desta participação como era considerada propriedade do homem. modéstia adequada tanto para homens como para mulheres (roupa e comportamento) são baseados nas fontes revelatórias (Alcorão e a Suna autêntica) e, como tal, devem ser respeitados por homens e mulheres crentes por ser de orientação divina e com objetivos claros.

O que devemos compreender é que existe uma imensa diferença entre a crença propriamente dita, conforme revelada no Alcorão, e a prática de algumas sociedades supostamente islâmicas. Tais práticas atendem muito mais a aspectos culturais específicos (regimes tribais) , a interesses particulares, e não representam necessariamente o Islam e nem podem servir de base para se denegrir o verdadeiro sentido do Islam.

O Islam ainda tem muito a oferecer à mulher de hoje, em termos de respeito, dignidade, reconhecimento. Basta que ela tenha consciência disso e lute para implantar os ensinamentos islâmicos. Para isso, ela tem todos os instrumentos à sua disposição".

Que a paz, as Bênçãos e a Misericórdia de Allah Estejam com conosco!

Texto traduzido por: Hajj Samir Yhasan-Centro Islâmico de Brasília DF

sexta-feira, novembro 11, 2011

Visita (Ziyárat) à Cidade de Maka - Cidade Sagrada do Islam

"A primeira Casa (Sagrada) fundada para as pessoas (adorarem a Deus), é a que está em Bakkah (Maka). É abençoada e serve de guia para os povos do mundo.

"Nela há sinais claros, entre os quais, o lugar de Ibrahim (Abraão) e quem nela entra, estará seguro." Cur'ane 3:96 e 97.

As visitas (ziyárats) aos locais históricos de Maka, não fazem parte dos rituais do Umra e do Haj (as chamadas pequena e grande peregrinações). No entanto, as mesmas ajudam-nos a perceber a história do Islão, do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) e dos seus companheiros (Radiyalahu an-huma). 

Para além de aumentarmos os nossos conhecimentos acerca do Islão, também obtemos recompensas espirituais.

- Local do Nascimento do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Fica mesmo perto de Safa. A casa foi transformada numa biblioteca e não se encontra na sua forma original.

- Casa de Khadija (Radiyalahu an-ha), a primeira esposa do Profeta. Onde também nasceram todos os filhos do casal. O Profeta viveu nesta casa, antes de se retirar para Madina, por causa dos maus tratos que lhe eram infligidos por parte de alguns idólatras residentes de Maka, (Foi nessa altura que se iniciou a contagem do calendário Islâmico -Hijra).

- Jabal Abu Cubaiss, montanha situada perto da colina de Safa em frente à Casa Sagrada, onde se deu o milagre da fenda da lua (Chakkul-Camar", cujo facto se encontra mencionado no Cur'ane.

- Jabalun - Nur , Montanha da Luz, a cerca de 5 Kms de Maka. Ainda jovem, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava retirar-se para esta montanha para meditar em solidão, recordando Deus. Foi aqui que recebeu a primeira revelação do Cur’ane, através do Anjo Jibrail (Gabriel). “Recite, em nome do teu Senhor…...Cur'ane (capítulo 96).

- Jabaluth – Thaur, montanha que fica a cerca de 11 kms de Maka, onde o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e Abubakar Siddik (Radiyalahu an-hu) se refugiaram dos perseguidores, quando se dirigiam para Madina (Hirja). Quando os dois se encontravam escondidos numa caverna, uma aranha teceu uma teia, que cobriu a entrada, iludindo assim os perseguidores.

- Jannatul- Malá ou Muallá, o mais antigo cemitério de Maka, onde se encontram sepultados diversas personalidades, nomeadamente, Abdul Mutallib e Abu Talib, respectivamente avô e tio do Profeta. Também encontram-se lá as sepulturas dos filhos do Profeta e de outros seus companheiros.

- Os Massjids Jin, Ráyah, Chajarah, Khaif e Kaussar ( neste ultimo, onde foi revelado o Suratul-Kaussar).

A Mesquita Aicha, fica relativamente perto de Maka, serve os residentes de Maka e os peregrinos que se encontram já em Maka, que pretendam fazer o Umra, para onde se dirigem já com o Ehram vestido ou vestem-no neste Masjid. Proclamam a intenção e regressam a Maka, já prontos para cumprirem com os rituais. Assim, o peregrino pode fazer tantos Umras quanto os desejar, mas para isso, para cada um deles, deverá deslocar-se a essa Mesquita para iniciar a pequena peregrinação.

Os locais abaixo referidos, são pontos de passagem obrigatórios do Haj. No entanto, quem for fazer só o Umra, não irá passar pelos mesmos, pelo que se recomenda uma visita guiada;

- Mina: - Encontra-se a cerca de 5 Kms. de Maka. No local, são montadas milhares de tendas para albergar os peregrinos que durante os dias de Haj, aqui permanecem a maior parte do tempo, fazendo zikr (recordando a Deus), orações obrigatórias e facultativas e diversas preces.

Foi neste lugar que o Profeta Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele) trouxe o seu filho para o sacrificar, cumprindo com as ordens de Deus. Recordando este importante acontecimento, os peregrinos que se encontram no local, solicitam aos seus representantes, para se deslocarem aos matadouros a fim de efectuarem os sacrifícios em nome deles.

Também, em toda a parte do mundo, os muçulmanos fazem os seus sacrifícios e cuja carne é dividida em 3 partes iguais e distribuída, para os vizinhos e amigos, para os pobres e para o próprio consumo.

- Arafat: É o local mais importante para o Haj. “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”, referiu o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Neste local, existe a Mesquita Namira, para onde os peregrinos se dirigem para as orações. No entanto, a maioria deles permanecem nas tendas, já que não é possível albergar dentro da Mesquita, os milhões de crentes. Em Arafat encontra-se o monte Jabalur - Rahman – a montanha da misericórdia, onde o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dirigiu a sua última mensagem.

- Muzdalifa: É neste lugar que os peregrinos passam a noite no segundo dia de Haj e o melhor local para apanhar as pedrinhas necessárias para apedrejar os cheitanes.

Entre Mina e Muzdalifa, existe um lugar denominado de Muhassir, no vale do mesmo nome, onde ocorreu o incidente conhecido por “ano dos elefantesou “senhores dos elefantes”. No referido acontecimento, no ano de 570 D.C., os invasores que pretendiam destruir a Caaba, foram derrotados por pedrinhas lançadas por um bando de pássaros.

- Os Jamarates, Em Miná, o visitante encontrará 3 locais onde se encontram instalados 3 pilares, simbolizando os cheitanes (diabos – o pequeno, o médio e o grande), esses que nos perseguem a cada momento da vida. Foi nesse local que o Profeta Abraão foi tentado pelo cheitane, quando levava o seu filho Esmael para o sacrificar e por três vezes o Profeta atirou pedrinhas no diabo que se afundou nas areias. Os peregrinos ao atirarem as pedrinhas para os “pilares”, simbolizam o repúdio pelas tentações e pelos pecados cometidos. Depois de apedrejarem os dois cheitanes pequeno e médio, voltam-se de costas para os pilares e fazem preces, pedindo a Deus perdão pelos pecados cometidos e um novo caminho a trilhar. Depois de “derrubarem” o cheitane grande, pura e simplesmente ignoram-no e viram as costas e caminham para uma nova vida.

Para aprofundarem ou recordarem os vossos conhecimentos acerca dos temas relativos ao Haj e do Umra, recomendo a leitura do livro “Umra, Haj e Ziárat” do Maulana Aminuddin Mohamad. É um manual que aborda os ensinamentos, que direta ou indiretamente estão ligados ao Umra e ao Haj, cuja leitura nos faz recordar / aumentar o nosso Ilm religioso.

Um bom dia de Juma,

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

11/11/2011 - Maputo - Moçambique

quarta-feira, novembro 09, 2011

SAHABA 48 - Khabbab b. al Arat

Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

“Que Allah tenha misericórdia de Khabbab; ele abraçou o Islam com todo o seu coração, realizou a Égira espontaneamente, e viveu a vida como um mujahid.” (Áli b. Abi Tálib)

A Umm Anmar, procedente do clã dos Khuzá, vagava pelo mercado de escravos de Makka, pois desejava comprar um rapaz que a iria servir e lhe trazer um pouco de lucro, com o seu trabalho. Cuidadosamente ela escrutava os rostos dos escravos que estavam à venda, e, por fim, decidiu-se por um rapaz que ainda não tinha chegado à puberdade. Parecia ser a melhor escolha, pois ele estava estourando de boa saúde, e parecia ser inteligente. Pagando por ele, ela o levou para sua casa. Enquanto estavam caminhando, ela perguntou:

“Qual o teu nome, filho?” “Khabbab.”

“Qual o nome do teu pai?” “Al Arat.”

“De onde és?” “De Najd.”

“Então és árabe!” ela exclamou.

“Sim, eu procedo dos Banu Tamim”, ele respondeu.

“E como vieste cair nas mãos dos mercadores de escravos?” ela perguntou.

“Nossas terras tribais foram invadidas por uma tribo beduína; eles pegaram os nossos animais domésticos, raptaram as mulheres, e vanderam as crianças como escravas. Eu era uma das crianças, e fui vendido e revendido, até que acabei na tua posse, aqui em Makka.

A Umm Anmar mandou o seu novo escravo para a oficina de um ferreiro, em Makka, para que ele pudesse aprender o ofício dele, que era o de fazer espadas. Bem logo ele se tornou tão perito em fazer espadas, que se igualava ao seu professor. Após ele se tornar um pouco mais velho e forte, a Umm Anmar comprou uma oficina e todas as ferramentas necessárias pera o novo ofício do Khabbab, e o pôs a trabalhar na frágua. Ele teve sucesso, e a Umm Anmar começou a colher os frutos financeiros da confecção de espadas do rapaz. Ele se tornou famoso em Makka, sendo que as pessoas apinhavam a sua oficina, não apenas por causa da suas espadas lindamente feitas, mas porque ele era confiável, e honesto nos tratos comerciais.

Embora o Khabbab fosse ainda um tanto jovem, possuía a inteligência e maturidade de um homem na sua planitude, e a sabedoria de um encanecido. Quando o seu período de trabalho terminava, sentava-se, só, e refletia sobre a sociedade em que vivia. Era uma sociedade de al jahiliya, embebida em decadência e corrupção. Ficava consternado com a cega ignorância daquele desnortedo povo, e não podia esquecer-se de que a sua escravização tinha sido o resultado da anarquia que dominava a Arábia daquele tempo. Dizia consigo memsmo:

“Esta longa noite deverá ter fim!” e esperava que fosse viver bastante para testemunhar o nascimento de uma nova era.

Na realidade, o Khabbab não teve que esperar muito tempo, pois logo ouviu a notícia de que um raio de esperança aparecera no horizonte. Tratava-se da notícia de que um jovem do clã dos Banu Háchim, chamado Mohammad b. Abdullah (S), estava a conclamar o povo para algo novo. Khabbab o procurou, na primeira oportunidade, e ouviu o que ele estava pregando. Ele ficou pasmádo pela beleza e verdade da Divina mensagem, e estendeu a mão para o Profeta (S), em declaração do testemunho de fé, dizendo:

“Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, e que Mohammad (S) é o Seu servo e Mensageiro.”

Ele foi o sexto indivíduo a aceitar o Islam, e foi dito dele, mais tarde, que, por um período de tempo, ele constituía um sexto da comunidade do Islam.

Khabbab não fez segredo quanto à sua conversão ao Islam, e a Umm Anmar foi a primeira pessoa a saber daquilo. Ela se encheu de fúria, e mandou chamar o seu irmão, o Siba b. Abd al Uzza. Seguido por uns membros do clã dos Khuza’a, foram para a oficina, onde encontraram o Khabbab absorto em seu trabalho. Siba o confrontou, dizendo:

“Ouvimos uma coisa inacreditável sobre ti!”

“Que foi?” perguntou o Khabbab.
“Todos estão a dizer que te tornaste herético, e que passaste a acreditar naquele rapaz(Rapaz – desrespeito ao Profeta (S) que, naquela altura, tinha 40 anos) dos Banu Háchim!”

“Eu não me tornei herético, mas passei a crer no Allah Único, sem ninguém a se associar a Ele. Pus de lado a crença nos vossos ídolos, e prestei testemunho de que Mohammad (S) é o servo e Mensageiro de Allah.”
Logo que o Khabbab acabou de dizer aquilo, o Siba e sua turma pegaram o jovem, bateram nele, chutaram-no, e arremesaram as ferramentas contra ele, até que ele perdeu a consciência, e ficou estendido no chão a sangrar.

Logo todos da cidade de Makka ouviram dizer da conversão do Khabbab. Como um relâmpago, a notícia de como um mero escravo havia desafiado sua própria ama se espalhou; era a primeira vez que alguém se havia adiantado, declarando, intrépida e abertamente, que tinha aceitado a religião pregada por Mohammad (S).

Até os chefes do Coraix ficaram abalados pela notícia sobre Khabbab. Estava além das mais desenfreadas imaginações deles o fato de que um ferreiro, que era apenas um escravo pertencente à Umm Anmar, sem parentes para o protegerem, nem tribo para lhe dar abrigo, pudesse ser tão arrojado ao ponto de desafiar a autoridade dela, e tratar com desprezo os ídolos e o culto dos ancestrais dela. Eles estavam certos de que um evento tal podia ter conseqüências abrangentes. E eles não estavam errados, porque a coragem de Khabbab fez com que um grande número dos seus companheiros anunciasse sua crença na mensagem da verdade.

Os líderes do Coraix se reuniram na Caaba, liderados por Abu Sufyan b. Háris, Al Walid b. al Mughira, e Abu Jahl b. Hicham. Discutiram a questão sobre Mohammad (S), e concordaram com que ela se estava tornando séria, num curto espaço de tempo, e não havia um fim visível. Concordaram em lidar com o problema, e pôr um fim ao Islam, antes que este se disseminasse pela sociedade, e por fazerem com que cada tribo fosse responsável pelos seus membros que se convertessem. Essa tribo deveria perseguir os convertidos, até que estes ou abjurassem suas crenças, ou morressem. Certamente, o mister de perseguir o Khabbab foi para o lado do Abd al Uzza e do seu bando de desordeiros. O método de o torturarem era esperarem até ao meio-dia, quando o calor do sol era tão intenso, que podia atear fogo à relva. Então eles levavam o Khabbab para uma clareira, despiam-no, e o vestiam com uma armadura. Deixavam-no ao calor, até que estivesse quase a morrer de sede, e então o interrogavam:

“Que dizes acerca de Mohammad (S), agora?”

“Digo que ele é o servo de Allah e o Seu Mensageiro, e que nos trouxe a religião da diretriz e da verdade, para nos tirar das trevas e nos levar para a luz.”

Batiam nele de modo brutal, antes de lhe perguntarem:

“E que tens a dizer sobre Al Lat e Al Uzza(Al Lat e Al Uzza – dois dos ídolos de Makka. Al Lat era uma pedra assentada no velho túmulo de um homem chamado Al Lat; e Al Uzza era uma árvore dedicada ao planeta Vênus.)?”

“São dois ídolos surdos e mudos, incapazes de causar mal e fazer o bem”, era a sua resposta. Então eles pegavam pedras de enxofre que haviam sido aquecidas numa fogueira, e as pertavam contra as costas dele, até que suas costas e seus ombros ficassem em carne viva.

A Umm Ammar não ficava atrás do seu irmão, quanto à crueldade contra o Khabbab. Um dia, ela viu o Mensageiro de Deus (S) passando pela oficina dela, e o viu parar e conversar com o rapaz. Com aquilo, sua fúria não teve limites, e fez do ato de pegar uma barra de metal ao rubro e o marcar na cabeça, sua prática diária. Conforme a carne dele se dilacerava e ele caía ao chão, desmaiando, ele orava em voz alta para que Allah Se vingasse dela e do Siba.

Quando o Profeta (S) anunciou aos seus companheiros a decisão de permitir que emigrassem para Madina, o Khabbab começou a se preparar para juntar-se aos crédulos, naquela hégira. Antes de deixar Makka, entretanto, ele soube que Allah havia respondido as suas orações, e repagado a Umm Anmar por sua crueldade. Ela começou a sentir dores de cabeça, de cujas agudezas jamais se ouvira falar. Eram tão agudas, que os berros dela, por causa da dor, pareciam os uivos de um cão. O filho dela começou a levá-la de um médico a outro, na busca da cura, e foi-lhe dito que a única cura para ela seria a cauterização da sua cabeça, e que a dor do rubro metal queimente iria fazer com que esquecesse as dores de cabeça.

Quando o Khabbab estava finalmente a salvo, em Madina, foi capaz de desfrutar do descanso que lhe havia sido negado por tanto tempo. Foi capaz de desfrutar da companhia do Profeta (S), sem passar por qualquer contrariedade que pudesse dilapidar a sua felicidade. Sob o estandarte do Profeta (S), o Khabbab lutou na batalha de Badr. Na batalha de Uhud, Allah permitiu que ele testemunhasse a morte do seu atormentador, o Siba, a lutar contra o Hamza b. Abdul Muttalib, o “leão de Allah”. Ele viveu o bastante para testemunhar as lideranças dos quatro califas(Califas de conduta reta (al khulafa al rashidun) – os que foram os líderes da comunidade muçulmana após à morte do Profeta (S): Abu Bakr, Ômar b. al Khattab, Otman b. Affan, e Áli b. Abi Tálib) de contdutas retas, que, de acordo com ele, mereciam toda a honra e todo o respeito.
Um dia, o Khabbab entrou na assembléia de Ômar b. al Khattab, que era califa na ocasião, e que teve óbvia pressa em fazer com que se sentasse no melhor lugar, dizendo:

“Somente o Bilal seria merecedor desse lugar.” Ômar quis saber dele qual havia sido a pior parte da perseguição nas mãos dos pagãos. Por timidez, o Khabbab não quis em princípio responder. Quando o Ômar se tornou insistente, Khabbab tirou o manto das costas e mostrou para o Ômar o quão desfigurado estava. Ômar recuou espantado, e perguntou:

“Como isso aconteceu a ti?”

Khabbab respondeu:

“Os pagãos faziam uma fogueira e esperavam até que as madeiras se queimassem todas e só restassem as brasas; depois me despiam e me arrastavam para lá e para cá sobre o braseiro, até que minha carne se destacasse dos meus ossos, e o fogo fosse apagado pelo líquido que saía dos meus ferimentos.”

No último período da sua vida, o Khabbab se tornou rico, após ter passado uma vida inteira de pobreza. Veio a possuir ouro e prata, em quantidades que ele jamais sonhara ter. De como ele dispunha do seu dinheiro, era algo que ninguém jamais imaginara. Ele guardava suas moedas e numismas num local da sua casa que era conhecido dos pobres e indigentes. Ele não tinha o dinheiro guardado ou trancafiado, sendo que as pessoas iam a sua casa e se serviam do que precisassem. Ele nem mesmo esperava que elas pedissem permissão. A despeito de toda aquela liberalidade, o Khabbab ainda temia que a sua riqueza o afastasse da recompensa da Vida Futura, e que fosse motivo para ele ser punido.

Alguns dos seus companheiros foram ao seu quarto, quando ele estava no seu leito de morte, e ele lhes disse:

“Há oito mil dirhams ali (e ele apontou); eles não estão escondidos, e sabei que eu nunca decepcionei ninguém que me pedisse dinheiro”, e então começou a chorar.

“Que é que te faz chorar, ó Khabbab?” perguntaram-lhe.

“Estou chorando porque meus companheiros que já morreram seguiram seus caminhos sem receberem qualquer recompensa nesta vida terrena. Eu adquiri esta riqueza e tenho vivido dela, e temo que esta seja a minha recompensa, que estive a receber pelos meus feitos, sem nada para mim, na Vida Futura!”

Quando o Khabbab passou desta vida para a Futura, o califa Áli b. Abi Tálib se postou no túmulo do Companheiro, e disse:

“Que Allah tenha misericórdia de Khabbab; ele abraçou o Islam com todo o seu coração, realizou a hégira espontaneamente, e viveu sua vida como um mujahid. Allah nunca irá reduzir a recompensa a alguém que praticou tantos feitos de retidão!”
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

segunda-feira, novembro 07, 2011

O SACRIFÍCIO – CURBANI

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus). Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso)

“Faça Salah (oração) para o teu Senhor e faça Curbani (Sacrifício)”. Cur’ane - Cap. 108 Vers.2

O Sacrifício – Curbani, é um dos rituais do Haj. Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele) já muito velho, apesar de ser um grande Profeta, continuava a ser um ser humano e desejava ter um filho para dar continuidade à sua obra. Através de Hajra, a mulher africana e depois de muitos pedidos ao seu Senhor, Ele concedeu-lhe um filho chamado Issmail  (Esmael) (que a Paz de Deus esteja com ele) - (nome que significa Deus Escutou). Allah, nosso Senhor e Criador, quis testar Ibrahim (Aleihi Salam). Ele era muito idoso e o filho ainda muito pequeno. Recebeu ordens para deixar o filho com a mãe no deserto. Ele cumpriu  com as ordens do seu Senhor, conforme foi relatado na mensagem referente à Agua de Zam- Zam. Depois do filho crescer, Deus quis novamente testa-lo. Através de um sonho, Deus ordenou-lhe para sacrificar o seu próprio filho. Ibrahim (Aleihi Salam), servo de Deus, logo se prontificou para cumprir com a ordem.

Allah diz no Cur’ane: “E saibam que as vossas riquezas e os vossos filhos são um teste.” Cur’ane 64, Vers.115. 

E Ibrahim (Aleihi Salam), resolveu partilhar a ordem recebida com o seu filho Issmail (Aleihi Salam), que já demonstrava dedicação às ordens divinas, pelo que não hesitou em afirmar “Se Allah quiser, encontrar-me-ás de entre os pacientes.” Cur’ane 37 Vers.102. 

Deste modo, Ibrahim levou o seu filho para o sacrificar. Durante o percurso apareceu o chaitane (diabo) que lhe persuadiu de não cumprir com a ordem de Deus, lembrando-lhe que só depois de muito velho é que conseguiu ter um filho. Ibrahim (Aleihi Salam), atirou para o cheitane, 7 pedrinhas, que se afundou na terra. Esta tentativa do cheitane, para desviar a tenção do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam), aconteceu por três vezes e por três vezes Ibrahim (Que a Paz de Deus esteja com ele), o repeliu.

Depois em Miná, a poucos quilómetros de Makka, quando se preparava para sacrificar o seu filho, Deus enviou um carneiro que foi sacrificado. Por isso, para manter viva a tradição de Ibrahim (Aleihi Salam), foi instituído que todo o muçulmano, após a oração do Idul Adhá (festa religiosa em comemoração do final da peregrinação a Makka), deve sacrificar um carneiro, uma vaca, um camelo, etc..Uma galinha não serve para o curbani. Um carneiro dá para uma pessoa e uma vaca para 7 pessoas. Jabir b. Abdullah (Radiyalahu an-hu) referiu: “No ano de Hudaibiya (6 da Hegira), nós, na companhia do Mensageiro de Deus, sacrificamos camelos para 7 pessoas e vaca para 7 pessoas”. Muslim. É recomendável que a carne seja distribuída em 3 partes iguais. Uma para seu consumo próprio, uma parte para os pobres e outra parte para os amigos e vizinhos, de modo que todos possam passar o dia de festa, convivendo em harmonia.

As palavras Hadiy e Curbani, referem-se a sacrifícios, mas efectuados em ocasiões e locais diferentes. O Hadiy é feito exclusivamente por aqueles que se encontram em peregrinação (Haj) em Miná. O Curbai (Udhiyah) é obrigação para todos os restantes muçulmanos, espalhados pelo mundo. Os pobres, estão dispensados desta obrigação.

O Hadiy é obrigatório para o Cárin e para o Mutamatti e faz parte de um dos rituais do Haj. O Haji Mufrid está dispensado. Existem outros rituais, nomeadamente; a) – Fazer Tawáf – circundar a Casa de Deus; b)- percorrer os montes Safa e Marwa, lembrando o que a mulher de Ibrahim sofreu para salvar o filho Issmail dos tormentos da sede; c)- atirar as pedrinhas (Ramyi) nos três locais onde Ibrahim foi tentado.

O Curbani é obrigatório para todo o muçulmano, adulto, financeiramente capaz. O Curbani pode ser efetuado nos dias 10, 11 e 12 de Dhul Hijja. Mas é recomendável que seja efetuado no dia 10, dia de Ide, mas só depois da oração do Idul Adhá. Jundub Bin Sufyan Al Bajali referiu: “no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), oferecemos alguns animais como sacrifício. Depois de terminada a oração de Idul Adhá, verificou-se que alguns companheiros abateram os animais antes da oração, pelo que o Profeta disse: “Quem sacrificou os animais antes da oração, deverá fazer novos sacrifícios e quem ainda não o fez, o deverá fazer, invocando o nome de Deus”. – Bukari. Livro 67-hadice 408. O período para o sacrifício dos animais, termina no 12ª. dia do referido mês, ao pôr do sol. Acerca deste dia de Idul-Adha, dia de festa, o Cur’ane refere a permissão de consumirmos a carne dos animais, os quais foram sacrificados com a invocação do nome de Deus: “…Comei, pois, dele e alimentai o indigente e o pobre”. 22.28 O Curbani que é feito no dia de Idul Adhá, não tem nada a ver com os sacrifícios que alguns povos ainda fazem, invocando espíritos ou ídolos.

“Deus vos proibiu carne de animais mortos (que morreram por si), o sangue, a carne de porco e o que foi imolado sob a invocação de qualquer outro nome, que não seja o de Deus…” 2.173. O Curbani é feito invocando o nome de Deus, lembrando o sacrifício do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e para que todos, em especial os mais necessitados, possam ter alimentos suficientes para passarem o dia de Ide, dia de festa, em harmonia e em alegria. Abu Tufail referiu que perguntaram a Ali b. Abi Talib, para lhes informar algo que o Mensageiro de Deus lhe tenha dito em segredo. Ele respondeu: “Ele não me disse nada em segredo que não esteja ao alcance das pessoas. Mas eu ouvi ele dizer: “
1- Deus amaldiçoou quem sacrificou em nome de alguém, em vez do nome de Deus;
2- Amaldiçoou aquele que acomodou uma inovação;
3- Deus amaldiçoou aquele que amaldiçoou os seus pais; 
4- Deus amaldiçoou quem alterou a linha de fronteira (da terra que lhe pertence, não respeitando os direitos dos outros) 4.877 Muslim.

Certa vez os Sahabas - companheiros do Profeta (Radiyalahu an-huma), quiseram saber o significado do Curbani (Sacrifício) e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) respondeu: “É Sunnat (tradição) do vosso pai Ibrahim.” Então eles perguntaram: “Que recompensa obteremos pelo sacrifício?. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por cada pêlo do animal, tereis uma recompensa.” Relato de Ibn Majah. O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) fez o curbani durante todos os anos que permaneceu em Madina.

O Curbani pode ser feito em Portugal, pelo que podem contactar com o talho que habitualmente vos fornece a carne. Em alternativa, podem também mandar fazer o Curbani nas vossas terras de origem. Outra alternativa é entregar aos necessitados, a totalidade do produto resultante do curbani, ou às escolas frequentadas pelos alunos carenciados. Ali b. Abi Talib (Radiyalahu an-hu), referiu: “O Mensageiro de Deus o incumbiu na responsabilidade do sacrifício dos seus animais e ordenou-lhe para distribuir toda a carne e peles aos pobres e não cabendo nada para o açougueiro, que foi pago pelo respectivo trabalho”. 3019 e 3022 Muslim Façam o favor de serem felizes, cumprindo com as vossas obrigações perante o nosso Criador.

Não se esqueçam de também contribuírem para a felicidade das pessoas que vos rodeiam.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

27/10/2011

sábado, novembro 05, 2011

Um Belo Hadiss do Profeta Muhammad

Em Nome de Allah o Clemente e Misericordioso!


Para facilitar a leitura colocamos as perguntas do Beduíno ao Profeta Muhammad SAAS em "Negrito". 

Khálid Ibn Al Walid (R) narrou o seguinte hadiss:

"Um beduino foi ter com o Profeta e lhe disse: Ó Mensageiro de Allah , vim te fazer algumas perguntas a respeito desta vida e da Outra. Pergunta o que quiseres; disse-lhe o Rassulullah."

Pergunta: Gostaria de ser a pessoa mais sábia. Resposta: Teme a Allah , e serás a mais sábia das pessoas.


Gostaria de ser a mais rica das pessoas. Contenta-te, e serás a mais rica das pessoas no mundo.


Gostaria de ser a pessoa mais justa. Deseja aos outros o que desejas a ti, e serás a mais justa das pessoas.


Gostaria de ser a melhor das pessoas. Faze o bem aos outros e serás a melhor das pessoas.


Gostaria de ser a mais favorecida pessoa por Allah . Ocupa-te cada vez mais em aprazeres a Allah , e serás o mais favorecido por Ele.

Gostaria de completar a minha fé. Se tiveres boas maneiras, terás completado a tua fé.


Gostaria de pertencer àqueles que praticam o bem. Adora a Allah como se O estivesses vendo. Se não O estiveres vendo Ele te estará vendo. Dessa maneira estarás dentre aqueles que praticam o bem.


Gostaria de ser obediente a Allah . Se observares os mandamentos de Allah serás obediente.

Gostaria de estar livre dos pecados. Banha-te das impurezas e estarás livre dos pecados.

Gostaria de ser elevado para a luz no Dia do Juízo Final. Não faz mal a ti próprio nem a outras pessoas, e serás elevado na luz no Dia do Juízo.

Gostaria que Allah me concedesse Sua misericórdia. Se tens misericórdia de ti e dos outros, Allah te garantirá Sua misericórdia no Dia do Juízo.

Gostaria que meus pecados fossem poucos.Se pedires perdão a Allah , tanto quanto puderes, teus pecados serão muito poucos.

Gostaria de ser a mais honrada das pessoas. Se não te queixares a nenhum dos teus semelhantes, serás a mais honrada das pessoas.

Gostaria de ser a mais forte das pessoas. Se confiares em Allah , serás a mais forte das pessoas.

Gostaria de aumentar as minhas provisões. Se te conservares puro, Allah aumentará as tuas provisões.

Gostaria de ser amado por Allah e Seu Mensageiro. Se tu amares o que Allah e Seu Mensageiro amam, estarás dentre aqueles que são amados por Allah e Seu Mensageiro.

Gostaria de estar livre da ira de Allah , no Dia do Juízo. Se não perderes a paciência com qualquer um de teus semelhantes, estarás salvo da ira de Allah no Dia do Juízo.

Gostaria que minhas preces fossem atendidas. Se evitares o ilícito, as tuas preces serão atendidas.

Gostaria que Allah não me desonrasse no Dia do Juízo. Se guardares a tua castidade, Allah não te desonrará no Dia do Juízo.

Gostaria que Allah me agraciasse com uma coberta protetora no Dia do Juízo. Não descobre as faltas de teus semelhantes, e Allah te fornecerá proteção no Dia do Juízo.

O que me salvará dos pecados. Lágrimas, humildade e enfermidade.

Quais são as melhores ações aos olhos de Allah ? Gentileza, modéstia e paciência.

Quem são as piores pessoas aos olhos de Allah ? Os exaltados e os mesquinhos.

O que aplaca a ira de Allah nesta vida e na Outra? A caridade oculta e a bondade para com os pais.

O que extingue o fogo do Inferno no Dia do Juízo? A paciência na adversidade e na desventura.

Contribuição de Ahmad Ibn Hamzah

sexta-feira, novembro 04, 2011

PEREGRINAÇÃO A M 5º PILAR DO ISLAMISMO

A Religião Islâmica está alicerçada sobre 05 Pilares. O último é a Peregrinação a Meca

O último pilar do Islão e uma das mais notáveis instituições é a “Hajj” ou a Peregrinação a Meca (Cidade natal do Profeta Muhammad), que tem lugar no último mês do calendário islâmico, Dul – Hijjah.

Esta peregrinação é obrigatória pelo menos uma vez na vida, para qualquer muçulmano, homem ou mulher, que for mental, financeira e fisicamente apto. O peregrino tem de ter possibilidades financeiras para cobrir os gastos pessoais e familiares, pagar as suas dívidas ou pelos menos aprovisionar as mesmas, até a peregrinação acabar.

Não é permitido ao crente contrair uma dívida para poder cumprir com este preceito, pondo em risco a sobrevivência da família.

A peregrinação a Meca tem, entre outras, as seguintes características:
É a mais ampla convenção anual de Fé, em que os muçulmanos de diferentes origens se encontram e se conhecem, convivendo entre si. É também a maior manifestação de paz espiritual com carácter regular que a história da humanidade jamais conheceu.
Durante a Peregrinação o tema predominante é a paz, e a oração; paz com Deus e com a própria alma, paz com os outros semelhantes. É estritamente proibido perturbar a paz de qualquer pessoa ou criatura, seja de que maneira for.
A título informativo, esta peregrinação tem a participação de cerca de quatro milhões de pessoas.
É uma demonstração integral da universalidade do Islão e da fraternidade e igualdade entre os muçulmanos.
Em resposta à chamada de Deus, os muçulmanos de todas as esferas da vida, de todas as classes e profissões, vindas de todas as partes do mundo, reúnem-se em Meca. Vestem-se todos da mesma forma e com a mesma simplicidade. Não há realeza, mas sim devoção de todos a Deus. Não há aristocracia, mas humildade.
O traje utilizado é o “ihram”, que é composto de dois panos brancos que caem pela frente e pelas costas no caso dos homens, ficando com a cabeça a descoberto e no caso das mulheres o “ihram” é composto por uma ampla capa e véu.
É uma confirmação da dedicação dos muçulmanos a Deus e a sua disposição de abandonar os interesses materiais ao serviço d’Ele.
Familiariza os peregrinos com a ambiente espiritual e histórico do Profeta Muhammad.
Comemora os rituais divinos seguidos por Abraão e Ismael (Ibrahim e Ismail), que são conhecidos como os primeiros peregrinos à primeira casa consagrada a Deus nesta terra, a Caba em Meca.
É uma lembrança da Grande Assembleia do Dia do Juízo Final, em que todos comparecerão perante Deus, em pé de igualdade à espera do seu Destino Final, sem poderem pretender nenhuma superioridade de raça ou de linhagem.

quinta-feira, novembro 03, 2011

O DIA DE ARAFAH – O IDUL- ADHÁ.


Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) Abdurrahman Bin Yamur Ad-Dail (Radiyalahu an-hu – Que Deus esteja satisfeito com ele), referiu que ouviu do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”. Relato de Baihaque. Ainda referiu o Profeta: O melhor dia, é o dia de Arafah.

O dia de Arafah é o dia 9 de Dhul-Hijja. Arafah está situado a cerca de 9 Kms de Miná, onde se encontra uma pequena montanha conhecida por “Jabalar-Rahmah – A montanha da misericórdia”, onde o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) proferiu a sua última mensagem para a humanidade.

Segundo o Relato de Musslim, o melhor dia para Allah Subhana Wataala , é o dia de Arafah. É o dia em que Deus, o Misericordioso, livra uma grande parte das criaturas do inferno.

Nesse dia, os muçulmanos que se encontram a cumprir o Haj, ouvem falar línguas que nunca tinham ouvido falar, porque o Isslam é uma religião universal. Vemos irmãos e irmãs da mesma fé, de todas as cores e nacionalidades, trajando o mesmo tipo de vestuário (os homens embrulhados em panos brancos) e todos movidos pela mesma causa que é de obter o perdão de Deus, nosso Criador e Sustentador. Faz-nos pensar o dia da Ressurreição, em que todos seremos levantados das nossas sepulturas e reunidos para a derradeira prestação de contas.

Nesse dia em Arafah, o Haji (peregrino) deverá estar o mais tempo possível de pé, com as mãos levantadas fazendo duás (preces), com muita humildade e sinceridade, pedindo a Deus que lhe perdoe e que o encaminhe para o caminho daqueles que ganharam a Sua satisfação. 

Deve também aproveitar o tempo fazendo o Zikre (recordando e louvando a Deus) e lendo o Alcorão. Os muçulmanos que não foram fazer a peregrinação, devem também incrementar as suas referidas acções religiosas e fazendo orações facultativas.

Foi recomendado pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) para que os muçulmanos que não se encontram em peregrinação (Haj), para observarem o jejum no dia de Arafah. Abu Catada (Radiyalahu an-hu), referiu que foi perguntado ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acerca do jejum no dia de Arafah; respondeu: “Isso permite emendarem-se as faltas (cometidas) durante o ano anterior e o ano seguinte”. Muslim.

Depois do pôr do sol, os Hajis (peregrinos) deixam Arafah e seguem para Muzdalifa, situada a cerca de 5 Kms a leste de Arafaf , a fim de passarem a noite. Deus, nosso Senhor e Guia, refere no Cur’ane: “Quando regressardes de Arafah, invocai Deus junto do Macharil Haram (em Muzdalifa). Recordai-vos Dele de forma como Ele vos orientou....” Cap. 2 Vers. 198.

Os Muçulmanos têm dois dias festivos. O Idul Fitre, depois de terminado o mês de Ramadan e o Idul Adhá, no dia 10 de Dhul Hiija, em comemoração do final do período de Haj, em que todos os que não participaram nos rituais do Haj, celebram o dia, fazendo a oração e o Curbani (sacrifício).

Abu Huraira (Radyiallahu an-hu) narra que o Profeta (Sallalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tem capacidade financeira para fazer o curbani (sacrifício), mesmo assim não o faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso idegáh (local da oração de Ide).

Nas noites anteriores aos dias de Ide, devem ser aproveitadas para fazermos o máximo de ibádates possíveis (adoração a Deus), pois Abu Umamah (Radiyallahu anhu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem permanecer de pé nas duas noites que antecedem aos dias de Ide, na esperança de obter recompensa, o seu coração não morrerá no dia em que todos os corações estarão mortos. Relato de At-Targuib.

Deve ser recitado o Takbir, após cada oração farz, começando no dia 9 de Dhul-Hajja, na hora de Al Fajr, até ao dia 13 do mesmo mês, depois da oração de Assr.

ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR. ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD.
Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade excepto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

Dar prendas no dia de Ide, aumenta ainda mais as nossas amizades. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ofereçam prendas uns aos outros, porque a prenda remove o rancor do peito”. – Relato de Tirmizi. . As prendas devem ser úteis e não necessariamente dispendiosas. Também é uma prenda o cumprimento, um abraço efusivo entre amigos, um sorriso, um telefonema para os familiares e amigos que se encontram distantes. Aicha (R.T.A.) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) aceitava prendas e em troca também dava prendas. - Relato de Al-Bukhari.

Nos dias de Ide, devemos dar prendas, em especial às nossas crianças, de modo que não fiquem constrangidas ao verem as outras crianças a receberem prendas na altura do natal. Assim compreenderão os motivos porque temos prendas nos nossos dias de festa. A orientação de dar prendas, surgiu há mais de 1.400 anos..... No entanto, deveremos ter em conta, a utilidade das prendas a oferecer. Uma prenda pode ser também um sorriso, uma reconciliação ou uma visita de cortesia.

Façam o favor de passar o dia de Ide na companhia da família e dos amigos. Visitem as sepulturas dos vossos falecidos, eles estão sempre à espera das vossas preces.

Um dia de Arafah com muitos benefícios espirituais e votos de um Eidul-Adhá muito feliz e que Deus vos abençoe.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

03/11/2011

ETIQUETAS PARA O EID AL ADHA‏

Bismillah Arahmani Rahim!

Sunnah a ser observada no dia de Eid

 1 ) Fazer ghusl antes de sair para a oração.

 Foi narrado em um hadith saheeh em al-Muwatta' e em outros lugares que 'Umar ibn ‘Abd-Allah costumava fazer o ghusl no dia de Eid al-Fitr antes de sair para o local de oração na parte da manhã. Al-Muwatta’ 428.

Al-Nawawi (que Allah tenha misericórdia dele) disse que os muçulmanos unanimemente concordaram que é mustahabb(recomendável) fazer ghusl para a oração do Eid.

O motivo pelo qual é mustahabb é o mesmo para que se faça ghusl antes do Jumu'ah e outras reuniões públicas. No dia de Eid, a razão é ainda mais forte.

2) Comer antes de sair para orar no Eid al-Fitr e depois da oração de Eid al-Adha.

Faz parte da etiqueta não sair para rezar no Eid al-Fitr, até que se tenha comido algumas tâmaras, por causa do hadith narrado por al-Bukhari de Anas ibn Malik, que disse que o Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah esteja sobre ele) não costumava sair na manhã de Eid al-Fitr, até que ele tivesse comido algumas tâmaras ... as quais ele comia em número ímpar. Al-Bukhari, 953.

É mustahabb comer antes de se dirigir à oração para, assim, enfatizar o fato de que é proibido jejuar neste dia e demonstrar que o jejum acabou.

Ibn Hajar (que Allah tenha misericórdia dele) sugeriu que a razão para isso foi afastar a possibilidade de se adicionar mais dias ao jejum, e para que nos apressemos em obedecer ao comando de Allah. Al-Fath, 2 / 446
Quem não possuir tâmaras pode quebrar o jejum com tudo o que é permitido.

Mas no Eid al-Adha é mustahabb não comer nada até que se retorne da oração, para que, com isso, a pessoa coma da udhiyahque ofereceu em sacrifício. Se ela não vai oferecer um sacrifício, não há nada de errado em comer antes da oração.

3) Fazer o Takbir no dia de Eid.


Esta é um dos maiores Sunnahs no dia do Eid, porque Allah diz (interpretação do significado):

“[...] Mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus por ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais.” (2:185)

Foi narrado al-Waleed ibn Muslim disse: “Eu perguntei al-Awzaa’i e Maalik ibn Anas sobre pronunciar o Takbir em voz alta nos dois Eids. Eles disseram:‘Sim, ‘Abd-Allaah ibn ‘Umar costumava pronunciá-lo em voz alta no dia do Eid al-Fitr, até que o Imam saisse (para conduzir as orações).’”

Foi narrado em um relato saheeh que ‘Abd al-Rahmaan al-Sulami disse: “Eles enfatizavam mais no dia do Eid al-Fitr do que o dia de al-Adha.”

Wakee’ disse que isto se refere ao Takbir (Vide Irwa’ al-Ghaleel, 3/122/).

Al-Daaraqutni e outros narraram que, na manhã de Eid al-Fitr e do Eid al-Adha, ibn ‘Umar se esforçava muito na recitação doTakbir até chegar no local de oração, então ele recitava o Takbir até que o Imam saísse.

Ibn Abi Shaybah narrou com um isnaad saheeh (cadeia de transmissão verídica) que al-Zuhri, disse: “O povo costumava recitar o Takbir no dia de Eid quando saíam de suas casas até chegarem ao local de oração, e até que o Imam saísse. Quando o Imamsaia eles ficavam em silêncio, e quando ele dizia Takbir eles também diziam (Ver Irwa’ al-Ghaleel, 1/121)”.

Recitar o Takbir ao sair da própria casa para se dirigir ao local de oração e até que o Imam saia (para conduzir a oração) foi algo bem conhecido entre os Salaf (primeiras gerações). Este (ato) tem sido narrado por um grande número de estudiosos como Ibn Abi Shaybah, ‘Abd a l-Razzaaq e al-Firyaabi em Ahkaam al-Eidayn a partir de um grupo de Salaf. Por exemplo, Naafi’ ibn Jubayr costumava recitar o Takbir e ficou surpreso que as pessoas não o faziam, e ele disse: "Por que vocês não recitam oTakbir?"

Ibn al-Zuhri Shihaab (que Allah tenha misericórdia dele) costumava dizer: "O povo costumava recitar o Takbir a partir do momento em que eles saíam de suas casas até o Imam chegasse (até o local da oração)."
O período para Takbir no Eid al-Fitr começa a partir da noite anterior ao Eid e se estende até que o Imam chegue para conduzir a oração do Eid.
No caso do Eid al-Adha, o Takbir começa no primeiro dia de Dhu'l-Hijjah e dura até o entardecer do último dos dias deTashreeq.
 
Descrição do Takbir:
Foi narrado no Musannaf de ibn Abi Shaybah com um isnaad saheeh de Ibn Mas'ood (que Allah esteja satisfeito com ele) que ele costumava recitar o Takbir durante os dias de Tashreeq

Allaahu akbar, Allaahu akbar, laa ilaaha ill-Allaah, wa Allaahu akbar, Allaah akbar, wa Lillaah il-hamd (Allah é o Maior, Allah é o Maior, não há nenhum deus além de Allah, Allah é o Maior, Allah é o Maior, e para Allah é o louvor).
Também foi narrado em outro lugar por Ibn Abi Shaybah com isnaad saheeh, mas com a frase "Allaahu akbar", repetida três vezes.
Al-Mahaamili narrou com um isnaad saheeh também de Ibn Mas'ood:

"Allaahu akbaru kabeera, Allaahu akbaru kabeera, Allaahu akbar wa ajallu, Allaahu akbar wa Lillaah il-hamd (Allah é o Maior, de fato, Allah é o Maior, de fato, Allah é o Maior e o Mais Glorificado, Allah é o Maior e para Allah é o louvor).” (Vide al-Irwa’, 3/126.)
4) Ofertar parabéns.

A etiqueta de Eid também inclui as felicitações e bons votos trocados por pessoas, não importa as palavras, tais como dizer um ao outro “Taqabbala Allah wa minna minkum (Que Allah aceite [as boas ações] de nós e de você)” ou “Eid Mubaarak” e outras expressões admissíveis de congratulações.

Foi narrado que Jubayr ibn Nufayr disse: “Quando os companheiros do Profeta (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) reuniam-se no dia do Eid, diziam uns aos outros: ‘Que Allah aceite (as boas ações) de nós e de você. ’”

‘Ibn Hajar disse que a sua isnaad é hasan. Al-Fath, 2 / 446.

Desejar felicitações foi algo bem conhecido entre os Sahaabah, e os estudiosos como Imam Ahmad e outros permitiram. Há evidências que sugerem que é desejável oferecer parabéns e votos de felicidades em ocasiões especiais, e que os Sahaabahfelicitavam-se quando coisas boas aconteciam, como quando Allah aceitou o arrependimento de um homem. Eles dirigiram até ele e felicitaram-no por isso, e assim por diante.
Sem dúvida oferecer felicitações, está entre as características mais nobres dos muçulmanos.
O mínimo que pode ser dito a respeito deste assunto é que você deve, ao menos, retornar os cumprimentos daqueles que o parabenizarem pelo Eid, e permanecer em silêncio se os outros se calarem, como o Imam Ahmad (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Se alguém felicita você, responda, caso contrário, não a inicie (a felicitação)”.

5) Adornar-se, por ocasião do Eid.

Foi narrado que ‘Abd-Allaah ibn ‘Umar (que Allah esteja satisfeito com ele) disse que 'Umar trouxe um manto brocado¹ que estava à venda no mercado e trouxe-o para o Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam com ele), e disse: “Ó Mensageiro de Allah, compre este e adornar-se com ele para o Eid e para receber as delegações.” O Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) lhe disse: “Por certo, este é o adorno de quem não tem um quinhão (de piedade ou de recompensa na outra vida)...” Narrado por al-Bukhari, 948.

O Profeta (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) concordou com a idéia de 'Umar para adornar-se no o Eid, mas o repudiou por escolher tal manto, pois era feito de seda.

Foi narrado que Jaabir (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: “O Profeta (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) tinha um manto que ele usava nos dois Eids e às sextas-feiras.” Saheeh Ibn Khuzaymah, 1756,

Al-Bayhaqi narrou com um isnaad saheeh que Ibn 'Umar costumava usar suas melhores roupas no Eid.

Assim, um homem deve vestir a melhor roupa que ele tem ao sair para o Eid.

Em relação às mulheres, elas devem evitar adornarem-se excessivamente quando saem para o Eid, pois, elas são proibidas de mostrarem seus adornos para homens não mahram. Também é haram para uma mulher sair perfumada ou expor os homens à tentação, pois, eles só vão sair com a finalidade de adoração.

6) Ir para oração por um caminho e voltar por outro.

Foi narrado que Jaabir ibn 'Abd Allah (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: “No dia do Eid, o Profeta (paz e bênçãos deAllah estejam com ele) costumava variar sua rota”. Narrado por al-Bukhari, 986.

Foi dito que a razão para isso é o fato de que as duas rotas iriam testemunhar no Dia da Ressurreição, pois, a Terra também virá falar no Dia da Ressurreição e dizer o que foi feito nela de bom e de ruim.

E também foi dito que era a fim de manifestar os símbolos do Islã em ambas as rotas, ou manifestar a lembrança de Allah(dhikr), ou para irritar os hipócritas e os judeus, e para assustá-los com um grande número de pessoas que estavam com ele (o profeta). E foi dito que era para atender às necessidades do povo, para responder às suas dúvidas, ensiná-los, dar o exemplo e fazer caridade aos necessitados, ou para visitar os parentes e manter os laços de parentesco.

 Allah sabe melhor.

Islam Q&A.

1- Estofo entretecido de seda e fios de ouro ou prata, com desenho em relevo, usado por vezes em encadernações requintadas.

Nota extra:

Mulheres em período menstrual podem participar do Eid?

R: Sim, é Sunnah que as mulheres em período menstrual participem das comemorações.

Em al-Saheehayn e em outros lugares é narrado que Umm ‘Atiyah(que Allah esteja satisfeito com ela) disse: "Nós fomos ordenadas - em referência ao Profeta (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) – a convocar as adolescentes e as mulheres em reclusão para as orações do Eid, e ele ordenou que as mulheres menstruadas evitassem o local de oração dos muçulmanos. Narrado por al-Bukhari, 1/93; Muslim, 890. De acordo com outro relatório: “Fomos ordenadas a convocar as meninas adolescentes e aquelas em reclusão.”

De acordo com um relato narrado por al-Tirmidhi: “O Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) costumava convocar as virgens, adolescentes, mulheres em reclusão e as mulheres menstruadas para os dois Eids, mas as mulheres menstruadas deviam manter-se longe do local de oração e testemunho da reunião dos muçulmanos. Uma delas disse: ‘Ó Mensageiro de Allah, e se ela não tiver um jilbaab?’ Ele disse: ‘Então sua irmã (de fé) deve lhe emprestar um de seus jilbaabs’”.

Islam Q&A.

(tradução: www.amulhernoislam.com)

domingo, outubro 30, 2011

O SACRIFÍCIO – CURBANI

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso).

“Faça Salah (oração) para o teu Senhor e faça Curbani (Sacrifício)”. Cur’ane - Cap. 108 Vers.2
O Sacrifício – Curbani, é um dos rituais do Haj. Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele) já muito velho, apesar de ser um grande Profeta, continuava a ser um ser humano e desejava ter um filho para dar continuidade à sua obra. Através de Hajra, a mulher africana e depois de muitos pedidos ao seu Senhor, Ele concedeu-lhe um filho chamado Issmail (Esmael) (que a Paz de Deus esteja com ele) - (nome que significa Deus escutou).

Allah, nosso Senhor e Criador, quis testar Ibrahim (Aleihi Salam). Ele era muito idoso e o filho ainda muito pequeno. Recebeu ordens para deixar o filho com a mãe no deserto. Ele cumpriu com as ordens do seu Senhor, conforme foi relatado na mensagem referente à Agua de Zam- Zam. Depois do filho crescer, Deus quis novamente testa-lo. Através de um sonho, Deus ordenou-lhe para sacrificar o seu próprio filho. Ibrahim (Aleihi Salam), servo de Deus, logo se prontificou para cumprir com a ordem. 

Allah diz no Cur’ane: “E saibam que as vossas riquezas e os vossos filhos são um teste.” Cur’ane 64, Vers.115.

E Ibrahim (Aleihi Salam), resolveu partilhar a ordem recebida com o seu filho Issmail (Aleihi Salam), que já demonstrava dedicação às ordens divinas, pelo que não hesitou em afirmar “Se Allah quiser, encontrar-me-ás de entre os pacientes.” Cur’ane 37 Vers.102. 

Deste modo, Ibrahim levou o seu filho para o sacrificar. Durante o percurso apareceu o chaitane (diabo) que lhe persuadiu de não cumprir com a ordem de Deus, lembrando-lhe que só depois de muito velho é que conseguiu ter um filho. Ibrahim (Aleihi Salam), atirou para o cheitane, 7 pedrinhas, que se afundou na terra. Esta tentativa do cheitane, para desviar a tenção do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam), aconteceu por três vezes e por três vezes Ibrahim (Que a Paz de Deus esteja com ele), o repeliu.

Depois em Miná, a poucos quilómetros de Makka, quando se preparava para sacrificar o seu filho, Deus enviou um carneiro que foi sacrificado. Por isso, para manter viva a tradição de Ibrahim (Aleihi Salam), foi instituído que todo o muçulmano, após a oração do Idul Adhá (festa religiosa em comemoração do final da peregrinação a Makka), deve sacrificar um carneiro, uma vaca, um camelo, etc..Uma galinha não serve para o curbani. Um carneiro dá para uma pessoa e uma vaca para 7 pessoas. Jabir b. Abdullah (Radiyalahu an-hu) referiu: “No ano de Hudaibiya (6 da Hegira), nós, na companhia do Mensageiro de Deus, sacrificámos camelos para 7 pessoas e vaca para 7 pessoas”. Muslim. É recomendável que a carne seja distribuída em 3 partes iguais. Uma para seu consumo próprio, uma parte para os pobres e outra parte para os amigos e vizinhos, de modo que todos possam passar o dia de festa, convivendo em harmonia.

As palavras Hadiy e Curbani, referem-se a sacrifícios, mas efectuados em ocasiões e locais diferentes. O Hadiy é feito exclusivamente por aqueles que se encontram em peregrinação (Haj) em Miná. O Curbai (Udhiyah) é obrigação para todos os restantes muçulmanos, espalhados pelo mundo. Os pobres, estão dispensados desta obrigação.

O Hadiy é obrigatório para o Cárin e para o Mutamatti e faz parte de um dos rituais do Haj. O    Haji Mufrid está dispensado. Existem outros rituais, nomeadamente; a) – Fazer Tawáf – circundar a Casa de Deus; b)- percorrer os montes Safa e Marwa, lembrando o que a mulher de Ibrahim sofreu para salvar o filho Issmail dos tormentos da sede; c)- atirar as pedrinhas (Ramyi) nos três locais onde Ibrahim foi tentado.

O Curbani é obrigatório para todo o muçulmano, adulto, financeiramente capaz. O Curbani pode ser efectuado nos dias 10, 11 e 12 de Dhul Hijja. Mas é recomendável que seja efetuado no dia 10, dia de Ide, mas só depois da oração do Idul Adhá. Jundub Bin Sufyan Al Bajali referiu: “no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), oferecemos alguns animais como sacrifício. Depois de terminada a oração de Idul Adhá, verificou-se que alguns companheiros abateram os animais antes da oração, pelo que o Profeta disse: “Quem sacrificou os animais antes da oração, deverá fazer novos sacrifícios e quem ainda não o fez, o deverá fazer, invocando o nome de Deus”. – Bukari. Livro 67-hadice 408. O período para o sacrifício dos animais, termina no 12ª. dia do referido mês, ao pôr do sol. Acerca deste dia de Idul-Adha, dia de festa, o Cur’ane refere a permissão de consumirmos a carne dos animais, os quais foram sacrificados com a invocação do nome de Deus: “…Comei, pois, dele e alimentai o indigente e o pobre”. 22.28 O Curbani que é feito no dia de Idul Adhá, não tem nada a ver com os sacrifícios que alguns povos ainda fazem, invocando espíritos ou ídolos.

“Deus vos proibiu carne de animais mortos (que morreram por si), o sangue, a carne de porco e o que foi imolado sob a invocação de qualquer outro nome, que não seja o de Deus…” 2.173. O Curbani é feito invocando o nome de Deus, lembrando o sacrifício do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e para que todos, em especial os mais necessitados, possam ter alimentos suficientes para passarem o dia de Ide, dia de festa, em harmonia e em alegria. Abu Tufail referiu que perguntaram a Ali b. Abi Talib, para lhes informar algo que o Mensageiro de Deus lhe tenha dito em segredo. Ele respondeu: “Ele não me disse nada em segredo que não esteja ao alcance das pessoas. Mas eu ouvi ele dizer: “1- Deus amaldiçoou quem sacrificou em nome de alguém, em vez do nome de Deus. 2- Amaldiçoou aquele que acomodou uma inovação. 3- Deus amaldiçoou aquele que amaldiçoou os seus pais. 4- Deus amaldiçoou quem alterou a linha de fronteira (da terra que lhe pertence, não respeitando os direitos dos outros) 4.877 Muslim.

Certa vez os Sahabas - companheiros do Profeta (Radiyalahu an-huma), quiseram saber o significado do Curbani (Sacrifício) e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) respondeu: “É Sunnat (tradição) do vosso pai Ibrahim.” Então eles perguntaram: “Que recompensa obteremos pelo sacrifício?. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por cada pêlo do animal, tereis uma recompensa.” Relato de Ibn Majah. O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) fez o curbani durante todos os anos que permaneceu em Madina.

O Curbani pode ser feito em Portugal, pelo que podem contactar com o talho que habitualmente vos fornece a carne. Em alternativa, podem também mandar fazer o Curbani nas vossas terras de origem. Outra alternativa é entregar aos necessitados, a totalidade do produto resultante do curbani, ou às escolas frequentadas pelos alunos carenciados. Ali b. Abi Talib (Radiyalahu an-hu), referiu: “O Mensageiro de Deus o incumbiu na responsabilidade do sacrifício dos seus animais e ordenou-lhe para distribuir toda a carne e peles aos pobres e não cabendo nada para o açougueiro, que foi pago pelo respectivo trabalho”. 3019 e 3022 Muslim Façam o favor de serem felizes, cumprindo com as vossas obrigações perante o nosso Criador.

Não se esqueçam de também contribuírem para a felicidade das pessoas que vos rodeiam.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

27/10/2011